Sex Bomb
Sex Bomb
Sex Bomb
Por
Princesa Sissi
www.cenasdegaja.com
Introdução
E cá está o muito aguardado terceiro livro desta Princesa que vos escreve.
Sex Bomb – o que homens e mulheres VERDADEIRAMENTE gostam na
cama, nasceu da vontade de acabar com os mitos urbanos associados ao
tema. Basicamente, foi colocado um questionário a uma série de gente,
súbditos do blog – não vou dizer quantos mas foram mais de 10 – que,
como é normal, acorreu em massa e não desapontou. Meninos primeiros,
meninas depois, fizeram história. Que é como quem diz, todos os que
comprarem este livro – atenção que eu disse comprar – vão poder saber
merdas de elevada craveira e assim, e mandá-las para cima da mesa de
qualquer ocasião social, ou mesmo antes de se abrirem os presentes de
Natal, entre uma farófia e um bolo-rei. Quando digo merdas, estou a ser
carinhosa. Na verdade, este Santo Graal das artes de cama está dividido
em sete temas – sedução, preliminares, sexo oral, masturbação, acto
sexual (ou foda, como quiserem), fantasias sexuais e pornografia. Lá
dentro, está uma análise cuidadíssima, feita de forma morosa e afincada
sobre as respostas dadas por grelame e machame em cada tema.
Não me vou debruçar sobre todas as respostas, até porque estou com um
decote imenso e depois vê-se tudo. Mas deixarei os respectivos
questionários em anexo, para que possam ter pena de não os ter
respondido.
Enjoy!
AFORISMOS DE SISSI
SEDUÇÃO
Quase trinta por cento dos inquiridos responderam que «os homens não
são idiotas. Gostam tanto de sedução quanto as mulheres e podem
mesmo ser mais românticos que elas. Sexo por sexo não me interessa».
Bom…que dizer…? Por partes. Que os homens, genericamente falando,
não são idiotas parece-me pacífico. Tal como me parece natural que
digam que gostam tanto ou mais de seduzir do que as mulheres colocando
no cabaz uma dose de romantismo. Agora, não me fodam, sexo por sexo
não vos interessa? Nadinha, zerinhos, nada mesmo? Portanto, se uma gaja
muito boa mostrar interesse e disponibilidade mas não reclamar aliança
no dedo, aqui d’el rey que os meninos não querem? Ou sou eu que sou
muito antiga, do tempo em que os homens assumiam a testosterona sem
pruridos de freira Oblata, ou então este novo homem está enfaixado de
uma tal culpa cristã que uma erecção sem ligação amorosa dá direito a
sevícias corporais auto-inflingidas. Como se, de repente, passássemos de
um tempo em que qualquer brisa primaveril movesse despudoradamente
a montanha do baixo-ventre, para outro, em que nem ventos ciclónicos
fazem demover um mangalho empedernido face ao seu novo manual de
normas. Pergunto-me o que haverá de permeio. A que corresponde esta
percentagem de homens que, perante escolha variada, decidiu colocar a
cruz na opção que se mostrava, subitamente, mais casta? A resposta
chegou-me numa segunda leitura dos resultados. É que, logo de seguida,
vinte e dois por cento dos homens respondeu que, o que gostavam que as
mulheres soubessem sobre o que significa sedução para eles, é que a
maioria «está sempre a tentar seduzir uma mulher que os atraia». E cá
está! Alguém que chame pintelhos aos pêlos púbicos! Afinal de contas,
parece que ainda há homens que assumem que, perante excelso grelame,
o D. Juan que há dentro deles se manifesta sob as mais variadas formas e
objectivos, todos eles de índole sexual.
E perguntam vocês, ainda mais uma vez: «Oh Sissi, princesa dos reino
grelame, e como é que seduzimos o macho da nossa afeição sem
perdermos o tino?». E eu respondo: é simples. Tal como o machame
respondeu, sendo vocês mesmas, «sem grandes artifícios.» É claro que
não quero com isto dizer que, antes de um encontro, não possam fazer
um esforço. É claro que podem. Podem e devem. Mas para consumo
próprio, para que se sintam confortáveis, seguras e confiantes,
independentemente do resultado do encontro. Garantidamente, não há
nada de mais atraente que uma mulher que se sente bem na sua pele.
Por isso, grandes queridas, não vale a pena tentarem imitar o que vêem
nos filmes ou reproduzir as tácticas vossa colega de escritório que saca
gajos como quem lima unhas, porque se isso não for coerente com o que
são, vai soar fajuto e ridículo. Não vale a pena usarem um mega decote ou
uma super mini-saia para depois passarem a noite, desconfortáveis, a
puxar o decote para cima e a saia para baixo. Esta Princesa que vos
escreve, após dezenas e dezenas de encontros, aprendeu coisas muito
simples, que partilha convosco. Ora atentem:
1 – Se vejo que o machame se presta a ser sobremesa de luxo, a depilação
tem de estar no ponto. Ninguém me apanha nua com a depilação por
fazer! Digamos que não é o tipo de imagem que quero deixar na cabeça
do meu interesse sexual/amoroso. Sentirmo-nos bem é fundamental. Se
há alguma coisa que falha, seja o que for, há que tratar dela.
«Há mesmo 42 por cento dos machos que se dividem entre um altruísmo
de louvar e, quero acreditar, um certo desconhecimento do que é o
preliminar. É uma espécie de homem que está ali para se vir e,
paralelamente, não está ali para enganar ninguém. Sexo é penetração e
orgasmo e tudo o resto são minudências que atrapalham. Porém, se a
parceira se mostrar interessada e prometer que não chateia enquanto o
Benfica estiver a dar na televisão, ele até é gajo para, na loucura, deixar
que ela lhe faça um broche. Um miminho de pessoas.»
PRELIMINARES
Porém, apesar de o macho ser bicho papão (do verbo pueril papar), não é,
seguramente, bicho estúpido. Ou seja, debicar é bom, mas não a todo o
custo. Vejamos. Quando inquiridos sobre «qual a situação que se pode
revelar o maior turn off durante os preliminares», a resposta dada deixou-
me descoroçoada. 41 por cento respondeu que, na arena da tesão por
excelência, o filme mais tenebroso é o da «falta de higiene»!! Mas eu
percebo. Quando as feromonas se misturam com a falta de cuidado, a
pele, que deveria exalar aromas carnais, assemelha-se à beleza do odor
dos carros que fazem a recolha do lixo. E quem é que gosta disto?
Ninguém. Nem macho uberentesoado. O que me espanta é que, perante
as restantes opções, igualmente desagradáveis e passíveis de colocar o
mastro a meia haste, o olfacto tenha batido largamente as outras
situações, as quais poderão consultar no gráfico. Mais uma vez,
compreende-se, mas fiquei a pensar no que é que isto realmente quer
dizer, tanto mais que quando lhes foi perguntado qual a sua preferência
depilatória, nova votação esmagadora (45%) coloca a opção «sem pêlos»
no topo da escala. Será mais uma referência à higiene?
É claro que um pipi depilado e bem cheiroso é o que todos desejam mas
pergunto-me se esta «falta de higiene» a que alude o machame não se
refere ao cheiro natural que emana do baixo-ventre feminino, que,
supostamente, é o ingrediente mágico que atrai macho e fêmea. Não
tendo resposta para isto, sou obrigada a dirigir-me ao grelame. Já aqui ao
lado.
SISSI SUGERE
Estimadas,
Bem sei que para as grandes queridas que lêem esta Princesa deitadas ao
lado do vosso mais que tudo, o melhor preliminar é aquele em que o
vosso macho vos ajuda na lida da casa para que vocês, ao chegar ao leito,
não venham cansadas e sem vontade. Mas dado que, de acordo com este
questionário, o machame está disposto a tudo nesta questão dos
preliminares, pode caber-nos a nós, seres exigentes e cientes do que nos
faz titilar, montar o cenário para o teatrinho perfeito.
Ora reparem.
A equação perfeita: sexo e erotismo
Isto do sexo feito tem muita piada mas se não juntar o erotismo à equação
corro o risco de me sentir como os coelhos da Duracell: dura, e dura, e
nada acontece. O toque perde intensidade e a foda fica desprovida de
encanto. E, muitas vezes, de orgasmo. Uma das belezas do erotismo, é
que ele pode ser encontrado em todo o lado, sob várias cores e formas,
basta para isso que queiramos impregnar o sexo daquele je ne sais quoi
que nos faz guardar na memória momentos e noites inesquecíveis.
Mas como dizia, o erotismo é como o Natal, quando uma mulher quiser,
com a diferença substancial de ser muito mais barato e durar o ano
inteiro. Em querendo apimentar uma noite de sexo, não precisam de fazer
um mortal encarpado com dupla pirueta nem subir o Evereste. Até
porque, a fazer fé neste questionário, o machame está disposto a levantar
âncora às vossas ordens. Ao estímulo certo, ele salivará. Um preliminar
pode ser quase tudo, dependendo da história que têm em comum com o
macho, seja qual for a relação ou motivo do encontro. Desde tempos
imemoriais que as lendas do bem foder nos dizem que «preliminar» é
tudo o que é feito para intensificar o acto sexual, é a sua melhor faceta e
está muito além do toque físico. Para esta Princesa que vos fala do alto da
sua já longa experiência, este delicioso apriorismo tem muito mais
coincidências com a vontade e a excitação que com qualquer técnica que
possam desenvolver. As minhas melhores noites de sexo deram-se à
sombra de pequenos nadas que deram tudo. Desde sms´s vocalizadoras
de desejo, à passagem de um mão por mangalho em fúria em situações
públicas, ao roçar de uma mama num braço, tudo é permitido desde que
faça sentido para os dois. Eu gosto sempre de acrescentar alguma
imprevisibilidade às situações. E a minha história diz-me que o machame
delira... Mas trata-se aqui de encontrarem o vosso espaço. E há muito por
onde explorar. Se são casadas ou estão em relação há muito tempo,
porque não entrarem em role play e fingirem ser outra mulher que não
vocês? Serem a inquilina das vossas fantasias? Se têm mangalho
fresquinho, enfim…é todo um mundo por abrir…
A chave aqui é ousar, saírem da norma. E nisso, os machos ajudam. Por
vezes, basta um olhar diferente, uma mão que escorrega
inesperadamente, um negligée que revela mais pele e acentua os detalhes
do vosso corpo, ou mesmo uma atitude mais proactiva de procura do
prazer. Todas nós temos esta capacidade: de sermos atraentes para o
macho que está connosco. Basta que nos sintamos assim. Porque,
acreditem, quando o grelame está em alta e se sente confiante, o
machame topa. E segue o seu instinto natural.
Por isso, grandes queridas, toca a meter as desculpas no saco. Que estão
cansadas, que o trabalho, que a lida da casa, que tudo o resto. Organizem-
se para que, com a periodicidade que entenderem, cuidarem de ter uma
noite em que a indulgência e a gula sexual são o mais importante. Além
disso, grelame do meu país, os preliminares são a melhor forma de
descobrirem o corpo do vosso macho e de ele perceber o que gostam,
como fazê-lo e onde se devem demorar. E há coisas que demoram a
aprender. Se não fossem os preliminares, jamais teria intuído, e ouvido,
preciosas dicas que me levaram aos broches extraordinários que faço ou à
noção de que o clítoris é o rei deste meu corpo repleto de curvas sinuosas.
Mas mais importante, grandes queridas, é nos preliminares (físicos e não
físicos) que deixamos que o prazer nos invada e que nos sentimos em
contacto com o parceiro. E é maioritariamente aí que o desejo ganha
forma e que a nossa identidade sexual se vai construindo. Somos o que
somos também porque gostamos do que gostamos. E o sexo, a foda, a
queca, o que lhe quiserem chamar, não está fora deste dogma de Sissi.
AFORISMOS DE SISSI
SEXO ORAL
«Há quem nasça para ser astronauta, médico, advogado, eu nasci para
mamar. Tenho uma tal dedicação à arte, que estou, inclusivamente, a
pensar em patentear o broche com que já presenteei meia Lisboa (e
alguns bairros Londrinos), baptizá-lo de Broche Real e iniciar um périplo
pelo país para vos ensinar, súbditas, a dar semelhante prazer aos vossos
machos.»
SEXO ORAL
Curiosamente, neste campo não houve surpresas. Ainda pensei que uma
alma peregrina pudesse dizer que não gostava de uma boa mamada mas
não, o machame não desapontou. E mais que falar dos resultados, que
esses, já sabem, podem consultar nos gráficos, interessa analisar a
mensagem subjacente aos mesmos. Ora vejamos, o que podemos retirar
claramente destes números, é que os machos deste quizz gostam de um
boca afoita e pronta para entrar em acção, gostam ainda de se vir na dita
embora lhes seja indiferente se a fiel depositária engole ou não o néctar
divino, pensam que o que poderia tirar o ímpeto ao marsápio durante o
bonito acho de brochar é a falta de gosto e empenho do grelame e o que
o segredo para o melhor abocanhanço de que alguma vez foram alvo
reside, justamente, no seu inverso, ou seja, no facto de a parceira mostrar
ser uma mamona, como eu.
Ora, quer-me parecer que há uma ideia que se retira claramente destes
factos, a qual, espero, que seja acolhida por vós, grelame do bom, com
toda atenção e carinho: o segredo de um bom broche está na atitude.
Escrevam-no, façam uma tatuagem, pintem um quadro, mandem um
zepelin, mas nunca se esqueçam disto, se são grelame que gosta de
obsequiar o parceiro com chupanços vários. Se não forem, não há
qualquer problema, mas não finjam que gost
am só para agradar ao macho, até porque isso é coisa para se notar, como
já perceberam pelas respostas dadas no questionário. A técnica também é
importante, claro, mas já lá vamos. Porque uma mulher que goste de
brochar, à séria, que mostre que o quer e que se excita com isso arrisca-se
a ser actriz principal nas fantasias e memórias do machame com quem já
privou de muito perto. E essas sabem bem do que falo. Mas a vocês,
grandes queridas, que ainda não perceberam o que andam a perder, Sissi
vai explicar-vos do segredo do Broche Real para que todas possamos
desfrutar das maravilhas da piça erecta e à boca de semear.
Outra questão, esta de suma importância. Não que as outras não sejam,
mas o ritmo é fundamental para a fase final do broche e é também
apontada no questionário como a segunda razão para um broche de
sonho. Dado que sou Princesa brincalhona que, qual criança de colo, gosto
é de estar de chucha na boca, quanto mais o broche durar, melhor para
mim, assim o meu maxilar aguente. Vai daí, gosto de alternar o ritmo, ou
mesmo parar se isso evitar o orgasmo do macho e a minha diversão
acabe. A não ser que ele queira terminá-lo, o mamar é, para mim, coisinha
que dura, daí a necessidade de equilibrar o depressa e o devagar, mão
mais vigorosa e mais solta, maior ou menor intensidade. Mas, se por
razões várias, o broche tem de ser de curta duração, aí, minhas querida, o
ritmo é determinante para chegar de forma célere à recta final.
Recapitulando, mão forte, língua ululante, olhar no parceiro. Juntem-lhe
um ritmo certo, homogéneo, uniforme, e quando perceberem, por sons,
gestos, esgares ou indicações do parceiro que a vossa boca lhe está a fazer
maravilhas, vão, vagarosamente, aumentando o ritmo, a força da mão e o
brincar de língua. A palavra-chave é gradação.
ETIQUETA DO BROCHE
5 – Mais uma vez: a cabeça do grelame pensa por si mesma e tem vida
própria. Escusam de agarrar nela como se conduzissem carrinhos de
choque enquanto ela vos debica o mangalho.
O MINETE
E não podia falar de sexo oral sem referir o minete, essa arte igualmente
importante mas que, por vezes, comporta alguns equívocos que Sissi se
vai encarregar de explicar, com base nas várias bocas que a sua vagina real
já beijou. Uns claríssimos 64% dos machos responderam adorar o
cunninlingus mas será que todos eles conseguem desvendar os segredos
por detrás de um bom minete? Claro que, por esta altura, já muitos estão
cientes da importância do clítoris mas trata-se aqui de debater o processo
«chave na mão», ou seja, desde a vontade ao orgasmo.
«Esta princesa que vos fala é uma punheteira que não se aguenta e é
também graças a essa sinecura diária (muitas vezes bi e tri diária,
dependendo da lua…) que o sexo é cada vez mais uma iguaria, um petisco
gourmet que aproveito e degusto sempre que posso e quero. As
sarapitolas fazem parte do que somos, tal como o fazem qualquer outra
necessidade que serve propósitos igualmente nobres.»
MASTURBAÇÃO
Ora cá está, ritual diário que pratico com afinco, conheço bem e
recomendo. Nada como adormecer e acordar com um orgasmo envolto
em fantasias para começar o dia com energia e boa disposição! A
sarapitola (nome carinhoso que uso para designar o prazer que dou a mim
mesma e aos outros) é uma arte e a forma mais prazerosa de nos
descobrimos sexualmente, bem como ao parceiro que tem a extrema
sorte de nos acompanhar. Sarapitolar é um acto de bondade connosco
mesmos porque nos permite ter prazer sem a permissão do outro e sem
que as contingências da situação ditem as premissas daquele orgasmo.
SARAPITOLA É FEMININA
O que vos quero dizer, grandes queridas, é que o vosso corpo está, acima
de tudo, ao vosso dispor. Cabe-vos usufruírem dele individualmente ou
acompanhadas, da forma que melhor vos aprouver. Não há certos e
errados. Mas é sempre bom enchermos o peito de informação para que
possamos escolher ficar onde estamos ou palmilhar caminho. Porém, não
há técnicas que vos possa aconselhar que vocês não saibam já. Cada um
de nós é especialista no nosso próprio corpo. O que vos posso sugerir é o
que faço comigo mesma: acariciem-se e percebam o que vos faz titilar. Se
tiverem parceiro (ainda que ocasional) não se esqueçam de lhe dar conta
das vossas descobertas. É meio caminho andado para noites de
indulgência sexual de luxo.
CANHOLAR NO MASCULINO
E toco nesta questão por uma razão muito simples. Há muito macho que,
quando está com a sua parceira, bate sarapitolas como qualquer tarado
de gabardine, com caretas e vozes, ao melhor estilo do Exorcista. Bem sei
que o mais importante é estar confortável, mas em grelame menos vivido,
uma canhola desse pendor batida perante olhos pouco experientes pode
parecer estranho. Mas quanto a isto nada a fazer. É o que é. Eu adoro ver
o macho com quem estou a masturbar-se. A minha temperatura sobe
como se estivesse a ser tocada, realmente, pelo bailado do sarapitolar. E
aí começo eu, calmamente, em desgarrada, primeiro só no olhar, depois a
olhar e a tocar até à masturbação conjunta.
SARAPITOLAR EM STÉREO
Ora bem, para esta princesa punheteira, melhor que uma canhola em
mono só uma canhola em stéreo. Aí sim, posso dar largas ao meu lado
exibicionista e, qual gata em telhado de zinco muito quente, espraiar-me e
ronronar enquanto prescruto as minhas partes baixas. É um show do
melhor, conta quem já viu.
Julgo que a maioria dos casais não se sente confortável com esta prática,
até porque a masturbação ainda é vista como um acto insidioso, proibido,
secreto, que só os muito perturbados ou necessitados praticam. Mas
pouco a pouco, se sentirem que vos apetece, vão explorando esse lado da
relação sexual como mais um lado ao qual dar atenção.
Viva a sarapitola!
AFORISMOS DE SISSI
A FODA
«Há ainda quem pense que sexo é despir, seguir o instinto e já está. Quais
animais em época de acasalamento, há umas alminhas que deixam que o
mangalho lhes tome as dores e os desejos e se deixam guiar por essa
cobra cega que confia apenas no olfacto, procurando a feromona. Não me
parece mal. Se estiverem a filmar um documentário para o Discovery
Channel.»
A FODA
Encarada por uns como o pináculo sexual, por outros como uma etapa de
um caminho, a Foda é o paraíso para uns e o purgatório para outros,
dependendo do GPS interno de cada um. Não é passível de ser colocada
num molde, de ser catalogada, entrincheirada ou emparelhada com
qualquer outra manifestação que se conheça. E por mais queiramos
inventar a roda, por muitos livros que se escrevam sobre o assunto, a Foda
toma tantas formas quantas são as pessoas que a praticam. Ainda assim,
mesmo sabendo que não há certo e errado (partindo do princípio que o
consentimento é mútuo) a Foda é, não raras vezes, esmagada pela
pressão da boa foda, ou seja, pela pressão de uma coisa que não existe de
forma universal. O que é bom para homens pode não ser para mulher, o
que agrada a uns poderá não satisfazer outros. Ainda assim, debatemos
este sexo dos anjos com fervor e a nossa demanda reside mais na procura
do segredo da «boa foda» e menos no usufruto da dita.
Grelame em cima
Esta posição tem várias vantagens. Se forem exibicionistas como eu, vão
adorar o facto de abanar o mamazal para deleite dos machos, enquanto o
clítoris trava amizade com a zona pélvica do macho. É a posição do mais
puro controlo, dado que podemos escolher o ângulo da penetração e as
mudanças de velocidade. Mas atenção: não se deixem levar na conversa
de preguiçosos. A coisa não funciona ora nas palhas deitado, ora nas
palhas estendido. A ideia não é descansar. Por isso, tiro partido do facto
de os homens serem eminentemente visuais – e por isso se excitarem com
toda a brisa que lhes passa diante dos olhos – e acaricio as minhas
meninas, suavemente, enquanto me balanço para cima e para baixo, para
trás e para a frente, ou mesmo no sentido dos ponteiros do relógio (um
preciosismo meu…). Convém que as mãos deles estejam em movimento,
sob pena de dar a ideia que estou a reanimar um morto e isso não dá
muita tesão. Há algumas de vocês, grelame do bom, que gosta de estar
debruçada em cima do parceiro, o que também é bom. Eu também gosto.
Mas, acreditem nesta princesa, quanto mais eles vislumbrarem o recorte
extraordinário da vossa silhueta, mais excitados ficam. E não é isso que
queremos todos? É pois.
Canzana
Grandes queridas, metam isto na vossa cabeça, para vosso bem, da nação
e de todos os mangalhos ululantes: se querem orgasmos dos bons,
procurem-nos. Não se limitem a estar de perna aberta à espera que ele
vos chegue por obra e graça de um solo de piça. Se se arvoram em
mulheres modernas, independentes e donas do vosso nariz, porque não
se hão-de, igualmente, responsabilizar pelo vosso prazer? Não quero com
isto dizer que ignorem o parceiro e a sua vontade em vos agradar, mas um
orgasmo, na maioria das mulheres, não acontece debalde, num estalar de
dedos. Mas acontece se o ajudarem, via mão amiga (a vossa ou outra) ou
um qualquer sex toy. E mais: não julguem o desempenho do machame
pela habilidade que ele teve ou não teve em fazer-vos vir. É injusto e
pouco digno de mulheres inteligentes que, seguramente, vocês são.
E uma última coisa: não se dêem ao trabalho de fingir um prazer que não
sentem. Qual é a vantagem? Nenhuma. Desvantagem: todas. O parceiro
nunca saberá como vos pode ajudar a atingir o orgasmo – e reparem na
mudança da percepção: é ele quem vos ajuda e não o contrário – e levam-
no a acreditar numa coisa que não é verdade. Até porque, segundo as
respostas do quizz, quase 68% dos machos não gostam da ideia dos
orgasmos fingidos. Claro que nós não precisamos sempre de os ter para
ficarmos satisfeitas, mas chegarmos lá é muito importante para o
parceiro, que fica com a sensação do dever cumprido. Por isso, grandes
queridas, toca a procurar e serem verdadeiras. Mais uma vez: a
comunicação é a chave.
Machame only
Ora vamos lá a ver, quem é canholeiro experiente sabe bem que quanto
mais vezes se vem mais aguentam o orgasmo e melhor o controlam. Nós,
malta que trata a sarapitola por tu, conhece bem a sensação de se estar
na fímbria do prazer que quase desponta e parar o embalo mangalheiro
para o prolongar. Por isso, malta que coloca a questão, mesmo que não se
masturbem diariamente, se querem durar mais que os costumeiros 5 a 10
minutos (que, ao que consta, é a média), canholem como preliminar, por
exemplo, sozinhos ou com a ajuda da parceira.
«Mas acreditem nesta princesa que já comeu e viu muito pipi de perto:
um ménage a trois é, não raras vezes, uma forma de as mulheres se
degustarem e para os homens uma oportunidade de observarem,
interpretando um papel que é mais de encenador que de actor, dando
directivas e debicando aqui e ali.»
A ILHA DAS FANTASIAS
Bem sei que somos programados a pensar que as fantasias sexuais são
para serem vistas em filmes pornográficos e feitas por gente com a qual
não queremos ser vistos. Porém, esse tipo de actividade mental são a
melhor forma de fazer crescer a tesão pré-foda. Porque não pensarem na
ideia de se transformarem numa das várias mulheres com quem os
homens fantasiam consistentemente? Ou exortarem o vosso parceiro a
viverem a vossa fantasia? Seja qual for a direcção, os machos foram
claros: eles querem tornar reais os seus pensamentos sexuais mais
profundos CONVOSCO o que não quer dizer que não continuem a
fantasiar com grelame diferente. E isto, minhas caras, mais vale que
comecem a aceitá-lo, porque é um facto da natureza mais íntima dos
homens que, ou muito me engano, ou não vai mudar nunca.
Esclarecido este ponto, vamos à fantasia que é comum à larguíssima
maioria dos machos deste quizz e, atrevo-me a dizer, semelhante a quase
todos os homens que conheço: sexo com duas mulheres, ou mais
prosaicamente e com um toque de galicismo, ménage à trois.
Mas acreditem nesta princesa que já comeu e viu muito pipi de perto: um
ménage a trois é, não raras vezes, uma forma de as mulheres se
degustarem e para os homens uma oportunidade de observarem,
interpretando um papel que é mais de encenador que de actor, dando
directivas e debicando aqui e ali. Não quer dizer que não façam o gosto ao
mangalho. Com sorte isso acontece. Mas primeiro, quem se serve deste
prato requintado é o grelame, actrizes principais desta trama que se pensa
ter argumento masculino mas que acaba por ser do mais fino traço
feminino.
Se nós, grelame, nos deixarmos levar apenas pelo lado sensorial da coisa,
percebemos que a pornografia também nos toca de alguma forma. Não
digo a todas nós, mas uma imensa maioria de mulheres já assume que
gosta de se deixar levar pelas imagens de um bom filme de foda. O que é
bom e saudável. A diferença está, justamente, na escolha das películas.
Porque enquanto os machos se inclinam para as que mostram mangalhos
de 40 centímetros a penetrar uma asiática petite em tudo o que é posição,
nós gajas gostamos de coisas mais reais e consentâneas com qualquer que
posso vir a ter uma realidade concreta. No fundo, mais eróticos e menos
pornográficos, embora o arrebimba o malho continue a estar presente.
São, normalmente, filmes realizados por mulheres, com um argumento
definido e com uma estética mais suave.
Quase 25% dos machos deste quizz, quando questionados sobre «o que
gostariam que as mulheres soubessem sobre pornografia», responderam
«gostava de ver com a minha parceira». Ora bem, minhas queridas, isto
não quer dizer que os vossos parceiros tenham perdido o afecto que vos
têm ou não estejam satisfeitos com o sexo que lhes proporcionam.
Simplesmente, eles sentem-se estimulados de forma diferente de nós,
mais auditivas, cuja excitação reside mais no esperado, no desejado, a um
nível mental, que no concreto, no momento, na informação que a nossa
retina nos transmite.
O que vos digo, é que há coisas que podem aprender com a pornografia
que é feita por mulheres, para mulheres, numa actividade que, vista em
conjunto, pode operar maravilhas na vossa vida sexual. Pensem nisto
como mais uma forma de comunicarem ao vosso companheiro qual é o
vosso chagrin sexual, ao invés de o deixarem à sorte dele e à mercê das
dicas e informações das revistas femininas que, por vezes, até para nós
são encriptadas.