Reino Fungi

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inda que possuam espécies bem variáveis, as 

características gerais do
Reino Fungi são:
 São organismos eucariontes, ou seja, apresentam núcleo bem definido e
delimitado pela carioteca (tipo de membrana) e possui organelas membranosas.
 A maioria é pluricelular, são vistos a olho nu e possuem uma morfologia
(formato e estrutura) bem característica. Estudaremos no próximo tópico!
Contudo, há importantes espécies unicelulares que são microscópicas e só
realizam reprodução assexuada, como leveduras e fermentos biológicos.
 Podem ser encontrados em diferentes habitats, de florestas até casas, mas
preferem os ambientes úmidos e escuros.
 São todos heterotróficos, ou seja, dependem da ingestão da matéria orgânica
de outro ser vivo.
 Podem ser parasitas, saprófagos (decompositores de seres que morreram),
viver em relações mutualísticas ou ser predadores (raro).
 Na maioria dos fungos, a parede celular é complexa e constituída
de quitina, um polissacarídeo encontrado no esqueleto dos artrópodes.
 O carboidrato de reserva energética da maioria dos fungos é o glicogênio,
assim  como os animais e diferentemente das plantas (amido).
 A explicação completa você encontra no tópico Fisiologia dos fungos, mas
saiba que eles podem ter reprodução sexuada ou assexuada,
fazem digestão extracelular e sua respiração pode ser anaeróbica ou aeróbica.
Inicialmente, os fungos foram classificados como seres do Reino Vegetal
por possuírem características semelhantes às das planta. Contudo,
também foram notadas características do Reino Animal, logo, criou-se um
reino próprio para estes seres!

Morfologia: estrutura dos fungos


A morfologia dos fungos pluricelulares complexos é constituída por duas
partes principais:

 Talo ou Corpo de frutificação: parte mais visível, “carnosa”, responsável


pela reprodução do fungo e que possui esporos, as células reprodutoras.
 Micélio: constituído por uma trama de filamentos como uma fina rede que
fica no substrato (solo, pedra, animal) e percorre para todo o interior do
organismo, sendo que cada filamento recebe o nome de hifa. 
As hifas são filamentos microscópicos onde está contido o material
genético dos fungos e elas podem ser de 2 tipos:
 Hifas cenocíticas: presentes em fungos simples, o fio é contínuo e o
citoplasma contém numerosos núcleos.
 Hifas septadas: presente em fungos mais complexos, há paredes divisórias que
separam a parte interior das hifas em segmentos haplóides (1 núcleo) ou
diplóides (2 núcleos). Há poros que permitem o livre trânsito entre os
compartimentos.

Tipos e classificação dos fungos


De acordo com as categorias taxonômicas, criou-se grupos que vão
dividindo os seres em agrupamentos com características cada vez mais
semelhantes. Assim, temos os Reinos e cada Reino possui sua Classe.
Veja as 5 subdivisões do Reino Fungi:
 Quitridiomicetos: São um dos mais primitivos e vivem em meio aquático ou
em solos úmidos. Alimentam-se por absorção da matéria orgânica que se
decompõe e podem parasitar algas, protozoários, fungos, plantas e animais.
Algumas espécies podem causar pragas para o cultivo de milho.
 Ascomicetos: São os que formam estruturas reprodutivas sexuadas,
conhecidas como ascos, onde produzidos esporos. Incluem alguns tipos
de bolores, trufas e há a exceção das leveduras que são unicelulares e
assexuada.
 Basidiomicetos: Também possuem estruturas reprodutoras sexuadas,
denominadas de basídios, produtores de esporos. Contudo, os representantes
do grupo inclui cogumelos, orelhas-de-pau, e alguns causadores de doenças
em plantas, conhecidos como “ferrugem e carvão”.
 Zigomicetos: São tipos de fungos profusamente distribuídos pelo ambiente,
podendo atuar como decompositores ou como parasitas de animais. O bolor
que cresce em frutas é um exemplo e seu corpo de frutificação é
uma penugem branca que lembra filamentos de algodão.
 Deuteromicetos: Também conhecidos como fungos conidiais ou
imperfeitos, constituem um grupo de qualquer fungo que não se encaixar
em um dos 4 acima. De modo geral, reproduzem-se assexuadamente mas
alguns tem suas especificidades. Algumas espécies de Penicillium pertencem a
esse grupo.

Fisiologia do Reino Fungi


A fisiologia é o estudo das funções metabólicas de um organismo. Embora
sejam seres aparentemente simples, com característica de misturadas
entre plantas e animais, possuem mecanismos próprio e interessantes
de sua digestão, respiração e reprodução, veja:

Digestão nos fungos


Como foi dito, os fungos são todos heterótrofos e obtém seu alimento
de diferentes formas: decomposição, predação, parasitismo ou relações
mutualísticas. 

Em todos os casos mencionados, os fungos liberam enzimas digestivas para


fora de seus corpos que degradam a substância de que irá se alimentar.
Assim, tudo é facilmente absorvido pelo fungo como uma solução
aquosa, constituindo uma digestão extracelular e alimentação por absorção.

Respiração dos Fungos


A respiração nada mais é que a troca gasosa de um organismo. Embora os
tipos mais comuns sejam a respiração pulmonar e a difusão celular, nós
podemos dividir a respiração em dois grandes grupos:
 Respiração Aeróbica: processo que necessita da existência do Oxigênio para
ocorrer
 Respiração Anaeróbica: não precisam da presença do Oxigênio e pode ser de
dois tipos: fermentação alcóolica ou não-alcóolica.
Os fungos podem fazer ambas as respirações, depende da espécie. Aqueles
que fazem fermentação alcoólica são as leveduras e os fermentos.
Além disso, podemos classificá-la como obrigatórias ou não. Quando se
diz que um fungo é anaeróbio obrigatório, significa que ele só realiza
aquele tipo de respiração. Quando dizemos facultativo, é porque pode
realizar ambas, de acordo com as condições da atmosfera do ambiente
em que estiver.

Reprodução dos fungos


Você já deve ter percebido que os fungos são muito diversos e possuem
várias características duplas, e com a reprodução não é diferente!
Eles podem realizar os dois tipos de reprodução: assexuada ou sexuada!
Muitos alternam a reprodução sexuada com a assexuada, em outros,
pode ocorrer apenas reprodução sexuada ou apenas a reprodução
assexuada.

Reprodução Assexuada
Cada espécie de fungo pode realizar um tipo de reprodução sexuada,
confira;

 Fragmentação
A maneira mais simples de um fungo filamentoso se reproduzir
assexuadamente é por fragmentação: um micélio se fragmenta, é
dispersado no substrato e origina novos micélios.

 Brotamento ou gemulação
Leveduras como Saccharomyces cerevisae se reproduzem por
brotamento ou gemulação. Os brotos (gêmulas) normalmente se
separam do genitor mas, eventualmente, podem permanecer grudados,
formando cadeias de células e novos indivíduos.

 Esporulação
Nos fungos terrestres, os corpos de frutificação produzem
muitos esporos por mitose, que são leves e espalhados pelo vento ao
redor. Cada esporo, quando cai em um substrato apropriado, é capaz de
gerar sozinha um novo ser.
Em certos fungos aquáticos, os esporos são dotados de flagelos, uma
adaptação à dispersão em meio líquido. Por serem móveis e nadarem
ativamente, esses esporos são chamados zoósporos.

Reprodução Sexuada
A reprodução sexuada é caracterizada pela produção de gametas por ambos
os sexos, que se fundem na fecundação para o início de um novo ser vivo.
Dessa forma, há cruzamento de diferentes materiais genéticos.
No ciclo reprodutivo de alguns fungos aquáticos, há a produção
de gametas flagelados, que se fundem e geram zigotos que se desenvolverá
em um novo indivíduo. 
Nos fungos terrestres, existe um ciclo de reprodução no qual
há produção de esporos por meiose. Desenvolvendo-se, esses esporos
geram hifas haploides que posteriormente se fundem e geram novas
hifas diplóides, dentro dos quais ocorrerão novas meioses para a
produção de mais esporos meióticos. 
A reprodução sexuada dos fungos ocorre em três etapas:
 Plasmogamia: Nessa etapa, as hifas monocarióticas (que possuem somente um
núcleo) haploides dos fungos se unem formando hifas dicarióticas, com os
núcleos organizados em pares (fusão de protoplasma);
 Cariogamia: Os pares de núcleos se fundem e dão origem a núcleos diplóides
(com dois conjuntos de cromossomos);
 Meiose: Os núcleo diplóides se dividem por meiose e dão origem a esporos,
que germinam formando novos fungos.
A alternância de meiose e fusão de hifas (que se comportam como gametas)
caracteriza o processo como sexuado.

Relações ecológicas no Reino


Fungi

Os fungos podem realizar diferentes relações ecológicas como já foi


visto (predação, parasitismo, etc). Mas, na relação de mutualismo, os
fungos podem assumir duas importantes formas:
 Micorrizas:

Ocorre quando fungos se associam com as raízes de plantas, e formam essa


estrutura chamada micorriza (mico= fungo; rizas = raízes). 
Nesses casos os fungos degradam materiais do solo, absorvem
esses minerais e os transferem à planta, propiciando-lhe um crescimento
sadio. A planta, por sua vez, cede ao fungo certos açucares e aminoácidos de
que ele necessita para viver.
Algumas plantas que formam as micorrizas naturalmente são
o tomateiro, o morangueiro, a macieira e gramíneas em geral. Também
são frequentes em plantas típicas de ambientes com solo pobre de nutrientes
minerais, como o bioma brasileiro do Cerrado.
 Líquens:

Os líquens são formados por uma associação entre algas clorofiladas


e fungos. As algas fazem fotossíntese, produzindo matéria orgânica que é o
único alimento do fungo em questão. 
Já o fungo, cria um ambiente que retém umidade e nutrientes inorgânicos. Essa
ambientação protege a alga e permite a realização da fotossíntese. 
É uma relação obrigatória porque nem a alga, nem o fungo poderiam viver
nesses ambientes (rochas, madeiras e certos tipos de solo), se não
estivessem associados na forma de líquen. Se o líquen for destruído,
alga e fungo morrerão. 

Importância do Reino Fungi

Importância Ecológica dos fungos


Os fungos saprófagos são responsáveis por grande parte da degradação
da matéria orgânica, propiciando a reciclagem de nutrientes e manutenção
das Cadeias alimentares. No processo da decomposição, a matéria orgânica
contida em organismos mortos é devolvida ao ambiente, podendo ser
novamente utilizada por outros organismos.
Além disso, por meio das relações mutualísticas que faz, pode contribuir
para melhorar a condição do solo para reflorestamento de áreas devastadas
por meio da atuação dos  líquens. E em ambientes como o Cerrado,
permite melhor adaptação e nutrição de plantas por meio da atuação das
micorrizas.

Importância Econômica / Alimentar e


medicinal dos fungos
Alguns fungos são utilizados no processo de fabricação de bebidas alcoólicas,
como a cerveja e o vinho. Nesses processos, o fungo utilizado pertence à
espécie Saccharomyces cerevisiae, capaz de transformar o açúcar em
álcool etílico e CO2.
Além disso, também são utilizados no processo de preparação do pão,
bolos e massas de sobremesa. Neste último caso, o CO2 que vai sendo
formado se acumula no interior da massa, originando pequenas bolhas que
tornam o pão poroso e mais leve. 
Imediatamente antes de ser assado, o teor alcoólico do pão chega a
0,5%; ao assar, esse álcool evapora, dando ao pão um aroma agradável.
O aprisionamento do CO2 na massa só é possível devido ao alto teor de glúten
na farinha de trigo, que dá a “liga” do pão. Por isso, os pães feitos com
farinhas pobres em glúten não crescem tanto.
A indústria de laticínios também emprega fungos, como é o caso do
Penicillium camemberti e do Penicillium roqueforte, empregados na
fabricação dos queijos Camembert e Roquefort, respectivamente. Gonzola e
Brie são outros exemplos disso.
Por último, existem algumas espécies de fungos são utilizadas diretamente
como alimento pelo homem. é o caso da Morchella e da espécie Agaricus
brunnescens, o popular cogumelo champignon. 
Quanto à medicina, a Penicilina foi o primeiro antibiótico descoberto na
história, salvando milhões de vidas ao longo da história! Conheça
a história da descoberta desse remédio no último tópico do artigo Reino
Monera!

Doenças causadas por fungos


Apesar de todos os aspectos positivos, os fungos parasitas
provocam doenças em plantas e em animais, inclusive no homem.
A ferrugem do cafeeiro, por exemplo, é uma parasitose provocada por
fungo nas folhas de plantações de soja e milho. Surgem pequenas manchas
negras na folhas indicando necrose e a folha e sob ataque adquire uma
coloração de ferrugem.
Isso é possível porque os fungos parasitas das plantas possuem hifas
especializadas – haustórios – que penetram usando os estomas como porta
de entrada para a estrutura vegetal. Assim eles sugam o açúcar da
planta até sua morte.
Há também doenças nos seres humanos causadas por fungos, veja:

Micose, Frieira e Sapinho


As micoses são infecções causadas por fungos que atingem a pele, as unhas
e os cabelos. Podem afetar também as mucosas como a da boca, o que
chamamos de sapinho, muito comum em crianças. 
As mais comuns ocorrem na pele, mas podem espalhar em qualquer
parte da superfície do corpo. Ptiríase e pé-de-atleta são nomes
populares para as micoses de couro cabeludo e pés, respectivamente.

Candidíase
Essa é uma das infecções fúngicas mais conhecidas, principalmente entre
mulheres. Ela é causada pelo fungo Candida albicans que
provoca inflamação na região genital, coceira e secreção. Esse agente já faz
parte da flora vaginal em pequenas quantidades, contudo, o desequilíbrio é
capaz de trazer danos ao corpo. 

Aspergilose
A aspergilose é uma infecção pulmonar causada pelo fungo Aspergillus
fumigatus. Essa condição é capaz de atingir os pulmões porque podem
provocar a formação coágulos de sangue na região. 
Pessoas que sofrem com essa doença podem não apresentar sintomas
ou podem também ter febre, dificuldade respiratória, além de tosse com
expectoração de sangue. Em casos mais graves, os fungos podem atingir
outros órgãos e comprometer o funcionamento.
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