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1. QUALIDADE DA AGUA EM RIOS E ESTUARIOS Sérgio Eiger 1.1 Introdugéo Rios c estudrios constituem parte fundamental nos processos de disposigao dos residuos gerados pela atividade humana. Conseqiientemente, pode ser de grande importancia conhecer-se com antecipagdo que tipos e magnitudes de da- nos podem ocorrer em determinados locais em fungao do despejo de cargas polui- doras nestes ambientes aquaticos. Tais despejos podem ocorrer de forma contro- Jada ou descontrolada. Em qualquer um dos dois casos deve-se prever zonas de seguranga dentro das quais a Agua apresente padrées de qualidade compativeis De forma complementar, deve-se prever também z0- com determinados usos. nas quais medidas devem ser tomadas no sentido de nas eriticas de poluigao, melhorar a qualidade da agua, ou mesmo coibir 0 seu uso. Projctos de estagdes de tratamento de esgotos, a determinagao da influéncia de obras hidraulicas na qualidade do meio aquatico, vazamentos acidentais de residuos téxicos, 0 aumento da temperatura da agua causado pela geragao de energia termoelétrica, a previsdo de allerages aquaticas causadas pelo uso do solo da bacia hidrografica contribuinte, e muitos outros exemplos de situagoes podem ser analisados com modelos matematicos de simulagéo de qualidade da gua. Tais modelos podem propiciar uma avaliagdo abrangente dos impactos ambientais gerados pelas atividades acima citadas. 0 objetivo deste texto é 0 de apresentar os prineipios basicos e alguns modelos mateméticos pertinentes A simulagio da qualidade da 4gua em rios e estudrios. Pretende-se assim, fornecer-se subsidios que possam ajudar no processo de esco-70 Eiger Iha de um modelo matemitico adequado par cue possa ser efetuada“uma andlise erica som relaeee tn geattde de forma ane plicabilidade de um Em alguns casos praticos, os modelos aqui apresentados sao sufici precisos para roproocntar uma situagie real. Ein outros caren, oo renee pregados apenas como uma primeira aproximagio da realidade, devido Ree magnitude dos erros envolvidos decorrentes das aproximacées aaa pus mente, quando a realidade é muito mais complexa do que a aiceade ia hipoteses adotadas para a formulagao de um modelo matemiético, entao o a prego de um modelo matematico inadequado pode gerar conclusdes duvidosas. __ Citando um exemplo, é comum supor-se o transporte de um poluente em um rio como sendo um problema unidimensional, 0 que nem sempre corresponde & realidade do problema. Isto significa que apenas as variagdes longitudinais da nuvem de poluente sfo consideradas. Conseqiientemente, se o fendmeno for modelado matematicamente através de uma equacao de transporte unidimensio- nal, entdo os resultados correspondentes deverao ser analisados considerando-se a adequagao ou nao da hipotese de unidimensionalidade para o problema em questo. Exemplo classico desta abordagem sao as equagées de Streeter-Phelps, empregadas para a determinagao da demanda bioquimica de oxigénio e da con- centracao de oxigénio dissolvido na dgua de um rio. ‘Assim, tem sido pratica comum adotar-se a hipdtese que escoamentos em rios so unidimensionais. A experiencia leu demonstrado que modelos matemiticos unidimensionais tém sido suficientes para a determinagao de grandezas hidro- dinamicas como vazio e nivel da agua ao longo da diregdo longitudinal de rios. Para estudrios, esta hipétese nem sempre é aceitavel devido & prépria definigéo de estuario, conforme mostrado mais adiante. Deve-se enfatizar, no entanto, que o transporte de um poluente em um rio nao é geralmente um fenémeno unidimen- sional. Tome-se, por exemplo, 0 caso bastante comum do langamento efetuado em uma margem de um canal de efluente que tenha densidade igual a da agua do meio que o recebe. Se este langamento for pontual, o poluente espalha-se de forma tridimensional, pelo menos na regio préxima ao langamento. A medida que o poluente desloca-se para jusante e passa a ocupar uma regio no espaso cada vez maior, o fendmeno tende a tornar-se bidimensional, ocorrendo uma uni- formizacio de concentragao ao longo da diregao vertical (Fischer et al., 1979). Somente bem mais a jusante o poluente tende a distribuir-se de forma aproxima- damente uniforme ao longo das secdes transversais, sendo razodvel considerar-seQualidade da Agua em Rios ¢ Estuérios uw 9 fendmeno como unidimensional. E fundamental salientar-se que em alguns ios | a hipdtese de transporte unidimensional de um poluente s6 se torna aceitavel | bastante a jusante do ponto de langamento do efluente Do exposto conclui-se que a questo da dimensionalidade do fendmeno do transporte de poluentes deve ser muito bem examinada antes da adogio de um determinado modelo matematico. Nao é raro que modelos com diferentes dimensionalidades sejam indicados para um determinado estudo. Uma decisao acerca deste assunto deve ser tomada baseada em critérios adequados de validade e, sempre que possivel, em estudos de campo. Um segundo aspecto de fundamental importancia relativo ao transporte de poluentes em rios ¢ estuarios é o da turbuléncia do escoamento, a qual afeta o processo de mistura entre o mei aqualico natural e o poluente. O fendmeno da turbuléncia ainda é um problema em aberto do ponto de vista teérico, devido principalmente as dificuldades matematicas envolvidas em seu estudo. Con- seqitentemente, a turbuléncia tem sido Leoricamente abordada através de mode- los matematicos aproximados. Existe atualmente um grande mimero de mode los matematicos de turbuléncia que podem ser recomendados para a simulagaéo matematica do transporte de poluentes. Todavia, os modelos matematicos de turbuléncia mais realistas demandam o uso de solugdes numéricas de equagdes diferenciais ¢ uma familiaridade com a teoria de modelagem de escoamentos tur- bulentos, sendo que estes assuntos nao serao abordados neste texto devido @ falta de espaco para tanto, No presente texto, somente os conceitos basicos de turbuléncia e modelos matematicns necessArins para a ahordagem de casos mais simplificados de simulagao de transporte de poluentes serio apresentados ‘Além de poder ser afetado por fatores de natureza fisica, o transporte de um poluente também pode ser afetado por fatores de natureza quimica e biol6gica. ‘Tais influéncias podem ocorrer devido & reagéo quimica de um poluente com © meio ou com outros poluentes, ou entéo por tornar-se parte da cadeia ali- mentar existente no local. Alguns fendmenos que podem ter uma participagao importante no estabelecimento das caracterfsticas de qualidade da agua sao a sedimentagio, solubilidade, volatilizagao, biodegradagao, fotdlise, hidrdlise, fo- tossintese, respiragao, adsorgao ¢ coagulagio (Mills ct al., 1985). Estes aspectos conferem ao estudo de qualidade da agua um carater multidisciplinar devido & variedade de assuntos e especialidades envolvidas. Considerou-se que o presente texto deveria enfatizar principalmente os aspec- tos fisicos do problema, evitando-se uma abordagem do tipo caiza preta. Pode-sen Eiger a autFat a literatura uma série enorme de artigos ¢ livros lidando com ° ‘ : blema, partindo-se de uma equacéo diferencial de transporte role : : ndo eaiagéo analitica ou numericamente, Em alguns destes casos nig Sine ‘ . iste indagacio sobre a validade da equacao diferencial adotada em relasio Asan 'epre. Sentatividade do problema. Longe de ser uma questo académica, este proble Ped ter profundos refiexos sobre deisGes a serem tomadas com relagnn blema de qualidade da agua em rios e estudrios. = Acredita-se que uma contribuigio para um melhor embasamento fisieo q problema seja um Passo fundamental para que o assunto seja apresentado = ma forma mais tealista, mostrando-se ¢ discutindo-se as limitagies testicas © Praticas cxistentes. Muitas das passagens e dedugdes apresentadas a seguir nilo so rigorosas do ponto de vista matematico, ou entao alguus resultados S80 simplesmente apresentados, sendo indicadas referéncias bibliograficas tteis oe aqueles interessados em se aprofundar no assunto. 1.2. Definigées Basicas Apresenta-se a seguir algumas definigdes basicas para as secdes posteriores, As definigdes dadas nao pretendem ser rigorosas, mas sim servir para a apre. sentagao de uma terminologia caracteristica do assunto. Em alguns casos as definigdes dadas podem nao estar de acordo com definigdes adotadas em outras areas do conhecimento, de forma que o leitor deve estar atento Para tanto. Em Outros casos, estas definicdes so complementadas de forma mais adequada no decorrer do texto, sempre que isto for julgado neccasério ¢ didatico. Definem-se: © Constituinte: é um ente que descreve de alguma forma o estado da quali- dade do meio em que ele se encontra. Outros nomes sao por vezes utili- zados como sinénimos tais como poluente, substancia e tracador, embora isto nem sempre seja correto do ponto de vista lingiiistico. A determinagio da distribuigao espacial e temporal de constituintes em rios e estudtios ¢ o objetivo principal deste texto. Exemplos de constituintes sao oxigénio dissolvido, demanda bioquimica de oxigénio, temperatura, sais nutrientes, metais pesados, coliformes fecais e muitos outros. Os constituintes podem ser clasificados como:Quatidarte du Agua em Kios e Estudrios 23 Conservativo: & o constituinte cuja distribuigio espacial e temporal nao é afetada por reagdes com outros constituintes ou com o meio fluido envolvente. Tal distribuigio é afctada somente por processos fisicos de transporte. Um exemplo comumente accito de constituinte conservativo é 0 sal, No conservatina: 60 posto de conservative. Exemplos tipicos so 0 oxigénio dissolvido, demanda bioquimica de oxigénio, elos da cadeia alimentar ¢ mmitos outros, cuja distribuigao espacial e temporal é afetada por outros Processos além do transporte fisico. Ativo: é 0 constituinte cuja presenga afeta as caracteristicas hidro dindmicas do escoamento. Fxemplos tipicos de conetituintes ativos sao © sal e a temperatura, os quais podem alterar a distribuigao es- pacial de densidade, alterando as caracteristicas de turbuléncia e do ptOprio escoamento médio. Passivo: 0 oposto de ativo, isto é, nao afeta as caracteristicas hidro- dinainicas do escoamento. Admite-se, por exemplo, que 0 oxigénio dissolvido seja um conetituinte passivo. © Concentragao: é a forma usualmente adotada para se expressar a distri- buigao de um constituinte. Em seu sentido mais amplo a concentragao reflete a quantidade de um constituinte existente em um dado volume de uma regido no espago, quando este volume torna-se infinitesimal. O vo- lume desta regiao, embora infinitesimal, deve ser grande o suficicnte para que seja razodvel supor-se a existéncia de um meio continuo que permita a definigdo de varidveis matematicamente continuas. A concentraco ¢ usual- mente definida como a quantidade de massa de um constituinte existente por unidade de volume, mas pode também expressar o conteiido de ener- gia térmica por unidade de volume (que é proporcional & temperatura), ou também o mimero de organismos existentes por unidade de volume. E im- Portante enfatizar-se que embora 0 conceito de concentragao seja simples, a Sula quantificagao em escoamentos turbulentos nao o é. Advecgéu: € 0 nome dado ao transporte de um constituinte pelo campo de velucidades do meio fluido que o contém. E pratica comum supor-se que a velocidade do constituinte seja igual & velocidade do fluido envolvente, embora isto ndo seja sempre correto. Isto é particularmente notavel no” Eiger caso do transporte de sedimentos que se precipita ao longo da dj 4 Feed vertical com uma velocidade diferente da do fluido. oS Conveceai : embora em algumas areas do conhecimento Convecsio sejq sinonimy de adveccao, 6 comum defini-la de uma forma alternativa, De acordo com Fischer et al. (1979), conveccao é um transporte vertical indy. zido por instabilidade hidrostatica, ou seja, decorrente de Sradientes yer. licais de densidade. Exemplos tipicos sio obscrvados durante a formagin de chuvas convectivas e em lagos submetidos a um esfriamento excessive em suas camadas superiores. Difuséo Molecular: 0 movimento decorrente da agitagio térmica das parti. culas de um fluido promove o espalhamento das particulas dos constituin. a um espalhamento do constituinte tes. Este processo faz com que exi em um meio mesmo que este meio apresente velocidade média nula, Se © constitunte e o fluido receptor possuirem a mesma densidade, existe a tendéncia de que o constituinte espalhe-se por todo o meio envolyente apds um tempo suficientemente longo. Este proceso é denominado difusio mo- lecular, sendo matematicamente representado pela lei de Fick. Difusdo Turbulenta: & um conceito anélogo ao de difusio molecular mas com origem no movimento turbulento dos fluidos. A experiéncia demons- tra que escoamentos turbulentos possuem um poder de espalhamento de constituintes muito mais intenso do que aquele observado em escoamen- tos laminares andlogos. E clissico experimento efetuado por Reynolds, no qual foi utilizada como técnica de visualizagio da turbuléncia o espa Thamento de um tracador para demonstrar diferengas fundamentais entre escoamentos laminares ¢ Lurbulentos. A difusio turbulenta é causada por turbilhdes dos mais variados tamanhos e orientagées existentes no escoa- mento sendo, na realidade, um movimento advectivo com resultados de aparéncia difusiva. Como nao existe ainda uma forma precisa de se quan- tificar 0 campo de velocidades instantancas de um escoamento turbulento, encontrou-se no conceito de difusio turbulenta uma forma alternativa de se computar 0 efeito da turbuléncia nos escoamentos e no transporte de po- luentes. Deve-se enfatizar, no entanto, que este conceito possui limitagées € critérios especificos de aplicagao, conforme detalhado mais adiante. Advecgao Diferenciada: refere-se ao conceito descrito pela palavra shear, na lingua inglesa. Este conceito é relativo & ocorréncia do fendmeno doQuatiaade da Agua em Rios ¢ Estudsios cisalh deslo. 2 ame nto, ou Seja, quando cam, camento relative entre yi Papel de importa, : descric: das adjacentes de ui fhiido apreacntam A adveccao diferenci jada desempenha um ‘mental no transporte d d Ncia fund. 40 de sna influéncia le poluentes, sendo a amplamente discutida mais adiante Tal lei é estabelecida segundo um ponto de vista fisico ¢ entio colocada em forma Matematica conveniente, Quando um constituinte esté imerso em um fluido ele softe processos de transporte por adveccao e difusio, gcragio ¢ extingao através de reagdes com outras grandezas ou com o préprio fluido, podendo também aver injegbes retiradas deste constituinte em relacio an fluido. A formulagao matematica da lei de conservagin da massa de um constituinte sera apresentada a seguir, restringindo-se ao caso de constituinte conservativo, pois este sera o caso principal a ser discutido no presente texto. O conceito de fluxo é fundamental para a compreensao e o equacionamento do fendmeno do transporte de poluentes. Dado um sistema fixo de coordenadas cartesianas (2, y, 2), define-se valor absoluto do fluxo (F) como sendo a massa ‘omentar dM de constituinte que passa através de um elemento de superficie om area igual a'dS durante o intervalo de tempo infinitesimal dt, ou seja: = (antya oy arx Fig. 1.1: Fluxo através de um volume de controle Dada a concentracao C(2, y, 2,1) de um constituinte, variavel no tempo f, a quantidade total de massa M(l) deste constituinte, dentro do volume de controle no instante ¢, é dada por M(t) = [cansnav (1.2) O fluxo total J(t) que atravessa a superficie S em um dado instante é definido como F.i)dS (1.3) I(t) ntado sempre para @ le ri 6 um velor unitario normal a superficie Se orie raduto escalar entre os vetores Fe 7, sendo Fei. ond: it regio externa a V,¢ F igual a |F|- |i] cos, on féop de 0 é 0 Angulo formado pelos vetoresQualidade de Agua em Rios € Estudiog Jt) = — OM(H) ot (1.4) O sinal negati : ae in on Na equagio (1.4) decorre do fato de que se houver mais ‘olume de controle do que nele entrando, entdo a massa de , 0 Opaste dev. e fluxo resultante for negativo. a Sereiceoreree De acordo con A ‘ 1 © teorema da divergéncia, a equagao (1.3) pode ser escrita como uma integral de volume, ou seja [Gas = [o-Aav (1.5) v onde V: é 0 operador divergente, e iz OF, | OF, OF, VF = 5244 a On + du Oz (1.6) onde Fz, Fy € F; séo as componentes do vetor F nas diregdes 2, y e z respecti- vamente. Substituindo as equagdes (1.2), (1.3) e (1.5) na equagio (1.4) resulta ae g [(B+v*) dv Como o valor de V é arbitrario, entao o integrando deve ser identicamente (1.7) nulo, ou scja ac aa — (OF , Oe oe) (1.8) ig P= -(Gt te ‘A equagao (1.8) 6 a equagao fundamental para o estudo do aed poluentes, desde que o fluxo F seja especificado. Este fluxo pode ocorrer ar lo a agao simultanea ou néo da difusdo e adveccio, sendo seu estudo objeto das segdes seguintes.78 tiger 1.4 Difuséo Molecular © interesse da difusiio molecular no estudo do transporte de poluent 3 em Ancia como Mecanismo de mistura. Na realidade, a difusio molecular é muito pouco efetiva Para t ‘anto, tios ¢ estudrios nao reside propriamente na sua import podendo sua influéncia ser inclusive desprezada para efeitos praticos estes tip, . - . os 7 08 de aplicacdes. Por exemplo, a influéncia da turbuléncia é usualmente ordens q . as os 6 i. - : magnitude superior a influéncia da difusio molecular. Todavia, existe toda uma teoria de difusio turbulenta elahorada de forma andloga 4 teoria de difusio molecular, a qual tem sido extensivamente utili. zada como ferramenta de trabalho no estudo do transporte de poluentes, Con. seqiientemente, a compreensio do fendmeno da difuséo molecular é hecessaria Para o desenvolvimento da teoria da difusio turbulenta. Adicionalmente, todo © ferramental matemitico disponivel para o estudo da difusio molecular pode ser util para a andilise dos fendmenos turbulentos andlogos, de forma que existe um beneficio claro se estes aspectos forem bem compreendidos. Deve-se ressaltar, no entanto, que a analogia entre os processos de mistura molecular e turbulenta nao é perfeita. A causa desta imperfeigao reside basi- camente na origem destes processos de mistura. A difusio molecular decorre da agitagao térmica molecular, fazendo com que a posigéo de uma determinada particula em um dado instante seja fungio de todo um histérico de choques entre particulas anterior a este instante. De outra forma, a difusio molecular decorre de um processo corpuscular, isto é, da interagao entre um grande ntimero de partfculas materiais teoricamente identificaveis. Por outro lado, nao existem particulas turbulentas, de forma que a difusio turbulenta néo é feita 4s custas de choques entre particulas movidas pela agitacio térmica molecular. O processo turbulento depende da existéncia de turbilhides dos mais variados tamanhos, formas e velocidades que misturam regides adjacen- tes de fluido. Tais turbilhdes sao ordens de magnitude maiores que as distancias caracteristicas da escala molecular, o que explica em parte a maior intensidade da difusdo turbulenta. Adicionalmente, as caracteristicas destes turbilhdes' mu- dam constantemente no espago e no tempo, ocorrendo uma interagéo intensa entre eles através de trocas de massa, energia e quantidade de movimento. Em resumo, nao existe uma analogia fisica perfeita entre particulas e tur- bilhGes, de forma que a hipétese de validade desta analogia entre ambos 0sQuotidade da Agua ems Rios e Estudrios ” processos fisicos é em muitos casos : apenas um modelo aproximado da realidade Conseqiientemente, Verificagées e ajustes devem ser ef y fetuados para usarse a teorla da difusio molecular em processos turbulentos 1.4.1 Lei de Fick Em 1855 0 fisivlogista alemao Adolph Fick propés a lei que leva o seu nome para desctever o fendmeno da difusio molecular de um material em outro. Ba- seado na semelhanga deste fendmeno com os fendmenos da condugao de calor e com a difusdo de eletricidade em condutores, os quais sao respectivamente descri- tos pelas levis de Fourier e Ohm, Pick propés a segninte equagao para representar 0 fluxo difusivo de massa F=-D-.vC (1.9) onde D é uma grandeza escalar denominada coeficiente de difusao molecular e VC €0 gradiente da concentragao C, definido como we. OC. aCe VO = T+ f+ SE 1.10: ae’ * Gy * Oe (1.10) onde 7, je & sao vetores unitatios nas diregdes 2, ye z respectivamente. A equagdo (1.9) estabelece que existe um fluxo de massa na direcao de maior variagao de concentragin, senda que este fluxo ocorre de regides com maivr con- centragdo para regides com menor concentragao. Conseqiientemente, a equacao (1.9) descreve um espalhamento do material no espago sempre que nele houver variagoes de concentragao. Substituindo a equagao (1.9) em (1.8) resulta a ~ lar tartar mC te gt ac (2 ae me) aan Portanto, a equacao (1.11) possibilita o céleulo da concentragao de um dado material dentro de uma regiao do espago, desde que sejam conhecidas a condigio inicial, condigdes de contorno, ¢ o valor do coeficiente de difusio molecular. E importante salientar que a equacao (1.11) é valida para um fluido em repouso e um constituinte conservativo € passivo.0 Elger 1.4.2 Solugdes da Equagao de Difusio A equagio (1.11) apresenta uma estrutura matematica bem conhecida se © coeficiente de difusao molecular D for constante. Varios textos dedicados a er encontrados, em parte referindo-se ao problema lar, os textos de Crank (1956) e Carslaw e queles interessados em se aprofundar no solugao desta equagio podem s da condugao de calor, Em particul Jaeger (1959) podem ser titeis para a assunto. Varias solugdes analiticas para casos simplificados esto disponiveis, sendo algumas delas apresentadas a seguir. Obviamente, a maior parte dos proble- mas priticas naa se encaixa nas simplificagées adotadas, de forma que solucoes estes casos, Tais solugdes numéricas ndo numéricas so usualmente adotadas nm eressado neste assunto consul- fazem parte do escopo deste texto, podendo o int lidaudo com métodos de diferencas finitas, de elementos finitos ¢ de volumes de controle. Como ponto de partida para uma ensao destes métodos sugerem-se OS trabalhos de Carhahan et al. Patankar (1980) e Davies (1980). A segunda ¢ terceira re- rico conjunto da difuséo tar outras referéncias, basicamente melhor compre’ (1969), Holly (1975), feréncias sao particularmente titeis para o estudo numé! e advecgao. Uma earacteristica basica da equagio (1-11) 60 fato de que ela é uma equagio | linear, Isto significa que é valida a superpusigio de solugses, ov seja, Jo a soma destas duas solugdes também Esta propriedade de superposigao sera .as mais complexos. diferencial dadas duas solugdes da equagao (1.11) ent € solugdo da mesma equagao diferencial usada mais adiante para a obtengao de solugdes de problem: racteristica importante de sistemas lineares, des diferenciais lineares, é que se 1 dado problema, entao solucdes Uma outra cai isto é, sistemas cujos funcionamentos sao regidos por equas uma solugdo fundamental for conhecida para urn os problemas mais complexos podem ser obtidas partir da primeira. E de cert« se como solugao fundamental aquela decorrente da solicitagao do usual adotar-s sistema pela fungao delta de Dirac. ‘A fungo delta de Dirac serve para representar uma solicitagao unitaria con- centrada de forma infinitesimal no espaco ou no tempo. Aplicagdes tipicas aonde esta funcav ¢ de grande utilidade ocorrem no ‘eetudo do eftito introduaido por cat gas concentradas em estruturas, NO estudo do hidrograma unitario instantaneo no langamento instantaneo de uma massa de material poluente nsversal de um conduto. ‘A fungao delta de Dirac é usualmente e, em particular, em uma segao traiQuatidade da Aqua em Rios e Estudos : = Zo esta fungao tende a um ‘due a seguinte relacio seja obedecida i §(z—z9)dz = 1 (1.12) Uma maneira adequada de se visualizar esta funcio é através da fungao, densidade de probabilidade de Gauss, com média igual a zo e desvio padrao tendendo a zero. 1.4.2.1 Difusdo Molecular Unidimensional Apresenta-se a seguir algumas solugdes para o caso de difusio molecular unidimensional. Uma situagao real que se aproxima deste caso teérico é a de um conduto com segio transversal constante no qual existe uma distribuicao uniforme de constituinte em todas as segdes transversais De acordo com estas hipéteses e supondo-se que a diregao de variagio da concentragao seja z, entao a equacio (1.11) pode ser simplificada desprezando- se variagdes nas diregdes y e z, ou seja ac aC = poe (1.13) A solugdo fundamental da equagio (1.13) é apresentada a seguir para o caso de um tubo infinitamente longo no qual é injetada no instante inicial uma massa de constituinte por unidade de area da seco transversal igual a M na posigao z = 0. Em termos matemiticos, deseja-se resolver a equagio (1.13) sujeita & seguinte condigio inicial C(z,t=0) = M&(z) (1.14) e sujeita as seguintes condicées de contorno Cla = t00,t) = 0 (1.15)2 Eiger P Pode-se Provar que a solugio d. J equagao (1.13) sujeita a Pelas equagdes (1,14) ¢ ( Wuagao (1.13) sujeita as 1.15) 6 dada por [Fischer ct af, (9 M 2 CO.) = Fe ew (-&) interessante notar que a equagio (1.16) coincide com uma fungao densi- dade de probabilidade gaussiana se M = 1 e variancia espacial igual a 2D1, ow Sc) Para um despejo unitario e variancia espacial crescente com o tempo t. Isto significa que a solucio dada pela equacin (1.16) possui a forma de sino care. teristica da distribuicio gaussiana, sendo simétrica em torno do ponto médio 7 = 0. Como a variancia cresce com o tempo ¢ entao a concentragio de pico, a condicdes impostas 79), Li (1972): (1.16) qual ocorre no ponto médio x = 0, deve diminuir com o tempo pata que haja a conservagio da massa do constitu 1.2. ute, Tal solugdo esté esquematizada na Fig, M.S(x) Em t=O _C(x,t) para t>O : 3 Fig. 1.2: C(z,t) devido a difusdo molecular decorrente de um impulco instantaneo de massa em um tubo infinitamente longo a a. A medida que 0 tempo aumenta a constituinte espalha-se pelo tubo até : eae = a concentracao tende a valores infinitesimais devido ao comprim no limi! infinitamente longo do tubo. oS peed re ‘A equagao (1.16) sugere dois aspectos notdveis. O primeiro é a sua © teristica gaussiana, sugerindo que a concentragao pode ser encarada como uma medida da probabilidade de se enco! um certo le particulas em uma ida da pr ilidade d ncontrar um certo numero de pQualidade da Agua em Rios e Estuérios 2 dada posigdo para um dado instante. De fato, é possivel provar (Csanady, 1973) que © fenomeno da difusio molecular pode ser abordado através de um ponto de vista estatistico, estudando-se a probabilidade de se encontrar uma dada Particula em uma dada posigao apés esta sofrer um grande ntimero de desloca- mentos independentes decorrentes dos choques entre particulas. Os resultados obtidos através desta abordagem estatistica so idénticos Aqueles obtidos através da equacao da difusio apresentada neste texto, O segundo aspecto notavel exibido pela equacao (1.16) é 0 crescimento linear da varidncia espacial da nuvem de constituinte com o tempo. Esta propriedade é de fundamental importancia no estudo da difusio, constituindo-se na base tedrica para a formulagao dos conceitos de difusio turbulenta e dispersao. Adi- cionalmente, pode-se fazer uso desta propriedade para medir-se 0 coeficiente de difusdo molecular na pratica. Pode-se argumentar que este vompurtamento da variancia espacial é valido Pata o caso particular apresentado, nao significando necessariamente uma pro- priedade de carater genérico. Conseqitentemente, a utilidade desta conclusao seria limitada. Todavia, é possivel demonstra que este mesmo comportamento ocarre sob condigdes bem maic genéricas do que aquelas até este ponto aborda- das. Tal demonstragao é baseada no método dos momentos, conforme mostrado a seguir. Define-se o momento de ordem p da concentragio C(z, t) em relagao a varidvel z como ie 2? C(z,t)dz = M,(t) (1.17) Definem-se também a posigo média j1,(t) da distribuigio espacial da con- centragio como M belt) = 79, (1.18) e a varidncia o3(t) da distribuigdo espacial da concentragao como. ou) = ae ie (e- neo? Ce,nde = M42) (Lag)pe A hipétese basica empregada na aplicagao do método dos Momentos ¢ - i le tubo seja suficientemente longo de forma tal que scja possivel adotar ag condig, ° de contorno descritas pela equagio (1.15) e também por es aC (r= aj=0 a (f= #001) (1.29) de forma que a condicéo dada pela equagao (1.20) seja valida para 2 = 45 Multiplicando-se a equagao (1.13) por 2° ¢ integrando-a para z vatiando q —00 até +oo resulta $00 a +00 vc i Cay = [ Dat 55 de (1.2 co Ot <0 Fazendo uso da regra de Leibnis para a troca de ordem entre integracio ¢ diferenciagdo, e supondo que D seia constante, resulta oo +o 99g af, UCt = Dil a oy de (1.22) A integral existente no lado esquerdo da equagao (1.22) é igual a Mp, en- quaulo que a integral do lado direito pode ser expressa através de integracao por partes como oc Godt (1.28) De acordo com a hipétese de tubo muito longo tem-se que o primeiro termo do lado direito da equagao anterior é nulo, de forma que 40 BIg 00 ac ea. ae es 1.24 [. * 5p" rf e ae ae (1.24) Efetuando-se outra integragio por partes no lado direito de (1.24) tem-se os [Oo o-ne*cde (125) co $00 9 [ 2 Cas = -p{2?) C} coQualidade da Agua em Rios ¢ Esudrios Substituindo-se (1.25) em (1 que My & funcio somente de t, aM, “E = De(p-1)M, 5 (1.26) A aplicagao da equagao (1.26) para valores sucessivos de P fornece as seguintes conclusdes: *P=0: dMo/at = 0, o que significa que a quantidade total de massa existente no tubo nao vari ia com 0 tempo * P= 1: dMy/dt = 0, o que significa H(t) = My/Mp também é consta ao varia com o tempo que M; éconstante. Conseqiientemente, nte, ou seja, a posicio média da nuvem © P=2: dMy/dt = 2DMp. Como Mo é constante, entio d(Ms/M)/dt Hz(t) constante, entao Pode-se escrever que, de acordo com a equacao (1.19) = 2D. Adicionalmente, como do?(t) _4(M, = an = ae =2D (1.27) Em resumo, a equacio (1.27) demonstra que um constituinte conservative em um conduto uniforme suficientemente longo difunde-se de tal forma que a variancia espacial da nuvem cresce linearmente com o tempo. E importante ressaltar que nenhuma hipstese fui {eila com relagao a forma da fungéo que define a concentragao, de modo que este resultado é bastante genérico. A demonstragao anterior indica uma propriedade fundamental do fendmeno da difusdo molecular e serve camo base para a definigao du processo de dispersao, conforme descrito mais adiante. Por outro lado, é importante ter-se em mente que esta propriedade depende de hipéteses relativas as condigées de contorno nas extremidades do tubo, de forma que podem ocorrer situagSes nas quais estas conclusdes nao sao validas. Exemplo de situagao deste tipo ocorre em tubos que nao so suficientemente longos, nos quais as concentragdes podem variar com o tempo em suas extremidades.86 Eiger 1.4.2.2 Tubos com Comprimento Finito tempo nas extremidades. A obtengao de solugdes para tubos finit. técnicas matematicas. Apresenta-se a seguir um exemplo de aplicagéo do método das imagens. Sera considerado um tubo fechado de comprimento 2L no qual é injetada instanta- neamente em ¢ = 0 uma massa de constituinte por unidade de area igual a M. Devido ao fato de o tubo ser fechado em z = +L nao pode existir fluxo de constituinte através das segdes transversais extremas. Conseqiientemente, de acordo com a lei de Fick tem-se que D@C/dx = 0 para z = +L, que sio as condigdes de contorno do presente problema. A injegdo instantanea de conetituinte em um tubo infinito em z = 0 produz concentragdes de acordo com a equacao (1.16), a qual é solugdo da equagao (1.13). Todavia, esta solugao nao respeita as condi pan contorno para o tubo de comprimento 2L. Isto é conseguido através da adigao adequada de outras solugdes conforme mostrado a seguir. ae rete ee ey NTE a Imagem CONTORNO "REAL CONTORNO IMAGE! Fig. 1.3: Superposicao de solugées pelo método das imagens para um tubo finito iG ¢ age ig. 1.3: SuyQualidade da Agua em Rios e Estudsios 87 Seja C'(x,t\z.) a concentragao resultante da injecdo instantanea de M no De acordo com a Fig. 1.3, a injegao em z- nao nulos em z = +1. ponto ¢ = 2, = 0 produz gradientes A linearidade da equagio diferencial permite esta, de forma que a soma das duas solugdes tamb diferencial. Em particular, a soma da mesma solu —2L, anula o gradieule da solugao centrada em outras palavras, [C"(z,tlz, = 0) + C' (1.13) e produz DOC/dz = 0 em x = em 2 = +L nio foi satisfeita ainda. a adigéo de outra solugao a ém € uma solugio da equagao Gao, porém centrada em 2e= Z_ = 0 no ponto z = —L. Em (2,t]z, = -2L)] & solugdo da equacao —L. Entretanto, a condigéo de contorno Devido & injegao virtual (imagem) em 2. = —2L existem dois gradientes a serem anulados em z = +L: aquele devido injegao real em z, = Ne aquele devido & injecdo virtual em 2, = 22. O primeiro gradiente é anulado com uma imagem em x, = +2L, o segundo é anulado com uma imagem em 2, = +4L. Neste ponto, a solucao dada por [C"(z,t|z. = 0)+C"(z,t\z, = -2L) + O'(z, thee = +2L) + O'(2, tIz, = +4L)] 6 solugio da equagao (1.13) e satisfaz a condigao de contorno em x = +L. Porém, aintrodugdo da imagem em z, = 4.4L torna nao nuloo gradiente de concentragio em z = —L. Este gradienteé anulado com uma imagem centrada em z, = —6L. Obviamente, a imagem centrada em ~ 62 produz um gradiente nao nulo em z = +L, 0 qual é anulado por uma hova imagem centrada em z¢ = +8L, ¢ assim sucessivamente. @e Em resumo, a solugio deste problema é dada por uma somatéria contendo um miimero infinito de termos conforme a seguir Ct) = C(x, tle =0) + C(z,t\x. = 21) + C'(a,t\z, = +21) + C'(z,t\z = -4L) + C'(z,tJxe= 44) + C'(2, tz. = -6L) + C'(2,t\ze = +6L) + + (1.28) De acordo com a equagio (1.16), pode-se escrever que ; M (z-2,)? = fe Odin 1.2 Cate) = TE exp [ = (1.29) Combinando-se as equagdes (1.28) ¢ (1.20) © rearranjandu-se resultado chega-se aElger 88 (1.30) Cz,t) = P a equagao (1.30) fornece a solugao fundamental para a injegao ins- ortanto, igac : Peer tanea em ¢ = 0 da massa Mf de um constituinte por unidade de area de seg: aan 7 i ‘tica somente transversal no meio de um tubo fechado de comprimento 2L. Na pr poucos termos sio necessatios no uso da equagao (1.30) por ser esta série rapi- d vel na Fig. 1.3, pois imagens centradas em damente convergente. Tal fato é vi: i i pontos cada vez mais afastados do meio do tubo contribuem para a solugao final apenas com porgées cada vez menores das caudas das distribuigdes gaussianas. Este exemplo demonstra a facilidade e o mecanismo de obtengao de solugdes através do método das imagens. Solugdes para outras situagdes podem ser ob- tidas de forma andloga, sendo de grande utilidade para o estudo do transporte de poluentes em condutos forgados e livres. 1.5 Difusao Advectiva 1.5.1 Conceituagao Quando o fluido que recebe o constituinte possui velocidade prépria, entao este constituinte é transportado nfo sé por difusio mas também pelo préprio meio que o contém. Conforme enunciado anteriormente, é comum admitir-se que o constituinte é transportado com velocidade igual a do fluido. Admite-se também que o constituinte em anélise é passivo, » isto é, nao afeta as carac- teristicas hidrodinamicas do escoamento. Do ponto de vista matematico a existéncia de adveccao é considerada através da reformulagao do equacionamento do fluxo. Neste caso, a parcela de fluxo advectivo da concentragéo C de um constituinte é dada por UC, onde H 6 0 vetor velocidade. A parcela advectiva deve ser adicionada & Parcela difusiva, a qual, de acordo com a lei de Fick, produz o seguinte fluxo resultante : F=t0c-~-pve (1.31) A substituiggo da equagéo (1.31) em (1.7) produz Le +e-( lar + ¥-(Go- pve)} qav=o (1.32)uatdede da Agua em Rios ¢ Estudios 9 Seo vetor U tem componentes u,v e w nas diregdes 2, y e z respectivamente, entao o segundo termo da equacao anterior pode ser escrito como : a a. V-(Ge) = Zc) + aye) + Awe) (1.33) _Entretanto, de acordo com o principio de conservagao da massa para um fluido de densidade constante tem-se que (Schlichting, 1979) du dv dw dz * ay t a =° wey Substitnindo a equagio (1.34) eu (1.33) resulta a dC oC oc Ay V-(0C) su 4r Se 40S = C 4 (Uc) gp t¥5, tg, = GC (1.35) Finalmente, devido & arbitrariedade do volume V, e supondo que D seja constante, resulta at at + art" ay tar =? oar * oe * Oe Gyo = 24 8, 9G , aC (35 &C 3) ay dz (1.36) Em resumo, a equagao (1.36) é 0 ponto de partida para a simulagao do transporte de poluentes sujeito a efeitos de difusio e adveccdo. Obviamente, a solugio desta equagao depende do conhecimento de condigdes de contorno, condigao inicial, do valor de D, e do vetor velocidade J. Em geral, o vetor velocidade é varidvel no espago e no tempo, sendo freqientemente obtido através da solugéo das equacées diferenciais que tegem o escoamento do meio fluido. Somente para alguns poucos casos idealizados sin conhecidas solugdes analiticas da equacio (1.36). Caso contrario, solucdes da equacio (1.38) sio obtidas de forma aproximada através do emprego de métodos numéricos adequados. Um caso simplificado da equagao (1.36) ocorre quando o escoamento é uni- dimensional como, por exemplo, quando v = w = 0. Mesmo nesta situagao 0 fenémeno do espalhamento de um poluente ainda pode ser tridimensional devido Aexisténcia de difusdo nas diregdes y e z. Se, adicionalmente, os fluxos difusivos nas diregées y e z puderem ser desprezados, entdo a equacao (1.36) transforma-se emEiger 8 8 _ rae at dr =P (3 (1.37) A solucio da a equ 3 ‘qWaxao (1.37) depende do conhecimento de u. Em eral, mesmo. em cond, is sa MOS NOs quais sio observados escons uniforme w varie com as lentos em regime permancute e nos quais w= 0. Obviay com y ¢ z, demonstrand diregdes y e = devido a existéncia de contornos sélidos, mente, a solugao (x,t) depende desta variagao de y © a importancia da adveccdo diferenciada. Se for su i Posto de forma idealizada que u € constante, entdo é possivel provar Fisc] A a et al., 1979) que a equagan (1.37) apresenta solugdes andlugas Aquelas ol fuss a ; das para o casn de difusdo pura, desde que uma transformagao apropriada le coordenadas seja efetnada. Tal transformagau € feita através de uma nova variavel 2’, definida como esr ut (1.38) Em outras palavras, 2’ representa uma coordenada que se move com veloci- dade u om relagdv & coordenada Seja, por conveniéncia, detinida uma variavel r = 1. Neste caso, a regra de cadcia fornece os seguintes resultados Cee ee (1.39) Ox PME OT Ee IC) a us) at ~ Oe? \Oe") Ox () or &C eC _ 8 (oc -£(2 On? ~ Ba \ Oz) ~ de VB. Ox’ } Ax’ ~ ax'? (1-40) BC _ AG Bs" OC Ar OG OCA a fan o ~ de OL * or Ht a * Or ae * Ot A substituigéo das equagées (1.39), (1.40) ¢ (1.41) em (1.37) produz aC _ pC (1.42) aQualidade da Agua em Rios ¢ Estuarios A equagao (1 dizet que, para © caso em anilise, o ® P » © processo conjunto de di em relacao & coordenad: ’ ei 1 42) rey ) representa um proceso de difusio pura, Isto equivale a fusio advectiva E intuitivo e facil de de nstrar pel ment = ; ‘monstrar pelo método dos mor ; entus, que, Neste caso, io média ituii a da nnvem formada pelo constituinte desloca-se com velocidade tem relagio a 2, ¢ que a vatincia espacial desta m f - " juvem cresce linearmente cam v tempo, de forma idéntica a obtida Para o caso de difusao pura. 1.5.2 Difuséo Advectiva em Canal Uniforme Mostra-se a seguir um caso simplificado de difusio advectiva em um canal retangular uniforme no qual existe escoamento na direcao longitudinal z, sendo ya diregao vertical e z @ coordenada horizontal transversal com inicio em uma margem do canal. Supondo a existéncia de uma emissio continua e constante de massa de um poluente em uma segio transversal em x = 0 ocorrendy @ una taxa lemporal igual a M pode-se obter uma solugao aproximada de forma bastante simples empregando-sc o material exposto anteriormente. Em primeiro lugar, faz-se a hipatese de que o poluente mistura-se muito mais rapidamente na dircgio vertical do que na diregao transversal, o que € uma aproximagao razoavel em canais, pois estes sao usualmente muito mais largos do que profundos. Conseqiientemente, pode-se visualizar este problema de forma bidimensional através de um plano definido pelas diregdes x € z subre v qual incide no ponto z = 29 uma carga polui- dora pontual e constante com intensidade igual a M/h, onde h é a profundidade do escoamento (Fig. 1.4). Uma segunda aproximagao aceitavel para 0 caso de emissio continua é 0 descarte do termo de difusao longitudinal. Tal desearte valido principalmente dentro do trecho no qual o poluente ocupa toda a segdo transversal do escoa- mento, quando os gradientes longitudinais de concentragao si pequenos. ‘Lal hipétese ndo é uma boa aproximagéo para o trecho compreendido entre 0 ponto de langamento e 0 inicio do trecho definido acima. Entretanto, o comprimento deste trecho inicial costuma ser pequeno o suficiente para nao introduzir erros significativus do ponto de vista prético.Eiger PONTO DE DESPEVO Fig. 1. Esquema da situacao de difusio advectiva em canal com velucidade e difusi- vidade uniformes Em fungao destas aproximacées, os iinicos termos mantidos na equagao de transporte sao os correspondentes & adveccao longitudinal e difusao transversal. A solugdo matematica deste problema é facilmente obtida se for observado que esle problema pode ser visto como © de uma injegio instantanea de uma massa Mdt em um tubo com comprimento igual & largura do canal. Quando este tubo ficticio, que viaja com velocidade longitudinal w, passa pelo ponto de injegio, recebe a carga poluidora instantanea, a qual sofre apenas os efeitos de difusdo transversal para um observador que viaja dentro deste tubo. Em resumo, a solugao deste problema corresponde & injegéo de uma massa instantanea dentro de um tubo na posicao z = zn qualquer, de forma que este caso é uma generalizagio daquele apresentado para a demonstracao do método das imagens em um tubo com comprimento finito. Fischer et al. (1979) apre- sentaram a solugao deste problema em forma adimensional, dada por e.1 (2/ — 2n— 2)? (2! — 2n + 2h)? & = Jew Xe fon] +e} (1.43) onde Co = a (1.44) (1.45)Quaidade da Agua em Rios ¢ Eseries 9 std apresentada na Fig. 1.5 para a injegdo de um al retangular (24 = 1/2), sendo apresentados os 2" = 1/2 (linha central) ez! = 1 (margens). De uma distribuigio praticamente uniforme de C ao valor aproxima-se assintoticamente de Cas. poluente no centro de um can resultados para os valores de acordo com esta figura, existe longo de z para 2’ > 0,1, cujo 20 CENTRO. C/o of 0,2 x= (xD)/(GT*) Fig. 1.5: Concentracées resultantes da injecio constante de um poluente no centro de um canal retangular cum velocidade e difusi jade uniformes Os resultados mostrados na Fig. 1.5 sao importantes nao somente por se constituirem em uma primeira aproximagao para a solugio do transporte de poluentes em canais, mas também por fornecerem uma indicagdo da faixa de validade da equagao de dispersao discutida mais adiante. 1.6 Difusao Turbulenta 1.6.1 Conceituagao Conforme dito anteriormente, escoamentos em rios e estudrios sao turbulen- tos, de forma que a teoria exposta até este ponto serve apenas como introdugio ao assunto e como base para algumas analogias a serem apresentadas.: Eiger A compreensio do que seja o fendmeno da difus toriamente pela compreensao da turbuléncia propri pesquisado e escrito sobre este assunto, nao existi ‘ao turbulenta Passa obr; ‘amente dita. Muito te indo ainda uma isa € ass com, Satisfatsria para todas as aplicages necessérias. A prépria definnar ico iga. 'M Sido Teensig de tur na , eno usualmente reconhecid Por suas caracteristicas, e nao rigorosamente definido. De forma geral, ° ) Um es. coamento turbulento caracteriza-se por, entre outras coisas, ser desorganizad, . . . : “ado, ismensional e variavel no tempo (Tennekes e Lumley, 1983). [ buleéncia esta aberta a discussao, sendo este fendm © que se entende por desorganizado também é de dificil definigao, pois este conceito depende da capacidade de compreensao que existe no momento sobre © fendmeno. De alguma forma, o conceito de desorganizayav aplicado a tur. buléncia esté associado a incapacidade de se prever exatamente como variam as caracteristicas hidrodinamicas dos escoamentos turbulentos, como velocidade, Pressao e densidade. Obviamente, pode-se incluir também a concentragao de um constituinte nesta lista de grandezas. Uma primeira conseqiiéncia notavel destas caracteristicas é que nao se co- nhece uma abordagem matematica para se calcular exatamente a concentragio de um poluente em um dado ponto e instante para escoamentos turbulentos. Tal deficiéncia é freqiientemente menosprezada. A dificuldade matematica relacionada a desorganizacao presente nos escoa- mentos turbulentos tem sido usualmente encarada de forma pratica, ou seja, as custas de modelos que procuram representar de forma aproximada certas carac- teristicas hidrodinamicas. Um modelo conceitual muito utilizado ainda no pre vel turbulenta em um dado ponto sente é baseado na hipétese de que uma vari no espago pode ser decomposta em um valor médio temporal bem definido, ao qual se superpde uma flutuacio turbulenta que oscila de forma imprevisivel em torno deste valor i¢div. Por exemplo, para a concentragéo de um constituinte escreve-se que C=Cte (1.47) onde C é o valor instantaneo da concentragao, © é o valor médio temporal de C, ec! é a flutuagao turbulenta da concentragao C’ em torno de C. Esta ahordagem foi proposta por Reynolds no século passado e tem sido extensivamente empregada até o presente (Tennekes e Lumley, 1983). Aparen-Quatidade da Aqua em Rine © Estudrion 95 temente, de tanto esta aboi . rdagem ter sid ig pouco enfatizadas. Uma difienldade ee romana oe lade caracteristica desta aburd i fea a ordagem reside na feiss i que seja um valor médio. Usualmente, define-se valor médio como 0 : ss € observado em um perfodo de tempo adequado tal que as flu- tuagoes turbulentas tenham valor médio igual a zero. Por outro lado, 0 préprio valor médio C pode variar no tempo, de forma que é usual cas i: sate definigao oe que este periodo de tempo é longo o suficiente para que as utuagées turbulentas tenham valor médio nulo, mas curto o suficiente para que G sxja constante, Tal hipdtese & costumeiramente aceita, pore went sempre verificada. O objetivo fundamental desta abordagem é o de obter equagdes para os valores médios das variaveis, os quais sio usualmente as partes mais importantes do ponto de vista pratico dos valores instantaneos destas varidveis. Obviamente, a validade desta afirmacao esté condicionada 4 iagnitude relative das flutmagses turbulentas em relagio aos valores médios. A aplicagao desta idéia & equagio de transporte de urn constituinte € mos- trada a seguir, partindo-se da equagao (1.36) expressa como ac. ac, aC, aC _ 7p (#C , HC ee) 1 a tae * dy | Oz (Gat oF (1.48) sl Decompondo-se as variaveis da equacio (1.48) em valores médios (C, 7 =) e em flutuagées turbulentas (¢, w, » w’) resulta 9 +e! eeu hGsey + GHZ S+e) + HHH) net) de ay at 5 Zere)| (1.49) or — an a (G+¢) =D [sare + oR e C+e) + oz A seguir, a equagio (1.49) ¢ integrada em um intervalo de tempo At, definido pelos instantes extremos t et" = {4 At, de tamanho adequado para que ocorram os seguintes resultados 1 faa ec ee -= al 2@rena =H [ai iLot : af tu) C+eya . 1 ft 92 275 5 Go ae at J, gqz(C +e) at = a3 Efetuando-se operagdes analogas para os termos correspondents as diregies y z, e substituindo-se os resultados na equagao (1.49) resulta oC _8C , _8 , _d PC PC PC a + Mae + Pay + Fa, (Get +s) - ac Oct Oe! / n (« Bz ar ay + we) (1.50) Os trés tiltimos termos da equacao anterior podem ser escritos como a, ae , ae) _ oa Wwe owe (vate twa) = (G++ Se) - Ow éu’ Ow’ c — 51 eG coy i) (151) ma A parte entre parénteses do ultimo termo da equacio anterior representa a equacao da conservacio da massa para as flutuagées turbulentas de velocidade, sendo aproximadamente igual a zero (Tracor, 1971). Portanto, considerando que a média de uma soma de termos é igual soma das médias dos termos, substituindo a equagao (1.51) em (1.50), resulta(Qualidade da Aqua em Rios e Estudrios ” oC , _8C iC iC C C To tue 4 oH , gdC =D adel Kale ae es Oy | os de? * Oy? + OF Owe | Ove wie’ (& + oy + a) (2.68) A equagao (1.52) revela dois fatos notaveis, 7 O primeiro fato consiste em que, embora as flutuagées turbulentas sejam supostas como tendo média igual a zero, 0 produto de flutuagées turbulentas no possui necessariamente valor médio igual a zero. Conseqiientemente, a equagio obtida para o célculo da concentragao média C’ em relagao as flutuacdes turbulentas depende do conhe- cimento de coracteristicas das flutuagoes turbulentas. E interessante notar que embora o problema continue indeterminado, ele se tornon algo mais simples, pois sua solugao depende somente do conhecimento de valores médios de produtos de flutuagoes turbulentas como we’, ve e we’. Em outras palavras, as flutuagdes turbulentas propriamente ditas nao precisam ser conhecidas para o calculo das concentracdes médias. Fntretanto, isto nao significa que a solugio deste pro- blema seja simples. Existem diversas alternativas para abordar-se tal problema, sendo este assunto genericamente conhecido como Modelagem da Turbuléncia. Este assunto tem sido objeto de intensa pesquisa nas tltimas décadas, princi- palmente devido & disponibilidade cada vez maior de computadores adequados para a obrigatéria soluao numérica destes problemas. Referéncias bibliograficas relativas a este assunto que podem ser tteis aos interessados foram elaboradas por Rodi (1980) e Eiger (1989). Um segundo fato notavel existente na equagao (1.52) é que a concentragio média sofre advecgiio devido & velocidade média, softe difuso molecular e, final- mente, é afetada por gradientes espaciais de valores médios de produtos de flu- tuagdes turbulentas. Do ponto de vista fisico, as flutuages turbulentas de velo- cidade impéem uma adveccdo turbulenta ao constituinte. Entretanto, como esta advecc&o turbulenta possui, por definicao, valor médio igual a zero, e observa-se ha natureza um espalhamento espacial do constituinte devido a agéo da tur- buléncia, ocorreu a idéia do conceito da difusio turbulenta. Deve-se ressaltar que, conforme exposto anteriormente, a analogia entre difusio molecular e di- fusio turbulenta nao é completa, mas pode ser itil em um grande ntimero de situagées encontradas na pratica. Admitindo-se que os fluxos de flutuagées turbulentas possuam carater difu- sivo, adota-se a seguinte representacao para tais fluxos98 Fie We 21, 0G. * Ox (1.53) ve =~, 2 . (1.54) -@ 7 (1.55) onde e,, ¢ a i ne a © €2 sao denominados coeficientes de difusio turbulenta. Substitui or ; uindo as equages (1.53), (1.54) (1.55) em (1.52) resulta oC _I at "Op oC oc oe [io en% +9 Varios pontos importantes devem ser destacados com relagio & equacéo (1.56). O primeiro ponto é relativo a natureza de C, ou seja, sobre que re- sultado € produzido pela equagao (1.56). Conforme descrito anteriormente, a desorganizagao caracteristica das escoamentos turbulentos praticamente impede a repeticao exata de experimentos. Por exemplo, se uma massa conhecida de constituinte for muitas vezes injetada da mesma forma em um canal no qual existe escoamento turbulento em regime permanente uniforme em relagao as varidveis médias, isto nao significa que os resultados dos experimentos sejam idénticos. Pelo contrario, a experiéncia mostra que cada experimento dever resultado distinto, sendo impossivel prever exatamente o resultado produzir um ‘Todavia, a natureza da equag&o (1.56) € de de um experimento em particular. terministica, ou seja, esta equagao produz sempre o mesmo resultado quando o sistema que ela representa for solicitado sempre da mesma forma. Este aparente paradoxo simplesmente nao existe quando se reconhece que @ equagao (1.56) nao corresponde ao valor de C' de um unico experimento, mas sim 4 média (ensemble mean) de um grande niimero de experimentos [Fischer et al. (1979), Csanady (1973)]. De acorda com esta afirmacao, isto significa que o resultado de uma Jo feita com a equagao (1.56) teoricamente nao repre~ de um determinado evento, mas sim a concentragao \de ntimero de eventos realizados sob as mesmas iientemente menosprezado, ou simulagdo de concentra senta a ocorréncia fisica média resultante de um gran Novamente, este fato tem sido freq condigées.Quatidade da Agua em Rios e Exturios tminado evento. Em outras 1.56) pode ser encarada como fornecendo 0 valor médio de uma variavel aleatéria, Ppodendo-se, ao menos teoricamente associar uma fungao densidade de probabilidades a esta varia ‘ vel. U m segundo aspecto de importancia fundamental refere- coeficientes de difusdo turbulenta dependem da diregio, ou € geralmente anisotrdpica. A experiéncia tem demonstrado se a0 fato de que os seja, a turbuléncia ‘ a a veracidade desta alirmagao em canais, por exemplo, conforme discutido mais adiante. Adicional- mente, os valores de ez, €y @ €: variam no espago e no tempo, o que traduz respectivamente a existéncia de turbuléncia nao homogénea e nao estacionaria em geral. Em resumo, estes coeficientes de difusio turbulenta nao dependem exclusivamente do fluido e do constituinte, mas sim refletem o efeito das ca- racteristicas hidrodinamicas turbulentas no transporte deste constituinte. A Prescrigao destes coeficientes pode ser obtida através de medigdes ou modelos de turbuléncia. A equagao (1.56) também mostra que os efeitos de difusio molecular e tur- bulenta sao aditivos em cada diregao considerada. ‘Todavia, a experiéncia tem demonstrado que a intensidade da difusao turbulenta é usualmente ordens de magnitude superior & intensidade da difusdo molecular nos escoamentos de inte- resse pratico. Conseqiientemente, pode-se desprezar os efeitos da difusio mole- cular nos cdlculos de concentracao sem que com isso ocorram erros apreciaveis, exceto em regides do escoamento onde as intensidades das flutuagées turbulentas sao pequenas. ‘Taylor (1921) publicou um trabalho de importancia fundamental sobre a natureza da difusio turbulenta e a validade deste conceito baseado na teoria do movimento browniano proposta por Einstein em 1905 (Einstein, 1956). De forma resumida, Taylor provou que em um escoamento unidimensional (na diregao 2, por exemplo), apresentando velocidade média nula e turbuléncia homogénea ¢ estacionaria, a variancia espacial correspondente & uma nuvem de particulas especificas tomada como média de uma série de experimentos é dada por o2(t) = 2u2 | (t—7)R(x)dr (57)100 onde u? 6 2 8 velocidade meé, média quadratica, suposta » constante, 7 é +7 € uma dep, asa. 8em temporal, ,e R(r)é ~ * definida come (7) é a fungao de autocorrelacio das velocidades turbulent las, (1.58) As velocid: crass ates representadas na equacéo (1.58) devem ser encaradas segu, de vista lagrangiano, isto 6, sio as velocidades observadas pare? uma dada partt particula enquant i 0 ela se move i Pane ove no interior de um fluido que sofre escoa. ‘ linear é intens é proxi ei mens0, 0 valor de R(r) é préximo de zero. Pode-se provar que —1 < R(t) <1, Para qualquer valor de T (Mood ef al., 1974). - Por exemplo, quando r é bastante pequeno entao u(t) ~ u(t +7), de forma que R(r) = 1. Isto significa que existe uma forte a u(t +7), € que, de acordo com a cquagio (1.57) resulta sociagio linear entre u(t) ¢ Fa oz(t) ~ 2 funder = wt? (1.59) 0 ou seja, para pequenos valores de t, a variancia espacial cresce quadraticamente com o tempo. Por outro lado, 4 medida que 7 aumenta, os valores de u(t) ¢ u(t+7) tornam- se cada vez menos associados linearmente. Taylor supés que lim;—scoR(r) = 0. Neste caso, a integral ff r R(r) dr deve tender para um valor constante para t suficientemente grande. De forma anéloga, a integral fy R(r)dr deve também tender para um valor constante Ty,,z, denominado escala lagrangiana de tempo. Apés estas consideragdes, a equagao (1.57) pode ser escrita como o2(t) = 2u? (t The + constante) (1.60) ou, de forma equivalente (1.61) do?(t) dtQuiidade da Agua em Rioe © Estdrion " molecular é marcanté i n santo uiera tee ne inte, e permite definir por 2 como ) © (1.61) 0 eoeficiente de difusio turbulenta fe = WT» (1.62) Em resumo, apés um tempo suficientemente longo em seguida a injecio de umn constituinte em um escoamento que possua as caracteristicas estabelecidas anteriormente, 6 viavel definir-se um coeficiente de difusdo turbulenta. Tal coe- ficiente é diretamente proporcional & intensidade das flutuagées turbulentas de velocidade (medida por u?) e a um tempo caracteristico que mede a intensidade da meméria existente no processo. Assim, um coeficiente de difusdo turbulenta pode ser definido somente apds um tempo suficientemente longo, tal que o pro- cesso nao seja mais afetado pelas condigées iniciais. E importante notar que 0 uso pratico da equagao (1.62) ¢ limitado a situagdes nas quais sio conhecidos os valores u? e Ty,2, 0 que significa que medidas dos valores instantaneos de velocidade devem estar disponiveis. Tais situagdes usual mente restringem-se a estudos efetuados em laboratério. Todavia, a utilidade da equacdo (1.62) no presente contexto esté ligada & visualizagio do fendmeno da difusao turbulenta e de sua condigao de validade. maneira alternativa de se expressar 0 coeficiente de difusao turbulenta Uma através da escala de comprimento lagrangiana [z,2, definida é mostrada a seguir, como Re = VTs (1.63) ia necessaria que uma particula es iniciais torne-se desprezivel. (t) como uma medida do © valor de Iz,2 é uma medida da distanc rer para que a influéncia das condig deve percor! f a pode-se encarar o desvio padrio ¢ Adicionalmente,J02 ti 7 ami i ‘ anho da nuvem de constituinte sendo transportado. Por exemplo, se este “ons ii istribuic i a ' er ae for distribuido de forma gaussiana, entao cerca de 95% da mass, Rat on i iT * otal de constituinte estar disposta em uma faixa de comprimento igual a 4g. (t) ¢m torno da posigao média da nuvem. _ Chamando de L, © tamanho da nuvem, entéo, de acordo com a equagag (1.60), pode-se escrever que L2 =~ WW Tet (1.64) da constante presente na equagio (1.60) pode ser desprezado para tempo suficientemente longo. Portanto, a condicao 1 > Ty,» pode ser expressa de forma equivalente através do emprego das equacées (1.63) e (1.64) como 12> 20, (1.65) ou seja, de acordo com a equagao (1.65), é possivel definir-se coeficientes de difusdo turbulenta constantes quando a nuvem poluidora for substancialmente maior que a distancia acima da qual as flutuagées turbulentas apresentam cor relagéo desprezivel. Tal distancia é da ordem de grandeza dos tamanhos dos maiores turbilhdes presentes no escoamento. Finalmente, 0 coeficiente de difusao turbulenta €, pode ser expresso através da combinag’o das equagées (1.62) e (1.63), resultando ee = Vutlt, (1.66) de forma que fz resulta do produto entre uma velocidade caracteristica d tensidade de flutuacao turbulenta e um tamanho caracteristico dos turbilhées. 1.6.2 Difusao Turbulenta em Canais Pelo que foi discutido anteriormente é possivel prever que a teoria de difusdo turbulenta apresentada nao é diretamente aplicavel a escoamentos em canais. Em primeiro lugar, néo existe garantia de estaciouaridade do cocoamento ¢, portanto, estacionaridade das caracteristicas turbulentas. ober(Quolidade da Agua om Rios © Esttrios A presenga de ¢o1 i Nntorn éli ae ntornos sélidos e da superficie li turbilhdes caractertsticos, ja cic livre afeta © tamanho dos de ordem fisica. Também pode oco as paredes (Tennekes e Lumley, 1983), Fea » A qual tende a diminuir a intensidade das Oxi a * ‘imas aos contornos sélidos. Em resumo eves : , de difusao turbulenta nas regid Se esperar valores maiores para o coeficiente ues mais afastadas di do que nas vizinhan los contornos de um canal gas destes conto ae . nos. Assi ras homogénea em canais, im, @ turbuléncia nav deve ser de acordo com a equagao (1.66) Pela mesma razao, na nak 5 eee ree deve esperar que a turbuléncia seja isotrépica ee ee @ restrigao fisica imposta pelos contornos ao tamanho dos Ines, sles dever ser mais slongncs ao longo das dregs nas qais 0 canal ‘m_ maiore i 6 i i es dimensdes. Assim, existe uma razio pela qual canais com largura mai 8 ior que a profundidade tendem a apresentar coeficientes de difusio turbulenta maiores na diego da largura. Detectadas estas dificuldades, resta mostrar como elas podem ser superadas de forma razoavelmente simples e precisa do ponto de vista pratico. Serd mos- trado mais adiante que nem sempre isto é possivel sem 0 uso de modelos de turbuléncia mais sofisticados. 1.6.2.1. Difusdo Turbulenta na Diregao Vertical A Fig. 1.6 representa de forma esquematica um canal e o sistema de co- ordenadas adotado, no qual z representa a diregio longitudinal, y representa a diregao vertical, e z representa a ditegio horizontal que contém os planos das cogdes transversais, usualmente denominada direcao transversal. |A obtenc&o de uma forma funcional para éy como fungio de 2, y ¢ = ainda nao foi lograda, mesmo para situagdes bastante simples. Entretanto, é possivel obter de forma aproximada a funcdo y(y) para regides centrais de canais retan~ gulares largos, isto é, para regides da segio transversal que nao sofram influéncia significativa das paredes laterais. A base para a obtengao de ey(y) neste caso é a analogia de Reynolds (Hinze, 1959). Segundo esta analogia, diferentes grandezas como massa, calor € momen- tum sofrem difusio turbulenta A mesma taxa. Em outras palavras, as mesmas que difundem um constituinte também difundem momen- flutuagdes turbulentas tum e calor. A primeira vista, esta analogia parece Ser completa, mas a realidade104 mo) 7 mentum devem ser dife sao idénticos, ° cma de eixos cartesianos para um canal Fig. 1.6: Definigao de um si bem para a situagao em andlise, Al-Safar (1964) e Jobson e Sayre mento turbulento em regime tudinal 2 é Embora incompleta, esta analogia funciona smonstrado experimentalmente por existe um escoal conforme de salhamento 7 na diregao long (1970). Para um canal largo, no qual permanente uniforme, a tensdo de cis dada por (Fig- 1.7) (1.67) T= PM GyQuattdade da Agua em Rios e Esmirg y 105 Fig. 1-7: Corte longitudinal no centro de um canal largo sendo p a densidade da a ‘Gua, vy O Coeficiente de viscosidade cinematica turbu- lenta na diregao y, “ula origem se dé no fundo do canal, e u é a velocidade na diregao x. Devido & condigao de regime permanente uniforme a tensao de cisalhamento rT é exatamente equilibrada pela tens&o provocada pela componente do peso do fluido na diregao longitudinal, ou seja, para uma dada profundidade (hy) tem-se T = pg(h—y)So (1.68) onde So é a declividade do fundo do canal, suposta pequena, e h é a profundidade total do escoamento. Para a velocidade longitudinal u é razodvel adotar-se a seguinte expressio (Fischer et al., 1979) (1.69) F 4 é onde @ € a velucidade media do escoamento ao longo da Uiaseege « é i ii ra a constante de von Karman, cujo valor é aproximadamente igual a 0, pa 4, i GU, © Ue Ca escoamentos nao estratificados de 4gua sem material em suspensav, velocidade de atrito, definida como a Ee e106 Combinando-se as eyuagoes de Reynolds, que estabelece qu (1.67), (1.68), (1.69) © empregando-se 4 analog: Ie Vy = ey, tem-se que ana _. y ¥ - Yay ys aud (1 i) (171) . : Crtanto, de acordo com a equacio (1.71), 0 coeficiente de difusdo turbulenta com a profundidade, sendo maximo ‘a superficie livre. E interessante no- qualitativos discutidos anteriormente © esperados para este coeficiente. Todavia, um valor nulo para ¢, na superficie livre nao é realista, pois existe transporte turbulento nesta tegiao devido a de- formabilidade da superficie livre (Naot e Rodi, 1983). Esta imperfeigao decotre na diregao vertical €y varia parabolicamente para y/h = 0,5 nulo no fundo do canalen tar que este resultado confirma os aspectos da adogao da hipdtese de validade do perfil logaritmico de velocidades ao longo de toda a profundidade e produz erros aprecidveis para cy somente na regiéo proxima a superficie livre. O valor médio de ey na diregao vertical é dado por : _ : = Xuh = 0,067uh (172) = if eydy = Fu do vlidas para regides afastadas das tas equagoes si Deve-se ressaltar que es' qt + ala, devendo, portanto, ern paredes latcrais, mas nao para regides préxi aplicadas com a devida cautela. iregi sversal A ta na Diregao Tran Difusao Turbulen a. semelhante aquela empregada _ mento da Sa 1 devido a0 desconhecin eae é invidvel para a direcao vertical, neste caso,Qualidade da Agua ems Rios € Estudrog pee médio E, ao longo da diregio trans- Bes prdtican, conte ee cannecimento de Z, pode ser stil para algumas 3 Flee ee me mostrado mais adiante. A forma basica de ob- lengio de E, é feita através de medidas efetuadas o io em canais retangulares nos quais sio estabelecidos manente uniforme versal. Embora incompleto m laboralério, notadamente escoamentos em regime per- Enta é analise dit is a0, através da andlise dimensional, tenta-se estabelecer uma relagao funcional que descreva a dependéncia de £, de varidveis como pro- fundidade, largura, declividade, vazao, rugosidade do contorno sélido ete. Baseado em uma série de experimentos efetuados por diversos pesquisadores, Fischer et al. (1979) propuseram a seguinte expressiio para f,, valida para canais retangulares retos z= 0,lbuh (1.73) Entretanto, a equagao (1.73) esta sujeita a um erro da ordem de 50%, con- forme apontado pelos prdprios autores. A causa desta variagio em torno dos valores médias ainda nao foi totalmente esclarecida. Eiger (1988) efetuou uma re- visao detalhada dos ensaios e respectivos resultados obtidos em diversos estudos na tentativa de mostrar as similaridades ¢ disparidades entre estes estudos. Por exemplo, enquanto em um estudo a relagéo largura/profundidade desempenhou papel importante, em outros estudos a influéncia desta relagao foi desprezivel. Também a forma e dimensées dos elementos rugosos empregados parecem ter im- portancia nos resultados. Outros aspeclos, como forma de injegao do tragador no escoamento, condigdes de entrada do escoamento nos canais e correspondente estagio de desenvolvimento da camada limite e comprimento do canal, parecem estar de alguma forma relacionados a dispersao estatistica dos resultados. Reconhecendo a dificuldade imposta pelos dados experimentais, Eiger (1988) efetuou um estudo tedrico do problema e concluiram que, em uma primeira aproximaco, a seguinte expresséo é valida para canais retangulares largos z, « [uh oy108 Ee. onde f 60 fator de atrito da formula universal de perda de carga eH é ay, dade média do escoamento ao longo da scgao transveral. loci. A Fig, 1.8 mostra a relagio dada pela equagio (1.74) bem como pontos perimentais medidos por diversos autores. Pode-se notar que o ajuste é ee e justificado teoricamente, mas nao explica a influéncia de alguns fenémene importantes. A equagao (1.74) também da algum suporte tedrico aos ie obtidos experimentalmente por Webel e Schatzmann (1984). 5 fato conhecido que normalmente existem correntes secundarias no plano das seches transversais, isto 6, no plano formado pelos eixos y e z. Tais cor. rentes, denominadas secundarias, podem afetar de forma significativa a difusio transversal. Uma anilise simplificada efetuada por Larsson (1987) mostrou que o efeito difusivo causado por este tipo de correntes secundarias pode ser da mesma ordem de grandeza que o efeito difusivo introduzido pelas flutuagées turbulentas, 0.00 0.10 0.20 0.30 0.40 ft 0.040 0.030 @,/hi 0.020 0.010 0.000 @ DADOS EXPERIMENTAIS Fig. 1.8: Valores médios do coeficiente de difusdo transversal expresso em forma adi- mensional em funcéo do fator de atrito para canais retangulares Uma medigéo do coeficiente de difuso turbulenta na diregéo transversal ¢ normalmente baseada no aumento da variancia de uma nuvem ao longo destaQuaidade da Agua em Rios ¢ Esuérios Um primeiro tipo de Corrrente secundaria ocorre em condutos uniformes nao cireulares veiculando escoamentos tu : : rbulentos. Einstein e Li (1958) que a anisotropia da turbuléncia induz a form: as quais surgem também em ¢: Provaram ago de correntes secundarias, anais retangulare experimentos cujos dados foram mostrados na dade destas correntes sio bastante afetadas pela ¢ pela distribuigdo espacial da Tugosidade das p destas corre d Seometria da segao transversal aredes do canal. nes constitui-se em assunto bastante complexo, demandando 0 uso le modelos de turbuléncia bastante sofisticados, tanto do pont io de vista con- ceitual como do ponto de vista numérico, Eiger (1989) A simulagio efetuou uma avaliagio le poluentes e concluiu elas. Em resumo, nao ‘ar 0 efeito de correntes cundarias induzidas pela turbuléncia no transporte transver: numérica da influéncia destas correntes no transporte di que tal transporte pode ser sensivelmente afetado por existe ainda uma forma simples ¢ precisa de se consider se sal. A auséncia de uma uniformidade geométrica cm rios e estudrios impée outros mecanismos de formagao de correntes secundarias, ausentes nos experimentos efetuados em canais retangulares uniformes. Por exemplo, uma aproximacio afastamento relativo de linhas de corrente longitudinais induzem a formacio de desvios semelhantes nas particulas sendo transportadas e também nas carac- teristicas da turbuléncia. Toda irregularidade geométrica perturba 0 escoamento afetando a turbuléncia, usualmente no sentido de aumentar o seu poder difusivo. Isto sugere que a equagao (1.73) nao deve ser adequada nestes casos. De fato, 0s seguintes exemplos mostram a veracidade desta afirmacao: ou * Holley e Abraham (1973) constataram que a presenga de espigées laterais em canais retangulares produziram valores de ,/hu, entre 0,35 e 0,50. + Experimentos efetuados por Holly (1975) em canais retilineos com segao transversal triangular produziram valores de , /hu, entre 0,32 e 0,62, ha- vendo uma considerdvel dispersao estatistica dos resultados.uo onde R. € 0 raio de curvatura da curva, Yotsukur: i coum, a — : jolie pas que os resultados fornecidos pela : : ‘orem multiplicados por (T/h)?, onde T é a ‘gura superficial da secao transversal em canais de largura finita. Entretanto esta melhoria nao foi suficiente para explicar a discrepancia existente entre . valores medidos em canais de laboratério e canais naturais. Holley (1987) propés que o efeito de curvas pade ser desprezado oc for veri- ficada a seguinte relagio uT ae 08 (1.76) Outros fendmenos podem ser importantes no tocante a presenca de correntes secundarias. Larsson (1986) sugeriu que a rotaao da Terra pode induzir efei- tos transversais nao despreziveis em canais profundos apresentando escoamentos lentos. A presenga de vento soprando transversalmente ao canal pode criar uma sobrelevacao transversal gerando correntes transversais semelhantes aquelas in- duzidas por curvas. A dificuldade em se estabelecer equagées para a simulagio cipalmente da influéncia da vegetagao e do relevo mar- deste efeito resulta pi ginal local.Quatidade da Agua em Rios ¢ Estudrios E inegavel que 0 2 onheciment, : Isto é refletido pela equagio mre epee 4 dilusao transversal ¢ insatisfatorio. * posta por Fi priticas om canais naturais, dade p Por Fischer et al. (1979) para aplicagdes 5 Jor uh = 6 + 50% (1.77) A indicagao do erro na To ni A i Aine . equacao anterior serve para mostrar a dificuldade em avaliar a magnitude deste fendmeno. A adogao de um valor para €, no fundo de algum ti po de julgam a iG igamento pessoal, ou entao de ensaios depende E importante le: apropria- AN nacre Mbrar, no entanto, que mesmo experimentos cuidadosos lecimento de relacé Sram capazes de produzit dados adequados para o estabe- dificuldad i a funcionais precisas para ,. Talvez a explicagio para esta ificuldade seja devi ‘Ja devida ao fato de que todas as influéncias citadas anteriormente determinem ui i m processo de mistura transversal que nao seja fickiano. Em outras lavras, tal i i pal » talvez seja fisicamente inadequado definir-se um coeficiente de difusio transversal para o transporte transversal de um constituinte. 1.7 Dispersao Longitudinal A introdugao do conceito de dispersao no estudo do transporte de poluentes foi provavelmente uma das maiores contribuigées tedricas ao assunto. U objetivo basico deste conceito é o de introduzir equacdes mais simples para a simulacao do transporte de poluentes. O que ocorre, no entanto, é que estas equagées sim- plificadas s6 sao validas se forem respeitadas certas condigdes de aplicabilidade, o que nem sempre é verificado em algumas aplicagées. Existe na literatura um grande niimero de solugdes analiticas e numéricas baseadas no conceito de dispersao, o que estimula bastante o seu uso. Entretanto, pode acontecer que situagoes criticas de poluigao ocorram antes do ponto a partir do qual seja admissivel 0 uso do conceito de dispersio. ‘Adicionalmente, o trecho de rio ou estuario sendo estudado pode apresentar caracteristicas tais que nunca sejam respeitadas as condigdes de aplicabilidade para esta abordagem. © objetivo desta segao é o de definir dispersio, respectivas condigdes de aplicabilidade e razdes que podem levar ao sucesso ou fracasso no emprego deste conceito. Grande parte da apresentacao feita a seguir supoe @ existéncia de escoamen- tos bidimensionais em condutos livres ou forgados. No caso de um conduto
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