02 - Vetores 2019.1
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PCNA 2019.1
EQUIPE FÍSICA ELEMENTAR
CONTEÚDO: VETORES
Massa Tempo
Comprimento
Força Velocidade
Deslocamento
São segmentos de reta orientados, com origem e extremidade. Também podem ser
encarados como objetos que carregam mais de uma informação – não só magnitude, mas
também direção e sentido. Os vetores são objetos de um espaço vetorial e seguem regras
operacionais bem definidas.
a d m n
a b c
+ =
a
b
a~b
Vetores iguais: São vetores paralelos com mesmo módulo.
a b
c d
Vetor Unitário: é qualquer vetor cujo módulo é 1 .
Versor de um vetor: Versor de um vetor não nulo 𝑣Ԧ é o vetor unitário de mesma direção e e
sentido de 𝑣Ԧ .
Ao multiplicarmos um vetor v por um escalar 𝑘, obtemos o vetor kv, que possui a
mesma direção de v, porém seu módulo é k vezes maior que o de v e seu sentido pode variar
conforme o sinal de 𝑘.
Caso 𝑘 > 0, então o sentido de kv é o mesmo de v. Por outro lado, se 𝑘 < 0, o sentido
de kv é o contrário de v.
Quando 𝑘 = 0, kv resulta no vetor nulo, ao qual pode ser atribuída qualquer direção.
ො de um vetor não nulo 𝑣Ԧ é o vetor unitário de mesma direção e
Versor de um vetor: Versor (𝑣)
sentido de 𝑣Ԧ .
𝑣Ԧ
= 𝑣ො
𝑣Ԧ
Sejam dois vetores a e b, podemos obter o vetor soma 𝒔 = 𝒂 + 𝒃 através do seguinte algoritmo:
Essa regra é utilizada quando possuímos três ou mais vetores a serem somados. Seu
algoritmo é semelhante ao da regra do paralelogramo. Suponha que desejamos somar seis
vetores a, b, c, d, e, f.
1. Mantenha um vetor fixo um vetor escolhido por acaso, por exemplo, o vetor a com origem O.
2. Translade um outro vetor escolhido por acaso excetuando-se o vetor a, por exemplo, o vetor
b, de tal forma que sua origem coincida com a extremidade de a.
3. Repita o processo anterior levando em conta que o vetor a ser transladado não poderá ser
nenhum dos anteriores (não poderá ser a ou b) e deverá ter sua origem colocada na
extremidade do último vetor transladado, no nosso exemplo, o vetor b.
4. Repita esse processo até todos os vetores estejam com sua origem na extremidade de outro
vetor.
5. O vetor soma terá sua origem em O e sua extremidade coincidirá com a extremidade do
último vetor transladado.
Regra dos Polígonos
Diferença entre dois vetores
𝒂−𝒃=𝒔
𝒂 + −𝒃 = 𝒔
𝒂 + −1 𝒃 = 𝒔
𝒂+𝒃−𝒄−𝒅+𝒆−𝒇= 𝒔
𝒂 + 𝒃 + −𝟏 𝒄 + −𝟏 𝒅 + 𝒆 + −𝟏 𝒇 = 𝒔
Diferença entre dois vetores
𝒂 + 𝒃 + −𝟏 𝒄 + −𝟏 𝒅 + 𝒆 + −𝟏 𝒇 = 𝒔
Portanto, s poderá ser calculado utilizando a regra dos polígonos, conforme ilustrado
abaixo:
1. Associatividade:
𝒂+ 𝒃+𝒄 = 𝒂+𝒃 +𝒄
2. Comutatividade:
𝒂+𝒃=𝒃+𝒂
3. Existência de elemento neutro (0):
0+𝒗=𝒗
Exemplo 2: Uma pessoa caminha 3,1 km para o norte, depois 2,4 km para oeste e,
finalmente, 5,2 km para o sul.
O cálculo do módulo do vetor s pode ser feito através da lei dos cossenos, conforme detalhado a
seguir:
𝑎2 + 𝑏 2 − 2𝑎𝑏𝑐𝑜𝑠 180° − 𝛼 = 𝑠 2
𝑎2 + 𝑏 2 + 2𝑎𝑏𝑐𝑜𝑠(𝛼) = 𝑠 2
𝑎2 + 𝑏 2 − 2𝑎𝑏𝑐𝑜𝑠(𝛼) = 𝑠 2
Para encontrarmos o valor de ax, devemos analisar o triângulo retângulo formado por a
e ax do ponto de vista trigonométrico.
Por exemplo, podemos escrever, analisando o ângulo 𝜃, a seguinte relação:
𝑎𝑥
cos 𝜃 =
𝑎
Componentes de um vetor
𝑎𝑥
cos 𝜃 =
𝑎
Portanto, dispondo de quaisquer duas informações da equação acima, podemos
encontrar uma terceira. Vale observar que a corresponde ao módulo do vetor a.
Porém, visto que ax é um escalar, ele pode admitir sinal positivo ou negativo. A
determinação desse sinal é feita ao analisarmos se a componente em questão se localiza no
semieixo positivo ou negativo de certo eixo.
Caso esteja sobre o semieixo positivo, o sinal será positivo, no caso contrário, será
negativo.
No nosso caso, como ax está sobre o semieixo positivo de x, ela possui sinal positivo.
Componentes de um vetor
𝑎𝑦
𝑠𝑒𝑛 𝜃 =
𝑎
Vale notar que o sinal de ay no nossos exemplo também é positivo, pois está sobre o
semi-eixo positivo de y.
Componentes de um vetor
𝑎2 = 𝑎𝑥2 + 𝑎𝑦2
𝑣Ԧ = 𝑥 2 + 𝑦2
𝑣Ԧ = 𝑥𝑖Ƹ + 𝑦𝑗Ƹ + z𝑘
𝑣Ԧ = 𝑥2 + 𝑦2 + 𝑧2
Representação de um vetor a partir de suas componentes
𝒂 = (𝑎𝑥 , 𝑎𝑦 )
Caso estivéssemos trabalhando, por exemplo, com um vetor b no R³, de componentes bx,
by e bz nos eixos x, y e z, respectivamente, ele poderia ser representado por:
𝒃 = (𝑏𝑥 , 𝑏𝑦 , 𝑏𝑧 )
Versores, conforme dito anteriormente, são muito utilizados na Física para representação
de vetores a partir de suas componentes. Suas características são as seguintes:
𝒂 = 𝑎𝑥 𝒊Ƹ + 𝑎𝑦 𝒋Ƹ
Pois 𝑎𝑥 𝒊Ƹ é um vetor com módulo igual ao de 𝑎𝑥 e que aponta no sentido positivo do eixo x
caso 𝑎𝑥 seja positivo (esteja sobre o semieixo positivo de x), e aponta no sentido negativo caso 𝑎𝑥
seja negativo.
Para entender melhor o que foi explanado, vamos verificar geometricamente. Suponha
um vetor 𝒔 = (−4, 3). Portanto, o vetor −4𝒊,Ƹ que corresponde ao vetor 𝑠𝑥 𝒊,Ƹ é representado
conforme a figura (a).
Já o vetor 3𝒋,Ƹ que corresponde ao vetor 𝑠𝑦 𝒋,Ƹ é representado de acordo com a figura (b).
(a) (b)
Versores
Tal que
𝒔 = −4𝒊Ƹ + 3𝒋Ƹ
Ou seja, o vetor s pode, de fato, ser escrito a partir de suas componentes e de versores
na forma:
𝒔 = 𝑠𝑥 𝒊Ƹ + 𝑠𝑦 𝒋Ƹ
Soma analítica de vetores
Note que esse método de somar vetores não utiliza recursos geométricos e nos fornece o
vetor soma já em função de suas componentes.
Exemplo 2: Uma força F1, de módulo igual a 2 N, forma um ângulo de 30° com o eixo Ox.
Uma força F2, de módulo igual a 6 N, forma um ângulo de 80° com o eixo Ox. Calcule:
Exemplo 5: Um explorador polar foi surpreendido por uma nevasca, que reduziu a
visibilidade a praticamente zero, quando retornava ao acampamento. Para chegar ao
acampamento, deveria ter caminhado 5,6 km para o norte, em seguida 3,4 km na direção 30° a
nordeste medido do norte e por fim 2,3 km fazendo um ângulo de 85° em relação a oeste no
sentido anti-horário. Quantos metros e em que direção o explorador deverá seguir em linha reta
para chegar ao acampamento?
Exemplo 6: Um engenheiro civil desorientado em uma grande obra dirige 3,25 km para o
norte, depois 4,75 km para o oeste, por seguinte 1,50 km para o sul e por fim 2,50 km para o leste.
Determine o módulo, a direção e o sentido do deslocamento resultante feito pelo engenheiro civil
em sua obra.
Exemplo 7: Ache a resultante dos três vetores deslocamentos do desenho por meio do
método das componentes. Os módulos dos vetores são A= 5,0 m, B= 5,0 m e C=4,0 m.
Exemplo 8: Se F1 = 300 N e Ɵ = 20°, determine a intensidade e a direção, medida no
sentido anti-horário, a partir do eixo ‘x’, da força resultante das três forças que atuam sobre o
suporte.
Exemplo 9: Uma pesquisadora está indo fazer uma pesquisa em uma caverna e para
isso ela deve percorrer 180 m para oeste, depois 210 m fazendo um ângulo de 45° em relação a
oeste no sentido horário e por fim 280 m fazendo um ângulo de 30° em relação a leste no sentido
anti-horário. Depois um quarto deslocamento não medido, ela retorna ao ponto de partida, pois
esqueceu seu material de pesquisa. Determine o módulo, a direção e o sentido desse quarto
deslocamento.
Exemplo 10: Três forças são aplicadas a um objeto, como indicado no desenho . A força
F1 possui módulo igual a 21 N e está apontando numa direção 30˚ à esquerda do eixo positivo de
y. A força F2 possui um módulo igual a 15 N e aponta no sentido positivo do eixo x. Qual deve ser
o módulo, a direção e o sentido da terceira força F3, de tal forma que a soma vetorial das três
forças seja igual zero?
Ex: Uma fita elástica esta presa aos pontos A e B, como mostra a figura. Determine seu
comprimento e sua direção , medidos de A para B.
Ex
Ex
Produto escalar
e 𝒃 = 𝑏𝑥 𝒊Ƹ + 𝑏𝑦 𝒋Ƹ + 𝑏𝑧 𝒌
Sejam dois vetores 𝒂 = 𝑎𝑥 𝒊Ƹ + 𝑎𝑦 𝒋Ƹ + 𝑎𝑧 𝒌 , definimos o produto
escalar como:
𝒂. 𝒃 = 𝑎𝑥 𝑏𝑥 + 𝑎𝑦 𝑏𝑦 + 𝑎𝑧 𝑏𝑧
Note que o lado direito da equação acima resulta em um número escalar, o que justifica o
nome da operação. Além disso, só podemos realizar o produto escalar entre vetores de mesma
dimensão. Por exemplo, um vetor no R² só pode ser multiplicado escalarmente por um outro vetor
no R², nunca por um no R³.
Além da definição acima, o produto escalar entre dois vetores a e b, por exemplo,
também pode ser escrito como:
𝒂. 𝒃 = 𝑎. 𝑏. cos(𝜃)
Definição:
𝒖. 𝒗 = 𝒖 𝒗 𝐜𝐨𝐬 𝜽
Produto escalar
𝒂. 𝒃 = 𝑎. 𝑏. cos(𝜃)
𝒂. 𝒃 = 𝑎𝑥 𝑏𝑥 + 𝑎𝑦 𝑏𝑦 + 𝑎𝑧 𝑏𝑧
𝒂. 𝒃 = 𝑎. 𝑏. cos(𝜃)
Concluímos que
𝑎𝑥 𝑏𝑥 + 𝑎𝑦 𝑏𝑦 + 𝑎𝑧 𝑏𝑧 = 𝑎. 𝑏. cos(𝜃)
Através do membro direito da equação acima, podemos perceber uma das propriedades
do produto escalar, a comutatividade.
Produto escalar
Note que, pelo fato do produto escalar poder ser escrito como o produto entre um
cosseno e dois módulos, e dos módulos possuírem dimensões, o produto escalar possuirá
dimensão igual ao produto das dimensões dos módulos.
𝑊 = 𝑭. 𝒅
𝑊 = 𝐹. 𝑑. cos(𝜑)
Essa equação nos mostra, dentre outras coisas, que o sinal de W depende apenas do
cosseno do menor ângulo entre F e d, chamado de 𝜑.
Produto escalar
𝒊Ƹ 𝒋Ƹ
𝒌
𝒂 𝑥 𝒃 = 𝑎𝑥 𝑎𝑦 𝑎𝑧
𝑏𝑥 𝑏𝑦 𝑏𝑧
Note que o lado direito da equação acima é um determinante, que pode ser calculado,
dentre outras formas, utilizando o tradicional método de Sarrus. Esse método consiste em
expandir o determinante para a direita e aplicar seis multiplicações específicas, conforme
mostrado abaixo:
𝒊Ƹ 𝒋Ƹ
𝒌 𝒊Ƹ 𝒋Ƹ
𝑎𝑥 𝑎𝑦 𝑎𝑧 𝑎𝑥 𝑎𝑦
𝑏𝑥 𝑏𝑦 𝑏𝑧 𝑏𝑥 𝑏𝑦
Ƹ 𝑦 𝑏𝑧 + 𝒋𝑎
𝒂 𝑥 𝒃 = 𝒊𝑎 𝑥 𝑏𝑦 − 𝒌𝑎
Ƹ 𝑧 𝑏𝑥 + 𝒌𝑎 𝑦 𝑏𝑥 − 𝒊𝑎
Ƹ 𝑧 𝑏𝑦 − 𝒋𝑎
Ƹ 𝑥 𝑏𝑧
Produto vetorial
2. Determinação da direção de 𝒂 𝑥 𝒃:
Para determinarmos isso, devemos ter em vista que independentemente de quais
vetores a e b, diferentes entre si, sejam usados, sempre haverá um plano passando por eles.
Sabendo disso, afirma-se que a direção de 𝒂 𝑥 𝒃 é a direção perpendicular a esse plano.
3. Determinação do sentido de 𝒂 𝑥 𝒃:
Para isso, usamos a regra da mão direita, que pode ser melhor compreendida a partir
da figura no slide seguinte.
Produto vetorial
Ƹ 𝑦 𝑏𝑧 + 𝒋𝑎
𝒂 𝑥 𝒃 = 𝒊𝑎 𝑥 𝑏𝑦 − 𝒌𝑎
Ƹ 𝑧 𝑏𝑥 + 𝒌𝑎 𝑦 𝑏𝑥 − 𝒊𝑎
Ƹ 𝑧 𝑏𝑦 − 𝒋𝑎
Ƹ 𝑥 𝑏𝑧
Note que o lado direito da equação resulta em um vetor, ou seja, 𝒂 𝑥 𝒃 é um vetor. Esse
fato justifica o nome da operação produto vetorial. Além disso, é valido destacar que só podemos
multiplicar dois vetores desse modo se ambos pertencerem ao R³, ou seja, se forem
tridimensionais.
Visto que o produto vetorial nos fornece um vetor, devemos ser capazes de dizer qual o
módulo, a direção e o sentido desse vetor.
1. Cálculo de 𝒂 𝑥 𝒃 (módulo):
A expressão que nos fornece o módulo de 𝒂 𝑥 𝒃 é
𝒂 𝑥 𝒃 = 𝑎𝑏𝑠𝑒𝑛(𝜃)
# os vetores a e b são
simultaneamente
ortogonais ao vetor c.
Algumas propriedades do Produto vetorial
1. 𝒖 𝑥 𝒗 = −𝒗 𝑥 𝒖 (Anticomutatividade)
2. 𝑡𝒗 𝑥 𝒖 = 𝒗 𝑥 𝑡𝒖 = 𝑡 𝒖 𝑥 𝒗
3. 𝒖 𝑥 𝒗 + 𝒘 = 𝒖 𝑥 𝒗 + 𝒖 𝑥 𝒘
2 2 2 2
𝑢 𝑥 𝑣Ԧ = 𝑢 𝑣 − 𝑢. 𝑣Ԧ
Identidade de Lagrange
𝑢 × 𝑣Ԧ = 𝑢 𝑣Ԧ sin 𝜃
𝜏 = 𝑟𝐹𝑠𝑒𝑛(𝜃)
Produto Vetorial
A direção desse vetor seria, como dito
anteriormente, perpendicular ao plano formado pelos
vetores F e r (tela do computador).
𝜏 = 𝑟𝐹𝑠𝑒𝑛(𝜃)
MULTIPLICAÇÃO
VETOR VETOR
ESCALAR