Rendas

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Ficha de Resumo

1
1. Descontos
Dá-se o nome de desconto ao abatimento aplicado sobre o valor de um título de crédito
quando este é resgatado antes de seu vencimento. Todo título de crédito tem um valor
nominal ou valor de face, que é o valor do título no dia de seu vencimento, e um valor atual
ou valor presente, que é o valor do título em uma data anterior ou posterior a de seu
vencimento. Quando um título é resgatado após a data de seu vencimento, seu valor nominal é
acrescido de multa, ou seja, o seu valor presente será igual a soma do valor nominal com o
valor da multa, por outro lado se um título for descontado antes da data de seu vencimento,
ele recebe um desconto pela antecipação, consequentemente o valor presente do título será
menor que o valor nominal, pois seu valor presente agora passa a ser igual à diferença entre o
valor nominal e o desconto concedido. No regime de capitalização simples há dois tipos de
descontos básicos; o desconto racional e o desconto comercial. (Lima & Vanzella, 2019)

Por desconto entende-se, como o preço pago para tornar disponível um certo capital ainda não
vencido. (Ferreira & Lopes, 2007).

• São juros recebidos ou concedidos quando o pagamento de um título é antecipado.


• O desconto é a diferença entre o valor nominal (VN) de um título na data do seu
vencimento e o seu
D=C n−C n−t

D = valor monetário do desconto;


Cn = valor nominal, valor futuro;
Cn-t = valor actual, valor presente, valor liquido, valor pago.

1.1. Desconto Comercial Simples ou Por Fora.


Desconto comercial, bancário ou por fora é aquele obtido pelo cálculo do juro simples sobre o
valor nominal (valor de face) do título resgatado antes de seu vencimento. Calcula-se tal
desconto através da fórmula:

Dc =C n × i× t

Onde:
Dc = desconto comercial
Cn = valor nominal ou de face
i = taxa de desconto

1
t = número de períodos antes do vencimento

Sabendo que D=C n−C n−t e se: D=Df


C n × t ×i=C n−C n−t

C n−t=C n−C n ×t × i

C n−t=C n × ( 1−t ×i ) valor actual emfunção do valor nominal

C n−t
C n= valor nominal em função do valor actual
1−t × i
Exemplo:
Descontou-se uma letra à taxa de desconto de 20%, em 18 de Março de 1988, sendo o seu
valor actual comercial de 88 000$00. Se a taxa fosse inferior em 2% o seu valor actual
comercial seria de mais 1 200$00. Determine:

a) A data de vencimento da letra;


b) O valor nominal da letra.
Dados
C n−t 1=88.000 ; i1=20 %
C n−t 2=88.000+1200=89.200 ; i2=20 %−2%=18 %

{
88.000
=C n
{ {
Cn−t =C n × ( 1−t ×i ) = 88.000=Cn × ( 1−t ×20 % )
Cn−t =C n × ( 1−t ×i ) 89.200=Cn × ( 1−t ×18 % )
=
89.200=
1−t ×20 %
88.000
1−t × 20 %
× ( 1−t ×18 % )
=¿

A data do vencimento é de 219 dias e o seu valor nominal é de 100.000.

1.2. Desconto racional ou por dentro


Desconto racional, matemático ou por dentro é aquele obtido pela diferença entre o valor
nominal (valor de face) do título e o valor atual racional do título antes de seu vencimento.
Calcula-se tal desconto através da fórmula:

D d =C n−t ×i× t desconto por dentro calculado com base no valor actual

Acontece que nom momento do cálculo não conhecemos o valor actual da dívida mas sim o
seu valor nominal, de onde que, sabendo que por definição o desconto é dado por:

Sabendo que D=C n−C n−te se: D=Dd


C n−t ×t × i=Cn −Cn −t

2
C n−t +C n × t ×i=C n

C n=C n−t × ( 1+t ×i ) valor nominal em função do valor actual

Cn
C n−t= valor actual em função do valor nominal
1+t × i
Se
Cn
C n−t= e
1+t × i
D d =C n−t ×i× t , então

C n ×t ×i
D D= desconto por dentro calculado com valor nominal
1+ t ×i
Exemplo:
Descontamos hoje por dentro duas letras tendo a primeira um valor nominal superior à
segunda de 6 000$00. A taxa de desconto foi de 15% ao ano e as letras venciam-se dentro de
219 e 73 dias. Determine o valor nominal de cada letra, sabendo que hoje elas tem o mesmo
valor actual.

Dados
Cn1=Cn2+6000 ; t=219 dias ,
Cn2=Cn2 ; t=73 dias ,
i=15 % ,
Onde; C n−t 1=C n−t 2

C n−t 1=C n−t 2


C n1 Cn2
=
1+ t 1× i 1+t 2 ×i
Cn 2 +6000 Cn 2
=
219 73
1+ × 15 % 1+ ×15 %
365 365
Cn 2 +6000 Cn 2
=
1,09 1,03
C n 2 ×1,09=(C ¿¿ n 2+6000)× 1,03¿
C n 2 ×1,09=C n2 ×1,03+6.180
C n 2 ×1,09−C n2 ×1,03=6.180
0,06 ×C n 2=6.180

3
6.180
C n 2=
0,06
C n 2=103.000
Cn1=Cn2+6.000
Cn1=103.000+6.000
Cn1=109.000
Exemplo (Desconto por Fora e Desconto por Dentro)
Descontaram-se em 19 de Outubro de 1989 à taxa de 20%, duas letras, que venciam em 26 de
Maio 1990. A primeira, cujo valor nominal inferior à segunda em 12 000$00, foi descontada
por fora e a segunda foi descontada por dentro. Sabendo que foi igual o valor dos dois
descontos, determine o valor nominal de cada letra.
Dados
Cn1=Cn2−12.000; Df ,
Cn2=Cn2 ; Dd ,
i=20 % ,
t=de 19−10 a 26−05 são 219 dias ,
Onde; Df =Dd

Cn ×t × i
D c =C n × i× t ; DD =
1+t ×i
Cn 2 ×t × i
C n 1 ×i ×t=
1+t ×i
219
Cn2×
×20 %
219 365
(C ¿ ¿ n 2−12.000)× 20 % × = ¿
3 65 219
1+ ×20 %
365
219
Cn2× ×20 %
219 365
(C ¿ ¿ n 2−12.000)× 20 % × = ¿
365 1,12
(1,12)×(C ¿¿ n 2−12.000)× 0,12=C n 2 × 0,12¿
1,12 ×C n2 −13.440=C n 2
−13.440=Cn 2−1,12 ×C n 2
−13.440=−0,12× Cn 2
−13.440
=C n2
−0,12
C n 2=112.000Cts

4
Cn1=Cn2−12.000

Cn1=112.000−12.000

Cn1=100.000Cts

O valor nominal da primeira letra é de 100.000 Cts e o da segunda letra é de 112.000 Cts.

1.3. Desconto Composto


No regime de capitalização composto utiliza-se um procedimento análogo, diferindo apenas
na forma de se calcular o valor actual do título, permanecendo válida a mesma relação:
desconto é igual ao resultado da diferença entre o valor nominal e o valor presente.

Cn −t
C n−t= t
=C n ×(1+i)
(1+i)

Se D=C n−C n−t e

−t t
C n−t=C n ×(1+i) e C n=C n−t ×(1+i)

D=C n−C n ×(1+i)−t

−t 1
D=C n × [ 1−(1+i) ]
1.3.1. Desconto comercial composto
O desconto comercial incide sempre sobre o valor nominal ou de face. No caso do desconto
comercial composto a incidência ocorre a cada período.

A fórmula para se calcular o desconto comercial composto é a seguinte:

Dfc=C n−C n−t

Como o valor actual comercial composto é dado por:

n
C n−t=C n ×(1−i)

Podemos dizer então que:

Dfc=C n × ¿

1.3.2. Desconto racional composto


Para o cálculo do desconto racional composto aplica-se a seguinte fórmula:
5
Ddc=Cn −Cn−t

Como o valor atual racional composto é dado por:

Cn
C n−t= n
(1+i)

Podemos dizer então que:

Ddc=Cn × 1−
[ 1
(1+i)
n
]
1.3.3. Desconto Composto a taxa nominal ou taxa r
Taxa nominal de desconto é a taxa que, quando aplicada sobre o valor nominal do título,
durante um certo prazo n, produz o desconto d.

d
r=
1+d ×n
1.3.4. Desconto Composto a taxa efectiva ou taxa d
Taxa efectiva do desconto é a taxa em que, para produzir o mesmo desconto d, no mesmo
prazo n, deve ser aplicada sobre o valor actual do título.

r
d=
1−r × n
1.4. Desconto Bancário de Letras e Livranças
Consiste em endossar a letra a um banco antes do seu vencimento, recebendo-se o Produto
Líquido de Desconto (Valor Nominal deduzido de juros e outras despesas bancárias). Realiza-
se nos bancos comerciais e consiste numa realização antecipada do seu valor, possibilitando
ao portador realizar o valor da letra antes da data do seu vencimento, pagando-se, para tal, os
juros relativos ao pedido compreendido entre a data da apresentação para o desconto e a do
vencimento. (Coelho, 1999)
O desconto bancário de letras apresenta algumas particularidades que se predem com os
encargos que são deduzidos ao valor nominal. Esses encargos são (Matias, 2009):
Desconto propriamente dito (calculado segundo as regras do desconto comercial simples,
também designado n gíria bancaria por desconto por fora), muitas vezes designados, de forma
correcta, por “Juros”.
a) Juros (J) ou Prémio de Desconto (D)

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Incidem sobre o valor nominal da letra e são calculados com base no Desconto Comercial ou
por Fora (ano comercial ou civil, respectivamente) e de acordo com o período que falta para o
vencimento da letra.
Cn× n ×i
J= , ano civil
365
Cn× n ×i
J= , ano comercial
360
Onde:
 Cn – valor nominal da letra;
 i – taxa de juro praticada;
 n – número de dias que medeiam entre a data entre a data em que o banco aceita o
desconto e o vencimento (maios dois dias, pois a letra pode ser paga nos dois dias
úteis seguintes ao vencimento);
 j – juro ou prémio de desconto praticado pelo banco.
Subtraindo os juros ao valor nominal da letra obtém-se o valor actual ou valor líquido do
desconto, também designado por produto líquido do desconto.
C n−t=Cn−J
Subtraindo os encargos de desconto (juros, Prémio de Transferência, Imposto e Portes) ao
valor da letra, obtém-se o PLD.
EnD= j+ T + I + P
 Prémio de Transferência T – é expresso geralmente em percentagem e incide sobre o
valor nominal da letra. T =x % ×Cn ,
 Imposto – é uma percentagem calculada sobre a soma dos prémio de desconto e de
transferência. Incide sobre s remunerações por serviços prestado que os b ancos têm a
pagar ao Estado. I =x % ×( j+T ).
 Portes – importância variável, depende dos gastos efectuados pelo banco, como gastos
postais, impressos e telefonemas originados pelo desconto.
1.5. Reforma de letra
Consiste na substituição duma letra no seu vencimento, por outra com vencimento posterior.
Esta operação deve-se ao facto de o sacado ou aceitante não poder liquidar, no todo ou em
parte, o valor nominal da letra na data do vencimento (Ferreira & Lopes, 2007).

7
2. Rendas Financeiras
2.1. Conceitos fundamentais
Uma renda, em matemática financeira (não confundir com o termo renda relacionado com
pagamento de aluguer), é um conjunto finito ou infinito de valores com vencimento de
periodicidade certa, ou seja, valores que são pagos ou recebidos com intervalos de tempo
constantes.
Por exemplo, o pagamento de um empréstimo para habitação faz-se habitualmente através de
pagamentos com periodicidade constante, em geral num determinado dia de cada mês. Pode
pois ser considerado uma renda em termos de matemática financeira. O recebimento de juros
de um depósito em regime de juros simples, se o intervalo do seu vencimento for constante, é
também considerado uma renda. (Disciplina)
Muitas das operações financeiras envolvem a utilização de rendas, nomeadamente para o
pagamento ou amortização de empréstimos ou investimentos. Os cálculos do valor de cada
prestação (que em matemática financeira se designa por termo), da taxa de juro associada ou
do número de prestações necessárias, são baseados nos princípios apresentados nos pontos
sobre capitalização e actualização.
 RENDA = Sucessão de capitais que se vencem periodicamente sendo o intervalo de
tempo entre períodos constante
 TERMO da renda, C= é cada um dos capitais da sucessão. C1, C2, C3….Cn
 PERÍODO da renda, t = intervalo de tempo constante que separa os vencimentos
consecutivos

Momentos relevantes da vida de uma renda:

 Momento zero é o momento em que se convenciona a constituição da renda, podendo


esta começar a produzir-se imediatamente ou não (renda imediata ou renda diferida)
 Momento w é o momento de início do primeiro período da renda
 O Prazo de diferimento (o;w) decorre desde a constituição da renda até que começa a
produzir-se.
 Momento w + n é fim do último período da renda quando esta tem “n” termos e é
diferida de w períodos.
 Renda de termos constantes = C1=C2=C3=C4…=Cn
 Renda de termos variáveis = C1 ; C2 ; C3 ; C4… Cn, os termos variam de acordo com
uma regra conhecida (progressão aritmética, progressão geométrica etc) ou não.
 Renda anual - chama-se aos termos anuidades
8
 Renda semestral - chama-se aos termos semestralidades etc.
 Renda de termos com vencimento antecipado – cada termo vence-se no início do
período que lhe respeita.
 Renda de termos com vencimento normal (ou postecipado) – cada termo vence-se no
fim de cada período da renda (período do termo)
 Renda imediata o período do primeiro termo da renda inicia-se imediatamente
 Renda diferida o período do primeiro termo da renda não se inicia imediatamente, mas
sim no início do período w.

Tem que se conhecer o n.º de períodos de diferimento (w)

Renda de amortização destina-se para amortizar uma dívida assumida no momento zero; neste
caso os termos da renda incluem duas parcelas (i) uma que amortiza capital inicial e (ii) e
outra que paga os juros

Renda de acumulação destina-se à formação de um certo capital acumulado no momento w +


n, (fim do prazo)

Renda de remuneração apenas se destina a remunerar a colocação de um capital ou a


prestação de um serviço. Casos do juro simples produzido em cada período e o da renda da
casa.

Período de Carência e período de diferimento

O que há em comum entre ambos é que não há pagamento da prestação de capital durante este
período e a diferenças reside no facto do período de carência haver o pagamento de juros e no
diferimento não. No período de diferimento os juros vencidos são acrescidos ao capital em
dívida e na carência a dívida mantém-se inalterada até ao início da amortização do capital.

2.2. Classificação das rendas


As rendas podem classificar-se segundo diferentes ópticas:

a) Quanto ao número de termos/ prazo: temporárias (n finito) ou perpétuas (n


infinito)
b) Quanto à sua dependência de factores aleatórios: certas (se a disponibilidade de
todos os termos é absoluta) ou incertas (se o vencimento dos termos está condicionado
por qualquer factor aleatório).

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c) Quanto ao momento a que são referidos os seus valores actuais: imediatas (se o
seu valor actual é referido a um momento que coincide com o inicio do seu primeiro
período) ou diferidas (se o valor actual se refere a um momento anterior ao inicio do
seu primeiro período)
d) Quanto à relação entre o período da renda e o da taxa/ período: rendas inteiras
(quando o período da renda e o da taxa coincidem) ou rendas fraccionadas (quando o
período da renda e o da taxa não coincidem) e,

Os termos da renda também se poderão classificar:

1) Quanto ao momento de vencimento: termos normais ou postecipados (quando se


vencerem no final do período a que dizem respeito) ou termos antecipados (quando se
vencerem no inicio do período a que correspondem)
2) Quanto ao seu valor dos seus termos: termos constantes (se todos tiverem o mesmo
valor) ou termos variáveis (se o valor dos termos for desigual- a variação poderá
obedecer a uma certa lei matemática: progressão aritmética ou geométrica ou não)

2.3. Rendas temporárias de termos constantes


2.3.1. Rendas imediatas
As rendas imediatas podem ser postecipadas ou antecipadas. As rendas postecipadas também
consideradas de termos normais são aquelas que o seu primeiro termo vence no fim do
primeiro período, ou seja, um período após a sua constituição, enquanto rendas antecipadas o
primeiro termo vence logo após a constituição, ou seja, na data da sua constituição.

2.3.1.1. De termos normais (ou postecipados)


Trata-se da renda mais simples e que, como tal, irá servir de referencial para todas as
restantes.

a) Cálculo do valor actual: 𝑅(0)𝑖ℸ𝑛 ; expressão que simboliza o valor actual de uma
renda, temporária, certa, imediata e inteira, de n termos normais e unitários.

Para quaisquer outros termos constantes que não unitários, terá de ser multiplicada por essa
constante.

Para calcular o valor actual da renda basta somar o valor de todos os termos, depois de
actualizados para o momento zero (zero = actual, por convenção), à taxa de juro estipulada,
ou seja : t=0 e w=0

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−n
t −w 1−(1+i )
R( 0) Post =(1+i) ×C×
i

Onde:

C – termos
n – número de termos
i – taxa de juro
w – período de diferimento
t – (w+n), sendo igual no momento para o cálculo do valor actual.

Exemplo:
1. Para liquidação de equipamento adquirido, a firma X, estabeleceu com o vendedor o
pagamento em 3 prestações anuais de 500 contos cada, incluindo juros à taxa de juro
composto de 20% ao ano.
Determine:
a) Quanto deveria pagar se pretendesse liquidar no acto da compra toda a sua
dívida, considerando:
I – A 1ª prestação venceu-se 1 ano após a compra;
Dados
n = 3anos
i = 20% a.a
C = 500cts, postecipada., t=0

t −w 1−(1+i)−n
R( 0) Post =(1+i) ×C×
i
−3
0−0 1−(1+ 20 %)
R( 0) Post =(1+20 %) ×500 ×
20 %

R( 0) Post =1.053,24

b) Cálculo do valor acumulado: 𝑅(𝑛)𝑖ℸ𝑛; expressão que simboliza o valor acumulado de


uma renda, temporária, certa, imediata e inteira, de n termos normais e unitários.

Para calcular o valor acumulado da renda, teremos de somar os valores capitalizados ou


acumulados de todos os termos para o momento n, ou seja o fim do período do último termo
da renda, à taxa de juro convencionada, pelo que teremos:

t = n+w e w=0

11
Ou seja, o valor actual capitalizado para o fim do último período é igual ao valor acumulado
pelos termos da renda. E, a inversa também é verdadeira.

−n
t −w 1−(1+i )
R( t+ w ) Post =(1+i) ×C ×
i
Ou
n
(1+i) −1
R( n) Post =C ×
i
Exemplo:
1. Para liquidação de equipamento adquirido, a firma X, estabeleceu com o vendedor o
pagamento em 3 prestações anuais de 500 contos cada, incluindo juros à taxa de juro
composto de 20% ao ano.
Quanto deveria pagar se pretendesse liquidar o valor total no fim do terceiro ano,
considerando:

I – A 1ª prestação venceu-se 1 ano após a compra;

Dados
n = 3anos
i = 20% a.a
C = 500cts, postecipada., t=3
−n
t −w 1−(1+i )
R( t+ w ) Post =(1+i) ×C ×
i
−3
3−0 1−(1+20 %)
R(3 ) Post =(1+20 %) ×C×
20 %
R( 0) Post =1.820 cts
ou
n
(1+i) −1
R( n) Post =C ×
i
(1+20 % )3−1
R(3 ) Post =500 ×
20 %
R(3 ) Post =1.820 cts

2.3.1.2. De termos antecipados


Ao contrário da modalidade anterior, os termos da renda vencem-se no início de cada período
e não no fim, o que corresponde a antecipar um período no vencimento de todos os termos da
renda.

12
Como consequência, o valor actual de cada um e de todos os termos aumenta, pois, é
actualizado menos um período.

Representa-se por : t=0

−n
t −w 1−(1+i)
R( 0) Ant =(1+ i) ×(1+i) ×C ×
i

Segundo as propriedades de potências, multiplicação de potências com bases iguais e


expoentes diferente, teremos:

(1+i)t −w × ( 1+i )=(1+i)1+t −w

−n
1+t −w 1−(1+ i)
R( 0) Ant =(1+ i) ×C×
i

Exemplo:

1. Pagamento em 3 prestações anuais de 500 contos cada, incluindo juros à taxa de juro
composto de 20% ao ano.
Determine:
Quanto deveria pagar se pretendesse liquidar no acto da compra toda a sua
dívida, considerando:
II – A 1ª prestação, venceu-se no acto da compra

Dados
n = 3anos
i = 20% a.a
C = 500cts, Antecipada., t=0
−n
1+t −w 1−(1+ i)
R( 0) Ant =(1+ i) ×C×
i
−3
1+0−0 1−(1+ 20 %)
R( 0) Ant =(1+ 20 %) ×500 ×
20 %
R( 0) Ant =1.263,89 cts

Do mesmo modo, o valor acumulado pelo somatório dos termos da renda no fim do último
período, também aumenta de igual modo, uma vez que cada termo da renda irá acumular mais
um período de juros; sofre ou beneficia de um período adicional de capitalização.

Representa-se por: t=n+w

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−n
1+t −w 1−(1+ i)
R( 0) Ant =(1+ i) ×C×
i
ou
n
(1+i ) −1
R( n) Ant =(1+ i)× C ×
i
Exemplo:
1. Para liquidação de equipamento adquirido, a firma X, estabeleceu com o vendedor o
pagamento em 3 prestações anuais de 500 contos cada, incluindo juros à taxa de juro
composto de 20% ao ano.
Quanto deveria pagar se pretendesse liquidar o valor total no fim do terceiro ano,
considerando:

II – A 1ª prestação, venceu-se no acto da compra.

Dados
n = 3anos
i = 20% a.a
C = 500cts, antecipada., t=3
−n
1+t −w 1−( 1+i )
R(3 ) Ant =( 1+i) ×C×
i
1−(1+20 % )−3
R(3 ) Ant =( 1+ 20 %)1+3−0 ×500 ×
20 %
R(3 ) Ant =2.184 cts
Ou
n
(1+i ) −1
R( n) Ant =(1+ i)× C ×
i
3
(1+20 %) −1
R(3 ) Ant =(1+ 20 %)× 500×
20 %
R( n) Ant=2.184 cts

2.3.1.3. Rendas diferidas


Por definição, uma renda é diferida quando o início do seu primeiro período é posterior ao
momento actual, ou, como dizemos por simplificação, ao momento zero.

O número de períodos que decorre desde o momento actual (zero) até ao início do período do
primeiro termo é designado como o prazo de diferimento - w.

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2.3.1.3.1. De termos normais (ou postecipados)
Deste modo, para calcular o valor actual de uma renda diferida de w períodos, torna-se
necessário actualizar todos os termos de mais w períodos do que uma renda imediata.

O valor actual de uma renda diferida de w períodos e de termos normais, representa-se pela
expressão:

−n
t −w 1−(1+i )
R( t+ w ) Post =(1+i) ×C ×
i
Valor actual de um conjunto de rendas diferidas de w e postecipadas

O valor acumulado no final do último período da renda, ou seja, no final do período do último
termo da renda, isto é, n+w, será exactamente igual ao valor acumulado por uma renda
imediata e de termos normais no final do período n, pelo que o algoritmo de cálculo é
exactamente o mesmo.

Exemplo:

Um empréstimo de 30 000 contos, contraído à taxa annual efectiva de 25%, é amortizável em


vinte anos através de pagamentos quadrimestrais constantes, vencendo-se o primeiro dentro
de 7 meses. Qual o valor de cada quadrimestralidade?

Dados
n = 20anos = 60 quadrimestres
i = 25% a.a

3
C =?, postecipada., w=7 meses = (1+ )quadrimestres
4
R= 30.000 Cts

( 1+i )=(1+ i1 /m )m , taxa efectiva


Onde i−taxa de período maior

i 1/ m−taxa de período menor

m=P> ¿ ¿
12(número de meses do ano)
P<¿ , m= =3¿
4 (nr de meses de quadrimestre )

( 1+25 % )= 1+i 1 3=( √3 1,25 ) =( 1+i 1/ m ) =7,722% a . q


( m )
−n
t −w 1−(1+i )
R( t+ w ) Post =(1+i) ×C ×
i

15
3
0−(1+ )
4 1−(1+7,722 %)−60
30.000=(1+7,722 %) ×C ×
7,722 %
30.000=C ×11,2383363
30.000
C=
11,2383363
C=2 .669,43 cts
2.3.1.3.2. De termos antecipados
O valor actual de uma renda diferida de w períodos e de termos antecipados, representa-se
pela expressão:
−n
1+t −w 1−(1+ i)
R( 0) Ant =(1+ i) ×C×
i
Valor actual de um conjunto de rendas diferidas de w e antecipadas
Tal como na modalidade anterior, o valor acumulado no final do último período da renda, ou
seja, no final do período n+w, será igual ao que resultaria de uma renda imediata de termos
antecipados no final do período n, pelo que o cálculo se efectua do mesmo modo.
Exemplo:

Um empréstimo de 30 000 contos, contraído à taxa annual efectiva de 25%, é amortizável em


vinte anos através de pagamentos quadrimestrais constantes, vencendo-se o primeiro dentro
de 7 meses. Qual o valor de cada quadrimestralidade?

Dados
n = 20anos = 60 quadrimestres
i = 25% a.a=7,722% a.Q

3
C = ?, antecipada., w=7 meses = (1+ )quadrimestres
4
R= 30.000 Cts

( 1+i )=(1+ i1 /m )m , taxa efectiva


Onde i−taxa de período maior

i 1/ m−taxa de período menor

m=P> ¿ ¿
12(número de meses do ano)
P<¿ , m= =3¿
4 (nr de meses de quadrimestre )

( 1+25 % )= 1+i 1 3=( √3 1,25 ) =( 1+i 1/ m ) =7,722%a.q


( m )
−n
1+t −w 1−(1+ i)
R( 0) Ant =(1+ i) ×C×
i

16
( 34 )+1
0− 1 + 1−(1+7,722 %)
−60
30.000=(1+7,722 %) ×C ×
7,722 %
30.000=C ×13,5351507
30.000
C=
13,5351507
C=2.216,45 cts
1.1. Rendas fraccionadas - quando o período da renda e o da taxa não coincide.

Exemplo:

Calcule o valor actual de uma renda de 12 trimestralidades constantes iguais a 2 000 contos,
cujo primeiro vencimento ocorrerá a um ano e meio, sendo 12% a taxa annual efectiva de
avaliação.

O primeiro passo é converter a taxa para o período da renda, com base a trabalhar com
períodos iguais, isto é, o período de pagamento dos termos. Para isto, usa-se a fórmula de
taxas equivalentes ou efectivas. ( 1+i )=(1+ i1 /m )m , taxa efectiva

onde ,m=P> ¿ ¿
P<¿ , ¿
i−taxa de período maior
i 1/ m−taxa de período menor
Dados
n = 12 trimestralidades
i = 12% a.a=2,874% a.t

C = 2.000Cts, postecipada, w=1,5 anos = 6 trimestres

R= ?

( 1+i )=(1+ i1 /m )m , taxa efectiva

m=P> ¿ ¿
12(número de meses do ano)
P<¿ , m= =4 ¿
3(nr de meses de trimestre)

( 1+12 % ) = 1+i 1 4 =( √4 1,12) =( 1+i 1/ m ) =2,874 %a. t


( m )
−n
t−w 1−(1+i)
R( 0) post =(1+i ) ×C ×
i
−12
0−6 1−(1+2,874 %)
R( 0) post =(1+2,874 %) × 2.000 ×
2,874 %
R( 0) post =16.922,57 cts

17
2.4. Rendas temporárias de termos Variáveis
Quando os termos de uma renda são variáveis quaisquer, (isto é, não apresentam nenhum
padrão de evolução) a única forma de calcular os seus valores acumulado e actual consiste em
capitalizar e/ou actualizar todos e cada um dos seus termos, um a um, para o momento
desejado. Porém, se os seus termos variarem de acordo com um determinado padrão, exemplo
em progressão aritmética ou progressão geométrica, é possível calcular os seus valores actual
e acumulado de forma mais rápida e cómoda.

2.4.1. Rendas de termos variáveis em Progressão aritmética


Genericamente, os termos da renda variando em progressão aritmética de razão “r”
(diferença), sendo o primeiro deles no valor “T1”, são

C1; C1+r; C1+2r;C1+3r;…;C1+(n−3)r; C1+(n−2)r;C1+(n−1)r

2.4.1.1. Rendas imediatas Rendas de termos normais (postecipados)


Valor actual
O valor actual da renda de termos variáveis em progressão aritmética é:

( )
−n
r 1−( 1+ i ) n×r
R( 0)= C1 + + n ×r × −
i i i

Onde

C1 – primeiro termos
n – número de termos
i – taxa de juro
r - razão
Valor acumulado

Temos que achar o valor da renda reportado ao vencimento do último termo, momento n,
então basta capitalizar o valor actual.

( )
n
r ( 1+ i ) −1 n× r
R( n) = C1 + × −
i i i
2.4.1.2. Valor actual e acumulado de rendas antecipadas

[( ) ]
−n
r 1−( 1+i ) n× r
R( 0)= C 1+ +n ×r × − × ( 1+ i ) valor actual
i i i

[( ) ]
n
r ( 1+i ) −1 n ×r
R( n) = C 1+ × − × ( i+ 1 ) valor acumulado
i i i

18
2.4.1.3. Rendas diferidas
Para os termos variáveis o tratamento das rendas diferidas é igual do descrito nas rendas de
termos constantes.
Valor actual
Deste modo, para calcular o valor actual de uma renda diferida de w períodos, torna-se
necessário actualizar todos os termos de mais w períodos do que uma renda imediata.
O valor actual de uma renda diferida de w periodos e de termos normais, representa-se pela
expressão:

[( ) ]
−n
r 1−( 1+i ) n× r
R( 0)= C 1+ +n ×r × − × ( 1+ i )−w valor actual de rendas diferidas
i i i

Valor acumulado

Tal como na modalidade anterior, o valor acumulado no final do último período da renda, ou
seja, no final do período n+w, será igual ao que resultaria de uma renda imediata de termos
normais no final do período n, pelo que o cálculo se efectua do mesmo modo.

Para o cálculo do valor da renda em qualquer momento “t” de uma série de prestações
constantes fica:

[( ) ]
−n
r 1−( 1+i ) n ×r
R( t) = C 1 + +n × r × − × ( i+1 )t−w post . no momento t
i i i

[( ) ]
−n
r 1−( 1+i ) n ×r 1+t −w
R( t) = C 1 + +n × r × − × ( i+1 ) a nt . no momentot
i i i

2.4.2. Rendas temporárias de termos variáveis em Progressão Geométrica


Genericamente, os termos da renda variando em progressão geométrica de razão “r”, sendo o
primeiro deles no valor “C1”, são:

C 11 ; C 1× r 1 ;C 1 × r 2 ; C 1 ×r 3 ; C 1 ×r n−3 ;C 1 ×r n−2 ; C 1× r n−1

2.4.2.1. Rendas de termos normais (postecipados)


Valor actual

Pretende-se o valor desta renda reportado ao momento actual, para calcular o valor actual da
renda basta somar o valor de todos os termos, depois de actualizados para o momento zero, à
taxa de juro estipulada, ou seja: 𝑡=0

C1 (1+i)n−r n
R ( o) = × Valor actual de rendas normais variáveis em ProgressãoGeométrica
(1+i)n (1+i )−r

19
Valor acumulado

Para calcular o valor acumulado da renda, teremos de somar os valores capitalizados ou


acumulados de todos os termos para o momento n, ou seja o fim do período do último termo
da renda, à taxa de juro convencionada, pelo que teremos:

n n
r −(1+i)
R( n)=C 1 × Valor a cumulado de rendas normais variáveis em Progressão Geométrica
r−( 1+i )

2.4.2.2. Rendas de termos antecipados


Valores actual e acumulado

Para as renda de termos antecipados temos que partir das rendas normais e capitalizar mais
um período.

C 1 ×(1+i) r n−(1+i)n
R ( o) = × Valor actual de rendas ant . variáveis em ProgressãoGeométrica
(1+i )n r− (1+i )

n n
r −(1+i)
R( n)=C 1 ×(1+i) × Valor a cumulado de rendas normais variáveis em Progressão Geométrica
r−( 1+i )

2.5. Rendas perpétuas


Uma renda é perpétua se o número dos seus termos é (ou pode ser considerado) ilimitado. Nas
rendas perpétuas, apenas faz sentido falar do seu valor actual, nunca do seu valor acumulado.

Por outro lado, quando se diz que o número de termos é ou pode ser considerado ilimitado,
isso não significa obrigatoriamente que “n” tenha que ser (ou tende para) infinito! Apenas
significa que “n” é suficientemente elevado para que se possa assumir a renda como sendo
perpétua. Aquilo que determina se uma determinada renda é (ou pode ser considerada)
perpétua não é o valor do “n”, por si só, ma sim em conjunto com a taxa de Juro.

2.5.1. Rendas perpétuas de termos constantes


Tal como para as rendas inteiras, também para as rendas fraccionadas a determinação do valor
acumulado não é possível nas rendas perpétuas.

Quanto à determinação do valor actual, procede-se como nas rendas inteiras adaptando os
algoritmos anteriormente deduzidos a cada combinação de renda/termos.

Assim teremos:

−w 1
R( 0)=(1+ i) ×C × para rendas de termo s postecipados
i

20
−w +1 1
R( 0)=(1+ i) ×C× para rendas de termos antecipados
i

3. Sistema de Amortizações
Alguns conceitos básicos usados no mercado de capitais. (Lima & Vanzella, 2019)

 Amortização: é o pagamento do principal.


 Juros: é o custo do capital tomado emprestado.
 Prestação: é o pagamento conjunto da amortização mais os juros relativos ao saldo
devedor do período anterior.
 Saldo devedor: é o restante da dívida após a realização de um pagamento.
Amortização – processo de liquidação de uma dívida através de pagamentos periódicos.

A amortização de uma dívida pode ser processada de várias formas:

1. Pagamento, no vencimento, do capital (principal) mais juros capitalizados;


2. Pagamento dos juros periodicamente e do capital somente no vencimento;
3. Pagamento da dívida em prestações periódicas, constituídas de juros e quotas de
amortização do capital.
3.1. Sistema francês de amortização ou sistema Price
O sistema francês ou sistema Price é o mais utilizado pelas instituições financeiras e pelo
comércio em geral. (Bagatini, 2010). Nesse sistema, o mutuário obriga-se a devolver o
principal mais os juros em prestações iguais e periódicas, a partir do instante em que
começam a ser pagas.

O devedor paga o empréstimo com prestações constantes, periódicas e postecipadas. O valor


da amortização do capital (valor presente) aumenta a cada período enquanto as parcelas de
juros diminuem no mesmo valor mantendo as prestações iguais em todos os períodos.

É um dos sistemas mais utilizados, pois permite ao devedor um melhor planeamento dos
pagamentos em razão das prestações serem constantes.

A amortização é crescente em progressão geométrica de razão igual a e o juro é


decrescente.

Suponha-se o empréstimo E, a ser pago em prestações iguais C, a uma taxa de juros


(expressa na mesma unidade de tempo do período dos pagamentos), pelo sistema Price. As
21
prestações são calculadas como se fossem os termos C de uma renda imediata cujo valor
presente é E, o valor das prestações iguais é dado pela fórmula:

−n
−w 1−(1+i)
E=(1+i ) × C ×
i

i 1
C=E × −n
× −w
1−(1+ i) (1+i)

C – prestação

E – Empréstimo

I – Taxa de Juro

W – Período de Diferimento

n – Número de prestações

Exemplo:

1. Empréstimo de 300 000 contos pelo prazo de 4 anos, à taxa de juro annual de 10%.
Construa o quadro de amortização, considerando o sistema francês.
i 1
C=E × −n
× −w
1−(1+ i) (1+i)

10 % 1
C=300.000 × −4
×
1−(1+10 % ) (1+10 %)0

C=94.641,24

n Emprestimo Ar. Divida Juros (10%) Prestaçao S. da Divida


1 300,000.00 64,641.24 30,000.00 94,641.24 235,358.76
2 235,358.76 71,105.37 23,535.88 94,641.24 164,253.39
3 164,253.39 78,215.90 16,425.34 94,641.24 86,037.49
4 86,037.49 86,037.49 8,603.75 94,641.24
Onde:
Juros = Empréstimo * i
Ar. Dívida = Prestação – Juros
Saldo da Dívida = Empréstimo – Ar. Dívida

22
2. Empréstimo de 500 000 contos pelo prazo de 5 anos, à taxa de juro annual de 20%,
com um período de diferimento total de 2 anos. Construa o quadro de amortização,
considerando Sistema Francês.
i 1
C=E × −n
× −w
1−(1+ i) (1+i)
20 % 1
C=500.000 × −5
×
1−(1+20 %) (1+20 % )−2
C=240.753,2864
n Emprestimo Ar. Divida Juros (20%) Prestaçao S. da Divida
1 500,000.00 - 100,000.00 - 600,000.00
2 600,000.00 - 120,000.00 - 720,000.00
3 720,000.00 96,753.39 144,000.00 240,753.39 623,246.61
4 623,246.61 116,104.06 124,649.32 240,753.39 507,142.55
5 507,142.55 139,324.88 101,428.51 240,753.39 367,817.67
6 367,817.67 167,189.85 73,563.53 240,753.39 200,627.82
7 200,627.82 200,627.82 40,125.56 240,753.39

3.2. Sistema de Amortização Constante (SAC) ou Sistema Inglês


O devedor paga a dívida em prestações periódicas postecipadas. As prestações englobam
juros e amortizações do capital. O valor da amortização é constante em todos os períodos e a
taxa de juros incidindo sobre o saldo devedor faz com que as parcelas de juros diminuam a
cada período. Portanto as prestações são decrescentes.

No Sistema de Amortização Constante (SAC), as parcelas de amortização do principal são

sempre iguais (ou constantes). O valor da amortização é calculado através da divisão do

capital emprestado E pelo número de amortizações . Os juros são calculados, a cada


período, multiplicando-se a taxa de juros contratada pelo saldo devedor existente sobre o
período anterior, assumindo valores decrescentes nos períodos. A prestação, a cada período, é
igual à soma da amortização e dos encargos financeiros (juros, comissões, etc.), sendo
periódica, sucessiva e decrescente em progressão aritmética, de razão igual ao produto da taxa
de juros pela parcela de amortização.

Resumindo:

 Forma de amortização de um empréstimo por prestações que incluem os juros,


amortizando assim partes iguais do valor total do empréstimo. O valor das prestações
é decrescente, já que os juros diminuem a cada prestação.
23
 O SAC é um dos tipos de sistema de amortização utilizados em financiamentos
imobiliários.
 A principal característica do SAC é que ele amortiza um percentual fixo do valor
principal desde o início do financiamento.
 Esse percentual de amortização é sempre o mesmo, o que faz com que a parcela de
amortização da dívida seja maior no início do financiamento, fazendo com que o
saldo devedor caia mais rapidamente do que em outros mecanismos de amortização.
E
Assim, A= n ; Saldo Devedor de ordem , ;

Parcela de juros de ordem , , para

Prestação=Amortização + Juros

Razão da progressão aritmética (PA) = .

Exemplo:

1. Empréstimo de 300 000 contos pelo prazo de 4 anos, à taxa de juro annual de 10%.
Construa o quadro de amortização, considerando o sistema Inglês.

n Emprestimo Ar. Divida Juros (10%) Prestaçao S. da Divida


1 300,000.00 75,000.00 30,000.00 105,000.00 225,000.00
2 225,000.00 75,000.00 22,500.00 97,500.00 150,000.00
3 150,000.00 75,000.00 15,000.00 90,000.00 75,000.00
4 75,000.00 75,000.00 7,500.00 82,500.00

3.3. Sistema de Amortização Americana


No Sistema Americano, o principal é liquidado em uma única parcela no final do prazo do
financiamento ou empréstimo. Quanto aos juros, eles podem ser liquidados apenas no
vencimento do principal, caracterizando o Sistema Bullet, ou liquidados em parcelas
periódicas (“cupons”), caracterizando o sistema padrão. Observe que o Sistema Americano
pode ser reduzido a um Fluxo de Caixa com uma entrada e apenas uma amortização, com
prazo de carência igual ao prazo do financiamento.

Características:

 Os juros incidem sobre o valor original da dívida (juros simples).

24
 O devedor pode quitar sua dívida quando quiser.
 O pagamento de juros pode, em tese, ser perpétuo mesmo quando já se pagou o
equivalente à dívida em si, logo exige maior controle no fluxo de caixa para saldar a
dívida.
 Permite o pagamento parcial da dívida, reduzindo o valor dos juros
proporcionalmente.
 Indicado quando está previsto o recebimento de uma quantia futura suficiente para
quitar a dívida.

Quanto ao sistema de amortização os empréstimos podem ser:

 Sistema de Amortização Não Sistemática – quando não obedece a um sistema


previamente estabelecido mas sim de acordo com o critério de oportunidade, são
utilizados nos casos em que o devedor se encontra monetariamente falido.
 Sistema de Amortização Sistemática – quando obedece a um sistema previamente
estabelecido quanto ao reembolso do capital e ao pagamento de juros.
A amortização sistemática pode ser através de um reembolso de uma só vez que ocorre no
final da vida do empréstimo.

Quanto ao juro pode ser:

a) Como pagamento periódico com o mesmo que equipara-se ao regime de capitalização


simples.
b) Com acumulação de juro ou de capital que equipara-se ao regime de capitalização
composta.
3.3.1. Plano de Fundo de Amortização
Trata-se de uma renda de acumulação com o reembolso de uma só vez acompanhado com a
constituição de um plano de fundo de amortização.

A existência de um PFA não constitui a garantia do pagamento do empréstimo para o credor


pois o fundo é pertencente ao devedor e este pode desviá-lo para satisfazer outras
necessidades ou deixar de fazer as respectivas colocações.

Cn=C 0×(1+i)n

25
n
(1+i) −1
R(w+n) =c ×
i

Onde:

C – Prestação

C0 – Capital Inicial

Cn = R – Capital Acumulado

Exemplo:

1. Para efeitos de reequipamento industrial, certa sociedade contraiu um empréstimo de


10 000 contos junto de uma instituição financeira, comprometendo-se a reembolsar
capital e juros à taxa de 4,5% no fim de 5 anos.
Para satisfazer o pagamento da dívida no vencimento, a sociedade resolveu depositar, no fim
de cada ano uma quantia constante num fundo de amortização, rendendo juros à taxa de 5%.
Determine o valor da colocação e construa o plano de fundo de amortização.

Dados
E – 10.000 Cts
n = 5 anos
i= 4,5%
n
Cn=C 0×(1+i)

Cn=10.000 ×(1+4,5 %)5

Cn=12.461,819 Cts

5
(1+5 % ) −1
12.461,819=c ×
5%

c=2.255,275

n Colocaçao Juros (5%) Valor Acd


1 2,255.28 - 2,255.28
2 2,255.28 112.76 4,623.31
3 2,255.28 231.17 7,109.75
4 2,255.28 355.49 9,720.52
5 2,255.28 486.03 12,461.82

26
27
Referências Bibliográficas
BAGATINI, A. F.. Sistemas de Amortização de Empréstimos. 2010.

COELHO, S. Manual Técnico de Cálculo Financeiro. Lisboa: Fast ao Estudo. 1999.

DISCIPLINA, o. g. (s.d.). Matemática Financeira II - Ficha de Apontamentos e Exercícios.


Instituto Superior de Gestão, Comércio e Finanças, Faculdade de Administração e
Gestão, Maputo.

FERREIRA, & LOPES.. Conceitos Fundamentais de Matemática Financeira e engenharia


económica. Porto: ISEP. 2007.

LIMA, M. d., & VANZELLA, E.. Matemática Financeira. Brasil. 2019

MATIAS, R. . Cálculo Financeiro. Teoria e Prática. Lisboa: Escolar. 2009

28

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