Tecnologia HDMI
Tecnologia HDMI
Tecnologia HDMI
Introdução
A indústria do entretenimento tem realizado grandes feitos no que diz respeito às
tecnologias de execução de áudio e vídeo. Hoje, já é possível ter em casa um "cinema
particular", utilizando, por exemplo, televisores ou projetores de alta definição aliados a um
sistema de áudio potente e cristalino. Junte isso à disponibilização de conteúdo mutimídia
na internet, e você terá uma verdadeira central de entretenimento em casa. O único
problema nessa história toda pode ser a confusão de cabos para interconectar os
aparelhos, mas o HDMI (sigla para High-Definition Multimedia Interface) surge para dar
uma ajudinha nessa questão.
O HDMI é uma tecnologia de conexão capaz de lidar com áudio e vídeo ao mesmo tempo,
isto é, não é necessário ter um cabo separado para cada coisa. Além disso, toda
transmissão do HDMI é feita por meio de sinais digitais, o que torna a tecnologia apta a
transmitir vídeo e áudio de altíssima qualidade. Que tal conhecer mais vantagens do HDMI
e entender um pouco do seu funcionamento? É o que você verá a seguir.
O que é HDMI?
HDMI é uma tecnologia de conexão de dispositivos de áudio e vídeo
que tem tudo para substituir os padrões existentes até então. Por trás
de seu desenvolvimento está um time de gigantes da indústria eletrônica, tais como Sony,
Philips, Toshiba, Silicon Image, entre outras. Com essa tecnologia, é possível, por
exemplo, conectar um reprodutor de Blu-ray a uma TV de alta definição e ter como
resultado imagens de excelente qualidade. Por meio de um cabo HDMI pode-se transmitir
sinais de áudio e vídeo. Em outros padrões é necessário ter, pelo menos, um cabo para
cada coisa.
Mas, as vantagens do HDMI não se limitam a isso. Essa é uma tecnologia que transmite
sinais de forma totalmente digital. Graças a isso, é possível ter imagens de excelente
qualidade e resoluções altas (1080p, por exemplo), inclusive maiores que as suportadas
pela tecnologia DVI (Digital Visual Interface), que substituiu o padrão VGA para as
conexões de monitores em computadores (saiba mais sobre DVI e VGA).
O conector do cabo HDMI também leva vantagem em relação aos demais padrões, já que
possui tamanho reduzido e encaixe fácil, semelhante aos conectores USB. Na verdade, a
indústria definiu dois tipos de conectores inicialmente: o HDMI tipo A e HDMI tipo B, com
19 e 29 pinos, respectivamente. O conector tipo A é o mais comum do mercado, já que
consegue atender a toda a demanda existente, sendo inclusive compatível com a
tecnologia DVI-D. Neste caso, basta que uma ponta do cabo seja DVI-D e, a outra, HDMI.
O conector HDMI tipo B é destinado a resoluções mais altas e pode trabalhar com o
esquema dual link, que duplica a freqüência pixel clock (assunto abordado logo abaixo),
fazendo com que a transmissão dobre a sua capacidade.
Funcionamento do HDMI
A citação da tecnologia DVI no tópico anterior não foi mero acaso. Tanto o DVI quanto o
HDMI fazem uso de um protocolo chamado Transition Minimized Differential Signaling
(TMDS), o que os tornam, até certo ponto, parecidos. No HDMI, são usados três canais
TMDS para a transmissão das informações de áudio e vídeo. Os dispositivos que iniciam a
transmissão são chamados de sources. Por sua vez, os dispositivos que recebem o sinal
da transmissão são chamados de sinks.
Quando a transmissão é iniciada, os três canais TMDS são utilizados para o envio de
dados de vídeo, o chamado Video Data Period. Cada canal envia 8 bits por vez,
totalizando 24 bits. Isso é feito numa freqüência denominada pixel clock que varia de 25
MHz a 165 MHz. No caso de transmissões que não alcançam os 25 MHz, como o que
acontece em sinais PAL e NTSC, é feito uso de uma técnica de repetição de pixels. Com
esse modo de funcionamento, o HDMI pode transmitir mais de 165 milhões de pixels.
A ilustração abaixo é acompanhada de uma tabela que mostra os pinos do conector HDMI
tipo A. Note que cada canal TMDS utiliza dois pinos, totalizando 6. Há também um par de
pinos utilizado para a freqüência do TMDS, o TMDS clock. Cada par é protegido de
interferências por um pino shield:
Conector HDMI tipo A
Via Sinal
1 TMDS Data2+
2 TMDS Data2 Shield
3 TMDS Data2–
4 TMDS Data1+
5 TMDS Data1 Shield
6 TMDS Data1–
7 TMDS Data0+
8 TMDS Data0 Shield
9 TMDS Data0–
10 TMDS Clock+
11 TMDS Clock Shield
12 TMDS Clock–
13 CEC
14 Reservado
15 SCL
16 SDA
17 DDC/CEC Ground
18 +5 V Power
19 Hot Plug Detect
Resolução
Quando o assunto é HDMI (ou outras tecnologias relacionadas, como o HDTV - High-
Definition Television), é comum a menção de resoluções como 720p e 1080p. Mas, o que
isso significa? Embora pareça complicado, essas nomenclaturas simplesmente facilitam a
identificação da quantidade de pixels (em poucas palavras, pixel é um ponto que
representa a menor parte da imagem em uma tela) suportava pelo dispositivo, além do uso
de progressive scan ou interlaced scan. No progressive scan, todas as linhas de pixels da
tela são atualizadas simultaneamente. Por sua vez, no modo interlaced scan, primeiro as
linhas pares recebem atualização e, em seguida, as linhas ímpares (ou seja, é um
esquema do tipo: linha sim, linha não). Em geral, o modo progressive scan oferece melhor
qualidade de imagem.
Assim sendo, a letra 'p' existente em 720p, 1080p e outras resoluções indica que o modo
usado é progressive scan. Se for utilizado interlaced scan, a letra aplicada é 'i' (por
exemplo, 1080i). O número, por sua vez, indica a quantidade de linhas de pixels na
vertical. Isso significa que a resolução 1080p, por exemplo, conta com 1080 linhas verticais
e funciona com progressive scan. Eis algumas resoluções comuns:
Você já deve ter ouvido falar do termo Full HD (High Definition). Esta expressão, cuja
interpretação seria algo como "Alta Definição Máxima", indica que a tela trabalha na
resolução máxima, que é de 1080p. Isso significa que o dispositivo será capaz de executar
em qualidade máxima vídeos - provenientes de um disco Blu-ray, por exemplo -
preparados para este nível de resolução.
Versões do HDMI
A tecnologia HDMI passou por várias revisões em suas especificações desde a
disponibilização da primeira versão. A vantagem disso é que cada versão adiciona
melhorias à tecnologia. Por outro lado, isso causa confusão e, em determinadas situações,
pode provocar o impedimento do envio do sinal. Esse problema pode ocorrer, por
exemplo, se o dispositivo receptor trabalhar com uma versão inferior à versão utilizada
pelo dispositivo emissor. Para lidar com essa possibilidade, a indústria desenvolveu
técnicas que garantem a transmissão dos dados. A diferença é que, se a transmissão
requerer algum recurso existente na versão mais recente, o dispositivo com a versão
anterior não poderá utilizá-la.
A seguir, uma breve descrição das principais características das revisões existentes até a
publicação deste texto no InfoWester:
- HDMI 1.1: semelhante à versão 1.0, porém com a adição de compatibilidade ao padrão
DVD-Audio. Lançado em maio de 2004;
- HDMI 1.2: adicionado suporte a formatos de áudio do tipo One Bit Audio, usados, por
exemplo, em SACD (Super Audio CD). Incluído suporte à utilização do HDMI em PCs e a
novos esquemas de cores. Lançado em agosto de 2005;
- HDMI 1.3: nesta versão, o HDMI passou a suportar freqüência de até 340 MHz,
permitindo transmissões de até 10,2 Gb/s. Além disso, a versão 1.3 permite a utilização de
uma gama maior de cores e suporte às tecnologias Dolby TrueHD e DTS-HD Master
Audio. Essa versão também possibilitou o uso de um novo miniconector (HDMI tipo C -
mini), apropriado a câmeras de vídeo portáteis, e elimina um problema de sincronismo
entre o áudio e o vídeo (lip sync). O lançamento do HDMI 1.3 se deu em junho de 2006;
HDMI 1.4
Esta versão foi anunciada em maio de 2009 e oferece tantas novidades que poderia até
ser chamada de 2.0. Eis suas principais características:
E não termina por aí, pois o padrão traz consigo novos tipos de cabo:
O HDMI 1.4 também introduz um novo tipo de conector (HDMI tipo D - micro) de 19 pinos,
que de tão pequeno pode ser facilmente utilizado em dispositivos portáteis, como câmeras
digitais e smartphones.
Conectores HDMI tipos A, C e D - Imagem por hdmi.org
Apesar de oferecer recursos interessantes, o HDMI 1.4 tem sido criticado por elevar o
número de tipos de cabos e de conectores, ou seja, por aumentar a complexidade para o
usuário. Por outro lado, os novos tipos de cabos podem fazer com que o custo desse
acessório seja menor ao consumidor, já que este não será obrigado a pagar mais por
cabos que suportam recursos que ele não utiliza. Além disso, o conector tipo D facilita a
integração com dispositivos portáteis.
A indústria implementou esse esquema no HDMI para evitar a pirataria, mas para muita
gente essa não é a melhor maneira de lidar com o problema e, assim todas as medidas de
segurança rigorosas, o usuário honesto é que pode ser prejudicado. Se a obtenção da
chave de autenticação falhar por algum motivo, mesmo o usuário não tendo qualquer
responsabilidade sobre isso, ele não conseguirá visualizar o seu vídeo. Em alguns casos,
o usuário descobre que se desconectar e reconectar os aparelhos talvez tudo funcione,
uma prática lamentável para uma tecnologia tão avançada.
Finalizando
O padrão VGA foi, por mais de 20 anos, o principal meio de conexão de monitores a
computadores, mas cedeu o seu "reinado" ao padrão DVI (saiba mais sobre os padrões
VGA e DVI neste artigo). Aparentemente, o HDMI conseguiu fazer o mesmo no que se
refere a conexões entre TVs e dispositivos de execução de vídeo, como um leitor de Blu-
ray, por exemplo.
O HDMI já está presente em vários aparelhos, especialmente naqueles que trabalham com
imagens de alta qualidade (tal como o console PlayStation 3, da Sony), sendo bastante
comum nos atuais sistemas de home theater. Sua aplicação também já é comum em
notebooks, tablets e até mesmo em alguns modelos de smartphones, como mostra a
imagem a seguir: