Princípios de Revelação Na Palavra

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Princípios de Revelação na Palavra

Aula 1

Porque precisamos saber a diferença


entre a alma e o espírito
Todo homem é espírito, alma e corpo.

‘‘O mesmo Deus da paz vos santifique em tudo; e o vosso espírito, alma e
corpo, sejam conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda de Nosso
Senhor Jesus Cristo’’. I Ts. 5:23
Espírito e alma não são a mesma coisa. A Palavra de Deus não usaria duas palavras para
designar a mesma coisa.
Hebreus 4:12, por exemplo, diz que a Palavra de Deus é viva e eficaz e penetra até ao ponto de
dividir alma e espírito. Alma e espírito, portanto, não são mesma coisa.
É absolutamente vital para a vida cristã sabermos a diferença entre a alma e o espírito.

Porque precisamos saber a diferença entre a alma e o espírito


1. Porque Deus é espírito
Deus é espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em espírito
e em verdade. Jo. 4:24
Ora, para que possamos ter contato com a matéria, precisamos ser matéria, do mesmo modo,
para que possamos ter contato com Deus que é Espírito, precisamos ser um espírito.
Não podemos ouvir de Deus com os nossos ouvidos físicos, nem tão pouco olhá-lo com nos-
sos olhos da carne. Todavia, nós podemos conhecer Deus. Como viemos a conhecê-lo? Evidente-
mente, pelo espírito.
É por meio do nosso espírito que entramos em contato com Deus. Se falharmos em discernir o
nosso próprio espírito, poderemos conhecer a Deus?

2. O novo nascimento é algo que ocorre inteiramente em nosso


espírito
O que é nascido da carne é carne; e o que é nascido do Espírito é espíri-
to. Jo. 3:6
‘‘O que é nascido da carne, é carne; e o que é nascido do Espírito é espírito’’. Todo aquele que
é nascido de novo é espírito.
Quando Adão pecou, ele morreu, e bem assim toda a sua descendência. A morte de Adão não
foi de imediato uma morte física, mas espiritual. O seu espírito morreu para Deus. Não que o homem
natural não tenha espírito, mas o seu espírito está morto, incapaz de manter contato com Deus. O
novo nascimento é o renascer deste espírito para Deus.
O nosso espírito é como um rádio que capta as ondas celestiais.
3. O conhecimento espiritual é adquirido no espírito
Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque
lhe são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espi-
ritualmente. I Co. 2:14
Não é que as coisas do espírito sejam difíceis ou misteriosas, mas o espírito do homem natural
está morto. Assim o seu rádio espiritual não sintoniza a freqüência de Deus.
II Coríntios 3:6 diz que a letra mata e em João 6:63 Jesus disse que as suas palavras são espírito.
Se a palavra é espírito somente o espírito pode percebê-la.
Todo conhecimento que tem valor na vida cristã é adquirido espiritualmente. As coisas espiri-
tuais se discernem espiritualmente, ou seja, pelo espírito. O homem natural, por ter o seu espírito
morto, não consegue entender as coisas do Espírito.
O problema é que muitos cristãos, apesar de nascidos de novo, ainda usam as suas mentes para
entender coisas que só se discernem espiritualmente. Aqueles que não sabem discernir o próprio
espírito, normalmente lêem a Bíblia usando as suas mentes, e, por isso, retiram tão pouco proveito
dela.

4. A adoração é algo que é feito no espírito


Deus é espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em espírito
e em verdade. Jo. 4:24
Deus é espírito e deve, portanto, ser adorado em espírito. Não é uma questão de forma, mas de
origem. Devemos exercitar o nosso espírito se queremos adorar a Deus.
Se falharmos em perceber o nosso próprio espírito, a nossa adoração será comprometida. O
máximo que iremos alcançar será um louvor no nível da mente, da alma.

5. Devemos orar sem cessar no espírito


com toda oração e súplica, orando em todo tempo no Espírito e para isto
vigiando com toda perseverança e súplica por todos os santos. Ef. 6:18
Que farei, pois? Orarei com o espírito, mas também orarei com a mente;
cantarei com o espírito, mas também cantarei com a mente. I Co.14:15
Existe um tipo de oração que é feita no nível do espírito, a oração em línguas, por exemplo.
Em I Coríntios 14:14, Paulo diz: ‘‘Se eu orar em outra língua, então meu espírito ora...’’ E no verso
seguinte ele diz: “...Orarei com o espírito. Para orar com o espírito não precisamos usar a mente, por isso
podemos orar o tempo todo mesmo enquanto trabalhamos ou estudamos.
Existe um tipo de oração que é feita no nível do espírito. Como poderei fazer esse tipo de
oração, se eu nem mesmo sei que possuo um espírito? A adoração é no espírito e uma oração que
também é no espírito. A prática normal da vida cristã implica numa compreensão clara de que somos
um ser espiritual, que possui uma alma e habita em um corpo.
Toda a nossa vida cristã consiste em aprendermos a exercitar o nosso espírito humano recriado
para contactar o Senhor, e sermos por ele guiados. Tudo o que nós necessitamos para alcançarmos
uma vida cristã plena e frutífera já nos foi dado pelo Espírito Santo que habita em nós.
6. Somos exortados a andar no espírito
Digo, porém: andai no Espírito e jamais satisfareis à concupiscência da
carne. Gl. 5:16
Toda a nossa vida cristã consiste em aprendermos a exercitar o nosso espírito humano recriado
para contactar o Senhor, e sermos por ele guiados.
Em I Coríntios 14:14, Paulo diz: ‘‘Se eu orar em outra língua, então meu espírito ora...’’ Veja a forma
como ele diz: ‘‘se eu orar... então meu espírito ora’’; veja que o ‘‘EU’’ e o ‘‘espírito’’ são a mesma coisa,
mostrando que Paulo se via como um ser espiritual.
Podemos dizer então que nós somos um espírito que tem uma alma e habita em um corpo
celestial.
Eu sou um ser espiritual, eu sou da natureza de Deus, fui feito à sua imagem e semelhança
(Sl.82:6). Não devemos pensar que somos o nosso corpo. Nós somos espírito.
O Espírito Santo não habita na alma, e sim em nosso espírito humano recriado. Toda direção
que o Espírito nos dá vem através do nosso espírito. O nosso espírito é a parte do nosso ser que tem
a função de contactar a Deus.
O espírito é como um rádio que tem a capacidade de sintonizar as ondas que vêm do trono de
Deus. Falhar em discernir o próprio espírito pode ser extremamente prejudicial para um padrão de
vida vitoriosa. A nossa vida cristã, em última análise, consiste em sermos guiados pelo Espírito. Se
eu não consigo ouvir o que o Espírito Santo está dizendo, como serei guiado por ele?
Esse é o centro da vida cristã: Deus habita em nós na pessoa do Espírito Santo, nos moldando
e nos guiando a toda verdade.
Esse é o ápice da revelação de Deus, que Cristo Jesus habita em nós sendo a nossa própria
vida. A vida cristã consiste em duas substituições: a primeira na cruz, onde ele morreu em nosso
lugar; e a outra no nosso dia- a- dia, onde Ele vive a vida cristã por nós. Tudo é feito por sua graça:
a salvação e a santificação .

7. Servimos a Deus no espírito


Porque Deus, a quem sirvo em meu espírito, no evangelho de seu Filho,
é minha testemunha de como incessantemente faço menção de vós em
todas as minhas orações Rm. 1:9
A maneira de servirmos a Deus é exercitando o nosso espírito. Somente por meio do nosso
espírito podemos conhecer o coração de Deus e servi-lo fazendo a sua vontade.
João 16:13 diz que “o Espírito da verdade nos guiará a toda a verdade...’’ Como o Espírito nos
guia a toda a verdade? Falando conosco através de nosso espírito recriado.

Como podemos perceber o nosso espírito?


Eu sou um ser espiritual, eu sou da natureza de Deus, fui feito à sua imagem e semelhança
(Sl.82:6). Não devemos pensar que somos o nosso corpo. Nós somos espírito. E é por isso que nós
somos aptos para ter comunhão com Ele, para ouvir e falar com Ele.
Evidentemente nós não somos apenas espírito, somos também alma e corpo. Em Romanos
7:18, Paulo também diz: ‘‘Porque eu sei que em mim, isto é na minha carne...’’ Veja que ele também
diz que ele é matéria. Nós somos um ser triuno. A divisão que ora fazemos é apenas visando facilitar
a aprendizagem. Eu sou apenas um homem e não três. Espírito, alma e corpo são partes de um único
ser: o homem.
Entretanto, o nosso corpo será glorificado, pois o corpo que hoje possuímos é apenas a casa
onde moramos nesta terra. Paulo nos diz em II Coríntios 5:1-2; que o corpo é apenas a nossa casa
terrestre; quando estivermos com o Senhor, receberemos uma habitação celestial. Podemos dizer
então que nós somos um espírito que tem uma alma e habita em um corpo celestial.
Alguém poderá estar se perguntando a esta altura: como posso perceber o meu espírito? Eu sei
perceber o meu corpo e também sei perceber a minha alma, ou seja, minha mente e emoções, mas
como posso perceber o meu espírito? O nosso espírito muitas vezes é chamado de coração na Bíblia
(os dois termos parece que são intercambiáveis).

Porque não é judeu quem o é apenas exteriormente, nem é circuncisão a


que é somente na carne. Porém judeu é aquele que o é interiormente, e
circuncisão, a que é do coração, no espírito, não segundo a letra, e cujo
louvor não procede dos homens, mas de Deus. Rm. 2:28-29
Paulo explica que o coração é o espírito, ou pelo menos é o meio pelo qual ele pode ser perce-
bido. Não devemos pensar que o coração seja este órgão físico que pulsa em nós. Quando a Bíblia
fala de coração, ela está falando de algo íntimo, das profundezas do nosso ser.
Podemos ver que se o coração não é o espírito pelo menos ele é o meio pelo qual o espírito
pode ser percebido.
Princípios de Revelação na Palavra
Aula 2

Funções do espírito
Pela Palavra de Deus e pela experiência, podemos ver que o homem possui três partes: espírito,
alma e corpo.
O corpo é a parte material, onde estão os nossos sentidos físicos. A sua função básica é manter
contato com o mundo material através dos cinco sentidos.
A alma é a parte que nos permite ter contato conosco mesmos. É a parte que nos permite ter
consciência de nós mesmos. A alma é o “eu”, e , portanto, o centro da personalidade.
O espírito é aquela parte pela qual temos comunhão com Deus. É o elemento que nos dá
consciência de Deus. A alma é o centro da personalidade, mas o espírito é a parte mais importante e
o centro de todo o nosso ser. É pelo espírito que podemos adorar a Deus e receber revelação. Deus
habita em nosso espírito.

Funções do espírito
O espírito humano possui três funções básicas: intuição, consciência e comunhão.

a. A função da intuição
‘‘E vós possuís a unção que vem do Santo, e todos tendes conhecimen-
to’’, I Jo.1:20.
‘‘Quanto a vós outros, a unção que dele recebestes permanece em vós e
não tendes necessidade de que alguém vos ensine , mas, como a sua
unção vos ensina a respeito de todas as coisas, e é verdadeira, e não é
falsa, permanecei nele, como também ela vos ensinou’’, I Jo.2:27.
Nós vivemos hoje debaixo da Nova Aliança onde todos são ensinados do Senhor (Jr.31:34).
Você não sabe como chegou a saber disso, mas há algo em seu interior que diz que certas coisas não
são verdadeiras e outras não. Chamamos isso de intuição.

‘‘Não ensinará jamais cada um ao seu próximo, nem cada um ao seu


irmão dizendo: conhece ao Senhor, porque todos me conhecerão, desde
o menor até o maior deles. Diz o Senhor’’, Jr.31:34.
A intuição é a capacidade do espírito humano de conhecer ou de saber algo, independentemen-
te de qualquer influência exterior. É o conhecimento que chega até nós, sem qualquer ajuda da mente
ou da emoção; ele chega intuitivamente.
As revelações de Deus e todas as ações do Espírito Santo se tornam conhecidas por nós pela
intuição do espírito.
Intuição é um saber que não tem origem na mente e nem nas circunstâncias ao redor. As coisas
do Espírito têm de ser discernidas pelo nosso espírito (I Co. 2:14).
Jesus percebia, no seu espírito, o que os outros arrazoavam (Mc. 2:8). Paulo foi constrangido
no espírito (At. 20:22). Em todas essas referências, temos a forma como se manifesta a intuição do
espírito.
A intuição se manifesta pela restrição e pelo constrangimento. A restrição é uma sensação que
as vezes parece opor-se ao que a nossa mente pensou, nossa emoção aceitou e a nossa vontade
decidiu. É uma sensação de que algo não deve ser feito.
O constrangimento é um impulso, um estímulo para que façamos algo que parece irracional e
até contrário à nossa vontade.
Há uma diferença entre o conhecer e o entender. O conhecer está no espírito, enquanto que o
entender está na mente. Conhecemos algo através da intuição do espírito, a nossa mente é então
iluminada para entender e traduzir o que a intuição conheceu.
Na intuição do espírito percebemos a persuasão do Espírito Santo, na mente entendemos a
orientação do Espírito Santo.
O conhecimento da intuição é chamado na Bíblia de revelação. Revelação é o desvendar, pelo
Espírito Santo, da verdadeira realidade de alguma coisa. Esse tipo de conhecimento é muito mais
profundo que o conhecimento da mente. A unção do Senhor nos ensina a respeito de todas as coisas,
pelo espírito de revelação e de entendimento.

b. A Função da consciência
Consciência é a capacidade de discernir entre o certo e o errado, não segundo os critérios da
mente, mas segundo a sensação do espírito (Rm.9:1; At.17:16).
Comparando Romanos 9:1 e Atos.17:16, concluímos que a consciência está localizada no espí-
rito humano.

Digo a verdade em Cristo, não minto, testemunhando comigo, no Espíri-


to Santo, a minha própria consciência. Rm. 9:1
Enquanto Paulo os esperava em Atenas, o seu espírito se revoltava em
face da idolatria dominante na cidade. At. 17:16
Testificar, confirmar, recusar, acusar, são manifestações da consciência.
Em I Coríntios 5:3, Paulo diz que, em seu espírito, julgou uma pessoa pecaminosa. Ele usou a
consciência do espírito para julgar.
Freqüentemente a consciência condena coisas que a nossa mente aprova. O julgamento da
consciência não é segundo o conhecimento mental, mas segundo a direção do próprio Espírito Santo.
Na Bíblia existem dois caminhos: o caminho tipificado pela árvore da vida e a do conhecimen-
to do bem e do mal. Não somos exortados na Palavra a andarmos segundo o padrão de certo e errado,
mas sim a sermos guiados pelo espírito.
Não somos exortados na Palavra a andarmos segundo o padrão moral de certo ou errado, mas
sim a sermos guiados pelo espírito. A mente faz ponderações sobre certo e errado, mas a consciência
não faz ponderações, apenas decide.
Quando você pára diante de um cinema, qual é a sua ponderação? ‘‘Não é pornográfico, não é
errado, não faz mal, portanto, eu posso assistir’’. Tais ponderações não são da consciência; é a mente
decidindo, independentemente. Como já disse a consciência não faz ponderações, apenas decide.
Há muitas coisas que a nossa consciência recusa, mas a nossa mente aprova. Devemos rejeitar
de uma vez por todas o caminhar segundo a mente, segundo a árvore do conhecimento, e seguirmos
pelo espírito, pelo princípio da vida de Deus em nós, percebido em nossa consciência.
Precisamos ser absolutos para com aquilo que Deus condena em nossa consciência. Nunca
devemos tentar explicar o pecado, justificando-o. Sempre que a nossa consciência recusar algo, deve-
mos parar imediatamente.
Se você não tem convicção não faça porque tudo o que não vem de plena certeza e fé é pecado
(Romanos 14:23 ).

Mas aquele que tem dúvidas é condenado se comer, porque o que faz
não provém de fé; e tudo o que não provém de fé é pecado. Rm. 14:23
Só podemos servir a Deus estando com a nossa consciência limpa. A ação da nossa consciên-
cia não depende de nosso conhecimento da Bíblia. Sem que ninguém nos ensinasse, sabíamos que o
nosso namoro estava errado ou que as nossas finanças estavam desajustadas.
Aquele que é nascido de Deus tem, no seu espírito, a voz do Espírito Santo a falar pela sua
consciência. Ninguém jamais poderá dizer que não sabia. A nossa consciência tem a função de testificar
conosco a vontade de Deus.

c. A Função da comunhão
‘‘Meu espírito exulta em Deus meu salvador’’, Lc.1:47.
‘‘O que se une ao Senhor é um só espírito com ele’’. I Co.6:17.
Toda comunhão genuína com Deus é feita no nível do nosso espírito. Deus não é percebido
pelos nossos pensamentos, sentimentos e intenções. Ele só pode ser conhecido diretamente em nos-
so espírito.
Deus é espírito e somente o nosso espírito pode entrar em comunhão com Ele. É no nosso
espírito que nos unimos ao Senhor e mantemos comunhão com Ele. Comunhão é adorar a Deus.
Tudo o que Deus faz, Ele o faz a partir do nosso espírito. É sempre de dentro para fora. Esta é
uma maneira bem prática de sabermos o que vem de Deus e o que vem do diabo. O diabo sempre
começa a agir pelo corpo, de fora, tentando atingir nossa alma. É de fora para dentro. Deus, por sua
vez, age de dentro para fora.
Sempre que formos adorar a Deus, devemos nos voltar para o nosso coração, pois é no nosso
coração que percebemos o nosso espírito.
Não procure exercitar a mente, mas exercite o espírito, mediante o coração. É por isso que a
adoração com cânticos em línguas é mais eficiente, pois a nossa mente fica infrutífera e podemos
exercitar o espírito livremente. A comunhão com Deus é sempre percebida no coração.

Como exercitar o próprio espírito


A obra de Deus em nosso espírito já foi completada. É como uma lâmpada que se acendeu.
Jesus disse que o Espírito está pronto (Mt. 26:41).

Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade,


está pronto, mas a carne é fraca. Mt. 26:41
O nosso espírito está pronto, mas ainda precisa ser aperfeiçoado pelo exercitar. É como uma
criança que acabou de nascer. Ela é perfeita, mas precisa ainda ser aperfeiçoada.
Fomos regenerados, nascemos de Deus e ele agora habita em nosso espírito. A nós cabe agora
exercitá-lo. Exercitamos o nosso espírito para separar aquilo que procede da alma do que procede do
próprio espírito (Hb. 4:12).

a. Por meio do quebrantamento


A maneira como Deus nos leva a perceber o nosso próprio espírito passa por três caminhos.
Em primeiro lugar, devemos entender que a alma esconde, encobre o espírito assim como os ossos
encobrem a medula. Se quisermos ver a medula temos de quebrar os ossos. Por isso a alma precisa
ser quebrada.
Sem quebrantamento é difícil percebermos o nosso espírito. Portanto, a primeira maneira que
Deus usa para percebermos o nosso próprio espírito é pelo quebrantamento da alma. Nestas circuns-
tâncias nos tornamos sensíveis a Deus em nosso espírito.

b. Pela palavra de Deus


A palavra de Deus também tem esse poder de separar alma e espírito. Deus na verdade usa o
quebrantamento pelas circunstâncias e o poder da palavra para separar a alma e o espírito. Hebreus
4:12 diz:

Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais cortante do que qual-


quer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e
espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e pro-
pósitos do coração.

c. Orando em línguas
Uma terceira maneira para percebermos o nosso espírito humano é orando em línguas. Paulo
diz em I Coríntios 14:14 que aquele que ora em línguas tem o próprio espírito orando enquanto a
mente (alma) fica infrutífera.
Portanto se você não ora em línguas busque do Senhor esta experiência pois através dela você
vai crescer no seu próprio espírito.

d. Rejeitando a passividade
Para que o diabo possa agir no homem ele leva o homem a se tornar passivo, mas para que
Deus possa agir é preciso que o homem coopere exercitando a sua vontade.
Paulo diz em Romanos 1:9 que ele serve a Deus é no espírito. O mesmo se aplica a cada
cristão. Precisamos aprender a exercitar o nosso espírito. A obra de Deus em nosso espírito já foi
completada. É como uma lâmpada que se acendeu. Jesus disse que o Espírito está pronto (Mt.
26:41). A obra de Deus em nosso espírito já foi completada. Fomos regenerados, nascemos de Deus
e ele agora habita em nosso espírito. A nós cabe apenas exercitá-lo.
Observe uma criança que acabou de nascer. Ela é perfeita, mas precisa ainda ser aperfeiçoada.
Ele tem uma boca perfeita, mas não sabe falar, ela possui pés perfeitos, mas não sabe andar e assim
por diante. O nosso espírito está pronto, mas ainda precisa ser aperfeiçoado pelo exercitar.
Princípios de Revelação na Palavra
Aula 3

Funções da Alma
A Palavra de Deus nos mostra clara e inequivocamente, que a alma humana é composta por
três partes: a mente, a vontade e a emoção. A alma é a sede da nossa personalidade, é o nosso ‘‘EU’’.
É por esse motivo que, em muitos lugares, a Palavra de Deus chama o homem de ‘‘alma’’. As
principais características do homem estão na sua alma, tais como ideais, pensamentos, emoções, etc.
O que constitui a personalidade do homem são as três faculdades da alma: a mente, a vontade e as
emoções.

Funções da alma
a. A função da mente
Porquanto a sabedoria entrará no teu coração, e o conhecimento será
agradável à tua alma. Pv. 2:10
Então, sabe que assim é a sabedoria para a tua alma; se a achares, have-
rá bom futuro, e não será frustrada a tua esperança. Pv. 24:14
Provérbios 2:10 e 24:14 mostram que a alma necessita de conhecimento. O conhecimento é
uma função da mente, logo, a mente é uma função da alma.
‘‘As suas obras são admiráveis e a minha alma o sabe muito bem’’ (Sl.139:14). Saber é uma função da
mente, e, portanto, também da alma.
Lamentações 3:20 diz que a alma pode se lembrar e a lembrança é uma função da mente.
Podemos assim afirmar que a mente é uma função da nossa alma.

Minha alma, continuamente, os recorda e se abate dentro de mim. Lm.


3:20
A mente é a função mais importante da alma. Se a nossa mente for obscurecida, nunca podere-
mos chegar ao pleno conhecimento da verdade.
A nossa mente deve ser renovada para poder experimentar e entender a vontade de Deus, que
é revelada em nosso espírito.

b. A função da vontade
A vontade é o instrumento para nossas decisões e indisposições: se queremos ou não quere-
mos algo. Sem ela o homem seria reduzido a um ser autômato. É a vontade do homem que resolve
pecar ou servir a Deus. É na nossa alma que está o nosso poder de escolha.
I Crônias 22:19 diz: ‘‘Disponha agora o vosso coração e a vossa alma para buscardes o Senhor Deus’’
Buscar é uma função da vontade e a vontade está na alma. Em Jó 6:7, lemos...‘‘Aquilo que minha alma
recusava em tocar ...’’ Recusar é uma função da vontade. ‘‘Pelo que a minha alma escolheria, antes ser
estrangulada...’’ (Jó7:17). Escolher também é uma função da vontade. A vontade então é uma função
da alma.
c. A Função da Emoção
A emoção é uma parte importante da experiência humana. Elas se manifestam de muitas for-
mas: amor, ódio, alegria, tristeza, pesar, saudade, desejo, etc. As emoções dão cor à nossa vida,
todavia jamais podemos nos deixar ser guiados por elas, porque a emoção é uma parte da alma.
Em I Sm.18:1, Ct.1:7 e Sl.42:1, percebemos que o amor é alguma coisa que surge em nossa
alma. Provando, portanto, que, dentro da alma, existe uma função como a emoção.
Podemos ver em II Sm.5:8, Ez.36:5 e Sl.117:18 expressões tais como: menosprezo, aborreci-
mento e desprezo. Essas são emoções que procedem da alma.
Poderíamos citar ainda a alegria em Is.61:10 e Sl.86:4 como uma emoção da alma e ainda a
angústia como está em I Sm.30:6 e 20:4, Ez.24:25 e Jr.44:14.
Pela Palavra de Deus e pela experiência concluímos que a alma de fato tem três funções: a
mente, a vontade e a emoção. Aprendemos também que o espírito do homem tem também três
funções: a consciência, a comunhão e a intuição.

A transformação da alma
Não devemos pensar que a nossa alma é ruim. O erro é caminharmos confiados na sua capaci-
dade de pensar, entender e sentir. Se andamos pela alma já não andamos por fé e estaremos no nível
da carne.
Os que andam segundo o padrão da alma são chamados carnais. Carnal não é exatamente
aquele que anda na prática do pecado. Quem anda na prática do pecado, possivelmente nem tenha
nascido de novo, pois aquele que é nascido de Deus não vive na prática do pecado (Jo.3:9).
O carnal é aquele que sinceramente tenta fazer a vontade de Deus, todavia, ele o faz exercitan-
do a alma, ou seja, sua mente, vontade e emoções.
Ser carnal é andar segundo a alma. Nesse sentido, os cristãos que vivem segundo o padrão da
alma tendem a seguir aquela função da alma que lhes é mais peculiar. Assim temos carnais ou crentes
almáticos que andam pela mente, outros pela emoção e outros pela empolgação.
Por exemplo, pessoas mais emotivas tendem a usar as emoções como critério de vida espiritual.
Se sentem calafrios e fortes emoções, conseguem fazer a obra de Deus, mas, se estas emoções se vão,
também seu ânimo se esvai. Há outros, porém, que recusam esta emotividade da alma e andam
segundo o padrão da mente. Estes chegam mesmo a criticar os emotivos como sendo carnais. O que
eles não percebem é que andar segundo a mente também é da alma. Estes irmãos tendem a ser
extremamente críticos e naturais na obra de Deus. Geralmente, não aceitam o sobrenatural e querem
colocar o Espírito Santo nos seus padrões de mente.
Há ainda um terceiro tipo de cristão da alma, são aqueles que andam segundo a empolgação da
vontade. Poderíamos chamá-los de crentes ‘‘oba-oba’’. Sempre estão empolgados para realizar algu-
ma atividade, entretanto, o fogo se apaga logo. Não possuem perseverança alguma. Estes crentes
chegam mesmo a argumentar em nome de sua pretensa sinceridade: ‘‘Se eu não estou com vontade,
eu não preciso orar nem ler a Bíblia, pois, afinal, Deus não quer sacrifício’’. Parece muito piedoso,
mas tratam-se apenas de desculpas da carne para não servir a Deus.
Se andamos segundo a alma, invariavelmente cairemos em um destes três pontos, ou em todos
eles. Os que andam na carne não podem agradar a Deus. (Rm.8:8).
Não devemos pensar que a nossa alma é ruim; isto não é verdade. O erro é caminharmos
confiados na sua capacidade de pensar, entender e sentir. Se andamos pela alma já não andamos por
fé. Existe algo, entretanto, que devemos fazer com a alma: devemos com o Senhor para que ela seja
transformada.
Veja que o nosso espírito já foi recriado, regenerado. Toda a obra de Deus em nosso espírito já
foi completada. O nosso espírito é como uma lâmpada que se acendeu dentro de nós. Ela está acesa
e nunca mais se apagará. O novo nascimento aconteceu num instante, mas a nossa alma agora deve
ser transformada. O processo de transformação da alma é algo que dura a vida inteira.

Como a nossa alma é transformada?


a. Pela renovação da mente
Como a nossa alma deve ser transformada? Pela renovação da mente. A mente é a primeira
função da alma. Se mudamos a mente, estaremos mudando toda a nossa vida. A única maneira de
mudarmos a nossa mente é conformando-a com a Palavra de Deus.

‘‘E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela reno-
vação da vossa mente...’’. Rm. 12:2
Eu colaboro com o Espírito Santo na minha própria transformação na medida em que me
encho com a Palavra de Deus. Com relação ao nosso espírito, devemos exercitá-lo constantemente
para mantermos contato com Deus; e com relação à nossa alma, devemos transformá-la, mediante a
renovação da nossa mente com a Palavra de Deus.

b. Pelo contemplar o Senhor


E todos nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho,
a glória do Senhor, somos transformados, de glória em glória, na sua pró-
pria imagem, como pelo Senhor, o Espírito. II Cor. 3:18
A nossa alma também é mudada quando contemplamos o Senhor por meio de todo tipo de
oração e comunhão.
O meu espírito foi criado para conter a Deus, mas a minha alma foi criada para refletir a Deus.
O espírito humano é como um recipiente feito para conter a Deus, mas a nossa alma é como um
espelho criado para refletir a imagem de Deus.
Com relação ao nosso espírito, devemos exercitá-lo constantemente para contactarmos a Deus;
e com relação à nossa alma, devemos transformá-la, mediante a renovação da nossa mente com a
Palavra de Deus e pelo contemplar do Senhor pelo Espírito.
Princípios de Revelação na Palavra
Aula 4

Funções do corpo
A Palavra de Deus nos diz que o nosso corpo é apenas a nossa casa terrestre. É o lugar onde
moramos neste mundo. A função básica do corpo é ter contato com o mundo físico.
Paulo nos diz em II Coríntios 5:1-4 que o nosso corpo é a nossa casa terrestre, mas haverá um
dia em que seremos revestidos da nossa habitação celestial.
O nosso corpo não tem conserto e nem salvação. Precisamos receber outro corpo. No céu não
teremos uma nova alma, mas teremos um novo corpo. No passado o nosso espírito foi regenerado, no
presente a nossa alma está sendo transformada e no futuro nosso corpo será glorificado. Vemos aqui
os aspectos passados, presente e futuro da nossa salvação.

Funções do corpo
a. A função da sensação
A função da sensação é a porta do nosso ser. Ela se constitui nos cinco sentidos do corpo. Tudo
o que entra em nossa alma, entra através dos cinco sentidos.
Se desejamos obter vitória sobre o pecado, precisamos disciplinar o nosso corpo para que,
através dele, não entre nada sujo ou pecaminoso.

b. A função da locomoção
Evidentemente, é função do nosso corpo se locomover. O nosso corpo é a parte mais inferior
pois é ele que tem contato com o mundo físico, e para o corpo é impossível perceber as coisas
espirituais.

c. A função de instinto
Os instintos são reações inatas do organismo que não dependem do comando da nossa alma.
São reações automáticas e em si mesmas não são pecaminosas. Entretanto, elas são a base da concu-
piscência da carne.
Deus criou os instintos bons, mas, por causa do pecado, eles foram degenerados e hoje precisa-
mos exercer domínio sobre eles.
Há três grupos de instintos básicos: o instinto de sobrevivência, o de defesa e o sexual.
O instinto de sobrevivência inclui o comer , o beber e as necessidades fisiológicas. São inatos;
ninguém precisa ensinar a criança a mamar, ela já nasce sabendo. O pecado transformou esse instinto
natural em glutonaria e bebedices.
O instinto de defesa inclui os atos reflexos de proteção, como esquivar-se, esconder-se, prote-
ger-se. O pecado o transformou em brigas, facções, iras e todo tipo de violência.
E o instinto sexual foi corrompido para se transformar em adultério, fornicação, prostituição,
sodomia e coisas parecidas.
O corpo deve ser um servo e não um Senhor. Não devemos permitir que esses instintos natu-
rais, que permanecem em nós, mesmo depois que somos convertidos, nos controlem.

A disciplina do corpo
Precisamos estudar as funções do corpo para compreendermos que o diabo está de fora e Deus
está dentro de nosso espírito. Sendo assim tudo o que é do diabo vem de fora para dentro e tudo o
que é de Deus vem de dentro (do nosso espírito) para fora.
Veja a maneira como o inimigo age. Ele primeiro procura entrar pelas portas da alma que são os
sentidos do corpo. O processo sempre começa com o inimigo tentando chamar a nossa atenção.
Uma vez que ele tem a nossa atenção ele tentará despertar algum instinto básico do nosso
corpo. Como já vimos, os nossos instintos foram corrompidos pelo pecado e tornaram-se aliados do
diabo. Quando ele desperta um instinto nós dizemos que estamos sendo tentados.
Uma vez que o instinto é despertado, o próximo passo é produzir um desejo. O desejo ainda
não é pecado se ele for apenas uma forte tentação e ser tentado ainda não é pecado.
O pecado acontece quando o nosso desejo se transforma em intenção. Jesus disse que qual-
quer um que olhar com intenção impura para uma mulher já adulterou com ela (Mt. 5:28). Quando
compreendemos a forma como o diabo age fica mais simples alcançar vitória sobre ele.
A Palavra de Deus diz que há algo que devemos fazer com o nosso corpo: devemos ofertar o
nosso corpo a Deus e trazê-lo debaixo de disciplina (Rm 12:1).

Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o


vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso
culto racional. Rm. 12:1
Disciplinar não é usar de ascetismo, mas Paulo disse que esmurrava o seu corpo para reduzi-lo
à escravidão (I Cor. 9:27). Esmurrar o corpo é simplesmente não fazer a sua vontade.

Mas esmurro o meu corpo e o reduzo à escravidão, para que, tendo pre-
gado a outros, não venha eu mesmo a ser desqualificado. I Cor. 9:27
O nosso corpo e a nossa alma, são a parte do nosso ser natural que é chamada de carne no
Novo Testamento. O carnal, então, é aquele que vive no nível do natural, ou seja, no nível da alma e
do corpo.

Implicações práticas da dimensão tríplice do homem


Há uma atitude que devemos ter em relação a cada parte do nosso
ser:
a) O espírito deve ser exercitado
Com relação ao nosso espírito precisamos exercitá-lo. A obra de Deus no nosso espírito está
pronta. O espírito está pronto. Todavia como uma criança nasce perfeita mas ainda precisa ser aper-
feiçoada, também acontece o mesmo com o nosso espírito.
b) A alma deve ser transformada
A nossa alma deve ser transformada. Romanos 12:1 e II Cor 3:16 nos dizem como isso deve
acontecer: pela renovação da mente e pelo contemplar do Senhor.
c) O corpo deve ser disciplinado
O nosso corpo deve ser disciplinado como é ensinado em Romanos 12:1 e I Coríntios 9:27.
Com relação ao tempo da nossa salvação podemos dizer:
a) O nosso espírito foi regenerado no passado quando nascemos de novo
A vida de Deus foi colocada dentro do nosso espírito. É como uma lâmpada que se acendeu. A
obra está completa. Por isso o Senhor disse que o espírito está pronto (Mt. 26:41).
b) A nossa alma está sendo transformada no presente
O alvo de Deus é que esta vida que está no nosso espírito possa transbordar para nossa alma a
ponto de saturá-la e transformá-la.
c) O nosso corpo será glorificado no futuro
O ápice da obra de Deus é a manifestação dos filhos de Deus com um corpo glorificado.

Com relação ao propósito de Deus podemos comparar:


a) O corpo aponta para o Egito
Do ponto de vista de Deus o corpo é o lugar onde o pecado habita e portanto não tem remédio,
deveremos receber um corpo glorificado.
b) A alma aponta para o deserto
Depois de termos sido salvos, precisamos nos perguntar se estamos vivendo no nível da alma
ou do espírito. A vida da alma é lugar de aridês e falta de fruto. Viver pela alma é viver no deserto.
c) O espírito aponta para Canaã
A boa terra aponta para Cristo. Deus queria que Israel desfrutasse da boa terra assim como
deseja que hoje desfrutemos do Senhor Jesus. Sabemos que o Senhor habita em nosso espírito, daí
entendermos que é no espírito que devemos desfrutar dele.

Com respeito à habitação de Deus podemos entender:


a) O corpo aponta para o átrio
b) A alma para o lugar santo
c) O espírito para o Santo dos santos.
Hebreus 10:19 nos exorta a entrarmos ousadamente no Santo dos santos. O Santo dos santos
hoje está no nosso espírito. É nele que está a arca do Senhor e é a partir dele que Deus fala.
Dentro de todo rádio existe um órgão receptor. Quando sintonizamos o rádio, o receptor capta
as ondas magnéticas que estão no ar. Assim acontece conosco, o nosso espírito é esse órgão receptor
que capta as ondas espirituais que vêm de Deus.
Nós sintonizamos o nosso espírito corretamente quando temos um espírito quebrantado, contrito
e aberto diante de Deus.
Princípios de Revelação na Palavra
Aula 5

A Revelação no Espírito
A revelação no espírito
Na vida cristã, o ponto mais importante é o conhecimento espiritual, a revelação. A maior
preocupação de Paulo, em todas as suas epístolas, era com revelação (Ef.1:15-19, Ef.3:14-19).
É interessante vermos que Paulo, por exemplo, não orava pelo crescimento das igrejas locais.
Em nenhum lugar, Paulo faz votos pelo crescimento numérico de nenhuma igreja. Paulo também
não orava pelo prédio onde os irmãos deveriam se reunir. Paulo tinha uma única oração: por revela-
ção.
Precisamos entender que o Novo Testamento tem um ponto central. E não digo que não
devemos orar por coisas como essas que mencionei, elas têm a sua devida importância, mas não são
o ponto central.
O ponto central de todo o Novo Testamento é Cristo. Mas, não apenas Cristo, mas Cristo
dentro de nós, em nosso espírito. O que tem valor , realmente, é conhecermos Cristo, por revelação,
em nosso espírito. Se possuirmos revelação de Cristo, espontaneamente todas as áreas de nossa vida
serão afetadas e transformadas.

O que é revelação
Revelação é o conhecimento que nos é transmitido pelo Espírito Santo ao nosso espírito.
Quando a luz de Deus brilha no nosso espírito, então há revelação.
Revelação é saber pelo espírito algo que a nossa mente talvez até já sabia. É ver do ponto de
vista de Deus. É ver como Deus vê. (I Cor. 2:11-12; II Cor. 3:6 e 4:6; II Cor. 5:16; Jo. 20:11-16;
Lc.24:13-16 e 30-31.)
Revelação não é descobrir algo que ninguém conhecia na Palavra de Deus, antes é ver as
mesmas coisas com a luz do Espírito. É quando as letras da Bíblia parecem saltar aos nossos olhos,
e aquilo que já sabíamos com a mente adquire agora uma intensidade e uma realidade antes desco-
nhecida.

O processo de revelação
A revelação é algo que ocorre primeiramente no nosso espírito. O Espírito Santo transmite
uma verdade ao nosso espírito, e o nosso espírito, para a nossa mente. A mente por si só não pode ter
revelação de Deus.
Há uma grande diferença entre o conhecimento mental e o conhecimento espiritual. O mero
conhecimento mental não tem o poder de mudar ninguém.
Por que muitas pessoas até conhecem a Palavra de Deus e mesmo assim não são transforma-
das? Simplesmente porque estas coisas de Deus se discernem espiritualmente, ou seja, por revelação.
Uma coisa é o conhecimento natural e carnal, outra coisa é o conhecimento espiritual ou revelação.
Paulo diz que antes ele conhecia a Jesus na carne, mas depois passou a conhecê-lo pelo Espírito.
Assim que, nós, daqui por diante, a ninguém conhecemos segundo a
carne; e, se antes conhecemos Cristo segundo a carne, já agora não o
conhecemos deste modo. II Cor. 5:16.

A oração por revelação


A maior preocupação de Paulo era a de que os crentes tivessem revelação de Deus. Se obser-
varmos as orações de Paulo nas epístolas, veremos que o seu alvo de oração era único: revelação
((Ef.1:15-19, Ef.3:14-19; Fp 1:9; Cl.1:9-12)
Paulo sabia que quando há revelação, naturalmente as pessoas serão transformadas pela ação
da Palavra. Espontaneamente, a fé se manifestará, a unção e a vida de Deus irão transbordar.
Quando a revelação de Deus vem, então, há crescimento, há discipulado, há maturidade cristã,
há missões, há novos líderes, tudo o mais é apenas conseqüência de termos as nossas vidas impactadas
pela luz do Espírito Santo.

‘‘...Fazendo menção de vós nas minhas orações, para que o Deus de nos-
so Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos conceda espírito de sabedoria
e de revelação no pleno conhecimento dele, iluminados os olhos do vosso
coração, para saberdes, qual é a esperança do seu chamamento, qual a
riqueza da glória da sua herança nos santos e qual a suprema grandeza
do seu poder...’’ (Ef.1:15-19).
Na medida em que nossos olhos espirituais se abrem e entendemos com todos os santos a
medida do seu poder dentro de nós, então há uma explosão de poder e autoridade.

‘‘Por esta causa me ponho de joelhos... a fim de poderdes compreen-


der... qual é a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade, e
conhecer o amor de Deus que excede todo entendimento, para que sejais
tomados de toda a plenitude de Deus: (Ef.3:14-19).
O amor de Deus excede todo entendimento, por isso ele ora por revelação, pois a mente sozi-
nha não pode entender. Para que os crentes fossem tomados de toda a plenitude de Deus eles preci-
savam ter revelação do amor de Deus.

‘‘E também faço esta oração: que o vosso amor aumente... em pleno co-
nhecimento e toda percepção...’’ (Fl.1:9-11).
Essa percepção, da qual Paulo fala, é algo espiritual e não mental. A vida cristã não consiste
em acúmulo de conhecimento mental, mas em um avançar em níveis novos de revelação no espírito.

‘‘Por esta razão... não cessamos de orar por vós, e de pedir que
transbordeis de pleno conhecimento... em toda sabedoria e entendimen-
to espiritual... a fim de viverdes de modo digno do evangelho...’’ (Cl.1:9-
12).
Mais uma vez Paulo está orando para que os crentes transbordem de revelação a fim de terem
uma vida santa. Veja bem que Paulo está dizendo aqui que a vida santa é apenas conseqüência de
revelação. É um fato que, na medida em que Deus realmente habita em nós, haverá temor ao usar-
mos o nosso corpo. Se estamos carregando uma quantidade de dinheiro no bolso, todos vão perceber
um certo cuidado no andar. Se carregamos o Deus de toda a vida dentro de nós, todos devem perce-
ber algo diferente em nossa maneira de andar.
O ponto central de todo o Novo Testamento é Cristo. Mas, não apenas Cristo, mas Cristo
dentro de nós, em nosso espírito. O que tem valor, é conhecermos Cristo, por revelação, em nosso
espírito. Se possuirmos revelação de Cristo todas as áreas de nossa vida serão afetadas e transforma-
das.

Condições para se obter Revelação


a. Conhecer a Palavra de Deus
Revelação é tomar algo que estava oculto, ou escondido e trazer à tona para que todos vejam.
Eu simplesmente não vou ter revelação alguma se a Palavra de Deus estiver oculta para mim.
Precisamos conhecer a Palavra de Deus antes de recebermos revelação. Esse princípio espiri-
tual está em I Coríntios 15:46:

“Mas não é primeiro o espiritual e, sim o natural; depois o espiritual.”


Antes de termos o conhecimento espiritual precisamos do conhecimento natural. Antes de
termos revelação precisamos encher a nossa mente com a Palavra de Deus.

b. Ter olhos para ver


Não basta abrir a Bíblia, precisamos de olhos para ver. De nada adianta revelar o que está
oculto, por exemplo, num baú, se somos cegos e não podemos ver.

Em I Coríntios 2:14 lemos que: “ o homem natural não Aceita as coisas


do Espírito de Deus, porque lhe são loucura, e não pode entendê-las por-
que elas se discernem espiritualmente.”
Se ainda não fui regenerado não vou ter condições de ter revelação. Aquele que não nasceu de
novo é cego para Deus, não pode ver as coisas do Espírito.

c. O terceiro fator é luz


Suponhamos que não sejamos cegos, mas que não haja luz. Ainda assim não vamos ver coisa
alguma. Deixar de ser cego é uma questão de novo nascimento, mas ter luz aponta apara a experiên-
cia do batismo no Espírito Santo.
O cente que ainda não foi cheio do Espírito Santo vive como o homem natural, não percebe as
coisas do Espírito. Ele até louva, mas não tem intimidade, até conhecer a Bíblia, mas não tem reve-
lação. A terceira condição, então é ter luz.

d. O quarto fator são os olhos abertos


Suponhamos ainda que podemos ver, há luz, mas inesperadamente os olhos estão fechados.
Não podemos ver algo que está oculto, não podemos ver se somos cegos, também não pode-
mos ver se não há luz, mas mesmo que tenhamos tudo isso ainda não veremos coisa alguma se
estivermos com os olhos fechados.
Na Bíblia os olhos são o nosso coração. Ter os olhos fechados é ter o coração fechado. Muitos
de nós, por orgulho, têm fechado o coração para aprender, por isso mesmo Deus os tem resistido e
não recebem revelação do Senhor.
É por meio do coração que vem todas as coisas de Deus. Tudo passa pelo coração.
Em Apocalipse 3:20, o Senhor Jesus diz para os crentes de Laodicéia que ele está à porta
batendo. Esta palavra foi dita para crentes e não para incrédulos. Eles estavam com o coração fecha-
do.

Características da revelação
Como podemos saber se temos ou não revelação da Palavra em nosso espírito? Existem quatro
sinais de que temos recebido revelação de uma verdade. Revelação sempre vai gerar em nós: (1) vida,
(2) fé, (3) mudança de vida e (4) ajuda na hora da tentação.

a. Revelação gera vida


Em João 6:63, Jesus disse : "As palavras que eu vos digo são espírito e vida". Quando o Senhor fala
conosco na Palavra, isso vai gerar vida dentro do nosso ser. A primeira característica de alguém que
recebeu revelação do Senhor é que ele será cheio de vida.
A letra é morte, mas a palavra que sai da boca de Jesus vem acompanhada do seu sopro e o seu
sopro é o Espírito. É da união da Palavra com o Espírito que a vida é gerada.
Quando o Senhor fala, então há luz, porque a luz é vida (Jo. 1:4). Sempre que o Senhor fala há
vida e nos enchemos de luz. A revelação da Palavra nos enche de vida.
O vinho é um símbolo de vida. Alguém cheio de vinho se parece com alguém cheio de vida.
Quando alguém se enche de vinho ele vai se sentir mais corajoso, mais audacioso, ficará mais sorri-
dente, cheio de alegria, se tornará falante, com muito ânimo e disposição. Até a sua pele vai mudar se
tornando mais rosada e os olhos mais brilhantes. Tudo isso é a vida se manifestando.
Quando nos enchemos do Senhor, nós temos todas essas expressões de vida, mas com realida-
de. Nos sentimos mais alegres, ousados, capazes de falar e cheios de disposição. Sempre que a Pala-
vra de Deus queimar em nossos corações então a vida se manifestará. Isto é assim porque Jesus é a
palavra viva.
É a vida de Deus fluindo em nós que será autoridade em nossa boca. É a vida fluindo em
nossas palavras que vai gerar vida nos outros. É a vida que tem o poder de destruir a morte.
Não podemos explicar a vida adequadamente, mas podemos percebê-la onde quer que ela se
manifeste. A letra sozinha mata, mas a Palavra revelada gera vida.

b. Revelação gera fé
Aquele que recebeu alguma revelação sempre será cheio de fé.
Romanos 10:17 diz que "a fé vem pelo ouvir a Palavra de Deus". Se não há fé, é porque não houve
revelação.
A fé é gerada pela palavra de Deus e a revelação nada mais é que a Palavra viva de Deus em
nosso espírito. Se algum conhecimento não gera em nós uma nova medida de fé então esse conheci-
mento é da mente, é puramente intelectual.
A revelação é como a luz. Hoje enchergamos como uma vela, amanhã como uma lâmpada de
cinqüenta Watts, depois de cem, de mil, até ser como um holofote. Não devemos nos contentar com
o nível de revelação e fé que já alcançamos, antes devemos avançar para níveis novos.
c. Revelação gera mudança
Depois de recebermos revelação do Senhor nunca mais seremos os mesmos, pois a revelação
nos transforma.
Em Mateus 16:16 nós vemos Pedro fazendo uma grande declaração a Jesus: “Tu és o Cristo, o
Filho do Deus vivo”. Sobre esta afirmação de Pedro Jesus disse:“ Bem aventurado és Simão Barjonas,
porque não foi carne e sangue quem to revelou, mas meu Pai que está no céu.”. E o Senhor depois acrescenta:
Também digo que tu és Pedro... Aleluia!
Pedro antes era Simão, mas agora foi transformado em Pedro, rocha. Pedra foi transformado na
mesma natureza de Jesus, a rocha.
O que transformou a Pedro? Jesus disse que foi a revelação que ele recebeu do Pai. A cada
nova revelação que recebemos somos transformados de glória em glória até alcançarmos a seme-
lhança de Jesus.
Tudo o que precisamos é conhecer o Senhor por revelação no espírito. Quando isso ocorre
naturalmente somos transformados. Quando alguém diz ter revelação de alguma verdade, mas esta
revelação não o transformou de forma alguma, então a sua revelação é questionável. Revelação gera
mudança de vida.
Se em sua vida não tem havido mudanças, está faltando luz sobre a Palavra.

d. A Revelação nos sustenta na tentação


Quando uma verdade é aprendida só na mente, ela não nos ajuda na hora dos ataques do diabo,
mas quando é algo que queima em nosso coração, sabemos que haverá fé para destruir a ação do
inimigo.
A revelação produz pelo menos quatro coisas em nós: vida, fé, transformação e provisão na hora da
batalha.
A revelação é progressiva, é como a luz da aurora que vai brilhando mais e mais até ser dia
perfeito (Pv. 4:18).
Antes andávamos em trevas, mas agora a cada dia recebemos nova medida da luz de Deus.
Hoje vemos obscuramente, mas vem chegando o dia em que o veremos face a face tal qual ele é (I
Cor. 13:12)
Princípios de Revelação na Palavra
Aula 6

Como obter revelação


Eu não posso forçar a luz de Deus vir, mas eu posso estar habilitado a percebê-la sempre que
ela se manifestar.
A principal questão para se alcançar revelação é tratar com o coração. É no coração que a luz
de Deus resplandece (II Co.4:6). Se o nosso coração estiver com problemas, não perceberemos a luz
de Deus.

Princípios para se obter revelação


a. Um Coração Consagrado a Deus
Em Juízes 16:20-21, lemos que Sansão foi derrotado pelos filisteus e estes lhe cegaram os
olhos. Sansão era nazireu consagrado ao Senhor, e o sinal da sua consagração era o seu cabelo.
Quando o seu cabelo foi cortado, então, a sua consagração também foi cortada .
Todas as vezes que a nossa consagração e obediência a Deus são quebradas tornamo-nos como
cegos para as coisas espirituais.
O pecado produz insensibilidade em nosso coração e nos incapacita a ouvir e receber de Deus.
Ele dá ao diabo espaço para nos cegar e, assim, nos impedir de obter revelação de Deus.
Por outro lado, aqueles os que obedecem se tornam cada vez mais sensíveis para receberem de
Deus.

b. Um Coração Ensinável
Com relação ao ensino, há dois tipos de erros entre os filhos de Deus.
Há aqueles que possuem o complexo de Adão. Eles julgam que não precisam aprender nada
com ninguém, e que Deus vai ensinar tudo diretamente para eles. Jogam fora séculos de história e de
mover de Deus, e esperam que Deus comece tudo outra vez com eles.
Há também aqueles que julgam já saberem tudo. Não precisam aprender com ninguém, e nem
mesmo buscar revelação. Supoem possuir todo o conhecimento da humanidade.
Deus resiste tais pessoas. Deus resiste ao soberbo, mas dá graça ao humilde (I Pe.5:5).
Em apocalipse 3:18 o Senhor aconselha a igreja de Laodicéia a comprar colírio para que possa
ver. Esse ver é algo no espírito. Colocar colírio nos olhos significa buscar um coração ensinável.
Quem não se dispõe a aprender com os outros também não vai aprender diretamente com o Senhor.
Sansão ficou cego por causa da falta de consagração; os laodicenses ficaram cegos por causa de
um coração soberbo, que julga saber todas as coisas.
É preciso ter olhos para enxergar. Se não, seremos como os fariseus: tinham olhos, mas não
viam, tinham ouvidos, mas não ouviam.
Eu não devo buscar aprender sozinho aquilo que meu irmão pode me ensinarMas se eu me
disponho a aprender com meu irmão, então a luz de Deus virá através dele.
Se em nossa cidade Deus está se movendo em algum lugar, eu devo me dispor a ir até lá para
aprender, pois se eu não o fizer e tentar aprender sozinho, Deus poderá me resistir.

c. Um Coração Limpo
Em Mateus 5:8 , Jesus disse que os limpos de coração poderiam ver a Deus. Hoje podemos ver, por
revelação, a Deus (I Cor.2:9-10).
Um coração impuro bloqueia o nosso espírito. Não é suficiente ter um coração limpo, precisa-
mos ter um coração puro.
Ser limpo significa não ter pecado oculto, mas ter um coração puro signfica ter um coração sem
mistura. Uma coisa é um copo d’água limpa e outra coisa um copo d’água com açúcar. Ambos são
puros, mas o segundo é misturado.
Existem muitas coisas que não são pecaminosas, mas que tornam o nosso coração impuro. Por
exemplo, uma pessoa que acaba de abrir uma loja. Apesar do seu coração não estar sujo, ele estará
cheio de interesse pelo comércio.
Ter um coração puro é ter um coração para Deus. "Quem mais tenho eu no céu? Não há outro em que
eu me compraza na terra" (Salmo 73:25).
Davi foi chamado de o homem segundo o coração de Deus por causa do seu prazer inteiramen-
te colocado em Deus.
Quando o nosso coração está inteiramente voltado para o Senhor, e podemos dizer que o
nosso prazer está N'ele, então as janelas do céu se abrem e a luz de Deus vem sobre a sua Palavra.
Os olhos do Senhor passam por sobre toda a terra, procurando um homem cujo coração seja
completamente para Ele (II Crônicas 16:9).

d. Um Coração Sem Véu


Em II Coríntios 3:15, lemos: "Mas até hoje, quando é lido Moisés, o véu está posto sobre o coração
deles". Há um véu sobre o coração dos judeus que os impede de enxergar a revelação de Jesus.
Esse véu é o tradicionalismo. Não é Deus quem coloca o véu, somos nós mesmos. Quando nos
enrijecemos em um conceito natural e humano, estamos colocando sobre o nosso coração um véu
que nos impede de enxergar novas revelações.
Durante toda a história um fato se repete. Deus usa um homem para trazer uma revelação, mas
esse mesmo homem depois resiste às novas revelações que Deus quer trazer através de outros.
Ser tradicional é estar fechado para qualquer palavra nova que Deus esteja falando.

e. Estar cheio da Palavra de Deus


Se eu desejo receber revelação da Palavra, eu preciso me encher com ela.
A revelação é no espírito, mas a minha mente deve começar enchendo-se com a palavra. I
Coríntios 15:46 diz: "Não é primeiro o espiritual, e sim, o natural, depois o espiritual".
Primeiro, a minha mente deve saber, para depois o meu espírito ter luz.
O Logos e o Rhema
Há dois termos usados no original que são igualmente traduzidos como "Palavra" em nossas
Bíblias em português. Esses dois termos são Logos e Rhema.
Esses termos são traduzidos unicamente como "Palavra" porque são vistos como sinônimos,
porém, o Espírito Santo escolheu tais termos para nos mostrar a tremenda diferença que existe entre
a Palavra escrita e a Palavra viva.

a. O Logos
Logos é a Palavra escrita. É aquilo que Deus falou e que foi registrado para nossa orientação.
Ela contém o que Deus falou pelos profetas e por meio do Filho (Hb.1:1-2). É esta a Palavra
que nós ministramos. Precisamos estar familiarizados com esta Palavra, pois o conhecimento da letra
da Bíblia é extremamente importante.
Veja alguns textos em que no original se usa o termo Logos, e qual deve ser a nossa atitude para
com a palavra escrita.

"Se alguém me ama guardará a minha palavra (logos)". Jo. 14:23.


"Lembrai-vos da palavra que vos disse (logos)".Jo. 15:20.
"Santifica-os na verdade, a tua palavra (logos) é a verdade". Jo. 17:17.
"Mas nós perseveraremos na oração e no ministério da palavra (logos)".
At. 64.
"A palavra (logos) de Deus crescia". At. 6:7.
"Retendo a palavra (logos) da vida". Fp. 2:16.
"...Criado com as boas palavras (logos) da fé". I Tm. 4:6.
"...Que maneja bem a palavra (logos) da verdade". II Tm. 2:15.
"Prega a palavra (logos)". II Timóteo 4:2.
"Porque a palavra (logos) é viva e eficaz". Hb. 4:12.
"...Não está experimentado na palavra (logos) da justiça". Hb. 5:13.
"E sede praticantes da palavra (logos)". Tg. 1:22.
"A palavra (logos) de Cristo, habite em vós abundantemente (ricamente)". Colossenses 3:16. A Palavra
escrita deve habitar em nós ricamente.
Devemos ler, meditar e decorar esta Palavra. O simples mencionar de um fato das escrituras
deve ser o suficiente para que saibamos o seu conteúdo (pelo menos em linhas gerais).
Sem o conhecimento da Palavra escrita, nunca chegaremos à experiência da Palavra viva
(Rhema). O logos é o fundamento do rhema. Primeiro é o natural, depois o espiritual. Primeiro devemos
ter a mente cheia do logos, para que o Espírito Santo nos traga o rhema.
"Eu vos escrevi, jovens, porque sois fortes e a palavra (logos) de Deus está em vós e já vencestes o maligno".
Os jevens têm vencido o maligno porque a palavra logos está neles. São como o Senhor Jesus, quan-
do foi tentado por Satanás. Ele venceu usando a Palavra de Deus, afirmando: "Está escrito" (Mt.
4:4, 7, 10).
b. O Rhema
Apesar de ser traduzida, à semelhança do Logos, como Palavra na Bíblia, o Rhema tem um
significado muito diferente de Logos. Enquanto o Logos é a Palavra falada no passado e que se
tornou escrita, o Rhema é a Palavra que Deus está falando conosco pessoalmente, é aquela palavra
que está queimando em nosso coração.
Veja algumas passagens do Novo Testamento em que a palavra Rhema é usada.
Em Mateus 4:4 Jesus respondeu: "Está escrito: Não só de pão viverá o homem mas de toda palavra
(rhema) que procede da boca de Deus".
Tanto o Logos como o Rhema são a Palavra de Deus, mas a primeira é a Palavra escrita na
Bíblia, enquanto a última é a Palavra de Deus falada a nós em uma ocasião específica.
"A fé vem pelo ouvir (literal) e o ouvir pela palavra (Rhema) de Cristo" (Rm. 10:17). O que gera fé
não é simplesmente conhecer intelectualmente a Bíblia, mas é ter a palavra queimando em nosso
coração pelo Espírito Santo.
Todos conhecemos muitos trechos da Bíblia. Certo dia, porém, um texto que já antes conhecí-
amos e até sabíamos de cor, assume um frescor, uma vida, uma cor diferente. Aquela verdade come-
ça a nos aquecer o coração, gerando fé. Deus está falando conosco. Antes sabíamos genericamente,
mas agora Deus falou individualmente conosco.
Todo Rhema é baseado no Logos. Não podemos ter o Logos sem o Rhema.
"As palavras (Rhema) que eu vos digo são espírito e são vida" (Jo 6:63). Somente o Rhema é espírito
e vida, na verdade o Logos sozinho não pode dar vida, pode até mesmo matar, porque a letra mata.
Em Lucas 1:38, Maria disse: "Aqui está a serva do Senhor, que se cumpra em mim conforme a tua
palavra (rhema)". Antes, Maria tinha as palavras do profeta Isaías 7:14: "Eis que a virgem conceberá e dará
luz um filho", mas agora ela tem a Palavra falada especificamente a ela: "Você conceberá e dará à luz um
filho". Foi por ter recebido esta Palavra que Maria concebeu e tudo se cumpriu. Deus falou com ela o
mesmo texto que estava escrito, mas quando Deus falou, a Bíblia usa a expressão Rhema, indicando
que é a palavra viva.
Em Lucas 2:29 ,Simeão disse: "Agora, Senhor despedes em paz o teu servo, segundo a tua palavra
(rhema)". Antes de o Senhor Jesus vir, Deus falou a Simeão que ele não morreria antes de ver o Cristo
do Senhor. Mas, no dia em que Simeão viu o Senhor Jesus, ele disse: "Agora, Senhor despedes em paz o
teu servo conforme a tua palavra". Simeão tinha o Rhema do Senhor.

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