Princípios Da Virologia - Entrada, Desnudamento e Liberação

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Virologia

Princípios da Virologia  Entrada, desnudamento e liberação


► Estrutura viral: Terminologia ● Helicoidal

● Partícula viral = Estrutura molecular que ● Helicoidal envelopada: Pode ser envolvido
compõe o vírus. por uma membrana viral.
● Partícula viral infecciosa = Virion ● Complexa

● Capa proteica que cobre o genoma =


Capsídeo.

● Capsídeo usualmente simétrico.

● Capsídeo + genoma ou proteínas virais +


genoma = Nucleocapsideo

● Os vírus podem ter um envelope que


sempre terá uma ou mais glicoproteínas de
origem viral.

● Partículas virais que são envelopadas


possuem matriz proteica que é responsável
por dar estrutura a partícula.

► Tipos de genoma – Classificação de


► Envelope: Baltimore:
● O envelope é obtido após o brotamento da É importante frisar que os vírus possuem
partícula viral através de uma membrana diversos tipos de genoma. E existe
celular (exceto Poxviruses). classificação para denominar quais são esses
● O fato de adquirir o envelope é uma tipos de genoma. Essa classificação foi feita
por Baltimore.
característica que dá a possibilidade da
partícula viral de sair da célula sem matá-la
de uma única vez.

● O envelope contém pelo menos uma


proteína viral.

► Tipos básicos de estruturais virais:

● Icosahédrica: O núcleo capsídeo possui um


formato geométrico de hexaedro e não
possui membrana plasmática.
Os vírus foram separados em diferentes
● Icosahédrica envelopada: O núcleo grupos de acordo com o seu genoma. E
capsídeo possui um formato geométrico de cada tipo de genoma vai ter um tipo
hexaedro e possui membrana plasmática.
especifico de replicação viral, de acordo de RNA negativo servirá como molde para
com esse tipo de genoma. produção de mais fitas positivas de RNA que
poderão ser incorporadas na partícula viral.
O genoma vai determinar aonde esse vírus vai
se replicar e em que parte da célula esse vírus ● Grupo V: É composto pelos RNA fitas
vai se replicar, qual a estratégia de negativas, estes já servem como molde
replicação do genoma viral, qual a estratégia diretamente para a produção dos RNA
para produção do RNA mensageiro para a mensageiros.
produção das proteínas virais. Uma vez que o
● Grupo VI: É composto por vírus de genomas
vírus entra na célula, é importante que ele
RNA positivo, só que esses vírus são os
produza RNA mensageiros virais para a
retrovírus, fazem uma retrotranscrição desse
produção das proteínas virais e assim, o vírus
DNA. Ou seja, fazem o caminho inverso do
consiga se replicar.
que seria o comum na biologia molecular.

Eles possuem uma DNA-polimerase RNA


Os vírus são separados em 7 diferentes grupos, dependente que é capaz de produzir uma
são eles: fita de DNA a partir do molde de RNA,
carreado pelo vírus.
● Grupo I: É o grupo DNA dupla fita, possui
uma fita positiva e uma fita complementar. E essa enzima é chamada de transcriptase
reversa. E essa enzima reconhece o genoma
● Grupo II: É o grupo formado por um genoma
viral que é um RNA positivo e usa esse RNA
DNA fita simples, seria somente a fita positiva
positivo como molde para a produção de
do DNA.
uma fita de DNA. E essa mesma transcriptase
Para replicar o seu genoma, é necessário que reversa assim que vai fazendo a fita de DNA
faça uma dupla fita ou um intermediário de já vai clivando a fita de RNA positivo.
dupla fita. É preciso fazer isso para produzir os
Uma vez que tem-se uma fita única de DNA,
RNA mensageiros.
esse DNA é reconhecido como molde para
Obs.: Os vírus de genoma DNA fazer a fita negativa de DNA, para a
necessariamente replicam dentro do núcleo formação da dupla fita. Essa dupla fita vai ser
da célula. Porque é o núcleo da célula que integrada no genoma da célula hospedeira e
possui a maquinaria necessária para assim, serão produzidos os RNA mensageiros
replicação de DNA. virais.

E os outros grupos são formados por vírus RNA ● Grupo VII: É um DNA mas com um
ou DNA com intermediário de RNA. intermediário de RNA.

● Grupo III: É composto por RNA dupla fita. Também usa uma transcriptase reversa para
Não tem a necessidade de formar nenhum produção dos RNA mensageiros virais.
intermediário para formação de RNA
mensageiro.
É importante frisar que cada tipo de genoma
● Grupo IV: É formado por genomas RNA
viral vai ter uma estratégia diferente de
positivo, o RNA positivo já é o RNA
replicação.
mensageiro. Então, o genoma desse vírus já é
capaz de ser reconhecido pelos ribossomos
para a produção de proteínas virais. Assim
► Vírus estão vivos?
que esse vírus entra na célula, é desnonado
(?) no interior da célula. Os vírus possuem uma fase inerte que é uma
fase extracelular, onde eles não são capazes
Para a replicação do genoma viral
de fazer nada porque os vírus não possuem a
(produzirem mais cópias desse RNA
maquinaria necessária para se auto-replicar
mensageiro) é necessário produzir uma fita
fora da célula.
complementar de RNA negativo. E essa fita
Hoje, o que se considera é que esse vírus que 3) Desempacotamento
está na fase extracelular não é uma partícula
4) Síntese de proteínas e ácido nucleico viral
viva.
5) Montagem (maturação)
Mas uma vez que ele entra na célula, aí sim
ele possui toda necessária para corromper 6) Liberação
essa célula e produzir novas partículas virais.

Nessa aula de hoje, iremos abordar os passos


de: adsorção, penetração,
desempacotamento, montagem e liberação.

A imagem abaixo representa os passos do


ciclo replicativo viral:

Não são todas as células que são capazes de


servir como “fábrica” para a produção de
vírus. Existe alguns tipos diferentes e aí,
algumas nomenclaturas que são necessárias
de frisar:

● Célula suscetível a infecção viral, ou seja,


possui um receptor funcional para o vírus -
podendo ou não suportar a replicação viral. Como o vírus reconhece a célula-alvo? Quais
são as diferentes formas do vírus entrar na
● Célula resistente a infecção viral, ou seja, célula para poder entregar e desempacotar
não possui um receptor funcional para o vírus o genoma no interior dessa célula, para que
- podendo ou não suportar a replicação viral. essa célula replique esse genoma e faça
● Célula permissiva, possuem a capacidade proteínas virais e seja capaz de produzir um
vírus maduro?
de replicar o vírus - podendo ou não ser
suscetível. Então, existem diferentes formas para isso
acontecer, podemos observar formas na
Não necessariamente essa célula permissiva
vai ter o receptor para a adsorção do vírus. imagem:

● Célula suscetível e permissível, ou seja,


possui o receptor funcional para o vírus e é
capaz de replicá-lo. É a situação perfeita
para vírus.

► Ciclo replicativo viral:

O ciclo replicativo viral possui diferentes


passos:

1) Adsorção

2) Penetração
Fusão direta da membrana viral com a ► Absorção:
membrana plasmática celular. Isso acontece
A adsorção é a interação entre a proteína
através do reconhecimento das espículas
viral com uma molécula receptora da
virais a um receptor que fica na membrana
membrana plasmática.
celular. E isso permite o desempacotamento
direto do genoma desse vírus no citoplasma Quem são essas moléculas receptoras?
da célula.

Uma outra forma disso acontecer é liberar o


capsídeo viral no interior da célula e esse
capsídeo vai ser carreado através de
microtúbulos para o seu sítio de replicação,
que no caso da figura, esse vírus replica
dentro do núcleo. Então, ele será carreado
até os poros nucleares e libera o seu material Cada vírus possui um tipo de molécula
genético dentro do núcleo. receptora, existem vírus de diferentes
As outras formas de entrada acontecem espécies que compartilham as mesmas
através de endocitose e elas podem ser moléculas receptores.
clatrina mediadas, caveolina medias ou Existem vírus que interagem com açúcares
clatrina e caveolina independente. Como que fazem parte de proteínas
isso acontece? transmembranares da membrana
Clatrina ou caveolina dependente: A espicula plasmática. Existem vírus que interagem com
viral reconhece a molécula receptora, será proteínas transmembranares multiméricas ou
cotado para a região da membrana as monoméricas. Então, existem diversos tipos de
proteínas clatrina ou caveolina e esse vírus proteínas que podem interagir com as
será endocitado e a vesícula endocítica será proteínas virais para mediar a adsorção viral.
completamente coberta pela clatrina ou Só que são proteínas celulares, então,
pela caveolina. E o que difere os dois casos é possuem funções celulares que o vírus se
que a vesícula coberta por clatrina será utiliza e que selecionou evolutivamente para
entregue aos microtúbulos e direcionada mediar a adsorção e posterior entrada desse
para os endossomos tardios e o sistema de vírus na célula.
transporte de endossomos tardios vai levar
essa vesícula endocítica para os lisossomos.
No lisossomo, ocorrerá uma queda de pH ► Penetração – Vírus envelopados:
(acidificação) e através dessa acidificação, Vamos comentar dois tipos diferentes de
ocorrerá o desnudamento da partícula viral. entrada dos vírus envelopados. E iremos
Já para a caveolina, essas vesículas não separar entre vírus envelopados e não
serão direcionadas para os lisossomos e sim envelopados. Porque isso pode diferir um
para retículo endoplasmático. Então, essa é a pouco dos tipos de entrada.
grande diferença dessas duas estratégias de
entrada. Para os vírus envelopados, falaremos sobre:

Clatrina e claveolina independente: Esse vírus ● Fusão da membrana plasmática celular


será endocitado e independe dessa vesícula com a membrana viral.
ser coberta clatrina ou claveolina. Ele pode ● Entrada via endossomas.
encontrar uma maneira de se livrar dessa
membrana para desnudar ou pode ser
direcionado para os endossomos tardios.
● Fusão da membrana plasmática celular
com a membrana viral:

Para acontecer essa fusão entre as duas


membranas é necessário sempre um gatilho.
Seja para a fusão direta, seja através do O HIV tem a proteína de superfície e a
endossoma. Nessas duas formas é necessário proteína transmembranar que também possui
que haja um gatilho para que aconteça essa peptídeo de fusão (fica virada para a
fusão. membrana viral). Só que pro HIV acontecem
duas interações distintas que serão gatilhos
Nesse caso da fusão da membrana viral com
para exposição do peptídeo de fusão:
a membrana celular o gatilho vai ser a
adsorção (interação entre a espicula viral Interação com a molécula receptora CD4.
com a molécula receptora). Essa primeira interação leva a uma mudança
conformacional na proteína de superfície que
expõem um domínio de interação com uma
● Para os Paramyxovirus: molécula co-receptora.

Então, o HIV possui uma molécula receptora


e uma molécula co-receptora.

Uma vez exposto esse domínio de interação


com a molécula co-receptora, a proteína de
superfície interage com ela e isso leva a outra
mudança conformacional. E essa segunda
mudança expõe o peptídeo de fusão e esse
peptídeo de fusão aí sim interage com a
membrana plasmática da célula e faz o
Ocorre a interação entre a espícula viral e a mesmo processo de puxar a membrana da
molécula receptora e essa interação leva a célula em direção a membrana viral,
uma mudança conformacional que expõe o ocasionado na fusão das duas membranas.
peptídeo de fusão.

Esse peptídeo de fusão é um peptídeo que


fica embebido na membrana plasmática ● Entrada via endossomas, fusão de
mas não fica exposto. Fica voltado em membrana após acidificação de endossoma:
direção a membrana do vírus. Existe a entrada pela via endocítica. A
Só que uma vez que acontece a interação vesícula endocítica é acidificada e isso leva a
entre a proteína viral e a proteína receptora, mudanças conformacionais. Vamos ver isso
isso leva a uma mudança conformacional na mais a fundo:
espícula viral que induz uma alteração
também no peptídeo de fusão. E esse
peptídeo de fusão passa a ficar exposto para
a membrana plasmática e a ancora na
membrana plasmática. Uma vez ancorado
ele vai puxar essa membrana plasmática em
direção a membrana viral e mediar a fusão
entre as duas membranas. Uma vez
fusionado, o vírus pode liberar seu conteúdo
dentro do citoplasma.

● Para o HIV:

Os endossomas iniciais possuem um pH 6,5 e


possuem proteínas ATPases que são bombas
de hidrogênio na sua membrana. E essas
bombas jogam prótons de hidrogênio para e do conteúdo viral para dentro do
dentro do endossoma inicial. E isso vai citoplasma da célula.
fazendo ele passe para um pH 5,5 e no
Só para deixar claro, o gatilho desse processo
endossoma tardio um pH de 4,5 e no
é a acidificação do endossoma.
lisossoma um pH ainda mais baixo.
De forma bem interessante acontece
E o vírus se utiliza dessa via de endocitose que
também, uma vez que esses hidrogênios
é uma via comum da célula. As células
entram no endossoma, eles também entram
endocitam coisas para adquirir nutrientes e
na partícula viral. A partícula viral possui uma
fatores de crescimento. E os vírus sequestram
proteína que é chamada de N2 e esta
essa maquinaria para mediar a sua entrada e
permite o íon de hidrogênio entre na partícula
o desnudamento da partícula viral e a
viral. Gerando uma mudança
entrega do genoma para a citoplasma da
conformacional dentro da partícula viral. E
célula.
isso resulta em um processo onde quando há
Temos um exemplo de um vírus que faz isso a fusão entre as duas membranas, há
que é o influenza: também a liberação do genoma do influenza
todo dentro do citoplasma. E outra coisa
interessante, apesar do influenza possuir um
genoma RNA positivo e segmentado (possui 8
segmentos de RNA positivo) ele vai replicar
dentro do núcleo. Então, precisa passar por
um processo de importação para dentro do
núcleo.

► Penetração – Vírus não-envelopados:

Como foi dito, nos vírus envelopados é


O gatilho será a alteração de pH, será a necessária a interação da espicula viral com
diminuição de pH. Então, uma vez que o a molécula receptora. Mas os vírus não
influenza é endocitado e isso acontece de envelopados não possuem espícula viral
uma forma clatrina independente. (existe apenas uma exceção que são os
Quando o influenza está dentro do adenovírus). Então, o próprio capsídeo
endossoma, vai ocorrer essa etapa de medeia a interação com a membrana
acidificação do endossoma. plasmática e isso medeia a entrada do vírus
na célula e o posterior desnudamento.
E como podemos observar na imagem
acima, tem-se a proteína H (espícula viral do
influenza). E tem uma parte da proteína que
é o peptídeo de fusão, ele fica no interior da
proteína. O peptídeo de fusão do influenza
fica protegido pela própria conformação da
H.

E uma vez que o pH vai diminuindo, vai


ocorrendo uma mudança conformacional na
proteína H que expõem o peptídeo de fusão
e uma vez exposto, esse peptídeo vai fazer o
contato com a membrana do endossoma e
fará aquele processo de puxar a membrana
do endossoma em direção a membrana viral,
e aí sim, mediar a fusão das duas membranas
Na imagem anterior temos o exemplo do e transmitir a partícula viral. Então, existem
adenovírus. alguns mecanismos diferentes de liberação.

O adenovírus interage com a molécula


receptor e acontece uma entrada mediada
► Brotamento:
por clatrina (?). Então, o vírus é direcionado
para dentro do endossoma e acontece
também a acidificação do endossoma. E
nesse caso, a acidificação do endossoma vai
mudar toda conformação do capsídeo viral,
vai desestruturar o capsídeo viral. E o
capsídeo viral possui algumas proteínas, em
especial, proteína VI. Uma vez que ocorre a
desestruturação do capsídeo viral, essa
proteína VI é liberada e essa proteína vai fazer
furos na membrana do endossoma
acidificação e esses furos vão liberar o
capsídeo desestruturado no citoplasma da
célula. E essa capsídeo é carreado através de
microtúbulos para a região perinuclear e
nessa região esse capsídeo desestruturado
vai carrear o genoma do adenovírus para
dentro do núcleo. Lembrando que os
O brotamento das partículas virais acontece
adenovírus são vírus que possuem genoma
através da cooptação de uma maquinaria
DNA.
celular. O vírus para mediar o brotamento ele
coopta essa maquinaria que é uma
maquinaria ESCRT (está envolvida com a rede
Então, já abordamos as três primeiras etapas:
de endereçamento endolisossomal). É uma
adsorção, entrada e desnudamento da
maquinaria que medeia o direcionamento
partícula viral. A etapa quatro veremos em
de proteínas que são monoubiquitinadas
outra aula. Vamos ver a etapa 5 e 6 agora.
para degradação através da interiorização
dessas proteínas dentro de endossomas ou
corpos multivesiculares. E uma vez que há
esse direcionamento, esse endossoma ou
esses corpos multivesiculares se fundem com
os lisossomas e essas proteínas que foram
monoubiquitinadas vão poder ser recicladas
através da degradação dessas proteínas.
Então, os vírus cooptam essa maquinaria para
mediar o seu brotamento.

● Ocorre através da cooptação da


Obs.: Existem alguns tipos diferentes de maquinaria ESCRT (Endosomal Sorting
liberação viral, daremos uma ênfase maior na Complex Required for Transport);
estratégia de brotamento. Mas o vírus pode
● Pode ocorrer ano lúmen de MVB’s
ser liberado da célula através da lise celular
(Multivesicular bodies), endossomas ou
(estouraria a célula e essa célula estourada
para o meio extracelular;
liberaria toda partícula viral que estaria ali
anteriormente presa no citoplasma da ● Nesse processo a membrana do sítio de
célula). E existem outras formas de brotamento é incorporada a partícula
transmissão célula-célula também, a célula viral.
pode fazer uma sinapse com a célula vizinha
E como eles fazem isso? A proteína que foi monoubiquitinada é
reconhecida pelo complexo ESCRT-0
Os vírus envelopados possuem late domains
(formado pela STAM e HRS). Esse complexo
(domínios tardios virais), são domínios
entrega essa proteína monoubiquitinada
conservados entre esses vírus envelopados. E
para o complexo ESCRT-I e é importante frisar
que são capazes de interagir com proteínas
que esse complexo possui a proteína
dessa maquinaria ESCRT.
Tsg101(proteínas que é cooptada pelos late
domains, é cooptada pelo HIV por exemplo).
O ESCRT-I entrega essa proteína para o ESCRT-
E como essa maquinaria ESCRT funciona? II e este entrega para o ESCRT-III. O ESCRT-III é
formado por essas proteínas CHMP. E no final
desse processo, esses complexos são
desagregados por proteínas vacuolares
como as VPS. Uma vez que esse processo está
completo, a VPS4A ou VPS4B desagrega esses
complexos para eles poderem ficar livres e
● É uma maquinaria conservada de fungos. poderem atuar novamente em outros sítios.

● É composta por 4 complexos, esses


complexos são formados por agregados de ● Modelos de recrutamento:
proteínas de alto peso molecular.
Existem alguns modelos diferentes de
● O complexo ESCRT-0 é formado pela recrutamento dessa maquinaria ESCRT:
proteína STAM e pela proteína HRS. Esse
complexo é responsável por fazer a primeira
interação com a proteína que foi
monoubiquitinada. Esse complexo sempre
funciona com um complexo passando essa
proteína para o outro. Então, o ESCRT-0 passa
para o ESCRT-I que vai passar para o ESCRT-II
e que vai passar para o ESCRT-III. E o ESCRT-III
é a etapa final que leva essa proteína para ● “Handing-off”: É o modelo onde acontece
dentro dos MVB’s. uma via direta de entrega de uma
maquinaria para outra da proteína que foi
monoubiquitinada.
A imagem abaixo seria o que acontece no
contexto celular: ● “Cluster”: Não seria mais passando de um
para o outro sucessivamente entre os
complexos. Esse modelo de cluster acontece
através da interação entre adaptadores.
Então, o ESCRT-0 mediaria a interação com o
ESCRT-I ou diretamente com o ESCRT-II através
de adaptadores. E esses adaptadores que
fazem a interação diretamente com o ESCRT-
III.
Abaixo temos um modelo de como acontece Uma vez que essas poliproteínas chegam na
para o HIV: face interna da membrana plasmática, elas
vão se multimerizar e vão interagir com a
maquinaria ESCRT.

Na etapa de número 1, tem-se a biossíntese


(veremos em outra aula).

As proteínas virais que foram produzidas


durante a biossíntese viral vão carrear o RNA
viral para a região de brotamento. Então, elas
já possuem um TAG, no caso HIV, possui duas Uma vez que gag chega na membrana
poliproteínas que vão mediar esse plasmática, a região p6 de gag possui o
brotamento que é a Gag e o Gag-pol. Essas domínio tardio que é responsável por interagir
proteínas vão interagir com RNA mensageiro, com tsg101. Essa região p6 também é capaz
vão para a região de brotamento para a de interagir com Alx que é uma molécula
face interna da membrana plasmática. adaptadora.
Possuem um TAG para direcionamento para
a membrana plasmática. E o brotamento do HIV acontece através do
modelo cluster. Através de moléculas
E uma vez que essas proteínas começam a se adaptadoras. Então, não é necessário a
aglomerar na face interna da membrana interação com o ESCRT-II para mediar o
plasmática, essas proteínas vão começar a brotamento viral.
interagir e formas multímeros.
Gag possui interação com tsg101 e Alx e essa
Qual a diferença de gag para gag-pol? interação com essas duas proteínas vai
mediar a interação com ESCRT-III. ESCRT-III é a
Gag é a poliproteína que possui todas as
proteína que vai mediar o remodelamento de
proteínas estruturais do vírus. Só que gag-pol
membrana.
é a proteína que possui também as enzimas
virais. A interação dessas duas proteínas com
ESCRT-III vai mediar o remodelamento da
É importante ressaltar que a gag-pol possui a
partícula viral e uma vez que forma esse
protease viral porque uma vez que elas
“pescoço” de brotamento, isso é um sinal
chegam nessa face interna da membrana,
para a chegada de VPS4 que vai clivar o
gag-pol passa a ter a oportunidade de
ESCRT-III e isso vai mediar o brotamento da
interagir com outra proteína de gag-pol. E
partícula viral.
essa interação vai mediar a auto-clivagem
de gag-pol. E essa auto-clivagem vai liberar a Uma vez que a partícula viral brota, ela ainda
protease viral para fazer a clivagem de todas não está necessariamente madura porque
as proteínas dessa poliproteína viral. E essa ainda não ocorreram todos os processos de
auto-clivagem vai gerar uma partícula viral atuação da protease viral. Então, somente
madura. quando as proteínas virais forem clivadas e aí
sim chegue na conformação viral da
partícula viral, é que essa partícula viral estará capsídeo e entre a região p6 e a SP2,
madura e capaz de infectar uma próxima liberando o núcleo capsídeo viral.
célula.
Haverá mais uma etapa de clivagem, onde
serão liberadas as regiões SP1 e SP2.

Abaixo temos uma imagem que representa E por fim, terá disponíveis todas as proteínas
esse processo de brotamento e maturação virais estruturais clivadas e será formado o
da partícula viral: vírus maduro.

● Outras vias de liberação/transmissão:

A imagem abaixo explica mais É importante frisar que existem outras formas
profundamente como acontece esse de liberação viral. Tem como o vírus brotar
processo de maturação viral: para dentro de vesículas e essas vesículas
serem liberadas na membrana plasmática e
assim, esse vírus ser capaz de infectar novas
células.

Existe a possibilidade de formarem sinapses


célula-célula que são capazes de transmitir o
vírus.

O Sars-CoV-2 é capaz de fazer essas sinapses


em células (?) e transmitir de uma célula para
outra.

E através canais de junção entre duas células,


esses vírus podem ser transmitidos.

Ou através de lise.
Tem-se o vírus “imaturo”. A proteína gag que
é formada por matriz, capsídeo, SP1, núcleo
capsídeo, SP2 e p6 (região responsável por
interagir com a maquinaria ESCRT). A proteína
gag vai passar por clivagens sucessivas para
formação do capsídeo viral. Então, a primeira
autoclivagem acontece através da clivagem
de gag-pol. E uma vez que gag-pol está
clivado, a protease está livre. Acontece a
clivagem na região SP1, isso vai gerar duas
poliproteínas que serão novamente clivadas,
essa clivagem será entre a matriz e o

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