Notas de Aula Maquinas Eletricas
Notas de Aula Maquinas Eletricas
Notas de Aula Maquinas Eletricas
Notas de Aula
Sumário
Comentário Inicial ............................................................................................................. 4
Introdução ......................................................................................................................... 5
Divisão Histórica Magnetismo e eletromagnetismo ................................................. 7
Algumas aplicações de máquinas elétricas............................................................ 16
Funcionamento das máquinas elétricas ................................................................. 17
Permeabilidade ........................................................................................................... 19
Permeabilidade relativa........................................................................................... 20
Fluxo Magnético ϕ....................................................................................................... 21
Linhas de força ........................................................................................................... 23
Intensidade de Campo Magnético H .......................................................................... 23
Lei de Ampère de circuito ........................................................................................... 24
Relações deduzidas ................................................................................................... 25
Teoria do Magnetismo ................................................................................................ 26
Magnetismo terrestre .............................................................................................. 26
Magnetismo nuclear ................................................................................................ 26
Curvas de Magnetização de Materiais Ferromagnéticos .......................................... 30
Circuitos magnéticos .................................................................................................. 31
Cálculos de circuitos magnéticos ............................................................................... 33
Parâmetro Indutância ................................................................................................. 41
Ponto de vista energia ............................................................................................ 42
Ponto de vista Físico ............................................................................................... 43
Perdas por Histerese e correntes parasitas em materiais ferromagnéticos ............. 44
Transformadores ............................................................................................................ 46
Teoria de Operação .................................................................................................... 46
Reator ideal de núcleo de Ferro ............................................................................. 46
Reator de núcleo de ferro Real ............................................................................... 50
O transformador de dois enrolamentos ...................................................................... 50
Transformador a vazio (sem carga)........................................................................ 51
Transformador com carga ....................................................................................... 52
O autotransformador ................................................................................................... 54
O Transformador em Circuitos trifásicos .................................................................... 56
Conexões trifásicas ................................................................................................. 57
Tipos de conexão possíveis trifásicas .................................................................... 58
3
Comentário Inicial
Introdução
A lei de conservação de energia nos diz que a energia não é criada e nem
destruída, mas que uma forma de energia pode ser transformada (ou convertida)
em outra. Este fato é de importância para esta disciplina, pois máquinas elétricas
6
𝑊
𝜂= (𝑒𝑞𝑢𝑎çã𝑜 1.1)
𝑒𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎
1 W do inglês - trabalho
2 Outras formas de energia
7
𝑚2
1𝐽 = 1𝑁. 1𝑚 = 1𝐾𝑔.
𝑠2
Antiguidade
Hoje em dia nós sabemos que os efeitos elétricos e magnéticos estão
diretamente relacionados, mas nem sempre foi assim. O magnetismo já era
conhecido desde as civilizações antigas. Tales, de Mileto, na Grécia já conhecia
Através disso ele criou o para-raios que se difundiu rapidamente, uma das
primeiras invenções práticas que utilizava as propriedades elétricas.
Foi Franklin que criou a terminologia de cargas positivas e negativas e também
disse que cargas de mesmo sinal se repelem e cargas de sinais opostos se
atraem.
Eletricidade Contínua
No dia 28 de junho de 1800 o naturalista inglês Joseph Bank (1743-1820) fazia
a leitura para a “Royal Society” de uma carta de Alessandro Volta (1745-1827)
11
que relatava, o físico italiano, ter conseguido produzir corrente elétrica contínua
utilizando a sua célebre invenção, a pilha.
Na verdade, Volta havia construído a sua pilha em 1796 e foi o primeiro a
conseguir retirar energia elétrica de uma outra fonte que não seja mecânica. Na
pilha de Volta, as reações químicas que ocorrem entre dois metais são as
responsáveis pela energia elétrica resultante. O fluxo de elétrons que sai de um
material e vai para o outro produz esta corrente que é praticamente constante
(enquanto durarem os materiais). O processo é hoje chamado de óxido-redução.
Após a invenção da pilha, diversos experimentos utilizando correntes contínuas
apareceram e grandes descobertas foram feitas, dando destaque para duas
principais ambas do ilustre cientista inglês Humphrey Davy (1778-1829). Ele
conseguiu decompor a água em oxigênio e hidrogênio passando por ela uma
enorme corrente conseguida através de uma montagem de uma enorme pilha
com mais de duzentas placas de zinco e cobre. Através da mesma montagem
também foi possível obter na forma pura diversos outros elementos tais como
sódio e potássio e alguns outros elementos desconhecidos na época, tais como:
cálcio, estrôncio, bário e magnésio. O processo foi batizado de eletrólise.
A outra descoberta importante foi o arco elétrico. Davy percebeu que uma
grande fagulha se formava quando interrompia o circuito formado pelas pilhas.
Esse fenômeno trouxe a inauguração de uma nova forma de iluminação: o arco
voltaico.
O Eletromagnetismo
Michael Faraday (1791-1867), físico inglês, descobriu onze anos depois de
Oersted ter feito o casamento da eletricidade com o magnetismo, que a variação
magnética ao redor de um fio gera uma corrente neste. Com a descoberta de
Oersted muitos motores foram construídos e outras maneiras de gerar
movimento através da eletricidade foram inventadas.
Enquanto Faraday estudava essas novas formas de gerar movimento ele
descobriu que ao se ter um campo magnético variável ao redor de um fio
condutor, uma corrente era gerada neste fio. Ou seja, Faraday descobriu uma
maneira de gerar eletricidade através do movimento.
Mas Faraday não foi o único a fazer esta descoberta. Quase
concomitantemente, Joseph Henry (1797-1878), professor americano,
descobriu a força eletro-motriz de auto-indução. Como Henry anunciou
formalmente antes, foi ele o homenageado por esta descoberta.
Mas Henry, conhecido pelos seus trabalhos em eletromagnetismo, foi pioneiro
em muitos outros domínios da eletricidade: entre 1830 e 1831 inventou o que
parece ter sido o primeiro telégrafo eletromagnético prático.
O interessante é observar que em eletricidade, a partir do século XIX, a teoria
andou praticamente de mãos dadas com as utilidades práticas. Poucos anos
separaram os conhecimentos teóricos sobre eletricidade dos usos possíveis de
tais conhecimentos. Pode-se dizer que em muitos casos o desenvolvimento
comercial da eletricidade foi resultado de pesquisas científicas.
Não que os cientistas que estudavam a eletricidade fossem os mesmos que
produziram comercialmente, aparatos elétricos úteis à sociedade. Eles forem por
vezes distintos, mas devido ao alto grau de comunicação científica do século XIX
muitas pessoas entraram em contato com os novos saberes no campo do
eletromagnetismo. Alguns descobrimentos no campo científico foram de extrema
13
A Teoria Final
O edifício teórico do eletromagnetismo, base de todos os desenvolvimentos da
eletrotécnica, foi definitivamente estabelecido em 1873 pelas mãos de James
Clerk Maxwell (1831-1879), sábio escocês, criador das equações gerais do
eletromagnetismo, que sintetizam elegante e magistralmente essa área do
saber. A eletricidade e o magnetismo no mundo contemporâneo estão presentes
em todos os setores econômicos, desde as áreas de transporte e comunicação,
passando pelas de produção, até as de lazer. Além do largo espectro de
aplicação a eletricidade é uma forma privilegiada de energia, pois pode atingir
com facilidade qualquer lugar imaginável. Ela significa, entre outras coisas,
transportar os enormes movimentos mecânicos de lugares distantes para os
mais íntimos locais, juntamente com informações, lazer, comunicações e cultura
nos campos e nas cidades. De forma bem simples e resumida o conhecimento
do eletromagnetismo, entre outras determinações, possibilitou a transformação
do movimento em eletricidade e a eletricidade em movimento onde o
magnetismo entra como condição da possibilidade dessas geniais
transformações.
Condutor 1,
conduzindo corrente I1
Distância entre os
dois condutores
Elemento do Condutor 2
conduzindo corrente i2
O campo magnético não pode ser visto, ouvido ou sentido pelos nossos sentidos.
Sua influência pode ser observada de forma indireta pelos efeitos que produz. O
experimento consiste de um condutor longo (condutor 1) conduzindo uma
corrente de módulo constante i1 e um elemento condutor conduzindo uma
corrente i2 e comprimento l. Os condutores i1 e i2 estão no mesmo plano
horizontal e são paralelos entre si. Desta forma existe uma força atuando sobre
o elemento de condutor afastando-o do condutor 1. Empiricamente se observa
que a força é função das intensidades de corrente i 1 e i2 e do comprimento l do
18
𝜇𝐼1
𝐹= .𝐼 𝑙 (𝑛𝑒𝑤𝑡𝑜𝑛𝑠 − 𝑁) (𝑒𝑞𝑢𝑎çã𝑜 1.2)
2𝜋𝑟 2
onde,
𝜇𝐼1
𝐵= (𝑒𝑞𝑢𝑎çã𝑜 1.4)
2𝜋𝑟
Permeabilidade
Figura 5: Imagem das linhas de campo magnético sendo afetadas por um material
ferromagnético
𝑁𝑒𝑤𝑡𝑜𝑛
𝜇0 𝛼
𝐴𝑚𝑝è𝑟𝑒 2
Permeabilidade relativa.
𝜇
𝜇𝑟 = (𝑒𝑞𝑢𝑎çã𝑜 1.6)
𝜇0
Fluxo Magnético ϕ
𝑣𝑜𝑙𝑡𝑠 . 𝑠𝑒𝑔𝑢𝑛𝑑𝑜
𝑩𝛼
𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 2
Condutor 1, conduzindo
corrente I1
Distância entre os
dois condutores
Elemento do Condutor 2
conduzindo corrente i2
𝜙 = ∯ 𝐵𝑛 𝑑𝐴 (𝑒𝑞𝑢𝑎çã𝑜 1.7)
Linhas de força
𝐵
𝐻= (𝑒𝑞𝑢𝑎çã𝑜 1.8)
𝜇
𝑖1
𝐻= (𝑒𝑞𝑢𝑎çã𝑜 1.9)
2. 𝜋. 𝑟
Figura 9: Condutor formado por várias espiras e as linhas de campo magnéticos formadas pela passagem
da corrente elétrica
tem o mesmo sentido, tem o mesmo lugar geométrico (circular). Realizando uma
integração de linha (H tem dimensão unidade de comprimento - metro),
2𝜋𝑟
𝑖1
∮ 𝐻 𝑑𝑙 = ∫ 𝑑𝑙 = 𝐼1 𝐴𝑚𝑝è𝑟𝑒𝑠 (𝑒𝑞𝑢𝑎çã𝑜 1.10)
0 2. 𝜋. 𝑟
Relações deduzidas
𝐵
𝐹 = 𝑓𝑚𝑚 = 𝐻𝑙 = 𝑙 (𝑒𝑞𝑢𝑎çã𝑜 1.12)
𝜇
𝜙 = 𝐵. 𝐴 (𝑒𝑞𝑢𝑎çã𝑜 1.13)
𝑙
𝐹 = 𝑓𝑚𝑚 = 𝐻𝑙 = 𝜙 ( ) (𝑒𝑞𝑢𝑎çã𝑜 1.14)
𝜇. 𝐴
𝑙
𝑹=( ) (𝑒𝑞𝑢𝑎çã𝑜 1.15)
𝜇. 𝐴
Teoria do Magnetismo
Magnetismo terrestre
Magnetismo nuclear
27
Bohr descreveu o átomo com composto por um núcleo pesado e vários elétrons
se movendo ao redor do núcleo, em órbitas específicas. Hoje se sabe que os
átomos de quaisquer substâncias experimentam um torque quando colocados
num campo magnético, isto é chamado de momento magnético9.
9 O Momento Magnético é uma grandeza vetorial que determina a intensidade da força que
um imã pode exercer sobre uma corrente elétrica e o torque que o campo magnético gerado
exercerá sobre esta mesma corrente, ou seja, o Momento Magnético influencia diretamente na
intensidade do campo magnético formado e é uma medida de intensidade da fonte magnética
de um corpo.
28
Figura 14: Imagem mostrando as alterações nas linhas de campo de diferentes materiais
Para outros materiais como o ferro, e suas ligas de níquel, cobalto ou alumínio,
nos quais o comportamento é de significativo aumento no campo magnético, eles
campo magnético, se alinham, fazendo surgir dessa forma um ímã que tem a capacidade de
provocar um leve aumento na intensidade do valor do campo magnético em um ponto qualquer.
Esses materiais são fracamente atraídos pelos ímãs.
29
Figura 15: Representação de cristal de ferro não magnetizado (a), magnetizado (b) e (c) com
inversão do campo magnético
Quando todos os domínios estão orientados para a mesma direção, diz-se que
o material está magneticamente saturado, ou seja, não adianta aumentar o
campo magnético.
12Ferromagnetismo é o mecanismo básico pelo qual certos materiais (como ferro) formam
ímãs permanentes, ou são atraídos por ímãs. Na física, vários tipos diferentes de magnetismo
são distinguidos.
30
Seja uma bobina toroidal como a da figura 17. Aplica-se aos terminais uma fonte
de tensão variável. Seja ‘L’ o comprimento médio do toróide, medido a partir do
seu centro e ‘A’ a seção transversal do toróide.
Quando a corrente aumenta partindo do zero na espira da bobina o fluxo ϕ
crescente aparece no corpo do toróide com sentido determinado pela regra da
mão direita.
31
Circuitos magnéticos
Seja o seguinte dispositivo dado pela figura 11. Temos agora dois materiais um
formado pelo núcleo de material ferromagnético e uma pequena interrupção
chamada entreferro. Ao se circular a corrente i pelas espiras da bobina um fluxo
aparecerá no circuito, isto é muito semelhante ao que ocorre nos circuitos
elétricos que você já estudou em Eletricidade Aplicada.
32
Observe que o fluxo circula pelo núcleo e pelo entreferro. Este fluxo é o mesmo,
equivalente a corrente que circula no circuito elétrico. O material do núcleo
oferece uma oposição à passagem do fluxo assim como no circuito elétrico existe
uma oposição à passagem da corrente elétrica. Nos circuitos elétricos esta
oposição à passagem da corrente se chama “Resistência” e nos circuitos
magnéticos a oposição se chama “Relutância”. No nosso circuito mostrado na
figura 19 temos duas relutâncias uma devida ao núcleo do material
ferromagnético e outra referente ao entreferro, pois o entreferro é composto por
outro material (ar, vácuo, ...). Nos circuitos elétricos temos uma força de
excitação dada pela fonte (tensão ou corrente) e nos circuitos magnéticos temos
a de força de excitação denominada de Força Magnetomotriz F, abreviada por
fmm. Nos circuitos elétricos a corrente “i” circula pelo circuito e nos circuitos
magnéticos temos o fluxo “ϕ”.
Observe que na figura 19 o circuito é descrito como sendo um circuito série.
Solução:
a) Para se determinar a fmm basta aplicar a lei circuital de Ampère. Desta
forma
𝑓𝑚𝑚 = 𝑈𝑎 + 𝑈𝑏 + 𝑈𝑐 = 𝐻𝑎 𝑙𝑎 + 𝐻𝑏 𝑙𝑏 + 𝐻𝑐 𝑙𝑐
34
𝜙 6. 10−4
𝐵𝑎 = 𝐵𝑏 = 𝐵𝑐 = = = 0,6 𝑇𝑒𝑠𝑙𝑎𝑠
𝐴 0,001
𝑓𝑚𝑚 50,4
𝐼= = = 0,504 𝐴𝑚𝑝è𝑟𝑒𝑠
𝑁 100
𝐵𝑎 0,6
𝜇𝑎 = = = 0,06 𝐻/𝑚
𝐻𝑎 10
𝐵𝑏 0,6
𝜇𝑏 = = = 0,007792 𝐻/𝑚
𝐻𝑏 77
𝐵𝑐 0,6
𝜇𝑐 = = = 0,001875 𝐻/𝑚
𝐻𝑐 320
c) Sabe-se que
𝜇𝑟𝑎 . 𝜇0 = 𝜇𝑎
portanto,
𝜇𝑎 0,06
𝜇𝑟𝑎 = = = 47746
𝜇0 4. 𝜋 . 10−7
𝜇𝑏
𝜇𝑟𝑏 = = 6.207
𝜇0
𝜇𝑐
𝜇𝑟𝑐 = = 1.492
𝜇0
𝐹𝑎 3
𝑅𝑎 = = = 5000
𝜙 6. 10−4
então:
𝑅𝑏 = 25667 𝑒 𝑅𝑐 = 53.333
Exemplo 2
Para o mesmo exemplo anterior, calcule o fluxo produzido por uma força
magnetomotriz aplicada de F = 35 A.espira. Como não há informações sobre a
relutância de cada seção não se pode calcular o ϕ diretamente. Uma solução é
pelo método da tentativa e erro. É razoável supor que a fmm esteja aplicada ao
material com a maior relutância, esta primeira tentativa irá produzir um erro, mas
o método pode ser refinado. A figura 14 mostra que o material que apresenta
36
𝑈𝑐 𝑓𝑚𝑚 35
𝐻𝑐 = = = = 350 𝐴. 𝑒𝑠𝑝𝑖𝑟𝑎/𝑚
𝑙𝑐 𝑙𝑐 0,1
𝑓𝑚𝑚 = 𝑈𝑐 + 𝑈𝑏
1
Ub = U
2 c
temos,
37
1,5 ∗ Uc = F = 35 A. espira
portanto:
𝑈𝑐 = 23,3 𝐴. 𝑒𝑠𝑝𝑖𝑟𝑎
23,3
𝐻𝑐 = = 233 A. espira/m
0,1
𝐵𝑐 = 0,4 𝑇𝑒𝑠𝑙𝑎
E daí se obtém o ϕ2
𝜙2 = 𝐵𝑐 . 𝐴𝑐 = 0,0004 𝑊𝑏
Que ainda é bastante superior a fmm de 35 (em cerca de 7%). Portanto seria
razoável diminuir em um mesmo fator para os três materiais (lembre-se que as
curvas B x H não são lineares, vide figura 14). Se a redução for de 5%.
Assumindo Uc = 22 A.espira, então:
22 𝑒𝑠𝑝𝑖𝑟𝑎
𝐻𝑐 = = 220 𝐴. 𝑒 𝐵𝑐 = 0,375 𝑇
0,1 𝑚
38
𝜙3 = 𝐵𝑐 . 𝐴𝑐 = 0,000375 𝑊𝑏
É suficiente este valor porque o uso da figura 14 não nos permite uma melhor
aproximação.
Exemplo 3
Um circuito magnético, tendo configuração e dimensões indicadas na figura, é
constituído de aço fundido com espessura 0,05 m e um entreferro de 0,002m
entre os pontos g e h. O problema é calcular a fmm a ser produzida pela bobina,
de forma a gerar um fluxo de 4.10-4 Weber no entreferro.
Para tanto a visualização do circuito permite uma melhor compreensão do
circuito e de sua resolução. O conhecimento do ϕgh permite a determinação da
queda de tensão (fmm) através do caminho dado por b-c. Desta forma se pode
determinar o fluxo na perna b-c (estão em paralelo). A fmm na perna c-a-b pode
ser calculada e quando somamos a queda da fmm ao longo de b-c obtemos a
fmm resultante. Para tanto é necessário dividir a o circuito em partes e
determinar os valores correspondentes a cada parte (seção) do circuito
magnético.
SEÇÃO G-H:
39
𝜙𝑔 4 ∗ 10−4 Weber
𝐵𝑔 = = = 0,16 𝑇
𝐴𝑔 0,0025
𝐵𝑔 0,16
𝐻𝑔 = = = 127300 𝐴. 𝑒/𝑚
𝜇0 4𝜋. 10−7
𝑙𝑓𝑘
𝑙𝑏𝑔 + 𝑙ℎ𝑐 = 2 (𝑙𝑏𝑑 + 𝑙𝑑𝑒 + 𝑙𝑒𝑓 + ) − 𝑙𝑔ℎ
2
= 0,498 𝑚
40
SEÇÂO B-C
O percurso bfkc está em paralelo com o percurso bc, isto implica que a fmm total
através do percurso fbkc também aparece no percurso bc, portanto
portanto,
317,2
𝐻𝑏𝑐 = = 1810 𝐴. 𝑒/𝑚
0,175
E da figura temos que para o aço fundido o fluxo correspondente obtido vale:
𝐵𝑏𝑐 = 1,38 𝑇
portanto,
SEÇÂO CAB
O fluxo total na perna c-a-b será dado pela soma dos dois fluxos
A partir deste valor de fluxo se pode determinar a fmm necessária para sustentá-
lo. Desta forma,
0,00385
𝐵𝑐𝑎𝑏 = = 1,026 𝑇
0,00375
Da tabela temos:
Parâmetro Indutância
𝑑𝑖
𝑣𝑙 = 𝐿.
𝑑𝑡
Ou reescrevendo a equação
𝑣𝑙
𝐿= 𝑒𝑚 𝐻𝑒𝑛𝑟𝑦𝑠 (𝐻)
𝑑𝑖
𝑑𝑡
42
1 𝑡
𝑖𝑡 = ∫ 𝑣 𝑑𝑡 + 𝑖0
𝐿 0 𝑙
Sabe-se que
𝑡
𝑊 = ∫ 𝑣𝑙 . 𝑖 𝑑𝑡 (𝐽𝑜𝑢𝑙𝑒𝑠)
0
e
𝑡 𝑡
𝑑𝑖 1
𝑊 = ∫ (𝐿 ) . 𝑖 𝑑𝑡 = ∫ 𝐿. 𝑖 𝑑𝑖 = 𝐿. 𝑖 2
0 𝑑𝑡 0 2
𝑑𝑖 𝑑𝜙
𝑣𝑙 = 𝐿. =𝑁
𝑑𝑡 𝑑𝑡
Então
𝑑𝜙
𝐿=𝑁
𝑑𝑖
e
𝜙
𝐿=𝑁
𝑖
𝑓𝑚𝑚 𝑁. 𝑖
𝜙= =
𝑟𝑒𝑙𝑢𝑡â𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑅
𝑙
𝑅=
𝜇. 𝐴𝑚
𝑁 2 𝜇𝐴𝑚 𝑁2
𝐿= =
𝑙 𝑅
44
As perdas por histerese e por correntes parasitas são objeto de estudo dos
alunos de engenharias por que o objetivo é minimizar estas perdas. Como dito
anteriormente as máquinas elétricas são os equipamentos que tem os maiores
rendimentos, de 90% a 98% são convertidos em trabalho (outra forma de
energia) e o resto em calor, vibração ou ruído (perdas).
As perdas por histerese estão associadas ao movimento nuclear na estrutura
cristalina nos átomos dos materiais ferromagnéticos, ou seja, se gasta energia
realinhando os campos magnéticos dos átomos. Se a máquina elétrica está
sujeita a operação em fluxos alternados, devido à corrente elétrica alternada, a
cada meio ciclo os átomos são orientados num sentido e no meio ciclo seguinte
são orientados no sentido oposto. Isto pode ser visto na curva de histerese.
Transformadores
Teoria de Operação
𝑣1 − 𝑒1 = 0
𝑑𝑖𝜙
𝑒𝑎𝑏 = 𝑒1 = 𝐿
𝑑𝑡
Substituindo tem-se
𝑑𝑖𝜙
𝑣1 = 𝑒1 = 𝐿 = 𝑒𝑎𝑏
𝑑𝑡
𝑖𝜙 = √2 𝐼𝜙 𝑠𝑒𝑛 𝜔𝑡
𝜋
𝑣1 = 𝑒1 = √2 (𝜔𝐿)𝐼𝜙 cos 𝜔𝑡 = √2 (𝜔𝐿)𝐼𝜙 𝑠𝑒𝑛 (𝜔𝑡 + )
2
𝐸1𝑚𝑎𝑥 = √2 (𝜔𝐿)𝐼𝜙 = √2 𝐸1
Onde
𝑑𝜙
𝑒𝑎𝑏 = 𝑒1 = 𝑁
𝑑𝑡
𝑑𝜙
𝑒𝑏𝑎 = −𝑒1 = −𝑁
𝑑𝑡
14 Em Matemática, a raiz do valor quadrático médio ou RMS (do inglês root mean square) ou valor
eficaz é uma medida estatística da magnitude de uma quantidade variável. Pode-se calcular para uma
série de valores discretos ou para uma função variável contínua. O nome deriva do fato de que é a raiz
quadrada da média aritmética dos quadrados dos valores
49
O sinal negativo estabelece que a fem induzida seja sempre no sentido que a
corrente deve circular (negativo) para se opor ao fluxo variável. Figura (b) mostra
isto.
A variação da corrente de magnetização corresponde a variação senoidal do
fluxo.
𝜙 = Φ𝑚𝑎𝑥 𝑠𝑒𝑛 𝜔𝑡
𝑑𝜙 𝜋
𝑒𝑏𝑎 = −𝑒1 = −𝑁 = −𝑁1 𝜔 cos 𝜔𝑡 = 𝐸1𝑚𝑎𝑥 𝑠𝑒𝑛 (𝜔𝑡 + )
𝑑𝑡 2
onde
E1max = N1 Φmax ω = √2 E1
e
Figura 18 Diagramas Fasoriais do reator ideal de núcleo de ferro (a) ponto de vista do
circuito, (b) ponto de vista do circuito e (c) diagrama do conjunto resultante.
50
N1 ∅m 2πf
E1 = = ϕm N1 = 4,44fϕm N1
√2 √2
N2 ∅m 2πf
E2 = = ϕm N2 = 4,44fϕm N2
√2 √2
𝑁1 𝐸1
= = 𝑎 ( 𝑐ℎ𝑎𝑚𝑎𝑑𝑎 𝑑𝑜 𝑟𝑒𝑙𝑎çã𝑜 𝑑𝑒 𝑡𝑟𝑎𝑛𝑠𝑓𝑜𝑟𝑚𝑎çã𝑜)
𝑁2 𝐸2
Observe que E1 e E2 estão em fase, pois são geradas pelo mesmo fluxo.
O autotransformador
É mais barato por que não existe o enrolamento secundário (não se gasta em
cobre), no enrolamento primário também é possível economizar pois a fiação
que corresponde ao secundário pode ser de menor diâmetro (menor gasto com
o cobre), pois a corrente que circula é menor devido a fem induzida, ou seja, a
maior parte da corrente passa pela bobina a-b da figura.
É possível ao autotransformador trabalhar no regime como sendo um abaixador
de tensão ou como um elevador de tensão, vide figuras:
Conexões trifásicas
Triângulo
A conexão Δ-Δ
A conexão Δ - Υ
A Conexão Υ-Υ
Para um funcionamento adequado a ligação Υ-Υ não deve ser realizada sem o
neutro, pois isto acarreta diversos problemas no funcionamento do
transformador.
O desbalanceamento de cargas no secundário implica em variação na tensão e
saída de cada fase.
A conexão Υ-Δ
Torque Eletromagnético
Quando em um sistema elétrico, circula uma corrente por uma bobina (condutor)
colocada em um campo magnético, resulta em uma ação motora, vide
experiência de Faraday no início do capítulo 1. Se os condutores estiverem
dispostos em uma estrutura livre para girar teremos o torque eletromagnético T
65
que por sua vez produz uma velocidade angular ω. Com o aparecimento da ação
motora os condutores girando no campo magnético produzem uma fem que é
uma tensão análoga à tensão produzida no primário de um transformador. O
campo de acoplamento magnético deve ser considerado no desenvolvimento do
torque e da fem. No caso da ação do gerador ocorre o processo inverso, o
elemento que gira (rotor) é acionado por uma força motriz proveniente de uma
ação mecânica (queda de água, passagem de vapor sob pressão ...)15 que causa
o aparecimento de uma tensão e nos terminais da armadura (parte fixa). A
circulação de corrente através da armadura interage com o campo magnético
para produzir um torque de reação, oposto ao torque criado pela força motriz.
Considere que temos um dispositivo de conversão eletromecânico de energia,
constituído de uma parte estacionária (estator) e outra parte móvel (rotor), vide
figura
𝑑𝜙 = 2𝐵𝑑𝐴
𝑑𝐴 = 𝑙. 𝑑𝑥
𝑑𝑥 = 𝑣. 𝑑𝑡
E
67
𝑑𝜙 = 2. 𝐵. 𝑙. 𝑣. 𝑑𝑡
e a fem
𝑑𝜙
𝑒= = 2. 𝐵. 𝑙. 𝑣
𝑑𝑡
𝑑𝜙
𝑒 = = 𝑛. 𝐵. 𝑙. 𝑣
𝑑𝑡
𝐹𝑐 = 𝐵. 𝑙. 𝑖
E para n condutores
𝐹𝑐 = 𝑛. 𝐵. 𝑙. 𝑖
𝑇 = 𝐹𝑐 . 𝑟 = 𝑛. 𝐵. 𝑙. 𝑟. 𝑖
𝑒 𝑛. 𝐵. 𝑙. 𝑣 𝜔𝑟
= =
𝑇 𝑛. 𝐵. 𝑙. 𝑖. 𝑟 𝑖
Onde
𝑣
𝜔𝑟 =
𝑟
𝑒. 𝑖 = 𝑇. 𝜔𝑟
Exemplo:
Uma máquina elétrica de dois pólos tem uma densidade de fluxo retangular de
0,4 T. Tem um comprimento axial de l=0,2m e um rotor de raio 0,1 m. O rotor
está equipado com uma única bobina de 20 espiras. Uma corrente de 5 A é
fornecida à bobina.
Calcule:
a) O fluxo máximo que pode enlaçar a bobina
b) Quando circulam na bobina 5A determine o torque em N.m
c) Assumindo que o torque produz uma velocidade de 900 rpm, determine a
fem induzida na bobina
d) Outra forma de encontrar o valor da fem
e) Qual a potência mecânica desenvolvida, em watts?
Solução:
a) O fluxo será máximo quando a bobina estiver perpendicular ao campo
𝑒. 𝑖 = 𝑇. 𝜔𝑟
2𝜋𝑓 2𝜋900
𝜔𝑟 = = = 94 𝑟𝑎𝑑/𝑠
60 60
𝑇. 𝜔𝑟 1,6 (94)
𝑒= = = 30 𝑣𝑜𝑙𝑡𝑠
𝑖 5
ou
𝑇. 𝜔𝑟 = 1,6.94 = 150𝑊
ou
𝑒. 𝑖 = 5.30 = 150 𝑊.
Tensões Induzidas
É mais útil lidar com uma distribuição senoidal da densidade de fluxo. Visto que
o processo de conversão envolve o movimento relativo entre o enrolamento de
campo e o enrolamento de armadura, sabe-se que o valor do fluxo muda, entre
um valor positivo máximo, um valor nulo, um valor máximo negativo e novamente
um valor nulo, este ciclo se repete toda vez que o a bobina passa através do par
de pólos de densidade de fluxo. O fluxo máximo penetra a bobina nas posições
correspondentes a β = 0º e β = 180º e seus múltiplos e o enlace mínimo ocorre
quando β = 90º e β = 270º e seus múltiplos. Quando a bobina se move em
relação ao campo, segue que o fluxo que enlaça a bobina pode ser expresso
como:
4
𝜙 = Φ𝑐𝑜𝑠 𝛽 = 𝐵 𝑙𝑟𝑐𝑜𝑠𝛽
𝑝 𝑚
O fator cosβ foi incluído por causa da distribuição senoidal. Β varia com o tempo
conforme
𝛽 = 𝜔𝑡
4
ϕ= 𝐵 𝑙𝑟𝑐𝑜𝑠𝜔𝑡 = Φ cos 𝜔𝑡
𝑝 𝑚
𝑑𝜙
𝑒= − = 𝜔𝑁Φ 𝑠𝑒𝑛 𝜔𝑡
𝑑𝑡
Figura – Motor de indução trifásico (a) indicando o estator com enrolamento trifásico e o rotor de
gaiola, (b) representação de um enrolamento de um estator trifásico conectado em Y
A bobina ‘a-a’ representa todas as bobinas associadas a fase “a”, para um par
de pólos. De forma semelhante a bobina ‘b-b’ representa a fase “b” e a bobina
‘c-c’ as bobinas da fase “c”. O rotor é formado por chapas de material
ferromagnético com ranhuras, mas o enrolamento do rotor pode ser do tipo
gaiola ou do tipo rotor enrolado, sendo de forma parecida com o do estator. Os
terminais dos enrolamentos saem por meio de três anéis coletores. Isto permite
que um resistor trifásico (três resistores) seja ligado ao enrolamento do rotor,
com o propósito de controlar a velocidade. Na realidade é a necessidade de
controle de velocidade que justifica o uso de do motor de indução do tipo rotor
enrolado. O tipo de rotor gaiola é uma construção simples e econômica, e
também é mais robusto. Não existem anéis coletores e nem escovas com que
se preocupar. Correntes de magnetização circulam nos enrolamentos das fases
e criam um campo magnético girante. A velocidade do campo é determinada
pela frequência elétrica das correntes e pelo número de polos com o qual o
enrolamento foi projetado.
73
Máquinas Síncronas
salientes, com uma bobina enrolada em cada perna. Quando operados como
gerador as máquinas síncronas recebem energia mecânica de uma fonte motriz
como uma turbina a vapor e são acionadas a uma velocidade fixa. O enrolamento
do rotor é energizado a partir de uma fonte cc, desta forma gerando uma
distribuição de campo no entreferro. Quando o rotor está parado e uma corrente
contínua circula no enrolamento do rotor, nenhuma tensão é induzida no
enrolamento do estator porque o fluxo não corta as bobinas do estator. Contudo
quando o rotor está acionado na velocidade plena, uma tensão é induzida no
enrolamento do estator e, com uma carga adequada ligada, a energia elétrica
pode ser entregue a mesma.
Para as máquinas síncronas, o enrolamento de campo está no rotor; o
enrolamento de armadura está colocado no estator, esta conclusão é válida
mesmo quando a máquina síncrona opera como um motor. Neste modo de
operação, a potência ca é aplicada no enrolamento do estator e uma potência cc
é aplicada no enrolamento do rotor, com o propósito de energizar os polos do
campo. Diferente do motor de indução o motor síncrono é uma máquina de
alimentação dupla. Esta característica proporciona a máquina desenvolver um
torque não nulo e apenas uma velocidade (por isto o nome síncrono). Os
comprimentos dos entreferros são maiores que os encontrados nos motores de
indução. As máquinas síncronas são mais caras e menos robustas que os
motores de indução, porque o rotor deve ser equipado com anéis coletores e
escovas para permitir a passagem da corrente contínua ao enrolamento de
campo.
Controle de Velocidade
A solução por Inversor é melhor opção do que a solução por motor CC – gerador
CA, citado anteriormente. O inversor transforma uma fonte CC em uma fonte de
frequência variável. A figura mostra o esquema funcional.
𝑉𝑑𝑐 = 𝐾1 𝐸𝑠
𝐹0 = 𝑘2 𝐸𝑠
Uma das características mais atraentes que o motor de CC oferece sobre todos
os motores é a relativa facilidade com a qual o controle de velocidade pode ser
obtido, ao longo de uma ampla faixa. A velocidade pode ser ajustada se qualquer
um dos três fatores ϕ, Re e Vt for alterado.
No motor de derivação
No motor Composto
Uma análise semelhante a que foi feita para o motor em derivação pode ser
empregada para o motor composto. Contudo o resultado depende da resistência
relativa da contribuição do campo série frente a frente com o campo em
derivação.
Motor série
O controle do fluxo do pólo para o motor série é obtido através do uso de uma
resistência desviadora Rd indicado na figura
Motor em derivação
Motor composto
Motor série
A figura ilustra o arranjo usado para controlar a velocidade do motor série por
meio de resistência externa. O aumento de Re deve ser acompanhado de uma
redução da velocidade em ω.
Motor Série
Apêndice
Fasor
• Valor de Pico: Vp e Ip
• Valor Eficaz: Vef e Ief
• Velocidade Angular: ω
• Freqüência: f
• Período: T
• Fase Inicial: θ
Quando um sinal está adiantada (já passou pelo zero e está crescendo) dizemos
que é equivalente ao sinal normal acrescido de um ângulo Θ.
86
Quando um sinal está atrasado (ainda não passou pelo zero e está crescendo)
dizemos que é equivalente ao sinal normal diminuído de um ângulo Θ.
Quando os sinais estão em fase são mostrados sem nenhum ângulo Θ entre si,
embora possam estar ambos atrasados ou adiantados (mas com o mesmo
ângulo Θ).
R = √x 2 + y 2
e
x
θ = arctan
𝑦
Infelizmente, a função arco tangente não distingue entre uma direção e a outra
exatamente oposta. Para pontos no 2º e 3º quadrantes, deve-se adicionar 180º
para se obter o valor correto do ângulo. Para pontos no 4º quadrante, o arco
tangente dá um ângulo negativo e devemos adicionar.
Conversão de polares para retangulares: é simples converter coordenadas
polares para retangulares e vice-versa. Se as coordenadas polares de um ponto
são r e Φ, então suas coordenadas retangulares são:
x = r cos θ
y = r sin θ
Turbinas Hidráulicas
Introdução
Classificação
Turbinas Francis
Turbinas Pelton
91
Turbinas Hélice
visto no item anterior. Quanto ao número de pás as turbinas Kaplan podem ser
de:
-4 pás (para 10 < H < 20m);
-5 pás (para 12 < H < 23m);
-6 pás (para 15 < H < 35m);
-8 pás (para H > 35m).
São utilizadas para rotações específicas acima de 350 rpm. Permitem uma
ampla variação da descarga e da potência sem apreciável variação do
rendimento total.
Turbinas Dériaz
Turbinas Bulbo
Turbinas Straflo
Fonte http://www.dem.feis.unesp.br/intranet/capitulo8.pdf
96
Práticas de laboratório
Levar um motor elétrico desmontado para mostrar numa palestra como esta não
é uma coisa tão importante pois os alunos vão olhar e dizer: “Poxa, legal! E daí?”.
O que eles querem é ação. O interessante é levar um equipamento que possa
mostrar o princípio de funcionamento do motor elétrico e a cima de tudo:
funcione!
Existem algumas maneira de se construir um motor elétrico de corrente contínua,
o que será mostrado aqui é baseado numa construção simples feita pelo Didatica
Center. Ao invés de montá-lo você pode comprar o kit pronto para montar.
Depois de montado, o equipamento se parecerá com o da figura ao lado.
98
Ele é composto de uma haste que tem um paralelepípedo, que servirá como
núcleo ferromagnético, no centro. Esta haste está apoiada em dois suportes de
forma que possa girar livremente. A haste, nesta montagem, deve ser feita de
material isolante. Um fio condutor é enrolado ao redor do núcleo ferromagnético
para maximizar o campo magnético.
Este fio está em contato com duas placas de material condutor na ponta da
haste. Estas placas, quando a haste girar, terão contato intermitente com outros
dois fio que estão ligados até duas pilhas, novamente, preferencialmente do
tamanho “A” (médio) para aumentar a durabilidade. Este contato intermitente
deve existir pois quando a bobina contiver uma corrente, existirá um campo
magnético através do ferromagnético. Ao aproximarmos um imã desta bobina,
ela tentará se alinhar com o campo magnético do imã, porém, uma vez alinhada,
ela ficaria parada numa posição de equilíbrio. Para evitar isso, desligamos o
campo magnético desfazendo o contato entre a bobina e as pilhas, assim pela
inércia a bobina continuará a girar, ao invés de parar na posição de equilíbrio.
Então, ligamos o contato novamente para que ela tente se alinhar com o campo,
99
Fenômenos Eletromagnéticos
1) Objetivos gerais:
Ao término das atividades o aluno deverá ser capaz de:
- identificar e/ou descrever o campo magnético e o vetor indução magnética:
- comparar o campo elétrico com o campo magnético;
- concluir que a variação do fluxo de indução magnética pode induzir uma
corrente elétrica num condutor;
- relacionar a corrente elétrica induzida num condutor com a variação do fluxo de
indução magnética que a originou;
- relacionar a indução magnética com as cargas móveis que a originaram;
- concluir, que uma carga elétrica em movimento gera um campo com indução
magnética B em torno dela;
- concluir que uma corrente elétrica é capaz de produzir efeitos magnéticos;
- utilizar os conhecimentos sobre a experiência de Oersted;
- utilizar os conhecimentos sobre a lei de Biot -Savart;
- utilizar os conhecimentos sobre a lei de Faraday- Lenz.
2) Materiais necessários
3) Fundamentos teóricos
Quando uma corrente elétrica de intensidade i circula por uma bobina, surge no
seu interior, na direção do seu eixo, um campo magnético B praticamente
uniforme. No caso da bobina se encontra no vácuo, o valor modular deste campo
magnético é fornecido pela expressão:
H=4π(NI/L)
Onde:
Φ= B.A cos α.
Obs: Não recomendamos esta atividade, com fontes sem segurança eletrônica
contra curto circuito
4) Montagem
Execute a montagem conforme a figura
103
5.1 Antes de ligar o conjunto, aproxime o pólo norte do ímã em U (num plano
horizontalmente abaixo ao que se encontra o ímã em barra)
Segundo suas observações, como você diria que se comportam os pólos de dois
ímãs quando aproximados um do outro?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
5.2. Com a chave inversora (6) desligada, ligue a fonte de alimentação (5) e
ajuste a tensão para um ou dois volts.
Embora a fonte possua segurança eletrônica contra curto-circuito, não
recomendamos a demora em atividades curto-circuitadas, isto reduziria a vida
média dos componentes eletrônicos, portanto, após verificar os efeitos
desejados desligue a chave auxiliar.
104
Segundo suas observações, o que você diria que surgiu ao redor do condutor,
capaz de movimentar o imã, quando circulou uma corrente elétrica entre os
pontos A e B do circuito?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
5.4 Refaça as atividades anteriores, deixando o imã por baixo do trecho A-B e
comente o observado
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
Como você diria que se comporta o sentido do vetor indução, que surge em um
ponto qualquer, ao redor do condutor, em função do sentido da corrente que
circula pelo fio?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
105
_______________________________________________________________
Figuras 3 e 4
5·5 Da mesma maneira que você faz para guardar uma mangueira (enrolando),
faça com que o fio passe duas vezes pelo trecho A-B. Com isto, faremos circular
duas vezes mais corrente (no mesmo sentido) na proximidade do imã.
Ligue a chave, observe e comente se a intensidade do vetor densidade de fluxo
de B depende do número de espiras do fio.
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_________________________________________________________________
Figuras 5
5.7. Torne a introduzir o pólo norte do ímã no interior da bobina, pare com ele
dentro da mesma e torne a retirá-lo.
Refaça esta operação com maior rapidez e compare os dois casos.
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_________________________________________________________________
Figura 6
107
5·12. Monte o circuito, conforme a figura 10, com a fonte regulada para 5V-CCe
utilizando a bobina de 600 espiras. Aproxime o interior da bobina do imã e ligue
o circuito. Descreva suas observações e conclusões.
109
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
ATENÇÃO: Não deixe A bobina ligada mais que 30 segundos, ela aquecerá e
poderá afetar o isolamento entre as espiras
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
Magnetismo
1. Objetivo Geral:
Ao término das atividades o aluno deverá ser capaz de:
Compreender o magnetismo natural e suas implicações
Estudar o funcionamento da bússola.
Associar imãs
2. Materiais
Dois imãs em barra
Uma bússola.
GPS de celular
Barras de Ferro, Cobre e Alumínio
3. Montagem
Execute as montagens conforme as figuras
1. Objetivos Gerais
- levar o aluno a mapear as linhas de indução magnética geradas por uma
corrente elétrica que circula num condutor retilineo;
- levar o aluno a reconhecer a validade das leis de Faraday e Lenz, bem como a
aplicação de suas regras.
2. Materiais Necessários
3. Fundamentos Teóricos
O ímã natural é a mais antiga fonte de magnetismo conhecida. Por volta de 1820,
Öersted descobriu que ao circular uma corrente elétrica num condutor, surge ao
redor deste um campo magnético B. Este campo magnético é uma grandeza
vetorial que, para ficar perfeitamente caracterizada, é muito importante se levar
em conta o meio que circunda o condutor pelo qual se movimenta a corrente
115
elétrica, este meio, sem dúvida alguma, pode provocar grandes alterações no
comportamento do campo magnético B.
Pelo motivo acima exposto, continuaremos a analisar o vetor indução magnética
B em nossas atividades.
Um a processo simples que permite se obter boas informações sobre o vetor
indução magnética B é a utilização de Pequenas limalhas de ferro que, em
presença de campos magnéticos, se orientam segundo as ''linhas de indução
magnética''. A observação da orientação das limalhas fornece importantes
informações do comportamento da indução magnética B na região em estudo.
4. Montagem
Atenção! Durante esta atividade você operará diretamente com a tensão da rede
local sobre a bobina primária e fará circular no secundário (conjunto formado
pela bobina2 e o que nela estiver ligado) uma alta corrente, consequentemente,
116
Execute a montagem básica conforme o (item 1 se a rede local for 110 VAC e
item 3 para redes 220 VAC), mantendo o conjunto desligado da rede até
recomendações em contrário e observando as etapas seguintes:
41. Articule a parte móvel da mesa com junção (8) e encaixe a lateral vertical da
espira quadrada (3) no primeiro orifício, tornando a fechar a mesa.
4.2. Caso haja necessidade, solte o manípulo que fixa a mesa na haste, subindo
ou descendo o conjunto.
Mantendo a Chave desligada, conecte o conjunto na tomada local.
B α (i/d) (1)
Como você diria que a indução magnética B, num dado ponto "p" próximo de um
fio condutor retilíneo longo, está relacionado com a corrente elétrica, que circula
no condutor com uma intensidade i e a menor distancia d do ponto ao condutor?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
B = µi/2πd (2)
5·5·Supondo que a intensidade de corrente i que circula pelo fio (espira) seja
75A, qual seria o valor do vetor indução magnética B num ponto "P" (no vácuo)
distante 0,2m do fio?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
120
Objetivos Gerais
- Levar o aluno a mapear as linhas de indução magnética gerada por uma
corrente elétrica que circula no mesmo sentido em dois condutores paralelos e
retilíneos;
- levar o aluno a reconhecer a validade das leis de Faraday e Lenz, bem como a
aplicação de suas regras.
2. Materiais Necessários
3. Montagem
Atenção! Durante esta atividade você operará diretamente com a tensão da rede
local sobre a bobina primária e fará circular no secundário (conjunto forma pela
bobina 2 e o que nela estiver ligado) uma alta corrente, consequentemente,
secundário dissipará uma apreciável energia térmica devido ao efeito Joule,
aquecendo relevantemente o sistema.
Recomendamos que o conjunto seja ligado somente o tempo necessário para
ocorrer o alinhamento das limalhas de ferro ao redor do condutor e desligando,
imediatamente, ao término de cada operação.
Figura da montagem
4.1. Espalhe limalha de ferro ao redor dos condutores paralelos, que passam
pelos orifícios da mesa (8) e ligue a chave geral. Mantenha a chave ligada
apenas o necessário para, dando pequenas batidas (com o dedo) sobre a mesa
(8), obter um bom efeito visual do alinhamento das limalhas.
Figura2
Figura 3
4.4 Utilizando a figura, analise a situação para o caso do fio 1 conduzir uma
corrente no sentido contrário ao do fio 2.
Figura 4
4.6 Com o transformador desligado remova o conjunto da mesa de junção (8) e a espira
com fios paralelos (15)
4.6.1 Fixe os trilhos condutores para os dois balanços (18) na bobina de 5 espiras (2) e
deposite sobre os trilhos os dois balanços condutores, afastados cerca de 5 mm entre
si.
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
126
l. Objetivos Gerais:
Ao término destas atividades o aluno deverá ser capaz de:
- Descrever o funcionamento de um transformador elevador ou abaixador de
tensão;
- Utilizar conhecimentos sobre alei de Oersted;
- Utilizar conhecimentos sobre alei de Faraday;
- Utilizar conhecimentos sobre alei de Lenz;
-Utilizar as equações e as relações existentes entre as tensões, correntes
induzidas e números de espiras, existentes entre o primário e secundário deum
transformador ideal;
- Reconhecer as limitações das relações apresentadas.
3. Fundamentos Teóricos
O transformador é um equipamento que, basicamente, se constitui de uma
bobina, chamada primário, por onde circula uma corrente elétrica variável i,
capaz de provocar, no seu interior, uma indução magnética B, também variável
e, a partir desta (ampliada e canalizada em grande parte por
Lei de LENZ:
"O sentido da corrente induzida é aquele que produz um fluxo de indução
magnética que se opõe à variação do fluxo eletromagnético que lhe deu
origem."
128
E=-(L\q>JL\t)
4 Montagem
Execute a montagem conforme afigura 1 (mantendo a fonte desligada até
recomendação em contrário).
5.1. Espalhe limalha de ferro sobre a mesa (8) e ligue a chave geral. Mantenha
a chave ligada apenas o necessário para, dando pequenas batidas (com o
dedo) sobre a mesa (8), obter um bom efeito visual do alinhamento das
limalhas.
5·3. Regule a fonte para 0,5VCC, mantendo a chave geral (9) desligada.
O polo norte geográfico da Terra está próximo do seu polo sul magnético,
enquanto que o seu polo sul geográfico está próximo do polo norte magnético."
131
5·8. Espalhe limalha de ferro sobre a mesa (8) e ligue a chave geral.
Mantenha a chave ligada apenas o necessário para, dando pequenas batidas
(com o dedo) sobre a mesa (8), obter um bom efeito visual do alinhamento das
limalhas.
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
___________________________________
polaridade original.
Observando a lâmpada, abra e feche o contato através da garra jacaré,
primeiro lentamente e depois mais rápido. Justifique o ocorrido em termos de
força eletromotriz induzida.
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_________________________
____________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
____________________________
____________________
6.Atividadeopcional:
6.1. Com o transformador a vazio, determine sua tensão de entrada e a
intensidade de corrente que circula no primário (corrente de magnetização).
____________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
____________________________
igualdade:
Referências Bibliográficas: