Guia de Educacao Especial
Guia de Educacao Especial
Guia de Educacao Especial
Guia_Edu_Especial_12-04-B.pdf
Guia_Edu_Especial_12-04-B.pdf
Empoderando vidas.
Fortalecendo nações.
Maceió, 2016
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Catalogação na fonte
Departamento de Tratamento Técnico da Editora Viva
Bibliotecária responsável: Fernanda Lins de Lima
Inclui bibliografia.
ISBN: 978-85-66426-80-9.
CDU: 37(813.5)(036)
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Rui Soares Palmeira
Prefeito de Maceió
Alexandre Chagas
Coordenador do Fundo Municipal de
Educação
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PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO (MEC)
PARA O DESENVOLVIMENTO (PNUD)
Aloizio Mercadante
PROJETO DE COOPERAÇÃO TÉCNICA Ministro da Educação
SEMED-PNUD
Luiz Cláudio Costa
Niky Fabiancic Secretário Executivo
Coordenador-Residente do Sistema das
Luiz Eduardo Rodrigues Alves
Nações Unidas no Brasil e Representante-
Diretor de Programa – Secretário Executivo
Residente do Programa das Nações Unidas
para o Desenvolvimento (PNUD)
Didier Trebucq
Diretor de País do Pnud no Brasil
Maristela Baioni
Representante-Residente Assistente para
Programa
Renata Ribeiro
Assistente de Programa
Rita Ippolito
Coordenadora-Geral do Projeto Semed/Pnud
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FICHA TÉCNICA
PESQUISA
Adriana Menezes
APOIO
Túlio Filipe
Valmir Lima
ENTREVISTAS/RELATOS/EXPERIÊNCIAS
Claudineide Ferreira da Silva
Elziana Márcia P. Oliveira
Gilda Maria dos Santos
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Guia_Edu_Especial_12-04-B.pdf
AGRADECIMENTOS
A todos os profissionais que contribuem
e os que já contribuíram para a Educação
Especial na rede municipal de ensino
de Maceió, desde a implementação do
Departamento de Educação Especial
até os dias de hoje: diretores, técnicos,
coordenadores, professores e auxiliares
de sala.
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PREFÁCIO
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aula comum, o atendimento educacional especializado dentro da escola
comum ou em instituições especializadas, e a uma rede de serviços que
vise à superação das barreiras e à garantia da acessibilidade.
Estamos no caminho certo! Estamos falando e pensando na felicidade
e cidadania das pessoas com ou sem deficiências.
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APRESENTAÇÃO
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globais dessa natureza são essencialmente especulativas, alerta o
Relatório intitulado Situação Mundial da Infância 2013, Crianças com
Deficiência 2 . É crucial que sejam obtidos dados locais para dimensio-
nar e qualificar essa demanda social: este é o grande desafio para os
sistemas escolares e as políticas públicas, de forma geral.
Na pesquisa amostral do Censo de 2010, os dados de Maceió são
parecidos com as estimativas globais. Crianças com 14 anos de idade
ou menos, que apresentam algum tipo de deficiência aparecem em
pouco mais de 5% dos casos (ou seja, uma em cada 20), se conside-
rarmos apenas as crianças que têm dificuldade de ouvir, caminhar
e as que possuem algum tipo de deficiência mental 3. Considerando
também crianças com dificuldade de visão, nos graus mais agudos
(não enxergam, ou têm grande dificuldade), o percentual de crianças
de até 14 anos de idade que possuem algum tipo de deficiência sobe
para 6,4% (ou seja, cerca de uma em cada 16 crianças), conforme
Quadros 1 e 2 abaixo.
Percentagem
Não 94,78%
Sim 5,22%
Fonte: Censo 2010, IBGE. Elaboração Centro Internacional de Políticas para o Crescimento Inclusivo (IPC-IG/PNUD).
2 Idem.
3 O censo avalia quatro tipos de deficiência: de enxergar, de caminhar de ouvir e mental. Em relação às
três primeiras, existem quatro classificações: 1) não enxerga/ouve/caminha de modo algum; 2) tem
grande dificuldade para enxergar/caminhar/ouvir; 3) apresenta alguma dificuldade para enxergar/
caminhar/ouvir; 4) não possui nenhuma dificuldade para enxergar/caminhar/ouvir. Em relação à
deficiência mental, existem apenas duas classificações que o censo disponibiliza: possui ou não pos-
sui deficiência mental.
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APRESENTAÇÃO
Percentagem
Não 93,60%
Sim 6,40%
Fonte: Censo 2010, IBGE. Elaboração Centro Internacional de Políticas para o Crescimento Inclusivo (IPC-IG/PNUD).
Nota: Em relação à deficiência de enxergar, apenas os dois casos mais extremos foram incluídos, isto é, “não
consegue de modo algum” e “tem grande dificuldade”.
Percentagem
Não 66,67%
Sim 33,33%
Fonte: Censo 2010, IBGE. Elaboração Centro Internacional de Políticas para o Crescimento Inclusivo (IPC-IG/PNUD).
4 De acordo com a definição do censo, esse seria um curso do PBA ou ministrado por ONGs (tais
como o Mova), uma vez que EJA Fundamental e EJA Ensino Médio entram em outra categoria.
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Uma boa política educacional requer rigor no diagnóstico para
um atendimento qualificado nas escolas e para o acompanhamento
dos serviços especializados. Os dados do censo são uma amostra da
demanda social e da necessidade de organizar e de preparar os equi-
pamentos públicos e, em particular, as escolas para o acolhimento
qualificado dessa população.
A inclusão educacional de crianças e adolescentes com deficiên-
cia torna-se uma grande conquista e, ao mesmo tempo, um grande
desafio da Rede Educacional de Maceió, uma vez que conseguir res-
postas às grandes demandas de inclusão não é somente responsa-
bilidade da escola, mas deve também ocorrer a partir de uma forte
parceria da escola com a família, conselho escolar, gestores políticos
e sociedade civil, com vistas à proteção e à promoção de direitos
desses estudantes.
Nessa medida, os esforços devem ser dirigidos para que os am-
bientes escolares sejam inclusivos para todos: a chegada de uma
criança com deficiência à escola coloca em cheque concepções e prá-
ticas rígidas que não são permeadas por uma visão sistêmica e hu-
mana. Em contrapartida, as experiências bem-sucedidas de inclusão
mostram que a presença de uma pessoa com deficiência no ambiente
escolar contribui para a expansão e o fortalecimento de uma visão
integrada de desenvolvimento humano, social e ambiental.
Cabe destacar que o direito à educação inclusiva - como pilar do
desenvolvimento - foi formalmente reconhecido no âmbito dos no-
vos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas:
“Garantir a educação inclusiva de qualidade e equitativa e promover
oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos” são
proposições do quarto objetivo da Agenda 2030, lançada em Nova
York, em setembro de 2015. A meta 4.5 desse Objetivo, por sua vez,
estabelece “eliminar as disparidades de gênero na educação e garan-
tir a igualdade de acesso a todos os níveis de educação e formação
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APRESENTAÇÃO
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social, cultural e profissional.
Nesse sentido, a educação inclusiva é um processo que garante
o direito à educação a todos, independentemente das condições psi-
cofísicas, socioeconômicas e culturais das pessoas com deficiências.
A premissa é tratar a inclusão escolar como conceito que supera os
muros da escola para a dimensão social, materializando-a na pers-
pectiva do desenvolvimento integral da pessoa e da comunidade de
pertencimento.
8 Roda de Conversa com os professores e gestores da Rede de Maceió, equipe PNUD e Departamento
de Educação Especial.
9 Roda de Conversa com os professores e gestores da Rede de Maceió, equipe PNUD e Departamento
de Educação Especial.
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APRESENTAÇÃO
10 Idem.
11 Roda de Conversa com os professores e gestores da Rede de Maceió, equipe PNUD e Departamento
de Educação Especial.
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minações legais e as políticas educacionais em vigor no país. Em
2015, a Semed contava com 135 unidades escolares, das quais 73
(54% do total) possuíam sala de recursos e com 80 professores espe-
cialistas responsáveis pelo Atendimento Educacional Especializado
(AEE) para estudantes público-alvo da educação especial (estudan-
tes com deficiência, Transtorno Global do Desenvolvimento (TGD)
e altas habilidades/superdotação).
Outros aspectos fundamentais para o avanço da educação inclu-
siva no sistema municipal de ensino de Maceió, ao longo dos últi-
mos anos, foram o investimento em formação docente e das equipes
escolares, assim como os momentos de análise, reflexão, questiona-
mentos e engajamento – frutos do compromisso e da participação
de professores, familiares e técnicos do Departamento de Educação
Especial da Semed.
Assim, este Guia de Educação Especial para a Inclusão na Rede Mu-
nicipal de Ensino de Maceió: Princípios, Orientações e Práticas, constru-
ído coletivamente com os protagonistas desse grande desafio, tem
como centro a escola - lócus de encontro da diversidade individual,
cultural e social, de diálogo e crescimento das pessoas. Também,
um ambiente educativo específico, de socialização e compreensivo
das dificuldades individuais, em que são oferecidas experiências de
aprendizagem e de interação, comunicação e socialização com a rea-
lidade diversificada do mundo familiar.
Aos educadores e gestores escolares cabe traduzir e implemen-
tar esse Guia de Educação Especial para a Inclusão, sendo a crian-
ça sempre sua principal motivação. Por outro lado, o professor é o
grande mediador entre a criança e sua realidade e também de suas
necessidades, seu desenvolvimento afetivo e cognitivo, uma vez que
é profundo conhecedor de sua realidade social e multicultural e de
sua situação familiar.
Cabe à Rede de Educação dar todo o suporte para que as parce-
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APRESENTAÇÃO
Niky Fabiancic
Coordenador-Residente do Sistema das Nações Unidas no Brasil e Representante-
Residente do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD)
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SUMÁRIO
SUPERANDO BARREIRAS 39
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4 A INCLUSÃO NO DIA A DIA DA ESCOLA 76
O ACOLHIMENTO 77
146
REFERÊNCIAS 158
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1
INCLUSÃO: UMA QUESTÃO DE
DIREITOS HUMANOS
RITA IPPOLITO1
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No fim dos anos 1970, instala-se, na comunidade internacional, uma
nova visão da deficiência, em contraposição ao imperante modelo bio-
médico e alinhada com uma nova perspectiva social, mais abrangente e
sistêmica.
Essa perspectiva não nega a necessidade de intervenções específicas
para as pessoas com deficiências, mas enfoca os limites dessas interven-
ções, que, embora com boas intenções, têm como máxima aspiração sua
integração na sociedade, ao invés de sua verdadeira inclusão. Assim, uma
nova abordagem avança no panorama internacional: a necessidade de
identificar a interação do indivíduo no próprio ambiente, superando a
perspectiva de causa e efeito em prol de uma dimensão holística que con-
sidera, simultaneamente, o aspecto biomédico, a condição psicológica e a
relação socioambiental.
A superação da abordagem exclusivamente médica, que considerava
o deficiente como um paciente, significou uma mudança do olhar em
relação às pessoas com deficiência. Começou-se a levar em conta o seu
comportamento e as habilidades interpessoais de relacionamento e com o
ambiente. Mudou-se o foco: a atenção se desloca da doença para a pessoa.
Torna-se evidente que é a forma como a sociedade se relaciona com as
pessoas que apresentam alteração dos níveis funcionais ou estruturais que
determina sua inclusão ou exclusão.
É determinante para o processo de inclusão que sejam eliminadas as
barreiras físicas e estruturais, assim como os muitos obstáculos de cunho
cultural; e que eles sejam substituídos por medidas que facilitem uma boa
participação nas atividades e nos vários contextos da vida dessas pessoas.
A deficiência, dentro dessa perspectiva, é vista como um problema que
não pertence somente a um pequeno grupo de pessoas, mas é encara-
da como uma condição que cada indivíduo pode experimentar durante a
própria vida. Os ambientes social, familiar e escolar, portanto, são fatores
determinantes para a inclusão, podendo se constituir ou em barreiras ou
em facilitadores.
O paradigma da inclusão implica em deslocar a atenção das limitações
das pessoas com deficiência para os ambientes limitantes, cheios de bar-
reiras e de preconceitos que provocam mais deficiências e exclusão.
A inclusão é uma resposta concreta para a socialização do déficit e tem
como objetivo a criação de uma nova cultura, numa sociedade aberta e de-
mocrática que valorize as diferenças e peculiaridades como um tesouro a
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INCLUSÃO: UMA QUESTÃO DE DIREITOS HUMANOS
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A inclusão, nessa perspectiva, torna-se uma oportunidade para todos
melhorarem a própria qualidade de vida. No preâmbulo da Convenção
das Nações Unidas, no ponto “M” , enfatiza-se o reconhecimento das
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INCLUSÃO: UMA QUESTÃO DE DIREITOS HUMANOS
[...] de que cada criança é um indivíduo único, que tem o direito de ser
respeitado e consultado, que tem habilidades e aspirações que merecem
ser cultivadas e necessidades que precisam ser atendidas, e cujas contri-
buições devem ser valorizadas e estimuladas. Para que haja inclusão, é
preciso que a sociedade torne acessível a infraestrutura física, o sistema
de informações e os meios de comunicação, de modo que possam ser
utilizados por todos, para que ninguém mais precise sofrer discrimina-
ção e para garantir proteção, apoio e serviços, permitindo que todas as
crianças com deficiência possam desfrutar de seus direitos como qual-
quer outra2.
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construção de um projeto de vida.
A invisibilidade fomenta a vulnerabilidade de crianças e adolescentes
com deficiência e deve ser tratada como questão de política pública. A
escola tem papel fundamental na promoção desse debate. Nesse cenário,
a escola deve ser inclusiva e entendida como espaço não segregado, no
qual crianças e adolescentes da mesma faixa etária, com e sem deficiência,
convivem e trocam experiências.
Nesse sentido, é imprescindível que as pessoas com deficiência pos-
sam ter acesso à educação básica inclusiva de qualidade e gratuita, em
igualdade de condições com as demais pessoas da comunidade em que
vivem, bem como que crianças com deficiência não sejam excluídas do
ensino fundamental compulsório. É importante que a escola disponibilize
espaços e estrutura adequados para que a inclusão seja efetivada com res-
peito e dignidade, de tal modo que haja iguais oportunidades para todas
as crianças e adolescentes.
A inclusão educacional, dessa forma, torna-se uma agenda política que
precisa envolver todos os setores da sociedade, governo, famílias e estru-
turas produtivas.
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INCLUSÃO: UMA QUESTÃO DE DIREITOS HUMANOS
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superação da exclusão, o que implica, necessariamente, em mudança es-
trutural e cultural da instituição, para que esta receba todos os estudantes,
sejam quais forem suas características.
Conjugar igualdade e diferença como valores indissociáveis é uma
questão para ser elaborada politicamente, pois não se pode afirmar uma
e negar a outra. Atualmente, não é possível falar de igualdade sem incluir
a diferença, da mesma forma que não é possível abordar a diferença sem
considerar a afirmação da igualdade. A igualdade que queremos construir
pressupõe o reconhecimento de direitos básicos para todos. No entanto,
essa pluralidade não se revela igual, porquanto reclama o reconhecimento
de suas várias identidades como elemento de construção da igualdade.
A escola sempre teve dificuldade em lidar com a pluralidade e a dife-
rença. Os projetos pedagógicos se estruturam a partir da busca por neu-
tralização e padronização. A escola ainda não está acostumada a ouvir e a
apoiar a diferenciação cultural e de desenvolvimento como um dispositivo
capaz de fornecer saídas para a crise em que se encontra. Ao se considerar
a escola como espaço público, no qual cultura e produção de conhecimen-
to se cruzam, pode-se imaginar o papel do professor como algo mais do
que um mero transmissor de saber, assim superando o modelo de raciona-
lidade técnica e assegurando a base reflexiva, não só na sua formação, mas
também na sua atuação profissional.
Refletir sobre os caminhos que nos permitem construir uma escola
baseada na inclusão e respeito da diferença requer pensar no currículo
também como prática social, como espaço de debate de diferenças, como
território contestado e historicamente construído que se articula de forma
direta com a pesquisa didática do professor, seja em sua prática docente,
seja em sua formação. Dessa forma, o currículo não é um “documento
fechado”, mas um pacto a ser mediado pelos professores por meio de di-
nâmicas sociais que desafiam a comunidade em que atuam, bem como
toda a sociedade.
Anthony Lake*
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2
INCLUSÃO E ACESSIBILIDADE:
APRESENTANDO CONCEITOS
* Resposta do filósofo e educador Mario Sergio Cortella à pergunta “Existe pessoa sem deficiência?”,
feita pelo blog Vencer Limites, do jornal O Estado de S. Paulo, a alguns pensadores. Disponível em:
<http://brasil.estadao.com.br/blogs/vencer-limites/existe-pessoa-sem-deficiencia/>. Acesso em: 3
nov. 2015.
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Durante vários séculos, as pessoas com deficiência foram consi-
deradas inválidas e socialmente inúteis. Por isso, não frequentavam a
escola, não trabalhavam e nem sequer saíam às ruas; viviam tranca-
das em casa. Hoje, um cenário diferente está se constituindo. Mais e
mais, as pessoas com deficiência são vistas em situações do cotidia-
no, participando da vida social e do mundo do trabalho.
Essa transformação possui uma história, relacionada com a
maneira como a sociedade e os indivíduos enxergam e lidam com
a deficiência. Na cidade-estado de Esparta, na Grécia Antiga, os
imaturos, fracos e defeituosos eram eliminados. Em Roma, o trata-
mento aos deficientes era semelhante: as crianças deformadas eram
descartadas em esgotos.
Até o século XVI, pensava-se que as crianças com deficiência
mental eram possuídas pelo demônio, por isso era aceito que elas
fossem aprisionadas ou açoitadas, a fim de expulsar delas o mal.
Atitudes como essas podem parecer absurdas e desumanas à luz
do mundo contemporâneo ocidental, em que leis e normas pautadas
pelo paradigma dos direitos humanos norteiam as relações políticas,
econômicas e sociais. No entanto, tais práticas relacionam-se com
a maneira como uma sociedade ou uma cultura encara o diferente.
Também estão relacionadas com a compreensão e com o lugar atri-
buído à diferença.
Ao passo que, na Antiguidade e na Idade Média, era natural
excluir ou mesmo eliminar as pessoas com deficiência, a partir do
século XVII estas passaram a ser olhadas a partir da perspectiva
médica e eram encaminhadas e/ou tratadas em hospícios, albergues,
asilos ou cadeias. Desta forma, eram mantidas isoladas da sociedade,
caracterizando o que ficou conhecido como o modelo segregacionis-
ta de tratamento às pessoas com deficiência.
A prática do isolamento era consequência da percepção de que os
deficientes não se enquadravam nas referências de “normalidade” e,
por isso, não cabiam na ordem social. Desse modo, além de serem
mantidos isolados da sociedade, eram tratados como objetos de es-
tudo – o corpo “doente” era estudado, analisado, com o objetivo de
ser recuperado.
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INCLUSÃO E ACESSIBILIDADE: APRESENTANDO CONCEITOS
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Em síntese, a integração pressupõe que cabe ao indivíduo se ade-
quar à sociedade, aproximando-se o máximo possível dos compor-
tamentos e atitudes considerados normais. Assim, nessa visão, é a
pessoa que tem de se adequar à sociedade; não é a sociedade que deve
estar preparada para acolher e propiciar condições adequadas de vida
e de desenvolvimento a todo e qualquer ser humano.
Na área da educação, por exemplo, teve origem uma prática que
se tornou conhecida como mainstreaming, que consistia em trazer os
estudantes das escolas especiais para mais perto das escolas comuns.
Também surgiram oficinas protegidas, onde as pessoas com defici-
ência podiam realizar atividades de trabalho, o que inspirou, poste-
riormente, os chamados empregos protegidos (as pessoas realizam
determinadas tarefas, mas não são incluídas na dinâmica cotidiana
da empresa).
Essa visão de deficiência começou a ser colocada em xeque, pro-
gressivamente, a partir do fim da década de 1970, pelo então emer-
gente movimento internacional das organizações envolvidas na cau-
sa da deficiência. Muitas dessas organizações eram protagonizadas
pelas próprias pessoas com deficiência, que foram à linha de frente
reivindicar o direito de participação plena na sociedade. Paralela-
mente, nos Estados Unidos, começa a ser difundida a ideia de edu-
cação inclusiva, numa reação contrária ao pressuposto da integração:
o de que seria possível igualar os diferentes.
Um marco na difusão do paradigma da inclusão nesse processo
foi o Ano Internacional das Pessoas Deficientes, celebrado pela Or-
ganização das Nações Unidas (ONU), em 1981, que contribuiu para
chamar atenção para as questões relacionadas à deficiência e abriu
campo para a propagação do ideário da inclusão.
Cabe destacar, ainda, que o movimento pela inclusão das pessoas
com deficiência se associava a mudanças políticas, sociais e culturais
que ocorriam naquela época, abrindo espaço para a expressão e a
reivindicação dos direitos das mulheres, das crianças, das minorias
étnico-raciais e sexuais.
Esses movimentos trazem à cena do debate público a questão
da diferença como característica inerente à humanidade e, conse-
quentemente, do direito à diferença, na condição de parâmetro para
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INCLUSÃO E ACESSIBILIDADE: APRESENTANDO CONCEITOS
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AS DIFERENÇAS ENTRE INTEGRAÇÃO E INCLUSÃO
INCLUSÃO INTEGRAÇÃO
Inserção total e incondicional (crianças com deficiência Inserção parcial e condicional (crianças “se preparam” em
não precisam “se preparar” para ir à escola regular) escolas ou classes especiais para poderem frequentar
escolas ou classes regulares)
Mudanças que beneficiam toda e qualquer pessoa (não Mudanças visando, prioritariamente, às pessoas com
se sabe quem “ganha” mais; todas ganham) deficiência (consolida a ideia de que elas “ganham” mais)
Sociedade se adapta para atender às necessidades das Pessoas com deficiência se adaptam às realidades dos
pessoas com deficiência e, com isso, se torna mais atenta modelos que já existem na sociedade, que faz apenas
às necessidades de todos ajustes
Defesa do direito de todas as pessoas, com e sem Defesa do direito das pessoas com deficiência
deficiência
Grupos de “excluídos” são trazidos para dentro do Grupos de “excluídos que provarem estar aptos” são
sistema e, paralelamente, os sistemas são transforma- trazidos para dentro do sistema (sob este aspecto, as cotas
dos para que se tornem de qualidade para todos podem ser questionadas como promotoras da inclusão)
Valorização da individualidade das pessoas com Tendência a tratar pessoas com deficiência como um
deficiência (indivíduos com deficiência podem ou não bloco homogêneo como reflexo de um pensamento
ser bons funcionários; podem ou não ser carinhosos integrador (exemplos: surdos se concentram melhor;
etc.) cegos são bons massagistas etc.)
Limitações não são disfarçadas, porque são reais Limitações são disfarçadas para aumentar as chances de
inserção
Não se caracteriza apenas pela convivência de pessoas A simples presença de pessoas com e sem deficiência no
com e sem deficiência em um mesmo ambiente mesmo ambiente tende a ser suficiente para o uso do
adjetivo integrador
A partir da certeza de que todos somos diferentes, não Incentivo às pessoas com deficiência a seguir modelos,
existem “os especiais”, “os normais”, “os excepcionais” – não valorizando, por exemplo, outras formas de comuni-
o que existe são pessoas com deficiência cação, como a linguagem de sinais. Seríamos, então, um
bloco majoritário e homogêneo de pessoas sem deficiên-
cia rodeado pelas que apresentam diferenças
O adjetivo inclusivo é usado quando se busca qualidade O adjetivo integrador é usado quando se busca qualidade
para todas as pessoas com e sem deficiência (escola nas estruturas que atendem apenas às pessoas com
inclusiva, trabalho inclusivo, lazer inclusivo etc.) deficiência consideradas aptas (escola integradora,
empresa integradora etc.)
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INCLUSÃO E ACESSIBILIDADE: APRESENTANDO CONCEITOS
ESTADO DE SAÚDE
(DISTÚRBIO OU DOENÇA)
FATORES FATORES
AMBIENTAIS INDIVIDUAIS
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Nessa acepção, a deficiência é compreendida como parte ou ex-
pressão de uma condição de saúde – mas não indica, necessariamen-
te, a existência de uma doença ou de um indivíduo doente –, além
de um avanço em relação ao modelo médico que vigorava anterior-
mente, o qual compreendia a deficiência como uma característica
inerente ao indivíduo, como um impedimento natural e inerente ao
corpo, decorrente de uma doença ou condição de saúde.
Ao se contrapor a essa visão medicalizada, o conceito de defici-
ência apresentado na CIF-OMS aporta uma série de significados em
termos conceituais, filosóficos, políticos e metodológicos, abrindo
campo para se conceber as pessoas a partir de sua capacidade de se
relacionarem com o ambiente e o meio onde vivem, ao invés de con-
dições e características intrínsecas a elas.
Para a OMS, os impedimentos são tratados como desvantagens
temporárias ou perenes, que restringem a participação plena e são
passíveis de ocorrer com qualquer pessoa. A participação, por sua
vez, é definida pela OMS como a interação entre a pessoa com defi-
ciência, a restrição à atividade e o contexto socioambiental.
Trata-se, portanto, de uma visão mais aberta às potencialidades
e habilidades que um indivíduo possui, desenvolve e exerce na sua
interação com outras pessoas, com o ambiente físico e com a socie-
dade.
SUPERANDO BARREIRAS
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INCLUSÃO E ACESSIBILIDADE: APRESENTANDO CONCEITOS
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AS DIMENSÕES DA ACESSIBILIDADE
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INCLUSÃO E ACESSIBILIDADE: APRESENTANDO CONCEITOS
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tes excluídos do sistema de ensino, contingente composto por mo-
radores da zona rural, negros, pobres, deficientes, indígenas, além
daqueles oriundos de famílias com baixa escolaridade e em conflito
com a lei. Ou seja, são grupos minoritários, que necessitam de polí-
ticas específicas.
Na educação infantil, o acesso à creche e à escola é mais restri-
to, nas respectivas faixas etárias: no ano de 2013, do grupo etário
de zero a três anos somente 27,9% frequentavam uma creche (3,2
milhões); e 87,9% (ou cinco milhões) estavam matriculados numa
escola.
A inclusão não se traduz apenas na matrícula do estudante na
escola. Ela se efetiva, à medida que a escola possibilita que todos e
cada um desenvolvam seus potenciais, ampliando seu universo de
aprendizagem, contando com apoios e adequações necessárias.
Nessa medida, o desafio que se coloca à escola é superar a lógica e
o funcionamento assentados em práticas pedagógicas homogeneiza-
doras, cujas limitações afloraram com o processo de democratização
da educação.
Esse processo tornou evidente o paradoxo inclusão-exclusão, na
medida em que, apesar do aumento das matrículas, os sistemas de
ensino continuam excluindo indivíduos e grupos considerados fora
dos padrões tradicionais ainda fortemente enraizados na institui-
ção escolar – apesar dos inegáveis avanços e conquistas nas últimas
décadas. A exclusão assume, ao mesmo tempo, diferentes forma-
tos e apresenta características comuns em processos e práticas que
pressupõem a seleção e que naturalizam a segregação nas formas,
exemplificando, do fracasso escolar, da evasão e da baixa autoestima
dos alunos.
Em contraposição, a educação inclusiva se contrapõe às condi-
ções que acarretam a produção da exclusão no ambiente escolar. Pa-
ralelamente, cria condições, estruturas e espaços que possibilitam a
aprendizagem e a convivência social entre estudantes de origens e
com características diversas. A partir de trocas diferenciadas e signi-
ficativas, o estudante amplia suas chances de se apropriar com mais
qualidade do saber sistematizado.
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INCLUSÃO E ACESSIBILIDADE: APRESENTANDO CONCEITOS
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Para atender a todos e atender melhor, a escola atual tem de mu-
dar, e a tarefa de mudar a escola exige trabalho em muitas frentes.
Cada escola, ao abraçar esse trabalho, terá de encontrar soluções
próprias para seus desafios. As mudanças e adequações necessárias
não ocorrem por acaso, nem por força da lei. Diferentemente, de-
pendem da vontade política do coletivo da escola, explicitadas no
seu Projeto Político-Pedagógico (PPP) e vivenciadas a partir de uma
gestão escolar democrática.
OS GANHOS DA INCLUSÃO
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INCLUSÃO E ACESSIBILIDADE: APRESENTANDO CONCEITOS
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A educação inclusiva aspira a fazer valer o direito à educação,
à igualdade de oportunidades. Nesse sentido, o desafio do Sistema
Municipal de Ensino de Maceió é garantir aos estudantes com de-
ficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilida-
des, o direito à educação e ao atendimento educacional especializado
dentro da escola comum (salas de recursos multifuncionais), ou fora
da escola (instituições conveniadas e serviços clínicos) como atendi-
mento complementar e/ou suplementar, porém, não substitutivo ao
sistema regular de ensino.
47
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NORMALIDADE, ANORMALIDADE E PRECONCEITO1
CLAUDIA WERNECK2
1 Artigo composto a partir de capítulos “Crise da Sociedade Civil” e “Crise da Comunicação” do livro
WERNECK. C. Ninguém mais vai ser bonzinho na sociedade inclusiva. 3. ed. Rio de Janeiro:
WVA, 2009.
2 Jornalista e Diretora da ONG Escola de Gente - Comunicação em Inclusão.
Guia_Edu_Especial_12-04-B.pdf
deficiência existe uma intransponível distância?
Como cada um de nós retroalimenta sua cultura de preconceito?
Há textos interessantes relatando a experiência de pessoas que, quase
sempre por força maior, se deparam face a face com as raízes de seu
próprio estigma. Outros textos reforçam o tema do “patinho feio”, reite-
rando a visão de que “estranho” e “anômalo” é quem está em minoria.
Um contador dessas histórias é o neurologista e escritor inglês Oliver
Sacks (1933-2015), autor de vários livros que questionam a normalidade,
dentre os quais “Um Antropólogo em Marte – Sete Histórias Paradoxais”3.
Algumas de suas histórias ajudam a colocar em perspectiva o senso co-
mum sobre o que é normal:
3 O livro foi publicado no Brasil pela editora Companhia das Letras, em 1995, com tradução de Ber-
nardo Carvalho.
Guia_Edu_Especial_12-04-B.pdf
INCLUSÃO E ACESSIBILIDADE: APRESENTANDO CONCEITOS
50
Guia_Edu_Especial_12-04-B.pdf
o que é legítimo ou não, em diversas esferas da existência. Isso é per-
ceptível numa esfera crucial para o relacionamento entre as pessoas: a
da comunicação.
Cada civilização tem seu padrão de comunicação social aceito e insti-
tucionalizado. Educar pessoas com deficiência tem significado aproximá-
-las cada vez mais desse padrão de comunicação – o que fica evidente,
por exemplo, no que se entende por educar as pessoas com déficit in-
telectual.
Elas são incentivadas a seguir o nosso caminho. Elas se esforçam. Es-
forçam-se muito. E nós, do outro lado? Em que medida nos esforçamos
em direção a eles? Quase nada.
Entretanto, se buscamos um entendimento mútuo, o maior esforço
para que haja uma comunicação efetiva deve ser nosso. Ou seja, de
todos que, independentemente de sua profissão ou papel social, não
tenham deficiência intelectual. Nesse grupo incluo pessoas com compro-
metimento físico, sensorial, motor e orgânico. Mais do que dificuldade de
comunicação, existe discriminação.
A crise de comunicação é nossa, dos “vencedores”, de quem sempre
falou e pouco ouviu. Para superá-la será preciso se dedicar a um exercício
de autoquestionamento.
Que tipo de relação imaginamos ter, no futuro, com essas pessoas por
tantos séculos sem expressão social?
O que elas têm a nos dizer?
O que elas têm a nos dizer sobre nós?
Desejamos ouvi-las?
Estamos preparados para ouvi-las?
Acreditamos na coerência deste discurso?
Achamos importante atender às suas reivindicações?
Mesmo que tais reivindicações nos levem a um roteiro sem volta de
dificuldades e situações delicadas? Quem sabe, constrangedoras?
Qual o preço que cada um de nós pode e deseja pagar para vivenciar
uma sociedade inclusiva?
Esse preço, para mim, está relacionado a algo além de abrirmos e
oficializarmos espaços para que as pessoas com comprometimento inte-
lectual se expressem. O grande salto é aprender a ouvi-las. Quanto mais
legítimo for esse processo, mais iremos descaracterizá-las como seres
passivos; e mais perto estaremos da sociedade inclusiva.
51
Guia_Edu_Especial_12-04-B.pdf
3
EDUCAÇÃO ESPECIAL NO BRASIL:
MARCOS HISTÓRICOS E CONCEITUAIS
Guia_Edu_Especial_12-04-B.pdf
pitais e prisões.
Durante a primeira metade do século XX, já na República, o
Estado brasileiro promoveu poucas ações para as pessoas com defici-
ência, centradas, predominantemente, na expansão das instituições
voltadas para cegos e surdos para outras partes do país, além do Rio
de Janeiro. Além disso, nesse período a deficiência intelectual come-
ça a ser alvo de ações educacionais, como meio de evitar problemas
de saúde e sociais (como a criminalidade) supostamente causados
pela deficiência.
Assim, em 1904, foi instalado o primeiro espaço para crianças
com deficiência intelectual e mental, o Pavilhão-Escola Bournevil-
le, no Hospício Nacional dos Alienados, no Rio de Janeiro, voltado
para a educação dos sentidos (andar, usar as mãos, falar etc.) e do
ensino primário para os menos comprometidos.
Na primeira metade do século XX, a sociedade civil desempe-
nhou um papel importante na assistência de educação e saúde para
as pessoas com deficiência, com o surgimento das Sociedades Pes-
talozzi (década de 1930) e as Associações de Pais e Amigos dos Ex-
cepcionais (Apae), nos anos 1950. Ainda na década de 1950, o surto
de poliomielite levou à criação de centros de reabilitação física, no
Brasil.
O poder público começou a voltar os olhos para a educação espe-
cial somente a partir de 1957, com a realização de ações nessa área,
como as campanhas destinadas a atender a cada uma das deficiências
– como a Campanha para a Educação do Surdo Brasileiro (Cesb),
seguida da instalação do Instituto Nacional dos Surdos (Ines).
A partir dos anos 1960, a Educação Especial passou a ser objeto
da legislação e, mais intensamente, de programas e ações no âmbito
do poder público. Nesse sentido, um passo significativo foi a Lei de
Diretrizes e Bases de 1961 (Lei nº 4.024/61), que instituiu a edu-
cação especial como uma modalidade de ensino, denominada, na
época, “educação dos excepcionais”.
Em 1971, a nova Lei de Diretrizes e Bases (Lei nº 5.692/71)
estabeleceu a educação das pessoas com deficiência física, mental e
dos superdotados como um caso da rede regular de ensino – visão
esta que foi reforçada por uma deliberação do Conselho Federal de
Guia_Edu_Especial_12-04-B.pdf
EDUCAÇÃO ESPECIAL NO BRASIL: MARCOS HISTÓRICOS E CONCEITUAIS
54
Guia_Edu_Especial_12-04-B.pdf
ram enfatizar o direito de toda
criança ao ensino regular. Declaração Mundial sobre
Paralelamente, no plano Educação para Todos
internacional, o debate educa-
1. A educação básica deve ser proporcionada
cional era marcado pela mobi- a todas as crianças, jovens e adultos. Para
lização em prol da universaliza- tanto, é necessário universalizá-la e melhorar
ção do acesso à educação e cujo sua qualidade, bem como tomar medidas
marco foi a Conferência Mun- efetivas para reduzir as desigualdades.
dial sobre Educação para To- 2. Para que a educação básica se torne
dos, promovida pela Organiza- equitativa, é mister oferecer a todas as
crianças, jovens e adultos a oportunidade de
ção das Nações Unidas (ONU),
alcançar e manter um padrão mínimo de
em Jomtiem, na Tailândia, em qualidade da aprendizagem. A prioridade
1990. mais urgente é melhorar a qualidade e
No campo da deficiência, a garantir o acesso à educação para meninas e
defesa da inclusão educacional mulheres, e superar todos os obstáculos que
impedem sua participação ativa no processo
na escola comum ganhou corpo
educativo. Os preconceitos e estereótipos de
com a Declaração de Salaman- qualquer natureza devem ser eliminados da
ca, documento que resultou da educação.
Conferência Mundial de Ne- 3. Um compromisso efetivo para superar as
cessidades Especiais realizada disparidades educacionais deve ser assumido.
pela Organização das Nações Os grupos excluídos – os pobres: os meninos e
Unidas para a Educação, a Ci- meninas de rua ou trabalhadores; as popula-
ções das periferias urbanas e zonas rurais; os
ência e a Cultura (Unesco), na
nômades e os trabalhadores migrantes; os
cidade espanhola de Salaman- povos indígenas; as minorias étnicas, raciais e
ca, em 1994. Apesar disso, em linguísticas: os refugiados; os deslocados pela
1994, na contramão da tendên- guerra; e os povos submetidos a um regime
cia internacional e do incipien- de ocupação – não devem sofrer qualquer
tipo de discriminação no acesso às oportuni-
te movimento nacional pela
dades educacionais.
inclusão, a Política Nacional
4. As necessidades básicas de aprendizagem
de Educação Especial enfoca-
das pessoas portadoras de deficiências
va o modelo clínico da defici- requerem atenção especial. É preciso tomar
ência: ou seja, as características medidas que garantam a igualdade de acesso
físicas, intelectuais e sensoriais à educação aos portadores de todo e
dos estudantes com deficiência qualquer tipo de deficiência, como parte
integrante do sistema educativo.
eram consideradas como impe-
dimentos para que a escolariza- (Artigo 3)
55
Guia_Edu_Especial_12-04-B.pdf
EDUCAÇÃO ESPECIAL NO BRASIL: MARCOS HISTÓRICOS E CONCEITUAIS
(Introdução, Item 3)
56
Guia_Edu_Especial_12-04-B.pdf
normas e diretrizes garante
Diretrizes Nacionais para a
apoio a essas Diretrizes.
A ascensão da inclusão dos Educação Especial na
estudantes com deficiência na Educação Básica
escola regular se deu num ce-
nário em que se fortalecia a vi-
“Os sistemas de ensino devem
são de que a escola deveria ser
um espaço capaz de garantir o matricular todos os alunos, caben-
atendimento a toda diversidade do às escolas organizar-se para o
humana. atendimento aos educandos com
Foram criados, então, ór- necessidades educacionais espe-
gãos de governo, como a Secre- ciais, assegurando as condições
taria de Educação Continua-
necessárias para uma educação de
da, Alfabetização, Diversidade
e Inclusão do MEC e órgãos qualidade para todos.”
nas administrações estaduais e
municipais, responsáveis pela (Resolução CNE-CEB nº 2/2001, Artigo 2º)
implementação de programas e
ações destinados a transformar
os sistemas de ensino em sis- das Pessoas com Deficiência,
temas educacionais inclusivos. aprovada pela ONU, em 2006,
Paralelamente, desencadearam- e da qual o Brasil é signatário,
-se, então, o amplo processo de fortaleceu o paradigma da edu-
formação de gestores educado- cação inclusiva no sistema re-
res em todo o país para a garan- gular de ensino.
tia de acesso de todos à escola, O efeito mais visível das
a organização do atendimento diretrizes e políticas voltadas à
educacional especializado e a promoção da inclusão das pes-
promoção da acessibilidade. É soas com deficiência na escola
nesse contexto que surgiram, regular é o aumento da matrí-
por exemplo, as Salas de Recur- cula das pessoas com deficiência
sos Multifuncionais (SRM) e as nesse sistema de ensino.
ações para promover a acessibi- Os dados do Censo Esco-
lidade nos prédios escolares. lar MEC-Inep apontam que,
No plano internacional, a em 2014, havia 886,8 mil estu-
Convenção sobre os Direitos dantes com deficiência matri-
57
Guia_Edu_Especial_12-04-B.pdf
EDUCAÇÃO ESPECIAL NO BRASIL: MARCOS HISTÓRICOS E CONCEITUAIS
Convenção sobre os
Direitos das Pessoas com na educação básica, das quais
Deficiência apenas 13% frequentavam uma
escola regular.
“a) As pessoas com deficiência não Enquanto as matrículas de
sejam excluídas do sistema educa- estudantes com deficiência nas
cional geral sob alegação de defici- escolas comuns estão aumen-
ência e que as crianças com defici- tando, as escolas e salas espe-
ência não sejam excluídas do ensino ciais vêm perdendo alunos, pro-
fundamental gratuito e compulsório, gressivamente: em 2005, elas
sob alegação de deficiência. atendiam a 59% dos estudantes
com deficiência da educação
b) As pessoas com deficiência pos- básica (375,4 mil alunos); em
sam ter acesso ao ensino fundamen- 2015, sua participação no to-
tal inclusivo, de qualidade e gratuito, tal de matrículas de estudantes
em igualdade de condições com as com deficiência caiu para 21%
(188 mil).
demais pessoas na comunidade em
Alagoas ocupa uma posição
que vivem.”
de destaque nesse cenário, com
(Artigo 24) uma das mais elevadas taxas
de inclusão de estudantes com
deficiência do país, de acordo
culados, frequentando a educa- com o Censo Escolar. Na Edu-
ção básica no Brasil, dos quais cação Básica, o estado apresenta
78,7% (698,7 mil) em turmas uma taxa de 98% – atrás apenas
comuns. A título de compa- de Acre, Espírito Santo, Rio
ração, no ano de 1998, havia Grande do Norte e Roraima
200 mil pessoas matriculadas (100%) e empatado com Piauí e
Fonte: MEC-
ANO TOTAL ESCOLA REGULAR ESCOLA ESPECIALIZADA
CLASSE COMUM Inep (2014).
CLASSE ESPECIAL
58
Guia_Edu_Especial_12-04-B.pdf
Amazonas. A média nacional é de 79%, mas, considerando apenas o
sistema público de ensino, ela cai para 51%.
Na Educação Infantil, a taxa de inclusão de alunos com deficiên-
cia em Alagoas é de 99%, ante a uma média nacional de 77%. A taxa
é inferior apenas à praticada no Acre, Espírito Santo e Rio Grande
do Norte, todos com 100%.
Outro dado relevante para mensurar o avanço da inclusão é o nú-
mero de escolas regulares que atendem a estudantes com deficiência:
passou de 45.072 (2005) para 107.300 (2014). Em 2014, do total de
escolas, 90.657 são públicas. Paralelamente, a qualificação docen-
te também melhorou na última década; segundo o Censo Escolar,
o número de professores com formação em Educação Especial, em
2014, era 97.459, total 189% maior do que de 2005 (39.350).
Apesar dos avanços, são significativos os desafios que se colocam
em relação à inclusão das pessoas com deficiência na escola regular,
especialmente para os mais pobres. De acordo com o Fundo das Na-
ções Unidas para a Infância (Unicef), com base em estudo realizado
com dados do programa BPC na Escola, do total de beneficiários do
BPC com deficiência até 18 anos, 47% estavam fora da escola, em
2010.
A permanência desses estudantes na escola é outro desafio, como
revelam as estatísticas oficiais. Embora, em termos gerais, a ma-
trícula tenha aumentado, o número de estudantes com deficiência
tende a diminuir conforme avançam os níveis de ensino. Ou seja, a
quantidade deles tende a ser maior na educação infantil e no ensino
fundamental do que no ensino médio. Por exemplo, em 2014, havia
652.473 matrículas no ensino fundamental e 57.754 no ensino mé-
dio, aponta o Censo Escolar.
Tamanha discrepância está associada a barreiras impostas pelo
atendimento ainda inadequado às crianças, adolescentes e jovens
com deficiência, o que dificulta ou mesmo inviabiliza o avanço nos
estudos com aprendizagem – e remete à necessidade de se fortalece-
rem as práticas pedagógicas inclusivas, focadas nas potencialidades
de cada estudante.
Além disso, para alcançar a meta do Plano Nacional de Educa-
ção (PNE) de atendimento a crianças e adolescentes com deficiên-
59
Guia_Edu_Especial_12-04-B.pdf
EDUCAÇÃO ESPECIAL NO BRASIL: MARCOS HISTÓRICOS E CONCEITUAIS
60
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como fundamento às políticas e ações destinadas à promoção da in-
clusão, nas mais diversas dimensões, especialmente na educação.
INTERNACIONAL
1989
Convenção sobre os Direitos da Criança
Afirma que a criança com deficiência deve desfrutar de uma vida
plena e decente em condições que garantam sua dignidade e favore-
çam sua autonomia e participação ativa na comunidade.
1990
Declaração Mundial de Educação para Todos
Enfatiza a necessidade de os Estados tomarem medidas para ga-
rantir a igualdade de acesso à educação por parte das pessoas com
deficiência no sistema educativo.
Afirma que as necessidades básicas de aprendizagem das pessoas
com deficiência requerem atenção especial.
1994
Declaração de Salamanca
Propõe Procedimentos-Padrões das Nações Unidas para a Equaliza-
ção de Oportunidades para Pessoas com Deficiência.
Trata de princípios, políticas e práticas das necessidades educativas
especiais e oferece orientações para ações regionais, nacionais e in-
ternacionais relativas à Educação Especial.
1999
Convenção Interamericana para a Eliminação de Todas as For-
mas de Discriminação contra as Pessoas Portadoras de Deficiên-
cia da ONU – Convenção da Guatemala
Afirma que as pessoas com deficiência possuem os mesmos direitos
humanos e liberdades fundamentais que as demais pessoas.
Define a discriminação como diferença ou exclusão que impeça as
pessoas com deficiência de exercerem seus direitos e liberdades. Pro-
mulgada no Brasil por meio do Decreto 3.956 de 2001.
61
Guia_Edu_Especial_12-04-B.pdf
EDUCAÇÃO ESPECIAL NO BRASIL: MARCOS HISTÓRICOS E CONCEITUAIS
2006
Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência da
ONU
Os Estados-Partes reconhecem o direito à educação das pessoas com
deficiência. Para torná-lo efetivo, devem assegurar um sistema edu-
cacional inclusivo em todos os níveis, bem como o aprendizado ao
longo de toda a vida.
Os Estados-Partes devem assegurar que as pessoas com deficiência
não sejam excluídas do sistema educacional geral e que as crianças
com deficiência não sejam excluídas do ensino primário gratuito e
compulsório ou do ensino secundário, sob alegação de deficiência.
Devem ser tratadas em igualdade de condições; em locais com adap-
tações razoáveis de acordo com as necessidades individuais; devem
receber o apoio necessário, no âmbito do sistema educacional geral.
As medidas de apoio individualizadas e efetivas precisam ser adota-
das em ambientes que maximizem o desenvolvimento acadêmico e
social, de acordo com a meta de inclusão plena.
Promulgada no Brasil com seu Protocolo Facultativo, por meio do
Decreto 6.949 de 2009.
FEDERAL
1961
Leis de Diretrizes e Bases (nº 4.024/61)
Explicita, nos seus artigos 88 e 89, o enquadramento da “educação
de excepcionais”, se fosse possível, no sistema geral de ensino e que
a iniciativa privada receberia um tratamento especial por meio de
bolsas, empréstimos ou subvenções.
A expressão “enquadrar-se no sistema geral de ensino” deixa trans-
parecer a intenção de transferir para a iniciativa privada o compro-
misso do atendimento aos chamados “alunos especiais” mediante
bolsas de estudo, empréstimos e subvenções. Na época, a maioria
das instituições especializadas pertencia à rede privada.
Em 1962, o Plano Nacional de Educação destina, por meio do Fun-
do Nacional de Ensino Primário, 5% de recursos para a educação
de excepcionais e bolsas de estudos, preferencialmente para assistir
62
Guia_Edu_Especial_12-04-B.pdf
crianças deficientes de qualquer natureza.
1971
Lei de Diretrizes e Bases (nº 5.692/71)
Explicita que a educação do deficiente como um caso do ensino re-
gular e como condição para o desenvolvimento da sociedade. O Ar-
tigo 9º prevê “tratamento especial aos excepcionais”.
Foi a partir da Lei de Diretrizes e Bases para o ensino de 1º e 2º
graus que tiveram início várias ações voltadas à Educação Especial.
Uma delas foi a solicitação do Ministério da Educação e Cultura ao
Conselho Federal de Educação “no sentido que forneça subsídios
para o equacionamento do problema relacionado com a educação dos
excepcionais”. A demanda resultou no Parecer nº 848/72.
1972
Parecer nº 848/72 – Conselho Federal de Educação
O Conselho Federal de Educação caracteriza, por meio de parecer,
a “educação dos excepcionais” como uma linha de escolarização, ou
seja, uma linha de educação escolar. No entanto, paralelamente à
manifestação do Conselho, um conjunto de portarias ministeriais
na área de assistência define a clientela da educação especial, posi-
cionando-se segundo uma concepção terapêutica – ou seja, diferente
daquela preconizada pela portaria do Conselho.
1986
Portaria Cenesp - MEC nº 69
Muda a nomenclatura “alunos excepcionais” para “alunos com ne-
cessidades educacionais especiais”.
1988
Constituição da República Federativa do Brasil
Aborda os direitos das pessoas com deficiência em diversos artigos,
proibindo, entre outras ações, a “discriminação no tocante a salário e
critérios de admissão do trabalhador portador de deficiência”.
Reafirma outros direitos, como: “todos são iguais perante a lei” e
“educação é direito de todos e dever do Estado e da família”.
63
Guia_Edu_Especial_12-04-B.pdf
EDUCAÇÃO ESPECIAL NO BRASIL: MARCOS HISTÓRICOS E CONCEITUAIS
1989
Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de
Deficiência – Lei nº 7.853/89
Define a educação especial como uma modalidade transversal a to-
dos os níveis e modalidades de ensino, com ênfase na atuação com-
plementar da educação especial ao ensino regular.
1990
Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) – Lei nº 8.069/90
Define os direitos fundamentais das crianças e adolescentes, in-
cluindo em seus artigos “os que têm deficiência”, estabelecendo que
“nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de
negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opres-
são”.
Assegura, ainda, o atendimento integral à saúde da criança e do
adolescente, pelo Sistema Único de Saúde (SUS), e o atendimento
especializado às crianças e adolescentes portadores de deficiência.
1994
Política Nacional de Educação Especial
Orienta o processo de integração, condicionando o acesso às classes
comuns do ensino regular apenas àqueles estudantes que possuíssem
condições de acompanhar e desenvolver as atividades curriculares do
ensino comum no mesmo ritmo dos demais estudantes.
1996
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) – Lei
nº 9.394/96
Estabelece como dever do Estado a garantia de atendimento educa-
cional especializado gratuito aos estudantes com necessidades espe-
64
Guia_Edu_Especial_12-04-B.pdf
ciais, preferencialmente na rede regular de ensino.
Segundo essa lei (Art. 59), cabe à instituição de ensino assegurar ao
estudante acesso a “currículos, métodos, técnicas, recursos educati-
vos e organização específicos, para atender às suas necessidades” e
“terminalidade específica para aqueles que não puderem atingir o
nível exigido para a conclusão do ensino fundamental, em virtude
de suas deficiências, e aceleração para concluir em menor tempo o
programa escolar para os superdotados”.
1999
Decreto nº 3.298/99 – Regulamentação da Política Nacional para
a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência
Adota o conceito de inclusão, tornando-se, por isso, um marco.
Define a Educação Especial como uma modalidade transversal a to-
dos os níveis e modalidades de ensino, enfatizando seu caráter com-
plementar ao ensino regular.
Destaca, no capítulo VII, que o aluno portador de deficiência matri-
culado ou egresso do ensino fundamental ou médio, de instituições
públicas ou privadas, terá acesso à educação profissional, a fim de
obter habilitação profissional que lhe proporcione oportunidades de
acesso ao mercado de trabalho.
2001
Diretrizes Nacionais para Educação Especial na Educação Básica
– Resolução MEC-CNE-CEB nº 2
Preconizam, de maneira clara, que a inclusão de estudantes com
deficiência não se resume à sua permanência física nas escolas, mas
envolvem a revisão de concepções e paradigmas, tendo em vista o
desenvolvimento do potencial dessas pessoas.
Essas diretrizes determinam que haja flexibilização e adaptação dos
conteúdos básicos, metodologias de ensino, recursos didáticos e pro-
cessos de avaliação, respeitando diferenças e atendendo às necessida-
des do educando especial.
65
Guia_Edu_Especial_12-04-B.pdf
EDUCAÇÃO ESPECIAL NO BRASIL: MARCOS HISTÓRICOS E CONCEITUAIS
2002
Lei nº 10.436/02 – Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais
(Libras)
Reconhece a Libras como meio legal de comunicação e expressão.
A portaria MEC 2.678 28 recomenda seu uso em todo o território
nacional. A lei foi regulamentada em 2005, por meio do Decreto nº
5.626/05.
2006
Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos
Iniciativa conjunta da Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Presidência da República, Ministério da Educação, Ministério da
Justiça e Unesco para fomentar, no currículo da educação básica, as
temáticas relativas aos direitos humanos, inclusive aqueles das pes-
soas com deficiência.
66
Guia_Edu_Especial_12-04-B.pdf
2007
Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE)
Traz como um de seus eixos a acessibilidade arquitetônica dos pré-
dios escolares, a implantação de Salas de Recursos Multifuncionais
e a formação docente para o atendimento educacional especializado
no âmbito da Educação Especial.
Estabelece o monitoramento do acesso à escola dos favorecidos pelo
Benefício Prestação Continuada (BPC).
2008
Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Edu-
cação Inclusiva
Preconiza o acesso, a participação e a aprendizagem dos alunos com
deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilida-
des/superdotação, nas escolas regulares.
É o resultado das discussões promovidas pelo Grupo de Trabalho
instituído pela Portaria Ministerial nº 555/07 e composto por pro-
fessores-pesquisadores da área da educação especial, sob a coorde-
nação do MEC.
2009
Resolução MEC-CNE-CEB 4 – Define Diretrizes Operacionais
para o Atendimento Educacional Especializado (AEE) na
Educação Básica
Estabelece que o AEE pode ser ofertado em escolas, bem como em
centros públicos e em instituições de caráter comunitário, confessio-
nal ou filantrópico sem fins lucrativos conveniados com a Secretaria
de Educação (Art. 5º).
Responsabiliza o poder público, a família, a sociedade e a escola pela
garantia a todos os estudantes de um ensino com os princípios de
67
Guia_Edu_Especial_12-04-B.pdf
EDUCAÇÃO ESPECIAL NO BRASIL: MARCOS HISTÓRICOS E CONCEITUAIS
2012
Lei do Autismo – Lei nº 12.764/12
Instituiu a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com
Transtorno do Espectro Autista.
Reconhece os sujeitos e suas diversidades, considerando, entre ou-
tras, as pessoas com deficiência, transtornos globais do desenvolvi-
mento e altas habilidades, as pessoas em regime de acolhimento ou
internação e em regime de privação de liberdade.
2014
Plano Nacional de Educação (2014-2024) – Lei nº 13.005/14
A Meta 4, sobre Educação Especial, estabelece que a educação para
os alunos com deficiência seja oferecida “preferencialmente” no siste-
ma público de ensino. O texto gera polêmica e ambiguidade quanto
ao atendimento educacional das pessoas com deficiência, pois abre
espaço para que os estudantes com deficiência permaneçam matri-
culados apenas em escolas especiais.
2015
Lei Brasileira da Inclusão das Pessoas com Deficiência (Estatuto
da Pessoa com Deficiência) – Lei nº 13.146/15
Reitera o direito de igualdade de oportunidades das pessoas com
deficiência em relação às demais pessoas.
Trata a educação como direito, assegurando um sistema educacional
inclusivo em todos os níveis, bem como o aprendizado ao longo da
vida, tendo em vista o máximo desenvolvimento possível de seus ta-
lentos e habilidades físicas, sensoriais, intelectuais e sociais, segundo
suas características, interesses e necessidades de aprendizagem.
Atribui às instituições de ensino públicas e privadas a responsabili-
dade de adotar as medidas de apoio, práticas pedagógicas e ofertar os
profissionais necessários para propiciar o desenvolvimento da apren-
dizagem dos estudantes com deficiência, sem cobrança de valores
adicionais.
Entrou em vigor em 2 de janeiro de 2016.
68
Guia_Edu_Especial_12-04-B.pdf
ESTADUAL E MUNICIPAL
1998
Lei Estadual nº 6.060/98
Dispõe sobre o reconhecimento e a implantação da Linguagem Bra-
sileira de Sinais (Libras ) como Língua oficial, na rede pública de
ensino para surdos, e adota providências correlatas.
2006
Lei Municipal nº 5.549/06
Assegura matrícula para o estudante portador de necessidades espe-
ciais, na escola municipal mais próxima de sua residência.
2012
Lei Municipal nº 6.333/12
Aprova o Plano Municipal de Educação (PME) de Maceió, que pre-
coniza a necessidade de aprofundar a política de inclusão no muni-
cípio, apesar da progressiva ampliação do atendimento evidenciada
pelo aumento do número de estudantes com necessidades educacio-
nais especiais nas escolas regulares.
2016
Resolução CME nº 1/16
Estabelece normas para a educação especial, na perspectiva da edu-
cação inclusiva, e para o Atendimento Educacional Especializado
aos estudantes com deficiências, transtornos globais do desenvol-
vimento e altas habilidades/superdotação nas etapas e modalidades
da Educação Básica pública e da privada, pertencentes ao Sistema
Municipal de Educação de Maceió – Alagoas.
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EDUCAÇÃO ESPECIAL NO BRASIL: MARCOS HISTÓRICOS E CONCEITUAIS
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V – da busca da identidade própria de cada estudante, o reconhecimento
e a valorização das suas diferenças e potencialidades, bem como de
suas necessidades educacionais especiais, no processo de ensino e
aprendizagem, como base para a constituição e ampliação de valores,
atitudes, conhecimentos, habilidades e competências;
VI – do desenvolvimento para o exercício da cidadania, da capacidade de
participação social, política e econômica e sua ampliação, mediante o
cumprimento de seus deveres e o usufruto de seus direitos.
(Artigo 8)
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A ESCOLA COMO FUNDAMENTO DA INCLUSÃO1
CLAUDIA WERNECK2
1 Artigo composto a partir de capítulos “Escola só é escola se for transformadora”, “Inclusão Não É In-
tegração”, “Benefícios para Todos” e “A Inclusão é incondicional” do livro WERNECK. C. Ninguém
mais vai ser bonzinho na sociedade inclusiva. 3. ed. Rio de Janeiro: WVA, 2009.
2 Jornalista e Diretora da ONG Escola de Gente - Comunicação em Inclusão.
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atendidas pela sociedade.
Na área da educação, normalizar é oferecer ao aluno com necessida-
des especiais recursos profissionais e institucionais adequados, para que
ele desenvolva seu potencial como estudante, pessoa e cidadão.
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EDUCAÇÃO ESPECIAL NO BRASIL: MARCOS HISTÓRICOS E CONCEITUAIS
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inclusiva editado pela National Down Syndrome Society, uma associação
norte-americana de pais e pessoas com síndrome de Down, reúne os
seguintes conceitos, resumidos a seguir:
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A INCLUSÃO NO DIA A DIA DA ESCOLA
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Na perspectiva da educação inclusiva como materialização do direito
à educação, à igualdade de oportunidades e de participação social, o de-
safio que se apresenta é atender a todas as crianças, adolescentes, jovens
e adultos com deficiência, o que exige, no âmbito da rede municipal de
ensino de Maceió, uma política efetiva de inclusão.
Garantir aos estudantes com deficiência, Transtorno do Espectro Au-
tista (TEA) e superdotação/altas habilidades o acesso à formação escolar
dentro de sala de aula comum, o atendimento educacional especializado
dentro da escola comum ou fora da instituição escolar em instituições
especializadas e serviços é, na prática, a concretização desta política. Cabe
ressaltar que, embora seja imprescindível, o atendimento especializado
não é substitutivo ao sistema regular de ensino.
Nesse contexto, surgem muitas dúvidas e questionamentos entre os
integrantes das equipes escolares. O que fazer quando um estudante com
deficiência se matricula? Como recepcioná-lo? Como promover sua so-
cialização? Como criar condições adequadas para que ele possa desenvol-
ver seu potencial e avançar na aprendizagem?
Responder a essas perguntas é o objetivo desta seção. Aqui, o profes-
sor, o gestor e demais profissionais da escola receberão informações, todas
baseadas em documentos oficiais orientadores para a Educação Especial,
sobre os procedimentos a serem adotados em relação a esses estudantes.
O ACOLHIMENTO
Em primeiro lugar, é preciso conhecer a criança, procurando enxer-
gá-la independentemente de sua deficiência, buscando informações com
familiares e/ou responsáveis, bem como com os profissionais que a acom-
panham, e, em especial, observando atentamente sua conduta na creche
ou na escola.
Nesse sentido, é importante que ou o professor ou o coordenador pe-
dagógico da escola se informe, com os familiares, se a criança é atendida
em alguma instituição ou por profissionais, para que, em seguida, entre em
contato com eles com o propósito de obter informações sobre suas carac-
terísticas, seus hábitos e os tratamentos realizados e se recebe o Benefício
de Prestação Continuada (BPC).
Essa atitude é fundamental, a fim de possibilitar uma compreensão
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INCLUSÃO NO DIA A DIA DA ESCOLA
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CRIANDO UM AMBIENTE FAVORÁVEL
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INCLUSÃO NO DIA A DIA DA ESCOLA
SURDEZ
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Congênito: quando o indivíduo já nasceu surdo, pré-lingual, ou seja,
antes da aquisição da linguagem.
Adquirido: quando o indivíduo nasce ouvindo e perde sua audição no
decorrer da idade, neste caso a surdez é pré-lingual ou pós-lingual, depen-
dendo se o início tenha ocorrido antes ou depois da aquisição da linguagem.
De acordo com o Decreto Federal 5.626/05, as pessoas com surdez têm
direito a uma educação que garanta a sua formação, em que a Língua Bra-
sileira de Sinais e a língua portuguesa, preferencialmente na modalidade
escrita, constituam línguas de instrução, e que o acesso a ambas ocorra de
forma simultânea no ambiente escolar, colaborando para o desenvolvimen-
to de todo o processo educativo.
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INCLUSÃO NO DIA A DIA DA ESCOLA
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No que diz respeito à aprendizagem, as pessoas com surdocegueira
costumam demonstrar dificuldade em observar, compreender e imitar o
comportamento de membros da família ou de outros que venham a entrar
em contato, por causa da combinação das perdas visuais e auditivas que
apresentam.
Por isso, as técnicas “mão sobre mão” (a mão do professor é colocada
em cima da mão do aluno, de forma a orientar o seu movimento; o profes-
sor tem o controle da situação); ou “mão sob mão” (a mão do professor é
colocada embaixo da mão do aluno de modo a orientar o seu movimento,
mas não o controla, convida a pessoa com deficiência a explorar com se-
gurança) são importantes estratégias para o estabelecimento da comuni-
cação com uma criança com surdocegueira.
É importante, porém, que o professor esteja atento à defesa tátil, ou
seja, a forma como a criança experimenta e reage negativa e emocional-
mente às sensações do tato.
Também é necessário incentivar e ensinar a pessoa com surdocegueira
a usar sua visão e audição residuais, assim como outros sentidos, proven-
do-as de informações sensoriais necessárias que suscitem sua curiosidade.
A aprendizagem incidental ocorre com pouca frequência no caso de
uma pessoa com surdocegueira. As perdas parciais ou totais dos sentidos
de distância, ou seja, audição e visão, fazem com que a informação do
meio chegue até ela entrecortada e, algumas vezes, sem nexo, o que faz
com que a pessoa se retraia.
Por isso, a necessidade de ter uma pessoa para mediar e trazer essas in-
formações de maneira integral e coerente, muitas vezes, é imprescindível.
A organização e o planejamento adequados são importantes para a
inserção da pessoa com surdocegueira, favorecendo sua interação com ou-
tras pessoas e objetos. Isso a auxilia a realizar antecipações, obter pistas e
escolher com quem quer estar e quais as atividades que deseja fazer.
Durante o processo de comunicação, o professor – ou outro interlo-
cutor – tem a função de: antecipar o que vai acontecer ou o local em que
vai acontecer a atividade; estimular a pessoa a se comunicar e explorar o
ambiente; confirmar se ela está interpretando as informações; e a todo o
momento comunicar o que ocorre no ambiente.
As pessoas com deficiência múltipla são aquelas que têm mais de uma
deficiência associada. Trata-se de uma condição heterogênea, que identi-
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INCLUSÃO NO DIA A DIA DA ESCOLA
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TRANSTORNO GLOBAL DO DESENVOLVIMENTO/TRANSTORNO DO ESPECTRO
AUTISTA (TEA)
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INCLUSÃO NO DIA A DIA DA ESCOLA
ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO
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aprendizagem, tendo em vista a promoção do desenvolvimento e a inclu-
são desses estudantes na sala de aula, no ambiente escolar e, por fim, na
sociedade.
Essas salas foram instituídas pelo MEC, em 2007 (Portaria nº
13/2007), e estão contempladas nas políticas públicas educacionais e para
as pessoas com deficiência, tais como o Plano de Desenvolvimento da
Educação (PDE) e o Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Defici-
ência – Viver sem Limite, a fim de apoiar a educação inclusiva.
Na Sala de Recursos, o Atendimento Educacional Especializado
(AEE) é realizado por professores habilitados e especializados, que se
valem dos materiais, equipamentos e mobiliário disponíveis. O atendi-
mento é complementar ou suplementar à escolarização, tendo como ob-
jetivo promover: as condições de acesso; a aprendizagem; e a participação
dos estudantes público-alvo da educação especial, no ensino regular. É,
portanto, um instrumento essencial à plena inclusão dos estudantes com
deficiência, TDG e altas habilidades/superdotação na escola comum.
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INCLUSÃO NO DIA A DIA DA ESCOLA
TECNOLOGIA ASSISTIVA
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ATENDIMENTO EDUCACIONAL municação e/ou estereotipias mo-
toras. Fazem parte dessa definição
ESPECIALIZADO (AEE) estudantes com autismo infantil
clássico, síndrome de Asperger,
O Atendimento Educacional
Especializado (AEE) é um servi-
ço educacional específico, ofertado
ATENDIMENTO EDUCACIONAL
no âmbito da Educação Especial.
Foi institucionalizado pela Política ESPECIALIZADO
Nacional de Educação Especial na Segundo o Decreto 7.611/11
Perspectiva da Educação Inclusiva [...] serão denominados atendimento
em 2008. De acordo com a legisla-
educacional especializado, compreendido
ção (Decreto nº 7.611/11), os sis-
temas de ensino têm obrigação de como o conjunto de atividades, recursos
ofertá-lo. de acessibilidade e pedagógicos organiza-
Segundo as “Diretrizes Ope- dos institucional e continuamente, presta-
racionais da Educação Especial do das seguintes formas:
para o Atendimento Educacional I – complementar à formação dos
Especializado na Educação Básica” estudantes com deficiência, Transtorno
do MEC, o público-alvo do AEE do Espectro Autista (TEA), como apoio
é composto por:
permanente e limitado no tempo e na
frequência dos estudantes às salas de
Estudantes com deficiência:
aqueles que têm impedimentos recursos multifuncionais; ou
de longo prazo de natureza física, II – suplementar à formação de estudantes
intelectual, mental ou sensorial, os com altas habilidades ou superdotação.
quais, em interação com diversas O Atendimento Educacional Especializado
barreiras, podem ter obstruída sua (AEE) deve integrar a proposta pedagógica
participação plena e efetiva na es- da escola, envolver a participação da
cola e na sociedade. família para garantir pleno acesso e
participação dos estudantes, atender às
Estudantes com Transtorno
necessidades específicas das pessoas
do Espectro Autista (TEA):
público-alvo da educação especial, e ser
aqueles que apresentam quadro
de alterações no desenvolvimento realizado em articulação com as demais
neuropsicomotor, comprometi- políticas públicas.
mento nas relações sociais, na co- (BRASIL, 2011)
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INCLUSÃO NO DIA A DIA DA ESCOLA
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oferta de AEE.
A lei determina que o AEE conste do Projeto Político-Pedagógico
(PPP) da escola, conforme previsto em resolução do Conselho Nacional
de Educação (CNE/CEB nº 4/2009), que estabelece a organização do
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INCLUSÃO NO DIA A DIA DA ESCOLA
COMPETÊNCIAS DA ESCOLA
IMPLANTAÇÃO DA SALA DE RECURSOS MULTIFUNCIONAIS PARA A OFERTA DE AEE
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AEE na escola de ensino regular.
O desenvolvimento do Atendimento Educacional Especializado na
escola envolve diversos aspectos de planejamento, acompanhamento e
avaliação dos recursos e estratégias pedagógicas e de acessibilidade:
a) Carga horária para os estudantes do AEE, individual ou em pequenos
grupos, de acordo com as necessidades educacionais específicas.
b) Espaço físico com condições de acessibilidade e materiais pedagógicos
para as atividades do AEE.
c) Profissionais de apoio às atividades da vida diária e para a acessibilidade
nas comunicações e informações, quando for necessário.
d) Articulação entre os professores da educação especial e do ensino regu-
lar, coordenador pedagógico e a formação continuada de toda a equipe
escolar.
e) Participação das famílias e interface com os demais serviços públicos de
saúde, assistência, entre outros necessários.
f ) Oferta de vagas no AEE para estudantes matriculados no ensino re-
gular da própria escola e de outras escolas da rede pública, conforme a
demanda.
g) Registro anual no Censo Escolar MEC-Inep das matrículas no AEE.
h) Os professores para atuação nas salas de recursos multifuncionais de-
vem ter formação inicial que os habilite para exercício da docência e
formação continuada na educação especial.
As ações e atividades realizadas no AEE são individualizadas para
cada estudante, visando apoiá-los na construção de sua autonomia e inde-
pendência, conforme as especificidades de cada um.
No início do acompanhamento, o professor faz um estudo de caso,
que visa construir o perfil do aluno para subsidiar a elaboração do plano
de AEE. O estudo deve definir com clareza os objetivos a serem alcança-
dos tanto na Sala de Recursos Multifuncionais quanto na sala de aula. Ele
propõe ações em parceria com o professor de sala de aula e planeja ativi-
dades a serem desenvolvidas na sala de recursos multifuncionais. A família
também deve ser orientada quanto à adequação, ao uso de materiais e aos
encaminhamentos.
Ao longo do acompanhamento, o plano de AEE é desenvolvido me-
diante avaliação da evolução do aluno, realizada pelo professor durante as
atividades, a fim de verificar sua evolução ou necessidade de reformulação.
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FUNÇÕES E ATRIBUIÇÕES DO/A PROFESSOR/A DE AEE
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INCLUSÃO NO DIA A DIA DA ESCOLA
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Os auxiliares de sala são apoios importantes ao processo de inclusão
dos estudantes com deficiência ou autismo, no ensino regular, desempe-
nhando um papel relevante para estimular sua autonomia e independência.
Sua principal atribuição é operacionalizar as atividades propostas pelo
professor, assegurando o bem-estar geral dos estudantes, em especial sua
saúde e higiene. Dessa maneira, colabora para que o estudante com defi-
ciência tenha condições de participar de atividades pedagógicas.
Em determinadas situações, o auxiliar de sala pode cooperar na rea-
lização de atividades pedagógicas, participando e interagindo com o pro-
fessor da sala comum e com o professor de AEE, colaborando para a
criação de condições para que o estudante desenvolva seu aprendizado.
No entanto, o fato de haver um estudante com deficiência na turma
não exige, necessariamente, a presença do auxiliar de sala. É preciso que a
equipe escolar avalie, em conjunto, se esse profissional é ou não necessário.
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X – buscar orientações pedagógicas específicas do(s) aluno(s) com deficiên-
cia(s) diretamente com os professores da Sala de Recursos Multifuncio-
nais;
XI – resolver questões administrativas diretamente com o gestor da escola;
XII – conhecer o histórico do estudante, buscando informações nos relatórios
anteriores;
XIII – socializar e discutir com os professores da SRM qualquer informação em
relação ao estudante, recebida pela família ou por outros profissionais;
XIV – participar de formação continuada oferecida pelo Departamento de Edu-
cação Especial da rede municipal de ensino.
Na ausência do(s) aluno(s) com deficiência, compete ao Auxiliar:
I – acompanhar outro(s) aluno(s) com deficiência, de acordo com a necessi-
dade do dia;
II – permanecer na unidade educativa desenvolvendo atividades como: estu-
do, pesquisa, confecção de materiais de acordo com o planejamento do
professor e das orientações dos professores da SRM;
III – receber orientações dos professores da SRM;
IV – o auxiliar do(s) aluno(s) com deficiência não poderá substituir o professor
regente no sentido de planejar atividades pedagógicas para os estudantes
com deficiência ou para o grupo;
V – não ministrar as aulas para este ou outros grupos, mas deverá colaborar
no planejamento e estar ciente do que será trabalhado em sala de aula,
acompanhando as atividades do(s) aluno(s) com deficiência, conforme o
planejamento do professor;
VI – participar das atividades de acordo com a organização da Unidade Escolar
e as diretrizes curriculares vigentes.
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INCLUSÃO NO DIA A DIA DA ESCOLA
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ser planejado de acordo com o estágio de desenvolvimento de Língua de Sinais em
que o aluno se encontra.
3. Atendimento Educacional Especializado para o ensino da Língua Portuguesa:
São trabalhadas as especificidades dessa língua para pessoas com surdez. O trabalho
é realizado todos os dias, à parte das aulas na turma comum, por um professor
bilíngue e graduado em Libras, preferencialmente. O atendimento deve ser planejado
a partir do diagnóstico do conhecimento que o estudante tem da Língua Portuguesa.
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INCLUSÃO NO DIA A DIA DA ESCOLA
– Realizar Atividades da Vida Diária (AVD), que consistem nas inúmeras e diversas
tarefas do cotidiano.
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– Fazer uso de ferramentas de comunicação, tais como: sintetizadores de voz, máquina
de escrever Braille, e outras.
Nas Salas de Recursos Multifuncionais é realizada uma série de atividades que visa
à inclusão dos estudantes cegos ao ensino regular. Essas atividades requerem a
formação dos professores em atendimento educacional especializado e também a
aquisição e a confecção de materiais adequados às necessidades pedagógicas dos
estudantes com deficiência.
Utilizar recursos ópticos e não ópticos, que são instrumentos ou adaptações que
facilitam o processo de aprendizagem dos estudantes com baixa visão e que devem
ser recomendados por um oftalmologista. Os recursos ópticos são lentes que auxiliam
a visão desses estudantes e vão desde lupas manuais a lupas eletrônicas; os não
ópticos referem-se às adaptações como cadernos que possuem linhas traçadas de
forma escura e mais espaçamento entre as linhas e uso de lápis 6B ou 3B, que
auxiliam a escrita; textos com escrita ampliada; iluminação adequada; canetas
hidrográficas que permitem contraste, entre outros.
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ESTRATÉGIAS
MEIO SOCIAL
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Na entrada do aluno TEA na escola, por um bom tempo, os esforços deverão ser con-
centrados na apropriação do conhecimento social.
A escola deve mediar essa apropriação, para que ela possa, posteriormente, lidar com
os demais aspectos pedagógicos. Deve criar, portanto, oportunidades em que grupos de
estudantes TEA interajam, assumindo responsabilidade dentro e fora da sala, aderindo à
rotina escolar.
O professor deve assumir o papel pedagógico dessa apropriação, adotando-a como
objetivo da escola.
MEDIAÇÃO
A mediação dos pares para a participação da criança TEA deve ser organizada, ou seja, é
preciso organizar uma escala de revezamento entre os colegas para mediar a criança na sala.
Na sala de aula, a transformação das práticas pedagógicas para atender à criança TEA
é indispensável, pois essas crianças, ao ingressarem na escola, não apresentam resposta às
atividades propostas.
Crianças com síndrome de Asperger ou autista de alto funcionamento podem apresen-
tar respostas nas atividades pedagógicas, mas podem apresentar pouco compartilhamento
social e/ou interesse restrito, pautas estereotipadas, pouco interesse em atender a solicita-
ções, devendo ser, para isso, mediadas.
Nesses casos, é importante oportunizar situações de interesse conciliadas com o en-
volvimento de outros estudantes, de maneira que ele não fique sempre em atividades
individuais de seu interesse (como informática), que podem contribuir para reforçar a falta
de compartilhamento social.
Se o aluno apresenta prejuízo na comunicação, comportamento social e inflexibilida-
de mental, será preciso que as intervenções pedagógicas sejam pautadas nos aspectos de
ensino e aprendizagem pertinentes ao campo de desenvolvimento cognitivo relativo à fa-
miliarização com o ambiente, ao melhor domínio da rotina escolar, ao estabelecimento de
vínculos, às estratégias de comunicação/antecipação e à destinação de sentido à experiência
no meio social da escola.
O estudante deve conseguir, aos poucos, prever a rotina escolar, ao mesmo tempo que
amplia sua flexibilidade mental frente aos acontecimentos não previstos na escola. Além do
apoio visual, deve sempre praticar a oralidade.
A escola deve buscar o equilíbrio entre estratégias de acolhimento, necessidades do
estudante e oferta da vivência do dia a dia da escola.
No acolhimento, é importante não proporcionar à criança vivências que não farão parte
da rotina de todos os estudantes, como destinar brinquedos só para ela.
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ASPECTOS DESAFIADORES
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diversas áreas que suplementam a proposta curricular.
Em diferentes etapas e em virtude dos interesses e habilidades dos estudantes com
altas habilidades/superdotação, os objetivos do Atendimento Educacional Especia-
lizado (AEE) resumem-se em:
– Maximizar a participação do aluno na classe comum do ensino regular, benefician-
do-se da interação no contexto escolar.
– Potencializar a(s) habilidade(s) demonstrada(s) pelo aluno, por meio do enriqueci-
mento curricular previsto no plano de atendimento individual.
– Expandir o acesso do aluno a recursos de tecnologia, materiais pedagógicos e
bibliográficos de sua área de interesse.
– Promover a participação do aluno em atividades voltadas à prática da pesquisa e
desenvolvimento de produtos.
– Estimular a proposição e o desenvolvimento de projetos de trabalho no âmbito
da escola, com temáticas diversificadas, como artes, esportes, ciências e outras.
Ao identificar instrumentos e ferramentas mais favoráveis para esses objetivos, os
professores, em atuação conjunta, deverão investir em condições acessíveis para o
favorecimento de habilidades, propiciando um espaço plural para sugestões, exercí-
cio da criticidade, participação com autonomia e criatividade.
O AEE favorece a articulação dos serviços realizados na escola, na comunidade, nas
instituições de educação superior e nos núcleos de atividades para estudantes com
altas habilidades/superdotação, possibilitando que participem de um processo de
identificação multidimensional, de atividades de estimulação e aprofundamento e,
assim, alcançando os objetivos do atendimento educacional especializado.
A compreensão da educação especial na perspectiva da educação inclusiva é fun-
damental para o professor que atua no atendimento a esses estudantes, tanto para
potencializar os espaços das Salas de Recursos Multifuncionais (SRM) quanto para
tornar as salas de aula comum em ambientes de planejamento, organização e pro-
moção para os estudantes com altas habilidades/superdotação.
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INCLUSÃO NO DIA A DIA DA ESCOLA
TECNOLOGIA ASSISTIVA
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COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA E AMPLIADA (CAA)
Objetos reais – Estes podem ser idênticos aos que estão representan-
do ou similares, com variação de tamanho, cor ou outra característica.
Miniaturas – Os objetos em miniatura precisam ser selecionados com
cuidado, para que possam ser utilizados como recursos de comunica-
ção. Devem ser consideradas as possibilidades visuais e intelectuais
dos indivíduos, na sua utilização.
Objetos parciais – Em situações em que os objetos a serem repre-
sentados são muito grandes, a utilização de parte do objeto pode ser
muito apropriada.
Fotografias – Fotos coloridas ou em preto e branco podem ser utili-
zadas para representar objetos, pessoas, ações, lugares e atividades. Nas
escolas, muitas vezes são utilizados recortes de revistas ou embalagens
de produtos.
Símbolos gráficos – Há uma série de símbolos gráficos que foi de-
senvolvida para facilitar a comunicação de pessoas com necessidades
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INCLUSÃO NO DIA A DIA DA ESCOLA
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A INTERAÇÃO ENTRE SALA COMUM E AEE
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INCLUSÃO NO DIA A DIA DA ESCOLA
AVALIAÇÃO DO ESTUDANTE
Na escola, a avaliação é parte fundamental do processo educacional,
pois é o instrumento que fornece informações sobre a aprendizagem dos
estudantes – seja quantificando, seja identificando seus avanços e aspectos
que necessitam ser mais bem trabalhados.
Isso quer dizer que a avaliação é mais do que um instrumento para
aprovar ou reprovar o aluno. Ela deve funcionar como um mecanismo de
diagnóstico, que serve como referência para o professor planejar e orga-
nizar seu trabalho em sala de aula, bem como para pensar em alternativas
didáticas que atendam às necessidades dos estudantes.
Em muitas escolas, ainda prevalecem avaliações tradicionais, de ca-
ráter classificatório. No entanto, o Conselho Nacional de Educação re-
comenda que a avaliação seja contínua e cumulativa, pois uma nota nem
sempre contempla toda a informação que o professor necessita para veri-
ficar a aprendizagem do aluno.
Nessa perspectiva, os professores podem utilizar vários tipos de meios
para avaliar a aprendizagem, distintos das tradicionais provas, dentre os
quais: observação, registros e análises realizados durante atividades desen-
volvidas na escola.
Além disso, a avaliação fornece subsídios para que o professor identi-
fique aspectos em sua dinâmica na sala de aula que necessitam de adequa-
ção, a fim de favorecer o desenvolvimento de todos os estudantes.
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Com base na avaliação, o professor pode tomar providências para re-
orientar o processo de ensino-aprendizagem no que for necessário, re-
movendo as barreiras identificadas por meio da avaliação – sejam elas na
aprendizagem, na participação, sejam em função de variáveis externas, que
possam interferir no desenvolvimento global do aluno.
Cabe às escolas da rede municipal de ensino de Maceió, seguindo as
determinações legais de nível nacional e municipal (Portaria Semed nº
58/2013 sobre as orientações para avaliação), definirem critérios e instru-
mentos que possibilitem aos professores e coordenadores assumirem uma
“postura reflexiva sobre o ensino-aprendizagem, registrando e documen-
tando, periodicamente, informações sobre cada estudante e cada turma”.
No que diz respeito, especificamente, à Educação Especial (Artigo 6º
da Portaria), a avaliação deve ocorrer de maneira articulada entre o pro-
fessor da sala comum e o professor de AEE. Ao professor da sala comum
cabe definir e organizar estratégias pedagógicas que contribuam para a
participação efetiva do estudante. Já o professor de AEE é responsável
pelo registro da avaliação do estudante, em articulação com o docente da
sala comum.
A avaliação, segundo a portaria, deve pautar-se pela valorização das
competências e habilidades básicas dos estudantes. O aluno não pode fi-
car retido mais de dois anos e não pode haver distanciamento cronológico
superior a dois anos em relação aos demais estudantes da turma.
Assim, o processo avaliatório dos estudantes com deficiência inclui os
seguintes instrumentos:
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INCLUSÃO NO DIA A DIA DA ESCOLA
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5
DA INTEGRAÇÃO À INCLUSÃO NA REDE
MUNICIPAL DE MACEIÓ
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A implantação do atendimento a estudantes com deficiência na se-
cretaria municipal de Educação de Maceió (Semed) teve início em 1986,
com a criação do Departamento de Educação Especial (DEE).
Em 1990, foram criadas as primeiras oito classes especiais para aten-
dimento, inicialmente, a 78 estudantes com deficiência, em diferentes
unidades escolares da rede municipal. As classes especiais funcionavam
à luz do paradigma da integração, ou seja, com o objetivo de preparar os
estudantes com deficiência para inserção no ensino comum.
O ano de 1996 marcou uma mudança de paradigma do atendimento
aos estudantes com deficiência, com a adoção, por parte da Semed-Ma-
ceió, de orientações alinhadas com o movimento nacional e internacional
em prol da inclusão educacional.
Naquele ano, a secretaria de Educação, por meio do Departamento
de Educação Especial, criou as Jornadas de Educação Especial, realizadas
em 1996 e em 1999. A I Jornada já continha na pauta o paradigma da
inclusão.
Em 1999, com a II Jornada de Educação Especial, foi intensificada
a incorporação da inclusão às políticas do município. No mesmo ano, foi
proposta uma nova política de Educação Especial em Maceió, seguindo
as tendências da inclusão, que começavam a ser difundidas – em níveis
mundial e nacional.
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DA INTEGRAÇÃO À INCLUSÃO NA REDE MUNICIPAL DE MACEIÓ
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cional Especializado, Salas de Recursos Multifuncionais e professores-
-intérpretes. A partir de 2006, a rede contava com duas salas de educação
infantil para aquisição de Libras e um Núcleo de Apoio ao Aluno Cego,
ainda em funcionamento.
MATRÍCULAS EM EXPANSÃO
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DA INTEGRAÇÃO À INCLUSÃO NA REDE MUNICIPAL DE MACEIÓ
INFRAESTRUTURA (2015)
Escolas – 135
Escolas com Salas de Recursos Multifuncionais (SRM) – 73
Escolas com SRM em funcionamento – 53
Fonte: DEE-Semed-Maceió.
120
Guia_Edu_Especial_12-04-B.pdf
FORMAÇÃO CONTINUADA
121
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DA INTEGRAÇÃO À INCLUSÃO NA REDE MUNICIPAL DE MACEIÓ
122
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12
11 21 16
30 07
25
15 18 13
29 34 26
04 10 31 23
20
35 19
05 06 02
27 22
01 33
24 28
08
17
32
03
14
09
MAPA DE ALAGOAS
01 - Atalaia 19 - Messias
02 - Barra de Santo Antônio 20 - Murici
03 - Barra de São Miguel 21 - Novo Lino
04 - Branquinha 22 - Paripueira
05 - Cajueiro 23 - Passo de Camaragibe
06 - Capela 24 - Pilar
07 - Colônia Leopoldina 25 - Porto Calvo
08 - Coqueiro Seco 26 - Porto de Pedras
09 - Coruripe 27 - Rio Largo
10 - Flexeiras 28 - Santa Luzia do Norte
11 - Ibateguara 29 - Santana do Mundaú
12 - Jacuípe 30 - São José da Laje
13 - Japaratinga 31 - São Luís do Quitunde
14 - Jequiá da Praia 32 - São Miguel dos Campos
15 - Joaquim Gomes 33 - Satuba
16 - Maragogi 34 - União dos Palmares
17 - Marechal Deodoro 35 - Viçosa
18 - Matriz de Camaragibe
Fonte: DEE-Semed-Maceió (2015).
123
Guia_Edu_Especial_12-04-B.pdf
DA INTEGRAÇÃO À INCLUSÃO NA REDE MUNICIPAL DE MACEIÓ
(*) Para cada tema, são apresentados relato de caso e plano de AEE.
Fonte: DEE-Semed-Maceió (2015).
124
Guia_Edu_Especial_12-04-B.pdf
Paralelamente às formações, os técnicos do DEE-Semed participam,
periodicamente, de cursos e eventos ofertados pelo MEC, a fim de trans-
mitir informações e conhecimentos aos profissionais da rede municipal
de ensino de Maceió, especialmente aos professores das Salas de Recursos
Multifuncionais.
1990 a 1994
As ações formativas e as propostas de atendimento aos estudantes com
deficiência orientam-se pelo paradigma da integração, em salas especiais,
dentro da escola comum, em pequenos grupos ou individualmente.
1994
I Jornada de Educação Especial, que marca o início de uma ampla discus-
são sobre educação para as pessoas com deficiência; inclusão pautada pela
Declaração de Salamanca.
1995
Capacitação em Fundamentação Didática e Metodológica para Pessoas
Portadoras de Deficiência, com os objetivos de caracterizar a realidade so-
cioeducacional da rede municipal de ensino de Maceió e implantar ações
para garantir a matrícula, permanência com qualidade nas escolas comuns
e o conhecimento das especificidades dos estudantes com deficiência.
1999
Realização da II Jornada de Educação Especial, sob o tema “Inclusão:
construindo uma sociedade para todos”, que marca o início da implan-
tação da Política de Educação Inclusiva na rede municipal. O ano é um
divisor de águas da passagem da integração para a inclusão, com a pro-
gressiva difusão, entre os educadores, da importância da inserção dos es-
tudantes com deficiência nas classes comuns.
1999 a 2001
O DEE-Semed realiza ações de formação para sensibilizar toda a equipe
125
Guia_Edu_Especial_12-04-B.pdf
DA INTEGRAÇÃO À INCLUSÃO NA REDE MUNICIPAL DE MACEIÓ
2001
Com a extinção das classes especiais, a equipe técnica do DEE passa a
ir, periodicamente, às escolas para orientar e fazer acompanhamento dos
professores e dos alunos, bem como para discutir os casos de alunos.
2002
A Semed contrata um professor surdo (instrutor) para oferecer forma-
ção em Libras para técnicos, professores, alunos surdos, alunos ouvintes e
para a família. A iniciativa foi uma resposta à demanda de pais de alunos
surdos.
2004
Iniciam-se as formações continuadas realizadas de forma sistemática pela
Semed. As formações ocorrem, então, em núcleos de formação e na pers-
pectiva de educação inclusiva. O público-alvo são os professores que atu-
am com alunos com deficiência.
2005
Formações pontuais com recursos do FNDE-MEC envolvendo todos os
segmentos, níveis e setores da Educação, no intuito de difundir a concep-
ção de educação inclusiva. Participam professores especialistas, educado-
res e gestores do ensino regular.
A Semed dá início a uma linha de atuação que existe até o presente: a
oferta de cursos sobre temas variados, possibilitando aos professores fazer
aqueles que são de seu interesse.
A primeira e a segunda etapas da formação do programa Educação In-
clusiva: direito à diversidade enfocaram os diretores, por serem as “portas
de entrada” de aceitação da inclusão. Foram abordados os princípios da
Educação Inclusiva e bases legais.
Em novembro, realiza-se uma formação com recursos do FNDE para 80
gestores e educadores. Graças à articulação do DEE-Semed, a formação
foi ampliada para 200 profissionais (diretores, coordenadores, professores,
126
Guia_Edu_Especial_12-04-B.pdf
assistentes sociais, instituições especializadas e representantes de escolas
privadas).
2006
Terceira etapa do Programa Educação Inclusiva: direito à diversidade.
O DEE-Semed envia uma técnica para Natal (RN), a fim de aderir e
participar do projeto Educar na Diversidade e, assim, implantar mais uma
formação no município de Maceió.
2007
O projeto Educar na Diversidade, destinado a todo o segmento escolar,
tem início. O público-alvo são professores com perfil de multiplicador. A
formação continua em 2008 e em 2009.
2008
A Semed oferta as seguintes formações: Atendimento Educacional Espe-
cializado (Salas de Recursos); Deficiência Visual: conhecendo para inter-
vir; e Educação numa perspectiva inclusiva.
2009
O DEE-Semed oferta as seguintes formações: Atendimento Educacio-
nal Especializado (salas de recursos); Deficiência Visual: conhecendo para
intervir; Educação numa perspectiva inclusiva – Ensino Fundamental; e
Educação numa perspectiva inclusiva – Educação Infantil.
2013
O DEE-Semed oferta as seguintes formações: Atendimento Educacional
Especializado (salas de recursos); Educação numa perspectiva inclusiva –
Ensino Fundamental; e Educação numa perspectiva inclusiva – Educação
Infantil
Em parceria com a secretaria estadual de Educação, são ofertadas for-
mações em Leitura e Escrita Braille pelo Centro de Apoio Pedagógico
(CAP) e curso básico de Libras, ofertado pelo Centro de Atendimento a
Pessoas com Surdez (CAS).
127
Guia_Edu_Especial_12-04-B.pdf
DA INTEGRAÇÃO À INCLUSÃO NA REDE MUNICIPAL DE MACEIÓ
2015
O DEE-Semed oferta as seguintes formações: Atendimento Educacio-
nal Especializado (AEE) para os professores das salas de recursos multi-
funcionais da rede municipal de ensino e para professores das instituições
conveniadas; Educação Especial na perspectiva inclusiva para os auxiliares
de sala com estudantes com deficiência; Educação Especial na perspectiva
inclusiva para coordenadores da rede municipal.
70 73
63 65 66
44 46
28 28 28 28
2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Sala de recursos
Sala de Recursos Multifuncionais
128
Guia_Edu_Especial_12-04-B.pdf
As Salas foram implantadas por meio de convênio da Semed-Maceió
com o Ministério da Educação, no âmbito do programa Implantação de
Salas de Recursos Multifuncionais. Cabe à secretaria de Educação definir,
conforme seu planejamento, as instituições aptas a abrigar as SEM; e ao
MEC oferecer os equipamentos, mobiliários e materiais que compõem a
Sala de Recursos. Existem dois tipos de Sala de Recursos Funcionais, a
Tipo 1 e a Tipo 2 (que inclui recursos para deficientes visuais, além dos
demais equipamentos e materiais para as demais deficiências existentes
na Sala Tipo 1).
ESCOLA ACESSÍVEL
Em 2014, metade das escolas (67) da rede municipal de ensino de
Maceió possuía recursos de acessibilidade.
Assegurar a acessibilidade é fundamental para garantir o acesso e a
permanência de estudantes com deficiência na escola, à medida que pos-
sibilita que todos possam chegar aos estabelecimentos de ensino, circular
por suas dependências, frequentar aulas e participar de atividades. É, por-
tanto, um requisito prioritário tendo em vista a universalização do ensino.
Nesse sentido, é crucial que a equipe da escola identifique barreiras
físicas que aumentam o grau de dificuldade ou impossibilitam a participa-
ção, a realização de atividades e a socialização das pessoas com deficiência,
nas escolas.
18***
13* 12** 14**
06* 04***
2009 2010 2011 2012 2013 2014
* Todas finalizadas.
** Parte delas com obras em andamento.
*** Todas com obras em andamento.
129
Guia_Edu_Especial_12-04-B.pdf
DA INTEGRAÇÃO À INCLUSÃO NA REDE MUNICIPAL DE MACEIÓ
AUXILIARES DE SALA
A inclusão escolar pressupõe que todos os estudantes, independen-
temente de suas particularidades, estejam plenamente inseridos, sem di-
ferenciações que os excluam de suas turmas, e participem ativamente do
processo escolar, conforme suas capacidades.
Portanto, cabe ao Poder Público oferecer as condições necessárias
para que as pessoas com deficiência tenham acesso à educação básica, ao
ensino de qualidade nas escolas comuns da rede regular. Entre essas con-
dições está a oferta de auxiliares de sala, capacitados a subsidiar a prática
pedagógica, favorecendo o acesso e a permanência dos estudantes com
deficiência na escola.
Nesse sentido, em 2014, a Semed-Maceió ofereceu o curso Educação
Especial na Perspectiva Inclusiva a auxiliares de sala
Em 2015, com a implementação da matrícula on-line, houve um au-
mento significativo de estudantes público-alvo da educação especial que
necessitam de auxiliar de sala. Com a finalidade de atender a esses estu-
dantes, o Departamento de Educação Especial vem trabalhando, com a
Coordenação de Recursos Humanos da Prefeitura Municipal de Maceió,
na definição de estratégias para lotação de auxiliares de sala.
Entre as possibilidades em análise é a visita de um técnico para acom-
panhar os estudantes com deficiência, mediante parecer descritivo por
meio de avaliação in loco e encaminhamentos necessários, visando mi-
nimizar as barreiras que possam dificultar o acesso dos estudantes com
deficiência ao processo educacional.
130
Guia_Edu_Especial_12-04-B.pdf
AUXILIARES DE SALA, POR ANO
141
67
20
131
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DA INTEGRAÇÃO À INCLUSÃO NA REDE MUNICIPAL DE MACEIÓ
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PASSO A PASSO
As conquistas foram graduais, à medida que avançamos e aprendemos
a lidar com o jovem surdo, levando em conta os interesses e curiosidades
próprios da sua idade. E foram surpreendentes. Ao lado do trabalho na
escola, a família teve um papel de destaque, por acreditar e contribuir para
seu desenvolvimento, mesmo sem conhecer as especificidades da surdez.
O adolescente destacou-se entre os colegas do quinto ano do Ensi-
no Fundamental por sua participação no projeto pedagógico “Um pé de
quê?”, no qual os estudantes conhecem e pesquisam as frutas comuns do
bairro e outras ainda desconhecidas, mas típicas da nossa região.
Ele se mostrou ativo, pesquisando informações sobre as frutas, suas
origens, curiosidades e principais características, confeccionando seus car-
tazes e expondo suas ideias para todo o grupo.
Surpreendeu-nos com seu interesse em aprender e com sua memória
prodigiosa: além de arquivar informações, demonstrou grande capacidade
de estabelecer relações com situações vivenciadas em seu meio. Deu novo
significado às árvores frutíferas do seu bairro. Por exemplo, a fruta-pão,
para a qual criou, com a intérprete, um sinal provisório. A carambola já
conhecia, porém não dominava seu sinal.
Seu universo de percepções e vivências ampliou-se com o projeto. R.
P. S. demonstrou estranheza ao descobrir que o kiwi é verde por dentro,
mesmo quando maduro; e surpresa diante da fragilidade de um pé de
melancia com frutas tão grandes.
Na culminância do projeto, toda a comunidade escolar visitou nossa
sala e R. P. S. expôs o que aprendeu: o doce de banana, o artesanato da
palha da bananeira, o doce da casca da melancia, o suco e a bala de melan-
cia, a fruta-pão que parece inhame, o kiwi, que é marrom por fora e verde
por dentro. Percebemos o esforço das outras crianças, que tentavam se
comunicar com R. P. S., nosso estudante surdo, fazendo sinal de “Legal!”
133
Guia_Edu_Especial_12-04-B.pdf
DA INTEGRAÇÃO À INCLUSÃO NA REDE MUNICIPAL DE MACEIÓ
ISOLADOS
A Sala Especial era uma turma à parte. Ficava nos fundos da escola,
com grade na porta, e abrigava exclusivamente estudantes com diversos
tipos de deficiência.
Naquele primeiro dia de aula, parecia vê-los pela primeira vez. Uns
corriam, outros olhavam por baixo, outros com olhar desafiador. Alguns
mal me percebiam, ainda de mochila nas costas, com o olhar vago a balan-
çar o corpo. Estavam tão assustados quanto eu. Peguei a chave e, decidida,
fui até aquele armário. Desde então, eu me apaixonei!
134
Guia_Edu_Especial_12-04-B.pdf
Participei de alguns cursos sobre Educação Especial e um deles cul-
minou em um projeto de implantação de uma Sala de Recursos Multi-
funcionais. Dois anos depois, minha escola foi selecionada para o rol de
escolas que teria educação inclusiva: passaria da integração à inclusão.
Concluí a graduação em pedagogia com TCC relacionado à
inclusão. Fiz especialização em psicologia da educação com ênfase em
psicopedagogia, na Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais
(PUC-Minas). Até que, em 2010, Bruna chegou à escola, aos dez anos de
idade, com deficiência visual.
Ela estava matriculada em outra escola, mas a mãe a queria ali, na Es-
cola Municipal Dom Antônio Brandão, porque tinha boas referências da
mãe de outro deficiente visual. Não havia vaga para ela. Resolvi atendê-la
na Sala de Recursos Multifuncionais. No ano seguinte, a mãe conseguiu
matriculá-la na nossa escola.
OS MEDOS
Apesar da idade, a mãe ainda colocava Bruna no colo. Insegura, de-
pendente na locomoção, tinha muitos medos, inclusive do toque, que di-
ficultava o conhecimento de texturas e formas de objetos e alimentos. Era
muito ansiosa, nervosa e se deprimia facilmente.
Conhecia, mas não dominava o Braille e creio que, por isso, não se
interessava em ler e escrever. Sua fala era um pouco prejudicada por uma
fenda no lábio leporino, já operado, mas ainda necessitando de novas ci-
rurgias. O caso de Bruna foi realmente desafiador.
Sua professora da sala regular era criativa e estimuladora. Com a che-
gada do primeiro estudante deficiente visual na escola, fizemos um curso
de escrita Braille, mas o material não chegou. A professora dobrou os três
dentes de um garfo e o usou como punção para fazer as atividades. Traba-
lhava textos variados, mas o desinteresse e a apatia de Bruna, que era tão
comunicativa, a intrigavam.
Percebi o interesse de Bruna pela música gospel. Ela conhecia vá-
rios hinos evangélicos e falava com entusiasmo de vários intérpretes. Foi
quando descobri sua linda voz e comecei a incentivar o canto; em seguida,
a composição. Bruna foi ganhando segurança, autonomia e driblando seus
medos. Foi o suficiente para ela começar a escrever. No fim do ano, parti-
cipou de uma apresentação e cantou uma canção de sua autoria. Fez muita
gente se emocionar e chorar copiosamente.
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Guia_Edu_Especial_12-04-B.pdf
DA INTEGRAÇÃO À INCLUSÃO NA REDE MUNICIPAL DE MACEIÓ
DESCOBRIR E ESTIMULAR
A jovem de lábio leporino operado e voz aparentemente fanha alcan-
çou timbre e afinação magníficos. Cantou como profissional e foi aplau-
dida de pé! Precisou cantar novamente por causa dos eufóricos pedidos
de bis. Foi um dos melhores dias da sua vida! E da nossa vida também!
Era só o começo.
Para mim, inclusão é isso: descobrir e estimular o potencial que se
esconde na deficiência. Isso exige estratégias especiais para a descoberta,
estimulação e reconhecimento.
Não precisa ser um talento excepcional, precisa apenas mostrar que
a pessoa com deficiência está presente e, como qualquer um, é capaz de
fazer algumas coisas e outras, não. O importante é que seja vista como
pessoa e que ela própria consiga também se enxergar dessa forma. Só as-
sim conseguiremos construir uma sociedade, de fato, para todos.
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ESTUDANTE COM ASPERGER SUPERA MEDOS E DIFICULDADES
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Guia_Edu_Especial_12-04-B.pdf
DA INTEGRAÇÃO À INCLUSÃO NA REDE MUNICIPAL DE MACEIÓ
OS TALENTOS
Diagnosticado com Síndrome de Asperger, um dos tipos de autismo,
quando chegou à escola, André já tinha verbalização, base alfabética e
numérica, um talento enorme para resolver quebra-cabeças e atividades
com informática. Transcrevia da lousa e escrevia qualquer palavra se lhe
ditassem as letras. Perguntava, constantemente: “que letra, que letra?”.
Também não aceitava a ficha com seu nome completo, pois só co-
nhecia o primeiro. Levou dois anos para aprender. A professora da sala
comum me procurava, angustiada, e eu buscava respostas com a mãe ou a
equipe do centro especializado. Eles informavam que ele tem seu tempo
e sua dificuldade em aceitar mudanças, mas a professora o desafiava e a
mim, também.
Apesar de todos os talentos, André não fazia nada sozinho. Era agita-
do, inquieto, dava gritos e corria sem parar. Tinha muitos medos e manias.
Falava, repetidamente, uma mesma frase, não interagia, nem fazia contato
visual.
138
Guia_Edu_Especial_12-04-B.pdf
Atualmente no quinto ano, André lê e escreve bem. Mantém contato
visual por certo período, interage e faz associações de situações e contextos
diversos. O mais legal: assiste a filmes, apresentações na escola e a pales-
tras com sua mãe, fora do contexto escolar. Identifica bandeiras de diver-
sos países e tem total domínio do calendário, identificando datas e anos.
Todos ficam surpresos. Para nós e para a sua mãe foi muito gratificante!
Já pedi à mãe que me convide para a formatura dele na faculdade. Tenho
certeza de que chegará lá!
No entanto, é preciso enfrentar o medo do desconhecido, do diferen-
te, do que nos tira da zona de conforto. Afinal, inclusão é isso: superar difi-
culdades, vencer barreiras, viver e conviver junto. Ensinar, mas, sobretudo,
aprender com a diferença!
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Guia_Edu_Especial_12-04-B.pdf
DA INTEGRAÇÃO À INCLUSÃO NA REDE MUNICIPAL DE MACEIÓ
PLANO ESPECIALIZADO
O Plano de Atendimento Educacional Especializado (AEE) da estu-
dante foi elaborado no sentido de desenvolver estratégias que minimizas-
sem esses comportamentos, elevassem sua autoestima, estimulassem sua
atenção e concentração, assim como a socialização. Para isso, utilizamos
jogos de memória/pedagógicos, encaixe, quebra-cabeça, músicas, fanto-
140
Guia_Edu_Especial_12-04-B.pdf
ches, histórias, entre outras atividades. Iniciamos o atendimento individu-
alizado e, atualmente, já estamos trabalhando em dupla e em pequenos grupos.
É necessária e de grande importância a parceria da família, bem como
a dos profissionais que atuam, diretamente, com o estudante, para que as
estratégias traçadas no Plano do AEE tenham um melhor resultado e
favoreçam seu processo de ensino-aprendizagem. É importante, também,
compreender o histórico de vida das crianças, suas necessidades, seus in-
teresses, sua forma de se comunicar e seus sentimentos.
A mãe insistia para que a aluna continuasse usando fraldas, por achar
que ela não seria capaz de ter controle esfincteriano. Depois de muita
conversa para que R. D. F. fosse para a escola sem fralda e com mudas
de roupas, para que pudéssemos ensinar o controle de suas necessidades
fisiológicas, conseguimos convencê-la a contribuir nesse processo, e o re-
sultado foi positivo. Em pouco tempo, R. D. F. deixou de usar fraldas e já
pedia para usar o banheiro.
EM EVOLUÇÃO
No fim do primeiro ano, apesar das dificuldades, R. D. F. já apresen-
tava evolução: melhorou seu comportamento, já se comunicava melhor
com os colegas, professores e demais profissionais da escola, porém, ainda
apresentava resistência em relação às aulas de educação física. Foi promo-
vida para o segundo ano.
Em 2014, elaboramos o Plano de AEE dando ênfase às atividades
lúdicas e buscando inserir a aluna em atividades extraclasse. Continuamos
estimulando sua atenção e concentração, além do raciocínio lógico, auto-
nomia, interação social e elevação da autoestima. O computador também
foi ferramenta pedagógica em que ela gostava de fazer as atividades.
Foram muitas evoluções: na coordenação motora, na forma de pegar o
lápis, na identificação de algumas cores, na leitura de gravuras e identifica-
ção de letras do seu nome. Gostava de ouvir e recontar histórias, às vezes,
conseguia manter uma sequência lógica dos fatos. Nas aulas de educação
física, ainda não interagia com os outros estudantes, mas realizava as ati-
vidades sozinha, o que no primeiro ano não queria fazer.
RESISTÊNCIA E ÊXITO
Mesmo quando resistia, realizava as atividades com êxito, graças à
motivação da professora e da auxiliar. Nesse ano, o irmão dela ingressou
141
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DA INTEGRAÇÃO À INCLUSÃO NA REDE MUNICIPAL DE MACEIÓ
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143
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6
POLÍTICAS E PROGRAMAS PARA A
PROMOÇÃO DA INCLUSÃO NA ESCOLA
Guia_Edu_Especial_12-04-B.pdf
Atualmente, existe uma série de programas federais que pode ser aces-
sada pelas secretarias de Educação e pelas próprias escolas, a fim de favo-
recer a inclusão de estudantes com deficiência.
A seguir, a descrição de alguns dos principais programas, a legislação
referente a cada um deles e como acessá-los.
Guia_Edu_Especial_12-04-B.pdf
POLÍTICAS E PROGRAMAS PARA A PROMOÇÃO DA INCLUSÃO NA ESCOLA
RECURSOS
O Programa disponibiliza recursos, por meio do Programa Dinheiro
Direto na Escola (PDDE), às escolas contempladas pelo Programa Im-
plantação de Salas de Recursos Multifuncionais. Dentro do Programa
Escola Acessível, são financiáveis as seguintes ações: adequação arquitetô-
nica (rampas, sanitários, vias de acesso, instalação de corrimão e de sinali-
zação visual, tátil e sonora); e aquisições de cadeiras de rodas, recursos de
tecnologia assistiva, bebedouros e mobiliários acessíveis.
COMO ACESSAR
As escolas contempladas, conforme relação anual publicada em Reso-
lução do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e o
PDDE – Escola Acessível efetivam o cadastro no Sistema Integrado de
Monitoramento, Execução e Controle do Ministério da Educação (Si-
mec), em que inserem o plano de atendimento contendo o planejamento
de utilização dos recursos.
DOCUMENTOS
• Relação nominal das escolas que serão contempladas com os recursos
do PDDE Acessibilidade 2013
• Documento Orientador do Programa Escola Acessível 2013
• Resolução CD-FNDE nº 19/2013, de 21 de maio de 2013
• Resolução nº 27, de 2 de junho de 2011
• Manual do Programa Escola Acessível
• Relação das escolas contempladas pelo Programa Escola Acessível
2012
• Relação dos municípios contemplados pelo Programa Transporte Es-
colar Acessível 2011-2012
• Documento Orientador do Programa Escola Acessível 2012
• Resolução FNDE nº 27/2012
146
Guia_Edu_Especial_12-04-B.pdf
PROGRAMA IMPLANTAÇÃO DE SALAS DE RECURSOS MULTIFUNCIONAIS
CONTRAPARTIDA
Para que o Programa disponibilize o conjunto de equipamentos de
informática, mobiliários, materiais didáticos e pedagógicos de acessibi-
lidade, as escolas públicas do ensino regular devem disponibilizar espaço
físico para a implantação efetiva do Atendimento Educacional Especiali-
zado (AEE), além de contratar professor para atuar no programa.
COMO ACESSAR
A Secretaria de Educação apresenta a demanda no Plano de Ações
Articuladas (PAR) e indica as escolas a serem contempladas por meio do
Sistema de Gestão Tecnológica (Sigetec).
DOCUMENTOS
• Nota Técnica nº 42/2015 – MEC-Secadi-DPEE
• Decreto nº 6.094/2007
• Portaria nº 13/2007
• Manual de Orientação do Programa Implantação de Salas de Recursos
Multifuncionais
• Nota Técnica nº 11/2010 – Orientações para a institucionalização da
oferta do Atendimento Educacional Especializado (AEE) em Salas de
Recursos Multifuncionais implantadas nas escolas de ensino regular.
• Relação das escolas contempladas pelo Programa Implantação de Salas
de Recursos Multifuncionais
• Documento Orientador do Programa Implantação de Salas de Recur-
sos Multifuncionais
147
Guia_Edu_Especial_12-04-B.pdf
POLÍTICAS E PROGRAMAS PARA A PROMOÇÃO DA INCLUSÃO NA ESCOLA
COMO ACESSAR
As escolas apresentam, por meio do sistema Plano de Desenvolvimento
da Escola (PDE) Interativo, a demanda de formação para as Secretarias
Estaduais de Educação (Seduc) e Secretarias Municipais de Educação
(Semed) que a validam e encaminham ao Fórum Estadual Permanente
de Apoio à Formação Docente. O Fórum elabora o Plano Estratégico de
Formação docente e o encaminha ao Comitê Gestor da Rede Nacional
de Formação do Ministério da Educação (MEC), responsável pela sua
aprovação e apoio financeiro.
DOCUMENTOS
• Portaria nº 1086/2011
• Portaria nº 1265/2011
• Portaria nº 1.328/ 2011, de dezembro de 2011
• Resolução CD-FNDE nº 08/2010
• Resolução CD/FNDE nº 45/2011
• Resolução nº 1, de 17 de agosto de 2011
148
Guia_Edu_Especial_12-04-B.pdf
ACOMPANHAMENTO E MONITORAMENTO DO ACESSO E PERMANÊNCIA NA
ESCOLA DOS BENEFICIÁRIOS DO BPC NA ESCOLA (BENEFÍCIO DA PRESTAÇÃO
CONTINUADA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL)
COMO ACESSAR
Estados, Municípios e Distrito Federal podem aderir ao programa,
mediante preenchimento do Termo de Adesão constante do endereço
eletrônico: http://aplicacoes.mds.gov.br/bpcnaescola. A realização desse
procedimento é efetuada, exclusivamente, pelo representante legal da uni-
dade da federação.
DOCUMENTOS
• Nota Técnica nº 13 – Aprovação de vídeo – Questionário do Programa
BPC na Escola
• Nota Técnica nº 51 – Pareamento BPC na Escola 2012
• Portaria Normativa Interministerial nº 18/2007, que institui o Progra-
ma BPC na escola
• Nota Técnica nº 01/2010 – Grupo Gestor Interministerial, que trata
sobre o pareamento de dados do Programa BPC na escola 2010
• Portaria Normativa nº 1205/2011
• Documento Orientador 2011
• Nota Técnica nº 42 – Ação de Transporte Escolar Acessível
• Relação dos municípios contemplados
• Orientações para adesão à ação Transporte Escolar Acessível
149
Guia_Edu_Especial_12-04-B.pdf
POLÍTICAS E PROGRAMAS PARA A PROMOÇÃO DA INCLUSÃO NA ESCOLA
COMO ACESSAR
As Secretarias de Educação dos municípios-polos apresentam deman-
da por meio do Plano de Ações Articuladas (PAR) e plano de trabalho por
intermédio do Sistema Integrado de Monitoramento Execução e Con-
trole do Ministério da Educação (Simec). Os municípios de abrangência
participam do processo de formação promovido pelo município-polo.
DOCUMENTOS
• Documento Orientador 2011/2012
• Manual para inserção dos itens financiáveis no PAR
• Relação dos municípios-polos e respectivas abrangências
150
Guia_Edu_Especial_12-04-B.pdf
quantidade de ônibus a ser adquirida será aberta. Nesse momento, deve-se
clicar na aba “Transporte Escolar Acessível”, na qual aparecerá uma tela
com a cota referente ao número de ônibus que será disponibilizado ao
município, o modelo e a descrição dos ônibus. O espaço reservado deverá
ser preenchido com a quantidade de ônibus solicitada pelo município.
Observação: clicando na descrição de cada ônibus, é possível visualizar a
planta de cada modelo disponível. Na coluna “quantidade”, deve-se infor-
mar o número de veículos a ser adquirido, conforme quota estabelecida.
Depois da escolha, deve-se clicar no botão “SALVAR” e, ao identificar a
mensagem “Salvo com sucesso”, clicar OK. Ao lado direito da tela, existe
um menu com o fluxo da demanda . Clicar em “Enviar para análise”. A
solicitação será analisada pela Secretaria de Educação Continuada, Alfa-
betização, Diversidade e Inclusão (Secadi) e, posteriormente, enviada ao
FNDE, para os “procedimentos de liberação de pagamento”.
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POLÍTICAS E PROGRAMAS PARA A PROMOÇÃO DA INCLUSÃO NA ESCOLA
COMO ACESSAR
As Secretarias de Educação às quais se vinculam os centros públicos
de produção de material didático acessível devem apresentar, por meio do
Plano de Ações Articuladas (PAR), seu plano de trabalho, a fim de obter
apoio financeiro do MEC ao custeio da produção.
DOCUMENTOS
• Nota Técnica nº 58 – Orientações para usabilidade do livro didático
digital acessível – Mecdaisy
• Lei nº 10.753/2003, que institui a Política Nacional do Livro
• Decreto nº 7.084/2010
• Nota Técnica nº 05/2011 – MEC-Seesp-GAB
• Relação dos centros públicos de produção de material didático acessível
• Nota Técnica nº 21
• Acesso ao instalador do MEC-Daisy
COMO ACESSAR
O Prolibras é realizado, anualmente, por meio de Chamada Pública,
sendo que a partir de 2011 a realização tem estado sob a responsabilidade
do Instituto Nacional de Educação de Surdos (Ines).
DOCUMENTOS
• Decreto nº 5.626/2005
• Portaria MEC nº 20/2010, que determina a realização do Prolibras pelo
Instituto Nacional de Educação de Surdos (Ines)
• Número de Profissionais certificados por UF
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OUTRAS AÇÕES
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POLÍTICAS E PROGRAMAS PARA A PROMOÇÃO DA INCLUSÃO NA ESCOLA
COMO ACESSAR
Contato com as Secretarias de Educação, às quais se vinculam os CAP,
NAPPB, CAS e NAAH-S.
DOCUMENTOS
• Relação dos CAP, NAPPB, CAS e NAAH-S
COMO ACESSAR
As escolas, secretarias e estudantes interessados poderão realizar a ins-
crição, gratuitamente, por meio eletrônico.
DOCUMENTOS
• Portaria nº 1.246/2011
• Regulamento do II Prêmio Experiências Educacionais Inclusivas – a
escola aprendendo com as diferenças
• Resultados do II Prêmio Experiências Educacionais Inclusivas
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do Sistema Braille em todas as modalidades de aplicação, compreenden-
do, especialmente, a Língua Portuguesa, a Matemática e outras Ciências;
a Música e a Informática. A comissão foi instituída pela portaria GM-
-MEC nº 319/1.999, alterada pela Portaria GM-MEC nº 1.200/2008.
Sua importância deve-se, especialmente, à permanente evolução técnico-
-científica que, muitas vezes, resulta em modificação dos códigos e simbo-
logia Braille adotados nos países de língua portuguesa e espanhola.
O propósito é acompanhar a aplicação de normas, acordos internacionais,
convenções e quaisquer atos normativos referentes ao Sistema Braille,
além de prestar assistência técnica às secretarias estaduais, municipais e
distritais de Educação; e, ainda, propor diretrizes e manter intercâmbio
permanente com comissões de Braille de outros países, de acordo com as
recomendações de unificação do Sistema Braille em nível internacional.
É também papel da comissão recomendar, com base em pesquisas, es-
tudos, tratados e convenções, procedimentos que envolvam conteúdos,
metodologia e estratégias a serem adotados em cursos para o ensino do
Sistema Braille, nos níveis de extensão, aperfeiçoamento e especialização;
bem como elaborar catálogos, manuais, tabelas e outras publicações que
facilitem o processo de ensino e uso do Sistema Braille, em todo o terri-
tório nacional.
A Comissão é composta por um representante da Secretaria de Edu-
cação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi) do Mi-
nistério da Educação (MEC); um representante do Instituto Benjamin
Constant (IBC); um representante indicado pela organização nacional
de pessoas cegas; e um membro representante das cinco regiões do país,
indicado dentre os Centros de Apoio Pedagógico (Caps).
DOCUMENTOS
• Ata do dia 10/12/2014 – 3º Encontro Ordinário da Comissão Brasi-
leira do Braille
• Ata do dia 11/12/2014 – 3º Encontro Ordinário da Comissão Brasi-
leira do Braille
• Ata do dia 12/12/2014 – 3º Encontro Ordinário da Comissão Brasi-
leira do Braille
• Dia 12 de março de 2014 – Primeira etapa, ata do 1º Encontro Ordi-
nário da Comissão Brasileira do Braille
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POLÍTICAS E PROGRAMAS PARA A PROMOÇÃO DA INCLUSÃO NA ESCOLA
Contato
E-mail da comissão: [email protected]
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REFERÊNCIAS
REFERÊNCIAS
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FUNDAÇÃO SÍNDROME DE DOWN. Mude seu olhar. Cam-
pinas: Saberes Editora, 2015.
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REFERÊNCIAS
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______. Os inclusos e os sisos, 2009.
DOCUMENTOS
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REFERÊNCIAS
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do Espectro Autista; e altera o § 3º do art. 98 da Lei nº 8.112, de 11
de dezembro de 1990. Diário Oficial [da] República Federativa do
Brasil. Brasília, 27 dez. 2012. Disponível em: <http://www.planal-
to.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12764.htm>. Acesso
em: 27 out. 2015.
163
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REFERÊNCIAS
164
Guia_Edu_Especial_12-04-B.pdf
______. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Con-
tinuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão. In: Documento
orientador: programa implantação de salas de recursos multifun-
cionais. Diretoria de Políticas de Educação Especial. Brasília: Se-
cadi-DPEE-CGPAE, [s.d.]. Disponível em: <http://portal.mec.
gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=-
-11037-doc-orientador-multifuncionais-pdf&Itemid=30192>. Aces-
so em: 26 out. 2015.
165
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REFERÊNCIAS
mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&a-
lias=2191-plano-nacional-pdf&category_slug=dezembro-2009-pd-
f&Itemid=30192>. Acesso em: 24 out. 2015.
166
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______. (Brasil). Resolução nº 4 CNE/CEB, de 2 de outubro de
2009. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/
rceb004_09.pdf>. Acesso em: 17 fev. 2016.
167
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REFERÊNCIAS
168
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TODOS PELA EDUCAÇÃO. Conheça o histórico da legislação
sobre inclusão. Disponível em: <http://www.todospelaeducacao.
org.br/reportagens-tpe/31129/conheca-o-historico-da-legislacao-
-sobre-inclusao/>. Acesso em: 27 out. 2015.
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Este livro foi composto em Adobe Caslon Pro,
impresso em papel couchê fosco 110 g/m2 (miolo), no
formato 16 x 23 cm, para a Viva editora, em 2016.
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