Apicultura - Produção de Abelhas Rainhas

Fazer download em docx, pdf ou txt
Fazer download em docx, pdf ou txt
Você está na página 1de 9

UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

RICHARD SIMON MACHADO

PRODUÇÃO DE ABELHAS RAINHAS

Tubarão

2018
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO A APICULTURA................................................................................3

ABELHAS AFRICANIZADAS........................................................................................3

SOCIEDADE DAS
ABELHAS.........................................................................................3

A RAINHA.......................................................................................................................4

MANEJO DE RAINHAS..................................................................................................4

SUBSTITUIÇÃO NATURAL E
ENXAMEAÇÃO..........................................................5

MÉTODO DOOLITTLE...................................................................................................6

CONCLUSÃO..................................................................................................................7

REFERÊNCIAS...............................................................................................................8
INTRODUÇÃO A APICULTURA

A apicultura brasileira começou oficialmente em 1839, quando o padre Antonio


Carneiro importou da região de Porto, em Portugal, 100 colônias de abelhas da espécie
Apis mellifera. Depois de cruzar o Atlântico, apenas sete colônias sobreviveram e foram
instaladas na praia Formosa, no Rio de Janeiro. Entre 1845 e 1880, imigrantes alemães e
italianos introduziram outras subespécies de Apis mellifera em localidades do Sul e
Sudeste do país. Durante essa fase, as abelhas melíferas eram exploradas principalmente
como hobby e para a produção de cera. Assim, a apicultura brasileira era bastante
rudimentar, como poucas técnicas de manejo e com colmeias mantidas nos quintais, já
que as abelhas apresentavam baixa agressividade e não criavam problemas com outras
criações de animais.

ABELHAS AFRICANIZADAS

Até a década de 1950, a produtividade de mel pelas abelhas melíferas europeia era
baixa, não ultrapassando 8 mil toneladas por ano, ocupando a 27º posição na produção
mundial, já que essas abelhas não eram adaptadas as condições climáticas tropicais.
Também grande quantidade de colmeias foram dizimadas, devido às doenças como
acariose e nosemose. Para reverter a situação, em 1956, o professor Warwick Estevan
Kerr partiu para a África em busca de novas abelhas rainhas. A viagem, que contou com
o apoio do Ministério da Agricultura, resultou na vinda de 49 rainhas que foram
instaladas no apiário experimental de Rio Claro, no estado de São Paulo. O projeto era
realizar estudos comparando a produtividade e resistência de abelhas europeias e
africanas separadamente, entretanto, por falhas de manejo, as abelhas acabaram
cruzando entre si, resultando na abelha africanizada, muito mais agressiva, mas também
muito mais produtiva e mais resistente a doenças.

SOCIEDADE DAS ABELHAS

Na colmeia, distinguem-se três castas: a rainha, o zangão e as operárias. As larvas


alimentadas com mel e pólen, tornam-se operárias, já as que recebem uma secreção
glandular produzida pelas operárias, denominada geleia real, evoluem para rainhas. Os
zangões recebem a mesma alimentação das abelhas operárias.

As operárias são fêmeas estéreis, vivem aproximadamente 60 dias e exercem diversas


funções distribuídas de acordo com suas idades. As mais jovens (2º ao 3º dia) fazem a
limpeza da colmeia. Após isso, do 4º ao 12º dia, dedicam-se a nutrição das larvas,
4
zangões e rainha. Do 13º ao 18º dia elas produzem a cera, constroem e consertam os
favos. Nesse período elas também produzem o mel, transformando o néctar das flores
trazido pelas campeiras. Do 19º ao 20º dia elas defendem a colmeia. Do 21º ao 60º dia
elas fazem o serviço externo, coletando néctar, pólen, água e própolis e levando para a
colmeia, sendo chamadas de campeiras. A ordem dessas funções pode variar de acordo
com a necessidade da colmeia.

Os zangões são responsáveis unicamente pela fecundação da rainha. Eles são atraídos
pelo feromônio produzido pela rainha a uma distância de 5km durante o voo nupcial.
Durante o acasalamento, o órgão genital do zangão fica preso no corpo da rainha e se
rompe, ocasionando sua morte.

A RAINHA

A rainha é a mãe de todas as abelhas da colmeia e é responsável pela postura de ovos. É


a única fértil para todos os zangões e a fecundação ocorre no voo nupcial. Seus óvulos
são haploides (n) e quando fecundados originam ovos diploides (2n), que se
transformam em larvas. Os óvulos não fecundados originam zangões em um processo
denominado partenogênese. A população de uma colônia está relacionada com a
qualidade de sua rainha. Como é de interesse do produtor manter colônias populosas em
seu apiário, é necessário avaliar constantemente suas rainhas. Uma boa rainha apresenta
uma postura homogênea e contínua (FILHO, 2000). A rainha de uma colônia transfere
às operárias características genéticas de produção, tolerância à doença, agressividade,
entre outras. Nesse sentido, a substituição das rainhas nas colmeias busca reduzir os
custos e aumentar a produção, influenciando no sucesso da atividade apícola
(PEREIRA, 2006).

MANEJO DE RAINHAS

A criação de rainhas é um dos importantes passos na transformação da apicultura


tradicional em outra mais competitiva e lucrativa, onde a renovação metódica de rainhas
de boa procedência é de fundamental importância para o aumento da produtividade. Isto
já e colocado em prática em países possuidores de uma apicultura altamente técnica,
como Canadá e Estados Unidos, onde a criação de rainhas tornou-se especialidade de
alguns apicultores e movimenta milhões de dólares anualmente. Em nosso País, a
globalização e o mercado mais competitivo tem impulsionado a apicultura a torna-se
cada vez mais empresarial, levando o apicultor a aumentar seu rendimento com redução

5
de custos ou aumentando a produção sem investimentos adicionais. Um modo de
aumentar a produtividade é reestruturar o sistema de produção usado, para torná-lo mais
competitivo. A adoção generalizada de técnicas criatórias aliadas ao conhecimento do
perfil botânico da região permite ao apicultor que maximize o rendimento de forma a
alcançar seu objetivo.

SUBSTITUIÇÃO NATURAL E ENXAMEAÇÃO

Novas rainhas podem ser criadas pelo enxame, pois a larva oriunda de ovo fecundado,
ao eclodir, não é de rainha nem de operária, entretanto tem o potencial de, em condições
adequadas, transformar-se em uma ou em outra. A determinação da casta feminina é
baseada claramente em fatores nutricionais. A quantidade e a qualidade do alimento
fornecido até o 3º dia larval darão condições para o desenvolvimento de uma princesa
ou de operária. As rainhas são criadas naturalmente em duas condições, por substituição
natural ou quando a colônia se prepara para enxamear. A criação por substituição
natural ocorre geralmente quando acidentalmente a titular foi perdida ou apresenta
problemas físicos e/ou fisiológicos. A causa imediata da troca geralmente é a
diminuição de feromônio, mas aquelas com postura insatisfatória (poucos ovos
fecundados ou muitos não fecundados) também induzem a substituição. Alvéolos, que
contem larvas femininas com até três dias de idade, são transformados em realeiras
emergenciais e tais larvas são alimentadas abundantemente com a geleia real apropriada
para o desenvolvimento de princesas. Essas realeiras são puxadas em qualquer local do
favo. Em alguns casos, a rainha pode permanecer na colmeia em convivência com a
nova rainha por algumas semanas, até sua morte natural ou pode ocorrer que a nova
rainha elimine a rainha antiga, logo após o nascimento. Neste processo não é produzido
um novo enxame. A outra circunstância em que as operárias criarão naturalmente uma
ou mais novas rainhas, é quando a postura da rainha é elevada, a população é grande e
as abelhas campeiras estão coletando muito néctar. Por força da situação não há mais
espaço na colmeia e parte das operárias deixam de receber a “substância da rainha”,
desencadeando acontecimentos que culminarão com o fenômeno chamado enxameação.
Um grande número de células reais é desenvolvido nas bordas laterais ou na parte
inferior dos favos, e antes mesmo das novas princesas emergirem, parte das operárias e
rainha titular saem do ninho em busca de nova habitação. A enxameação é considerada
uma reprodução. O enxame é dividido com a grande vantagem de os reprodutores
primários, que são as rainhas, obterem a colaboração das operárias na construção do
6
novo ninho e iniciarem o desenvolvimento da cria e o forrageamento. No
desenvolvimento de uma nova rainha, por qualquer um dos processos citados, a
primeira princesa a emergir destrói as demais células reais ou se duas eclodirem
simultaneamente, lutarão até que só uma sobreviva.

MÉTODO DOOLITTLE

O método consiste em uma espécie de terceirização de serviços, onde parte do trabalho


pode ser feito por colmeias órfãs, a Iniciação, e a Terminação com colônias onde a
rainha é presente. O trabalho à que é demandada à colmeia recria na 2a etapa é o de
concluir o fornecimento de geleia real, selar as realeiras quando as larvas estiverem
próximas do estágio de imago com aproximadamente 3 dias após a transferência, ou, de
acordo com Winston (2003) entre 7-8 dias após a postura, e principalmente a
termorregulação da colônia, dando as jovens pupas de rainhas as condições necessárias
para seu amadurecimento e emersão da realeira. Apesar de apresentar maior eficiência o
método demanda de mais atenção e cuidados durante o manejo. Fica claro que o
primeiro momento, a aceitação das larvas para a produção de rainhas, é de grande
importância, já que todas as demais etapas dependem deste primeiro resultado. Mesmo
que o profissional tenha grande experiência na transferência das larvas, evitando
afogamento das larvas e outras injúrias, a aceitação pode ser muito baixa ou nula por
conta das condições criadas na colmeia recria. Podendo-se, após uma alta aceitação
obtida pela exclusão total dos ferormonios da rainha e boa distribuição de operárias em
idade adequada, transferir as realeiras artificiais para prosseguir com a fase de
Terminação.

7
CONCLUSÃO

A criação de rainhas permite melhoramentos genéticos, buscando mais qualidade e


produtividade e a introdução de rainhas novas nas colmeias, permite que, em média, a
produtividade aumente significativamente quando comparada a governo de rainhas
velhas. Além disso, a produção de abelhas rainhas pode tornar-se uma boa alternativa de
mercado para apicultores, pois a substituição anual das rainhas é uma prática
recomendada, assim como de expansão da atividade apícola.

8
REFERÊNCIAS

SUÇUARANA, M. d. (ccesso em março de 2018). INFO ESCOLA: Ecologia.


Disponível em: www.infoescola.com/ecologia/sociedade-das-abelhas/

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ESTUDOS DE ABELHAS. (acesso em março


de 2018) Apicultura no Brasil. Disponível em: abelha.org.br/apicultura-no-brasil/

BARCHUK, Angel Roberto et al. Avaliação de métodos para a criação de


rainhas de abelhas apis mellifera africanizadas no sul de Minas Gerais

Tecnologia e Treinamento: Produção artificial de abelhas rainhas (acesso em


março de 2018). Disponível em:
www.tecnologiaetreinamento.com.br/abelhas-suinos/apicultura-abelhas-suinos/
producao-artificial-da-abelha-rainha/

CUNHA, Luana Lopes et al. Produção de abelhas rainhas africanizadas Apis


mellifera L. pelo método DOOLITLE no sul do Estado de Roraima – Brasil

ALVES, Maria Luisa Teles Marques Florencio. Manejo de rainhas na


produtividade agrícola.

PEREIRA, Daniel Santiago et al. ACTA APICOLA BRASILICA. Produção de


abelhas rainha européias (Apis mellifera), utilizando diferentes métodos de manejo
em Captain Cook, Havai, EUA

Você também pode gostar