Princípios de Revelação Na Palavra
Princípios de Revelação Na Palavra
Princípios de Revelação Na Palavra
Aula 1
‘‘O mesmo Deus da paz vos santifique em tudo; e o vosso espírito, alma e
corpo, sejam conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda de Nosso
Senhor Jesus Cristo’’. I Ts. 5:23
Espírito e alma não são a mesma coisa. A Palavra de Deus não usaria duas palavras para
designar a mesma coisa.
Hebreus 4:12, por exemplo, diz que a Palavra de Deus é viva e eficaz e penetra até ao ponto de
dividir alma e espírito. Alma e espírito, portanto, não são mesma coisa.
É absolutamente vital para a vida cristã sabermos a diferença entre a alma e o espírito.
Funções do espírito
Pela Palavra de Deus e pela experiência, podemos ver que o homem possui três partes: espírito,
alma e corpo.
O corpo é a parte material, onde estão os nossos sentidos físicos. A sua função básica é manter
contato com o mundo material através dos cinco sentidos.
A alma é a parte que nos permite ter contato conosco mesmos. É a parte que nos permite ter
consciência de nós mesmos. A alma é o “eu”, e , portanto, o centro da personalidade.
O espírito é aquela parte pela qual temos comunhão com Deus. É o elemento que nos dá
consciência de Deus. A alma é o centro da personalidade, mas o espírito é a parte mais importante e
o centro de todo o nosso ser. É pelo espírito que podemos adorar a Deus e receber revelação. Deus
habita em nosso espírito.
Funções do espírito
O espírito humano possui três funções básicas: intuição, consciência e comunhão.
a. A função da intuição
‘‘E vós possuís a unção que vem do Santo, e todos tendes conhecimen-
to’’, I Jo.1:20.
‘‘Quanto a vós outros, a unção que dele recebestes permanece em vós e
não tendes necessidade de que alguém vos ensine , mas, como a sua
unção vos ensina a respeito de todas as coisas, e é verdadeira, e não é
falsa, permanecei nele, como também ela vos ensinou’’, I Jo.2:27.
Nós vivemos hoje debaixo da Nova Aliança onde todos são ensinados do Senhor (Jr.31:34).
Você não sabe como chegou a saber disso, mas há algo em seu interior que diz que certas coisas não
são verdadeiras e outras não. Chamamos isso de intuição.
b. A Função da consciência
Consciência é a capacidade de discernir entre o certo e o errado, não segundo os critérios da
mente, mas segundo a sensação do espírito (Rm.9:1; At.17:16).
Comparando Romanos 9:1 e Atos.17:16, concluímos que a consciência está localizada no espí-
rito humano.
Mas aquele que tem dúvidas é condenado se comer, porque o que faz
não provém de fé; e tudo o que não provém de fé é pecado. Rm. 14:23
Só podemos servir a Deus estando com a nossa consciência limpa. A ação da nossa consciên-
cia não depende de nosso conhecimento da Bíblia. Sem que ninguém nos ensinasse, sabíamos que o
nosso namoro estava errado ou que as nossas finanças estavam desajustadas.
Aquele que é nascido de Deus tem, no seu espírito, a voz do Espírito Santo a falar pela sua
consciência. Ninguém jamais poderá dizer que não sabia. A nossa consciência tem a função de testificar
conosco a vontade de Deus.
c. A Função da comunhão
‘‘Meu espírito exulta em Deus meu salvador’’, Lc.1:47.
‘‘O que se une ao Senhor é um só espírito com ele’’. I Co.6:17.
Toda comunhão genuína com Deus é feita no nível do nosso espírito. Deus não é percebido
pelos nossos pensamentos, sentimentos e intenções. Ele só pode ser conhecido diretamente em nos-
so espírito.
Deus é espírito e somente o nosso espírito pode entrar em comunhão com Ele. É no nosso
espírito que nos unimos ao Senhor e mantemos comunhão com Ele. Comunhão é adorar a Deus.
Tudo o que Deus faz, Ele o faz a partir do nosso espírito. É sempre de dentro para fora. Esta é
uma maneira bem prática de sabermos o que vem de Deus e o que vem do diabo. O diabo sempre
começa a agir pelo corpo, de fora, tentando atingir nossa alma. É de fora para dentro. Deus, por sua
vez, age de dentro para fora.
Sempre que formos adorar a Deus, devemos nos voltar para o nosso coração, pois é no nosso
coração que percebemos o nosso espírito.
Não procure exercitar a mente, mas exercite o espírito, mediante o coração. É por isso que a
adoração com cânticos em línguas é mais eficiente, pois a nossa mente fica infrutífera e podemos
exercitar o espírito livremente. A comunhão com Deus é sempre percebida no coração.
c. Orando em línguas
Uma terceira maneira para percebermos o nosso espírito humano é orando em línguas. Paulo
diz em I Coríntios 14:14 que aquele que ora em línguas tem o próprio espírito orando enquanto a
mente (alma) fica infrutífera.
Portanto se você não ora em línguas busque do Senhor esta experiência pois através dela você
vai crescer no seu próprio espírito.
d. Rejeitando a passividade
Para que o diabo possa agir no homem ele leva o homem a se tornar passivo, mas para que
Deus possa agir é preciso que o homem coopere exercitando a sua vontade.
Paulo diz em Romanos 1:9 que ele serve a Deus é no espírito. O mesmo se aplica a cada
cristão. Precisamos aprender a exercitar o nosso espírito. A obra de Deus em nosso espírito já foi
completada. É como uma lâmpada que se acendeu. Jesus disse que o Espírito está pronto (Mt.
26:41). A obra de Deus em nosso espírito já foi completada. Fomos regenerados, nascemos de Deus
e ele agora habita em nosso espírito. A nós cabe apenas exercitá-lo.
Observe uma criança que acabou de nascer. Ela é perfeita, mas precisa ainda ser aperfeiçoada.
Ele tem uma boca perfeita, mas não sabe falar, ela possui pés perfeitos, mas não sabe andar e assim
por diante. O nosso espírito está pronto, mas ainda precisa ser aperfeiçoado pelo exercitar.
Princípios de Revelação na Palavra
Aula 3
Funções da Alma
A Palavra de Deus nos mostra clara e inequivocamente, que a alma humana é composta por
três partes: a mente, a vontade e a emoção. A alma é a sede da nossa personalidade, é o nosso ‘‘EU’’.
É por esse motivo que, em muitos lugares, a Palavra de Deus chama o homem de ‘‘alma’’. As
principais características do homem estão na sua alma, tais como ideais, pensamentos, emoções, etc.
O que constitui a personalidade do homem são as três faculdades da alma: a mente, a vontade e as
emoções.
Funções da alma
a. A função da mente
Porquanto a sabedoria entrará no teu coração, e o conhecimento será
agradável à tua alma. Pv. 2:10
Então, sabe que assim é a sabedoria para a tua alma; se a achares, have-
rá bom futuro, e não será frustrada a tua esperança. Pv. 24:14
Provérbios 2:10 e 24:14 mostram que a alma necessita de conhecimento. O conhecimento é
uma função da mente, logo, a mente é uma função da alma.
‘‘As suas obras são admiráveis e a minha alma o sabe muito bem’’ (Sl.139:14). Saber é uma função da
mente, e, portanto, também da alma.
Lamentações 3:20 diz que a alma pode se lembrar e a lembrança é uma função da mente.
Podemos assim afirmar que a mente é uma função da nossa alma.
b. A função da vontade
A vontade é o instrumento para nossas decisões e indisposições: se queremos ou não quere-
mos algo. Sem ela o homem seria reduzido a um ser autômato. É a vontade do homem que resolve
pecar ou servir a Deus. É na nossa alma que está o nosso poder de escolha.
I Crônias 22:19 diz: ‘‘Disponha agora o vosso coração e a vossa alma para buscardes o Senhor Deus’’
Buscar é uma função da vontade e a vontade está na alma. Em Jó 6:7, lemos...‘‘Aquilo que minha alma
recusava em tocar ...’’ Recusar é uma função da vontade. ‘‘Pelo que a minha alma escolheria, antes ser
estrangulada...’’ (Jó7:17). Escolher também é uma função da vontade. A vontade então é uma função
da alma.
c. A Função da Emoção
A emoção é uma parte importante da experiência humana. Elas se manifestam de muitas for-
mas: amor, ódio, alegria, tristeza, pesar, saudade, desejo, etc. As emoções dão cor à nossa vida,
todavia jamais podemos nos deixar ser guiados por elas, porque a emoção é uma parte da alma.
Em I Sm.18:1, Ct.1:7 e Sl.42:1, percebemos que o amor é alguma coisa que surge em nossa
alma. Provando, portanto, que, dentro da alma, existe uma função como a emoção.
Podemos ver em II Sm.5:8, Ez.36:5 e Sl.117:18 expressões tais como: menosprezo, aborreci-
mento e desprezo. Essas são emoções que procedem da alma.
Poderíamos citar ainda a alegria em Is.61:10 e Sl.86:4 como uma emoção da alma e ainda a
angústia como está em I Sm.30:6 e 20:4, Ez.24:25 e Jr.44:14.
Pela Palavra de Deus e pela experiência concluímos que a alma de fato tem três funções: a
mente, a vontade e a emoção. Aprendemos também que o espírito do homem tem também três
funções: a consciência, a comunhão e a intuição.
A transformação da alma
Não devemos pensar que a nossa alma é ruim. O erro é caminharmos confiados na sua capaci-
dade de pensar, entender e sentir. Se andamos pela alma já não andamos por fé e estaremos no nível
da carne.
Os que andam segundo o padrão da alma são chamados carnais. Carnal não é exatamente
aquele que anda na prática do pecado. Quem anda na prática do pecado, possivelmente nem tenha
nascido de novo, pois aquele que é nascido de Deus não vive na prática do pecado (Jo.3:9).
O carnal é aquele que sinceramente tenta fazer a vontade de Deus, todavia, ele o faz exercitan-
do a alma, ou seja, sua mente, vontade e emoções.
Ser carnal é andar segundo a alma. Nesse sentido, os cristãos que vivem segundo o padrão da
alma tendem a seguir aquela função da alma que lhes é mais peculiar. Assim temos carnais ou crentes
almáticos que andam pela mente, outros pela emoção e outros pela empolgação.
Por exemplo, pessoas mais emotivas tendem a usar as emoções como critério de vida espiritual.
Se sentem calafrios e fortes emoções, conseguem fazer a obra de Deus, mas, se estas emoções se vão,
também seu ânimo se esvai. Há outros, porém, que recusam esta emotividade da alma e andam
segundo o padrão da mente. Estes chegam mesmo a criticar os emotivos como sendo carnais. O que
eles não percebem é que andar segundo a mente também é da alma. Estes irmãos tendem a ser
extremamente críticos e naturais na obra de Deus. Geralmente, não aceitam o sobrenatural e querem
colocar o Espírito Santo nos seus padrões de mente.
Há ainda um terceiro tipo de cristão da alma, são aqueles que andam segundo a empolgação da
vontade. Poderíamos chamá-los de crentes ‘‘oba-oba’’. Sempre estão empolgados para realizar algu-
ma atividade, entretanto, o fogo se apaga logo. Não possuem perseverança alguma. Estes crentes
chegam mesmo a argumentar em nome de sua pretensa sinceridade: ‘‘Se eu não estou com vontade,
eu não preciso orar nem ler a Bíblia, pois, afinal, Deus não quer sacrifício’’. Parece muito piedoso,
mas tratam-se apenas de desculpas da carne para não servir a Deus.
Se andamos segundo a alma, invariavelmente cairemos em um destes três pontos, ou em todos
eles. Os que andam na carne não podem agradar a Deus. (Rm.8:8).
Não devemos pensar que a nossa alma é ruim; isto não é verdade. O erro é caminharmos
confiados na sua capacidade de pensar, entender e sentir. Se andamos pela alma já não andamos por
fé. Existe algo, entretanto, que devemos fazer com a alma: devemos com o Senhor para que ela seja
transformada.
Veja que o nosso espírito já foi recriado, regenerado. Toda a obra de Deus em nosso espírito já
foi completada. O nosso espírito é como uma lâmpada que se acendeu dentro de nós. Ela está acesa
e nunca mais se apagará. O novo nascimento aconteceu num instante, mas a nossa alma agora deve
ser transformada. O processo de transformação da alma é algo que dura a vida inteira.
‘‘E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela reno-
vação da vossa mente...’’. Rm. 12:2
Eu colaboro com o Espírito Santo na minha própria transformação na medida em que me
encho com a Palavra de Deus. Com relação ao nosso espírito, devemos exercitá-lo constantemente
para mantermos contato com Deus; e com relação à nossa alma, devemos transformá-la, mediante a
renovação da nossa mente com a Palavra de Deus.
Funções do corpo
A Palavra de Deus nos diz que o nosso corpo é apenas a nossa casa terrestre. É o lugar onde
moramos neste mundo. A função básica do corpo é ter contato com o mundo físico.
Paulo nos diz em II Coríntios 5:1-4 que o nosso corpo é a nossa casa terrestre, mas haverá um
dia em que seremos revestidos da nossa habitação celestial.
O nosso corpo não tem conserto e nem salvação. Precisamos receber outro corpo. No céu não
teremos uma nova alma, mas teremos um novo corpo. No passado o nosso espírito foi regenerado, no
presente a nossa alma está sendo transformada e no futuro nosso corpo será glorificado. Vemos aqui
os aspectos passados, presente e futuro da nossa salvação.
Funções do corpo
a. A função da sensação
A função da sensação é a porta do nosso ser. Ela se constitui nos cinco sentidos do corpo. Tudo
o que entra em nossa alma, entra através dos cinco sentidos.
Se desejamos obter vitória sobre o pecado, precisamos disciplinar o nosso corpo para que,
através dele, não entre nada sujo ou pecaminoso.
b. A função da locomoção
Evidentemente, é função do nosso corpo se locomover. O nosso corpo é a parte mais inferior
pois é ele que tem contato com o mundo físico, e para o corpo é impossível perceber as coisas
espirituais.
c. A função de instinto
Os instintos são reações inatas do organismo que não dependem do comando da nossa alma.
São reações automáticas e em si mesmas não são pecaminosas. Entretanto, elas são a base da concu-
piscência da carne.
Deus criou os instintos bons, mas, por causa do pecado, eles foram degenerados e hoje precisa-
mos exercer domínio sobre eles.
Há três grupos de instintos básicos: o instinto de sobrevivência, o de defesa e o sexual.
O instinto de sobrevivência inclui o comer , o beber e as necessidades fisiológicas. São inatos;
ninguém precisa ensinar a criança a mamar, ela já nasce sabendo. O pecado transformou esse instinto
natural em glutonaria e bebedices.
O instinto de defesa inclui os atos reflexos de proteção, como esquivar-se, esconder-se, prote-
ger-se. O pecado o transformou em brigas, facções, iras e todo tipo de violência.
E o instinto sexual foi corrompido para se transformar em adultério, fornicação, prostituição,
sodomia e coisas parecidas.
O corpo deve ser um servo e não um Senhor. Não devemos permitir que esses instintos natu-
rais, que permanecem em nós, mesmo depois que somos convertidos, nos controlem.
A disciplina do corpo
Precisamos estudar as funções do corpo para compreendermos que o diabo está de fora e Deus
está dentro de nosso espírito. Sendo assim tudo o que é do diabo vem de fora para dentro e tudo o
que é de Deus vem de dentro (do nosso espírito) para fora.
Veja a maneira como o inimigo age. Ele primeiro procura entrar pelas portas da alma que são os
sentidos do corpo. O processo sempre começa com o inimigo tentando chamar a nossa atenção.
Uma vez que ele tem a nossa atenção ele tentará despertar algum instinto básico do nosso
corpo. Como já vimos, os nossos instintos foram corrompidos pelo pecado e tornaram-se aliados do
diabo. Quando ele desperta um instinto nós dizemos que estamos sendo tentados.
Uma vez que o instinto é despertado, o próximo passo é produzir um desejo. O desejo ainda
não é pecado se ele for apenas uma forte tentação e ser tentado ainda não é pecado.
O pecado acontece quando o nosso desejo se transforma em intenção. Jesus disse que qual-
quer um que olhar com intenção impura para uma mulher já adulterou com ela (Mt. 5:28). Quando
compreendemos a forma como o diabo age fica mais simples alcançar vitória sobre ele.
A Palavra de Deus diz que há algo que devemos fazer com o nosso corpo: devemos ofertar o
nosso corpo a Deus e trazê-lo debaixo de disciplina (Rm 12:1).
Mas esmurro o meu corpo e o reduzo à escravidão, para que, tendo pre-
gado a outros, não venha eu mesmo a ser desqualificado. I Cor. 9:27
O nosso corpo e a nossa alma, são a parte do nosso ser natural que é chamada de carne no
Novo Testamento. O carnal, então, é aquele que vive no nível do natural, ou seja, no nível da alma e
do corpo.
A Revelação no Espírito
A revelação no espírito
Na vida cristã, o ponto mais importante é o conhecimento espiritual, a revelação. A maior
preocupação de Paulo, em todas as suas epístolas, era com revelação (Ef.1:15-19, Ef.3:14-19).
É interessante vermos que Paulo, por exemplo, não orava pelo crescimento das igrejas locais.
Em nenhum lugar, Paulo faz votos pelo crescimento numérico de nenhuma igreja. Paulo também
não orava pelo prédio onde os irmãos deveriam se reunir. Paulo tinha uma única oração: por revela-
ção.
Precisamos entender que o Novo Testamento tem um ponto central. E não digo que não
devemos orar por coisas como essas que mencionei, elas têm a sua devida importância, mas não são
o ponto central.
O ponto central de todo o Novo Testamento é Cristo. Mas, não apenas Cristo, mas Cristo
dentro de nós, em nosso espírito. O que tem valor , realmente, é conhecermos Cristo, por revelação,
em nosso espírito. Se possuirmos revelação de Cristo, espontaneamente todas as áreas de nossa vida
serão afetadas e transformadas.
O que é revelação
Revelação é o conhecimento que nos é transmitido pelo Espírito Santo ao nosso espírito.
Quando a luz de Deus brilha no nosso espírito, então há revelação.
Revelação é saber pelo espírito algo que a nossa mente talvez até já sabia. É ver do ponto de
vista de Deus. É ver como Deus vê. (I Cor. 2:11-12; II Cor. 3:6 e 4:6; II Cor. 5:16; Jo. 20:11-16;
Lc.24:13-16 e 30-31.)
Revelação não é descobrir algo que ninguém conhecia na Palavra de Deus, antes é ver as
mesmas coisas com a luz do Espírito. É quando as letras da Bíblia parecem saltar aos nossos olhos,
e aquilo que já sabíamos com a mente adquire agora uma intensidade e uma realidade antes desco-
nhecida.
O processo de revelação
A revelação é algo que ocorre primeiramente no nosso espírito. O Espírito Santo transmite
uma verdade ao nosso espírito, e o nosso espírito, para a nossa mente. A mente por si só não pode ter
revelação de Deus.
Há uma grande diferença entre o conhecimento mental e o conhecimento espiritual. O mero
conhecimento mental não tem o poder de mudar ninguém.
Por que muitas pessoas até conhecem a Palavra de Deus e mesmo assim não são transforma-
das? Simplesmente porque estas coisas de Deus se discernem espiritualmente, ou seja, por revelação.
Uma coisa é o conhecimento natural e carnal, outra coisa é o conhecimento espiritual ou revelação.
Paulo diz que antes ele conhecia a Jesus na carne, mas depois passou a conhecê-lo pelo Espírito.
Assim que, nós, daqui por diante, a ninguém conhecemos segundo a
carne; e, se antes conhecemos Cristo segundo a carne, já agora não o
conhecemos deste modo. II Cor. 5:16.
‘‘...Fazendo menção de vós nas minhas orações, para que o Deus de nos-
so Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos conceda espírito de sabedoria
e de revelação no pleno conhecimento dele, iluminados os olhos do vosso
coração, para saberdes, qual é a esperança do seu chamamento, qual a
riqueza da glória da sua herança nos santos e qual a suprema grandeza
do seu poder...’’ (Ef.1:15-19).
Na medida em que nossos olhos espirituais se abrem e entendemos com todos os santos a
medida do seu poder dentro de nós, então há uma explosão de poder e autoridade.
‘‘E também faço esta oração: que o vosso amor aumente... em pleno co-
nhecimento e toda percepção...’’ (Fl.1:9-11).
Essa percepção, da qual Paulo fala, é algo espiritual e não mental. A vida cristã não consiste
em acúmulo de conhecimento mental, mas em um avançar em níveis novos de revelação no espírito.
‘‘Por esta razão... não cessamos de orar por vós, e de pedir que
transbordeis de pleno conhecimento... em toda sabedoria e entendimen-
to espiritual... a fim de viverdes de modo digno do evangelho...’’ (Cl.1:9-
12).
Mais uma vez Paulo está orando para que os crentes transbordem de revelação a fim de terem
uma vida santa. Veja bem que Paulo está dizendo aqui que a vida santa é apenas conseqüência de
revelação. É um fato que, na medida em que Deus realmente habita em nós, haverá temor ao usar-
mos o nosso corpo. Se estamos carregando uma quantidade de dinheiro no bolso, todos vão perceber
um certo cuidado no andar. Se carregamos o Deus de toda a vida dentro de nós, todos devem perce-
ber algo diferente em nossa maneira de andar.
O ponto central de todo o Novo Testamento é Cristo. Mas, não apenas Cristo, mas Cristo
dentro de nós, em nosso espírito. O que tem valor, é conhecermos Cristo, por revelação, em nosso
espírito. Se possuirmos revelação de Cristo todas as áreas de nossa vida serão afetadas e transforma-
das.
Características da revelação
Como podemos saber se temos ou não revelação da Palavra em nosso espírito? Existem quatro
sinais de que temos recebido revelação de uma verdade. Revelação sempre vai gerar em nós: (1) vida,
(2) fé, (3) mudança de vida e (4) ajuda na hora da tentação.
b. Revelação gera fé
Aquele que recebeu alguma revelação sempre será cheio de fé.
Romanos 10:17 diz que "a fé vem pelo ouvir a Palavra de Deus". Se não há fé, é porque não houve
revelação.
A fé é gerada pela palavra de Deus e a revelação nada mais é que a Palavra viva de Deus em
nosso espírito. Se algum conhecimento não gera em nós uma nova medida de fé então esse conheci-
mento é da mente, é puramente intelectual.
A revelação é como a luz. Hoje enchergamos como uma vela, amanhã como uma lâmpada de
cinqüenta Watts, depois de cem, de mil, até ser como um holofote. Não devemos nos contentar com
o nível de revelação e fé que já alcançamos, antes devemos avançar para níveis novos.
c. Revelação gera mudança
Depois de recebermos revelação do Senhor nunca mais seremos os mesmos, pois a revelação
nos transforma.
Em Mateus 16:16 nós vemos Pedro fazendo uma grande declaração a Jesus: “Tu és o Cristo, o
Filho do Deus vivo”. Sobre esta afirmação de Pedro Jesus disse:“ Bem aventurado és Simão Barjonas,
porque não foi carne e sangue quem to revelou, mas meu Pai que está no céu.”. E o Senhor depois acrescenta:
Também digo que tu és Pedro... Aleluia!
Pedro antes era Simão, mas agora foi transformado em Pedro, rocha. Pedra foi transformado na
mesma natureza de Jesus, a rocha.
O que transformou a Pedro? Jesus disse que foi a revelação que ele recebeu do Pai. A cada
nova revelação que recebemos somos transformados de glória em glória até alcançarmos a seme-
lhança de Jesus.
Tudo o que precisamos é conhecer o Senhor por revelação no espírito. Quando isso ocorre
naturalmente somos transformados. Quando alguém diz ter revelação de alguma verdade, mas esta
revelação não o transformou de forma alguma, então a sua revelação é questionável. Revelação gera
mudança de vida.
Se em sua vida não tem havido mudanças, está faltando luz sobre a Palavra.
b. Um Coração Ensinável
Com relação ao ensino, há dois tipos de erros entre os filhos de Deus.
Há aqueles que possuem o complexo de Adão. Eles julgam que não precisam aprender nada
com ninguém, e que Deus vai ensinar tudo diretamente para eles. Jogam fora séculos de história e de
mover de Deus, e esperam que Deus comece tudo outra vez com eles.
Há também aqueles que julgam já saberem tudo. Não precisam aprender com ninguém, e nem
mesmo buscar revelação. Supoem possuir todo o conhecimento da humanidade.
Deus resiste tais pessoas. Deus resiste ao soberbo, mas dá graça ao humilde (I Pe.5:5).
Em apocalipse 3:18 o Senhor aconselha a igreja de Laodicéia a comprar colírio para que possa
ver. Esse ver é algo no espírito. Colocar colírio nos olhos significa buscar um coração ensinável.
Quem não se dispõe a aprender com os outros também não vai aprender diretamente com o Senhor.
Sansão ficou cego por causa da falta de consagração; os laodicenses ficaram cegos por causa de
um coração soberbo, que julga saber todas as coisas.
É preciso ter olhos para enxergar. Se não, seremos como os fariseus: tinham olhos, mas não
viam, tinham ouvidos, mas não ouviam.
Eu não devo buscar aprender sozinho aquilo que meu irmão pode me ensinarMas se eu me
disponho a aprender com meu irmão, então a luz de Deus virá através dele.
Se em nossa cidade Deus está se movendo em algum lugar, eu devo me dispor a ir até lá para
aprender, pois se eu não o fizer e tentar aprender sozinho, Deus poderá me resistir.
c. Um Coração Limpo
Em Mateus 5:8 , Jesus disse que os limpos de coração poderiam ver a Deus. Hoje podemos ver, por
revelação, a Deus (I Cor.2:9-10).
Um coração impuro bloqueia o nosso espírito. Não é suficiente ter um coração limpo, precisa-
mos ter um coração puro.
Ser limpo significa não ter pecado oculto, mas ter um coração puro signfica ter um coração sem
mistura. Uma coisa é um copo d’água limpa e outra coisa um copo d’água com açúcar. Ambos são
puros, mas o segundo é misturado.
Existem muitas coisas que não são pecaminosas, mas que tornam o nosso coração impuro. Por
exemplo, uma pessoa que acaba de abrir uma loja. Apesar do seu coração não estar sujo, ele estará
cheio de interesse pelo comércio.
Ter um coração puro é ter um coração para Deus. "Quem mais tenho eu no céu? Não há outro em que
eu me compraza na terra" (Salmo 73:25).
Davi foi chamado de o homem segundo o coração de Deus por causa do seu prazer inteiramen-
te colocado em Deus.
Quando o nosso coração está inteiramente voltado para o Senhor, e podemos dizer que o
nosso prazer está N'ele, então as janelas do céu se abrem e a luz de Deus vem sobre a sua Palavra.
Os olhos do Senhor passam por sobre toda a terra, procurando um homem cujo coração seja
completamente para Ele (II Crônicas 16:9).
a. O Logos
Logos é a Palavra escrita. É aquilo que Deus falou e que foi registrado para nossa orientação.
Ela contém o que Deus falou pelos profetas e por meio do Filho (Hb.1:1-2). É esta a Palavra
que nós ministramos. Precisamos estar familiarizados com esta Palavra, pois o conhecimento da letra
da Bíblia é extremamente importante.
Veja alguns textos em que no original se usa o termo Logos, e qual deve ser a nossa atitude para
com a palavra escrita.