Caso Daniella Perez
Caso Daniella Perez
Caso Daniella Perez
RELATÓRIO
IP - 861/92
Douto(a) Magistrado(a)
No final das gravações, por volta das 21:00 horas, páteo da Tycoon, crianças pedem
fotos com Daniella (Yasmin) e Guilherme (Bira). Eles tiram as fotos. Guilherme sai num
automóvel Santana, tendo o motorista das crianças o seguido. Motorista e crianças vêem que
ele pára logo adiante, no acostamento de um posto de gasolina. As crianças insistem em
ficar, mas o motorista segue para casa. Ali, Guilherme de Pádua é visto e reconhecido pelos
frentistas.
Daniella sai minutos depois dele da Tycoon e para no posto, onde abastece o carro. E
ao sair do posto, mais precisamente ao embicar para pegar a estrada principal, o carro dos
assassinos avança, fazendo a interceptação que é assistida pelos frentistas. Ela sai do carro
cobrando explicações, ele a desacorda com um soco e a atira no interior do Santana, que sai
dirigido por Paula Thomaz. Guilherme assume a direção do Escorte de Daniella.
Na manhã do dia seguinte, o cerco fecha para o casal, que diante tantas provas e
testemunhas acabam confessando a autoria do crime de homicídio contra Daniella Perez
Gazolla.
TESTEMUNHAS:
HUGO DA SILVEIRA:
“...aquela noite , HUGO voltava com os netos e, por volta das 21.30, passou pelo
local. Foi a mão de Deus, como disse Arthur Lavigne, até porque, ele poderia ter chegado ao
condomínio por outro caminho que não aquele: avistou dois carros estacionados, um santana e
um escort, um atrás do outro, sendo que tal fato lhe chamou a atenção por estarem seus
ocupantes naquele local ermo; que o depoente ficou preocupado e chegando em casa tentou
obter uma arma com sua filha, mas não possuindo uma, retornou com o caseiro que passou a
dirigir o veículo tendo o depoente a seu lado..”
“...que os veículos ainda se encontravam na mesma posição, voltados para a avenida das
Américas, e neste momento anotou a primeira placa do primeiro veículo santana, pela parte
traseira, cujas letras se recorda serem “OM”; que o depoente foi mais adiante e retornou por
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uma rua, digo, pelo mesmo caminho objetivando verificar agora a placa do escort, tendo esse
retorno demorado no máximo um minuto; que o depoente conseguiu anotar a placa do escort,
veiculo que estava sem passageiros mas observou que no santana haviam duas pessoas, uma
mulher no banco do carona e o vulto do motorista que parecia ser um homem; que o veículo
do depoente estava com os farois acesos e os farois do santana também foram acesos um
pouco antes de o depoente passar com o motorista em seu veículo; que a luz dos farois do
santana refletiram no carro da frente, na traseira do escort, e clareou o interior do veiculo
santana; que a rua é muito estreita, e o veículo do depoente passou uns cinquenta a oitenta
centímetros de distancia do santana; que nesse momento observou o vulto do motorista e de
uma mulher sentada no banco do carona; que o depoente viu bem o rosto da mulher, mas o do
homem não deu para perceber. De volta ao condominio, com as placas anotadas, moradores
do condominio receosos reunidos na portaria, um deles, ANTONIO CARLOS CURADO,
liga para a polícia.
Ali, naquele dia 28, ANTONIO CARLOS CURADO veio falar comigo. Contou
que um morador tinha anotado a placa dos veiculos estacionados ali. Chamei o delegado
Cidade, que foi até o condomínio, acordou HUGO -já era de madrugada, e ele estava de
viagem marcada para a manhã seguinte. HUGO prestou o primeiro depoimento na sala da
sua casa, fornecendo aos policiais a placa de carro que identificaria os assassinos. Ele anotou
a placa adulterada: OM115.
Da casa de HUGO os policias foram até a Tycon. E lá, pelo registro de entrada e
saída dos carros, identificaram o santana de GUILHERME DE PÁDUA: LM115. Logo o
OM ficou explicado, quando a pericia detectou que GUILHERME DE PÁDUA tinha
adulterado a placa para cometer o crime, transformando o “L”em “O”, a perícia
classificou como "perfeita"a adulteração da placa do carro dos indiciados. No dia do crime,
GUILHERME DE PÁDUA foi ao estúdio dirigindo o carro do sogro, e não o seu. O
delegado foi à Tycon, pegou a planilha de estacionamento e lá estava: LM115, constando
como de GUILHERME DE PÁDUA.
Os criminosos tentaram, também, arrancar a placa do carro de Daniella.(fotografia no
final do post). A passagem do advogado Hugo da Silveira, no entanto, fez com que se
retirassem apressados do local.
“...que o depoente viu no Jornal Nacional cenas da novela e pode observar que aquela
pessoa, ou seja, aquela mulher que estava sentada no banco do carona não era a atriz
DANIELLA PEREZ. Que cinco ou seis dias depois, o jornal O Globo, de sábado ou
domingo, publicou uma foto de PAULA THOMAZ; que o depoente verificou, com certeza,
que era a mulher que ali estava no interior do santana (...) que o depoente então comunicou-
se com a filha e foi marcada sua presença para a oitiva na delegacia da circunscrição da Barra
da Tijuca...”.
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O delegado NEWTON MOREIRA LOPES disse ter ouvido PAULA confessar, no
pátio da 16ª Delegacia de Polícia, ela disse:
“...que deu o primeiro dos golpes que atingiram e mataram a atriz DANIELLA
PEREZ...”
Na tarde dia 30/12/1992,são desiganados dois policiais para irem na casa PAULA
THOMAZ,o policial VALDIR DE OLIVEIRA ANDRADE e o policial NELSON, os
policiais pedem para conversar com PAULA THOMAZ, e um dos policiais diz a ela:
PAULA , GUILHERME já falou tudo o que você tem a dizer? E PAULA confessa que
estava presente no carro e presenciou o homicídio, e ela é levada à delegacia por policiais,
para prestar depoimento onde a mesma confessa participação no crimeem depoimento
informal, mas depois nega a particiapação do mesmo.
“...a tesoura, para ser considerada pérfuro cortante terá que ser acionada aberta, o
que, sem dúvida, acarretaria, além de um número variado de lesões muito superficiais, outras
que se restringiriam à epiderme...”
E conclui:
Outra evidência que desmente a manobra: apunhalar alguém com uma tesoura aberta
provoca inevitavelmente ferimentos na mão de quem apunhala, porque a pessoa teria que
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agarrar o gume para efetuar os golpes, nem PAULA THOMAZ nem GUILHERME DE
PÁDUA tinham qualquer ferimento nas mãos...”.
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INDICIADOS:
ANTECEDENTES CRIMINAIS:
LAUDOS PERICIAIS;
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-LAUDO DE NECROPSIA – DANIELLA PEREZ GAZOLLA
(PREÂMBULO):
Aos Vinte e Nove dias do mês de Dezembro do ano de mil novecentos e Noventa e
Dois, pelo Diretor foram designados os peritos acima para proceder a exame no cadáver de
"DANIELA PEREZ GAZOLA"
Nome anot. DecI. Óbito: ''DANIELA PEREZ GAZOLA" a fim de ser atendida a
requisição supra, descrevendo com verdade, e com todas as circunstâncias o que encontrarem,
descobrirem e observarem, e, bem assim, para responder aos seguintes quesitos:
(QUESITOS)
(HISTÓRICO)
(DESCRIÇÃO)
(DISCUSSÃO E CONCLUSÃO)
Ao 1º) Sim;
Ao 2º) Ferimentos penetrantes de pescoço e tórax com transfixações de traquéia,
pulmão
esquerdo e coração, determinando hemorragia interna e anemia aguda;
Ao 3º) Instrumento Perfuro Cortante;
Ao 4º) Prejudicado.
Nada mais havendo a lavrar-se, e encerrado o presente auto, que depois de lido e
achado conforme, e assinado pelos peritos legistas e rubricado pelo diretor .
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-LAUDO DE EXAME DE MATERIAL:
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FOTO DO LAUDO PERICIAL - PLACA CARRO DANIELLA:
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É o relatório.
MAURO MAGALHÃES
DELEGADO DE POLÍCIA
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