Notas de Aula Maquinas Eletricas

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Notas de Aula

Elementos de Máquinas Elétricas

Prof. Mauro José Kummer


2016-2
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Sumário
Comentário Inicial ............................................................................................................. 4
Introdução ......................................................................................................................... 5
Divisão Histórica Magnetismo e eletromagnetismo ................................................. 7
Algumas aplicações de máquinas elétricas............................................................ 16
Funcionamento das máquinas elétricas ................................................................. 17
Permeabilidade ........................................................................................................... 19
Permeabilidade relativa........................................................................................... 20
Fluxo Magnético ϕ....................................................................................................... 21
Linhas de força ........................................................................................................... 23
Intensidade de Campo Magnético H .......................................................................... 23
Lei de Ampère de circuito ........................................................................................... 24
Relações deduzidas ................................................................................................... 25
Teoria do Magnetismo ................................................................................................ 26
Magnetismo terrestre .............................................................................................. 26
Magnetismo nuclear ................................................................................................ 26
Curvas de Magnetização de Materiais Ferromagnéticos .......................................... 30
Circuitos magnéticos .................................................................................................. 31
Cálculos de circuitos magnéticos ............................................................................... 33
Parâmetro Indutância ................................................................................................. 41
Ponto de vista energia ............................................................................................ 42
Ponto de vista Físico ............................................................................................... 43
Perdas por Histerese e correntes parasitas em materiais ferromagnéticos ............. 44
Transformadores ............................................................................................................ 46
Teoria de Operação .................................................................................................... 46
Reator ideal de núcleo de Ferro ............................................................................. 46
Reator de núcleo de ferro Real ............................................................................... 50
O transformador de dois enrolamentos ...................................................................... 50
Transformador a vazio (sem carga)........................................................................ 51
Transformador com carga ....................................................................................... 52
O autotransformador ................................................................................................... 54
O Transformador em Circuitos trifásicos .................................................................... 56
Conexões trifásicas ................................................................................................. 57
Tipos de conexão possíveis trifásicas .................................................................... 58
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A conexão Δ-Δ ........................................................................................................ 59


A conexão Δ - Υ ...................................................................................................... 60
A Conexão Υ-Υ........................................................................................................ 62
A conexão Υ-Δ ........................................................................................................ 62
Conversão Eletromecânica de Energia ......................................................................... 64
Torque Eletromagnético ............................................................................................. 64
Tensões Induzidas ..................................................................................................... 69
Aspectos de construção de máquinas elétricas ................................................ 71
Motor de indução trifásico .................................................................................. 72
Máquinas Síncronas ............................................................................................. 73
Máquinas de corrente contínua ........................................................................ 74
Controle de Velocidade ......................................................................................... 75
Método Eletrônico de Controle de Velocidade ................................................. 76
Controle de velocidades em motores de corrente contínua ........................... 78
Por ajuste do fluxo do polo ϕ .............................................................................. 78
Controle de Velocidade por meio de resistência de Armadura externa Re
................................................................................................................................. 79
Controle de Velocidade por tensão de armadura ajustável ....................... 80
Controladores para motores de indução trifásicos ............................................ 81
Apêndice ......................................................................................................................... 84
Turbinas Hidráulicas ....................................................................................................... 89
Práticas de laboratório ................................................................................................... 96
Fenômenos Eletromagnéticos .................................................................................. 100
Magnetismo ............................................................................................................ 111
Indução Magnética Gerada por uma Corrente elétrica num Condutor Retilíneo .... 114
Indução Magnética entre dois condutores paralelos retilíneos percorridos por
correntes elétricas..................................................................................................... 120
Os Transformadores elevadores e abaixadores de tensão ............................. 126
Referências Bibliográficas: ........................................................................................... 141
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Comentário Inicial

Estas notas de aula foram construídas a partir do Livro Fundamentos de


Máquinas Elétricas, escrito por Vicent Del Toro e da apostila de práticas de
laboratório da Maxwell (MMECL 7773). A maior parte do conteúdo é da obra do
autor citado, foram acrescentadas partes de minha autoria, como forma a
completar os assuntos, de forma a deixar o material mais fácil para entendimento
dos alunos.
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Introdução

Um engenheiro é o profissional que resolve problemas de engenharia. A base


do trabalho de um engenheiro é a aplicação de energia para resolver os
problemas. A energia se apresenta em várias formas. Temos:
• Energia elétrica,
• Energia potencial,
• Energia gravitacional,
• Energia elástica,
• Energia nuclear,
• Energia cinética,
• Energia térmica,
• Energia química, energia eólica,
• ...

Por definição, energia é a capacidade nas quais sistemas se inter-relacionam e


produzem trabalho.
Em física, a palavra trabalho significa a relação existente entre a força e o
deslocamento. Dizemos que existe trabalho quando uma força aplicada num
corpo provoca o deslocamento desse corpo, ou seja, quando a força não desloca
o corpo, ela não realiza trabalho.

Figura 1 Representação de trabalho realizado por uma força

A lei de conservação de energia nos diz que a energia não é criada e nem
destruída, mas que uma forma de energia pode ser transformada (ou convertida)
em outra. Este fato é de importância para esta disciplina, pois máquinas elétricas
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são dispositivos que têm os melhores rendimentos ao transformar a energia


elétrica em outras formas de energia.

Figura ilustrativa de exemplos de máquinas elétricas.

Rendimento ou eficiência representa uma medida segundo a qual os recursos


são convertidos em resultados de forma mais econômica. Na física e engenharia,
define-se eficiência como sendo a relação entre a energia fornecida a um
sistema (seja em termos de calor ou de trabalho) e a energia produzida pelo
sistema (normalmente na forma de trabalho). A eficiência de um processo é
definida como:

𝑊
𝜂= (𝑒𝑞𝑢𝑎çã𝑜 1.1)
𝑒𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎

Onde W1 é a quantidade de trabalho útil produzido no processo; energia é a


quantidade de energia oferecida ao sistema. Num sistema fechado, a eficiência
é estritamente menor que 100%.
Por exemplo, um motor elétrico converte aproximadamente 90% da energia
elétrica em energia mecânica e o restante em calor, vibrações e ruído (perdas)2.

1 W do inglês - trabalho
2 Outras formas de energia
7

Imagem da evolução de eficiência energética de motores de um fabricante

Unidades de medida de energia no Sistema Internacional (SI) é o Joule (J), ou

𝑚2
1𝐽 = 1𝑁. 1𝑚 = 1𝐾𝑔.
𝑠2

Divisão Histórica Magnetismo e eletromagnetismo3

O estudante de máquinas elétricas certamente terá maior aproveitamento se


compreender a evolução do magnetismo e da eletricidade ao longo do
desenvolvimento da ciência, desde a antiguidade até os dias atuais.

Antiguidade
Hoje em dia nós sabemos que os efeitos elétricos e magnéticos estão
diretamente relacionados, mas nem sempre foi assim. O magnetismo já era
conhecido desde as civilizações antigas. Tales, de Mileto, na Grécia já conhecia

3Materials produzido por ISOLA, VINICIUS A História do Eletromagnetismo acessado em


10/03/2017
http://www.ifi.unicamp.br/~lunazzi/F530_F590_F690_F809_F895/F809/F809_sem1_2003/9925
58ViniciusIsola-RMartins_F809_RF09_0.pdf
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os efeitos de atração e repulsão de uma pedra de um tipo de óxido de ferro. Essa


pedra recebeu o nome de magnetita (conhecido popularmente como imã), pois
existiu um pastor grego chamado Magnes que percebeu que as pedras
grudavam em seu cajado de ferro. Também existem registros de que a
civilização chinesa já utilizava a bússola desde o século III A.C., e que os
chineses já sabiam magnetizar o aço através de imãs naturais, mas não existia
teoria que explicasse o fenômeno.
Na Grécia Antiga também era conhecido o fato de que ao se atritar um pedaço
de âmbar com o pelo de algum animal esse adquiria a propriedade de atrair
pequenas partículas de pó ou pequenos pedaços de plumas. O âmbar é uma
resina fóssil translúcida e amarela derivada de antigos pinheiros, que já não
existe mais.
Na idade média, Petrus Peregrinus produziu uma obra intitulada Epístola de
Magnete, onde relatava experiências com o magnetismo, talvez este seja o
primeiro trabalho, de que temos notícias, que buscava explicar os fenômenos
elétricos e magnéticos. Peregrinus não fazia, porém, distinção entre os
diferentes tipos de atração: a magnética e a elétrica. Essa obra permaneceu
ignorada até fins do século XVI.

1.2. O Início da Ciência


Apenas depois que William Gilbert (1544-1603) iniciou o estudo sistemático da
eletricidade e conseguiu provar que não é apenas o âmbar que adquire essa
estranha propriedade. Descobriu também que ao se esfregar seda num pedaço
de vidro este adquiria propriedade semelhante, com algumas características
diferentes, e deu nome aos dois efeitos, chamando-os de eletricidade resinosa
(para a do âmbar) e eletricidade vítrea (para a do vidro). O nome elétrico deriva
da palavra grega Elektron, que significa âmbar.
Ele também foi o primeiro a dar uma explicação ao fenômeno. Ele dizia que
existia um fluido nos materiais, e que esse fluido era retirado ao se atritar com a
pele de um animal, e ao se retirar esse fluido restava uma emanação, a qual
causava a força que atraia as partículas de pó. Gilbert era um médico famoso
em Londres e publicou em Latim o tratado “De Magnete”, onde discorria sobre
as propriedades de atração do imã e do âmbar, além de sugerir que a Terra era
um grande imã, com isso ele estabeleceu a distinção entre a eletricidade e o
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magnetismo. A obra de Gilbert pode ser considerada como a primeira investida


na tentativa de se teorizar os fenômenos da eletricidade e do magnetismo.
Com as descobertas de Gilbert seguiu-se uma grande quantidade de pessoas
construindo aparelhos eletrostáticos, o pioneiro dessas pessoas foi Otto Von
Guericke (1602-1686) que inventou uma importante máquina de fricção
utilizando uma bola de enxofre moldada num globo de vidro que gerava cargas
elétricas ao se girar a bola. A produção dessas máquinas trouxe grandes
mudanças para o estudo dos fenômenos eletrostáticos, pois, passou-se da
simples observação para a experimentação.
É bom lembrar que essas máquinas não eram construídas para fins práticos e
sim por admiração e fascínio. Na época muitas pessoas também acreditavam
que elas tinham efeitos terapêuticos. Estas máquinas originaram várias
descobertas como a descoberta de que objetos carregados eletricamente se
repeliam ou atraíam.
Também foi descoberto que existem dois tipos de materiais, os que conduzem
eletricidade (condutores) e os que não conduzem (isolantes).
Na Holanda em 1745 Peter von Musschenbroek (1692-1761) verificou que
também que era possível armazenar a eletricidade, e registrou a invenção
chamada de garrafa de Leyden, por meio da qual poderia acumular
consideráveis quantidades de eletricidade e depois descarrega-la facilmente
através de um grande choque.
O padre Jean-Antonie Nollet (1700-1770) construiu uma máquina que gerava
eletricidade estática e a acumulou através de uma garrafa de Leyden. Na hora
de descarregar deu um choque em centenas de frades alinhados segurando em
um condutor fazendo-os saltar simultaneamente.

Trazendo para a Prática


Conseguindo produzir e armazenar a eletricidade, surgiram outras propriedades
interessantes. William Watson (1715-1787) conseguiu transmitir a eletricidade
por mais de 3km e admitiu que a transmissão era instantânea.
Benjamin Franklin (1706-1790) fez algumas pipas voarem numa tempestade e
conseguiu através disso acumular cargas elétricas num objeto de ferro
pendurado na outra ponta do fio, provando assim que o relâmpago é um
fenômeno elétrico.
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Através disso ele criou o para-raios que se difundiu rapidamente, uma das
primeiras invenções práticas que utilizava as propriedades elétricas.
Foi Franklin que criou a terminologia de cargas positivas e negativas e também
disse que cargas de mesmo sinal se repelem e cargas de sinais opostos se
atraem.

Mais uma Caminhada Teórica


Em 1785 um francês chamado Charles Augustin de Coulomb (1735-1806),
utilizando uma balança de torção conseguiu quantificar a força elétrica e
descobriu a espantosa lei que hoje recebe seu nome, a lei de Coulomb, que diz
que a força elétrica tem intensidade proporcional às cargas e inversamente
proporcional ao quadrado da distância.
Essa nova teoria marcou um grande passo que levou o estudo da eletricidade
do qualitativo para o quantitativo.
Henry Cavendish (1731-1810) desenvolveu várias ideias quantitativas das
quais, grande parte de sua obra só foi publicada 100 anos depois por James
Clerk Maxwell (1831-1879) que também alicerçou o lado quantitativo dos
fenômenos elétricos. Ele descobriu por sua própria conta, de forma semelhante,
a lei de Coulomb.
Cavendish demonstrou que a capacidade de um condensador, um dispositivo
que armazena energia elétrica, dependia da substância inserida entre as placas
e estabeleceu o grau de eletrificação de um corpo em relação ao ângulo formado
entre duas folhas de ouro, que se repeliam, quando submetidas ao contato com
a eletricidade. Trabalhou com a ideia de distribuição de cargas elétricas nas
superfícies de condutores e com a ideia de potencial elétrico, cabendo a ele,
também, afirmar que todos os pontos de uma superfície de um condutor tinham
o mesmo potencial elétrico. Em seu trabalho de 1771 ele estabeleceu a diferença
entre carga elétrica armazenada em um corpo e tensão. Estes fatos selaram a
afirmação de que, pelos fins do século XVIII, todos os princípios básicos da
eletrostática e da "magnetostática" estavam estabelecidos

Eletricidade Contínua
No dia 28 de junho de 1800 o naturalista inglês Joseph Bank (1743-1820) fazia
a leitura para a “Royal Society” de uma carta de Alessandro Volta (1745-1827)
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que relatava, o físico italiano, ter conseguido produzir corrente elétrica contínua
utilizando a sua célebre invenção, a pilha.
Na verdade, Volta havia construído a sua pilha em 1796 e foi o primeiro a
conseguir retirar energia elétrica de uma outra fonte que não seja mecânica. Na
pilha de Volta, as reações químicas que ocorrem entre dois metais são as
responsáveis pela energia elétrica resultante. O fluxo de elétrons que sai de um
material e vai para o outro produz esta corrente que é praticamente constante
(enquanto durarem os materiais). O processo é hoje chamado de óxido-redução.
Após a invenção da pilha, diversos experimentos utilizando correntes contínuas
apareceram e grandes descobertas foram feitas, dando destaque para duas
principais ambas do ilustre cientista inglês Humphrey Davy (1778-1829). Ele
conseguiu decompor a água em oxigênio e hidrogênio passando por ela uma
enorme corrente conseguida através de uma montagem de uma enorme pilha
com mais de duzentas placas de zinco e cobre. Através da mesma montagem
também foi possível obter na forma pura diversos outros elementos tais como
sódio e potássio e alguns outros elementos desconhecidos na época, tais como:
cálcio, estrôncio, bário e magnésio. O processo foi batizado de eletrólise.
A outra descoberta importante foi o arco elétrico. Davy percebeu que uma
grande fagulha se formava quando interrompia o circuito formado pelas pilhas.
Esse fenômeno trouxe a inauguração de uma nova forma de iluminação: o arco
voltaico.

O casamento da eletricidade com o magnetismo


Em 1820 um novo fenômeno foi observado por acaso pelo físico dinamarquês
Hans Christian Öersted (1777-1825). Durante uma de suas aulas sobre o efeito
térmico das correntes nos fios condutores, percebeu que ao passar uma corrente
pelo fio, uma agulha magnética próxima ao fio era influenciada. Investigando a
fundo percebeu que ao se passar uma corrente elétrica por um fio um campo
magnético é gerado ao seu redor. A notícia se espalhou rapidamente e muitas
outras experiências foram realizadas. André Marie Ampère (1775-1836), um
matemático francês logo descobriu o efeito das correntes de um fio nas correntes
de outro fio próximo e estabeleceu a primeira teoria matemática desse novo
fenômeno. Observou que correntes em fios paralelos com o mesmo sentido
repeliam os fios e correntes no sentido oposto os atraiam e estabeleceu as
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equações matemáticas. Construiu em 1822 um solenoide para criar campos


magnéticos.
Os passos iniciais da eletricidade ficaram ainda mais alicerçados quando o físico
alemão George Simon Ohm (1789-1854) anunciou em 1827 a lei que hoje
recebe seu nome. A lei de Ohm diz que a corrente que atravessa um circuito é
proporcional à tensão dividida pela resistência do circuito.

O Eletromagnetismo
Michael Faraday (1791-1867), físico inglês, descobriu onze anos depois de
Oersted ter feito o casamento da eletricidade com o magnetismo, que a variação
magnética ao redor de um fio gera uma corrente neste. Com a descoberta de
Oersted muitos motores foram construídos e outras maneiras de gerar
movimento através da eletricidade foram inventadas.
Enquanto Faraday estudava essas novas formas de gerar movimento ele
descobriu que ao se ter um campo magnético variável ao redor de um fio
condutor, uma corrente era gerada neste fio. Ou seja, Faraday descobriu uma
maneira de gerar eletricidade através do movimento.
Mas Faraday não foi o único a fazer esta descoberta. Quase
concomitantemente, Joseph Henry (1797-1878), professor americano,
descobriu a força eletro-motriz de auto-indução. Como Henry anunciou
formalmente antes, foi ele o homenageado por esta descoberta.
Mas Henry, conhecido pelos seus trabalhos em eletromagnetismo, foi pioneiro
em muitos outros domínios da eletricidade: entre 1830 e 1831 inventou o que
parece ter sido o primeiro telégrafo eletromagnético prático.
O interessante é observar que em eletricidade, a partir do século XIX, a teoria
andou praticamente de mãos dadas com as utilidades práticas. Poucos anos
separaram os conhecimentos teóricos sobre eletricidade dos usos possíveis de
tais conhecimentos. Pode-se dizer que em muitos casos o desenvolvimento
comercial da eletricidade foi resultado de pesquisas científicas.
Não que os cientistas que estudavam a eletricidade fossem os mesmos que
produziram comercialmente, aparatos elétricos úteis à sociedade. Eles forem por
vezes distintos, mas devido ao alto grau de comunicação científica do século XIX
muitas pessoas entraram em contato com os novos saberes no campo do
eletromagnetismo. Alguns descobrimentos no campo científico foram de extrema
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importância para os avanços gerais da eletricidade e do magnetismo. Gustav


Robert Kirchhoff (1824-1887) formulou em 1847 duas leis, chamadas "leis de
Kirchhoff" sobre correntes e tensões elétricas, que permitiam a resolução,
juntamente com a lei de Ohm, dos mais variados circuitos, facilitando,
principalmente, em muito o trabalho com a eletricidade. Embora em outros
campos até o século XIX, grande parte dos avanços tecnológicos tivesse sido
consequência de descobrimentos empíricos levados a cabo por homens
eminentemente práticos, no campo do conhecimento elétrico, o desenvolvimento
tecnológico foi derivado mais das pesquisas científicas. É possível estabelecer
uma divisão nítida entre a ciência da eletricidade e a utilidade industrial dos
conhecimentos científicos. Logo após o descobrimento de Faraday, ao cabo de
pouco tempo já se vendia gerador eletromagnético para o público. Se pessoas
como Faraday não tinham tino de transformar os conhecimentos
eletromagnéticos nos seus usos práticos, não foi difícil para outros absorveram
seus ensinamentos e construir equipamentos úteis à sociedade da época.

Uma Nova Era


O telégrafo foi a invenção que mais ajudou o eletromagnetismo a se desenvolver.
Muitos cientistas trabalharam com o telégrafo, entre eles: Wilhelm Weber, Karl
Friedrich Gauss, Werner von Siemens, Charles Wheatstone e Samuel
Finley Breese Morse.
O telégrafo foi muito importante porque forneceu muita ajuda aos usos
posteriores da eletricidade. Alimentou de materiais importantes, requeridos pelos
laboratórios de experimentação elétrica, tais como: baterias, terminais, isolantes,
condutores de diversos tipos e outros materiais, facilitando as pesquisas
tecnológicas. O telégrafo ajudou até a construção de medidores mais baratos. É
bom lembrar, que Faraday tinha usado, arames de guarda chuvas para realizar
seus experimentos.
Paralelamente ao caminhar do telégrafo, a eletrotécnica se desenvolveu muito
rapidamente também. Apenas um ano depois da descoberta de Faraday,
Nicolas Constant Pixii (1776-1861), fabricante francês de instrumentos de
precisão constrói um gerador de corrente alternada muito rudimentar, fazendo
rodar um imã permanente em forma de ferradura, em torno de bobinas fixas,
utilizando as descobertas de Faraday e Henry. Muitos outros construíram
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diversas outras máquinas eletromagnéticas, em Londres, em 1834 já se


fabricavam com destino ao comércio, geradores de bobinas giratórias. Os
primeiros geradores produziam correntes alternadas, o que era considerado uma
desvantagem pois todos estavam acostumados à corrente contínua das pilhas.
Uma pessoa que colaborou muito para mostrar que a corrente alternada possuía
muitas vantagens sobre a contínua, principalmente em grande escala, foi Nicola
Tesla (1856-1943) com as suas invenções: o sistema polifásico, o motor de
indução, a bobina Tesla e as lâmpadas fluorescentes.
A abundância da energia elétrica começava a tornar-se realidade. De um
momento para o outro, tornara-se evidente que a eletricidade, transportando por
fios a sua energia, era uma fonte de trabalho com que se podia contar,
substituindo com enormes vantagens outras formas até então utilizadas. Foi uma
revolução logo centenas de cérebros se puseram a procurar as várias
possibilidades de utilização desta descoberta.
A energia elétrica fazia a sua apresentação na sociedade, em larga escala. Para
um uso compatível com a época, era necessário resolver o problema da
comutação, pois se requeria corrente contínua (principalmente na
eletroquímica). A comutação era fonte de muitos problemas de desgastes da
máquina e, além de tudo, perigosa. Mas pela década de 1880 já se percebia a
vantagem de corrente alternada, pois para grandes distâncias era importante a
transmissão a altas tensões e construir geradores de corrente contínua de altas
tensões era mais complicado. Com a corrente alternada podia ser usado o
transformador, para alteração dos valores da tensão, pois já se sabia que o
transporte de energia a tensão mais elevada diminuía as perdas nas linhas de
transmissão.
Embora os princípios do transformador fossem conhecidos desde 1831, com
Faraday, ninguém havia se aventurado a usá-lo da maneira proposta nos fins do
século XIX. Marcel Deprez (1853-1918) fez a primeira transmissão de energia
por alta tensão em 1882, baseando-se nos princípios da indução e no uso do
transformador. Galileo Ferraris (1847-1897) e Nikola Tesla (1856-1943), este
croata americano, inventaram o motor assíncrono, um motor que tipicamente usa
a corrente alternada e de bem simples construção. Quando Tesla chegou aos
Estados Unidos em 1884, no ambiente dos engenheiros elétricos havia uma
"batalha de correntes" entre Thomas A. Edison a favor da corrente contínua, e
15

George Westinghouse, pela corrente alternada. Tesla, através de suas


extraordinárias invenções definiu a discussão em favor da corrente alternada.
Com a atuação de Tesla, na Exposição de Frankfurt de 1891, se consagrou a
vitória da corrente alternada sobre a corrente contínua.
Em 1893 houve uma mudança radical quando George Westinghouse (1846-
1914), engenheiro e metalúrgico americano, implantou os primeiros geradores
hidroelétricos, instalados nas cataratas de Niágara. Ainda assim se instalaram
várias centrais de corrente contínua. Mas o seu fim como geradora de grandes
energias elétricas estava contado.
Outro marco decisivo, na implantação da indústria elétrica, foi a lâmpada de
incandescência, inventada pelo esforço persistente de Thomas A. Edison
(1847-1931) e de Joseph Swan (1828-1914) por volta de 1880.
Embora as baterias tivessem sido, e ainda são uma fonte de eletricidade útil para
grandes quantidades de fins, não fornecia quantidade suficiente para levar a
cabo a iluminação em larga escala. O uso de luz dependia dos progressos
efetuados na busca de métodos que gerassem energia em grande quantidade
que suprissem as necessidades de iluminação. Os geradores de fins do século
XIX já atendiam perfeitamente as exigências do momento. Até a utilização
prática do dínamo, na segunda metade do século XIX, a pilha voltaica
permaneceu como única fonte de eletricidade, de resto limitada e dispendiosa.
Para iluminação era necessária a construção de grandes geradores. A
iluminação era mais necessária que a própria comunicação. O conhecimento da
possibilidade de produzir iluminação precedia a da comunicação, no entanto,
ficaria bem mais caro que o gás, não dava para competir, se as fontes
permanecessem fundadas nas pilhas e baterias elétricas.
A construção de baterias ficava demasiada cara para o capitalismo competitivo
de fins do século XIX. Dever-se-ia melhorar tecnicamente os geradores, mas isto
só seria feito se houvesse um aumento substancial de demanda por energia.
A iluminação supriu essa demanda. A indústria da fabricação do material elétrico,
com isso, deu um salto gigantesco nos fins do século XIX. As centrais elétricas
espalharam-se pelo mundo, e passaram a adotar a turbina a vapor e a turbina
hidráulica como máquinas motrizes. Durante o século XX a eletricidade
destronou o vapor como fonte de energia industrial e doméstica.
16

A Teoria Final
O edifício teórico do eletromagnetismo, base de todos os desenvolvimentos da
eletrotécnica, foi definitivamente estabelecido em 1873 pelas mãos de James
Clerk Maxwell (1831-1879), sábio escocês, criador das equações gerais do
eletromagnetismo, que sintetizam elegante e magistralmente essa área do
saber. A eletricidade e o magnetismo no mundo contemporâneo estão presentes
em todos os setores econômicos, desde as áreas de transporte e comunicação,
passando pelas de produção, até as de lazer. Além do largo espectro de
aplicação a eletricidade é uma forma privilegiada de energia, pois pode atingir
com facilidade qualquer lugar imaginável. Ela significa, entre outras coisas,
transportar os enormes movimentos mecânicos de lugares distantes para os
mais íntimos locais, juntamente com informações, lazer, comunicações e cultura
nos campos e nas cidades. De forma bem simples e resumida o conhecimento
do eletromagnetismo, entre outras determinações, possibilitou a transformação
do movimento em eletricidade e a eletricidade em movimento onde o
magnetismo entra como condição da possibilidade dessas geniais
transformações.

Algumas aplicações de máquinas elétricas

As aplicações das máquinas elétricas alcançaram rápida proliferação, desde os


motores e transformadores, depois a aplicação nos dispositivos sonoros, nos
medidores, nos comutadores e por fim na medicina.

Imagem de aplicações de máquinas elétricas


17

Funcionamento das máquinas elétricas

O funcionamento das máquinas elétricas se baseia no fenômeno físico chamado


eletromagnetismo. Eletromagnetismo trata da relação entre a eletricidade e o
magnetismo. O eletromagnetismo é a teoria unificada por Maxwell e se baseia
no conceito de campo eletromagnético. Campo eletromagnético envolve os
campos elétrico e magnético.
No começo do século XIX, Öersted apresentou estudos que mostravam que
existe uma relação entre a corrente elétrica e a ação desta sobre um imã
(bússola). Estes estudos despertaram o interesse de vários outros cientistas,
entre eles Ampère.
Ampère realizou um experimento que envolveu dois condutores elétricos e
percebeu que aparecia uma força de atração/repulsão entre os condutores,
semelhante ao que acontece quando aproximamos dois imãs. Polos iguais se
repelem e polos contrários se atraem.

Condutor 1,
conduzindo corrente I1
Distância entre os
dois condutores

Elemento do Condutor 2
conduzindo corrente i2

Figura 2: Representação da lei de Ampère

O campo magnético não pode ser visto, ouvido ou sentido pelos nossos sentidos.
Sua influência pode ser observada de forma indireta pelos efeitos que produz. O
experimento consiste de um condutor longo (condutor 1) conduzindo uma
corrente de módulo constante i1 e um elemento condutor conduzindo uma
corrente i2 e comprimento l. Os condutores i1 e i2 estão no mesmo plano
horizontal e são paralelos entre si. Desta forma existe uma força atuando sobre
o elemento de condutor afastando-o do condutor 1. Empiricamente se observa
que a força é função das intensidades de corrente i 1 e i2 e do comprimento l do
18

condutor elementar e ao meio ambiente que envolve os condutores, e


inversamente proporcional à distância entre os mesmos, em unidades mks4 (SI)
o módulo desta força pode ser demonstrado como:

𝜇𝐼1
𝐹= .𝐼 𝑙 (𝑛𝑒𝑤𝑡𝑜𝑛𝑠 − 𝑁) (𝑒𝑞𝑢𝑎çã𝑜 1.2)
2𝜋𝑟 2

Onde i1 e i2 estão em Ampères, l está em metros e µ é uma propriedade do meio


(constante).
O condutor 2 pode ser usado como elemento de prova e permite se verificar que
o campo formado ao redor do condutor 1 é circular, centrado no condutor 1,
portanto se pode identificar um campo formado por linhas de força constantes.
A equação 1.2 pode ser reescrita como

𝐹 = 𝐵. 𝐼2 𝑙 (𝑛𝑒𝑤𝑡𝑜𝑛𝑠 − 𝑁) (𝑒𝑞𝑢𝑎çã𝑜 1.3)

onde,

𝜇𝐼1
𝐵= (𝑒𝑞𝑢𝑎çã𝑜 1.4)
2𝜋𝑟

B é definido como campo magnético, ou densidade de fluxo magnético existente


na região onde o condutor 2 está. A unidade de B é weber/metro 2 ou Tesla (T).
Observe que o campo existe se houver corrente i1 vide figura 3

Figura 3: Representação das linhas de fluxo ao redor de um condutor elétrico

4 SI – Sistema Internacional de Unidades


19

Observe que o campo magnético tem formato circular e é uma grandeza


vetorial5. Desta forma o campo magnético representa o movimento das cargas
no condutor.
O condutor 1 é chamado de condutor (enrolamento) de campo e o condutor 2
(enrolamento) de armadura. Mais adiante esta nomenclatura ficará clara quando
estudarmos motores elétricos.
O sentido do campo magnético é definido pela regra da mão direita, vide figura
4.

Figura 4.representação da lei da mão direita

Para determinar o sentido do campo magnético simule segurar o condutor, com


o polegar no sentido da corrente elétrica, o movimento de fechar a mão sobre o
condutor dá o sentido de rotação circular do campo. Isto será associado ao
movimento de um motor mais adiante.

Permeabilidade

Na definição da Lei de Ampère foi dito da influência do meio sobre o campo


magnético. Repetindo-se a experiência de Ampère com meios diferentes se
pode observar que existem três comportamentos diferentes.

5 Tem módulo, direção e sentido


20

Figura 5: Imagem das linhas de campo magnético sendo afetadas por um material
ferromagnético

Alguns materiais reforçam intensamente a ação do campo magnético, outros se


apresentam como inócuos (não alteram o campo) e outros aumentam6 muito
pouco os efeitos físicos provocados pelo campo magnético. Esta propriedade é
chamada permeabilidade.
A permeabilidade do meio no vácuo é chamada µ0 e seu valor é:

𝜇0 = 4. 𝜋. 10−7 (𝑒𝑞𝑢𝑎çã𝑜 1.5)

𝑁𝑒𝑤𝑡𝑜𝑛
𝜇0 𝛼
𝐴𝑚𝑝è𝑟𝑒 2

Na qual α7 “significa proporcional a”.


Trabalhando a equação 1.5 no Sistema Internacional, obtemos que a
permeabilidade é dada em Henrys/metro (H/m)

Permeabilidade relativa.

Tomando o vácuo como ponto de partida podem-se encontrar outros valores


para µ. Cada material tem seu µ.

6 Ou diminuem levemente o efeito


7 Este termo é utilizado na análise dimensional, na determinação da formulação de equações

relacionadas aos fenômenos físicos.


21

Tabela permeabilidade relativa x material

Assim tomando a divisão do mi (µ) do material pelo mi (µ) do vácuo definimos a


permeabilidade relativa mir (µr). O número da permeabilidade relativa é puro, ou
seja adimensional (não tem unidade).

𝜇
𝜇𝑟 = (𝑒𝑞𝑢𝑎çã𝑜 1.6)
𝜇0

Tabela tipos de materiais x permeabilidade relativa

Fluxo Magnético ϕ

Para definir fluxo magnético parte-se do valor de B (densidade de fluxo


magnético ou apenas campo magnético). A análise dimensional de B revela que

𝑣𝑜𝑙𝑡𝑠 . 𝑠𝑒𝑔𝑢𝑛𝑑𝑜
𝑩𝛼
𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 2

Portanto se trata de uma densidade, pois envolve metros quadrados no


denominador da proporcionalidade. Conclui-se que se B é uma densidade e se
o campo penetra numa área do espaço, conclui-se que deve resultar num fluxo
magnético.
22

Repetindo-se a experiência de Ampère e substituindo o elemento de condutor 2


por um laço de bobina (espira) e inclinando-se esta espira em relação ao campo
percebe-se que a quantidade de fluxo que atravessa a bobina diminui até atingir
o valor 0. Isto ocorre quando a bobina estiver posicionada a 90 graus do condutor
1, portanto existe um fator associado ao seno do ângulo formado entre o
condutor 1 e a bobina (condutor 2), vide figuras 5 e 6.

Figura 6: linhas de fluxo em ângulos diferentes com uma espira

Condutor 1, conduzindo
corrente I1
Distância entre os
dois condutores

Elemento do Condutor 2
conduzindo corrente i2

Figura 7: representação da experiência de Ampère

Baseados nestas observações têm-se que o fluxo magnético através de alguma


superfície é definido de forma mais rigorosa, como a integral de superfície do
componente normal do vetor campo magnético B.

𝜙 = ∯ 𝐵𝑛 𝑑𝐴 (𝑒𝑞𝑢𝑎çã𝑜 1.7)

Na qual, ∯ , representa a integral de superfície, “A” representa a área da bobina


e Bn é a componente normal de B na superfície da bobina
A dimensão física do fluxo magnético é dada em volt.segundo, também chamado
de Weber e abreviado por Wb.
23

Linhas de força

Chama-se linha de força de um campo magnético a uma linha que em cada


ponto é tangente ao campo H desse ponto.
Vê-se que essa definição é idêntica à definição de linha de força do campo
eletrostático. As características das linhas de força do campo magnético são as
mesmas das linhas de força do campo eletrostático, a saber:

Figura8: Linha de força magnética

1a) Duas linhas de força de um campo magnético nunca se cruzam.


2a) As linhas de força do campo magnético produzido por uma única massa
magnética seriam retilíneas. E as do campo produzido por mais que uma massa
magnética são curvas. Como na natureza não existe uma massa magnética
isolada, mas elas existem aos pares, formando os ímãs, concluímos que as
linhas de força dos campos magnéticos dos ímãs são curvas. A figura mostra a
forma das linhas de força do campo de ímã em forma de barra.
3a) Convencionamos que o sentido da linha de força seja o sentido de
deslocamento de uma massa magnética puntiforme norte colocada sobre a linha.
Com essa convenção concluímos que as linhas de força “saem” do polo norte e
“entram” no polo sul.

Intensidade de Campo Magnético H

No caso de máquinas elétricas, um fluxo comum, penetra várias estruturas


físicas (núcleos e entreferros), isto é bastante comum em motores e
transformadores. É mais útil trabalhar com grandezas que representem o campo
24

magnético, mas que independam do meio, portanto se dividirmos B por µ,


teremos:

𝐵
𝐻= (𝑒𝑞𝑢𝑎çã𝑜 1.8)
𝜇

O que define a intensidade do campo magnético e tem unidades Ampère por


metro A/m.
Temos então que H é dependente da geometria da configuração e da corrente
i1.

𝑖1
𝐻= (𝑒𝑞𝑢𝑎çã𝑜 1.9)
2. 𝜋. 𝑟

Neste caso a unidade ficará mais bem expressa por Ampère.espira/metro.


A.espira/m., sempre que o condutor 1 for construído em forma de bobina com
várias espiras que é caso mais frequente de aplicação física.

Figura 9: Condutor formado por várias espiras e as linhas de campo magnéticos formadas pela passagem
da corrente elétrica

Lei de Ampère de circuito

Para melhor compreensão usa-se de uma analogia entre circuitos elétricos e


circuito magnéticos. Para tanto iniciamos fazendo uma analogia entre a
intensidade campo magnético H e o campo magnético B. Ambos são vetores e
25

tem o mesmo sentido, tem o mesmo lugar geométrico (circular). Realizando uma
integração de linha (H tem dimensão unidade de comprimento - metro),

2𝜋𝑟
𝑖1
∮ 𝐻 𝑑𝑙 = ∫ 𝑑𝑙 = 𝐼1 𝐴𝑚𝑝è𝑟𝑒𝑠 (𝑒𝑞𝑢𝑎çã𝑜 1.10)
0 2. 𝜋. 𝑟

∮ 𝐻 𝑑𝑙 = 𝐹 (𝑓𝑚𝑚) (𝑒𝑞𝑢𝑎çã𝑜 1.11)

Onde F designa os amperes.espira envolvidos pelo circuito fechado assumido


das linhas de fluxo. A grandeza F é conhecida como força magneto motriz e é
abreviada por fmm8.

Relações deduzidas

𝐵
𝐹 = 𝑓𝑚𝑚 = 𝐻𝑙 = 𝑙 (𝑒𝑞𝑢𝑎çã𝑜 1.12)
𝜇

𝜙 = 𝐵. 𝐴 (𝑒𝑞𝑢𝑎çã𝑜 1.13)

𝑙
𝐹 = 𝑓𝑚𝑚 = 𝐻𝑙 = 𝜙 ( ) (𝑒𝑞𝑢𝑎çã𝑜 1.14)
𝜇. 𝐴

Esta forma da equação é semelhante a lei de Ohm V = R.I. O termo em


parênteses na equação 1.14 é chamado de relutância R

𝑙
𝑹=( ) (𝑒𝑞𝑢𝑎çã𝑜 1.15)
𝜇. 𝐴

Nenhuma unidade é atribuída a relutância.

8 A força magnetomotriz provê um meio matemático para definir um campo magnético em


eletromagnetismo clássico. É análogo ao potencial elétrico o qual define o campo elétrico na
eletrostática. Existem dois meios para definir este potencial - como um escalar e como um vetor
potencial.
26

𝐹 = 𝑓𝑚𝑚 = 𝜙. 𝑅 (𝑒𝑞𝑢𝑎çã𝑜 1.16)

Também chamada de lei de Ohm para circuitos magnéticos.

Teoria do Magnetismo

A formação do arcabouço teórico sobre o magnetismo partiu do empirismo de


alguns cientistas observando os fenômenos naturais, entre eles o magnetismo
terrestre.

Magnetismo terrestre

Figura 10: Representação da evolução do pensamento científico sobre o magnetismo terrestre.

A figura representativa do globo terrestre mostra os efeitos observados por meio


de uma bússola. A partir disto se pensou que haveria no núcleo da terra uma
enorme massa de material ferromagnético. Hoje se aceita que esta enorme
massa de material ferromagnéticos adquire propriedades magnéticas decorrente
da presença de enormes correntes elétricas.

Magnetismo nuclear
27

Bohr descreveu o átomo com composto por um núcleo pesado e vários elétrons
se movendo ao redor do núcleo, em órbitas específicas. Hoje se sabe que os
átomos de quaisquer substâncias experimentam um torque quando colocados
num campo magnético, isto é chamado de momento magnético9.

Figura 11: Momento magnético em um átomo e em um elétron

O momento magnético resultante de um átomo depende da carga positiva do


núcleo girando sobre si, das cargas negativas dos elétrons girando sobre si e do
efeito dos elétrons se movendo em suas órbitas. Os movimentos dos elétrons
excedem o do núcleo significativamente. Ao se unir dois átomos de hidrogênio
em uma molécula de hidrogênio se espera que os efeitos de cada átomo anulem
os do outro átomo, produzindo um momento magnético resultante igual ao zero.

Figura 12: Imagem mostrando o efeito do momento magnético em um átomo

As experiências realizadas mostraram que o resultado é próximo a isto, o que


resulta que a permeabilidade do hidrogênio é menor que no vácuo, isto implica
em uma redução no campo magnético.

9 O Momento Magnético é uma grandeza vetorial que determina a intensidade da força que
um imã pode exercer sobre uma corrente elétrica e o torque que o campo magnético gerado
exercerá sobre esta mesma corrente, ou seja, o Momento Magnético influencia diretamente na
intensidade do campo magnético formado e é uma medida de intensidade da fonte magnética
de um corpo.
28

Figura 13: Imagem explicando o momento magnético de um átomo

Este comportamento ocorre porque há um movimento que altera todas as cargas


rotativas em relação à direção do campo, o efeito desta mudança é o
aparecimento de um campo oposto ao campo aplicado. Este tipo de material é
chamado de diamagnético10. O cobre e a prata têm este mesmo tipo de
comportamento. O resultado é que o campo total é menor que o campo aplicado.
Materiais paramagnéticos11 tem comportamento neutro ou quase neutro em
relação ao campo magnético. O resultado é que o campo magnético aplicado é
praticamente igual. Materiais como o alumínio e a platina tem este
comportamento.

Figura 14: Imagem mostrando as alterações nas linhas de campo de diferentes materiais

Para outros materiais como o ferro, e suas ligas de níquel, cobalto ou alumínio,
nos quais o comportamento é de significativo aumento no campo magnético, eles

10 Diamagnetismo é o termo utilizado para designar o comportamento dos materiais serem


ligeiramente repelidos na presença de campos magnéticos fortes.
11 São materiais que possuem elétrons desemparelhados e que, quando na presença de um

campo magnético, se alinham, fazendo surgir dessa forma um ímã que tem a capacidade de
provocar um leve aumento na intensidade do valor do campo magnético em um ponto qualquer.
Esses materiais são fracamente atraídos pelos ímãs.
29

são chamados de ferromagnéticos12 e são de especial interesse em máquinas


elétricas.
Para uma estrutura de ferro não magnetizada os domínios estão alinhados
aleatoriamente de forma que o momento magnético total é zero. A magnetização
do material pode acontecer em qualquer das seis possibilidades de direção, para
esquerda, para a direita, para cima, para baixo, para dentro ou para fora
conforme a orientação do campo.

Figura 15: Representação de cristal de ferro não magnetizado (a), magnetizado (b) e (c) com
inversão do campo magnético

Quando todos os domínios estão orientados para a mesma direção, diz-se que
o material está magneticamente saturado, ou seja, não adianta aumentar o
campo magnético.

Figura 16: Imagens dos domínios magnéticos do material

12Ferromagnetismo é o mecanismo básico pelo qual certos materiais (como ferro) formam
ímãs permanentes, ou são atraídos por ímãs. Na física, vários tipos diferentes de magnetismo
são distinguidos.
30

O aumento de temperatura desorganiza a estrutura cristalina do ferro e ele perde


a magnetização.

Curvas de Magnetização de Materiais Ferromagnéticos

Se repetirmos as experiências de Ampère, utilizando materiais diferentes é


possível perceber valores diferentes de µ correspondentemente a cada material.
Ao se variar a corrente se varia a força magnetizante e está influi no
realinhamento dos domínios internos da estrutura cristalina do material.
Os manuais (data sheet) dos materiais costumam apresentar gráficos que
mostram a densidade de fluxo B como função da intensidade de do campo
magnéticos H.
É possível montar um experimento para comprovar o fenômeno.

Figura 17: Bobina Toroidal e corte de seção de um toróide.

Seja uma bobina toroidal como a da figura 17. Aplica-se aos terminais uma fonte
de tensão variável. Seja ‘L’ o comprimento médio do toróide, medido a partir do
seu centro e ‘A’ a seção transversal do toróide.
Quando a corrente aumenta partindo do zero na espira da bobina o fluxo ϕ
crescente aparece no corpo do toróide com sentido determinado pela regra da
mão direita.
31

Figura 18: Ciclo de histerese para material ferromagnético

O ponto ‘a’ corresponde ao material desmagnetizado. O percurso de ‘a’ até ‘b’


corresponde ao aumento da corrente (força magnetizadora H) na bobina do
toróide. O caminho ‘b’ até ‘c’ corresponde à diminuição da corrente (força
magnetizadora H) até o valor que a corrente é nula, observa-se que neste caso
ainda permanece um valor para B, pois o material se magnetizou, ou seja, uma
parte dos domínios da estrutura cristalina do material não voltou ao repouso
(situação original), assim temos um imã. Se aplicarmos um valor de corrente, no
sentido inverso ao estado prévio o material perde o seu magnetismo.
Aumentando o valor da corrente o material volta a se magnetizar, porém com a
inversão dos polos magnéticos, mostrado no caminho “d” até “e”’, e finalmente
se reduzirmos a corrente até zero o material manterá nova campo magnético B.
Este ciclo se chama histerese do material.
Observe que a relação entre B e H não é linear

Circuitos magnéticos

Seja o seguinte dispositivo dado pela figura 11. Temos agora dois materiais um
formado pelo núcleo de material ferromagnético e uma pequena interrupção
chamada entreferro. Ao se circular a corrente i pelas espiras da bobina um fluxo
aparecerá no circuito, isto é muito semelhante ao que ocorre nos circuitos
elétricos que você já estudou em Eletricidade Aplicada.
32

Figura 19 Circuito magnético

Observe que o fluxo circula pelo núcleo e pelo entreferro. Este fluxo é o mesmo,
equivalente a corrente que circula no circuito elétrico. O material do núcleo
oferece uma oposição à passagem do fluxo assim como no circuito elétrico existe
uma oposição à passagem da corrente elétrica. Nos circuitos elétricos esta
oposição à passagem da corrente se chama “Resistência” e nos circuitos
magnéticos a oposição se chama “Relutância”. No nosso circuito mostrado na
figura 19 temos duas relutâncias uma devida ao núcleo do material
ferromagnético e outra referente ao entreferro, pois o entreferro é composto por
outro material (ar, vácuo, ...). Nos circuitos elétricos temos uma força de
excitação dada pela fonte (tensão ou corrente) e nos circuitos magnéticos temos
a de força de excitação denominada de Força Magnetomotriz F, abreviada por
fmm. Nos circuitos elétricos a corrente “i” circula pelo circuito e nos circuitos
magnéticos temos o fluxo “ϕ”.
Observe que na figura 19 o circuito é descrito como sendo um circuito série.

Figura 20 circuito misto

Já o circuito da figura 20 é um circuito misto, pois uma parte do circuito está em


série e outra em paralelo.
33

Cálculos de circuitos magnéticos

Basicamente são de dois tipos, em um, o fluxo é conhecido e se pede a


determinação da força magnetomotriz (fmm). No outro devemos descobrir o fluxo
sabendo da geometria do circuito e sabendo-se a fmm.

Exemplo: Um toróide é composto de três materiais ferromagnéticos é envolvido


por uma bobina de 100 espiras. O material ‘a’ é uma liga de ferro-níquel com
comprimento de arco médio la de 0,3m. O material ‘b’ é aço-silício médio e tem
comprimento de arco médio lb de 0,2m. O material c é aço fundido doce com
comprimento de arco médio lc de 0,1m. Cada material tem seção transversal
média de 0,001m2.
a) Calcule a força magnetomotriz necessária para gerar um fluxo magnético
ϕ = 6x10-4 Weber
b) Que corrente deve circular pela bobina?
c) Calcule a permeabilidade relativa e a relutância de cada material
ferromagnético.

Figura 13. Circuito magnético toroidal com três materiais distintos.

Solução:
a) Para se determinar a fmm basta aplicar a lei circuital de Ampère. Desta
forma

𝑓𝑚𝑚 = 𝑈𝑎 + 𝑈𝑏 + 𝑈𝑐 = 𝐻𝑎 𝑙𝑎 + 𝐻𝑏 𝑙𝑏 + 𝐻𝑐 𝑙𝑐
34

As incógnitas Ha, Hb e Hc podem ser facilmente calculadas do conhecimento da


densidade de fluxo que, neste caso, é a mesma para todas as seções porque o
fluxo é comum (o mesmo) e as áreas das seções são as mesmas.

𝜙 6. 10−4
𝐵𝑎 = 𝐵𝑏 = 𝐵𝑐 = = = 0,6 𝑇𝑒𝑠𝑙𝑎𝑠
𝐴 0,001

Usando-se a figura 14 para determinar a intensidade de fluxo magnético H,


obtém-se:

Figura 14 Curvas de Magnetização de materiais ferromagnéticos típicos

o valor de Ha = 10 A. espira/m . De modo similar se obtém Hb = 77 A.espira/m e


Hc = 320 A.espira/m. Consequentemente a fmm total necessária é:

𝑓𝑚𝑚 = 𝐻𝑎 𝑙𝑎 + 𝐻𝑏 𝑙𝑏 + 𝐻𝑐 𝑙𝑐 = 10 ∗ 0,3 + 77 ∗ 0,2 + 320 ∗ 0,1 = 50,4 𝐴. 𝑒𝑠𝑝𝑖𝑟𝑎

b) No sistema Internacional a fmm = Ampère.espira, por isto

𝑓𝑚𝑚 50,4
𝐼= = = 0,504 𝐴𝑚𝑝è𝑟𝑒𝑠
𝑁 100

E como o µ de cada material é função da relação de B/H temos:


35

𝐵𝑎 0,6
𝜇𝑎 = = = 0,06 𝐻/𝑚
𝐻𝑎 10

𝐵𝑏 0,6
𝜇𝑏 = = = 0,007792 𝐻/𝑚
𝐻𝑏 77

𝐵𝑐 0,6
𝜇𝑐 = = = 0,001875 𝐻/𝑚
𝐻𝑐 320
c) Sabe-se que
𝜇𝑟𝑎 . 𝜇0 = 𝜇𝑎
portanto,
𝜇𝑎 0,06
𝜇𝑟𝑎 = = = 47746
𝜇0 4. 𝜋 . 10−7

𝜇𝑏
𝜇𝑟𝑏 = = 6.207
𝜇0

𝜇𝑐
𝜇𝑟𝑐 = = 1.492
𝜇0

𝐹𝑎 3
𝑅𝑎 = = = 5000
𝜙 6. 10−4
então:

𝑅𝑏 = 25667 𝑒 𝑅𝑐 = 53.333

Exemplo 2
Para o mesmo exemplo anterior, calcule o fluxo produzido por uma força
magnetomotriz aplicada de F = 35 A.espira. Como não há informações sobre a
relutância de cada seção não se pode calcular o ϕ diretamente. Uma solução é
pelo método da tentativa e erro. É razoável supor que a fmm esteja aplicada ao
material com a maior relutância, esta primeira tentativa irá produzir um erro, mas
o método pode ser refinado. A figura 14 mostra que o material que apresenta
36

desempenho inferior na condução do fluxo é o aço fundido (Intensidades de


campo elevadas produzem baixas densidades de fluxo magnético, isto seria
semelhante no circuito elétrico a se ter uma resistência elevada no circuito série).
Assumindo-se que a fmm aparecerá no material ‘c’, pode-se calcular H, do qual
se obtém B e deste o valor de ϕ.

𝑈𝑐 𝑓𝑚𝑚 35
𝐻𝑐 = = = = 350 𝐴. 𝑒𝑠𝑝𝑖𝑟𝑎/𝑚
𝑙𝑐 𝑙𝑐 0,1

Da figura 14 tem-se que Bc = 0,65 Tesla portanto:

𝜙1 = 𝐵𝑐 . 𝐴𝑐 = 0,65 ∗ 0,001 = 0,00065 𝑊𝑏

Esta é a primeira aproximação (índice 1 para o fluxo)


Como a seção transversal é a mesma para os três materiais têm então que Ba
= Bb = Bc = 0,65 Tesla
Observando na figura 14 os valores para os outros materiais descobrem-se que
os valores para Ha, correspondente a Ba, é desprezível quando comparado com
Hc. Mas se observarmos atentamente o valor de Hb é próximo a 80
A.espira/metro e que o comprimento da seção b é o dobro da seção c indica que
o material b equivale a aproximadamente metade do valor da fmm que o material
c toma para manter a circulação do fluxo (equivalente à metade da queda de
tensão no circuito elétrico).
Fazendo novo refinamento considerando que

𝑓𝑚𝑚 = 𝑈𝑐 + 𝑈𝑏

1
Ub = U
2 c

temos,
37

1,5 ∗ Uc = F = 35 A. espira

portanto:

𝑈𝑐 = 23,3 𝐴. 𝑒𝑠𝑝𝑖𝑟𝑎

Sob esta condição reavalia-se o valor de Hc e encontra-se que

23,3
𝐻𝑐 = = 233 A. espira/m
0,1

Que por sua vez nos indica que

𝐵𝑐 = 0,4 𝑇𝑒𝑠𝑙𝑎

E daí se obtém o ϕ2

𝜙2 = 𝐵𝑐 . 𝐴𝑐 = 0,0004 𝑊𝑏

Verifica-se o cálculo para se determinar se a solução já é aceitável ou não, para


tanto se toma as fmm de cada seção e compara-se com o valor dado no
problema. Temos então Hb = 62 A.espira/m correspondendo a Bb = 0,4 Tesla e
Ha = 5,7 A.espira/m correspondendo a Ba = 0,4 Tesla, consequentemente:

𝑓𝑚𝑚 = 𝐻𝑎 𝑙𝑎 + 𝐻𝑏 𝑙𝑏 + 𝐻𝑐 𝑙𝑐 = 5,7 ∗ 0,3 + 62 ∗ 0,2 + 233 ∗ 0,1 = 37,4 𝐴. 𝑒𝑠𝑝𝑖𝑟𝑎

Que ainda é bastante superior a fmm de 35 (em cerca de 7%). Portanto seria
razoável diminuir em um mesmo fator para os três materiais (lembre-se que as
curvas B x H não são lineares, vide figura 14). Se a redução for de 5%.
Assumindo Uc = 22 A.espira, então:

22 𝑒𝑠𝑝𝑖𝑟𝑎
𝐻𝑐 = = 220 𝐴. 𝑒 𝐵𝑐 = 0,375 𝑇
0,1 𝑚
38

𝜙3 = 𝐵𝑐 . 𝐴𝑐 = 0,000375 𝑊𝑏

Com este fluxo determina-se Ha = 59 e Hb = 5, portanto:

f𝑚𝑚 = 𝐻𝑎 𝑙𝑎 + 𝐻𝑏 𝑙𝑏 + 𝐻𝑐 𝑙𝑐 = 5 ∗ 0,3 + 59 ∗ 0,2 + 220 ∗ 0,1 = 35,3 𝐴. 𝑒𝑠𝑝𝑖𝑟𝑎

É suficiente este valor porque o uso da figura 14 não nos permite uma melhor
aproximação.

Exemplo 3
Um circuito magnético, tendo configuração e dimensões indicadas na figura, é
constituído de aço fundido com espessura 0,05 m e um entreferro de 0,002m
entre os pontos g e h. O problema é calcular a fmm a ser produzida pela bobina,
de forma a gerar um fluxo de 4.10-4 Weber no entreferro.
Para tanto a visualização do circuito permite uma melhor compreensão do
circuito e de sua resolução. O conhecimento do ϕgh permite a determinação da
queda de tensão (fmm) através do caminho dado por b-c. Desta forma se pode
determinar o fluxo na perna b-c (estão em paralelo). A fmm na perna c-a-b pode
ser calculada e quando somamos a queda da fmm ao longo de b-c obtemos a
fmm resultante. Para tanto é necessário dividir a o circuito em partes e
determinar os valores correspondentes a cada parte (seção) do circuito
magnético.

Figura 15: Circuito do exercício 3

SEÇÃO G-H:
39

Para resolver o exercício emprega-se o método de dividir a figura em áreas nas


quais a geometria favoreça a resolução. A seção g-h representa o entreferro. O
fluxo foi especificado no problema e vale 4.10-4 Weber. A geometria da peça é
quadrada, portanto a área da seção do entreferro é de 0,05x0,05=0,0025 m 2.
Neste caso despreza-se o efeito do espraiamento do fluxo (tendência ao fluxo
se abrir nos extremos) e se calcula a densidade de fluxo magnético B no
entreferro:

𝜙𝑔 4 ∗ 10−4 Weber
𝐵𝑔 = = = 0,16 𝑇
𝐴𝑔 0,0025

Assumindo que a permeabilidade no ar é aproximadamente igual à do vácuo


temos o valor da Intensidade de Fluxo H:

𝐵𝑔 0,16
𝐻𝑔 = = = 127300 𝐴. 𝑒/𝑚
𝜇0 4𝜋. 10−7

e então se pode calcula a força magnetomotriz (fmm) necessária para sustentar


o fluxo

𝑓𝑚𝑚𝑔 = 𝑈𝑔 = 127300 ∗ 0,002 = 255 𝐴. 𝑒

SEÇÃO B-G e H-C

Determinando-se o comprimento do caminho percorrido pelo fluxo, que vale:

𝑙𝑓𝑘
𝑙𝑏𝑔 + 𝑙ℎ𝑐 = 2 (𝑙𝑏𝑑 + 𝑙𝑑𝑒 + 𝑙𝑒𝑓 + ) − 𝑙𝑔ℎ
2

= 2(0,025 + 0,1 + 0,025 + 0,1) − 0,002

= 0,498 𝑚
40

Considerando que a densidade de fluxo no aço fundido doce é de 0,16 T a


intensidade do campo obtida da tabela corresponde a 125 A.e/m, então temos

𝑓𝑚𝑚𝑏𝑔+ℎ𝑐 = 𝑈𝑏𝑔+ℎ𝑐 = 125(0,498) = 62,2 𝐴. 𝑒

SEÇÂO B-C
O percurso bfkc está em paralelo com o percurso bc, isto implica que a fmm total
através do percurso fbkc também aparece no percurso bc, portanto

𝑓𝑚𝑚𝑏𝑐 = 𝑈𝑏𝑐 = 255 + 62,2 = 317,2 𝐴. 𝑒

𝑙𝑏𝑐 = 0,1 + 0,075 = 0,175 𝑚

portanto,

317,2
𝐻𝑏𝑐 = = 1810 𝐴. 𝑒/𝑚
0,175

E da figura temos que para o aço fundido o fluxo correspondente obtido vale:

𝐵𝑏𝑐 = 1,38 𝑇

portanto,

𝜙𝑏𝑐 = 1,38 ∗ 0,0025 = 0,00345 𝑊𝑏

SEÇÂO CAB
O fluxo total na perna c-a-b será dado pela soma dos dois fluxos

𝜙𝑐𝑎𝑏 = 𝜙𝑏𝑐 + 𝜙𝑔 = 0,00345 + 0,0004 = 0,00385 𝑊𝑏


41

A partir deste valor de fluxo se pode determinar a fmm necessária para sustentá-
lo. Desta forma,

0,00385
𝐵𝑐𝑎𝑏 = = 1,026 𝑇
0,00375

Da tabela temos:

𝐻𝑐𝑎𝑏 = 690 𝐴. 𝑒/𝑚

𝑓𝑚𝑚𝑐𝑎𝑏 = 𝑈𝑐𝑎𝑏 𝑙𝑐𝑎𝑏 = 690 ∗ 0,5 = 345 𝐴. 𝑒

E a fmm total vale:

𝑓𝑚𝑚 = 𝑈𝑐𝑎𝑏 + 𝑈𝑏𝑐 = 345 + 317,2 = 662,2 𝐴. 𝑒

Parâmetro Indutância

Como já foi estudado em Eletricidade Aplicada, indutância é caracterizada como


uma propriedade de um elemento de circuito, que pode armazenar energia no
campo magnético, contudo sua propriedade só aparece se há uma variação da
corrente no tempo ou do fluxo no tempo.
Sabe-se que:

𝑑𝑖
𝑣𝑙 = 𝐿.
𝑑𝑡

Ou reescrevendo a equação

𝑣𝑙
𝐿= 𝑒𝑚 𝐻𝑒𝑛𝑟𝑦𝑠 (𝐻)
𝑑𝑖
𝑑𝑡
42

Um indutor linear é aquele no qual o parâmetro indutância é independente da


corrente. Quando a corrente circula num indutor, cria um fluxo no espaço.
Quando este fluxo se difunde no espaço, uma proporcionalidade rigorosa entre
corrente e fluxo predomina, de forma que o parâmetro indutância permanece
constante para todos os valores de corrente. Este mesmo efeito não ocorre
quando o fluxo passa através do ferro, para grandes correntes o indutor é
chamado de não linear.
Trabalhando a equação e integrando-a tem se:

1 𝑡
𝑖𝑡 = ∫ 𝑣 𝑑𝑡 + 𝑖0
𝐿 0 𝑙

A corrente em um indutor não pode variar abruptamente, num tempo nulo, e a


corrente imediatamente antes e depois da aplicação da tensão no indutor é a
mesma. Pode-se considerar a indutância como tendo a propriedade de inércia.

Ponto de vista energia

Sabe-se que

𝑡
𝑊 = ∫ 𝑣𝑙 . 𝑖 𝑑𝑡 (𝐽𝑜𝑢𝑙𝑒𝑠)
0

e
𝑡 𝑡
𝑑𝑖 1
𝑊 = ∫ (𝐿 ) . 𝑖 𝑑𝑡 = ∫ 𝐿. 𝑖 𝑑𝑖 = 𝐿. 𝑖 2
0 𝑑𝑡 0 2

Assim temos que a energia armazenada no campo magnético é proporcional a


indutância e a corrente ao quadrado. A energia tem valor finito e recuperável.
Assim um indutor tem propriedade de retornar a energia à fonte da qual recebeu.
Isto é particularmente indesejável em circuitos elétricos e deve ser dada a devida
atenção para evitar à queima de circuitos.
43

Ponto de vista Físico

A lei de Faraday descreve a tensão em termos de fluxo produzido pela corrente


e pelo número de espiras da bobina do indutor, então podemos escrever

𝑑𝑖 𝑑𝜙
𝑣𝑙 = 𝐿. =𝑁
𝑑𝑡 𝑑𝑡

Então
𝑑𝜙
𝐿=𝑁
𝑑𝑖

e
𝜙
𝐿=𝑁
𝑖

Aqui temos que a indutância é função de ϕ e de i, substituindo o fluxo por

𝑓𝑚𝑚 𝑁. 𝑖
𝜙= =
𝑟𝑒𝑙𝑢𝑡â𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑅

Onde fmm é a força magnetomotriz que produz o fluxo ϕ no circuito magnético


que tem relutância R. A relutância magnética pode ser escrita como

𝑙
𝑅=
𝜇. 𝐴𝑚

Onde µ é a permeabilidade do material, Am é a seção transversal do material e


‘l’ é o comprimento médio em metros.
Substituindo temos:

𝑁 2 𝜇𝐴𝑚 𝑁2
𝐿= =
𝑙 𝑅
44

Desta equação vemos que a indutância também é expressa em função da


geometria das dimensões físicas e da propriedade magnética do meio. Isto nos
permite alterar o valor de L.

Perdas por Histerese e correntes parasitas em materiais ferromagnéticos

As perdas por histerese e por correntes parasitas são objeto de estudo dos
alunos de engenharias por que o objetivo é minimizar estas perdas. Como dito
anteriormente as máquinas elétricas são os equipamentos que tem os maiores
rendimentos, de 90% a 98% são convertidos em trabalho (outra forma de
energia) e o resto em calor, vibração ou ruído (perdas).
As perdas por histerese estão associadas ao movimento nuclear na estrutura
cristalina nos átomos dos materiais ferromagnéticos, ou seja, se gasta energia
realinhando os campos magnéticos dos átomos. Se a máquina elétrica está
sujeita a operação em fluxos alternados, devido à corrente elétrica alternada, a
cada meio ciclo os átomos são orientados num sentido e no meio ciclo seguinte
são orientados no sentido oposto. Isto pode ser visto na curva de histerese.

Figura 16 Curva de Histerese

Para análise do fenômeno considera-se que o a primeira magnetização ocorreu


(curva de 0 a 1), ou seja, a análise da perda se dará a partir do objeto já
magnetizado.
O ciclo positivo de H, pontos 5, 6 1 e 2 e o ciclo negativo de H 2, 3, 4 e 5, formam
um ciclo completo, por isto cada um é chamado de meio ciclo. Eles são
simétricos, tem a mesma área na figura. Analisando a figura do meio ciclo de H
45

positivo, observa-se que a energia fornecida ao indutor é representada na figura


pelos pontos 5, 6, 1, Bs, 2 e 5; já a área formada pelos pontos 1, Bs e 2
representa a energia liberada pelo campo magnético durante o meio ciclo
positivo. A área representada pelos pontos 5, 6, 1, 2 e 5 representa a perda por
histerese. Quanto maior a área da histerese maior a perda de energia no núcleo.
A escolha dos materiais com menor histerese representa a diminuição de perdas,
ou o melhor rendimento da máquina elétrica.
As chamadas perdas por correntes parasitas13 são decorrentes da circulação de
correntes induzidas no núcleo ferromagnético (caminhos fechados). A
resistência elétrica do material ferromagnético pode ser melhorada (aumentada)
pelo uso de lâminas finas aglomeradas ao invés de núcleo sólido e da aplicação
de verniz isolante entre as chapas.

Correntes parasitas geradas por campo magnético em metais


As perdas por correntes parasitas são proporcionais ao quadrado da frequência
e as por histerese são proporcionais à frequência.

Técnica de laminação para redução das correntes parasitas em máquinas


elétricas

13 Corrente de Foucault São correntes fechadas induzidas na massa de um metal que se


move em um campo magnético.
46

Transformadores

De ampla aplicação técnica, os transformadores são importantes máquinas


elétricas. São aplicados em circuito de áudio, em fontes chaveadas de
alimentação, em isoladores elétricos, em casadores de impedância (máxima
transferência da potência). As aplicações em áudio, rádio e vídeo assim como
na energia elétrica são fortemente presentes no nosso cotidiano.
O transformador é essencial para o estudo da conversão eletromecânica de
energia (conversão da energia elétrica para a energia mecânica). Muitas
conclusões e equações pertinentes aos transformadores tem aplicação na
análise de máquinas c.a. e também em máquinas c.c.

Teoria de Operação

Em sua forma simples um transformador é composta por duas bobinas


mutuamente acopladas magneticamente. Quando o acoplamento é obtido por
meio de núcleo ferromagnético é chamado de transformador de núcleo de ferro
e quando o núcleo é preenchido por ar é chamado de transformador de núcleo
de ar.
Das duas bobinas a que recebe a energia é chamada de enrolamento primário;
a que fornece energia é chamada de enrolamento secundário.

Reator ideal de núcleo de Ferro

O reator ideal é aquele no qual a bobina não apresenta resistência ôhmica (R =


0), o núcleo não apresenta perdas (histerese e correntes parasitas) e a curva de
magnetização é linear.
47

Figura 17. Reator ideal de núcleo de ferro

A análise de um reator com núcleo de ferro é simplificada pelo uso de diagramas


fasoriais. No exemplo do circuito da figura tem-se que a fonte v1 provoca uma
corrente iϕ que circula nas N espiras da bobina, que por sua vez provoca um
fluxo de variação senoidal em fase com a corrente. Quando a corrente é zero, o
fluxo é zero, quando a corrente é máxima o fluxo é máximo. Aplicando-se a lei
de Kirchoff no circuito elétrico resulta que

𝑣1 − 𝑒1 = 0

Onde e1 é a queda de tensão associada à circulação de corrente pela bobina e


pode ser descrita em função do fluxo ϕ.

𝑑𝑖𝜙
𝑒𝑎𝑏 = 𝑒1 = 𝐿
𝑑𝑡

Substituindo tem-se
𝑑𝑖𝜙
𝑣1 = 𝑒1 = 𝐿 = 𝑒𝑎𝑏
𝑑𝑡

A corrente de magnetização é senoidal porque a tensão é senoidal e a curva de


magnetização é considerada linear. A expressão para a corrente de
magnetização
48

𝑖𝜙 = √2 𝐼𝜙 𝑠𝑒𝑛 𝜔𝑡

Onde iϕ é o valor eficaz 14da corrente

Trabalhando com a fórmula e a diferenciando resulta

𝜋
𝑣1 = 𝑒1 = √2 (𝜔𝐿)𝐼𝜙 cos 𝜔𝑡 = √2 (𝜔𝐿)𝐼𝜙 𝑠𝑒𝑛 (𝜔𝑡 + )
2

O valor máximo ocorre quando cos ωt = 1

𝐸1𝑚𝑎𝑥 = √2 (𝜔𝐿)𝐼𝜙 = √2 𝐸1

Onde

𝐸1 = 𝜔𝐿𝐼𝜙 = 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑒𝑓𝑖𝑐𝑎𝑧 𝑑𝑎 𝑞𝑢𝑒𝑑𝑎 𝑑𝑒 𝑡𝑒𝑛𝑠ã𝑜 𝑛𝑎 𝑟𝑒𝑎𝑡â𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑖𝑛𝑑𝑢𝑡𝑖𝑣𝑎

Comparando as equações de iϕ com v1 se percebe que a corrente de


magnetização está atrasada em relação à tensão na bobina de 90º. O diagrama
fasorial da figura mostra esta condição.
A lei de Faraday estabelece que a fem induzida em uma bobina seja proporcional
ao número de espiras que enlaçam o fluxo e a taxa de variação do fluxo em
relação ao tempo.

𝑑𝜙
𝑒𝑎𝑏 = 𝑒1 = 𝑁
𝑑𝑡

𝑑𝜙
𝑒𝑏𝑎 = −𝑒1 = −𝑁
𝑑𝑡

14 Em Matemática, a raiz do valor quadrático médio ou RMS (do inglês root mean square) ou valor
eficaz é uma medida estatística da magnitude de uma quantidade variável. Pode-se calcular para uma
série de valores discretos ou para uma função variável contínua. O nome deriva do fato de que é a raiz
quadrada da média aritmética dos quadrados dos valores
49

O sinal negativo estabelece que a fem induzida seja sempre no sentido que a
corrente deve circular (negativo) para se opor ao fluxo variável. Figura (b) mostra
isto.
A variação da corrente de magnetização corresponde a variação senoidal do
fluxo.

𝜙 = Φ𝑚𝑎𝑥 𝑠𝑒𝑛 𝜔𝑡

Onde Φmax representa o valor máximo do fluxo magnético. Substituindo e


derivando tem-se

𝑑𝜙 𝜋
𝑒𝑏𝑎 = −𝑒1 = −𝑁 = −𝑁1 𝜔 cos 𝜔𝑡 = 𝐸1𝑚𝑎𝑥 𝑠𝑒𝑛 (𝜔𝑡 + )
𝑑𝑡 2

onde

E1max = N1 Φmax ω = √2 E1
e

𝐸1 = 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑒𝑓𝑖𝑐𝑎𝑧 𝑑𝑎 𝑓𝑒𝑚 𝑖𝑛𝑑𝑢𝑧𝑖𝑑𝑎

A corrente iϕ e o fluxo estão em fase no tempo como ilustrado na figura (c)

Figura 18 Diagramas Fasoriais do reator ideal de núcleo de ferro (a) ponto de vista do
circuito, (b) ponto de vista do circuito e (c) diagrama do conjunto resultante.
50

Reator de núcleo de ferro Real

No reator real existe uma perda na resistência do enrolamento, assim como as


perdas por histerese e por correntes parasitas. Isto altera a figura do diagrama
fasorial do reator ideal, pois aparece a figura do fluxo atrasado em relação
corrente de magnetização por um valor chamado de ângulo de histerese (γ).
Observe que a corrente é formada por duas parcelas, uma associada ao fluxo
(em fase com o fluxo) e outra associada à perda na bobina (fase com a fem) o
que resulta em um vetor entre as duas componentes (soma vetorial)

Figura 19 Diagrama Fasorial de um reator de núcleo de ferro real

O transformador de dois enrolamentos

Ao acrescentar-se um segundo enrolamento obtém-se a forma mais simples de


um transformador.
51

Figura 20 transformador de dois enrolamentos

O valor da eficaz da fem induzida que aparece no enrolamento primário é dado


pela fórmula

N1 ∅m 2πf
E1 = = ϕm N1 = 4,44fϕm N1
√2 √2

Para transformadores de resistência de enrolamento baixa, o valor do fluxo


máximo é determinado pela tensão aplicada.
A fem que aparece no enrolamento secundário é decorrente do mesmo fluxo,
portanto a diferença do número de espiras é que determina a tensão gerada E 2

N2 ∅m 2πf
E2 = = ϕm N2 = 4,44fϕm N2
√2 √2

Dividindo-se as equações obtém-se que

𝑁1 𝐸1
= = 𝑎 ( 𝑐ℎ𝑎𝑚𝑎𝑑𝑎 𝑑𝑜 𝑟𝑒𝑙𝑎çã𝑜 𝑑𝑒 𝑡𝑟𝑎𝑛𝑠𝑓𝑜𝑟𝑚𝑎çã𝑜)
𝑁2 𝐸2

Observe que E1 e E2 estão em fase, pois são geradas pelo mesmo fluxo.

Transformador a vazio (sem carga)


52

Neste caso não existe corrente circulando no secundário do transformador,


portanto não há alteração no fluxo magnético.

Figura 21 transformador a vazio

Nesta situação se observa uma pequena perda decorrente do chamado fluxo de


dispersão, pois nem todo fluxo originado na bobina do primário alcança a bobina
do secundário.

Transformador com carga

Segundo a lei de Lenz, o sentido da corrente é o oposto da variação do campo


magnético que lhe deu origem. Havendo diminuição do fluxo magnético, a
corrente criada gerará um campo magnético de mesmo sentido do fluxo
magnético da fonte. Havendo aumento, a corrente criada gerará um campo
magnético oposto ao sentido do fluxo magnético da fonte.
Tendo como exemplo uma espira circular no mesmo plano da tela do monitor
submetida a um fluxo magnético constante (portanto sem corrente induzida) e
"entrando" na tela. Dependendo da movimentação dada à espira, ocorrerá
aumento ou diminuição do fluxo magnético e, com base nesse movimento,
podemos determinar o sentido da corrente criada:
Afastamento (diminuição do fluxo magnético): sentido horário.
Aproximação (aumento do fluxo magnético): sentido anti-horário.
Com a variação do fluxo magnético, mesmo constante, gera uma corrente
elétrica, intensa ou não, depende-se do campo que se forma na espira circular.
53

De acordo com os estudos de Michael Faraday, a variação do fluxo magnético


próximo a um condutor cria uma diferença de potencial induzida nesse mesmo
condutor, tal a gerar uma corrente - denominada corrente induzida - que cria um
fluxo magnético oposto à variação do fluxo inicial. Não havendo variação do fluxo
magnético, não há a ocorrência de uma corrente induzida. Esta variação pode
acontecer:
Com um campo magnético constante:
Afastamento do condutor ou da fonte magnética (diminuição do fluxo);
Aproximação do condutor ou da fonte magnética (aumento do fluxo);
Variação da área da espira;
Giro da espira.
Com a variação do campo magnético da fonte magnética.
A indução eletromagnética é o princípio fundamental sobre o qual operam
transformadores, geradores, motores elétricos e a maioria das demais
máquinas elétricas. A corrente elétrica gerada é diretamente proporcional ao
fluxo magnético que atravessa o circuito na unidade de tempo.
A lei de Lenz é lei derivada do princípio de conservação da energia. Ao
aproximarmos um polo norte de um ímã a uma espira, o fluxo iria aumentar se a
corrente que surgisse fosse no sentido horário (aumentando ainda mais o fluxo
magnético). Este fato, pois, criaria energia "do nada", violando, assim, o princípio
fundamental da conservação da energia.

Considera-se que a carga no secundário é puramente resistiva. Depois de entrar


em equilíbrio a tensão E2 e a corrente I2 são mostradas no diagrama fasorial.
54

Figura 22 transformador com carga resistiva

Figura 23. Diagrama fasorial do transformador com carga

Aparece agora um componente de fluxo no secundário do transformador que


não alcança o enrolamento primário (fluxo de dispersão do secundário).
A potência fornecida a carga é V2I2 e provém do primário (não há geração de
energia espontânea), portanto a corrente no primário deve ter um incremento
para compensar a energia transferida do primário para o secundário.

O autotransformador

Uma das características do transformador é o isolamento elétrico entre os


circuitos elétricos do primário e do secundário (o acoplamento é magnético) o
que implica em segurança ao evitar acidentes. Para grandes relações de
transformação (a) se emprega transformadores convencionais.
Se a relação de transformação for próxima da unidade (a = 1) é mais simples e
barato de se usar o chamado autotransformador
55

Figura 24. Transformador convencional (a) e do autotransformador (b)

É mais barato por que não existe o enrolamento secundário (não se gasta em
cobre), no enrolamento primário também é possível economizar pois a fiação
que corresponde ao secundário pode ser de menor diâmetro (menor gasto com
o cobre), pois a corrente que circula é menor devido a fem induzida, ou seja, a
maior parte da corrente passa pela bobina a-b da figura.
É possível ao autotransformador trabalhar no regime como sendo um abaixador
de tensão ou como um elevador de tensão, vide figuras:

Figura 25. Autotransformador elevador de tensão

Figura 26. Autotransformador abaixador de tensão


56

O Transformador em Circuitos trifásicos

A forma mais empregada de transmissão de energia é a trifásica, pois implica


em menores perdas (por efeito Joule). O sistema trifásico é caracterizado pelo
fato de que cada tensão estará em uma fase e esta fase está deslocada 120º
das outras duas fases (divisão do círculo trigonométrico por 3 = 120º cada). O
gerador elétrico gera tensão da ordem de 25Kv e este valor é baixo o que implica
em correntes elevadas para ser transmitido por longas distâncias. Então
necessariamente esta tensão é elevada para faixas superiores com 230Kv ou
maiores ainda, que por sua vez implica em correntes menores para a mesma
potência. É preciso então abaixar a tensão no destino para que a operação de
distribuição ocorra com segurança, neste caso a tensão mais comum é 13,8Kv,
mas outros valores podem ser utilizados conforme as necessidades do
consumidor final (industrias podem ser alimentadas em 69kv ou acima disto).
O transformador pode ser construído na configuração trifásica ou um conjunto
de 3 transformadores monofásicos, apropriadamente interligados para operar de
forma trifásica.

Imagem de transformador monofásico

As diferenças entre o transformador trifásico e o arranjo de 3 transformadores


monofásicos podem ser destacadas. O transformador trifásico é mais leve, mais
barato, requer menos espaço e tem rendimento ligeiramente mais eficiente.
57

Imagem de transformador trifásico

As vantagens do se usar 3 transformadores monofásicos são: maior área para


ventilação e dissipação da potência do núcleo, maior facilidade de reparo,
possibilidade de ampliação gradativa (de um transformador para dois e depois
para 3).

Conexões trifásicas

Estrela com neutro

Figura de conexão estrela com neutro

Estrela sem neutro


58

Figura de conexão estrela sem neutro

Triângulo

Figura de conexão delta

Tipos de conexão possíveis trifásicas

São quatro possibilidades. A estrela – triangulo, a triângulo – estrela, a triângulo-


triângulo e a estrela-estrela
59

Imagem das ligações possíveis no transformador trifásico

A conexão Δ-Δ

Um cuidado a ser tomado é que as tensões dos secundários devem estar


equilibradas. O arranjo mostrado na figura permite interpretar a forma de ligação.

Figura do transformador com conexão em delta


60

As letras designadas para representar as bobinas estão em maiúscula (para o


primário) e em minúscula (para o secundário). O diagrama fasorial apresentado
na figura (b) está em equilíbrio (fechado). As tensões no primário são iguais entre
si VAB = VBC= VCA = VP1 onde VP1 representa a tensão eficaz da tensão de fase
do primário. Observe que apesar dos valores das tensões serem iguais eles
estão defasados no tempo. Considerando que as bobinas dos secundários são
iguais as tensões dos secundários também serão iguais Vab = Vbc = Vca = Vp2
onde Vp2 representa a tensão eficaz do secundário. Quando um voltímetro é
conectado aos terminais abertos a-c será possível ler um dos dois casos Vac =
√3 𝑉𝑎𝑏 ou outro valor maior que este (caso a bobina esteja invertida) vide figura
(c) com um ângulo de 60º ou de -120º. A figura (d) mostra a conexão da bobina
b-c. Ligando-se o terminal c da bobina ac ao terminal c da bobina bc e inserindo
um multímetro entre os terminais a da bobina ab e a da bobina ac será possível
medir dois valores. O valor zero ou duas vezes o valor de Vab. O valor zero
corresponde ao sistema em equilíbrio. Observe que a ligação em delta não
permite o uso do fio neutro.

A conexão Δ - Υ

A conexão triângulo estrela, também chamada de delta ipsilon. Normalmente


encontrada nos extremos dos sistemas de transmissão. Na ponta de
transmissão, a conexão permite a elevação da tensão de forma adicional
decorrente do esquema de ligação. Também é possível a inclusão do fio neutro
o que permite o fornecimento de duas opções de tensão (fase-fase e fase-
neutro). O sistema comum 127v/220v é bastante empregado na distribuição
residencial e comercial.
O processo de faseamento na ligação Δ-Υ é diferente do utilizado na ligação Δ-
Δ no que diz respeito à ligação do secundário, a figura permite a interpretação.
61

Figura representativa da ligação Δ-Υ

Ao conectarmos o terminal n da bobina a-n com o terminal n da bobina b-n duas


possibilidades podem ocorrer quanto a tensão entre ab, vide os diagramas
fasoriais representados em (d) (-60º ou 120º), se Vab = Vnb devemos inverter a
posição dos terminais de uma das bobinas do secundário a tensão da linha deve
ser maior que a tensão da fase por um fator √3 (Vab= √3Vnb), a tensão de linha
deve sempre ser maior que atenção de fase. Quando se liga a terceira bobina o
faseamento será correto quando as três tensões forem iguais. Observe que
existirá uma diferença de fase entre as ligações do primário e do secundário, isto
decorre da soma vetorial da tensão e seu valor é de 30º.
Em um sistema equilibrado (ou balanceado) a tensão no neutro é zero

Imagem de um sistema equilibrado


62

A Conexão Υ-Υ

A conexão ípsilon – ipsílon (letra da figura abaixo) permite se escolher duas


tensões do lado do secundário (fase-fase e fase-neutro) e a especificação
técnica de proteção contra fase-neutro e não fase-fase (redução de custos de
isolamento).

Para um funcionamento adequado a ligação Υ-Υ não deve ser realizada sem o
neutro, pois isto acarreta diversos problemas no funcionamento do
transformador.
O desbalanceamento de cargas no secundário implica em variação na tensão e
saída de cada fase.

A conexão Υ-Δ

Este tipo de conexão (letra da figura acima) é frequentemente encontrado na


extremidade receptora da linha de transmissão. Isto porque este tipo de conexão
permite uma significativa redução da tensão de linha do primário para a tensão
de linha do secundário. Da mesma forma que na conexão Υ-Υ o neutro do
primário deve ser conectado a fonte.

Entre a geração e o consumo de energia elétrica são empregados diversos


transformadores. As conexões nos transformadores dependerão de fatores
econômicos.
63
64

Conversão Eletromecânica de Energia

A conversão eletromecânica de energia envolve a troca de energia entre um


sistema elétrico e um sistema mecânico, por meio do acoplamento de um campo
magnético.
É possível passar energia de um sistema para outro e vice-versa a menos de
pequenas perdas por aquecimento no circuito eletromagnético.
Quando a energia mecânica é convertida em energia elétrico o dispositivo é
chamado de gerador, na conversão da energia elétrica em mecânica o
dispositivo é chamado de motor.
Quando utilizamos energia elétrica alternada os dispositivos podem ser
chamados de geradores ou motores c.a. (corrente alternada), no caso do uso de
energia elétrica continua passam a ser chamados de geradores ou motores c.c.
(corrente contínua). As máquinas ca ou cc seguem os mesmos princípios
fundamentais, desta forma o cálculo para o torque eletromecânico se aplica tanto
a máquinas ca quanto cc.

Torque Eletromagnético

As grandezas fundamentais dos sistemas mecânicos são torque e a velocidade


(angular) e para os sistemas elétricos são a tensão e a corrente, vide figura

Figura representativas dos sistemas e das grandezas físicas envolvidas

Quando em um sistema elétrico, circula uma corrente por uma bobina (condutor)
colocada em um campo magnético, resulta em uma ação motora, vide
experiência de Faraday no início do capítulo 1. Se os condutores estiverem
dispostos em uma estrutura livre para girar teremos o torque eletromagnético T
65

que por sua vez produz uma velocidade angular ω. Com o aparecimento da ação
motora os condutores girando no campo magnético produzem uma fem que é
uma tensão análoga à tensão produzida no primário de um transformador. O
campo de acoplamento magnético deve ser considerado no desenvolvimento do
torque e da fem. No caso da ação do gerador ocorre o processo inverso, o
elemento que gira (rotor) é acionado por uma força motriz proveniente de uma
ação mecânica (queda de água, passagem de vapor sob pressão ...)15 que causa
o aparecimento de uma tensão e nos terminais da armadura (parte fixa). A
circulação de corrente através da armadura interage com o campo magnético
para produzir um torque de reação, oposto ao torque criado pela força motriz.
Considere que temos um dispositivo de conversão eletromecânico de energia,
constituído de uma parte estacionária (estator) e outra parte móvel (rotor), vide
figura

Figura de aspectos de construção do dispositivo de conversão

15 Ver turbinas no apêndice


66

O fluxo magnético deixa o estator, passa pelo entreferro e entra no rotor e


fecham o circuito passando novamente pelo entreferro e chegam ao estator.
Considerando a relutância no núcleo de ferro desprezível, metade da fmm é
usada em cada passagem pelo entreferro, consequentemente o valor da
densidade de fluxo da bobina 1-2 é a metade da fmm da bobina, dividida pela
relutância do entreferro e pela área da seção transversal por pólo. A densidade
de fluxo é constante do lado da bobina 1-2 como da bobina 2-1, vide figura (c).
Com o campo uniformemente distribuído a atenção é mudada para o rotor,
constituído por diversos condutores. Apenas dois estão indicados na figura (a).
Admite-se que os condutores a e b estão ligados formando uma espira, vide
figura (d). O princípio da conversão eletromecânica de energia está relacionado
ao movimento da bobina em relação a um campo magnético, a análise é feita a
partir da figura (e), onde é dada apenas importância a presença da densidade
de campo B e não a sua fonte. Inicialmente o fluxo que enlaça a bobina a-b é
zero. Na figura (e) metade do fluxo está enlaçada pelo fluxo positivo do entreferro
(pólo norte) e metade pelo fluxo negativo no entreferro (pólo sul), resultando num
valor nulo. O movimento diferencial dx até a nova posição a’ e b’ causa mudança
no fluxo enlaçado da bobina que é expressa por

𝑑𝜙 = 2𝐵𝑑𝐴

O fator 2 corresponde aos dois lados da bobina, B é o valor da densidade de


fluxo nos pontos onde os condutores a e b estão e dA é a área diferencial através
da qual o campo B passa. Esta área é igual ao comprimento l do rotor
multiplicado por dx.

𝑑𝐴 = 𝑙. 𝑑𝑥

E se dx é o deslocamento do condutor no tempo dt, então

𝑑𝑥 = 𝑣. 𝑑𝑡

E
67

𝑑𝜙 = 2. 𝐵. 𝑙. 𝑣. 𝑑𝑡
e a fem

𝑑𝜙
𝑒= = 2. 𝐵. 𝑙. 𝑣
𝑑𝑡

No caso de ‘n’ condutores tem-se

𝑑𝜙
𝑒 = = 𝑛. 𝐵. 𝑙. 𝑣
𝑑𝑡

A corrente que circula pelos condutores a-b difere do sentido de B em 90°16,


portanto existe uma força no condutor dada pela equação

𝐹𝑐 = 𝐵. 𝑙. 𝑖

E para n condutores

𝐹𝑐 = 𝑛. 𝐵. 𝑙. 𝑖

Esta força age como o braço de uma alavanca de comprimento r e o torque é


dado por

𝑇 = 𝐹𝑐 . 𝑟 = 𝑛. 𝐵. 𝑙. 𝑟. 𝑖

Dividindo-se as equações da força magneto motriz pela do torque temos:

𝑒 𝑛. 𝐵. 𝑙. 𝑣 𝜔𝑟
= =
𝑇 𝑛. 𝐵. 𝑙. 𝑖. 𝑟 𝑖

Onde

𝑣
𝜔𝑟 =
𝑟

16 Pela regra da mão direita modificada


68

Que é a velocidade angular do rotor. Rearranjando a equações temos

𝑒. 𝑖 = 𝑇. 𝜔𝑟

Que estabelece que a potência elétrica desenvolvida é igual a potência mecânica


desenvolvida (segue a lei da conservação da energia). Desta forma fica evidente
que a conversão eletromecânica de energia envolve dois componentes. Um é o
enrolamento de campo que é a parte da máquina que produz o campo magnético
B (campo de acoplamento) e o outro é o enrolamento de armadura, que por
definição é a parte da máquina na qual existe a fmm e a corrente i.

Exemplo:
Uma máquina elétrica de dois pólos tem uma densidade de fluxo retangular de
0,4 T. Tem um comprimento axial de l=0,2m e um rotor de raio 0,1 m. O rotor
está equipado com uma única bobina de 20 espiras. Uma corrente de 5 A é
fornecida à bobina.
Calcule:
a) O fluxo máximo que pode enlaçar a bobina
b) Quando circulam na bobina 5A determine o torque em N.m
c) Assumindo que o torque produz uma velocidade de 900 rpm, determine a
fem induzida na bobina
d) Outra forma de encontrar o valor da fem
e) Qual a potência mecânica desenvolvida, em watts?

Solução:
a) O fluxo será máximo quando a bobina estiver perpendicular ao campo

𝜙 = 𝐵. 𝐴 = 𝐵. 𝜋. 𝑟. 𝑙 = 0,4. 𝜋. (0,1). (0,2) = 0,025 𝑊𝑏

b) O torque é dado por

𝑇 = 𝑛𝐵𝑙𝑟𝑖 = 2.20. 𝑏. 𝑙. 𝑟. 𝑖 = 40(0,4)(0,2)(0,1). 5 = 1,6 𝑁. 𝑚


69

Da conservação de energia temos

𝑒. 𝑖 = 𝑇. 𝜔𝑟

2𝜋𝑓 2𝜋900
𝜔𝑟 = = = 94 𝑟𝑎𝑑/𝑠
60 60

𝑇. 𝜔𝑟 1,6 (94)
𝑒= = = 30 𝑣𝑜𝑙𝑡𝑠
𝑖 5

ou

𝑒 = 𝑛𝐵𝑙𝑣 = 2.20.0,08.0,1 𝜔𝑚 𝑟 = 0,32.94.0,1 = 30 𝑣𝑜𝑙𝑡𝑠

𝑇. 𝜔𝑟 = 1,6.94 = 150𝑊

ou

𝑒. 𝑖 = 5.30 = 150 𝑊.

Tensões Induzidas

O processo de conversão de energia envolve a interação de duas grandezas


físicas que estão relacionadas, o torque eletromagnético e a tensão induzida.
Aqui vamos estudar a geração da tensão no enrolamento da armadura, criado
pelos enlaces de fluxo variável. A polaridade desta tensão depende do sentido
do movimento relativo do enrolamento com relação ao fluxo magnético e é
independente do fato de a máquina ser um motor ou gerador.
70

A figura mostra os componentes usados na definição. A curva da densidade de


fluxo (B) é suposta como sendo distribuída senoidalmente ao longo do entreferro
da máquina, e o enrolamento da armadura é suposto como formado de uma
bobina com passo pleno17.

Figura - Configuração para dedução da equação da fem induzida

É mais útil lidar com uma distribuição senoidal da densidade de fluxo. Visto que
o processo de conversão envolve o movimento relativo entre o enrolamento de
campo e o enrolamento de armadura, sabe-se que o valor do fluxo muda, entre
um valor positivo máximo, um valor nulo, um valor máximo negativo e novamente
um valor nulo, este ciclo se repete toda vez que o a bobina passa através do par
de pólos de densidade de fluxo. O fluxo máximo penetra a bobina nas posições
correspondentes a β = 0º e β = 180º e seus múltiplos e o enlace mínimo ocorre
quando β = 90º e β = 270º e seus múltiplos. Quando a bobina se move em
relação ao campo, segue que o fluxo que enlaça a bobina pode ser expresso
como:

4
𝜙 = Φ𝑐𝑜𝑠 𝛽 = 𝐵 𝑙𝑟𝑐𝑜𝑠𝛽
𝑝 𝑚

O fator cosβ foi incluído por causa da distribuição senoidal. Β varia com o tempo
conforme

𝛽 = 𝜔𝑡

17 Passo pleno é a que abrange π radianos elétricos


71

Onde ω é expresso em radianos elétricos por segundo e a expressão para o


fluxo se torna:

4
ϕ= 𝐵 𝑙𝑟𝑐𝑜𝑠𝜔𝑡 = Φ cos 𝜔𝑡
𝑝 𝑚

A expressão para a tensão induzida instantânea se torna

𝑑𝜙
𝑒= − = 𝜔𝑁Φ 𝑠𝑒𝑛 𝜔𝑡
𝑑𝑡

Aspectos de construção de máquinas elétricas

A construção dos motores elétricos teve rápido desenvolvimento com o passar


dos tempos e isto implicou na redução do tamanho, na diminuição do peso,
melhoria na eficiência e redução de custos.

Imagem comparativa da evolução dos motores elétricos

O processo de conversão de energia envolve a presença de duas características,


uma é o enrolamento de campo (que produz a densidade de fluxo) e o
enrolamento da armadura (no qual a fem é induzida).
72

Motor de indução trifásico

O enrolamento trifásico é representado por três bobinas, cujos eixos estão


deslocados de 120º elétricos.

Figura – Motor de indução trifásico (a) indicando o estator com enrolamento trifásico e o rotor de
gaiola, (b) representação de um enrolamento de um estator trifásico conectado em Y

A bobina ‘a-a’ representa todas as bobinas associadas a fase “a”, para um par
de pólos. De forma semelhante a bobina ‘b-b’ representa a fase “b” e a bobina
‘c-c’ as bobinas da fase “c”. O rotor é formado por chapas de material
ferromagnético com ranhuras, mas o enrolamento do rotor pode ser do tipo
gaiola ou do tipo rotor enrolado, sendo de forma parecida com o do estator. Os
terminais dos enrolamentos saem por meio de três anéis coletores. Isto permite
que um resistor trifásico (três resistores) seja ligado ao enrolamento do rotor,
com o propósito de controlar a velocidade. Na realidade é a necessidade de
controle de velocidade que justifica o uso de do motor de indução do tipo rotor
enrolado. O tipo de rotor gaiola é uma construção simples e econômica, e
também é mais robusto. Não existem anéis coletores e nem escovas com que
se preocupar. Correntes de magnetização circulam nos enrolamentos das fases
e criam um campo magnético girante. A velocidade do campo é determinada
pela frequência elétrica das correntes e pelo número de polos com o qual o
enrolamento foi projetado.
73

A figura mostra o arranjo para dois polos. Se o padrão a-c’-b-a’-c-b’ resulta em


motor de dois pólos. Fica claro que para o motor de indução trifásico, o
enrolamento de campo colocado no estator e o enrolamento de armadura, no
rotor. Outro ponto importante é que máquina tem excitação única, isto é a
potência é aplicada apenas no enrolamento do estator. A corrente circula no
enrolamento do rotor por indução. Como consequência, tanto a corrente de
magnetização, que produz o campo magnético, com a corrente de potência, que
permite que a energia seja entregue a carga no eixo, circulam através do
enrolamento do estator. Por esta razão, e no interesse de manter a corrente de
magnetização tão pequena quanto possível, de forma que a componente de
potência possa ser correspondentemente maior, para um dado valor nominal, o
entreferro é construído tão pequeno quanto o espaçamento mecânico o permita.

Máquinas Síncronas

A figura mostra as características de construção de máquinas síncronas.

Figura de máquina síncrona

O estator consiste de uma carcaça, um núcleo de estator com ranhuras, que


proporciona um caminho de baixa relutância para o fluxo magnético e um
enrolamento trifásico imerso nas ranhuras. Observe que o padrão básico dos
pólos e repetido (duas vezes), indicando que se trata de um motor de quatro
pólos. O rotor é cilíndrico construído com um enrolamento distribuído e tem pólos
74

salientes, com uma bobina enrolada em cada perna. Quando operados como
gerador as máquinas síncronas recebem energia mecânica de uma fonte motriz
como uma turbina a vapor e são acionadas a uma velocidade fixa. O enrolamento
do rotor é energizado a partir de uma fonte cc, desta forma gerando uma
distribuição de campo no entreferro. Quando o rotor está parado e uma corrente
contínua circula no enrolamento do rotor, nenhuma tensão é induzida no
enrolamento do estator porque o fluxo não corta as bobinas do estator. Contudo
quando o rotor está acionado na velocidade plena, uma tensão é induzida no
enrolamento do estator e, com uma carga adequada ligada, a energia elétrica
pode ser entregue a mesma.
Para as máquinas síncronas, o enrolamento de campo está no rotor; o
enrolamento de armadura está colocado no estator, esta conclusão é válida
mesmo quando a máquina síncrona opera como um motor. Neste modo de
operação, a potência ca é aplicada no enrolamento do estator e uma potência cc
é aplicada no enrolamento do rotor, com o propósito de energizar os polos do
campo. Diferente do motor de indução o motor síncrono é uma máquina de
alimentação dupla. Esta característica proporciona a máquina desenvolver um
torque não nulo e apenas uma velocidade (por isto o nome síncrono). Os
comprimentos dos entreferros são maiores que os encontrados nos motores de
indução. As máquinas síncronas são mais caras e menos robustas que os
motores de indução, porque o rotor deve ser equipado com anéis coletores e
escovas para permitir a passagem da corrente contínua ao enrolamento de
campo.

Máquinas de corrente contínua

As máquinas de CC são mais complicadas que as máquinas de CA. Além dos


enrolamentos de campo e de armadura é necessário um comutador, que é um
dispositivo mecânico que tem função de converter a tensão CA induzida na
armadura em corrente contínua. Nas máquinas CC o enrolamento de capo está
no estator e o enrolamento de armadura está no rotor. No rotor além das bobinas
de armadura também se encontra o comutador. O comutador é formado por uma
75

série de segmentos de cobre, isolados uns dos outros e colocados no arranjo


cilíndrico. As escovas de carbono ficam dispostas convenientemente e
conduzem a corrente contínua para a bobina de armadura. B1 e B2 representam
as escovas da máquina.

Figura da máquina de corrente contínua

Controle de Velocidade

A maioria das aplicações industriais trabalha com velocidades constantes de


motores, contudo existem aplicações (transportadoras, guindastes, elevadores,
...) nos quais a possibilidade de alterar a velocidade é desejável.
No motor de indução, devido a forma da construção o controle de velocidade
pelo rotor não é possível (está fechado dentro da máquina) portanto o controle
deve ser feito pelo estator. Existem três possibilidades. A primeira é alterar a
frequência da rede. Aumentando ou diminuindo a frequência da rede a
velocidade síncrona aumenta ou diminui proporcionalmente, o que permite um
controle satisfatório, contudo uma fonte de frequência variável não é encontrada
com facilidade, para tanto seria necessário um grupo motor-gerador com
controles apropriados e potência compatível com o motor que ele irá controlar.
O segundo método de controle é mudar o número de pólos, isto está atrelado ao
arranjo físico do enrolamento. Isto é feito mudando o sentido da corrente nas
76

bobinas, portanto de um motor de 4 polos pode-se obter um motor de dois pólos,


o que reduz a velocidade por um fator fixo “2”. Isto se chama de motor de
diversas velocidades.
O terceiro método de controle de velocidade envolve a redução da tensão
aplicada ao motor. O torque proporcionado é função da tensão ao quadrado, ou
seja se reduzirmos a tensão a 0,707 do valor nominal ´o torque e a velocidade
são reduzidos a 50% dos valores nominais. O controle de velocidades pelo da
tensão tem desvantagens sérias, o que explica seu uso infrequente,
especialmente em motores polifásicos.
Três métodos adicionais de velocidade incluem os seguintes: aumento da
reatância total do rotor por fase, aumento da resistência total do rotor por fase e
injeção de tensões na bonina do rotor. O uso de resistor (trifásico) variável para
controle de velocidade é de longe o método mais empregado para controle da
velocidade. A potência entregue no resistor variável não é recuperável (efeito
Joule).

Método Eletrônico de Controle de Velocidade

A solução por Inversor é melhor opção do que a solução por motor CC – gerador
CA, citado anteriormente. O inversor transforma uma fonte CC em uma fonte de
frequência variável. A figura mostra o esquema funcional.

Figura Digrama em blocos ilustrativos dos equipamentos necessários no controle eletrônico de


velocidade de motor trifásico.

O esquema do circuito retificador mostra o funcionamento do mesmo.

Figura do retificador de meia onda trifásico e forma de onda de saída


77

É possível substituir os diodos retificadores por componentes chamados de


diodos controláveis (SCR). O funcionamento do SCR permite controlar o ângulo
do disparo do diodo, ou seja, durante um ciclo de condução se pode controlar
parte da passagem da tensão/corrente.

Figura Diagrama esquemático para controle eletrônico de velocidade

Na figura os componentes indicados são aqueles pedidos pelo diagrama de


bloco da figura, mas modificados para incluir o circuito de controle para os SCR’s.
Os SCR’s designados de S1 a S6 e cada um controla apropriadamente os sinais
obtidos da seção de controle da porta.. O objetivo do sinal da porta é sequenciar
os tempos de condução e bloqueio de cada SCR, de forma que a tensão de
saída que aparece nos terminais abc terá as características de um conjunto de
tensões trifásicas.
A tensão de controle de velocidade Es, tem duas funções. Primeiro controla a
ação do retificador trifásico de modo que permite o módulo de saída cc ser
diretamente proporcional a Es; e o segundo a tensão de controle de velocidade
também determina a frequência de saída de um oscilador de tensão controlada
(VCO18). De modo direto. Podemos escrever:

𝑉𝑑𝑐 = 𝐾1 𝐸𝑠
𝐹0 = 𝑘2 𝐸𝑠

Onde Vdc representa a tensão de saída do retificar trifásico mais o filtro e f 0 à


frequência de saída do oscilador. As grandezas k1 e K2 são fatores de escala
apropriados. Esta é a frequência que o inversor impõe ao motor trifásico. Os
diodos em paralelo e invertido servem para neutralizar as tensões reativas
geradas quando o SCR está bloqueando a passagem da corrente direta.
Os sinais da porta estabelecem uma sequencia de disparo dos SCR, assim como
a duração da condução (SCR conduzindo)

18 Voltage Controled Oscilator


78

Figura Diagrama de sequência de comutação para os SCR

Intervalo de condução dos SCR.

Controle de velocidades em motores de corrente contínua

Uma das características mais atraentes que o motor de CC oferece sobre todos
os motores é a relativa facilidade com a qual o controle de velocidade pode ser
obtido, ao longo de uma ampla faixa. A velocidade pode ser ajustada se qualquer
um dos três fatores ϕ, Re e Vt for alterado.

Por ajuste do fluxo do polo ϕ

O fluxo do polo é simples de ajustar e envolve as menores despesas.

No motor de derivação

No caso de controle de fluxo o campo de fluxo ϕ, é considerado totalmente


devido á corrente que circula no enrolamento de campo. O ajuste do fluxo é
obtido convenientemente por meio do reostato que é colocado em séria com o
enrolamento de campo na maneira representada na figura.

Controle de velocidade de um motor em derivação equipado com reostato,


aumentando-se a resistência do reostato de campo o fluxo do pólo se reduz e a
velocidade aumenta.
79

No motor Composto

Uma análise semelhante a que foi feita para o motor em derivação pode ser
empregada para o motor composto. Contudo o resultado depende da resistência
relativa da contribuição do campo série frente a frente com o campo em
derivação.

Motor série

O controle do fluxo do pólo para o motor série é obtido através do uso de uma
resistência desviadora Rd indicado na figura

Figura Controle de campo de um motor série por meio de um resistor desviador.

Controle de Velocidade por meio de resistência de Armadura externa Re

Um segundo método de ajuste de velocidade envolve o uso de um resistor


externo Re, conectado no circuito da armadura. O tamanho e o custo deste
resistor são consideravelmente maiores que aqueles do reostato de campo
porque Re deve ser capaz de suportar toda corrente da armadura.

Motor em derivação

A figura mostra o controle para um motor em derivação, cuja velocidade pode


ser ajustada por meio de resistência externa ao circuito da armadura R e, assim
como pelo controle da corrente do campo de derivação.

Arranjo esquemático para controle da velocidade de um motor de derivação,


tanto pelo ajuste do fluxo do pólo como pelo controle da tensão de armadura.
80

Motor composto

No caso do controle de velocidade pelo ajuste do fluxo do pólo, o controle de


velocidade do motor composto por resistência no circuito de armadura é similar
ao usado pelo motor de derivação. Embora a presença do enrolamento de
campo série modifique um pouco o resultado, a tendência geral permanece a
mesma.

Motor série

A figura ilustra o arranjo usado para controlar a velocidade do motor série por
meio de resistência externa. O aumento de Re deve ser acompanhado de uma
redução da velocidade em ω.

Figura Arranjo de circuito para o controle da velocidade do motor série, por um


resistor externo Re

Controle de Velocidade por tensão de armadura ajustável

O terceiro método de controle de velocidade envolve o ajuste da tensão terminal


aplicada. Este esquema é o mais desejável do ponto de vista de flexibilidade e
de rendimento operacional elevado. Mas é o mais caro porque necessita de fonte
própria de cc, isto significa comprar um grupo motor-gerador ou uma fonte
retificada ajustável com capacidade pelo menos igual a potencia do motor a ser
controlado.

Motor em derivação e composto


81

A figura mostra o diagrama esquemático dos motores em derivação e


compostos, que são operados com fontes de tensão cc ajustáveis.

Figura Controle de velocidade de um motor de cc composto por meio de tensão


de armadura ajustável.

Para excitação de campo constante, a velocidade de operação é diretamente


proporcional a tensão da armadura aplicada. A tensão de armadura ajustável é
usada para fornecer um controle de velocidade abaixo da velocidade de base
(velocidade correspondente a tensão de armadura nominal, para corrente de
campo plena), ao passo que o controle de campo é usado para velocidades
superiores aos valores de base. Pela tensão de armadura ajustável obtém-se o
mesmo resultado para controle da velocidade abaixo da velocidade de base que
o obtido pela resistência do circuito de armadura externa.

Motor Série

No caso do motor série, a fonte de tensão cc ajustável é aplicada à associação


série do campo série e de enrolamento de armadura. Desta forma para reduzir
a tensão de armadura à metade, causa uma redução correspondente de 50% na
velocidade. A figura mostra isto;

Figura Efeitos de redução da tensão de armadura na velocidade de um motor


série, para torque de carga constante.

Controladores para motores de indução trifásicos

Após a correta seleção do motor para a aplicação é preciso selecionar o


controlador apropriado. A função do controlador é fornecer partida, parada e
reversão apropriados, sem danos ou outros inconvenientes ao motor, ou as
82

cargas conectadas ou mesmo ao sistema de potência que alimenta o motor.


Além destes casos o controlador tem finalidades úteis como:
1. Limita o torque de partida: O fornecimento de torque deve evitar que as
cargas venham a sofrer danos durante a partida (evitar a partida brusca).
Fornece-se uma tensão reduzida na partida e a medida que a velocidade
aumenta a tensão é elevada até o seu pleno valor.
2. Limita a corrente de partida: Motores maiores que 7,5 HP não podem
partir diretamente da rede trifásica, devido a excessiva corrente
necessária. Uma grande corrente de partida não é desejável porque
provoca sub tensão na rede (situação semelhante ao curto circuito) e pode
provocar queda na alimentação de outros equipamentos. A partida com
tensão reduzida elimina este efeito.
3. Proporciona proteção de sobrecarga: Todos os motores são projetados
para operar a potência de plena carga continuamente, sem
sobreaquecimento. Contudo, se por alguma razão, o motor for solicitado
a entregar uma potência de saída nominal continuamente superior ele vai
se acomodar ao processo e poderá queimar. Ocorrerá aumento da
temperatura e este aumento poderá comprometer o isolamento entre os
condutores na bobina de campo e de armadura e no material
ferromagnético A função do controlador suprir esta proteção. A proteção
de sobrecarga pode ser feita por meio de relé apropriado, sensível a
corrente de linha do motor.
4. Fornecer proteção de subtensão: A operação em tensão reduzida pode
ser prejudicial ao motor, especialmente quando a demanda exige potência
nominal. Caso a tensão não atinja o limite mínimo o motor deve ser
desligado da rede.

Controladores são de dois tipos, os manuais e os magnéticos. Os magnéticos


têm muitas vantagens sobre os manuais, são mais fáceis de operar,
proporcionam proteção contra subtensão, podem ser operados remotamente.
Além de ser automático e confiável, ao passo que o controlador manual
necessita de operador qualificado.
83

Figura de dispositivo de partida com tensão plena.

Figura de dispositivo de partida com tensão plena, com controle de reversão.

Figura de dispositivo de partida com tensão reduzida, em três estágios.


84

Apêndice

Fasor

Trata-se de uma ferramenta gráfica e matemática que permite e facilita as


operações algébricas necessárias à aplicação dos métodos de cálculo e análise
de circuitos elétricos, que operem com sinais senoidais de tensão e de corrente
de mesma frequência. Este método faz uso de um vetor radial girante
denominado Fasor.
Sabemos que a tensão e de corrente alternadas senoidais podem ser
representadas através das seguintes expressões matemáticas, no chamado
domínio do tempo ou domínio temporal, pois são função do tempo:
• Tensão instantânea: v(t) = Vp . sen (w.t ± θ)V
• Corrente instantânea: i(t) = Ip . sen (w.t ± θ)I

Figura Tensão senoidal no domínio do tempo

Figura Tensão senoidal no domínio do ângulo

Percebe-se que os parâmetros dos sinais de tensão e de corrente alternadas


são:
85

• Valor de Pico: Vp e Ip
• Valor Eficaz: Vef e Ief
• Velocidade Angular: ω
• Freqüência: f
• Período: T
• Fase Inicial: θ

Da Física, sabe-se que um ponto se deslocando em um movimento circular


uniforme (movimento harmônico) pode ser representado através de suas
projeções num plano cartesiano formando uma senóide, a recíproca é
verdadeira, ou seja, uma senóide pode ser representada pelas projeções de seus
pontos como um ponto girando em um movimento circular uniforme.
Cada ponto de uma senóide pode ser representado por um vetor de módulo
constante numa posição diferente, a medida que a o vetor assume posições
diferentes. Quando a senóide completa um ciclo, o vetor descreveu um giro
completo e se encontra na mesma posição inicial. Este vetor é, portanto, um
vetor girante. Se o ciclo da senóide foi descrito num dado intervalo de tempo
(período T), o vetor deu uma volta completa no mesmo período da senóide.
Assim, conclui-se que para uma dada frequência f do sinal senoidal, o movimento
harmônico (giratório) do vetor possui a mesma frequência e, portanto o vetor gira
no sentido anti-horário com a mesma frequência ou velocidade angular ω da
senóide.

Figura representando uma senóide adiantada

Quando um sinal está adiantada (já passou pelo zero e está crescendo) dizemos
que é equivalente ao sinal normal acrescido de um ângulo Θ.
86

Figura representado uma senóide atrasada

Quando um sinal está atrasado (ainda não passou pelo zero e está crescendo)
dizemos que é equivalente ao sinal normal diminuído de um ângulo Θ.

Figura representando a tensão e a corrente senoidais em fase

Quando os sinais estão em fase são mostrados sem nenhum ângulo Θ entre si,
embora possam estar ambos atrasados ou adiantados (mas com o mesmo
ângulo Θ).

Observação: Um diagrama fasorial pode conter um ou vários Fasores (vários


sinais senoidais) desde que sejam todos de mesma freqüência.

OPERAÇÕES MATEMÁTICAS COM FASORES E DIAGRAMAS FASORIAIS

A representação fasorial é importante na análise de circuitos elétricos, pois


permite realizar facilmente diversas operações matemáticas entre tensões,
correntes e potências, sem usar a função do domínio do tempo (expressões
trigonométricas) ou a representação gráfica da onda.
87

Considerando que sinais senoidais de tensão e de corrente podem ser


representados através de fasores e estes, por sua vez, podem ser representados
por números complexos, podemos operá-los através da álgebra aplicável aos
números complexos. Feito isso podemos converter novamente o fasor resultante
para o domínio do tempo e encontrarmos novamente uma função senoidal19
A representação fasorial através de números complexos na forma retangular e
na forma polar permite todas as operações matemáticas mais direta e facilmente
e segue as mesmas regras para operações com números complexos estudadas
em matemática20.
O diagrama fasorial permite somente operações gráficas de adição e subtração.
Elas podem ser realizadas pelo mesmo processo usado para soma e subtração
de vetores através do Método do Paralelogramo. Assim como para os vetores,
podemos efetuar a soma de dois fasores de forma gráfica ou analítica.

Coordenadas Retangulares: Quando se especifica a posição de um objeto


relativo a algum ponto de referência (chamado de origem), costuma-se nomear
arbitrariamente uma direção de x e a outra direção, perpendicular à primeira, de
y. Incluindo a coordenada z, este sistema de coordenadas "retangulares" pode
ser estendido para 3 dimensões quando necessário.

Coordenadas Polares: Coordenadas polares são úteis quando estamos


interessados na distância de um objeto a partir da origem. A posição é a distância
r, a partir de uma origem e a direção teta (letra grega θ) é o ângulo medido no
sentido anti-horário, a partir de uma direção especificada (normalmente a direção
do eixo x).

Conversão de retangulares para polares: As coordenadas x e y de um ponto


determinam a sua distância r a partir da origem e o ângulo Φ que ele faz com o
eixo x:

19Observação: Na notação fasorial a função seno é sempre a referência e a frequência não é


representada.
20Observação: É possível transformar números complexos da forma de polar para a forma
retangular e vice-versa. Por exemplo, podemos transformar um fasor tensão na forma polar
para a forma retangular e vice-versa,
88

R = √x 2 + y 2
e
x
θ = arctan
𝑦

Infelizmente, a função arco tangente não distingue entre uma direção e a outra
exatamente oposta. Para pontos no 2º e 3º quadrantes, deve-se adicionar 180º
para se obter o valor correto do ângulo. Para pontos no 4º quadrante, o arco
tangente dá um ângulo negativo e devemos adicionar.
Conversão de polares para retangulares: é simples converter coordenadas
polares para retangulares e vice-versa. Se as coordenadas polares de um ponto
são r e Φ, então suas coordenadas retangulares são:

x = r cos θ

y = r sin θ

Orientando o sistema de coordenadas: Em princípio, qualquer sistema de


coordenadas pode ser usado para resolver qualquer problema físico. Entretanto,
uma sábia escolha do sistema de coordenadas pode tornar um problema mais
fácil de trabalhar. Mas uma vez que se tenha escolhido usar as coordenadas
retangulares deve-se decidir como orientar os eixos coordenados. A orientação
mais familiar é fazer o eixo x horizontal e o eixo y vertical.
89

Turbinas Hidráulicas

Introdução

Turbinas são máquinas para converter energia hidráulica em energia elétrica. O


custo total de uma usina hidrelétrica (reservatório, tubulações, turbinas, etc.) é
mais alto do que o de uma central termelétrica mas ela tem muitas vantagens,
algumas das quais são:
1. Alta eficiência
2. Flexibilidade de operação
3. Fácil manutenção
4. Baixo desgaste
5. Suprimento de energia potencialmente inesgotável
6. Nenhuma poluição

Classificação

Os principais tipos de turbina são aquelas de impulso e de reação. O tipo


predominante de máquina de impulso é a roda Pelton (inventada por Lester Allen
Pelton) que é apropriada para um range de alturas de 150-2000 m. As turbinas
de reação são de dois tipos principais: 1. de escoamento radial ou misto 2. de
escoamento axial Dos tipos de escoamentos radiais predomina a turbina Francis
(patenteada por Samuel Dowd e aperfeiçoada por James Bicheno Francis). As
turbinas Dériaz são similares às turbinas Francis rápidas mas com um
mecanismo que permite variar a inclinação das pás do rotor. Os tipos principais
de máquinas axiais são turbinas de hélice (Propeller) cujas pás do rotor são fixas
e as turbinas Kaplan com as pás do rotor ajustáveis. Outros tipos de máquinas
axiais são as turbinas Tubulares, Bulbo e Straflo.

Tipos de Turbinas Hidráulicas


90

Turbinas Francis

Em 1847 o inglês James Bicheno Francis (1815-1892) trabalhando nos EUA


melhorou uma máquina de escoamento centrípeta desenvolvida em 1838 por
Samuel Dowd (1804- 1879), de modo que a partir disso, elas receberam o nome
de turbinas Francis. As turbinas Francis são máquinas de reação do tipo ação
total (a água ao passar pelo rotor preenche simultaneamente todos os canais
das pás). Quanto ao posicionamento do eixo podem ser: - de eixo vertical - de
eixo horizontal. Quanto às velocidades do rotor, as turbinas Francis podem ser:
- lentas (55<ns<120rpm);
Normais (120<ns< 200 rpm);
Rápidas (ou Deriaz) (200<ns<300 rpm);
Extra rápidas ou ultra-rápidas (300<ns<450 rpm).

Quanto ao modo de instalação que caracteriza como recebem a água motriz, as


turbinas Francis podem ser: de instalação aberta ou fechada. Instalação aberta.
Quando a turbina é colocada num poço, ao qual vem ter a água conduzida em
um canal de adução, havendo geralmente uma comporta ou adufa para que se
possa esvaziá-la na manutenção. Este tipo de instalação é conveniente apenas
para pequenas quedas (até 10 m) e potências pequenas (algumas centenas de
CV). Vale ressaltar que quando a descarga é grande e o desnível é pequeno, há
vantagem de se utilizar um tubo de sucção curvo. Instalação fechada. Quando a
queda é superior a 10 m é preferível colocar a turbina numa caixa à qual vem ter
a água conduzida em uma tubulação forçada (pentstock). Estas caixas tem a
forma de caracol, voluta ou espiral e são envolvidas pelo concreto armado. As
vantagens das turbinas de eixo horizontal sobre as de eixo vertical é que nas
primeiras a turbina e o gerador podem ser independentes; há uma melhor
disposição da sala das máquinas já que a turbina e o gerador estão no mesmo
nível; fácil montagem e entendimento; facilidade de manutenção e custo
reduzido em cerca de 20% para as mesmas condições.

Turbinas Pelton
91

Como toda turbina hidráulica, a Pelton possui um distribuidor e um receptor. As


partes principais das turbinas Pelton são descrita a seguir.
1) Distribuidor. O distribuidor é um bocal de forma apropriada a guiar a água,
proporcionado um jato cilíndrico sobre a pá do receptor, o que é conseguido por
meio de uma agulha
2) Rotor. O rotor consta de um certo número de pás com forma de concha
especial, dispostas na periferia de um disco que gira preso a um eixo.
3) Defletor de jato. O defletor intercepta o jato, desviando-o das pás, quando
ocorre uma diminuição violenta na potência demandada pela rede de energia.
Nessa hipótese, uma atuação rápida da agulha para reduzir a descarga poderia
vir a provocar uma sobrepressão no bocal, nas válvulas e ao longo do
encanamento adutor. O defletor volta à sua posição inicial liberando a passagem
do jato, logo que a agulha assume a posição que convém, para a descarga
correspondente à potência absorvida.
4) Bocal de frenagem. O bocal de frenagem faz incidir um jato nas costas das
pás, contrariando o sentido de rotação, quando se desejar frear a turbina
rapidamente.
As turbinas Pelton são do tipo tangenciais e de ação parcial como visto no item
anterior. Quanto ao número de jatos as turbinas Pelton podem ser de um jato,
dois, quatro ou seis jatos e, excepcionalmente, de 3 jatos. Quanto maior o
número de jatos maior a potência para uma mesma queda, maior o desgaste por
abrasão se a água tiver areia em suspensão e menor o tamanho do rotor (o que
representa uma redução no custo por unidade de potência instalada). A
incidência de jatos sobre o rotor em cada volta depende do número de jatos, de
modo que, quanto maior a queda, menor deverá ser o número de impactos sobre
a pá por minuto(ver figura 8.15) Quanto ao posicionamento do eixo as turbinas
Pelton podem ser de: Eixo horizontal: geralmente utilizada para um ou dois jatos,
a instalação é mais econômica, de fácil manutenção, além de ser possível
montar, numa mesma árvore, dois rotores. Eixo vertical: geralmente utilizado
para quatro ou seis jatos sobre as pás do rotor.
As turbinas Pelton são recomendadas para quedas elevadas, para as quais a
descarga (vazão) aproveitável normalmente é reduzida, uma vez que a captação
se realiza em altitudes onde o curso d'água ainda é de pequeno deflúvio. Por
serem de fabricação, instalação e regulagem relativamente simples, além de
92

empregadas em usinas de grande potência, são também largamente


empregadas em microusinas, em fazendas, etc., aproveitando quedas e vazões
bem pequenas para geração de algumas dezenas de CV.

Turbinas Hélice

A necessidade de obtenção de turbinas com velocidades consideráveis em


baixas quedas e grandes descargas, o que não é viável com as turbinas Francis,
deu origem em 1908 às turbinas Hélice ou Propeller.
O distribuidor mantêm o aspecto que tem nas turbinas Francis, mas a distância
entre as pás do distribuidor e as do rotor é bem maior do que a que se verifica
para as turbinas Francis de alta velocidade específica.
As turbinas Hélice são do tipo axial, de reação e de ação total como as turbinas
Francis. As demais características são as mesmas que as das turbinas Kaplan
que serão vistas a seguir. Elas são utilizadas em baixa quedas e com grandes
descargas (vazões). 8.3.4. Turbinas Kaplan Em 1912, o engenheiro Victor
Kaplan (1876-1934), após estudos teóricos e experimentais, concebeu um novo
tipo de turbina a hélice, comportando a possibilidade de variar o passo ou
inclinação das pás.
1) Distribuidor. Se assemelha ao das turbinas Francis, tendo as mesmas
finalidades. As pás do distribuidor, tem sua inclinação comandada por um
sistema análogo ao das turbinas Francis, e ficam a uma distância considerável
das pás do rotor. Deve haver uma sincronização entre os ângulos das pás do
rotor e as do distribuidor. 2) Rotor: Possui pás que podem ser ajustáveis variando
o ângulo de acordo com a demanda de potência. 3) Tubo de sucção: Tem as
mesmas finalidades e a mesma forma dos tubos de sucção para turbinas
Francis.
4) Caracol ou caixa espiral: Pode ter seção transversal circular nas turbinas de
pequena capacidade e nas quedas consideradas relativamente grandes para
turbinas Kaplan, mas, nas unidades para grandes descargas e pequenas
quedas, a seção é aproximadamente retangular ou trapezoidal com
estreitamento na direção do distribuidor e recebe a denominação de
semicaracol. As turbinas Kaplan são do tipo axial, de reação e ação total como
93

visto no item anterior. Quanto ao número de pás as turbinas Kaplan podem ser
de:
-4 pás (para 10 < H < 20m);
-5 pás (para 12 < H < 23m);
-6 pás (para 15 < H < 35m);
-8 pás (para H > 35m).
São utilizadas para rotações específicas acima de 350 rpm. Permitem uma
ampla variação da descarga e da potência sem apreciável variação do
rendimento total.

Turbinas Dériaz

Tem o nome de um engenheiro suíço que as inventou. Elas se assemelham às


turbinas Kaplan e Francis rápida, porém as pás do rotor são articuladas e, pela
atuação de um mecanismo apropriado podem variar o ângulo de inclinação. Este
tipo de turbina é muito utilizado em instalações onde a água do reservatório de
montante precisa ser resposta quando a máquina não está produzindo potência.
Sendo, quando for o caso, denominada de turbina-bomba.
Turbinas Tubulares Quando o desnível hidráulico for muito reduzido, pode não
ser viável nem mesmo a instalação de turbinas tipo Kaplan. Deste modo foram
desenvolvidos novos tipos de turbinas mais apropriadas para tais condições. Um
destes tipos é a turbina Tubulares. Nas turbinas tubulares, o receptor, de pás
fixas ou orientáveis, é colocado num tubo por onde a água escoa e o eixo,
horizontal ou inclinado, aciona um alternador colocado externamente ao tubo.

Turbinas Bulbo

As turbinas de bulbo podem ser consideradas como uma evolução do tipo


anterior. O rotor possui pás orientáveis como as turbinas Kaplan e existe uma
espécie de bulbo colocado dentro do tubo adutor de água. No interior do bulbo
que é uma câmara blindada, pode existir simplesmente um sistema de
engrenagens para transmitir o movimento do eixo ao alternador e/ou, nos tipos
mais aperfeiçoados, no interior do bulbo fica o próprio gerador elétrico. A turbina
94

bulbo dispensa a caixa em caracol e o trecho vertical do tubo de sucção. O


espaço ocupado em planta é portanto menor que o das turbinas Kaplan. Para
um mesmo diâmetro do rotor, a turbina bulbo absorve uma descarga maior que
as Kaplan, resultando daí maior potência a plena carga. As turbinas bulbo podem
funcionar como turbinas ou como bombas e são empregadas em usinas maré-
motrizes. Um ponto a considerar na instalação deste tipo de turbina é que a
limitação do diâmetro do rotor e do bulbo para redução dos custos, obriga à
construção de alternadores de pequeno diâmetro mas muito alongados
axialmente, o que, por sua vez, acarreta problemas de resfriamento para o
gerador e de custo para o eixo e mancais.

Turbinas Straflo

São turbinas do tipo axial caracterizadas pelo escoamento retilíneo que em


inglês significa "straight flow", cuja contração dos vocábulos originou o nome
STRAFLO. Na realidade, as trajetórias das partículas líquidas são hélices
cilíndricas, que em projeção meridiana são retas paralelas ao eixo. Neste tipo de
turbina o indutor do alternador é colocado na periferia do rotor da turbina
formando um anel articulado nas pontas das pás da hélice, as quais podem ser
de passo variável, análogas às da turbina Kaplan. Por esta razão é também
denominada turbina geradora de anel ou periférica. As juntas hidrostáticas
montadas entre a carcaça girante, funcionam como um agente de pressão e
vedação. Uma vantagem desta turbina é de não haver a necessidade de colocar
o gerador no interior de um bulbo, o que, como vimos, cria problemas de
limitação das dimensões do gerador e de resfriamento. A colocação do
alternador na própria periferia do rotor da turbina possibilita uma instalação
compacta e a obtenção de fator de potência maior que o conseguido com outros
tipos em igualdade de condições de queda, descarga e custo de obras civis. As
turbinas STRAFLO são adequadas para usinas de baixa queda, de 3 até 40m e
diâmetro de rotor de até cerca de 10m. Do mesmo modo que as turbinas de
bulbo e tubulares, as turbinas STRAFLO podem ser instaladas com eixo
horizontal ou inclinado.
95

Fonte http://www.dem.feis.unesp.br/intranet/capitulo8.pdf
96

Práticas de laboratório

O campo magnético de um fio


Este experimento é bem simples e de baixo custo podendo ser realizado em
qualquer lugar por qualquer pessoa. É preciso apenas um bússola, um pedaço
de fio e uma pilha.
O fio deve ser enrolado de modo a formar uma espécie de bobina para maximizar
o campo magnético e melhorar o controle do fluxo. Então é só conectar a pilha
ao fio para que passe uma corrente por este e aproximá-lo da bússola. Ao fazer
isso a bússola sofrerá uma deflexão.
O ideal é que a bússola seja transparente para que o experimento possa ser
projetado num retroprojetor, para melhorar a visualização.

Força entre fios


Este experimento também é simples de ser realizado mas já é um pouco mais
sofisticado pois é preciso montar um equipamento mais completo. Um esquema
do aparato é mostrado a abaixo.

O aparato é simples de ser montado. Ele é composto de alguns contatos que no


esquema abaixo são os pregos, fios para conduzir a eletricidade das pilhas até
97

o circuito principal que é composto de dois pedaços finos de papel alumínio


presos aos contatos. Os contatos 1, 2, 3 e 4 são ligados à três pilhas, de
preferência do tamanho “A” (popularmente conhecida como pilha média) para
que aumente a sua durabilidade. De acordo com os modos com que se faz a
conexão das pilhas com os contatos numerados a corrente passará nas duas
folhas de papel alumínio em paralelo ou em série. Se ligarmos o contato um com
o dois e o três com o quatro, então o circuito estará em série e as correntes que
passarão nas folhas de alumínio estarão em sentidos opostos, isso criará uma
força de repulsão entre as folhas de alumínio. Agora, se ligarmos o contato um
com o três e o dois com o quatro, então o circuito estará em paralelo, o que criará
uma força de atração entre as folhas de alumínio. Abaixo segue uma figura que
mostra o sentido da corrente (setas vermelhas) em cada um dos dois casos e
mostra também um esquema exagerado da deflexão das folhas de alumínio
(linhas azuis).
É importante dizer que a base onde é montado o aparato deve ser de algum
material transparente (acrílico, por exemplo) para que o experimento possa ser
projetado no retroprojetor para melhorar a visualização.

Gerando movimento através de campos magnéticos: o motor elétrico


A maior demonstração da importância da interação entre os campos magnéticos
e elétricos está no motor elétrico. O motor elétrico foi o que causou o maior
impacto na sociedade pois houve a substituição das máquinas a vapor por
máquinas elétricas. Trens, indústrias e tudo o que era possível foi substituído.

Levar um motor elétrico desmontado para mostrar numa palestra como esta não
é uma coisa tão importante pois os alunos vão olhar e dizer: “Poxa, legal! E daí?”.
O que eles querem é ação. O interessante é levar um equipamento que possa
mostrar o princípio de funcionamento do motor elétrico e a cima de tudo:
funcione!
Existem algumas maneira de se construir um motor elétrico de corrente contínua,
o que será mostrado aqui é baseado numa construção simples feita pelo Didatica
Center. Ao invés de montá-lo você pode comprar o kit pronto para montar.
Depois de montado, o equipamento se parecerá com o da figura ao lado.
98

Ele é composto de uma haste que tem um paralelepípedo, que servirá como
núcleo ferromagnético, no centro. Esta haste está apoiada em dois suportes de
forma que possa girar livremente. A haste, nesta montagem, deve ser feita de
material isolante. Um fio condutor é enrolado ao redor do núcleo ferromagnético
para maximizar o campo magnético.
Este fio está em contato com duas placas de material condutor na ponta da
haste. Estas placas, quando a haste girar, terão contato intermitente com outros
dois fio que estão ligados até duas pilhas, novamente, preferencialmente do
tamanho “A” (médio) para aumentar a durabilidade. Este contato intermitente
deve existir pois quando a bobina contiver uma corrente, existirá um campo
magnético através do ferromagnético. Ao aproximarmos um imã desta bobina,
ela tentará se alinhar com o campo magnético do imã, porém, uma vez alinhada,
ela ficaria parada numa posição de equilíbrio. Para evitar isso, desligamos o
campo magnético desfazendo o contato entre a bobina e as pilhas, assim pela
inércia a bobina continuará a girar, ao invés de parar na posição de equilíbrio.
Então, ligamos o contato novamente para que ela tente se alinhar com o campo,
99

e assim sucessivamente, o que faz a haste girar continuamente gerando


movimento a partir de uma corrente elétrica.

A figura abaixo mostra uma representação da corrente elétrica passando pela


bobina, que sob a ação de um campo magnético externo sofre a ação de uma
força que somadas geram um torque na bobina, fazendo-a girar. Pela figura é
fácil perceber que quando a bobina está alinha com o campo magnético externo
as forças não irão mais gera um torque, mas sim se anular. É nesse momento
que a corrente é desligada.
100

Fenômenos Eletromagnéticos

1) Objetivos gerais:
Ao término das atividades o aluno deverá ser capaz de:
- identificar e/ou descrever o campo magnético e o vetor indução magnética:
- comparar o campo elétrico com o campo magnético;
- concluir que a variação do fluxo de indução magnética pode induzir uma
corrente elétrica num condutor;
- relacionar a corrente elétrica induzida num condutor com a variação do fluxo de
indução magnética que a originou;
- relacionar a indução magnética com as cargas móveis que a originaram;
- concluir, que uma carga elétrica em movimento gera um campo com indução
magnética B em torno dela;
- concluir que uma corrente elétrica é capaz de produzir efeitos magnéticos;
- utilizar os conhecimentos sobre a experiência de Oersted;
- utilizar os conhecimentos sobre a lei de Biot -Savart;
- utilizar os conhecimentos sobre a lei de Faraday- Lenz.

2) Materiais necessários

- um conjunto básico formado por: tripé(l), três sapatas niveladoras (2)


(opcionais), uma Haste com 3 rebaixos e encosto (3) e um perfil universal com
fixador (9);
- um ímã em barra (4)
- um ímã em 'U’
- uma fonte de alimentação CC regulável
- quatro conexões de fios com pinos banana;
- uma bobina de 600 espiras (7);
- Um ‘I’ superior do transformador;
- um galvanômetro
- um anel com fio de poliamida (10);
- um suporte para sustentação do ímã em barra (11).
- uma chave inversora CC;
- fita adesiva:
101

3) Fundamentos teóricos
Quando uma corrente elétrica de intensidade i circula por uma bobina, surge no
seu interior, na direção do seu eixo, um campo magnético B praticamente
uniforme. No caso da bobina se encontra no vácuo, o valor modular deste campo
magnético é fornecido pela expressão:

H=4π(NI/L)

Onde:

N = número de espiras da bobina


I = intensidade da corrente elétrica que circula
L = comprimento da bobina (não comprimento do fio).

Em nossa atividade haverá um meio material no interior das bobina se a


presença dele alterará o campo magnético, como devemos estar preparados
para considerar estas alterações, não nos expressaremos mais em termos de
campo magnético e sim, em termos de densidade de fluxo magnético B,
grandeza física que considera as variações devidas ao meio material na região
de estudo.

Ex: linhas de indução magnética, sentido da indução magnética, fluxo da indução


magnética, etc.

Assim, se quisermos calcular o módulo da indução magnética no interior de uma


bobina comum meio material no seu interior, usaremos a expressão: B = µ(Ni/L)
onde: µ é permeabilidade magnética do meio material existente na região em
estudo.

Unidades: A unidade do vetor densidade de indução magnética B é o Tesla (T)


e a unidade para a permeabilidade magnética µ será expressa por Tm/A
102

OBSERVAÇÃO: Considere como 4π.10-7 T.m/A a permeabilidade magnética no


vácuo, simbolizada por πo

Outra grandeza, muito importante, é o fluxo de indução magnética (Φ).

Figura 1 – Campo magnético atravessando um plano com inclinação α

Suponhamos uma densidade de fluxo magnética uniforme B e uma superfície de


área A, imersa em sua zona de ação (figura1)

O fluxo de indução magnética ϕ do vetor densidade de fluxo magnético B,


através da superfície da área A, é fornecido pela expressão:

Φ= B.A cos α.

Onde α é o ângulo entre o vetor densidade de fluxo B e o vetor N normal a


superfície

Obs: Não recomendamos esta atividade, com fontes sem segurança eletrônica
contra curto circuito

4) Montagem
Execute a montagem conforme a figura
103

Figura 2 montagem do experimento

5.1 Antes de ligar o conjunto, aproxime o pólo norte do ímã em U (num plano
horizontalmente abaixo ao que se encontra o ímã em barra)

OBSERVAÇÃO: a região vermelha é denominada pólo norte do ímã e a


azul é denominada de pólo sul.

Segundo suas observações, como você diria que se comportam os pólos de dois
ímãs quando aproximados um do outro?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________

5.2. Com a chave inversora (6) desligada, ligue a fonte de alimentação (5) e
ajuste a tensão para um ou dois volts.
Embora a fonte possua segurança eletrônica contra curto-circuito, não
recomendamos a demora em atividades curto-circuitadas, isto reduziria a vida
média dos componentes eletrônicos, portanto, após verificar os efeitos
desejados desligue a chave auxiliar.
104

Solicite a um colega que segure o fio condutor em dois pontos A e B, conforme


afigura 2, aproximadamente um centímetro abaixo do ímã dependurado e
paralelo a ele.
Anote a tensão escolhida ______________________________________

Ligue a chave auxiliar mantendo as polaridade no circuito. Comente o observado


_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________

Segundo suas observações, o que você diria que surgiu ao redor do condutor,
capaz de movimentar o imã, quando circulou uma corrente elétrica entre os
pontos A e B do circuito?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________

5.3 Ligue a chave auxiliar invertendo a polaridade no circuito e comente o


observado
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________

5.4 Refaça as atividades anteriores, deixando o imã por baixo do trecho A-B e
comente o observado
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________

Como você diria que se comporta o sentido do vetor indução, que surge em um
ponto qualquer, ao redor do condutor, em função do sentido da corrente que
circula pelo fio?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
105

_______________________________________________________________

5.4.1 Grafique o sentido do vetor indução magnética B, gerado pela passagem


da corrente elétrica i entre os pontos A e B dos condutores representados nas
figuras 3 e 4?

Figuras 3 e 4

5·5 Da mesma maneira que você faz para guardar uma mangueira (enrolando),
faça com que o fio passe duas vezes pelo trecho A-B. Com isto, faremos circular
duas vezes mais corrente (no mesmo sentido) na proximidade do imã.
Ligue a chave, observe e comente se a intensidade do vetor densidade de fluxo
de B depende do número de espiras do fio.
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_________________________________________________________________

5·6. Segundo as atividades até agora desenvolvidas, ficou evidenciado que: ao


circular uma corrente, surge no meio que circula uma densidade de fluxo
magnético B, cujo sentido, num dado ponto, depende do sentido da corrente que
circula.
Nos proporemos, agora, a verificar se o caminho inverso é verdadeiro, isto é, se
é possível induzir uma corrente elétrica i, num condutor, a partir da densidade de
fluxo magnética B.
106

Figuras 5

Conecte a bobina de 600 espiras ao galvanômetro de zero central, conforme a


figura 5. Aproxime o pólo norte do ímã do interior da bobina e retire-o. O que
você pode concluir do observado?
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_________________________________________________________________

5.7. Torne a introduzir o pólo norte do ímã no interior da bobina, pare com ele
dentro da mesma e torne a retirá-lo.
Refaça esta operação com maior rapidez e compare os dois casos.
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_________________________________________________________________

5.8. Segundo suas observações, como se relaciona a rapidez da variação do


fluxo magnético B, com a intensidade de corrente induzida i que circula pelo
condutor?
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_________________________________________________________________

5·9. O pequeno círculo da figura 6 simboliza as espiras da bobina (vista de frente)


e o sinal x, o vetor indução magnética B devido ao pólo norte do ímã se
aproximando da folha de papel.

Figura 6
107

O que acontece com a densidade de linhas de indução B que penetram no


interior da bobina ao aproximarmos o polo norte magnético do seu interior?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________

O que acontece com a densidade de linhas de indução magnética que penetram


no interior da bobina, quando o ímã é afastado da mesma? .'
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________

Observe que, ao aproximar o ímã da bobina, a variação do fluxo magnético B faz


surgir uma f.e.m. no sistema bobina-galvanômetro e o sentido da corrente
induzida i é tal que seus efeitos tentam anular os que a provocaram. Em outras
palavras, ao aproximar o ímã (veja 5.9) o número de linhas de indução
(cruzinhas) aumenta no interior da espira e a corrente induzida deverá circular
num sentido tal, que as linhas de indução geradas por ela, devem contrariar o
aumento das "cruzinhas". A única maneira disto ocorrer é a corrente induzida
gerar uma indução magnética com fluxo contrário (simbolizado por "pontos").
Coloque alguns pontos no interior da figura 6.
Aplique a regra da mão direita, observando que os pontos nos dão o sentido do
B, induzido pela corrente elétrica que circula na bobina, e verifique que o sentido
da corrente realmente confere com o sentido indicado pelo galvanômetro, para
este caso, sentido anti-horário.

5.10. Refaça as atividades anteriores considerando o pólo sul do imã se


aproximando do interior da bobina conformei indica a figura7.
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
108

5.11 Refaça as atividades 5.9 e 5.10 considerando, em cada caso, os respectivos


movimentos dos pólos magnéticos.
1ºcaso. Figura 8: Pólo norte se afastando da bobina.
________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________

2° caso, figura 9: Pólo sul se afastando da bobina


_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________

5·12. Monte o circuito, conforme a figura 10, com a fonte regulada para 5V-CCe
utilizando a bobina de 600 espiras. Aproxime o interior da bobina do imã e ligue
o circuito. Descreva suas observações e conclusões.
109

_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________

ATENÇÃO: Não deixe A bobina ligada mais que 30 segundos, ela aquecerá e
poderá afetar o isolamento entre as espiras

5.13. Retire o ímã e introduza no interior da bobina o "I" laminado superior do


transformador. Aproxime o conjunto bobina e núcleo do tripé metálico e ligue,
por pouco tempo, a bobina e torne a desligá-la. O que você constatou enquanto
a bobina estava ligada?
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
____________________________________________________________________

O que você observou ao desligara bobina?


_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
____________________________________________________________________

5.14. Os fenômenos eletromagnéticos, que à primeira vista parecem ser muito


numerosos, na realidade são apenas três, a saber:
a) Uma corrente elétrica passando por um condutor
110

_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________

b) Variando o fluxo magnético sobreo condutor fechado, surgirá (neste condutor)


uma corrente induzida (também denominada corrente eletromagnética), cujo
sentido é tal que,
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
____________________________________________________________________

c) Veremos na atividade seguinte que: um condutor, percorrido por uma corrente


elétrica, colocado em um campo magnético, fica sujeito à ação de uma força
eletromagnética.
111

Magnetismo

1. Objetivo Geral:
Ao término das atividades o aluno deverá ser capaz de:
Compreender o magnetismo natural e suas implicações
Estudar o funcionamento da bússola.
Associar imãs

2. Materiais
Dois imãs em barra
Uma bússola.
GPS de celular
Barras de Ferro, Cobre e Alumínio

3. Montagem
Execute as montagens conforme as figuras

3.1 a partir de 30 centímetros, mantendo um na posição fixa e aproximando o


outro vagarosamente. Anote a distância que separa os imãs a partir do momento
que você sente a ação da força entre eles. Registre a informação.

Figura 1 formas de atração magnética

3.2 Altere a posição de um dos imãs, invertendo assim a polaridade. Repita o


experimento 3.1. Registre suas observações.

Figura 2 Formas de repulsão magnética


112

Figura 3 regiões do imã

Use a mesma distância encontrada no experimento 3.1. Conforme a figura 3


mantenha fixo o imã da direita (vertical) e percorra o comprimento do imã da
direita, mantendo a mesma distância encontrada no experimento 3.1, explore as
diversas regiões do outro imã e registre o observado. Como se comporta o imã
que se move enquanto se aproxima da região central do outro imã?
Como você explica isto?

3.3 marque um círculo de raio 20 cm e coloque a bússola no centro da


circunferência. Mova o imã sobre o perímetro da circunferência (uma volta
completa), mantendo sempre a mesma orientação radial do imã em relação ao
centro da circunferência. Registre o observado.

Figura 4: Interação entre imã e bússola.

Afaste o imã da bússola cerca de 1 metro, a vagarosamente aproxime o imã da


bússola. O que se observa? Tente explicar o ocorrido por meio da regra do
paralelogramo para composição das forças.

Afaste o imã da bússola e observe o ocorrido.


113

3.4 Mantenha o imã a uma distância de 20 cm da bússola. Observe a deflexão


da agulha e registre a observação. Interponha entre a bússola as barras de aço
(ferromagnética) metálica e o imã. A barra deve estar alinhada diametralmente
e encostada no imã. Registre o observado.

Substitua a barra de aço pela barra de cobre, mantendo a mesma posição.


Registre o observado.

Substitua a barra de cobre pala barra de alumínio. Registre o observado.

Figura 5: montagem de teste imã barra metálica e bússola

Substitua a bússola pelo celular e acesse no celular a função bússola. Repita o


experimento. O que se observa?
114

Indução Magnética Gerada por uma Corrente elétrica num Condutor


Retilíneo

1. Objetivos Gerais
- levar o aluno a mapear as linhas de indução magnética geradas por uma
corrente elétrica que circula num condutor retilineo;
- levar o aluno a reconhecer a validade das leis de Faraday e Lenz, bem como a
aplicação de suas regras.

2. Materiais Necessários

- uma bobina de 300 espiras (1);


- uma bobina de 5 espiras (2);
- uma haste de união e manipulo de aperto para transformador(4);
- um tripé estampado com rosca central (5) e três sapatas niveladoras isolantes;
- um "I' superior do transformador (6);
- um 'U' lamina do transformador (7);
- uma mesa com junção para espiras (8);
- um subconjunto formado por: uma haste (11) e um tripé (12) com três sapatas
niveladoras isolantes;
- uma bobina de 600 espiras (14);
- uma espira quadrada com o condutor para alta corrente (3);
- uma chave inversora de três posições ou uma líga-deslíga (9);
- quatro conexões de fios com pino banana (10);
- limalha de ferro.

3. Fundamentos Teóricos

O ímã natural é a mais antiga fonte de magnetismo conhecida. Por volta de 1820,
Öersted descobriu que ao circular uma corrente elétrica num condutor, surge ao
redor deste um campo magnético B. Este campo magnético é uma grandeza
vetorial que, para ficar perfeitamente caracterizada, é muito importante se levar
em conta o meio que circunda o condutor pelo qual se movimenta a corrente
115

elétrica, este meio, sem dúvida alguma, pode provocar grandes alterações no
comportamento do campo magnético B.
Pelo motivo acima exposto, continuaremos a analisar o vetor indução magnética
B em nossas atividades.
Um a processo simples que permite se obter boas informações sobre o vetor
indução magnética B é a utilização de Pequenas limalhas de ferro que, em
presença de campos magnéticos, se orientam segundo as ''linhas de indução
magnética''. A observação da orientação das limalhas fornece importantes
informações do comportamento da indução magnética B na região em estudo.

Em nossas atividades haverá um meio natural (ar) ao redor do condutor como


consequência, o campo magnético na região circundante sofrerá alteração.
Como devemos estar preparados para considerar estas alterações. nos
expressaremos, não mais em termos de campo magnético, mas sim, de indução
magnética B.

Exemplo: linhas de indução magnética, sentido da indução magnética, fluxo da


indução magnética, etc.

A letra grega µ representa a permeabilidade magnética do meio material.


Unidades: A unidade do vetor indução magnética B é o Tesla, simbolizado por T
e a unidade para a permeabilidade magnética u é T.m/A.

Observação Considere como 4π.10-7 a permeabilidade no vácuo sinalizado por


µ0

4. Montagem

Observação: Nas atividades em redes no VAC, utilizem o primário a bobina de


300 espiras, caso a tensão seja de 220VAC, utilize a bobina de 600 espiras.

Atenção! Durante esta atividade você operará diretamente com a tensão da rede
local sobre a bobina primária e fará circular no secundário (conjunto formado
pela bobina2 e o que nela estiver ligado) uma alta corrente, consequentemente,
116

o secundário dissipará uma apreciável energia térmica devido ao efeito Joule,


aquecendo relevantemente o sistema.

Recomendamos que o conjunto seja ligado somente o tempo necessário para a


ocorrer o alinhamento das limalhas de ferro ao redor do condutor e desligando,
imediatamente, ao término de cada operação.

Execute a montagem básica conforme o (item 1 se a rede local for 110 VAC e
item 3 para redes 220 VAC), mantendo o conjunto desligado da rede até
recomendações em contrário e observando as etapas seguintes:

Figura 1 representativa da montagem

41. Articule a parte móvel da mesa com junção (8) e encaixe a lateral vertical da
espira quadrada (3) no primeiro orifício, tornando a fechar a mesa.
4.2. Caso haja necessidade, solte o manípulo que fixa a mesa na haste, subindo
ou descendo o conjunto.
Mantendo a Chave desligada, conecte o conjunto na tomada local.

5.1. Espalhe limalha de ferro ao redor do condutor e ligue a chave geral.


Mantenha a chave ligada apenas o necessário para, dando pequenas batidas
Com o dedo sobre a mesa (8), obter um bom efeito visual do alinhamento das
limalhas. Reproduza na figura 2 o observado.
117

5.2. O que representam estas circunferências concêntricas que têm o condutor


como centro?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________

5.3. Represente, na figura 3, a orientação que teria o vetor indução magnética B


nos pontos P1 e P2 caso a corrente fosse CC e o seu sentido fosse de baixo
118

para cima (saindo da folha de papel).


Qual a regra que você aplicou para poder orientar o vetor indução magnética B,
nos pontos solicitados?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________

5·3·1. Represente, na figura 4, a orientação que teria o vetor indução magnética


B, nos pontos P1 e P2, considerando a corrente CC e o seu sentido de cima para
baixo

5.3.2. Com base em suas respostas, como se orientam as linhas de indução


magnéticas geradas ao redor de um condutor, quando percorrido por uma
corrente alterada?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________

5.4 Jean Baptiste Biot (1774-1862) e Felix Savart (1791-1841) obtiveram,


experimentalmente, a seguinte relação entre a indução magnética B num ponto
"P", afustado perpendicularmente uma distância "d", de um fio retilíneo e longo,
no qual circulava uma corrente elétrica de intensidade "i".

B α (i/d) (1)

Como você diria que a indução magnética B, num dado ponto "p" próximo de um
fio condutor retilíneo longo, está relacionado com a corrente elétrica, que circula
no condutor com uma intensidade i e a menor distancia d do ponto ao condutor?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________

Com a confirmação experimental desta relação, ela passou a ser conhecida


como Lei de Biot Savart.
119

Nos fundamentos teóricos da atividade "Fenômenos; eletromagnéticos item 3


"vimos; que a intensidade do vetor indução B depende do meio circundante ao
fio, por isto, no Sistema Internacional Sl (racionalizado) a expressão originada
da lei de Biot-Savart toma a seguinte forma:

B = µi/2πd (2)

5.4.1. Identifique cada termo variável da expressão (2) acima


B ---------------------------------------------
µ ---------------------------------------------
i ----------------------------------------------
π --------------------------------------------
d ---------------------------------------------

Considere como 4 π 10-7 Tm/A a permeabilidade magnética no vácuo,


simbolizada por µ0

5·5·Supondo que a intensidade de corrente i que circula pelo fio (espira) seja
75A, qual seria o valor do vetor indução magnética B num ponto "P" (no vácuo)
distante 0,2m do fio?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
120

Indução Magnética entre dois condutores paralelos retilíneos percorridos


por correntes elétricas

Objetivos Gerais
- Levar o aluno a mapear as linhas de indução magnética gerada por uma
corrente elétrica que circula no mesmo sentido em dois condutores paralelos e
retilíneos;
- levar o aluno a reconhecer a validade das leis de Faraday e Lenz, bem como a
aplicação de suas regras.

2. Materiais Necessários

- uma bobina de 300 espiras (1);


- uma bobina de 5 espiras (2);
- uma haste de união e manipulo de aperto para transformador (4);
- um tripé estampado com rosca central (s) e três sapatas niveladoras isolantes;
- um "f' superior do transformador (6);
- um 'U' laminado do transformador (7);
- uma mesa com junção para espiras (8);
- um subconjunto formado por: uma baste (11l) e um tripé (12) com três sapatas
niveladoras isolantes;
- uma bobina de 600 espiras (14);
- uma espira com dois fios paralelos para alta corrente (15);
- um trilho condutor com 2 balanços (18);
*- uma chave inversora de três posições ou uma liga-desliga (9);
*- quatro conexões de fios com pino banana (10);
*- limalha de ferro
*- um retroprojetor (caso contrário, realize o experimento ignorando-o).

3. Montagem

Observação- Nas atividades em rede 127 volts, utilize no primário a bobina


de300 espiras, se sua tensão local seja de 220 VAC, utilize a bobina de 600
espiras.
121

Atenção! Durante esta atividade você operará diretamente com a tensão da rede
local sobre a bobina primária e fará circular no secundário (conjunto forma pela
bobina 2 e o que nela estiver ligado) uma alta corrente, consequentemente,
secundário dissipará uma apreciável energia térmica devido ao efeito Joule,
aquecendo relevantemente o sistema.
Recomendamos que o conjunto seja ligado somente o tempo necessário para
ocorrer o alinhamento das limalhas de ferro ao redor do condutor e desligando,
imediatamente, ao término de cada operação.

Execute a montagem básica conforme o (itens 2 se a rede local forno127 VAC e


item 3 para redes 220 VAC), colocando a espira com dois fios paralelos para alta
corrente (15), no lugar da espira (16), mantendo o conjunto desligado da rede
até recomendações em contrário.

Mantendo a chave geral desligada, conecte o conjunto na rede local.

Figura da montagem

4.1. Espalhe limalha de ferro ao redor dos condutores paralelos, que passam
pelos orifícios da mesa (8) e ligue a chave geral. Mantenha a chave ligada
apenas o necessário para, dando pequenas batidas (com o dedo) sobre a mesa
(8), obter um bom efeito visual do alinhamento das limalhas.

Reproduza na figura a o observado.


122

Figura2

4.2.0bservando a figura 2, dê a orientação do vetor indução magnética B, no


plano da mesa (8), nos pontos assinalados por P1 e P2, considerando a corrente
elétrica circulando no sentido de baixo para cima

Observe que o condutor 2 se encontra imerso na indução magnética B criada


pela corrente que circula no condutor1.

Assinale a direção e o sentido do vetor força eletromagnética F que atua no


condutor 2, imerso na indução magnética B, provocada pela corrente elétrica i
que circula no condutor 1.

Comente o que aconteceria ao condutor 2, Caso ele fosse móvel.

4.3. Utilizando afigura 3, dê a orientação do vetor indução magnética B, sobre o


plano da mesa (8), nos pontos assinalados por P1, P2, P3, P4, e P5
considerando a corrente elétrica circulando no sentido de baixo para cima.
123

Figura 3

4.4 Utilizando a figura, analise a situação para o caso do fio 1 conduzir uma
corrente no sentido contrário ao do fio 2.

Figura 4

4.5. Dê a orientação, nos pontos A, assinalados nas figuras 5, 6, 7,8 e 9 do vetor


indução magnética B provocado pela corrente elétrica que circula nos
condutores indicados.
Calcule o módulo do vetor indução magnética B em cada um dos pontos A
indicados.
(0bservação: considere os sistemas no vácuo, µ0 = 4π.10-7 T.m/A).
124

4.6 Com o transformador desligado remova o conjunto da mesa de junção (8) e a espira
com fios paralelos (15)
4.6.1 Fixe os trilhos condutores para os dois balanços (18) na bobina de 5 espiras (2) e
deposite sobre os trilhos os dois balanços condutores, afastados cerca de 5 mm entre
si.

Observação: É fundamental que os pontos de contato sejam limpos antes da atividade


Coloque uma gota de óleo nos pontos de contato entre os balanços e os trilhos.

Observe atentamente os balanços, ligue e desligue a chave.


Descreva o ocorrido e procure justificar o observado
_____________________________________________________________________
125

_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
126

Os Transformadores elevadores e abaixadores de tensão

l. Objetivos Gerais:
Ao término destas atividades o aluno deverá ser capaz de:
- Descrever o funcionamento de um transformador elevador ou abaixador de
tensão;
- Utilizar conhecimentos sobre alei de Oersted;
- Utilizar conhecimentos sobre alei de Faraday;
- Utilizar conhecimentos sobre alei de Lenz;
-Utilizar as equações e as relações existentes entre as tensões, correntes
induzidas e números de espiras, existentes entre o primário e secundário deum
transformador ideal;
- Reconhecer as limitações das relações apresentadas.

2. Materiais Necessários (os itens assinalados * são opcionais)


Um transformador desmontável com os seguintes componentes

-Uma bobina de 300 espiras (1);


-Uma haste de união e manipulo de aperto para transformador (4);
-Um tripé estampado com rosca central (5) e três sapatas niveladoras
isolantes;
- Um "I" superior do transformador (6);
-Um "U" laminado do transformador (7);
-Uma mesa com junção para espiras (8);
-Um subconjunto formado por: uma haste (11) e um tripé (12) com três
sapatas Niveladoras isolantes;
-Uma bobina de 600 espiras (14);
-Uma lâmpada de 6V com soquete, extensão e pino banana;
*- uma chave inversora de três posições ou uma liga-desliga (9);
*-quatro conexões de fios com pino banana (l0);
*-limalha de ferro;
* - uma bússola;
* -10 cm de fita adesiva;
127

*- uma garra jacaré;


Um galvanômetro, ou multiteste com fundo de escala compatível para a
atividade;
*- uma fonte de alimentação: estabilizada
*- um voltímetro 30V (CC/CA),ou multiteste com fundo de escala compatível
para a atividade;
* - um retroprojetor (se possível, caso contrário, realize o experimento
ignorando-o).

3. Fundamentos Teóricos
O transformador é um equipamento que, basicamente, se constitui de uma
bobina, chamada primário, por onde circula uma corrente elétrica variável i,
capaz de provocar, no seu interior, uma indução magnética B, também variável
e, a partir desta (ampliada e canalizada em grande parte por

Uma substância ferromagnética, denominada armadura), induz numa segwx1a


bobina, chamada secundário, uma corrente elétrica.

A corrente i induzida pela variação do fluxo de indução magnética B no


interior do secundário, é denominada corrente induzida ou corrente
eletromagnética, o fenômeno ocorrido é chamado de indução eletromagnética,
a diferença de potencial responsável pela corrente induzida é conhecida por
força eletromotriz induzida e o fluxo de indução magnética (que gerou a
corrente induzida no secundário) passa a se chamar: fluxo de indução
eletromagnética.

A indução eletromagnética é governada pelas leis de Faraday e Lenz.

Lei de LENZ:
"O sentido da corrente induzida é aquele que produz um fluxo de indução
magnética que se opõe à variação do fluxo eletromagnético que lhe deu
origem."
128

Lei da indução de FARADAY:


"A f.e.m. induzida média, num condutor fechado, é diretamente
proporcional à rapidez negativa da variação do fluxo de indução magnética
(φB) que o atravessa."

E=-(L\q>JL\t)

OBS: A unidade do fluxo de indução magnética CPB é o Weber (Wb),a


unidadeda f.e.m. induzida média s é o volt (V) e a do tempo t é o segundo (s).

4 Montagem
Execute a montagem conforme afigura 1 (mantendo a fonte desligada até
recomendação em contrário).

4.1. Verifique se a tensão da rede confere com a indicada na chave seletora da


fonte.
129

4.2. Com a chave 9 desligada, ligue a fonte e a regule para 4vcc,

5. Andamento das Atividades

5.1. Espalhe limalha de ferro sobre a mesa (8) e ligue a chave geral. Mantenha
a chave ligada apenas o necessário para, dando pequenas batidas (com o
dedo) sobre a mesa (8), obter um bom efeito visual do alinhamento das
limalhas.

Procure reproduzir na figura 2 o observado e justifique o ocorrido em


termos da indução magnética B.
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_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
____________________________

Desligue a chave geral 9,

5.2. Observando o sentido das espiras e utilizando a regra da mão direita,


determine o polo magnético que fica na parte superior da bobina, neste
experimento.
130

OBSERVAÇÃQ: Marque este polo com um pedaço de fita adesiva.

5·3. Regule a fonte para 0,5VCC, mantendo a chave geral (9) desligada.

Deite a bobina, abaixe a mesa e coloque a bússola sobre a mesma


conforme a figura3.
Ligue a chave mantendo a polaridade.
Observando a orientação da bússola, avalie a eficiência da regra aplicada
na questão anterior.

5.4· Identifique os polos da agulha magnética que aponta para o polo


magnético já identificado na bobina
____________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_____________________

Supondo que a bobina é o planeta Terra, avalie a seguinte afirmação:

O polo norte geográfico da Terra está próximo do seu polo sul magnético,
enquanto que o seu polo sul geográfico está próximo do polo norte magnético."
131

5.5. Inverta o sentido da corrente e torne a determinar o pólo magnético na


região anteriormente assinalada da bobina. Justifique a sua resposta.
____________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_____________________________________________________

5.6. Qual seria o comportamento do vetor indução magnética B, no interior da


bobina, caso a corrente que por circulasse fosse alternada?
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_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_____________________

5. 7. Execute a montagem conforme a figura 4, introduzindo a bobina na


armadura laminada em "U" (sem ligar a fonte ).
132

Mantendo a chave 9 desligada, ligue a fonte de alimentação e a regule para


4VCC.

5·8. Espalhe limalha de ferro sobre a mesa (8) e ligue a chave geral.
Mantenha a chave ligada apenas o necessário para, dando pequenas batidas
(com o dedo) sobre a mesa (8), obter um bom efeito visual do alinhamento das
limalhas.

Procure reproduzir na figura 4 o observado e compare-a com afigura 2,


descrevendo a sua conclusão, justifique o ocorrido em termos da indução
magnética B.
____________________________________________________________
_______________________________________________________________
133

_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
___________________________________

5.8.1.Identifiqueos polos magnéticos mais próximos dos pontos P1 e P2,


assinalados na mesa acrílica (8)
____________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_____________________

5.8.2. Aproxime aparte metálica livre do laminado em U do transformador


(7) da peça metálica que segura as partes acrílicas da mesa.

Reproduza na figura 5 a nova configuração observada e a compare com a


representa da na figura 4, justificando as diferenças.
____________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
____________________________

5.9.A armadura em U, introduzida no interior da bobina, e a peça metálica


que segura as partes acrílicas da mesa são feitas de chapa de aço, material
134

ferro magnético, cuja propriedade magnética é possuir uma permeabilidade


magnética bastante alta. Esta propriedade justifica a introdução de núcleos de
materiais derivados do ferro no interior das bobinas, quando existir interesse na
obtenção de induções magnéticas elevadas. Por outro lado, o material
ferromagnético se comporta, por analogia, ao movimento das cargas elétricas
frente a um condutor cuja condutividade elétrica é grande, ou seja, é mais fácil
para as linhas de indução magnética "optarem" pelas zonas onde a
permeabilidade magnética for maior.
Desta maneira, podemos "canalizar" o fluxo de indução magnética, ao
mesmo tempo que elevamos o valor da indução magnética B.
Trace na figura 6, a possível orientação das linhas de indução magnética
nos sistemas bobina e núcleo ferromagnético apresentados.

5.10.Execute a montagem conforme a figura 7 (sem ligar a fonte) e mantenha o


miliamperímetro afastado do transformador

OBS:-Durante as atividades (com correte contínua) que se seguem, evite


deixar a chave geral (9) ligada por muito tempo; acreditamos que 50 segundos
é um intervalo de tempo suficiente para a observação dos fenômenos a serem
discutidos.
135

5.10.1. Observando o miliamperímetro de zero central, ligue a chave


inversora, mantendo a polaridade, aguarde o repouso do ponteiro e torne a
desligar a chave intermediária. Justifique o ocorrido em termos das Leis de
Faraday e Lenz.
____________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
____________________________

5.10.2. Ligue o sistema invertendo a polaridade, aguarde o repouso do


ponteiro e torne a desligar a chave intermediária. Justifique o ocorrido em
termos das Leis de Faraday e Lenz.
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
____________________________

5.10.3.Abra o circuito na garra jacaré e ligue a chave intermediária, mantendo a


136

polaridade original.
Observando a lâmpada, abra e feche o contato através da garra jacaré,
primeiro lentamente e depois mais rápido. Justifique o ocorrido em termos de
força eletromotriz induzida.
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_________________________

5.10.4. Segundo suas observações, o que deve ocorrer com a corrente


elétrica, no primário do transformador, para que o processo de indução
eletromagnética se desencadeie?
____________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_____________________

Na parte traseira da fonte existem duas saídas de corrente alternada; uma


com a tensão igual à da rede local e outra com saída de aproximadamente
23VAC.

Execute a montagem, conforme a figura 8, sem ligar a fonte de


alimentação e utilizando a saída auxiliar de 23 VAC.

5.11.1. Ligue a fonte e a chave intermediária.


137

Execute as medições das diferenças de potencial nas regiões indicadas e


responda às questões a seguir:

-Qual o valor encontrado para a d.d.p. no primário deste transformador?


_______________________________________________________________
_____

-Qual o valor medido para a f.e.m. no secundário deste transformador?


_______________________________________________________________
______

- Indique o número de espiras no primário e secundário deste transformador.


_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________

5.11.2. Conecte a lâmpada de 6 volts aos bornes da bobina do secundário,


ligue a chave intermediária e descreva o observado.
138

____________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
____________________________

Justifique o fato da lâmpada permanecer "acesa" mesmo não ligando e


desligando o secundário como no item 5.10.3
____________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_____________________

5.11.3. Compare as tensões medidas a vazio e com carga no secundário do


transformador?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_____________________

OBSERVAÇÃO: Nos transformadores de uso comercial é normal uma pequena


queda de tensão entre a situação a vazio e com carga.

5.11.4. Este transformador pode ser classificado como elevador ou abaixador de


tensão?
Justifique a sua resposta
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
______________

5.11.5. Cite uma vantagem do emprego da corrente alternada.


_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
139

____________________

6.Atividadeopcional:
6.1. Com o transformador a vazio, determine sua tensão de entrada e a
intensidade de corrente que circula no primário (corrente de magnetização).
____________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
____________________________

6.2. Qual a potência de consumo deste transformador, mesmo com o


secundário a vazio?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_____________________

Este transformador pode ser considerado um transformador ideal?


Justifique a sua resposta.
____________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_____________________

6·3· o rendimento (η de um transformador é dado pela relação;

Onde: W p = potência recebida no primário


Ws = potência recebida no secundário.

Se o nosso transformador fosse ideal, isto é, se não ocorressem perdas de


fluxo magnético, o seu rendimento seria 1 (um) e teríamos a seguinte
140

igualdade:

Observe que acorrente que circula (no primário ou secundário) é


inversamente proporcional à tensão a que está submetida.
Verifique que a d.d.p. induzida numa bobina é proporcional a o seu número de
espira, isto é:

Onde N/Ns é a relação de transformação.

OBSERVAÇÃO: Reforçamos a ideia que as relações acima são


validas somente para transformadores ideais.
141

Referências Bibliográficas:

DEL TORO, VICENT Fundamentos de Máquinas Elétricas. LTC, 2014 – Rio


de Janeiro.

ISOLA, VINICIUS A História do Eletromagnetísmo acessado em 10/03/2017


http://www.ifi.unicamp.br/~lunazzi/F530_F590_F690_F809_F895/F809/F809_sem1_2003/9925
58ViniciusIsola-RMartins_F809_RF09_0.pdf

PETRY, CLOVIS ANTÔNIO Campos Magnéticos, Densidade de Fluxo,


Permeabilidade e Relutância acessado em 10/03/2017
http://professorpetry.com.br/Ensino/Repositorio/Docencia_CEFET/Retificadores/2007_2/Aula_1
7.pdf

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