Relatório 1 (Cinética)
Relatório 1 (Cinética)
Relatório 1 (Cinética)
RESUMO
2. OBJETIVOS
3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
3.1- Parte I
ABSORÇÃO DA RADIAÇÃO
O Processo de Absorção
A lei de absorção, também conhecida como lei de Beer-Lambert ou somente como lei
de Beer, nos diz quantitativamente como a grandeza da atenuação depende da concentração das
moléculas absorventes e da extensão do caminho sobre o qual ocorre a absorção. À medida que a
1
luz atravessa um meio contendo um analito que absorve, um decréscimo de intensidade ocorre na
proporção que o analito é excitado. Para uma solução do analito de determinada concentração,
quanto mais longo for o comprimento do caminho do meio através do qual a luz passa (caminho
óptico), mais centros absorventes estarão no caminho, e maior será a atenuação. Também, para
um dado caminho óptico, quanto maior for a concentração de absorventes, mais forte será a
atenuação.
A Figura 1 mostra a atenuação de um feixe paralelo de radiação monocromática quando
este passa por uma solução absorvente de espessura de b cm e de concentração igual a c mols por
litro. Em virtude das interações entre os fótons e as partículas absorventes, a potência radiante do
feixe decresce de P0 a P. A transmitância T da solução é a fração da radiação incidente
transmitida pela solução, como mostrado na Equação 1. A transmitância é freqüentemente
expressa como uma porcentagem denominada porcentagem de transmitância.
T= PP0
(1)
Absorbância
2
partir da superfície demoléculas grandes ou de partículas (como poeira) presentes no solvente, e
esse espalhamento pode causaruma atenuação adicional do feixe quando este passa através da
solução.
Para compensar para esses efeitos, a potência do feixe, transmitida através de uma célula
com asolução do analito, é comparada com a potência que atravessa uma célula idêntica
contendo somente o solvente ou o branco dos reagentes. Uma absorbância experimental que se
aproxima muito da absorbânciaverdadeira da solução é assim obtida; isto é,
A=log P0P= log PsolventePsolução
(3)
Os termos P0 e P vão daqui para a frente se referir à potência de um feixe que tenha
passado por uma célula contendo o branco (solvente) e o analito, respectivamente.
Lei de Beer
3
Utilização da Lei de Beer
A lei de Beer, como expressa pelas Equações 3 e 5, pode ser empregada de diversas
formas.
Podemos calcular as absortividades molares das espécies se a concentração for
conhecida. Podemos utilizar o valor medido de absorbância para obter a concentração se a
absortividade e o caminho óptico forem conhecidos. As absortividades, no entanto, são funções
de variáveis como o tipo de solvente, a composição da solução e da temperatura. Por causa da
variação da absortividade com esses parâmetros, nunca é muito prudente tornar-se dependente de
valores tabelados na literatura para realizar uma análise quantitativa. Portanto, uma solução
padrão do analito no mesmo solvente e à temperatura similar é empregada para se obter a
absortividade no momento da análise. Com mais freqüência, empregamos uma série de soluções
padrão do analito para construir uma curva de calibração, ou curva de trabalho, de A versus c, ou
para obter uma equação linear por regressão. Pode ser necessário também que a composição
global da solução padrão do analito tenha de ser reproduzida de forma a se tornar a mais próxima
possível daquela da amostra, para compensar os efeitos de matriz. Alternativamente, o método da
adição de padrão é empregado com o mesmo propósito.
A lei de Beer aplica-se também para soluções contendo mais de um tipo de substância
absorvente. Se não houver interações entre as várias espécies, a absorbância total para um
sistema multicomponente em um determinado comprimento de onda é a soma das absorbâncias
individuais. Em outras palavras,
(6)
em que os subscritos referem-se aos componentes absorventes 1,2, ... , n.
4
A lei de Beer descreve o comportamento da absorção somente para soluções diluídas e
nesse sentido é uma lei limite. Para concentrações que excedem 0,01 mol L -1, a distância média
entre os íons ou moléculas da espécie absorvente diminui a ponto de que cada partícula afeta a
distribuição de carga, e assim a extensão da absorção, dos seus vizinhos. Uma vez que a extensão
dessa interação depende da concentração, a ocorrência desse fenômeno causa desvios da relação
linear entre a absorbância e a concentração. Um efeito similar ocorre algumas vezes em soluções
diluídas de absorventes que contêm altas concentrações de outras espécies, particularmente
eletrólitos. Quando os íons estão muito próximos uns aos outros, a absortividade molar do analito
pode ser alterada em razão de interações eletrostáticas. Isso leva a um afastamento da lei de Beer.
Desvios Químicos
5
Desvios Instrumentais: Radiação Policromática
A lei de Beer se aplica estritamente somente quando as medidas forem feitas com a
radiação monocromática. Na prática, as fontes policromáticas que apresentam uma distribuição
contínua de comprimentos de onda são utilizadas em conjunto com uma rede ou um filtro para
isolar uma banda bastante simétrica de comprimentos de onda ao redor do comprimento de onda
a ser empregado.
A derivação seguinte mostra o efeito da radiação policromática na lei de Beer. Considere
um feixe de radiação constituído de somente dois comprimentos de onda, λ’ e λ” . Pressupondo
que a lei de Beer se aplique estritamente a cada um dos comprimentos de onda, podemos
escrever para λ’.
A'=log P'0P'= ε'∙b∙c (7)
ou
P'0P'= 10ε'∙b∙c
(8)
em que P’0 é a potência incidente e P’ , a potência resultante em λ’ . Os símbolos b e c são,
respectivamente, o caminho óptico e a concentração do absorvente e ε' é a absortividade molar
em λ’ . Então,
P'= P'010-ε'∙b∙c
(9)
De forma similar para λ”:
P"= P'010-ε"∙b∙c
(10)
Quando uma medida de absorbância é feita com a radiação composta por ambos os
comprimentos de onda, a potência do feixe emergente da solução é a soma das potências
emergentes nos dois comprimentos de ondaP’+P” . Da mesma forma, a potência total incidente é
a soma das P’0+P”0 . Portanto a absorbância medida Am é:
6
(11)
Então substituímos P’ e P” e descobrimos que:
(12)
ou
(13)
Podemos ver que quando ε’ = ε” , essa equação pode ser simplificada para:
7
Desvios Instrumentais: Luz Espúria
8
em que Pe é a potência radiante da luz espúria. A Figura 6 mostra um gráfico da absorbância
aparente
A’ versus a concentração para vários níveis de Pe relativos a P0. A luz espúria sempre leva a
absorbância
aparente a ser menor que a absorbância verdadeira. Os desvios decorrentes da luz espúria são
mais significativos para os valores altos de absorbância. Considerando que a radiação espúria
possa ser tão alta como 0,5% em instrumentos modernos, os níveis de absorbância maiores que
2,0 raramente são medidos a menos que as precauções especiais sejam tomadas ou sejam
empregados instrumentos especiais com níveis de luz espúria extremamente baixos. Alguns
instrumentos de filtro de baixo custo mostram desvios da lei de Beer para os valores de
absorbância relativamente baixos como 1,0 por causa dos altos níveis de radiação espúria ou pela
presença de luz policromática.
Células desiguais
Outro desvio da lei de Beer quase trivial, mas importante, é causado pelo uso de células
desiguais. Se as células que contêm o analito e o branco não apresentam o mesmo caminho
óptico e não são equivalentes em suas características ópticas, uma interseção vai ocorrer na curva
9
de calibração e a equação real será A = εbc+ k em vez da Equação 5. Esse erro pode ser evitado
utilizando-se células muito parecidas ou empregando-se um procedimento de regressão linear
para se calcular ambos, a inclinação e o intercepto, da curva de calibração. Em muitos casos, esta
é a melhor estratégia porque um intercepto pode também ocorrer se a solução do branco não
compensar totalmente as interferências. Outra forma de se evitar o problema das células
desiguais com instrumentos de feixe único é empregar a mesma célula mantendo-a na mesma
posição para as medidas do branco e para as do analito. Depois de se obter a leitura para o
branco, a célula é esvaziada por aspiração, lavada e preenchida com a solução do analito.
3.2 - Parte II
CINÉTICA QUÍMICA
Dizemos que uma reação química aconteceu quando um número detectável de moléculas
de uma ou mais espécies perdeu sua identidade e adquiriu uma nova forma pela mudança no tipo
ou número de átomos no composto e/ou por uma mudança na estrutura ou configuração de seus
átomos.
Para que uma espécie particular “apareça” no sistema, alguma determinada fração de uma
outra espécie tem de perder sua identidade química. A taxa de consumo de uma espécie, por
exemplo A, é o número de moléculas de A que perdem sua identidade química por unidade de
tempo e volume, por meio da quebra e subseqüente recomposição das ligações químicas durante
o curso da reação.
-ra=1VdNadtreação=mols de A consumidos pela reaçãounidade de tempounidade
de volume
A velocidade de reação (lei de velocidade) é uma equação algébrica que é somente uma
função das propriedades dos reagentes e das condições de reação (concentração das espécies,
temperatura, pressão, tipo de catalisador, se existir catalisador) em um ponto do sistema.
-ra=kaCa (14)
10
Reações de pseudo-primeira ordem
e então:
Integrando:
11
Portanto, a inclinação da curva do gráfico de ln (Ca0/Ca) versus t fornece o parâmetro k’, e
pela relação:
Lei de Arrhenius
E=energia de ativação
T=temperatura absoluta, K
Energia de ativação
Se os reagentes são radicais livres que reagem imediatamente quando entram em colisão,
não há geralmente energia de ativação. No entanto, a maioria dos átomos e das moléculas
necessita de uma energia de ativação para reagir. Duas são as razões para isto ocorrer:
1) As moléculas necessitam de energia para distorcer ou alongar suas ligações, para quebrá-
las e depois formar novas ligações.
12
2) As forças de repulsão estéricas e eletrônicas devem ser superadas à medida que as
moléculas reagentes se aproximam.
A energia de ativação pode ser interpretada como uma barreira à transferência de energia
(de energia cinética para energia potencial) entre as moléculas reagentes, a qual deve ser vencida.
e constatamos que a inclinação da curva do gráfico de ln k versus 1/T nos fornece o valor da
energia de ativação e o coeficiente linear do mesmo nos fornece o valor do fator de frequência.
Com a energia de ativação e o fator pré-exponencial é possível determinar à constante e
reação para qualquer temperatura.
4. MATERIAIS E MÉTODOS
Materiais
- 1 balão volumétrico 500ml
- 1 balão volumétrico 100ml
- tubos de ensaio
- pipeta automáticas de 5ml e de 1ml
- solução estoque de cristal violeta genciana (7,049x10-4 M)
13
- espectrofotômetro FEMTO modelo 435 e comprimento de onda 595 nm
- becker
- cubetas de plástico
- vortex
Método
Diluiu-se a solução estoque de cristal violeta na proporção de 5 mL de solução de cristal
violeta para 195 mL de água – diluição total: 5:200 ou 1:40, logo a concentração da solução
cristal de violeta foi então de 1,767x10-5 M.
Já na concentração desejada, com pipetas automáticas de 5ml e 1ml, colocou-se em tubos
de ensaio quantidades da solução e de agua destilada indicadas na tabela 5.1.1., realizando o teste
em duplicata.
Os tubos foram agitados em um vórtex, antes de transferir-se a solução a cubetas de
plástico. As cubetas utilizadas foram previamente selecionadas e limpas, para a leitura em
espectrofotômetro a um comprimento de onda de 595nm.
Os valores de absorbância medidos para cada solução tabelados e serão apresentados na
seção de resultados.
Materiais
- banho termostático
- solução estoque de violeta de genciana 3,525x10-5 M
- solução de hidróxido de sódio 4x10-2 M
- reator batelada como mostrado na figura 4.2
- provetas de 150ml e 10ml
- cubetas de plástico
- espectrofotômetro
- pipetas automáticas de 5ml e de 1ml
14
Métodos
Pegou-se 150mL da solução de hidróxido de sódio para colocá-la no balão de três bocas
do reator batelada. Ajustou-se a temperatura do banho termostático e então aguardou-se até a
estabilização térmica da solução no banho. O mesmo foi feito para a solução de violeta genciana,
que foi colocada num erlenmeyer no banho termostático.
Com a temperatura estabilizada, adicionou-se então a solução de violeta genciana ao
hidróxido que estava no balão, acionando-se neste momento o cronômetro.
No tempo t=0, ou seja, imediatamente no inicio da reação, tomou-se uma amostra para a
medida de absorbância inicial (Ao). A amostragem foi realizada com a retirada com pipeta
automática de 4ml da solução reagente, e transferência para um tubo de ensaio que era resfriado
em água fria a fim de abaixar a temperatura da amostra a fim abaixar a cinética de reação.
Em seguida a amostra foi transferida a uma cubeta, que era levada ao espectrofotômetro a
595nm, fornecendo o valor da absorbância.
A cada 60 segundos (para a temperatura de 30ºC) e 30 segundos (para as temperaturas de
35ºC, 40ºC e 45ºC ) foram retiradas novas amostras e repetiu-se o procedimento descrito,
sucessivamente, até que o valor da absorbância medida fosse quase constante.
Desta forma, obteve-se os valores de absorbância para tempo medido da reação, então
plotou-se o gráfico dado pela Figura 5.1.1.
O ln CA0(At) foi plotado em função do tempo, obtendo-se uma reta cujo coeficiente
angular fornece para cada temperatura, a constante de velocidade (k’) de pseudo-primeira ordem.
5. RESULTADOS
15
Dados:
- Massa molecular da violeta genciana = 408,30 g/mol
- Concentração da solução de cristal violeta diluída = 1.767x10-5 M
Tabela 5.1.1 – Dados experimentais de absorbância e valores de concentração em cada tubo, usados para a
construção da curva de calibração
Solução de Água Concentra
ABS Concentra
Tubo Cristal Violeta destilada ABS1 ABS2 ção
média ção (g/L)
(mL) (mL) (mol/L)
1 0.00 4.00 - - - 0.000E+00 0.000E+00
2 0.20 3.80 0.029 0.031 0.030 8.835E-07 3.607E-04
3 0.40 3.60 0.062 0.065 0.064 1.767E-06 7.215E-04
4 0.60 3.40 0.112 0.112 0.112 2.651E-06 1.082E-03
5 0.80 3.20 0.137 0.149 0.143 3.534E-06 1.443E-03
6 1.00 3.00 0.177 0.190 0.184 4.418E-06 1.804E-03
7 1.20 2.80 0.221 0.244 0.233 5.301E-06 2.164E-03
8 1.40 2.60 0.285 0.279 0.282 6.185E-06 2.525E-03
9 1.60 2.40 0.300 0.312 0.306 7.068E-06 2.886E-03
10 1.80 2.20 0.340 0.347 0.344 7.952E-06 3.247E-03
11 2.00 2.00 0.390 0.400 0.395 8.835E-06 3.607E-03
12 2.20 1.80 0.438 0.442 0.440 9.719E-06 3.968E-03
13 2.40 1.60 0.468 0.472 0.470 1.060E-05 4.329E-03
14 2.60 1.40 0.528 0.527 0.528 1.149E-05 4.690E-03
15 2.80 1.20 0.577 0.584 0.581 1.237E-05 5.050E-03
16 3.00 1.00 0.597 0.611 0.604 1.325E-05 5.411E-03
17 3.20 0.80 0.632 0.655 0.644 1.414E-05 5.772E-03
18 3.40 0.60 0.673 0.707 0.690 1.502E-05 6.132E-03
19 3.60 0.40 0.737 0.749 0.743 1.590E-05 6.493E-03
20 3.80 0.20 0.755 0.783 0.769 1.679E-05 6.854E-03
21 4.00 0.00 0.831 0.810 0.821 1.767E-05 7.215E-03
16
C1∙V1=C2∙V2
Onde C1 é a concentração de cristal violeta usada, V1 é o volume tomado desta solução para cada
tubo, V2 é o volume final no tubo, sempre igual a 4,00 mL e C2 é a concentração da solução de
cristal violetal no tubo, que é o que se deseja calcular. Assim:
1,767x10-5∙3,80=C2∙4,00
C2=1,679x10-5 mol/L
C2=6,855x10-3 g/L
Obtivemos portanto uma reta ajustada aos dados experimentais, com coeficiente de correlação R 2
= 0.9989 e com a seguinte equação, que relaciona a absorbância (ABS) e a concentração (C):
ABS=47.033∙C-0,0165
17
1.164E-
1 0.531 0.272
05
8.537E-
2 0.385 0.582
06
5.943E-
3 0.263 0.944
06
4.327E-
4 0.187 1.261
06
3.370E-
5 0.142 1.511
06
2.520E-
6 0.102 1.802
06
2.137E-
7 0.084 1.967
06
1.499E-
8 0.054 2.322
06
1.371E-
9 0.048 2.411
06
18
6.177E-
2.0 0.274 0.932
06
5.028E-
2.5 0.22 1.137
06
3.753E-
3.0 0.16 1.430
06
3.179E-
3.5 0.133 1.596
06
2.668E-
4.0 0.109 1.771
06
2.286E-
4.5 0.091 1.926
06
2.052E-
5.0 0.080 2.034
06
1.605E-
5.5 0.059 2.279
06
1.435E-
6.0 0.051 2.391
06
19
06
1.712E-
3.5 0.064 2.197
06
1.201E-
4.0 0.04 2.551
06
20
Figura 5.2.4 – Gráfico de ln(Co/C) x tempo a 45ºC
Conforme visto na introdução teórica, plotando ln k versus 1/T, podemos obter tanto a
energia de ativação da reação quanto seu fator de frequência, pois
ln k= -EaR∙1T+lnko
21
Figura 5.2.6 – Gráfico de ln k x 1/T para a determinação da energia de ativação
e do fator de frequência, de acordo com a equação de Arrhenius
22
7. CONCLUSÃO
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] Skoog, West, Holler, Crouch, Fundamentos de Química Analítica, Tradução da 8ª Edição
norte-americana, Editora Thomson, São Paulo-SP, 2006.
[2] H. Scott Fogler, Elementos de Engenharia das Reações Químicas, 3ª Edição, Editora LTC.
[4] Marcato, R.; Bueno, J. M. C.; Cardoso , D. – Desempenho de um reator tubular para fins
didáticos. Universidade Federal de São Carlos, SP. 1984
23