CARTA AOS ROMANOS Estudo Completo

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CARTA AOS ROMANOS

A A MENTE DE PAULO Estudo Completo

A QUE PONTO CHEGOU A HUMANIDADE


Capítulo 1
A carta de Paulo aos romanos foi escrita aproximadamente entre 55dC e 57dC, ela tem sido considerada como a chave
de Deus para a compreensão de toda a Escritura. Nela Paulo alinhava os grandes temas da Bíblia – pecado, lei,
julgamento, destino humano, fé, obras, graça, justificação, santificação, eleição, o plano da salvação, a obra de Cristo e
do Espírito, a esperança cristã, a natureza e vida da igreja, o lugar do judeu e do não judeu nos propósitos de Deus, a
filosofia da igreja e a história do mundo, o significado e a mensagem do Antigo Testamento, os deveres da cidadania
cristã e os princípios da retidão e moralidade pessoal. Romanos nos abre uma perspectiva através da qual a paisagem
completa da Bíblia pode ser vista e a revelação de como as partes se encaixam no todo se torna clara. O estudo de
Romanos é vitalmente necessário para a saúde e entendimento espiritual do cristão.
Paulo não conhece a igreja em Roma, entretanto, intentando ir à Espanha, evangelizar, (Rm 15.24) espera visitá-la no
caminho, assim como tê-la como um apoio em sua empreitada. É uma carta para apresentar-se, isto é, discorrer sobre
seu ministério e entendimento do evangelho, que são suas credenciais, assim como solicitar apoio financeiro e
logístico para sua viagem missionária até a Espanha. Viagem esta que nunca aconteceu, Paulo foi a Roma como
prisioneiro e lá foi morto.
O fato da fé dos cristãos de Roma ser bem conhecida (Rm 1.8) e o desejo de Paulo de visitá-los há um bom tempo
(Rm 1.13) indicam que a fé cristã tinha sido estabelecida na capital do império há bastante tempo. Visitantes de
Roma estavam presentes no Dia de Pentecostes (At 2.10-11) e podem ter sido os primeiros a levarem as boas novas à
cidade. Por causa da importância estratégica da cidade e do grande número de judeus que lá vivia, a mensagem do
evangelho deve ter chegado a Roma como que atraída por um ímã. Apesar da tradição, é certo que a igreja não
foi fundada por Pedro. A ausência de qualquer referência a Pedro ou aos outros apóstolos indica que a igreja
romana não vivenciou um ministério apostólico direto.
O tema geral desta carta é a justiça de Deus. O versículo 16 nos fala que a justiça de Deus vem pela fé. E o restante do
texto começa a mostrar uma humanidade sem Deus, a qual provocou sua ira (v:18). Esta ira é a manifestação de um
Deus santo diante da maldade humana feita contra Ele, ou seja, é a sua reação contra o pecado em favor da sua justiça.
Os pagãos não queriam receber a revelação da Palavra de Deus, pois queriam continuar praticando a imoralidade. E
Paulo revela a degradação dessa humanidade e como Deus se revela a ela. Ele descreve o comportamento predominante
do mundo antigo (greco-romano), onde 60% da população era escrava e as pessoas eram mortas e assassinadas
diariamente. Os homens começaram a criar outros deuses, fazendo imagens para serem adoradas, com isso rejeitaram a
Deus. O ser humano busca a idolatria, pois é a maneira indireta dele adorar a si mesmo, ou seja, ele cria ídolos para se
projetar e reforçar os seus próprios interesses. Uma sociedade idólatra se torna uma sociedade pervertida que rejeita seu
criador. Os pagãos adotaram uma forma de relação sexual não mais natural. O texto diz que esses homens e essas
mulheres se afastaram do padrão de Deus se relacionando com pessoas do mesmo sexo. A bíblia diz que essas pessoas
entraram num processo de decadência muito grande e Deus vai agir trazendo a sua justiça para elas. A sexualidade é
natural, mas o que vemos hoje já não é mais natural, e quem a usa de maneira depravada e inconseqüente morre pelo
seu uso indevido.
A carta de romanos vai nos mostrar como o pecado tomou conta do mundo. A humanidade rejeitou a Deus e colocou
seus prazeres em primeiro lugar. É uma sociedade que não entende os limites estabelecidos por Deus, ela com suas
próprias pernas entrou nesse abismo sem fundo, e de certa forma, Deus não vai forçar o homem a coisa alguma, mas
isso não quer dizer que a sua graça seja incapaz de libertar as pessoas por mais depravadas que elas venham ser.
No capítulo de hoje estudaremos como o homem se afastou do seu criador e nos mostrará um cenário triste de uma
humanidade sem Deus. Observaremos que a decadência moral que presenciamos hoje começou há muito tempo, mas
graças a Deus que ainda há esperança e salvação em Cristo Jesus, através da sua graça.
Pergunta & Resposta
Como é que um Deus justo se relaciona com um mundo injusto? (v:17)
Se o homem praticar a imoralidade vai provocar a ira e irá receber o juízo de Deus. Mas como Deus trás a sua
justiça no sentido de justificar o homem das práticas de imoralidade? Antigamente as pessoas pensavam que a
justiça de Deus viria se elas praticassem coisas boas ou por seus próprios méritos. E a carta de romanos nos ensina
que a justiça de Deus vem pela fé.

FAÇA O QUE EU DIGO, MAS NÃO FAÇA O QUE EU FAÇO

Capítulo 2:1-16

Paulo dirige sua atenção neste capítulo para mostrar que a situação do pecado não atinge somente o mundo pagão, mas
era igualmente real entre os próprios judeus que eram religiosos. Eles eram pessoas que diziam uma coisa, mas
praticavam outra; semelhante as pessoas do nosso tempo de hoje. Eles se orgulhavam de estarem apoiados na lei.
Hoje, muitos têm tido uma postura diferente dos seus discursos, acreditando muitas vezes em sua própria justiça
dizendo que são superiores aos demais, e na verdade não apresentam um comportamento que seja digno de serem
chamados filhos de Deus; suas vidas pessoais entram em contradição com aquilo que eles dizem. Ao contrário do que
as pessoas imaginam a bíblia não é um livro que vem falar sobre religião, no seu sentido legalista e meramente
tradicional, essa religião não trás vida com Deus.
Capítulo 2:17-29

O texto começa a falar das práticas religiosas que estavam se tornando motivo de orgulho por parte daqueles religiosos
do tempo de Paulo. E muitos desses religiosos se achavam superiores por causa da circuncisão, do sinal da aliança de
Deus com o povo judeu. Então Paulo vai falar que essa marca não tem nenhum valor se a lei não é obedecida, pois ela
também faz parte da aliança de Deus.
Da mesma forma temos hoje pessoas evangélicas e católicas que se julgam de alguma forma mais próxima de Deus do
que os demais, e muitas vezes suas vidas não tem nenhuma diferença daquelas pessoas que estão longe de Deus; assim
como aqueles religiosos do tempo de Paulo que não tinham nenhuma diferença entre os pagãos e gregos que não
conheciam o Deus verdadeiro.
Paulo começa mexer um pouco com esses religiosos (lembremos-nos que a igreja de Roma era uma igreja mista
composta de judeus e gentios convertidos), porque os judeus judaizantes estavam se sentindo superiores aos gentios.
No entanto Paulo diz que aqueles gentios que tiveram uma conversão verdadeira estavam vivendo mais a vontade de
Deus do que esses judeus religiosos porque esses judeus estavam dando mais importância a sua tradição religiosa.
Então Paulo termina dizendo que a circuncisão verdadeira é aquela que é operada no coração e não no corpo. E diz que
Deus está passando a sua régua de justiça no mundo, até mesmo para aqueles que se dizem “religiosos”.

Reflexão e aplicação do estudo: Devemos ter uma vida coerente com aquilo que nós temos falado por aí. Pois a nossa
vida fala mais do que muitas palavras.

SOMOS TODOS FARINHA DO MESMO SACO

Capítulo 3:1-20
O apóstolo Paulo inicia esse capítulo tentando esclarecer alguns argumentos estranhos que foram contra as suas palavras.
Estava havendo uma discussão onde alguns queriam saber quem era o melhor perante Deus. Judeus ou gentios? Então
Paulo começa a provar que não existe ser humano superior a ninguém no ponto de vista da sua justiça perante Deus. Pelo
critério divino, todos estão debaixo de uma situação pecaminosa que necessitam de salvação. Diante disso Paulo diz que
não dar para confiar na circuncisão, nem na religião judaica, nem na obediência a lei, porque nada disso pode trazer
justificação ou condição de ser justo. Ou seja, ninguém vai se apresentar como justo se baseando na lei.
Quando nós queremos mostrar justiça própria, nós nos baseamos em nossos próprios princípios. Queremos nos comparar
com pessoas que aparentemente são piores do que nós, mas diante da justiça divina ninguém pode ser considerado justo,
ou seja, todos nós somos pecadores. Então Paulo começa a mostrar no verso 21 como nós podemos receber a justificação.
Capítulo 3:21-31
A justiça de Deus não será por meio da lei, mas desde princípio será pela fé. Percebemos que tanto os gentios como os
judeus religiosos entendiam que a justificação se dava independentemente de Deus através dos seus méritos. Não é difícil
perceber que todas as religiões do mundo acreditam na bondade humana, ou seja, que o homem fazendo o seu próprio
esforço pode chegar mais perto de Deus.
A grande novidade que o evangelho nos trás aqui no livro de romanos é que todos estão numa situação de não poder
agradar a Deus por meio das suas obras, mas sim em Cristo no qual se manifestou a justiça de Deus.
O princípio da fé acaba com qualquer orgulho humano, porque se acreditássemos que poderia ser assim, por exemplo, as
pessoas que tem mais recursos estariam em vantagem por praticarem mais caridade. Ou se acreditássemos que seríamos
aceitos por Deus por praticarmos boas obras, pessoas que tem deficiência ou dificuldades estariam numa situação de
prejuízo. Mas o princípio de Deus é a fé, ou seja, todo mundo pode crer em Cristo Jesus, por isso é um princípio muito
mais igualitário. Com isso a fé não anula a lei, pois ela não tinha o propósito de salvar, e sim nos mostrar qual era o
padrão de Deus. A lei não é capaz de justificar e resolver o problema do pecado que atinge o pagão, o gentio e os
religiosos judeus ou não. Todos os que tentam cumprir a lei, se forem sinceros, terão que admitir que não consegue. Aí
entra Jesus, cujo sacrifício é a única propiciação pelos nossos pecados (I Jo 4:10). Portanto a justificação de Deus, não
passa pelo cumprimento da lei, mas pelo sacrifício de Cristo que é por todos e acessível a todos pela fé.

Pergunta & Resposta

O que significa essa absoluta pecaminosidade do ser humano?


Quando a bíblia diz que todos nós somos pecadores ou maus por natureza, não significa que nós somos incapazes de
fazer alguma coisa boa, porque nós fomos feitos à imagem e semelhança de Deus. A grande diferença está no fato de
que nenhuma das nossas ações é imaculada. Ou seja, em todos os nossos atos há presença do pecado está lá.
O que é propiciação? (v: 25)
É uma expressão que teve origem na arca da aliança. A tampa era chamada de propiciatório, lugar onde o sangue do
novilho (sacrifício) era derramado para desviar a ira de Deus. Quando o sacrifício era propiciatório desviava a ira que
havia de cair cobrindo os pecados. Em grego a palavra propiciação quer dizer “cobrir”. Então o sentido ali é justamente
o sacrifício que desviava a ira, removendo o pecado e trazendo uma condição de perdão por meio dessa chamada
“propiciação”. Mas sabemos que somente o sangue de Cristo é o único capaz de desviar a ira de Deus sobre nós.

CONSELHOS DE FÉ DO PAI ABRAÃO

Capítulo 4:1-25
O apóstolo Paulo vai falar que o grande ponto de partida para a nossa fé foi o nosso patriarca Abraão. Abraão não recebeu
nenhuma justificação da parte de Deus pelas suas obras ou pelos seus méritos, mas sim porque ele creu em Deus. E isso
foi que lhe trouxe justiça, ou seja, o princípio da fé já estava operando na vida dele.
A fé foi creditada à Abraão como justiça, a partir daí Paulo vai falar como Abraão recebeu a justificação de Deus. Ele dá a
resposta no versículo 10. A justiça de Abraão não existiu porque ele fez a circuncisão, ela só foi um sinal concreto da
justiça já atribuída pela fé, portanto ele é pai tanto dos judeus como dos gentios. O texto nos mostra que a lei foi dada
muito depois de Abraão, mesmo assim ele foi declarado justo, ainda que a lei não houvesse chegado.
O final do texto vai nos mostrar que Abraão mostrou toda a sua firmeza contra toda a esperança (v:18), tornando-se o pai
de todas as nações.
A questão da justiça que vem pela fé não é novidade, já era assim desde Abraão. Ele não teve a circuncisão e nem a lei
como ponte de justiça. Então Paulo diz que o que vemos o evangelho de Jesus é exatamente aquilo que já existia no
Antigo Testamento. A justiça de Deus não procede das obras, do mérito humano ou da obediência a lei. Essa justiça veio
do próprio Deus que fez a sua promessa desde tempo de Abraão, e ele creu na promessa salvadora da parte de Deus. E
isso lhe foi creditado por justiça. E o Novo Testamento caminha pela mesma idéia. Foi pelo sacrifício de Cristo que fomos
declarados justos diante de Deus.
EM
EM CRISTO TEMOS VIDA E PAZ!
Capítulo 5:1-11
Fomos justificados em Cristo pela fé e hoje temos paz com Deus e alegria no espírito. Mas apesar de possuirmos esta paz,
nós não estamos isentos de passar por tribulações e lutas, pois elas produzem em nós a perseverança, o caráter aprovado e
a esperança, ou seja, nos tornamos discípulos maduros e crescemos espiritualmente.
Paulo fecha essa parte do texto dizendo que as bênçãos de Deus excedem a nossa expectativa. Pois a necessidade do
homem era apenas de salvação, e vemos aqui que Deus por meio de Cristo não só anulou os efeitos do pecado que nos
condenava, mas como nos deu paz com ele, justificação, salvação e reconciliação.

12-20
O apóstolo Paulo faz uma comparação entre Cristo e Adão, dizendo que assim como a morte e o pecado entraram na
vida da humanidade por meio de Adão. A vida, a salvação e o perdão de Deus entraram na história humana por meio de
Cristo. No entanto há uma grande diferença entre o Adão antigo e o novo Adão que é Cristo. Jesus não só trouxe a
anulação de tudo àquilo que é decorrente do pecado de Adão, mas trouxe uma dádiva muito superior que concede à
todos uma chance de salvação nele.
O capítulo cinco vai ser encerrado dizendo que a lei foi introduzida não para salvar. A lei é como uma lanterna que
ilumina e mostra onde está a sujeira. E o texto bíblico termina dizendo que onde abundou o pecado, superabundou à
graça.

Perguntas & Respostas

Se foi Adão que pecou, o que eu tenho haver com isso?


Muitas pessoas pensam que podemos viver no mundo de maneira individual, mas fazemos parte de um contexto que
envolve uma realidade. Como todo mundo é descendente do mesmo casal, descendente de Adão, isso significa que o
erro dele automaticamente atinge a todos nós; assim como nós não temos como determinar a nossa altura e a cor do
nosso cabelo, porque isso vem dos nossos pais. Se os nossos pais cometeram erros, isso vai atingir automaticamente a
nós. É como uma mulher que fumou na gravidez, com certeza isso irá interferir mais tarde na vida do seu filho.
Então como Adão pecou no passado isso interfere na nossa vida, mas isso não nos coloca numa posição de desculpa,
porque eu não sou pecador apenas por ter uma herança pecaminosa, ou seja, pecador por natureza. Mas eu também
decido individualmente cometer os pecados específicos que eu faço hoje, ou seja, peco pelas minhas ações.

Se todos serão salvos em Cristo, eu posso fazer qualquer coisa?


Cristo veio e abriu de novo a entrada para a presença de Deus revertendo à situação deixada por Adão, mas isso não
quer dizer que a salvação dos seres humanos é automática. Ou seja, Cristo trouxe a salvação disponível para todo
mundo e isso só pode acontecer por meio da fé nele e por meio da sua graça. Veja o exemplo, o dinheiro é depositado
no banco, mas você tem que sacá-lo; o estudo está lá no site, mas você precisa fazer o download.

A VERDADEIRA LIBERDADE

Capítulo 6:1-23
O apóstolo Paulo vai falar da nossa santificação após termos recebido a graça por meio de Cristo. Ele começa a falar que
praticar o pecado não é uma atitude de liberdade. A vida que recebe a salvação e a justificação está morta para o pecado e
viva para Cristo. Paulo nos diz que morremos para a realidade do pecado, onde não somos mais escravos dele, pois Cristo
nos libertou. A ação libertadora de Cristo é completa e com a graça nós podemos ter domínio e vitória sobre o pecado.
Precisamos nos tornar escravos da justiça e não escravos dos prazeres da carne. Agora que somos livres devemos nos
dedicar à justiça de Deus com a mesma exatidão de quando nós éramos escravos do pecado. Pois o fruto que
colheremos será a vida eterna.

“O salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus” (v:23).

A
DE PERTO NINGUÉM É NORMAL
Capítulo 7:1-25
Paulo nos mostra o papel da lei e nos explica que morremos para a lei para vivermos conforme o novo modo no Espírito.
O problema da lei não estava nela, mas na nossa incapacidade de obedecê-la e, portanto ela acabou produzindo um
problema muito mais sério. A lei mostra apenas a gravidade da situação, mas não traz a cura, a salvação. E sim a graça
que nos concedeu Cristo. Então Paulo começa a falar da nossa grande luta contra a tentação e a realidade do pecado em
nosso corpo apesar de estarmos livres da lei. “Não entendo o que faço, mas faço o que odeio” (v:15). E ele revela para nós
depois de convertidos, livres da lei, nós ainda vamos enfrentar a grande batalha do desejo de fazer o bem que vem do
Espírito de Deus que habita em nós, e a inclinação para o pecado que vem da nossa carne. A resposta de Deus para essa
luta é que em Cristo somos mais que vencedores.

A VIDA PELO ESPÍRITO

Capítulo 8:1-17

Paulo começa a mostrar a direção da saída da grande luta entre a carne e o espírito. Primeiro ele diz que a grande vitória
está no fato de não termos condenação em Cristo Jesus. Pois sabemos que o combustível do pecado é a culpa. E quando
nós não colocamos a nossa mente voltada para o perdão e para a graça de Cristo sobre nós, certamente seremos presas
fáceis dos nossos pecados. Então a saída da luta contra o pecado é a confiança na graça.
A segunda direção que Paulo vai nos dá é sobre a vida segundo o espírito. Ele diz que nós podemos viver de duas
maneiras, ou segundo a carne, ou segundo o espírito.
Paulo conscientiza seus leitores que o Espírito é extremamente poderoso e eficaz na luta contra a inclinação da carne. O
Espírito que nos ajuda a combater o pecado é o mesmo Espírito que nos garante a ressurreição. Então é por isso que não
podemos viver segundo a carne, e sim devemos viver no estágio mais amadurecido, ou seja, viver no espírito. Por isso o
verso 14 vai mostrar de quem tem a consciência do perdão e que já cresceu na fé é guiado pelo Espírito de Deus se
tornando filho. É importante ressaltar que a palavra grega para “filho” está no seu sentido amadurecido e não de uma
criancinha. Portanto quem está amadurecido é guiado pelo Espírito de Deus, pois não receberam o Espírito que escraviza.
Neste trecho Paulo nos afirma a termos uma consciência de que:
1º- Não temos mais condenação sobre a nossa vida;
2º- Temos o poderoso Espírito de Deus agindo em nós;
3º- Este mesmo Espírito dirige a vida daqueles que estão amadurecidos em Cristo.

18-27
O apóstolo Paulo começa a mostrar que haverá uma glória futura quando os filhos de Deus forem revelados, conscientes
disso sabemos que a nossa conversão em Cristo aponta para algo glorioso. E enquanto aguardamos este futuro glorioso,
somos guiados pelo Espírito Santo que intercede por nós com gemidos inexprimíveis durante a nossa luta contra a carne.
Pois o mesmo Espírito é o prenúncio da glória futura que há de chegar. Por isso não podemos nos desesperar e pensar que
Deus não é sensível as nossas lutas, pois sabemos que Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que o amam, e
que são chamados segundo o seu propósito.

28-38
Paulo termina este capítulo relatando tudo que Deus fez por nós por meio de Cristo: Ele nos predestinou para sermos
conforme a imagem de seu filho; Ele nos chamou, justificou e nos libertou da condenação. Então será que devemos temer
à alguma coisa? “Pois se Deus é por nós, quem será contra nós?”
Paulo nos exorta a não lutarmos na força da nossa carne tomando rumos e decisões que não devem ser tomadas. E
também a não escondermos em nossos conflitos interiores como os fariseus. Ele fecha o texto dizendo que “nada e
ninguém poderá nos separar do amor de Cristo. E que em todas essas coisas somos mais do que vencedores por meio
daquele que nos amou, Cristo Jesus”.

Lembremos-nos do texto de Zacarias que diz “que não é por força e nem por violência, mas é pelo Espírito de Deus
que habita em nós”. Portanto a vitória na nossa vida cristã vem da parte de Deus através do Seu Espírito que tirou Jesus
dos mortos e o ressuscitou. Diante disso nós devemos ter a nossa esperança vitalizada porque certamente que em Cristo
e pela ação do Espírito seremos mais do que vitoriosos nesta luta da carreira cristã.
Perguntas & Respostas

Porque o assunto da carne aparece tantas vezes no livro de Romanos?


A carne que mencionada aqui não significa a mesma coisa que corpo. Havia um pensamento entre os gregos que o
nosso corpo era mal e o espírito era bom. Era como se o espírito estivesse preso dentro da cadeia-corpo. O pensamento
da bíblia não coloca as coisas dessa forma. O problema é que não é só o corpo que está em dificuldade, por exemplo, a
inveja e o ódio não estão presos a um órgão humano, mas estes sentimentos fazem parte de um todo.
A carne é uma inclinação para fazer aquilo que é contra a vontade de Deus. Então quando a bíblia diz que o Espírito
Santo luta contra a carne não é contra o corpo, mas sim contra a nossa inclinação pecaminosa (a nossa natureza carnal).

O verso 15 vai falar que recebemos o Espírito de adoção, ou seja, nem todos são filhos de Deus?
Todos são filhos de Deus no sentido de que todos foram criados por Ele, ou seja, filho em Adão. Mas a bíblia fala aqui
de filho de verdade, ou seja, daquele que tem um relacionamento vivo e real com Deus e que recebeu a adoção por
meio de Cristo.

O verso 26 fala sobre gemidos inexprimíveis, que algo sobrenatural é esse?


A bíblia fala que nós não sabemos como orar, é a partir daí que se vai mostrar a relevância e a importância do Espírito
Santo na nossa luta diária contra o pecado. Pois este mesmo Espírito é tão poderoso que ressuscitou Jesus entre os
mortos e que garantiu tudo. Portanto temos que assumir que nós somos pecadores e temos dificuldades de orar. Alguns
alegam que não, mas todos nós temos essa dificuldade. Oramos para um Deus que sabe tudo e antes que a gente fale,
ele já sabe o que vamos dizer. E corremos um risco de orar não conforme a vontade dele. Por isso existe uma espécie
de oração que é monitorada pelo Espírito. O Novo Testamento chama de oração no Espírito, então de certa forma ela é
sobrenatural. Tem dia que a gente ora e parece que nada dá certo, e tem outro dia que a gente ora e flui tudo bem, é aí
que entra a ação sobrenatural do Espírito. Às vezes essa ação é manifesta através de gemidos, algumas pessoas já oram
em silêncio, outras soluçam e usam poucas palavras. Mas é o Espírito que intercede fazendo essa conexão, esse link
especial com Deus. Existem alguns estudiosos que acreditam que esses gemidos são o “falar em línguas”, mas pode ser
difícil que só seja isso. Mas o foco desta pergunta é que Deus está tão presente em nossas lutas e está trabalhando tanto
que até em oração o Espírito está agindo para interferir em alguma necessidade que nem nós fomos capazes de
expressar.

DEUS É SOBERANO

Capítulo 9:1-33

A partir deste capítulo nós vamos ver sobre a soberania de Deus aplicada com respeito a questão de Israel.
Paulo começa a grande pergunta, o que será da grande nação de Israel, já que a promessa havia sido feita a eles lá no
Velho Testamento? Paulo começa nos mostrar que Deus esteve agindo soberanamente na história, e a grande verdade é
que Ele não está tão preocupado com o conceito étnico de nação Israelita, ou seja, não é porque a pessoa nasceu em
Israel, que já é um escolhido de Deus.

A resposta de Romanos 9 para a pergunta Acaso Deus é injusto? É: “Terei misericórdia de quem eu quiser ter
misericórdia” (v:14). É a conseqüência clara que Deus é soberano e exerce o seu poder e soberania agindo com a
finalidade que a sua glória seja reconhecida. Deus agiu para construir uma história de redenção e hoje nos foi alcançada
por causa da Sua misericórdia e graça.
O MISTÉRIO DE ISRAEL

Capítulo 10:1-21
O capítulo nove da carta aos romanos trata-se da soberania de Deus. E no capítulo dez e onze a soberania de Deus é
discutida quando se leva em conta o que aconteceu ou acontecerá com o povo da aliança – Israel. As perguntas feitas pela
comunidade de cristãos de Roma foram: O que aconteceu com Israel? Como entender a nova situação do povo israelita? E
qual será o futuro deles?
Paulo diz claramente que o seu desejo é que os judeus sejam salvos. Então ele começa explicar o que de fato aconteceu na
história e qual será o futuro de Israel? A partir do verso 16 Paulo começa dizer que o povo de Israel de modo geral ouviu a
mensagem das boas novas, mas não recebeu essa mensagem. Isso não é algo novo, pois no passado essa mensagem
também tinha sido rejeitada por várias vezes.
No verso 19 Paulo diz que o mesmo critério que Deus mostrou no passado, onde o povo esperava muito de Esaú, mas
Deus agiu por meio de Jacó (uma pessoa que aos olhos humanos não era tão expressiva). Da mesma forma o povo da
aliança que se sentiu orgulhoso e rejeitou a palavra divina agora vai ser envergonhado por um grande número de pessoas
que são os gentios do mundo pagão (Is 65:1 “foi achado por quem não O procurava”). O povo da aliança foi considerado
desobediente e rebelde, ou seja, o povo de Israel como nação caiu e abriu espaço para os gentios pagãos de se
aproximarem de Deus. Isso causa um grande problema teológico que vai discorrer pelo capítulo 11.
Capítulo 11:1-10
O apóstolo Paulo vai explicar que a nação de Israel rejeitou a Palavra, mas isso não quer dizer que Deus rejeitou o seu
povo. Tanto é verdade que há muitos israelitas / judeus crendo em Cristo e seguindo a Palavra divina, inclusive Paulo foi
um. O que está acontecendo é que nem sempre o povo de Israel e até mesmo a igreja foi obediente a Deus. Pelo contrário
sempre foram problemáticos e difíceis. A grande verdade é que Deus reservou um remanescente fiel, e este remanescente
fiel é que preservou sua postura perante Deus. Então a grande pergunta é: Como ficará a relação de Israel com o povo
gentio convertido? Então Paulo a partir do verso 11 vai trazer uma luz mais clara do que aconteceu e o que ainda
acontecerá.

11-24
O texto vai nos mostrar que Israel é a base e os gentios vieram depois. A falha de Israel em reconhecer Jesus como o seu
messias representou a benção e a restauração de muitos gentios. No verso 17 vem um conselho bíblico muito claro que
não temos direito nenhum de nos sentirmos melhores que os judeus, como se eles fossem mais descrente do que nós.
Todo esse tipo de orgulho é pecado e está completamente fora daquilo que Deus deseja para o seu povo.
Paulo diz que tudo isso que aconteceu estava debaixo do plano soberano de Deus. Ele na verdade não ver Israel como
uma nação obediente, mas sempre houve um remanescente fiel. Esse povo da aliança tropeçou e isso significa que a
redenção e a aliança de Deus se estenderam a todos. Mas nós não somos em nada melhores do que o povo da primeira
aliança-judeus. Por isso todo orgulho é proibido e rejeitado, pois Deus tem um futuro glorioso tanto para os gentios
quanto para os judeus.

25-32
Paulo diz que há uma promessa para o povo da aliança no futuro. E ele fica tão emocionado pela ação poderosa de Deus
através da história agindo entre os judeus e os gentios; que ele termina todo esse texto doutrinário de romanos que vai do
capítulo 1 até o capítulo 11 (onde fala da salvação, justificação, redenção, santificação e da ação soberana de Deus)
cantando um hino de louvor admirando e glorificando a ação misteriosa de Deus (v: 33-36).
É tão bom saber que Deus construiu uma história de redenção linda para todos os homens. Então temos muitos motivos
para cantarmos e adorarmos a Deus dizendo: “A Ele a glória.... Porque d’Ele e por Ele, para Ele são todas as coisas...”

Perguntas & Respostas

Existe ainda hoje esse povo chamado de Judeu ?


Primeiro é necessário entender uma questão que é mal compreendida. Quando a gente pensa em povo ou nação o foco é
etnia e raça. Mas o Judeu (mesmo no Velho Testamento, o Israelita) a idéia não é racial. Tanto é que no povo de Israel
entraram outras pessoas e outros povos.
Existe o judeu como uma identidade religiosa e cultural, ou seja, todo aquele que foi incluído na herança de Abraão é
considerado judeu. Então o judeu etnicamente ele tem várias faces, não é o povo no sentido racial e sim um povo que
pratica a fé judaica.
Por curiosidade, Hebreu se refere ao povo do tempo dos patriarcas, antes da formação da nação de Israel, a língua que
eles falavam era o hebraico. Depois nós temos o termo de israelita se referindo ao povo de Israel do Velho Testamento.
E depois da destruição de Jerusalém, onde só sobrou à tribo de Judá, temos os judeus, é o povo que a gente houve falar
no Novo Testamento. Hoje nós temos a nação de Israel, a pessoa que nasce em Israel, ele é israelense. E quem pratica a
religião do povo judeu é chamado de israelita.

Por que existem poucos judeus convertidos à fé cristã?


No Novo Testamento a grande parte da nação rejeitou o evangelho. Hoje nós temos seis bilhões e meio de gentios e
mais ou menos vinte milhões de judeus. A pergunta certa é: Qual é o número de gentios de fato convertidos que fazem
parte do verdadeiro remanescente? É pequeno, talvez a proporção de judeus convertidos não seja tão diferente da dos
gentios. É por isso que Paulo diz que Deus não rejeitou o seu povo. No livro de Atos vamos ver que grande parte da
igreja é formada por judeus de origens farisaicas. E hoje cada vez mais os judeus estão reconhecendo o seu messias.

Quando e como será essa reconciliação com o povo de Israel?


A reconciliação do povo de Israel está ligada à vida dentre os mortos. A idéia no Novo Testamento é muito clara: O
povo vai reconhecer o seu messias quando se aproximar o momento de restauração de Israel, e isso vai está no
momento da ressurreição, ou seja, é um momento escatológico.
Nunca na história tantos judeus reconheceram Jesus como messias como no final do século XX e início do século XXI
depois do estabelecimento da nação de volta a terra dada a Abraão, Isaque e Jacó. Esse é o sinal que estamos na direção
escatológica conforme a previsão do Novo Testamento.

Por que a advertência aos gentios contra o orgulho no final do capítulo 11?
O problema que aconteceu com a comunidade cristã quando houve a falha do judeu em reconhecer Jesus como
Messias, foi imaginar que são melhores que os judeus. Começaram a repetir a mesma forma de comportamento que
cometiam os judeus que até oravam agradecendo por não ser gentio, achando que eram melhores. Mas perante Deus
ninguém é melhor do que o outro, pois Ele abençoa a todos que O invocam (Rm 10:12). O grande perigo é achar que
alguém é melhor do que o outro por causa dos seus próprios méritos, e é daí que nasce o orgulho.

A JUSTIÇA NA PRÁTICA

Capítulo 12:1-21

O livro de Romanos se preocupa com a justiça de Deus que é atribuída ao homem pelo sacrifício de Cristo Jesus. Como
essa justiça que foi atribuída a nós pode ser manifesta na prática. E o foco deste capítulo é a justiça na prática entre a
igreja e os próprios irmãos.

Paulo começa a falar fazendo um contraste com o sacrifício antigo do A.T . O animal era trazido para ser morto. E o
sacrifício da nova aliança não é de um animal, mas é da própria pessoa. Pegue a você mesmo e coloca-se no altar. Deus
não estar interessado em elementos externos, o que ele quer é a sua vida. E isso se transforma em realidade quando eu
não me enquadro nos moldes desse mundo. Não é possível agradar a Deus se eu não mudar os conceitos na mente, já
que o mundo segue um padrão que Deus rejeita. E quando rejeitamos esse padrão nós vamos experimentar a boa,
perfeita vontade de Deus para a nossa vida.

Como podemos servir a Deus dentro da comunidade da fé? Paulo responde: servindo com o meu dom e com a minha
habilidade. Mas ele diz que é necessário termos um conceito equilibrado ao nosso respeito, fazendo uma análise sobre
nós mesmo através da graça de Deus. E entendermos que no Corpo há muitos membros com funções diferentes e todas
elas têm a mesma medida de importância. E que somos partes um dos outros.

Paulo relaciona alguns dons e dá algumas recomendações. E ele prossegue falando sobre o relacionamento com os
irmãos. Paulo apresenta várias virtudes necessárias em favor do próximo como sinais da justiça na vida prática.
EMA JUSTIÇA NAS RUAS

Introdução

No capítulo doze estudamos sobre uma justiça na prática dentro da igreja e na comunidade da fé como resultado da
justificação em Cristo. Já neste capítulo treze trará uma direção clara para as nossas vidas sobre a questão da justiça
fora da igreja, ou seja, nas ruas e no ambiente do dia a dia. Como é que nós sendo justificados vamos nos comportar
vivendo no mundo injusto que possui autoridade que não conhece a Deus? E como é que a gente vai se portar de
maneira prática com relação à justiça recebida de Deus?

13: 1-7
O governo de pessoas não cristãs está autorizado por Deus (v: 1). Deus concede autoridade para estabelecer a justiça e a
ordem, pois não tendo nenhuma justiça nas ruas teremos um caos.
O cristianismo do primeiro século era acusado de ser um movimento político subversivo que queria tomar o poder de
Roma dizendo que Jesus era Rei e que Ele queria tomar o lugar de César. Então os cristãos eram muito questionados, e a
grande dúvida era de que como ficaria a questão das autoridades. E Paulo deixa bem claro dizendo que toda a autoridade
de qualquer governo deve ser respeitada, deve ser entendida como permitida por Deus. Pois Ele não é só o Deus da
salvação, pois Ele controla o universo e o mundo, e, portanto como cristãos nós devemos respeitar e ser submissos as
autoridades, porque a idéia da autoridade está ligada exatamente para manter a ordem e punir o que é errado e mal.
Um cristão obediente a Deus e que tem a justiça de Deus na sua vida, reconhece as autoridades e pagam os seus
impostos. Pagar imposto é tão importante quanto fazer oração, é ordem de Deus que isso deva ser feito e praticado
pelos cristãos.

8-14
Essa parte do capítulo nos direciona a manifestação prática dessa justiça, vejamos como:
1) “Não deva nada a ninguém a não ser o amor uns pelos outros”.
2) “Deixem de lado as obras das trevas e revistam-se da armadura da luz”.
3) “Comportam-se com decência, não em orgias e bebedeiras, imoralidade sexual e depravação, desavença e
inveja”.
4) “Revistam-se de Cristo e não fiquem premeditando como satisfazer o desejo da carne”.

O amor é a virtude fundamental e os mandamentos são derivados desse conceito. A justiça de Deus chegou e sua justiça
plena virá. Aguardemos revestindo-nos de Cristo, ou seja, revestir de Cristo é colocar roupas novas, ter atitudes e
comportamentos que Cristo teria. Ninguém faz o mal sem pensar. Portanto a justiça de Deus em nossas vidas deve ser
manifesta através de nós nas ruas para a glória do próprio Senhor.

A grande lição que destacamos hoje é entender que a justiça de Deus que chegou até nós por meio de Cristo é para ser
manifesta através da nossa vida no dia a dia. Não é o bom cristão aquele que freqüenta os cultos e que canta na igreja.
À hora do vamos ver é hora que temos que manifestar a nossa justiça. O melhor cristão é o melhor cidadão. Faça o teste
com o seu cristianismo, você está amando o próximo, mesmo sendo aquele que não conhece a Deus? Você respeita as
autoridades? Você paga seus impostos? Você vive no mundo sem deixar que ele lhe domine? É muito mais fácil ser
cristão no retiro, na igreja, no “encontro”, do que ser cristão lá fora onde a coisa tá pegando e que a vida tá difícil todos
os dias. Lembre-se que a justiça prática é no dia a dia e na hora de enfrentar a realidade.

Perguntas & Respostas

Devemos obedecer a todo e qualquer governo, mesmo se for o “Hitler”?


Devemos obedecer ao governo porque é ordem de Deus, porque se não tivesse o governo viveríamos numa situação de
caos. O problema surge quando a autoridade do governo excede os limites que Deus permite. Por exemplo, temos o
caso de Atos 4, quando os cristãos são proibidos pelas autoridades de pregar o evangelho, e quando eles são
questionados por estarem desobedecendo a lei, eles respondem dizendo que não poderiam deixar de falar daquilo que
eles têm visto e ouvido. Hoje nós temos muitas leis que ameaçam ao cristianismo. Quando a lei dos homens ou do
Estado ultrapassa a lei que Deus determinou, tanto no aspecto teológico ou moral, nós temos licença de Deus para
desobedecer ao governo. O que eu não posso fazer e desobedecer por minha própria decisão, como por exemplo, eu não
quero obedecer a lei de trânsito porque eu não concordo com ela. Ou seja, quando a motivação é egoísta está errada.
Mas se a lei do governo contradiz diretamente a uma lei de Deus contrariando uma ordem Dele, aí teremos que
desobedecer a lei do governo, pois estaremos obedecendo a uma autoridade maior do que a do governo, a autoridade de
Deus.

No versículo 7 diz que devemos pagar impostos. Eu devo pagar imposto mesmo quando o governo for corrupto?
Paulo está escrevendo no contexto do Império Romano, onde era um Estado corrupto e que 60% da população era
escrava. Os cristãos poderiam pensar: eu não vou pagar imposto a César, olha o que ele faz... Mas a bíblia não nos
autoriza a ter esta atitude. Nós devemos pagar impostos porque é uma ordem de Deus, caso contrário nós vamos ter
uma liberdade perigosa, igual ao livro de Juízes, ou seja, cada um fará sua própria lei.
Na sociedade em que nós vivemos hoje, as autoridades que estão no governo são representantes do povo. Claro que nós
devemos discordar de um imposto injusto, temos liberdade de questionar e criticar, porque as pessoas estão lá para nos
representar. Isso não contradiz o ensino da Palavra de Deus. E nós temos mecanismos de ação popular, através do
nosso voto, e temos condição pela sociedade civil de agir de uma forma que venha minorar esse tipo de coisa. Mas a
gente enganar, mentir, ocultar e fazer caixa dois para não pagar imposto, isso está errado.

As autoridades podem usar de violência para reprimir? Pois no verso 4 diz que ela pode trazer a espada.
Nós vivemos numa época traumatizada porque os princípios de Deus foram esquecidos, e nós tivemos uma crescente
manifestação do egoísmo humano que se desenvolveu no mundo ocidental dando origem as guerras assustadores, como
a 1ª Guerra Mundial. Foi então que a partir daí nós vemos a figura da ação do poder como opressão e injustiça. Mas se
nós entendermos a realidade de maneira menos traumática, nós vamos descobrir que não há como parar o mal sem um
determinado uso de violência para esse mundo decaído. Há uma música que diz: “polícia para quem precisa...”. Se
você ficar sem ela, você logo perceberá. Porque o Caos se manifestará, e não há como você impedir o bandido de fazer
atrocidades. O ser humano é mal e quando seu interesse for roubar, matar, destruir e estuprar, ele precisará ser detido. É
nesse sentido que o único meio de impedir a manifestação da maldade é usando a força. Então não há como abrirmos
mão disso. A bíblia diz que a autoridade tem a responsabilidade de impedir o mal, por isso ela tem autoridade de trazer
a espada. Ninguém vai conversar com um criminoso para tentar impedir que ele mate uma criança só com conversa, a
autoridade precisará agir com determinação, e às vezes precisará usar da força e dos recursos.

Nós somos cidadãos dos céus ou do Estado?


A grande questão para nós e saber onde nós estamos. Alguns cristãos são tão terrestres que se envolvem neste mundo e
esquecem da esperança eterna. Outros são tão celestiais que eles esquecem de viver as coisas desse mundo. O segredo é
o equilíbrio. Agostinho quando escreveu sobre a cidade de Deus ele falou que nós somos cidadãos de dois mundos. Ou
seja, eu sou cidadão dos céus, mas preciso ter uma vida responsável aqui na Terra.

MPODE OU NÃO PODE?


Romanos 14: 1-23
Quando começarmos a ler este capítulo observaremos que o foco é bastante útil para o nosso dia a dia. A carta começa
a discutir aquela questão fundamental que diz respeito àquilo que na fé cristã não é necessariamente certo e errado. Ou
seja, há certas coisas que são essenciais e fundamentais e outras que são secundárias. Paulo vai dizer que nós
precisamos viver em comunidade respeitando os outros. Porque as coisas fundamentais – as coisas que são claras e que
são estabelecidas por Deus nas páginas do Novo Testamento devem ser obedecidas. Por exemplo, a gente sabe que o
assassinato é pecado, mas há outras coisas que são secundárias. E devemos saber quais são os critérios que devemos
utilizar para responder a famosa pergunta que fazemos: pode ou não pode?
O nosso parâmetro para fazer alguma coisa é a Palavra de Deus. Aquilo que é absoluto, ou seja, o que Deus disse que
está errado, não vale a pena discutir. Mas quando chegamos às coisas menores vamos observar que o texto bíblico vai
para três direções. O primeiro critério discutido aqui é a questão da consciência, ou seja, uma coisa que para mim pode
ser um problema, não necessariamente será um problema para outra pessoa.
Por exemplo, uma pessoa que na sua vida anterior teve problema sério com a bebida alcoólica e isso foi uma marca
muito negativa na vida dela. Se essa pessoa entra no bar, a tentação que ela poderá sofrer com aquilo ali terá um
significado para ela. E para esta pessoa por causa da sua consciência talvez não tenha que nem passar perto do bar. Mas
para uma outra pessoa que nunca teve problema com isso, entrar no bar não terá significado nenhum.
A consciência de cada um deve ser respeitada, mas essa é uma questão pessoal sua. Você deve respeitar o limite dos
outros. Ainda há mais duas maneiras de como lidar com essa questão:

1º) Critério é ver se o quê você está fazendo é para a glória de Deus e para a honra do Senhor (v:8);
2º) Critério é saber como a sua consciência reage perante a isso. Nunca passe por cima da sua consciência porque senão
você está agindo sem fé, e o que não provém de fé é pecado (v: 23);
3º) Critério sábio é saber qual é o efeito que está sendo provocado na vida de outras pessoas (v: 15 -21).
O conselho que a Palavra de Deus nos dá é que quando fazemos alguma coisa que em si não tem problema para a nossa
consciência, mas isso se torna um problema para outras pessoas, não podemos fazer tal coisa por causa do amor ao
próximo. É a história de duas missionárias solteiras que tomavam limonada e quando elas foram para o interior
africano, as pessoas de lá não quiseram escutar a mensagem delas, porque consideravam a limonada um
anticoncepcional. É claro que tomar limonada não tem problema nenhum, mas naquele contexto isto estava
prejudicando o trabalho delas de pregar o evangelho.
Devemos cuidar da maneira como nos vestimos, de como nós falamos, dos nossos hábitos, da nossa diversão... Às
vezes algumas coisas não ferem a nossa consciência, mas quando nós percebemos que isso pode prejudicar a vida de
outra pessoa, e que essas coisas podem ser mal entendidas ou mal interpretadas em um determinado contexto;
precisamos colocar o nosso próximo na frente, pois a bíblia diz que devemos fazer todo esforço para produzir paz e
edificação mútua.

Resumindo, você deve tomar suas decisões baseadas em 3 coisas:


1º - O que Deus diz a Palavra de Deus? É um mandamento claro e isso é para a glória de Deus?
2º - Como é que você se sente fazendo isso? Será que você tem paz? Será que a sua consciência está tranqüila? Se nem
você se sente bem fazendo determinada coisa, é melhor você nem ir adiante e não ultrapassar o sinal vermelho.
3º - Você deve levar em conta do que isso (o que você faz) significará para o seu irmão em Cristo? Lembre-se que
Cristo morreu por ele.

A liberdade (a maneira de escolher as coisas) deve existir com responsabilidade para com Deus, para com o próximo e
para com a nossa consciência.

Pergunta & Resposta

O que é uma fé fraca?


O texto diz que aquele que tem a fé fraca come apenas alimentos vegetais. É aquela pessoa que parece que ainda não
entendeu em sua plenitude a Graça do Evangelho de Cristo. Ela não entende que o Reino de Deus é paz, justiça e
alegria no espírito. Ela começa a dá atenção a detalhes pequenos porque a sua consciência ainda não está amadurecida.
Ou seja, ela dá um valor exagerado às coisas que não tem importância, é uma criança na fé. Mas mesmo assim o texto
diz que devemos amar e respeitar esta pessoa.

UM CRISTIANISMO EQUILIBRADO E SAUDÁVEL

Capítulo 15: 1-13


Paulo adverte a igreja contra as pessoas que provocam divisões e enganam os corações dos simples. E ele começa
enfatizando aquilo que ele discutiu no capítulo catorze de como nós devemos ter tolerância com o Corpo de Cristo, ou
seja, com as pessoas diferentes de nós. E nestes últimos capítulos Paulo nos dará uma coletânea de conselhos
importantes que são as considerações finais do livro de romanos, e também nos apresentará uma lista de pessoas para as
quais ele manda muitas saudações. É interessante que os conselhos e as palavras finais de Paulo são bastante
equilibradas.
Paulo está desejoso que a igreja tenha coragem, ânimo, força e que possa perseverar com espírito de unidade. O grande
desafio em Cristo, é que as nossas diferenças não destruam o sentimento de unidade e de fraternidade que recebemos
em Cristo Jesus. Ele focaliza isso porque a igreja de Roma tem gentios, judeus, romanos e estrangeiros de outras partes
vivendo juntos. A grande sabedoria da vida está em dar atenção ao que realmente importa, ou seja, aquilo que
realmente vale a pena.
14-33
Paulo termina essa carta com um espírito muito positivo. Ele fala sobre a obra de Deus na sua vida e no seu ministério
para alcançar os gentios para expansão do Reino de Deus. Ele prossegue e falando de coisas pessoais sobre sua vida. O
interessante é que esta carta é a mais doutrinária e teológica, e, no entanto é também a mais pessoal. Paulo não se torna
uma pessoa que só entende de uma teologia abstrata, mas ele também não deixa de ter um grande afeto e amor pelo
indivíduo. Como muitas pessoas imaginam Paulo não é só um cristão de cérebro, ele também é um cristão de coração. No
verso 23 ele fala sobre seu grande desejo de ver e visitar os irmãos de Roma.
Nós cristãos precisamos ter o interesse pelos outros também. Paulo é tão equilibrado que depois de falar de esperança e de
paz. Ele fala que estava indo à Jerusalém porque os irmãos da Macedônia e da Acaia tiveram alegria de contribuir para os
pobres dentre os santos de Jerusalém. Veja que cristianismo equilibrado, pois todas as áreas da vida têm que ser
observadas. Não só a esperança, a paz e a fé, mas também se voltar para os pobres.
Não mutile a sua fé cristã, cresça de maneira completa.
Capítulo 16: 1-27
O texto dá nomes de algumas pessoas, pois Paulo sabe muito bem que Deus ama e valoriza cada pessoa
individualmente. O interessante é que Paulo ainda não havia ido a Roma, apenas conhecia poucas pessoas mais de perto
como Priscila e Áquila. Mas a lição que Paulo quer deixar para nós é que o mesmo Deus que abençoa o nosso
entendimento é o mesmo Deus que quer abençoar o nosso relacionamento uns com o outros.

Paulo termina sua carta com duas advertências:


1) Tenham cuidado com aqueles hereges que causam divisões e colocam obstáculos ao ensino que vocês têm
recebido. Afastem-se deles. Pois estas pessoas não estão servindo a Cristo, mas aos seus próprios apetites.
Mediante palavras suaves e bajulação, enganam o coração dos ingênuos.
2) Todos nós temos ouvido falar da obediência que vocês têm, mas sejam sábios em relação ao que é bom, e sem
malícia em relação ao que é mau.

Terminemos com o exemplo de Jesus quando nos diz que devemos aprender o segredo de ser
prudente como a serpente e simples como a pomba.
Perguntas & Respostas

Onde entra a questão cultural nestes três últimos capítulos do livro de romano?
Há muitas coisas que trazem muita desunião, conflitos e problemas entre as comunidades cristãs. Devemos entender
que elas não são tão relevantes, são questões culturais. Por exemplo, existem cristãos na Europa que fumam, e lógico
que fumar é um comportamento muito negativo e prejudicial, mas estas pessoas por questão cultural fazem isso. E um
cristão americano ver a questão da guerra com muito mais naturalidade do que nós.
Nós temos que ver os limites culturais e temos que ser mais tolerantes, é claro que tudo julgado pela Palavra de Deus.
Isso é importante entender porque em nosso país há pessoas de muitos lugares, só na cidade de São Paulo tem mais de
500 mil estrangeiros vivendo lá. Então nós devemos compreender que a tolerância passa também por essa maneira de
entender a maneira diferente do outro. Lá em Buenos Aires, por exemplo, os homens se cumprimentam com beijinhos,
semelhante às mulheres daqui do Brasil. E também há uma tribo na Amazônia que cumprimentam uns aos outros
cuspindo no peito.
É verdade que todo herege tem problema de relacionamento?
A própria palavra heresia no grego quer dizer divisão, ruptura de relação. Nós não podemos ser ingênuos ao perceber
que a questão da heresia só está ligada ao conhecimento. Geralmente quando alguém começa a desprezar a doutrina de
Deus ou mudar o que Deus está falando. Essa pessoa tem problema relacional, ou com Deus ou com o próximo.O
herege é aquele que tem problema de caráter.
Deus lhe abençoe!
Estudo Elaborado pela: Pastora Jaciléa Donadio

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