Literatura - Arte Contemporânea

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32 ARTE CONTEMPORÂNEA

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Este módulo busca apresentar um conjunto de estilos


e estéticas artísticas desde o início do século XX e que são
NEOPLASTICISMO
frequentemente cobradas nas provas do ENEM. • Abstracionismo geométrico.
• Redução da realidade às formas elementares.
ABSTRACIONISMO • Uso de cores primárias.
• Característica comum a vários estilos artísticos do • Linhas retas
século XX. • Ênfase na estrutura.
• Arte que não representa elementos ou formas da • Equilíbrio assimétrico.
realidade.
• Preocupação com cores, texturas, movimentos e
sensações espelhadas na tela.
• Não é um movimento contemporâneo, mas uma
espécie de “gênero” que influenciou vários artistas
do século XX.

DOESBURG, Theo Van. Desenho de perspectiva colorida


para a sala de concertos da Universidade
(1928)

SERPA, Ivan. Sem título (1963)

MONDRIAN, Piet . Composição C (1935)

ACTION PAINTING (GESTUALISMO)


• Estilo de “pintura automática”.
• Sinais e gestos de pintar como forma de expressão.
• Técnica artística autoral e subjetiva.
• Liberdade emocional na execução da obra artística.
• Velocidade de execução.
• Uso de materiais não tradicionais.
• Dripping – espalhar a tinta que cai diretamente do
tubo sobre a tela ou em um balde.
KANDINSKY, Wassily. Composição VIII • Sobreposição de camadas de tinta.
(1923)

PROENEM 71
3 ARTE

Georges Mathieu, Capetos* por toda a parte, 1954


*dinastia nobre francesa.

DE KOONING, Willem. Excavation (1950)

HARD EDGE
• Transições bruscas entre cores.
• Delimitação clara e racionalmente planejada entre
as áreas coloridas.
• Pintura “a máquina”, com precisão, nitidez e frieza.
• Contornos marcados e formas geométricas
simples.
• Pintura impessoal.

POLLOCK, Jackson. Número 11.


(1952)

ARTE INFORMAL
• Conjunto de tendências abstratas da segunda
metade do século XX.
• Recusa de representação da realidade.
• Experimentalismo artístico.
• Gosto pela mancha ao acaso.
• Obra aberta à leitura do espectador: nunca está
terminada. STELLA, Frank. Harran II (1967)
• Espontaneidade do gesto e o automatismo.
• Inexistência de planejamentos ou conceitos
preconcebidos na obra: a experiência da arte faz
nascer a ideia, não o contrário.

JIMENEZ-BALAGUER, Laurent. Espelhos da memória. (1999)


BENJAMIN, Karl. Número 3 (1969)

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LITERATUR

OP ART
• Ilusões óticas.
• Menos expressão, mais visualização.
• O importante é causar impressão a quem vê a obra.
• Muitas das obras ignoram as cores e focam-se em formas em preto e branco que podem criar ilusões.
• Sobreposição de imagens.
• Interação entre fundo e foco da obra.

VASARELY, Victor. Gestalt-Tri (1978) RILEY, Bridget. Movimento em quadrados (1961)

POP ART
• Resgate do figurativismo.
• Captação de imagens e símbolos de produtos de mídia e da indústria.
• Crítica ou exaltação à sociedade de consumo.
• Transformação de elementos cotidianos em ícones artísticos.
• Repetições de imagens.
• Uso de cores marcantes.
• Colagens, serigrafia e outras técnicas de produção mistas.
• Referências a modelos de histórias em quadrinhos.

WARHOL, Andy. Latas de sopa Campbell (1962)


PROENEM73

3 ARTE

ARTE NAÏF
• Também chamada de “arte primitiva moderna”.
• Naïf significa “ingênuo”, “inocente”.
• Arte simples, sem técnicas acadêmicas.
• Intuição e expressividade.
• Falta de inserção em circuitos tradicionais.
• Temática variada.
• Ausência de filiação a círculos artísticos.

JUDD, Donald. Sem título (1990)

ROUSSEAU, Henri. A refeição do leão


(1907)

SMITHSON, Robert. Espelho de canto com corais (1969)

NEOEXPRESSIONISMO
• Representações emocionais e subjetivas.
• Mistura de tintas a materiais como areia ou palha,
buscando texturas.
• Atualização do modelo expressionista – ligado à
angústia europeia pré-guerras – para o cenário das
angústias contemporâneas.
• Primitivismo figurativo e agressividade cromática.
• Arte híbrida com instalações, pinturas e perfor-
mances.
• Na Itália, o estilo é conhecido também por
“transvanguardismo”.
VOLPI, Alfredo. Bandeirinhas estruturadas
(1970)

MINIMALISMO
• Caráter geométrico bi ou tridimensional.
• Redução formal e representação do básico.
• Busca a quebra de barreiras entre a pintura e a
escultura, considerando o espaço das obras e sua
interação com o ambiente.
• Simplicidade.
• Uso de objetos como espelhos, caixas de metal e
GUINLE, Jorge. Sereias (1985)
até tijolos.

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LITERATUR

ARTE CONCEITUAL
• Valorização do conceito por trás de um objeto
artístico.
• A própria ideia é a obra de arte.
• Herdeira do ‘ready made’ dadaísta.
• Utiliza-se de montagens de objetos retirados de
seu contexto comum, provocando ressignificações.
• As instalações possibilitam o espectador entrar na
obra e fazer parte dela.
• Arte performática, em que o artista usa o corpo
como expressão cênica.

BÜTTNER, Werner.Apenas ilusões (1989)

FOTORREALISMO
(HIPER-REALISMO)
• Busca a fidelidade fotográfica.
• Uso da fotografia para a transposição para a
pintura.
• Uso de “air brushes” e mesmo lápis de grafite
comuns.
• Cenas de cotidiano, ambientes e produtos ligados
ao desejo de um estilo de vida confortável.
MEIRELES, Cildo. Inserções em circuito ideológico:
Projeto Coca-Colar (1970)

FRANTZ, Ricardo André. A fronteira final (2011)

FAZIO, Diego. Sensações (2012) BEUYS, Joseph. Mulher (1971)

PROENEM 75
3 ARTE

ARTE CINÉTICA INSTALAÇÃO


• Arte em movimento.
• Ambiente construído artisticamente.
• A própria estrutura é o movimento.
• Interação com o espectador.
• Objeto móvel.
• Disposição específica de elementos no espaço.
• Efeitos de luz e sombra.
• Foco na percepção e na experiência com o
espectador.
• Diversidade material.
• Confunde-se por vezes com a assemblage e com
o minimalismo.

CARVÃO, Aluísio. Superfície farfalhante II


(1967)

ASSEMBLAGE
• Designa objetos artísticos tridimensionais em que
se incorporem diferentes materiais LAGOS, Miller. Casa (2012)

• Apesar de confundir-se muitas vezes com a


colagem, vai além dela por conta da diversidade BODY ART
de materiais. • O corpo é o suporte da arte.
• Estética da acumulação: todo material pode ser • Corpo como meio de expressão.
incorporado à obra de arte. • Associação à performance (sem participação do
público) ou happening (com participação do
• Justaposição ou sobreposição de elementos.
público).
• Articulação com diferentes obras de arte.

KEMPINSKI, Maikon. DNA de Dan (2017)

CATUNDA, Leda. Camisetas


(1989)
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LITERATUR

ARTE URBANA (GRAFITE)


• Manifestações de intervenção nos espaços urbanos, tidos como sem vida.
• Cunho político-social.
• Intervenções em pintura de muros e fachadas, instalações em praças e passeios, flash mobs e outras performances
em espaços públicos.
• Ícone da contracultura: retrata a resistência de segmentos minoritários da população.
• Associa-se, portanto, a grupos (“tribos urbanas”) ligados a variados graus de transgressão e resistência cultural.

SALIGMAN, Meg. Linhas comuns, Filadélfia, EUA KOBRA, Eduardo. Oscar Niemeyer, fachada de prédio em SP, Brasil.

ANOTAÇÕES

PROENEM 77
3 ARTE

EXERCÍCIOS PROPOSTOS
Acesse os códigos de cada questão para ver o gabarito

A escultura do artista construtivista Amílcar de Castro é


QUESTÃO 01 representativa da arte contemporânea brasileira e tem o
traço estrutural marcado por elementos como
a) o corte e a dobra.
(ENEM)
b) a força e a visualidade.
c) o adereço e a expressão.
d) o rompimento e a inércia.
e) a decomposição e a articulação.

QUESTÃO
(ENEM) 03
A técnica da décollage, utilizada pelo artista Mimmo
Rotella em sua obra Marilyn, é um procedimento artístico
representativo da década de 1960 por
a) visar a conservação das representações e dos
registros visuais.
b) basear-se na reciclagem de material gráfico,
contribuindo para a sustentabilidade.
c) encobrir o passado, abrindo caminho para novas
formas plásticas, pela releitura.
d) fazer conviver campos de expressão diferentes e
integrar novos significados.
e) abolir o trabalho manual do artista na confecção das
imagens recontextualizadas.

QUESTÃO 02
(ENEM)

Colcha de retalhos representa a essência do mural e convida


o público a
a) apreciar a estética do cotidiano.

b) interagir com os elementos da composição.

c) refletir sobre elementos do inconsciente do artista.

d) reconhecer a estética clássica das formas.

e) contemplar a obra por meio da movimentação física.

78
LITERATUR

QUESTÃO 04 QUESTÃO 05

(ENEM) (ENEM)

das peças.
Aorigemdaobradearte(2002) éuma instalação
seminal na obra de MariláDardot. Apresentada
originalmente em sua primeira exposição individual,
no Museu de Arte da Pampulha, em Belo Horizonte, a
obra constitui um convite para a interação do
espectador, instigado a compor palavras e sentenças e
a distribuí-las pelo campo. Cada letra tem o feitio de
um vaso de cerâmica (ou será o contrário?) e, à
disposição do espectador, encontram- se utensílios
de plantio, terra e sementes. Para abrigar a obra e
servir de ponto de partida para a criação dos textos,
foi construído um pequeno galpão, evocando uma
estufa ou um ateliê de jardinagem. As 1 500 letras-
vaso foram produzidas pela cerâmica que funciona no
Instituto Inhotim, em Minas Gerais, num processo
que durou vários meses e contou com a participação
de dezenas de mulheres das comunidades do entorno.
Plantar palavras, semear ideias é o que nos propõe o
trabalho. No contexto de Inhotim, onde natureza e arte
dialogam de maneira privilegiada, esta proposição se
torna, de certa maneira, mais perto da possibilidade.
Disponível em:
www.inhotim.org.br. Acesso em: 22
maio 2013 (adaptado)

A função da obra de arte como possibilidade de


experimentação e de construção pode ser constatada no
trabalho de MariláDardot porque
a) o projeto artístico acontece ao ar livre.
b) o observador da obra atua como seu criador.
c) a obra integra-se ao espaço artístico e botânico.
d) as letras-vaso são utilizadas para o plantio de mudas.
e) as mulheres da comunidade participam na confecção
3 ARTE

b) percepção do uso de objetos cotidianos para a


confecção da obra de arte, aproximando arte e
realidade.

c) reconhecimento do uso de técnicas artesanais na arte,


o que determina a consolidação de valores culturais.
O objeto escultórico produzido por Lygia Clark,
d) reflexão sobre a captação artística de imagens com
representante do Neoconcretismo, exemplifica o início
meios óticos, revelando o desenvolvimento de uma
de uma vertente importante na arte contemporânea,
linguagem própria.
que amplia as funções da arte. Tendo como
referência a obra Bicho de bolso, identifica-se essa
e) entendimento sobre o uso de métodos de produção
vertente pelo(a)
em série para a confecção da obra de arte, o que
a) participação efetiva do espectador na obra, o que atualiza as linguagens artísticas.
determina a proximidade entre arte e vida.

PROENEM 79
LITERATUR

com pessoas de traços delicados, o contorno é o


QUESTÃO 06 mesmo mas a matéria foi destruída. Tenho um rosto
destruído.
DURAS, M. O
amante. Rio de Janeiro: Nova
Fronteira, 1985.

Na imagem e no texto do romance de Marguerite Duras, os


(ENEM) dois autorretratos apontam para o modo de representação da
subjetividade moderna. Na pintura e na literatura
modernas, o rosto humano deforma-se, destrói-se ou
fragmenta-se em razão
a) da adesão à estética do grotesco, herdada do
romantismo europeu, que trouxe novas possibilidades
de representação.
b) das catástrofes que assolaram o século XX e da
descoberta de uma realidade psíquica pela
psicanálise.
c) da opção em demonstrarem oposição aos limites
estéticos da revolução permanente trazida pela arte
moderna.
d) do posicionamento do artista do século XX contra a
negação do passado, que se torna prática dominante
A obra de Rubem Valentim apresenta emblemas que, na sociedade burguesa.
baseando-se em signos de religiões afro-brasileiras, se
transformam em produção artística. A obra Emblema 78 e) da intenção de garantir uma forma de criar obras
relaciona-se com o Modernismo em virtude da de arte independentes da matéria presente em sua
história pessoal.
a) simplificação de formas da paisagem brasileira.
b) valorização de símbolos do processo de urbanização.
c) fusão de elementos da cultura brasileira com a arte
europeia.
QUESTÃO 08
d) alusão aos símbolos cívicos presentes na bandeira
nacional. (ENEM)
e) composição simétrica de elementos relativos à
miscigenação racial.

QUESTÃO 07
(ENEM)

As formas plásticas nas produções africanas conduziram


artistas modernos do início do século XX, como Pablo
Picasso, a algumas proposições artísticas denominadas
vanguardas. A máscara remete à
a) preservação da proporção.
b) idealização do movimento.
c) estruturação assimétrica.
TEXTO II
d) sintetização das formas.
Tenho um rosto lacerado por rugas secas e
profundas, sulcos na pele. Não é um rosto desfeito, e) valorização estética.
como acontece
3 ARTE
80
LITERATUR

QUESTÃO 09 QUESTÃO 10

(ENEM)
(ENEM) Tronos

A revolução estética brasiliense empurrou os designers de


móveis dos anos 1950 e início dos 60 para o novo.
Induzidos a abandonar o gosto rebuscado pelo colonial, a
trocar Ouro Preto por Brasília, eles criaram um mobiliário
contemporâneo que ainda hoje vemos nas lojas e nas
salas de espera de consultórios e escritórios. Colada no
Nas últimas décadas, a ruptura, o efêmero, o descartável uso de madeiras nobres, como o jacarandá e a peroba, e
em materiais de revestimento como o couro e a palhinha,
incorporam-se cada vez mais ao fazer artístico, em
desenvolveu-se uma tendência feita de linhas retas e
consonância com a pós-modernidade. No detalhe da obra curvas suaves, nos moldes da capital no Cerrado.
Bastidores, percebe-se a Disponível em: http://veja.abril.com.br.
Acesso em: 29 jul. 2010 (adaptado).
a) utilização de objetos do cotidiano como tecido,
bastidores, agulha, linha e fotocópia, que tornam a A reportagem e a fotografia apresentam os móveis
obra de abrangência regional. elaborados pelo artista Sérgio Rodrigues, com um estilo
que norteou o pensamento de uma geração, desafiando a
b) ruptura com meios e suportes tradicionais por utilizar arte a
objetos do cotidiano, dando-lhes novo sentido a) evidenciar um novo conceito estético por meio de
condizente. formas e texturas inovadoras.

c) apropriação de materiais e objetos do cotidiano, que b) adaptar os móveis de Brasília aos modelos das
conferem à obra um resultado inacabado. escolas europeias do início do século XX.
c) elaborar a decoração dos palácios da nova capital do
d) apropriação de objetos de uso cotidiano das
Brasil com conceitos de linha e perspectiva.
mulheres, o que confere à obra um caráter feminista.
d) projetar para os palácios e edifícios da nova capital
e) aplicação de materiais populares, o que a caracteriza do Brasil a beleza do mobiliário típico de Minas Gerais.
como obra de arte utilitária.
e) criar o mobiliário para a capital do país com base no
luxo e na riqueza dos edifícios públicos brasileiros.

ANOTAÇÕES

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3 ARTE

ANOTAÇÕES

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