Unidade 4 Estradas
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Apresentação
Fig. 1: Rodovia
Fonte: site: http://www.engenhariacivil.com/tracado-rodoviario-optimizado
4.1 INTRODUÇÃO
- Traçado de uma rodovia: é a linha que constitui o projeto geométrico da rodovia em planta
e em perfil; sem o rigor normativo, pode-se imaginar o traçado como sendo uma linha que
representa fisicamente a rodovia;
Reconhecimento é a fase inicial do estudo do traçado que tem por objetivo a escolha
da diretriz que permita o lançamento do melhor traçado, que resulte viável, técnica e
economicamente e compreende, em última análise, a realização de estudos topológicos,
objetivando definir a forma global e a conformação do terreno.
Nesta etapa são levantadas as principais informações a respeito da área de
implantação, objetivando a escolha de opções de traçado por onde a rodovia possa passar.
Tais levantamentos são os estudos topológicos que consistem na observação
detalhada do modelado e da configuração ou forma da região situada entre os pontos
extremos que se quer ligar pela rodovia, registrando planimétrica e/ou altimetricamente os
acidentes topográficos e geográficos e assinalando indicações características da região.
No desenvolvimento desta fase, para estudos de traçado, poderão vir a ser
estabelecidos, além dos pontos de início e de fim do traçado, outros pontos intermediários
que devem ser obrigatoriamente atingidos, denominados Pontos Obrigados, que podem
ser os pontos obrigatórios de condição que são obrigatoriamente atingidos pelo traçado,
por razões de ordem social, econômica ou estratégia, tais como a existência de cidades,
vilas, povoados, de áreas de reservas, de instalações industriais, militares, e outras a serem
atendidas pela rodovia e os pontos obrigatórios de passagem que são aqueles em que a
obrigatoriedade de serem atingidos pelo traçado da rodovia é devida a razões de ordem
técnica, face à ocorrência de condições topográficas, geotécnicas, hidrológicas e outras que
possam determinar a passagem da rodovia, que já foram expostos e comentados na
Unidade III.
Os elementos fundamentais para o lançamento das diretrizes preliminares ou
anteprojetos nessa etapa serão observados em anuários estatísticos da região que
apresentam o perfil socioeconômico das populações envolvidas com o empreendimento,
informando as principais produções agrícolas, industriais, futuros pólos geradores de renda,
potencial turístico da região e outros indicadores que estão diretamente ligado com a
necessidade de transporte, em cartas topográficas que nos fornecem alguns dados sobre o
relevo da região como os principais cursos d´água, curvas de nível, cidades, povoados,
fazendas, limites de propriedades, terminais, ferrovias e rodovias existentes. Essas plantas
estão disponíveis para quase todo o Brasil, nas sedes dos órgãos da SUDENE e IBGE.
Outro dispositivo para o estudo são fotografias aéreas da região que auxiliam na
classificação orográfica da região (plana, ondulada, montanhosa), no uso do solo, incluindo
ocupações urbanas, instalações, áreas de reservas, na identificação dos acidentes
geográficos como rios, lagoas, quedas d’água, orienta quanto aos tipos de solos,
ocorrências de materiais, cobertura vegetal, inclusive existem até fotografias feitas por
satélite e disponível para consulta em sites e programas.
Observações importantes e confirmações dos dados obtidos podem ser feitas em
inspeções in loco, pois possibilita a equipe ver de perto as condições das áreas ao longo da
região a ser atingida pelo traçado e ainda em muitos casos pode ser feito um sobrevoo da
região, principalmente quando se trata de projetos em áreas não ocupadas e de difícil
acesso terrestre ou aquaviário, é bastante útil sobrevoar a região, com equipamento
adequado, oferecendo a equipe uma visão perspectiva e abrangente das áreas, auxiliando-o
quanto à orientação geral a ser dada à diretriz.
DADOS PLANIMÉTRICOS:
- Escolha dos pontos de interseção das tangentes (PIs);
- Cálculo das coordenadas dos PIs e extensão das tangentes;
- Determinação dos Azimutes dos alinhamentos e ângulos de deflexão entre as tangentes;
- Escolha preliminar dos raios da curvas horizontais através de gabaritos ou com auxílio de
programas computacionais ligados a engenharia e projetos.
- Dimensionamento (cálculo de todos os elementos) das curvas horizontais;
- Estaqueamento do traçado de 20 em 20 metros;
DADOS ALTIMETRIA:
Os elementos em vermelho correspondem ao traçado da rodovia, na projeção vertical
e a linha em verde corresponde ao perfil do terreno natural
Nesta etapa são detalhados todos os elementos estudados durante as outras duas
etapas e os dados obtidos e desenvolvidos na etapa de exploração, relativos aos
levantamentos planialtimétricos devem estar em harmonização com o traçado existente
entre a planta e o perfil e devem constar da etapa preliminar do projeto, com base
principalmente em análises gráficas e das plantas, não sendo necessário o cálculo de muitos
elementos.
Sabe-se que uma rodovia é uma entidade espacial e, para sua melhor representação
gráfica, lança-se mão de três desenhos básicos: a planta, o perfil longitudinal e as seções
transversais. Nessa fase deverão ser elaborados, além dos desenhos citados, os memoriais
descritivos e de cálculo, a justificativa de soluções e processos adotados, a quantificação
dos serviços e orçamento, as especificações dos materiais e os processos executivos dos
serviços.
De acordo com Cunto (2010), ao longo do tempo os projetistas rodoviários
acumularam experiências na arte de projetar e se basearam em critérios técnicos de
segurança viária e conforto para determinar algumas regras básicas para um bom projeto
geométrico, são elas:
a) As curvas horizontais e verticais devem ser dimensionadas com o maior raio possível;
b) O perfil longitudinal da rodovia só deve apresentar a rampa máxima em casos especiais e
mesmo assim, com a menor extensão possível;
c) Deve-se procurar a visibilidade total no projeto, com maior atenção nos cruzamentos e
nas curvas horizontais e verticais;
d) O projeto deve contemplar uma terraplenagem otimizada e minimizada. Sabe-se que a
escavação em rocha torna a terraplenagem bastante oneroso e em alguns casos,
impraticável. Desta forma um bom projeto minimiza o corte em rocha e procura compensar
sempre que possível, cortes e aterros;
e) A distância de transporte dos serviços de terraplenagem deve ser a mais reduzida
possível.
Por se tratar de uma entidade tridimensional, a geometria de um projeto rodoviário
costuma ser representada por um conjunto de desenhos que, ao serem analisados em
conjunto, formam a visão espacial deste tipo de empreendimento, são eles: Planta, Perfil
Longitudinal e Seções Transversais.
4.2.4.1 PLANTA
- As tangente longas devem ser evitadas, exceto em condições topográficas especiais, onde
se harmonizem com a paisagem, ou em travessias urbanas onde a ordem dominante seja a
retilínea.
- Nos trechos em corte ou em seção mista, deve-se projetar o grade com declividade igual
ou superior a 1,00 %; rampas inferiores requerem cuidados especiais quanto à drenagem; o
mínimo permitido é de 0,350 %, limitado a uma extensão de 30,00 m.
- Nos trechos em corte, deve-se evitar concavidades com rampas de sinais contrários, para
evitar problemas com a drenagem superficial;
- Tangentes e curvas horizontais de grandes raios não devem estar associadas a rampas
elevadas, nem as curvas horizontais de pequenos raios devem estar associadas a rampas
pequenas;
- As tangentes longas devem estar, sempre que possível, associadas a curvas verticais
côncavas, que atenuem a "rigidez" do trecho;
- O vértice da curva horizontal deve coincidir ou ficar próximo a vértice de curva vertical; a
curva horizontal deve iniciar antes da curva vertical, como que anunciando a ao usuário;
Tangentes intermediárias curtas entre curvas de mesmo sentido devem ser evitadas,
pois causam aparência de quebra de continuidade.
- MERGULHO EM TANGENTE
- ABAULAMENTOS (TOBOGÃ)
- ONDULAÇÕES NA CURVA
- MERGULHO RASO
- SALTO
- Topografia,
- Geotecnia, e;
- Ocupação e uso do solo.
Todas essas decisões devem ser tomadas antes dos cálculos e da elaboração das
plantas para o projeto executivo.
Se nota um aumento no ano de 2012 em relação a 2011 das condições regular, ruim
e péssimo da geometria das vias nacionais, pois ao somarmos os valores desses itens em
2011 temos o total de 76,7% e em 2012 temos o total de 77,4%.
A seguir colocamos o exemplo de vias do estado de Pernambuco e suas condições
de acordo com a classificação da CNT 2012.
Fig.: Condições das vias do estado de Pernambuco
Fonte: CNT, 212
REFERÊNCIAS
SNV – Sistema Nacional de Viação. Resumo Federal, Estadual e municipal das redes pavi-
mentadas e não-pavimentadas. Fonte: DNIT, Outubro de 2011. Disponível em:
<http://www.dnit.gov.br/plano-nacional-de-viacao>
_____. Diretrizes para a construção de estradas : traçado das linhas – DCE-T. Florianópo-
lis : DER/SC, 1993.
PIMENTA, C.R.T. Notas de aula do curso de Estradas. São Carlos: EDUSP, 1981.
Publicação 019/92.