Trabalho de Microeconomia

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1.

INTRODUÇÃO

A Microeconomia estuda o comportamento de um indivíduo face a subida ou descida do preço


de um determinado bem no mercado.

A produção está organizada maioritariamente pelo sector privado, que pode assumir
principalmente, uma das seguintes formas: Sociedades em nome individual; Sociedades de
responsabilidade limitada; Sociedades cooperativas; Sociedades de responsabilidade anónima e
Associações sem fim lucrativo.

O presente trabalho pretende trazer de forma resumida as teorias do produtor e dos custos de
produção no contexto da Microeconomia, fazendo análise das relações existentes entre a
produção e os custos assim como da procura da empresa relativamente aos factores de produção.
Suportam este trabalho duas teorias por um lado a teoria do consumidor, a qual parte do
princípio da racionalidade, que se traduz em o consumidor procura obter o máximo de satisfação
com o menor custo, dai que para o consumidor racional as quantidades de bens procurados
variam em função dos preços. E por outro lado, temos a teoria neoclássica a qual diz que o
objectivo do produtor é a maximização do lucro.

Objetivo Geral

Identificar as teorias do produtor e as teorias dos custos no mercado.

Objectivos específicos

 Descrever os princípios da teoria de produção;

 Explicar a produção a longo e curto prazo;

 Compreender os princípios da teoria de custos;

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 Classificar os tipos de custos;

 Analisar a relação ou função da produção com os diferentes factores;

 Estabelecer a relação entre o trabalho, o capital e outros elementos.

2. TEORIA DO PRODUTOR DE CUSTOS

Produção: E qualquer utilização dos recursos que transforma uma mercadoria em outra em um
certo tempo e espaço.

Podemos dizer também que e o processo de transformação dos materiais adquiridos pela empresa
em produtos para a venda no mercado com objectivo de gerar receita e maximização de lucro.

Custo: Em economia, custo é o valor do consumo ou desgaste de fatores necessários para


a produção de um bem ou serviço. Toda produção de um bem tem um consumo ou desgaste de
fatores produtivos.

A teoria do produtor é uma parte da microeconomia que estuda o comportamentodo ponto de


vista da produção, como a preferência e demanda do consumidor de acordo com um produto ou
serviço específico.A teoria do produtor é considerada a contrapartida da teoria do consumidor.

“A teoria da produção e a teoria dos custos de produção constituem a teoria da oferta da firma
individual, seus princípios são importantes para a análise dos preços, do emprego dos fatores e
de sua alocação. As teorias servem de base para a análise das relações entre produção e custo de
produção.”(FUNDAMENTOS DA ECONOMIA, 2009, cap. 6)

A teoria da produção preocupa-se com a relação entre a quantidade física de produtos (outputs) e
de fatores de produção (inputs), enquanto que a teoria dos custos de produção relaciona a
quantidade física de produtos com os preços dos fatores de produção.

Estas duas teorias permitem-nos compreender duas funções fundamentais em economia:

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1. Servem de base para a análise das relações existentes entre produção e custos de produção:
numa economia moderna, cuja tecnologia e processos produtivos evoluem rapidamente, a
relação entre a produção e custos de produção é muito importante na análise da Teoria da
Formação dos Preços.

2. Servem de apoio para a análise da procura da empresa relativamente aos factores de produção
que utiliza: para produzirem bens, as empresas dependem da disponibilidade de factores de
produção. (FUNDAMENTOS DA ECONOMIA, 2009, cap. 6)

2.1 Objectivo Do Produtor – Maximização Do Lucro.

A produção traduz-se no processo de combinar recursos (inputs) a fim de produzir bens e


serviços, utilizando uma determinada tecnologia. Em economia o conceito de tecnologia refere-
se ao método que pode ser usado para a combinação dos recursos a fim de produzir bens e
serviços. Se uma empresa pode utilizar diferentes métodos para obter o mesmo nível de bens e
serviços é suposto que escolhe o método mais eficiente que lhe permite minimizar os custos.

2.2 Diferença Entre Eficiência Tecnológica e Eficiência Económica

Existem dois conceitos de eficiência produtiva: eficiência tecnológica e eficiência económica,


que importa não confundir.

A Eficiência Tecnológica verifica-se quando a empresa obtém uma dada produção com a
mínima quantidade de factores produtivos.

A Eficiência Económica ocorre quando a empresa obtém um dado produto com o mínimo custo.
A eficiência económica depende do preço dos factores utilizados na produção.

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Um método que seja tecnologicamente ineficiente nunca é economicamente eficiente. Contudo,
podem existir métodos que são tecnologicamente ineficientes e que sejam economicamente
eficientes, dependendo do preço dos factores de produção. A eficiência económica depende dos
custos relativos dos factores de produção e do seu grau de substituibilidade. (Thaler, Richard H.
2000 p: 276)

2.3 A Função De Produção

E a relação que mostra quantidade física obtida do produto a partir da quantidade física utilizada
dos fatores de produção em determinado período de tempo.

   q= f (N, K)

N= quantidade utilizada de mão-de-obra;

K= quantidade utilizada de capital.

A função de produção é uma relação tecnológica entre os factores produtivos e o produzido


máximo que pode ser obtido com as várias combinações dos factores produtivos, o que significa
que, no conceito de função de produção, os inputs são utilizados eficientemente no processo
produtivo, ou seja, existe eficiência de produção à Pareto, não existindo qualquer folga na
empresa, estando-se no âmbito da teoria tradicional da maximização do lucro, como vimos
anteriormente. No longo prazo qualquer factor produtivo pode variar, levando a que a função de
produção tenda a variar no mesmo sentido, excepto quando a produtividade marginal de algum
factor de produção for negativa.

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2.4 O Curto E Longo Prazos

Os custos em que uma empresa ou indústria tem para produzir uma determinada quantidade de
bens e serviços dependem dos tipos de ajustamentos que podem fazer aos vários montantes de
factores produtivos que empregam.

Algumas quantidades empregadas de vários factores produtivos podem variar facilmente e com
rapidez.

 Curto Prazo, quando a empresa pode variar alguns mas dos seus factores produtivos com o
objectivo de produzir uma quantidade de bens e serviços maior ou menor. O curto prazo é o
período de tempo durante o qual pelo menos um factor produtivo é fixo, verificando-se a lei
dos rendimentos marginais finalmente decrescentes.
 Longo Prazo está relacionado com a possibilidade de a empresa poder variar todos os
factores produtivos, incluindo a escala da sua produção e o seu equipamento. O longo prazo
é o período de tempo bastante para que todos os factores produtivos possam variar. Deste
modo, no longo prazo não existem custos fixos pois todos os factores produtivos são
variáveis. A distinção entre factores fixos e factores variáveis permite-nos distinguir entre
curto e longo prazos.

2.4.1 Curto Prazo - Lei Dos Rendimentos Marginais Finalmente


Decrescentes Ou Lei Do Produto Marginal Finalmente Decrescente

A lei dos rendimentos marginais finalmente decrescentes traduz a ideia de que à medida que se
vão adicionando unidades sucessivas de um factor variável a um ou vários factores fixos –ceteris
paribus - para além de certo ponto, o produto adicional (marginal) do factor variável diminuirá.
Knutson (2008)

O produto marginal de um factor é o aumento do produto total devido à utilização de mais uma
unidade desse factor, mantendo os outros factores constantes. Esta lei traduz uma relação
tecnológica entre os diversos factores de produção. A lei dos rendimentos finalmente
decrescentes influencia a forma da curva do produto, da curva do produto marginal, da curva do
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produto total e da curva do produto médio. Quando se adicionam unidades de um factor variável
a outros factores fixos, numa primeira fase as unidades adicionais podem originar acréscimos no

produto total maiores do que as unidades anteriores, traduzindo uma taxa de crescimento
crescente do produto.

A lógica que fundamenta dos rendimentos marginais decrescentes traduz-se no seguinte: quando
o emprego de um recurso aumenta gradualmente enquanto todos os outros permanecem fixos, a
proporção entre os vários factores de produção torna-se mais eficiente numa primeira fase, sendo
a taxa de variação do produto total crescente, ou seja, o produto marginal aumenta. Contudo, a
partir de certo nível, o factor variável em combinação com os outros factores fixos torna-se
menos eficiente, levando a que o produto marginal do factor variável é decrescente à medida que
novas unidades adicionais são adicionadas aos factores fixos.

Fig. 1 Lei dos rendimentos marginais finalmente decrescentes

Na anterior figura podem observar-se as duas regiões. Na primeira, o rendimento marginal do


factor variável, ceteris paribus, é crescente até L1, sendo depois decrescente, até se tornar
negativo. Dado que a lei dos rendimentos marginais finalmente decrescentes assume a existência
de um ou vários factores fixos, apenas é aplicável no curto prazo, pois no longo prazo não
existem factores fixos.

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 Apenas Um Factor Variável Na Função De Produção.

Considere-se que os factores produtivos x2, x3, …,xn são fixos, enquanto o factor x1 pode variar,
ou seja, apenas o emprego de um factor, x 1, varia. É a condição ceteris paribus. Deste modo, a
variação do produto, Q, no curto prazo, é apenas função de x1:

Q = f(x1)

que é uma função de produção de curto prazo, dado que se consideram todos os factores fixos
excepto um deles, x1, sujeita à lei do produto marginal finalmente decrescente, pelo que o
produto cresce com o aumento de unidades adicionais de x1 mas a uma taxa decrescente a partir
de certo ponto, sendo a sua representação gráfica uma curva côncava, pelo menos a partir de
certo nível de produção.

A função de produção tem como pressuposto que o output obtido com os recursos disponíveis é
máximo, ou seja, a produção é eficiente.

Considere-se que o factor variável, x1, é o trabalho, que representamos por L, representando o
factor capital por K, que é considerado fixo, pelo que a função de produção, no curto prazo, é
constituída por dois factores de produção, e será dada pela seguinte expressão:

Q = f(L.k )

onde: k - Significa que o factor capital é considerado fixo, pelo que a função de produção pode
tomar a seguinte forma:

Q = f (L)

o que significa que o montante de produção, no curto prazo, é determinado pelo número de horas
de trabalho (L), pois K é considerado fixo.

Por simplificação, considera-se que as unidades de capital, trabalho e o bem produzido são
homogéneos ou da mesma qualidade.

O produto médio do trabalho (PML) é definido pela divisão do

produto total pelo número de unidades de trabalho utilizadas, ou seja, Q/L.

O Produto Marginal Do Trabalho (Pmg) é dado pela variação do produto total por unidade de
trabalho (que é obtido pela diferença do produto total entre sucessivas quantidades). Por outras
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palavras, e utilizando a letra grega ∆ (delta) para significar a variação, o Pmg L do trabalho é a
variação no produto total (∆Q) dividida pela variação da quantidade de trabalho utilizada

(∆L):

∆Q
Pmg =
∆L

ou, em termos diferenciais,

dQ
Pmg =
dL

Esta definição diz-nos como varia a produção quando se utiliza mais uma unidade de trabalho.
Para um dado ponto da curva da função de produção, Q(L), a produtividade marginal é dada pela
inclinação da tangente geométrica à curva nesse ponto, que traduz a derivada parcial do produto
em relação a L.

 Matemática da produtividade marginal (Pmg)

A produtividade marginal do trabalho pode obter-se utilizando o cálculo diferencial.


Considerando a função de produção Q = f(L), derivando esta função em ordem a L, obtém-se:

dQ df ( L)
=
dL dL

dQ
Pmg = =¿f’ (L)
dL

A produtividade marginal do trabalho traduz-se na derivada da função de produção em relação a


este factor L. Em termos gráficos, a PmgL é dada pela inclinação da tangente geométrica à curva
da função de produção, em cada ponto da curva.

Resulta, desta análise, que a produção cresce, permanece constante ou diminui, consoante a
produtividade marginal do trabalho seja positiva, nula ou negativa.

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Não se deve confundir rendimentos marginais decrescentes com rendimentos decrescentes, que
são conceitos totalmente diferentes. Os rendimentos marginais decrescentes podem ser
positivose, neste caso, fazem com que o produto total cresça mas a uma taxa decrescente.

No caso de rendimentos decrescentes, o significado é que se poderia aumentar a produção com a


utilização de menos factores produtivos. Se existem rendimentos decrescentes é porque os
rendimentos marginais do factor variável são negativos, o que contradiz o princípio da
maximização do lucro.

Deverá também notar-se que quando se faz variar o factor trabalho juntamente com o capital e a
tecnologia, o produto marginal do trabalho pode crescer indefinidamente. Neste caso não
estamos perante a lei dos rendimentos marginais finalmente decrescentes mas numa situação de
retornos à escala.

No gráfico seguinte podem observar-se as curvas da função de produção (Q),

do produto marginal do trabalho (PmgL) e do produto médio do trabalho (PML).

Fig. 2 Função de produção, Q, produto marginal (PmgL) e do produto médio do trabalho (PML)

No gráfico anterior, no eixo horizontal, são consideradas as unidades de trabalho (factor


variável) e no eixo vertical são consideradas as quantidades de bens produzidos.

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Quando a função de produção Q=f(L) passa por um máximo, a produtividade marginal (Pmg L)
será nula,significando que a produção aumenta até ao ponto em que a produtividade marginal do
trabalho se anula, o que pode ser observado no gráfico, correspondendo ao sexto trabalhador.

O sétimo e oitavo trabalhadores têm uma produtividade marginal negativa pelo que a função de
produção passa a ser decrescente. A fim de maximizar o lucro, a produção deverá desenvolver-se
até ao ponto em que a produtividade marginal do factor trabalho se anule, situação onde o
produto total atinge o máximo.

Os conceitos de produto total, produto marginal e produto médio aplicam-se a qualquer factor
produtivo e não apenas ao factor trabalho.

O máximo da curva do PmgL corresponde ao ponto de inflecção da função de produção, que


passa de convexa para côncava em relação à sua origem, o que se dá ao nível do segundo
trabalhador (no exemplo dado), iniciando-se neste ponto a lei dos rendimentos marginais
decrescentes. Até à utilização do segundo trabalhador a função de produção cresce a uma taxa
crescente verificando-se, neste segmento rendimentos marginais crescentes. Neste segmento da
curva da função de produção a primeira e segunda derivadas são positivas.

Quando a produtividade marginal é crescente tal significa que a função de produção varia a uma
taxa crescente e a sua curva é convexa em relação à origem neste segmento, sendo, neste
segmento da função de produção, a primeira derivada positiva (a função é crescente) e a segunda
derivada é negativa, traduzindo a taxa decrescente da variação da função.

O crescimento da produtividade marginal numa fase inicial pode ser explicado devido ao factor
fixo não estar a ser eficientemente utilizado pelo que, adicionando mais unidades do factor
variável pode dar lugar a produções adicionais crescentes, o que leva a que a curva da função de
produção seja convexa (em relação à origem) nesta fase.

Quando a produtividade marginal é decrescente a função de produção cresce mas a uma taxa
decrescente e a parte da curva correspondente é côncava em relação à origem, traduzindo a lei
dos rendimentos marginais decrescentes.

Nesta fase, no que respeita à função de produção, a primeira derivada é positiva

e a segunda derivada é negativa: f’(L) >0 e f’’(L).

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 Funções Convexas

Considerando a função do produto total, Q = f(L), quando o seu crescimento se verifica a uma
taxa crescente, as primeira e segunda derivadas da função são maiores que zero, ou seja, a função
é convexa em relação à origem quando:

Tecnicamente uma função é convexa quando os valores da função são inferiores aos valores da
combinação convexa, dada pela corda que une dois pontos (x 1 e x2) da curva da função. Uma
combinação convexa dos vectores x1 e x2 é uma média ponderada dada pela expressão

p x1 + (1-p) x2

para qualquer valor específico de p entre 0 e 1. Uma combinação convexa é um caso particular
de uma combinação linear.

Uma combinação linear de dois vectores x1 e x2 é dada pela expressão:

K1 x1 + k2 x2

onde: k1 e k2 são escalares. Quando estes escalares, k1 e k2 pertencem ao intervalo [0, 1] e a sua
soma é um, tem-se uma combinação convexa.

f’(L) >0 e f’’(L) >0

A segunda derivada evidencia a taxa de variação da função. O gráfico seguinte mostra uma
função convexa, com a primeira e segunda derivadas positivas.

Fig. 3 Função Convexa

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Na primeira fase a função de produção é convexa, traduzindo a taxa crescente da produtividade
marginal do factor trabalho.

 Funções Côncavas

Uma função é côncava quando o seu crescimento se verifica a uma taxa decrescente, sendo a
primeira derivada da função positiva e a segunda derivada da função menor que zero, ou seja, a
função é côncava em relação à origem quando:

f’(L) >0 e f’’(L) <0

neste caso a função é crescente mas a sua taxa de variação é decrescente, traduzida,
matematicamente, pela segunda derivada negativa. É o caso da função de produção a partir do
ponto de inflecção determinado pela diminuição da taxa marginal do factor trabalho.

A representação gráfica de uma função côncava pode ser observada no gráfico seguinte:

Uma função é côncava quando os valores da função são superiores aos valores da combinação

convexa que une dois pontos da curva da função, x1 e x2.

Fig. 4 Função Côncava

Os valores da combinação convexa são inferiores aos valores da função, excepto nos extremos,
onde os valores são iguais.

A parte decrescente da curva do PM (produto médio) ilustra a lei dos rendimentos marginais
decrescentes. Existe uma relação entre o PMg e o PM. O PM é crescente enquanto o Pmg for
superior ao PM. O PM é decrescente quando o Pmg é inferior ao PM.

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2.4.2 Elasticidade Do Produto, Produtividade Marginal,
Produtividade Média E Produto Total. Estágios De Produção

Importa considerar o conceito de elasticidade referente ao produto total (função de produção). A


elasticidade do produto traduz a percentagem de variação do produto resultante de uma dada
variação percentual de um factor produtivo (imput), ceteris paribus, ou seja, considerando todos
os outros recursos constantes. Mais formalmente tem-se a elasticidade da produção em relação
ao factor trabalho:

∆Q
Q ∆Q L
ηq = = .
∆L ∆ L Y
L

ou, utilizando o cálculo diferencial, a elasticidade num ponto será dada por:

dQ
Q dQ L
ηq = = .
dL dL Q
L

Considerando que o produto marginal do trabalho é dado por:

dQ
PmgL =
dL

e o produto médio é dado pela seguinte expressão:

Q
PM=
L

O inverso do produto médio, PM, é dado por:

1
PM

substituindo estes valores na expressão da elasticidade do produto, tem-se:

dQ L 1 Pmg
ηq = . =Pmg =
dL Q PM PM

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ou seja, a elasticidade do produto total em relação a um factor de produção (no caso em apreço o
factor trabalho), ceteris paribus, é igual à razão entre a produtividade marginal do factor variável
(Pmg) e a produtividade média (PM) desse factor.

Esta relação tem importância para a decisão do nível de produção de uma empresa. Como efeito,
relacionando o Pmg e o PM tem-se:

Se Pmg<PM, → ηq < 1

Se Pmg>PM, → ηq > 1

Se Pmg=PM, → ηq = 1

2.4.3 Fases De Produção

Consideremos a relação entre o Pmg, o PM e o produto total, Q. Quanto ao produto total ou


função de produção, Q=f(L), podem considerar-se três fases, e que estão relacionadas com a lei
dos rendimentos marginais finalmente decrescentes:

Para analisarmos o que denominamos como fases de produção e ter em conta a elasticidade da
produção, consideramos a evolução da produtividade marginal e da produtividade média e o seu
impacto na produção total. Tanto a produtividade marginal do imput variável como a
produtividade média do mesmo aumentam numa primeira fase da produção, eventualmente
atingem um máximo e depois declinam.

O produto médio (PM) é igual ao produto marginal (Pmg), PM=Pmg, quando o PM atinge o seu
máximo. Se o Pmg > PM, os incrementos do produto marginal levam a que o produto médio
aumente. Se o Pmg<PM, o produto médio diminui.

Assim, necessariamente, o máximo do produto médio é atingido quando Pmg=PM. O produto to.
tal atinge o seu máximo quando o produto marginal é zeroA análise da função de produção
permite destacar três fases de produção. Estas fases correspondem a áreas da função de produção
que as empresas deverão considerar para produzir, e outras áreas que não serão de considerar,
tendo em conta o princípio da racionalidade, por parte das empresas, traduzido na maximização
do lucro. Inicialmente os rendimentos marginais do factor variável são crescentes (no exemplo
dado, o factor trabalho), sendo a taxa de crescimento da função de produção crescente (nesta fase

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a curva da função de produção é convexa relativamente à origem), sendo a primeira e segunda
derivadas da função positivas. Essas fases podem ser classificadas do seguinte modo:

a) Fase I - Uma primeira fase inclui a região desde o início da produção até ao nível de
utilização do factor variável em que o produto médio do input, PM, atinge o máximo. Ao
longo desta fase, denominada por fase I, o produto médio é crescente, não obstante o
produto marginal já esteja a decrescer no final da fase. Contudo, dado que o Pmg,
embora a decrescer, é superior ao PM, este cresce. Pode considerar-se que nesta fase o
montante do factor variável é relativamente pequeno em relação ao factor fixo,
implicando uma produção ineficiente, não obstante o produto total tenha uma evolução
crescente. Nesta fase I a elasticidade do produto total é maior que um, dado que
Pmg>PM, → ηq > 1. Assim, nesta fase, a Pmg é máxima e também a PM é máxima no
limite da fase I com a fase II. Sendo ηq > 1 implica que um aumento de 1% do factor
trabalho (factor variável) leva a um aumento do produto (∆Q) superior a 1%. Ora,
considerando o axioma da maximização do lucro por parte da empresa, não é aceitável o
nível de produção nesta fase, pelo que a produção deverá aumentar, pois não se estaria a
produzir eficientemente, dado que implicaria a utilização do factor fixo, capital, de forma
ineficiente. Nesta fase I a curva do produto total é convexa até ao ponto em que a Pmg
atinge o seu máximo, sendo depois côncava até ao final da fase.

b) Fase II – A fase II corresponde ao declínio da produtividade marginal do factor variável,


o trabalho (rendimentos marginais decrescentes), levando a que o produto total cresça
mas a uma taxa decrescente (nesta fase intermédia a curva do produto total é côncava em
relação à origem) sendo a primeira derivada positiva e a segunda derivada negativa. Esta
fase II inclui a região entre o ponto máximo do produto médio e o ponto em que o
produto marginal se anula. Nesta fase tanto o Pmg como o PM são decrescentes mas
ambos são ainda positivos. Nesta fase a elasticidade do produto é inferior a um, pois
dY L Pmg
Pmg<PM, pelo que ηq = . = <1
dL Y PM

c) Fase III - Na terceira fase a produtividade marginal do factor variável é negativa, o que
implica que a produção total decline. Uma empresa que tenha por objectivo a
maximização do lucro nunca utiliza uma quantidade de um input que leve a que a sua

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produtividade marginal seja negativa, dado que, se o fizesse, poderia sempre diminuir a
utilização desse factor com produtividade marginal negativa e, deste modo, o output
aumentaria e os custos diminuiriam, implicando um aumento dos lucros, na hipótese de
toda a produção ser vendida. Nesta fase III o montante disponível dos recursos fixos por
unidade do factor variável (trabalho) é muito baixo para se obter uma produção eficiente.
Na fase III a elasticidade do produto total é negativa, dado que a Pmg<0, pelo que é uma
fase que, racionalmente, não deverá ser tida em conta para desenvolver a produção, dado
que não se deverá empregar um recurso que tenha uma produtividade negativa. Contudo,
tal situação pode verificar-se quando existe uma folga organizacional, quanto à utilização
do factor trabalho, que poderá ser utilizada para reduzir os conflitos na empresa,
promover comportamentos políticos ou facilitar comportamentos estratégicos, como foi
referido. Analisadas as três fases de produção conclui-se que a região de produção
corresponde à fase II, em que a elasticidade do produto é positiva mas menor que um.

2.4.4 Longo Prazo - Retornos Relacionados Com A Escala De


Produção

A análise de curto prazo relaciona os custos com o produto para um tamanho ou escala
específica da empresa. É pressuposto que no curto prazo a dimensão da empresa permanece
inalterada. No longo prazo todos os factores são variáveis.

Uma questão importante que se coloca às empresas é acerca de como o produto na análise,
apenas os factores capital e trabalho. Por exemplo, se todos os factores forem duplicados que
acontece ao produto?

A resposta a esta questão traduz-se nos rendimentos ou retornos à escala em relação à função de
produção que se podem classificar em:

 Economias de escala crescentes;


 Economias de escala constantes;
 De economias de escala ou economias de escala decrescentes.

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Esta classificação relaciona-se com os efeitos na variação do produto quando se alteram todos os
factores produtivos da função de produção. Têm-se rendimentos à escala crescentes, constantes
ou decrescentes se, quando todos os factores produtivos aumentam numa dada proporção, o
produto do bem em causa aumenta em maior proporção, aumenta na mesma proporção ou
aumenta numa proporção menor, respectivamente. Quando todos os factores produtivos
aumentam por uma determinada percentagem e o produto aumenta na mesma percentagem a
função de produção tem rendimentos constantes à escala.

2.5 Diferença Entre Os Conceitos De Rendimentos Marginais


Decrescentes E Rendimentos Decrescentes À Escala.

Existe grande diferença entre os conceitos de rendimentos marginais decrescentes e rendimentos


decrescentes à escala. São diferentes por duas razões principais.

A mais importante diferença consiste em que o rendimento marginal decrescente é um conceito


de curto prazo que descreve o efeito no produto do aumento de um recurso produtivo mantendo
todos os outros constantes.

Os rendimentos decrescentes à escala traduzem-se um conceito que descreve o efeito no produto


pela variação de todos os factores produtivos na mesma proporção.

A segunda diferença traduz-se em que o rendimento marginal decrescente trata com quantidades
marginais, enquanto o conceito dos rendimentos decrescentes à escala trata com quantidades
totais e médias.

3. TEORIAS DE CUSTOS E LUCROS

Os lucros que as empresas realizam advêm de obterem maiores proveitos das suas vendas
relativamente aos custos em que incorrem no processo produtivo. O lucro total (π) de uma
empresa é a diferença entre o total das receitas (RT) das suas vendas e os seus custos totais (CT).
Na economia neoclássica o principal pressuposto quanto às empresas é que a motivação para as

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decisões é a maximização do lucro, embora se aceitando que podem existir outras motivações.
Para entender o lucro como uma força motivadora para os negócios importa distinguir entre o
modo como são medidos os custos em termos económicos e em termos contabilístico

3.1 CUSTO DE OPORTUNIDADE E CUSTOS EXPLÍCITOS E

IMPLÍCITOS

Em economia definem-se os custos de oportunidade como a soma dos custos implícitos com os
custos explícitos. Custo de oportunidade é o valor da melhor alternativa sacrificada pela opção
feita na utilização do bem.

3.1.1 CUSTOS EXPLÍCITOS

São consubstanciados nos pagamentos efectuados a terceiros pela obtenção de recursos (imputs)
nomeadamente matérias-primas, salários, rendas, equipamentos e outros bens e serviços –
necessários ao processo produtivo, durante um determinado período. Estes recursos são
exteriores à empresa (pessoa colectiva – sociedades ou outras entidades como por exemplo
cooperativas) e deverão ser pagos, cujos pagamentos se consubstanciam em custos explícitos.

3.2.2 CUSTOS IMPLÍCITOS OU CUSTOS SOMBRA

Resultam na utilização de certos factores produtivos no processo de produção que são


propriedade da própria empresa, em determinadas ocupações, que também podemos denominar
como custos ou preços sombra. Os custos implícitos, para uma empresa, traduzem-se nos
proveitos sacrificados pela opção feita, que a empresa poderia obter no melhor emprego
alternativo desses recursos. O valor destes factores produtivos ou recursos pertencentes à
empresa deverão ser imputados pelo valor da melhor alternativa da sua utilização, expressando o
custo de oportunidade. Como exemplos de custos implícitos incluem-se o valor do trabalho não
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pago do empresário bem como o valor de todos os outros recursos usados no processo produtivo
mas não comprados num dado período, constituindo custos sombra. Os indivíduos suportam
custos sombra ou implícitos, em quase todas as situações da vida, entre as quais se pode
mencionar a espera para tratamento de doenças, como a espera nos consultórios que, para além
do tempo, como recurso fundamental, implica também um custo psicológico traduzido na
ansiedade. Estes custos individuais repercutem-se também nas empresas, pois o tempo de espera
de tratamento de trabalhadores constitui um custo implícito para a empresa. Sempre que em
economia se refere o conceito de custo, tem-se em consideração os custos implícitos e os custos
explícitos, ou seja, o custo económico.

3.3.3 CUSTOS DE CAPITAL

Uma questão importante é a determinação do custo de oportunidade do capital, tal como a terra,
equipamento, edifícios. Por definição, o capital é um bem durável, cuja utilidade do mesmo é
retirada ao longo de vários períodos de tempo (normalmente mais de um ano). Quanto à
avaliação do custo de oportunidade do capital surgem duas questões fundamentais:

a) A primeira está relacionada do modo como afectar o custo inicial da compra ao longo do
tempo?

b) A segunda prende-se com o que se deve fazer se o valor do capital variar ao longo do tempo?

 Afectação dos custos de capital ao longo do tempo

Os bens de capital podem ser arrendados, alugados ou comprados. No caso de a empresa


arrendar ou alugar o bem de capital, pagará uma renda periódica pelo uso do bem, sendo o seu
custo de oportunidade consubstanciado pelo pagamento dessa renda, o qual é um custo explícito.
Esta renda pode dependendo das condições e circunstâncias do mercado que se reflectirão no
valor do bem e, eventualmente, no valor da renda paga. No caso de a empresa adquirir o bem de
capital, comprando-o, duas possibilidades existem:

• O custo da compra do bem é registado todo de uma vez (o que não é normal ) no período
temporal da compra ou
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• São efectuadas amortizações do custo ao longo de vários períodos coincidentes com a vida útil
do bem, o que é efectuado normalmente na contabilidade da empresa.

Em termos económicos, as amortizações do bem de capital serão efectuadas com base no seu
custo de oportunidade em cada momento.

3.3.4 Custo Histórico Ou Custo Afundado

A taxa da renda do bem de capital pode variar ao longo do tempo em virtude da diminuição ou
aumento do valor do bem mas também devido a alterações da oferta e procura no mercado desse
bem. Assim, um bem de capital pode valer mais ou menos do que quando foi comprado. Em
cada período deverá ser avaliado o custo de oportunidade corrente da utilização do bem de
capital, independentemente do custo de compra do mesmo . O custo de oportunidade de um bem
de capital para a empresa pode ser maior ou menor do que o montante que a empresa pagou por
esse bem.

No caso de a empresa ter comprado um bem de capital que não tem qualquer emprego
alternativo num determinado período, o uso desse bem tem um custo de oportunidade corrente
nulo e nesta situação não tem uso alternativo. O custo da compra desse bem é um custo histórico
ou custo afundado (sunk cost), constituindo um custo que não pode ser recuperado, que não
deverá ser tido em consideração na determinação do custo de oportunidade. Em conclusão, os
custos afundados não devem influenciar a avaliação do custo de oportunidade corrente ou actual.
No curto prazo podem existir custos fixos que são custos afundados, quando os custos fixos não
são recuperáveis.

 Efeito Dos Custos Históricos Ou Afundados

Com base no princípio da racionalidade os custos históricos afundados não deveriam influenciar
as decisões quer ao nível das empresas quer ao nível pessoal quer ao nível político. Para além
dos casos de custos afundados relacionados com o custo de oportunidade corrente das empresas,
os indivíduos enfrentam custos sombra históricos afundados (shadow sunk costs) em muitas
situações da vida, nomeadamente, no âmbito profissional e no âmbito das relações pessoais.
23
3.3.5 Custo Económico Total

O custo económico é o somatório dos custos explícitos e dos custos implícitos. O custo
envolvido no uso de qualquer recurso no processo produtivo de uma empresa - quer a empresa
tenha um direito de propriedade sobre o mesmo recurso (custo implícito) ou seja comprado no
mercado (custo explícito) - é igual ao valor que o mesmo recurso poderia obter na sua melhor
alternativa, o que traduz a teoria dos custos de oportunidade, ou seja, o custo económico de
qualquer factor produtivo é a remuneração que o mesmo receberia na utilização da sua melhor
alternativa.

3.3.6 Custo Contabilístico

O custo contabilístico traduz-se nos custos explícitos. Nestes custos explícitos integram-se as
amortizações e depreciações9, pois constituem custos explícitos que anteriormente foram pagos
pelos bens de capital, constituindo as amortizações e depreciações a mensuração do desgaste
efectuado no processo produtivo de um bem cuja utilidade se vai obtendo em vários períodos. As

amortizações correspondem ao capital constante cujo valor se integra no valor.

 Lucros Normais Como Parte Do Custo Económico

Para os economistas, o lucro é a diferença entre a receita total e o custo total, onde o custo total
inclui os custos de capital, isto é, o risco de capital. A função de produção relaciona recursos de

factores e serviços (input) e produto obtido (output).

 O lucro económico corresponde à diferença entre os rendimentos totais e os custos totais.


 O lucro económico tem um papel muito importante na afectação de recursos.
 Os lucros positivos atraem recursos para esse sector;
 Os lucros negativos conduzem a que os recursos sejam alocados noutros sectores.

A compensação mínima para manter o empresário na empresa constitui o lucro normal e é


considerado como um custo implícito, integrando o custo de oportunidade. Os salários implícitos
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dos empresários e as rendas implícitas são constitutivos do lucro normal, por conseguinte são
custos implícitos. O lucro normal é o mínimo lucro necessário para manter a empresa em
actividade. Uma empresa que tem lucro normal tem um rendimento total igual ao custo de
oportunidade total, significando que o lucro económico é nulo. O lucro económico nulo indica
que a empresa recebe exactamente a taxa normal de lucro ou a taxa de retorno do mercado pelos
investimentos efectuados, ou seja, recebe o que obteria na melhor alternativa em qualquer parte

 Diferenca Entre Lucro Económico E Lucro Contabilístico

Numa empresa deve distinguir-se entre lucro contabilístico e lucro económico. Pela análise feita
conclui-se que o termo “lucros” pode ter significados diferentes.

O lucro contabilístico- traduz-se na diferença entre o proveito ou rendimento total e os custos


explícitos. O conceito de lucro contabilístico é normalmente utilizado para fins diferentes do
conceito de lucro económico, nomeadamente para controlar fraudes e apurar os impostos sobre o
rendimento. A não consideração dos custos traduzidos pelos valores das melhores alternativas
dos bens que são propriedade das empresas (sociedades ou outras pessoas colectivas) – custos
implícitos - leva a que os lucros contabilísticos sejam maiores que os lucros económicos ou os
prejuízos sejam menores.

4. Custos De Produção No Curto Prazo

O objectivo da maximização do lucro implica que as empresas, para cada nível de produção,
visem a minimização dos custos. Já analisamos os conceitos de custo de oportunidade, de custos
explícitos e custos implícitos, custos económicos e custos contabilísticos. Introduzimos agora a
noção de custos sociais que está relacionada com as externalidades negativas.

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4.1 Custos Sociais E Externalidades

Os sujeitos económicos, indivíduos e empresas, têm comportamentos e desenvolvem acções que


geram custos e benefícios. De acordo com o princípio da racionalidade, normalmente, procuram

maximizar os benefícios e minimizar os custos (monetários e não monetários). Os custos totais


gerados pelas acções dos sujeitos económicos são os totais gerados pelas acções dos sujeitos
económicos são designados por CUSTOS SOCIAIS.

4.1.1 Custo Social

O custo social é o somatório de todos os custos que a sociedade tem de suportar decorrentes de
qualquer acção praticada por indivíduos ou empresas, integrando os custos privados 8suportados
por quem desenvolve uma actividade) e os custos externos ou externalidades negativas.
Atendendo aos direitos de propriedade sobre os bens, e considerando que os indivíduos visam
maximizar a utilidade e as empresas o lucro

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Fig. 5 Custo Social (CS) = Custo privado (CP) + Externalidades (EXT)

Fig. 6 Custos Totais A Curto Prazo. Custo Total, Custo Variável Total E Custo Fixo

4.1.2 Externalidades Ou Custos E Benefícios Externos

Externalidades são os efeitos (custos ou benefícios) resultantes de acções de um sujeito


económico e experienciados por terceiros. As externalidades podem ser positivas ou negativas.

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4.1.3 Externalidades Negativas E Custos Sombra

As externalidades são negativas quando os efeitos das acções de um sujeito económico


(indivíduo ou empresa) se traduzem em custos de qualquer natureza suportados por terceiros,
custos que podem ser patrimoniais ou não patrimoniais. As externalidades negativas ou custos
externos integram os custos sociais. Como exemplos de externalidades negativas podem citar-se
a poluição,

ruído. Também constituem externalidades negativas os custos não patrimoniais consubstanciados


em sofrimento psicológico, que denominamos como custos sombra.

4.4.2 Externalidades Positivas

Externalidades positivas traduzem-se nos benefícios recebidos por terceiros devidos a acções ou
comportamentos de outrem. Por exemplo a vacinação de parte da população contra doenças
infecciosas contagiosas é uma externalidade positiva. A educação tem também benefícios sociais
externos, sendo outro exemplo de uma externalidade positiva.

5.Custo Médio No Curto Prazo

Uma questão central é como determinar o nível de produção que maximize o lucro da empresa.
Embora os custos fixos, os custos variáveis e custos totais sejam importantes medidas, não são,
contudo, muito úteis na determinação do produto que maximiza o lucro ou minimiza as perdas.
Outras medidas são de maior utilidade para estimar os lucros ou perdas, que são as seguintes:

• Custo marginal (Cmg)

• Custo fixo médio (CM)

• Custo variável médio (CVM)

• Custo médio total. (CMT)

Estes quatro tipos de custos constituem a estrutura de custos da empresa, que podem ser
visualizados num gráfico. A estrutura de custos da empresa é o modo como os vários custos
variam com o nível de produto.
28
6. Custo Marginal No Curto Prazo

O custo marginal (Cmg) é o custo adicional de produzir mais uma unidade de produto, podendo
também ser definido como a variação do custo total (c). Dado que a variação do custo total
apenas é devida a variações no custo variável (CV), então o custo marginal pode também ser
definido como a variação do custo variável por unidade produzida.

∆ C ∆ CV
Cmg = =
∆X ∆X

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7. CONCLUSÃO

Em jeito de conclusão, em primeiro lugar o grupo deste trabalho agradece pelo facto de ter o
privilégio de ser atribuído e aprofundar cuidadosamente este tema e por fim dizer que a teoria da
produção e a teoria dos custos permitiram compreender as duas funções fundamentais em
economia tais como:

1. Servem de base para a análise das relações existentes entre produção e custos de produção:
numa economia moderna, cuja tecnologia e processos produtivos evoluem rapidamente, a

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relação entre a produção e custos de produção é muito importante na análise da Teoria da
Formação dos Preços.

2. Servem de apoio para a análise da procura da empresa relativamente aos factores de produção
que utiliza: para produzirem bens, as empresas dependem da disponibilidade de factores de
produção.

As várias teorias defendem que o objectivo do produtor é maximizar lucro enquanto o do


consumidor é maximizar a utilidade isto é, procurar obter o máximo de satisfação com o menor
custo.

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8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Donário, Arlindo; Ricardo Borges dos Santos (2013) - O Paradigma do Homo Economicus.
Consequências na Construção do Modelo Económico e Financeiro Liberal. – EDIUAL,
Universidade Autónoma de Lisboa.

Galbraith, John Kenneth (1979) - O Novo Estado Industrial - Tradução de Leônidas Gontijo de
Carvalho Revisão de Aldo Bocchini Neto, sobre a 3 edição do Autor- Samanez, Gregory
R.;Larkin; Nick G. Hollon; Laura L. Carstensen, ; Brian.

Knutson (2008) - Individual Differences in Insular Sensitivity During Loss Anticipation Predict
Avoidance Learning - PSYCHOLOGICAL SCIENCE - Volume 19—Number 4.- Stanford
University.

Thaler, Richard H. (2000b: 276) - Toward a positive theory of consumer choice, as reprinted in
Choices, Values, and Frames - Daniel Kahneman and Amos Tversky. - Cambridge, U.K.
Cambridge University Press, 2000, pp. 269–287.

Zak, Paul J. ; Amos Nadler (2010) - Using brains to create trust: a manager’s
toolbox. In “Neuroeconomics and the Firm” - Edward Elgar Cheltenham,
UK • Northampton, MA, USA. Pp.69-77.

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