Sinful Serenade 1 - Sing Your Heart Out (PAPA LIVROS)
Sinful Serenade 1 - Sing Your Heart Out (PAPA LIVROS)
Sinful Serenade 1 - Sing Your Heart Out (PAPA LIVROS)
LUZES APAGADAS.
Não consigo dormir.
Cabeça pesada,
mas ninguém vê.
(Ninguém nunca viu).
Um caso perdido,
ainda pior do que antes.
Sem sinais de recuperação.
Ela está morrendo. A vejo morrer repetidamente. O mesmo sonho
estúpido.
Todas as noites. A razão pela qual não posso me permitir um único
minuto de tempo livre. Porque meus pensamentos voltam para ela, e
todas as maneiras pelas quais falhei com ela.
Uma overdose de ópio.
Eu não tinha ideia.
Como eu poderia não ter ideia?
Ela se foi. Faz três meses. Assim como a música fala, o buraco no
meu peito não demonstra sinais de recuperação. Não consigo dormir. Não
consigo respirar.
Como é possível que o Miles tenha passado por algo assim, e saiu
calmo e sem ser afetado?
Tento estudar, mas não consigo me concentrar. A pergunta não sai
da minha cabeça. Como é possível que Miles, o jogador arrogante, seja o
mesmo cara que Miles, o poeta ferido?
Preciso saber
Meg: Posso te perguntar uma coisa?
Miles: Ainda acordada.
Meg: Sempre estou.
Miles: Manda.
Meg: Você escreve as letras para o Sinful Serenade?
Miles: Todas, exceto uma música.
Meg: In Pieces?
Miles: Não. Essa é 100% do Miles Webb.
Meg: Sério?
Miles: Você está pensando alguma coisa?
Meg: É difícil imaginar você passando por algo assim.
Ele não responde. Cinco minutos se passam. Então dez.
Meg: Eu só quis dizer, porque você é muito casual em tudo.
Miles: O que você sabe sobre o quão casual eu sou?
Meg: Você é casual sobre sexo.
Miles: E?
Meg: Você parece distante e frio.
Miles: Quem disse isso?
Meg: Eu disse. O cara que escreveu essa música. Foi ferido. Foi
torturado. Ele está quebrado.
Miles: E, eu não?
Meg: Não parece.
Miles: Você é assim tão rude com todos os seus amigos, ou apenas
comigo?
Meg: Nós não somos amigos.
Miles: Aparentemente não.
Minha roupa é simples, uma regata branca e uma saia jeans curta,
mas, Miles está olhando para mim, como se estivesse usando a melhor
lingerie do mundo.
Como se tivesse curvas para preencher a lingerie rendada.
Na maioria das vezes, quando estou ao lado da Kara, me sinto
particularmente alta e reta. Mas agora, me sinto uma supermodelo. Como
se eu fosse a garota mais sexy da sala.
Limpo minha garganta. —Oi.
Miles acena com um olá. —Gosto da sua saia.
—Obrigada.
Drew olha Kara de cima a baixo, olhando seu vestido confortável.
A garota sabe se vestir. E está claro, que Drew aprecia a forma como o
tecido se estende sobre suas curvas.
Ele está olhando para ela daquela maneira, seja lá o que isso
signifique.
Ele praticamente tem vapor saindo dos ouvidos. Isso me deixa mais
consciente do meu desejo, do quanto quero tirar a camiseta justa do
Miles. Porra, aposto que sua pele pareceria bem contra as minhas mãos.
Drew mal consegue desviar os olhos da Kara. Ele acena com a
cabeça um oi. —Espero que você não se importe em nós invadirmos a
noite das garotas.
—Quem poderia resistir à chance de assistir Jurassic Park na
telona? — A alça da minha regata desliza pelo meu ombro. Observo a
expressão do Miles em busca de sinais de interesse. Ele não é tão óbvio
quanto seu amigo, mas seu interesse é claro. Sua língua desliza sobre
seus lábios. Isso causa arrepios na minha espinha, vendo o quanto ele
me quer.
Subo a alça. —Vamos comprar os ingressos? É quase meia-noite.
Kara tira algo da sua bolsa. —Já estou com eles.
Miles entra na conversa —Meg e eu podemos pegar os lugares.
Vocês pegam as bebidas.
—Certo. —Entro no cinema e tomo a porta à direita. The Nuart é
um cinema acolhedor com apenas uma sala de projeção. Tem capacidade
para cerca de cento e cinquenta pessoas. Têm duas dúzias aqui esta
noite.
Miles pressiona a palma da mão contra parte inferior das minhas
costas, me guiando. Meu corpo não deixa de notar isso. O calor se
espalha das minhas costas para o estômago e as coxas.
Por que ficar durante o filme? Deveria atacá-lo agora. Deveria levá-
lo para casa. Preciso me libertar dos meus pensamentos. Preciso de uma
folga da escola e do trabalho.
E preciso parar de me sentir como a esquisita estraga prazeres,
como se fosse a única estudante universitária que nunca fez sexo.
Como se estivesse tão machucada que não consigo respirar. Quero
ser tão casual e tranquila como ele.
Me sento no corredor. Miles cai ao meu lado, mão no apoio de
braço, corpo virado para o meu. Seus olhos passam por mim lentamente.
Eles se concentram nas minhas coxas nuas. —Você fica me olhando
como se estivesse pensando em me jogar na sua cama.
—Eu não quero.
—Mhmm. — Seus lindos olhos azuis penetraram nos meus. —
Alguma opinião que você gostaria de compartilhar?
—Este filme, tem tudo a ver como os homens não devem transar
com fêmeas. Deve ser um aviso para você.
Ele ri. —Verdade.
—Você gosta do Jurassic Park?
—Por quê? Você também não imaginou o cara que escreveu In
Pieces gostando do Jurassic Park?
—Não considerei isso.
—O cara que passou por esse tipo de dor. Ele gostaria de algo
sombrio. Alien —, Miles propõe.
—Talvez Terminator 2.
Solto uma risada profunda. É uma gargalhada autêntica. Posso
sentir isso nas bochechas, nas minhas laterais, até as pontas dos dedos.
Foi a risada mais profunda e completa que tive, desde antes da
morte da Rosie.
Meus olhos encontram os do Miles. Ainda não tenho certeza do que
fazer com ele. Ele trata tudo despreocupadamente. Eu não. E não sei se
consigo aguentar dormir com alguém, se o sexo significa tudo para mim
e nada para ele.
Mas caramba, quero aproveitar esta oportunidade. Quando vou
encontrar outro cara que desperte esse tipo de desejo em mim? Tenho
quatro anos de faculdade de medicina e mais alguns de residência no
meu futuro. Não vou passar a próxima década celibatária.
É melhor começar agora mesmo.
Minha linha de pensamento é interrompida por Drew.
Ele passa por de nós, se sentando ao lado do Miles. —Kara está no
banheiro. — Ele olha para o amigo, balançando a cabeça. —Meg, me
procure se Miles estiver lhe dando problemas. Eu cuidarei disso.
—A seguir, é suposto que você deva recorrer a violência. — Miles
ri. —Então, todos nós sabemos que você é forte.
—Você acha que não vou dar um soco na sua cara? — Drew
pergunta.
—Já fez isso antes. — Miles se vira para mim. —Foi por causa de
um refrão. Eu disse que era genérico e Drew explodiu.
—Foda-se. Era uma melodia incrível. — Drew balança a cabeça.
Sua expressão é dividida entre provocadora e frustrada.
—Não vou mudar de ideia, não importa quantas vezes você me
bata—, diz Miles.
O olhar de Drew parece virar Miles do avesso. Sua expressão muda,
sessenta por cento provocação quarenta por cento frustração. —Porra,
esqueci minha parte favorita deste filme, quando o T-rex come o advogado
de merda.
—Eu ia ser advogado—, Miles informa. —Drew é bem sutil às vezes.
Ele pode ser difícil de entender.
Drew balança a cabeça. Os caras trocam um olhar de
cumplicidade. Eles são até oitenta por cento brincalhões. Mais ou menos.
Me sento no meu lugar, e tento me concentrar na tela. Ainda sinto
o calor das coxas musculosas do Miles.
Vou ajustar minha saia. Instantaneamente, posso sentir seus olhos
na minha pele. Ele está olhando. Em vez de abaixar minha saia, deixei
subir um centímetro, e observo suas reações.
Seus olhos azuis se arregalam. Ele me quer.
Eu o quero.
Talvez, realmente consiga fazer isso.
Capítulo 5
Estou em chamas.
Chegamos a um acordo. Somos amigos com benefícios. Estamos
prestes a fazer sexo.
Por que ainda estamos conversando? Por que ainda estamos
vestidos?
Miles é infinitamente paciente. Ele se aproxima. Até estarmos
pressionados um contra o outro. Seus olhos encontram os meus. As
alegações desaparecem, enquanto ele traça o decote da minha regata. —
Já teve conversa suficiente?
Concordo.
—Também acho. — Ele tira as alças da minha blusa dos meus
ombros. Lentamente, ele rola o topo para o meu estômago. —Estive
pensando nisso a semana toda.
—Você pensou?
—Sim. — Ele traça o contorno do meu sutiã. Seus olhos se abrem.
—Primeira vez que passei uma semana sem sexo há muito tempo.
Minha respiração engata. Porra, seu toque é bom. —Por minha
causa?
—Sim. —Sua voz baixa. —Não seria certo foder outra garota se
estava pensando em você.
Ele desliza o polegar no meu sutiã e o usa para provocar meu
mamilo.
Deixo escapar um forte suspiro. Minhas costas arqueiam. Minhas
mãos vão direto para os ombros dele. Tenho que fazer alguma coisa para
me equilibrar.
Ele faz círculos lentos com o polegar. Eles ficam mais rápidos, mais
duros. Cada toque de seus dedos envia disparos de prazer pelo meu
corpo. Já fiquei com caras antes, já senti isso antes. Mas, nunca foi nem
perto disso.
Eu gemo. Não sei o que dizer, como devo reagir aqui. Olho nos olhos
dele, para poder seguir sua liderança.
A única coisa em seus olhos é desejo. Não há presunção em sua
expressão. Ele não está arrogante, informal ou distante.
No momento, ele está sem pretensões.
Tento me livrar do meu impulso de fugir da intimidade. Minhas
pálpebras se fecham. Faço que sim. Não sei o que estou pedindo, apenas
que preciso imediatamente.
Miles abre meu sutiã. Lentamente, ele o rola sobre meus ombros.
Ele solta um gemido baixo. —Seus seios são incríveis.
Eu coro, piscando meus olhos abertos para que possa olhar para
ele. Seus olhos estão fixos no meu peito, como se fosse a melhor coisa
que ele já viu.
Ele leva uma mão ao meu quadril, e puxa meu corpo para o dele.
É bom estar perto dele. É aterrorizante como é bom. Como se
desenvolvesse um vício.
Mais uma vez, fecho minhas pálpebras. Tento não fugir das reações
que ele está causando. Ele segura meu seio, provocando meu mamilo
com o polegar.
A parte de trás das minhas pernas pressionam contra a cama. O
desejo se acumula no meu núcleo. Porra, isso é incrível. Solto um gemido.
E me inclino no seu toque.
Ele continua provocando meu mamilo. Justo quando acho que não
aguento mais, ele se move para o meu outro seio.
Meus dedos cravam nos seus ombros. Em seguida, são minhas
unhas. O que devo fazer aqui?
—Você está nervosa—, ele sussurra.
—Não é nada.
Sua voz suaviza. —Vou devagar. — Ele pressiona seus lábios no
meu pescoço. —Eu a guiarei. Relaxa.
Concordo.
Suas mãos vão para os meus quadris. Ele me senta na cama.
Ponho minhas mãos ao lado, mantendo o equilíbrio para ficar em reta.
Miles se ajoelha. É a mesma posição em que estávamos quando ele
cuidou de mim.
Minha respiração engata. Quero que isso vá mais rápido. Quero
suas mãos debaixo da minha saia.
Ele separa meus joelhos, e se coloca entre eles. Não é o suficiente.
Suas mãos estão na cama, não em mim.
Respiro fundo. É ele que está conduzindo. Consigo aguentar isso.
Ele olha para mim, verificando. Concordo que sim. Agora. Por favor.
Miles traz a boca para o meu mamilo.
Porra. É macio, úmido e quente.
O prazer me domina. Minhas mãos vão para o seu cabelo castanho
bagunçado, enquanto ele me chupa. Caramba, isso é tão bom, que mal
consigo me manter reta. Puxo seu cabelo.
Seu gemido ecoa contra a minha pele. Ele quer isso. Ele me quer.
Miles beija o caminho para os meus lábios. Sua língua mergulha na
minha boca. Suas mãos se movem para as minhas coxas.
Abro minhas pernas. Arqueio minhas costas. Estou praticamente
me oferecendo para ele. É assustador o quanto meu corpo quer o dele, a
forma como toma conta de tudo.
Mas, é bom pra caralho.
Ele aceita o convite. Suas mãos deslizam sob a minha saia. Seus
dedos roçam na minha calcinha.
Ninguém nunca me tocou antes, não ali. É avassalador. Estou
zonza de desejo.
caio de costas, relaxando na cama, relaxando ao seu toque. Então,
ele está na cama. O seu corpo está próximo ao meu.
Deslizo minha mão sob sua camiseta. A pele macia cobre os
músculos duros. É bom tocá-lo. Quero mais. Quero tocar cada centímetro
da sua pele.
É assustador, o quão desesperadamente quero cada centímetro da
sua pele.
Levo um tempo explorando as linhas do seu peito. Ainda estou
zonza. Não sei de que lado é para cima ou para baixo, só que quero que
ele conduza.
Seus lábios encontram os meus. Ele puxa minha calcinha para os
meus joelhos.
Lentamente, meu corpo assume o controle. Meus joelhos se
afastam. Minhas mãos vão para os quadris dele.
Meus pensamentos se afastam. Pela primeira vez, nada dói. Pela
primeira vez, só sinto prazer.
Seus dedos provocam meus mamilos, depois estão no meu
estômago, depois estão abrindo o botão da minha saia, a deslizando pelos
quadris, passando pelos joelhos, até os pés.
Estou nua. Estou nua com um homem que mal conheço. E, quero
muito estar aqui.
Não estou tímida ou preocupada que não sou boa o suficiente.
Estou em chamas.
Ele geme de prazer enquanto arrasta as pontas dos dedos sobre a
minha coxa.
Mais próximo.
Mais perto.
Ali.
Seus dedos roçam meu clitóris. Porra, sim.
Seus olhos ficam em mim, estudando minhas reações. Aceno.
Ele arrasta os dedos sobre mim, provocando meu sexo. —Porra,
você já está molhada.
Solto um gemido.
Miles desliza um dedo dentro de mim. Respiro fundo. É intenso,
mas posso lidar com isso.
Então, ele desliza outro dedo dentro de mim.
Mordo meu lábio. Puxo seu cabelo. Ele demora em deslizar os dedos
mais fundo.
Mais fundo.
Não me importo com o quanto ele se gabará quando terminarmos.
Isso é bom demais. Tenho que gemer.
Arqueio minhas costas para empurrar os dedos mais fundo. É
diferente, ter seus dedos dentro de mim, mas, é uma diferença muito boa.
E quero mais do que os dedos dele. O quero dentro de mim.
Miles traz seus lábios aos meus. Ele beija com intenção. Porra, seu
beijo é quente, agressivo.
Pouco a pouco, ele se move mais fundo, mais rápido, com força. O
prazer se espalha pelas minhas coxas. Estou quase lá. Mas, a pior coisa
imaginável acontece.
O telefone toca.
Não é o meu toque. Deve ser o dele. Ele geme de prazer. —Ignore.
— Ele desliza o polegar sobre o meu clitóris.
A sensação me domina. O nó da pressão é extremamente intenso.
É melhor do que qualquer coisa que já senti antes.
Mas esse telefone estúpido ainda está tocando.
Aquela voz dentro da minha cabeça está gritando. E se for
importante? E se alguém precisa de você, e você chegar tarde demais, de
novo?
Meu corpo fica tenso.
Miles puxa a mão de volta para o seu lado. Sua postura muda, tão
tensa quanto a minha. —Você está bem?
Balanço a cabeça. —O telefone. Você deveria atender.
—Você está prestes a gozar, e você prefere que eu use minhas mãos
para atender o telefone?
Concordo. —Você duvida da sua capacidade de me trazer de volta
aqui?
—Não, mas vou gritar, se não estiver logo dentro de você.
O ar escapa dos meus pulmões. Deus, isso parece incrível. Mas não
se algo estiver errado. Não se alguém precisar de nós.
Ele se levanta da cama com um suspiro pesado. Isso é tão doloroso
para ele quanto para mim.
Ele pega o telefone do bolso e olha para a tela. Balança a cabeça.
Atende. —Sim. — Sua voz está tensa. Como se ele mal pudesse pensar,
muito menos falar. —Me dê uma hora. — Ele suspira. —Tudo bem. Mas
não consigo me tele transportar. Levará pelo menos meia hora. — Ele
termina a ligação, e coloca o telefone no balcão da cozinha. Seus olhos
encontram os meus. —Não precisa se preocupar. Só um pouco drama na
casa em Hollywood.
—E você estará lá em meia hora?
—Perto disso.
—Você realmente acha que vamos ... em trinta minutos?
Ele balança a cabeça. —Não é tempo suficiente para fazer isso bem.
—Ah. — De repente sinto frio, exposta, e não está nada bem. Estou
nua e Miles ainda está vestido. Ele não fez questão em tirar uma única
peça de roupa.
—Acho que você está indo embora—, digo.
Esse relacionamento, acordo, seja o que for, já começou com o pé
esquerdo.
—Odiaria ir embora sem fazer você gozar—, ele diz.
Seus olhos encontram os meus. Aperto minhas coxas, e deslizo de
volta na cama, até ser pressionada contra a cabeceira.
Respiro fundo. Relaxa, caramba. Não posso deixar que ele tenha
tanto poder sobre mim.
Considero pedir para ele ir. Posso terminar isso sozinha. Não vai
ser tão divertido, mas também não vai me deixar confusa.
Sua expressão é muito sincera. Ele parece arrependido, realmente
arrependido. Dou conta do recado.
—Você tem aqui um grave problema de tempo—, digo.
Ele sorri, se senta na cama e posiciona seu corpo próximo ao meu.
Ele parece quente, duro ao toque.
Suas pontas dos dedos roçam meus mamilos. Fico excitada na
hora. Cada centímetro da minha pele queima pelo seu toque.
Miles se senta, as costas contra a cabeceira da cama, suas pernas
esticadas na cama. Ele puxa meu corpo para o dele, meus joelhos por
fora dos seus quadris, então, estou montando nele.
Nossos olhos se conectam. Não sei o que sua expressão quer dizer,
só que gosto dessa intensidade.
Me ajeito na posição. Posso senti-lo através da calça jeans. Ele está
duro. Porra, quero isso.
Mas, isso também serve.
Ele olha para mim. Uma mão envolve meu pescoço. Guiando-me
para um beijo profundo. A outra desliza entre as minhas pernas.
Nada mais é do que ele me dando prazer. Vou aproveitar.
Sua língua desliza na minha boca, enquanto seu polegar desliza
sobre o meu clitóris. Retribuo o beijo com força. É um apelo desesperado
para ele continuar.
Seu toque ainda é paciente. Suave. Então, mais forte. Mais forte.
Perfeito. Gemo, e cavo minhas unhas nos seus ombros.
Ele me lê como um livro, me esfregando com a mesma pressão, a
mesma velocidade.
Porra, sensação boa.
Estou tão perto.
O beijo, como se essa fosse a única chance que terei de beijar
alguém.
A tensão entre as minhas pernas aumenta a um passo da loucura.
É intenso. Mal posso aguentar.
Quase.
Lá.
Com seu próximo golpe, gozo. O prazer se espalha pelas minhas
coxas. É um grande orgasmo. Diferente do que quando estou sozinha.
Melhor.
Cavo minhas mãos pelos seus cabelos. Fecho reflexivamente
minhas pernas com força. A mão dele ainda está entre elas. A mão dele
ainda está em mim.
Ele não vai parar.
Ele me acaricia de novo. Novamente. Seus lábios continuam
pressionados contra os meus. Chupo sua língua. Perco a noção do meu
corpo, arqueando, apertando e derretendo exatamente onde preciso.
Seu toque fica mais forte. Mais rápido. Já estou quase lá. Grito alto,
o suficiente para acordar os vizinhos.
E gozo de novo. Toda aquela tensão no meu corpo libera uma
perfeita onda de prazer. Exalo cada grama de ar nos pulmões.
Derreto na cama. Estou encharcada. Estou disforme.
Miles olha para mim. Seus lábios se curvam em um sorriso. Não
sei se é orgulho ou presunção. Difícil de dizer. Neste momento, é difícil
dizer em que dia ou mês estamos.
Ele me dá um beijo de despedida. —Porra, Meg. Acho que não
preciso perguntar se você sentirá minha falta. — Ele desliza da cama. —
Meu pau não vai me perdoar por ir embora.
Abafo um sorriso.
—Vou compensar você da próxima vez. — Ele pega suas coisas, e
dá um passo em direção à porta. —Bons sonhos.
—Pra você também. Depois que você chegar em casa, claro.
Ele acena ao sair pela porta.
É preciso toda a energia que me resta - quase nada -, mas, me
arrasto para fora da cama, para trancar a porta, escovo os dentes, visto
um pijama, e desmaio na cama.
Miles me levou ao orgasmo. Duas vezes. Os dois orgasmos mais
incríveis da minha vida. E agora, ele está a caminho de casa.
Respiro fundo, mas a calma que tive há pouco, me escapa. Somos
amigos com benefícios. Nada como namorado/namorada.
Nenhuma razão para que eu sinta falta dele.
Não tem motivo para ter uma sensação desconfortável no
estômago. Já é tarde. Estou cansada. Não comi quase nada no jantar.
É isso. Tem que ser isso.
Capítulo 7
Meg: Fui para casa mais cedo. Está tudo bem. Vejo você no domingo.
Miles pega meu telefone da minha mão, e o coloca no bolso. Ele
vira, me prendendo na parede.
Fecho os olhos, e absorvo o peso do seu corpo. Deus, ele é tão
gostoso. Estamos quase da mesma altura.
Quando seus lábios se conectam com os meus, toda a feiura
desaparece. Minhas lembranças horríveis desaparecem. O mundo
exterior desaparece. Cada momento que não é este se desvanece.
O beijo para. Meu corpo está vibrando. Estou desesperada, mas
não posso deixar transparecer. Canalizo a autoconfiança indiferente do
Miles. Eu estou legal, calma, recolhida. Sem problemas.
Seus olhos passam por mim novamente. —Você está incrível nesse
vestido.
—Eu sei.
—Você deveria me elogiar depois disso.
—Sei disso também.
Seus lábios se curvam em um sorriso. —Você tem que me bajular
um pouco, se me quer nu.
Porra, o cara lê mentes. Ou talvez, ele esteja acostumado com
mulheres querendo ele nu. Não importa. Agora, preciso dele nu.
Pressiono minha coxa na dele. —Você tem tatuagens, né?
—Várias.
—E você as têm só para ter um motivo para tirar sua camiseta.
—Você me pegou. — Ele ri.
—Você tem certeza de que não estava bebendo no show?
Passo os dedos pela bainha da camiseta dele. —Certeza.
Ele move minha mão gentilmente, e puxa sua camiseta por cima
da cabeça. Caramba. Ele é ainda mais atraente de perto. Seu peito e
ombros são fortes. Passo os dedos sobre o abdômen esculpido, e traço as
linhas em V no topo de seus quadris. São como uma flecha apontando
para um prêmio.
Um prêmio que preciso desesperadamente.
Mas não quero me apressar. É uma sensação boa. É a única coisa
que é boa. E vou saboreá-lo.
Suas tatuagens são tão sexys quanto seus músculos. De alguma
forma, as tatuagens o deixam mais gostoso. É como suas músicas, sua
alma está na sua pele para qualquer um ver. É óbvio e misterioso ao
mesmo tempo.
O que significa, o dragão de estilo chinês adornando seu ombro e
bíceps? A rosa e os espinhos no peito? As palavras acima da flor: Seja
Corajoso, Viva?
Gostaria de ter a coragem de desenhar minha alma na minha pele.
Fornecer minha dor numa música para o mundo inteiro ver.
Traço as palavras com os dedos. —Quando você fez essa?
—Há um ano.
—Nenhum nome de mulher?
—O amor é uma coisa temporária. A tatuagem é para sempre.
Seu peito e ombros são fortes. Nem um grama de gordura para
cobrir seu abdômen perfeito. Passo meu dedo pelo seu peito, aquela
linha-V sexy que os caras têm.
Olho de novo nos seus olhos. —Você não vai se apaixonar, ou não
vai se apaixonar por mim?
—Não vou me apaixonar.
—Como você pode ter tanta certeza?
—Eu tenho.
—Mas como?
—Porque sei.
Pressiono minha mão contra seu estômago, para me lembrar
porque o convidei. —Isso não é uma resposta.
—Vamos fazer um acordo. Você aceita minha resposta ou...
—Posso acreditar no que quiser. — Mesmo que isso não faça
sentido. No Miles naquela música, no Miles que tatua um mantra no peito
dele, aquele Miles está comprometido, apaixonado, vulnerável.
O que está sentado ao meu lado... Se não o conhecesse melhor,
teria a certeza de que nada jamais o machucaria.
Miles ignora minha objeção. —Se algum dia me apaixonar, vou
adicionar o nome dela à minha coleção.
—Qualquer coisa que te faça feliz.
Ele enfia a mão pelo meu cabelo. —Isso me faz feliz.
Um rubor se espalha pelas minhas bochechas. Ele está no controle
novamente, e sou sua presa de novo. Também preciso fazer algo que o
afete.
Roço minha mão contra a cintura do seu jeans.
—Está fazendo um pouco mais de investigação aí? — Ele pergunta.
Concordo.
Sua respiração fica pesada. —O que você espera encontrar?
Inclino a cabeça para que meus lábios fiquem a centímetros dos
dele. —A razão pela qual você é tão arrogante.
—Você já me viu nu.
—Estava muito escuro. Não vi muito bem.
Cubro a protuberância no seu jeans. As palavras fogem da minha
mente numa velocidade alarmante. Meu corpo assume o controle. Ele
sabe de uma coisa: precisa tocá-lo.
O esfrego sobre seu jeans.
Seu beijo começa devagar. Ele chupa meus lábios. Então, ele está
raspando os dentes contra eles. Ele tem um gosto incrível, como sal, suor
e Miles.
O empurro na cama, e posiciono meu corpo em cima dele,
montando nele. Suas coxas estão entre as minhas. A virilha dele está
contra a minha. E posso senti-lo através da calça jeans. Ele está duro. E,
ele está quente. E, maldito seja, quero essas roupas estúpidas fora do
caminho para que possa senti-lo apropriadamente.
A ansiedade se espalha pelas minhas coxas e pélvis. Mergulho no
seu corpo, moendo minha virilha contra a dele. O nervoso desaparece.
Não tem espaço para nervos na minha mente. Não tem espaço para nada,
além do desejo irresistível de tocar Miles e ele me tocar.
É bom pra caralho, estar neste momento pensando em nada, além
deste instante.
Sua voz está grossa. —Estava morrendo de vontade de colocar
minhas mãos debaixo desse vestido a noite toda.
Ele também precisa disso. Isso me relaxa, me faz esquecer que ele
tem todas as cartas. Miles puxa as alças dos meus ombros, expondo
meus seios. Sem sutiã esta noite. Não preciso de um sutiã num vestido
que me abraça tão firmemente como este.
Seus olhos se arregalam. Suas pupilas dilatam. —Nossa. — A
ponta do seu polegar massageia o meu mamilo. —Melhor do que me
lembrava.
Engulo em seco. Ele pensou em mim quando estava sozinho? —Do
que se lembrava? — Pergunto.
—O sabor da sua pele. — Ele me aproxima, e pressiona a língua
contra o meu mamilo.
Porra, sensação boa. Cravo meus dedos nos seus ombros. Ele geme
contra a minha pele, enquanto provoca meu mamilo com a língua.
Mal consigo formar palavras. —Não se lembra de mais nada?
Ele rodopia a língua em volta do meu mamilo. A sensação me
domina. Cada movimento da sua língua manda prazer direto para o meu
núcleo. Ele pode demorar o tempo que quiser a responder, se continuar
fazendo isso.
Inferno, ele pode desistir de falar para sempre se continuar fazendo
isso.
Seus dentes raspam contra o meu mamilo. Suspiro por reflexo. Dói
só o suficiente para me sentir incrível.
Ele afasta a boca e a substitui pelos dedos. —E esse som que você
faz.
—Você gosta?
—Não. Amo ouvir você gemer. Quero ouvir isso todos malditos dias.
Ele aperta meu mamilo com força suficiente que quase dói. O
desejo dispara através de mim. Gemo. Suas pupilas dilatam. Seus lábios
pressionam juntos. Ele ama isso.
Eu amo isso.
Finalmente, conseguimos realmente concordar com alguma coisa.
É pensar demais.
Preciso parar de pensar.
Me roço contra o Miles. Ele geme, enquanto traz sua boca de volta
para o meu peito. Ele chupa meu mamilo. Suave então forte, em seguida
suave novamente.
Meu corpo se enche de prazer. Ele é bom demais nisso.
Miles puxa meu vestido sobre meus quadris, estômago, peito.
Levanto meus braços para ajudá-lo. Então a roupa é um monte no chão.
Só estou de calcinha.
Ele desloca nossos corpos. Estou deitada de costas. Ele está em
cima de mim, seus quadris pressionados contra os meus, me prendendo
na cama. Seu pau está contra o meu clitóris. Só que tem todo esse tecido
no caminho.
Sempre odiei a moda. Neste momento, detesto. Ele não deveria ter
permissão para usar roupas. Pelo menos não no meu apartamento.
Abro o botão do seu jeans. —Você está usando muita roupa. — Ele
sorri. Não sei se ele está presunçoso, brincalhão ou confiante. Talvez,
todos os três. No momento, me sinto à vontade. Como se ele não estivesse
me pressionando ou me estimulando. Como se me quisesse confortável,
querendo o meu prazer. Afinal de contas, ele pensa nos meus seios e nos
sons que eu faço quando ele me toca.
Ele quer que eu me sinta bem. Sexualmente. Mas, isso já é alguma
coisa. Já é muito.
Miles arrasta os lábios pelo meu pescoço. Ele se desloca para o
lado, abre o zíper, e desce o jeans. Não tem qualquer esforço. Ele é bom
no controle. Devo parecer um desastre.
Isso está quase acontecendo. Vamos transar. Ele estará dentro de
mim.
O Miles desliza os dedos por cima do meu estômago. —Você está
nervosa outra vez.
Balanço a cabeça, mas, posso sentir o tremor nas minhas mãos.
Quase não tenho experiência, e Miles é sem dúvida meio que um deus do
sexo.
Ele está olhando para mim, seus olhos cheios de sinceridade. Ele
realmente está preocupado comigo.
—Você está—, ele diz.
Ainda assim, nego com minha cabeça.
Seus lábios se curvam em um sorriso. —É fofo que você não queira
admitir.
Não quero ser fofa. Quero ser sexy. Quero fazê-lo tão carente
quanto me sinto.
Confiança. Consigo fazer isso. Arrasto meus dedos sobre seu tórax.
—Você não tem melhor utilização para sua boca?
—Oh. — Sua voz fica baixa. —Você quis dizer isso. — Ele trilha
seus lábios contra o meu peito, parando para desenhar círculos em volta
do meu mamilo com a língua.
—Sim. Isso. — O prazer cresce em mim.
Sua mão desliza no meio das minhas coxas. —Você não precisa
esconder o quanto quer isso. Quero dizer, é fofo e tudo...
—Não sou fofa.
—Tente adorável.
—Não discutimos a utilização adequada para sua boca?
Ele assente e pressiona seus lábios nos meus. É um beijo forte, até
mesmo possessivo. —Que acha disso?
Tenho dificuldade em respirar. Isso é incrível. —É um começo.
Ele sorri, pega minha mão, e a coloca na cintura da sua boxer.
Puxo a maldita coisa para seus joelhos, e envolvo meus dedos em
torno dele. Ele coloca a mão sobre a minha, me guiando. O acaricio com
mais força. Mais rápido.
Seus lábios encontram os meus. É rápido, forte e bagunçado. O
beijo de volta, chupando sua língua, raspando meus dentes contra seus
os lábios.
Ele geme na minha boca.
Ele me quer. Miles o deus do sexo, me quer. Meu batimento
cardíaco acelera. Vamos mesmo fazer isto.
O vejo tirar uma camisinha do bolso do jeans. Minhas mãos ficam
suadas. O nervoso sobre o meu estômago. E se doer um pouco? E se eu
não estiver à altura?
Miles coloca seu corpo ao lado do meu. Ele arrasta a mão pela
minha perna, e acaricia minha parte interna da coxa. —Relaxa. Você não
fará errado.
—Está bem—, respiro.
Ele tira minha calcinha, e pressiona seus lábios no meu pescoço.
Gemo, quando seus dedos roçam meu clitóris.
Ele raspa os dentes no meu pescoço. Sua voz está baixa, faminta.
—Não se segure. Gosto de você gemendo. Gosto de você gritando. Me
excito em saber o que é bom para você.
Não tenho controle sobre minhas vocalizações. Aproveitar essa
experiência, é tudo o que posso suportar.
Ele chupa minha pele, enquanto aproxima os dedos. Mais perto.
Eles deslizam sobre o meu sexo.
É uma boa sensação. Estamos perto de fazer isso.
O nervoso desaparece, enquanto ele me massageia. Respiro fundo,
e olho nos seus lindos olhos azuis.
Sua expressão está intensa de desejo, mas também está atenta. Por
alguma razão, confio nele para me guiar nisso.
Deixo minhas pálpebras fecharem, e afundo na cama. Lentamente,
ele desliza um dedo dentro de mim. Ele me aquece, depois são dois dedos.
Três. Suspiro.
Isso é intenso. Dói. Cravo minhas unhas nos seus ombros.
—Mais? — ele pergunta.
Concordo.
Ele não tem pressa acelerando, indo mais fundo. O desconforto
desaparece com o prazer. Em seguida, é muito prazer.
Depois, seu polegar está no meu clitóris, me acariciando. Gemo,
quando meu sexo aperta. Que sensação incrível. E, o prazer está
crescendo tão rapidamente. Com mais alguns golpes estou no limite.
Prestes a gozar.
Então estou lá. Toda a tensão do meu sexo se transforma em febre,
depois se desenrola, me invadindo. Grito seu nome quando gozo.
Demora alguns instantes para recuperar o fôlego. Pisco meus
olhos, e olho para os do Miles. Ele ainda está atento, mas parece ainda
mais excitado. Como se ele estivesse desesperado para estar dentro de
mim.
Quero isso.
Pressiono minha mão no seu peito. —Eu quero fazer isso. Estou
pronta.
Ele geme algo que se assemelha a um sim, enquanto ele desenrola
a camisinha e a desliza.
Chega de esperar. Isso vai acontecer.
Ele pega meu quadril, me pressionando contra a cama, mudando
minha posição para que seu pau esfregue contra o clitóris. Impulsiono
meus quadris para frente, e sua ponta está contra mim.
Cada nervo do meu corpo está ligado, e todos gritam a mesma
coisa. Preciso dele dentro de mim. Agora.
Movo meus quadris para empurrá-lo um pouco mais fundo. Mais
fundo.
É intenso. Tem dor, mas também tem prazer. Cavo minhas unhas
nas suas costas até termos mais prazer, do que qualquer outra coisa.
Movo meus quadris para empurrá-lo mais fundo. E posso sentir
como meu sexo se estende para levá-lo.
Miles vai com calma. Seus olhos estão nos meus, observando
minhas reações. Não há sinal daquele cara arrogante e distante. Ele está
aqui, neste momento, comprometido com o meu prazer.
Ele vai mais fundo. Mais profundo. Dói, mas não quero que ele
pare. Puxo seu cabelo. —Não pare.
O beijo como se o navio estivesse afundando.
Suas mãos circundam minhas costas. Nossos corpos pressionados.
É íntimo o jeito que ele está me segurando, o jeito que está me beijando,
o jeito que ele está deslizando dentro de mim.
Então ele está lá. Estou satisfeita. Ainda dói, mas o prazer, é muito
superior à dor
Meu corpo assume o comando. Balanço meus quadris para
combinar com seu ritmo constante. É lento. Um bom ritmo lento. Um
infernal ritmo lento intenso.
A pressão aumenta dentro de mim. É uma pressão tão doce e
perfeita.
Fecho os olhos e me rendo à sensação do Miles dentro de mim.
Gemo o mais alto que posso. Algo para que ele saiba o quanto está
me afetando, o quão bom ele está me fazendo sentir.
Depois de mais alguns impulsos, estou perto. Meu sexo aperta.
Cada vez mais apertado. Tão apertado que mal posso aguentar.
Então, estou chegando. Gemo seu nome, quando um orgasmo me
domina. Foi diferente do anterior. Mais intenso. Mais profundo.
Miles pega meus pulsos, e puxa minhas mãos sobre a minha
cabeça. Em seguida, seus lábios estão nos meus. Ele empurra dentro de
mim com tanta força que dói.
Ele geme na minha boca. É bom de uma maneira diferente,
sabendo que ele está próximo, sentindo seu prazer.
Sua postura muda. Seus olhos se fecham. Sua respiração fica
pesada.
Tenho que morder meu lábio para me conter. Ainda é intenso.
Ainda dói. Mas, não quero que ele pare. Há alguma coisa em ouvir seus
gemidos e sentir seus músculos tensos.
É quente como o inferno.
Quero senti-lo gozar.
Seus dentes penetram no meu pescoço. Isso também dói apenas o
suficiente para me sentir bem.
Mais alguns impulsos, e ele chega, gemendo contra a minha pele,
enquanto ele goza.
Ele me abraça por um minuto. Nossos corpos estão pressionados
um contra o outro. É íntimo de uma maneira diferente, esmagador de
uma forma diferente.
Respiro bem fundo, tentando processar a experiência. Transei com
o Miles. Perdi minha virgindade com ele.
É real. Adulto. Perigoso.
Ele pressiona seus lábios nos meus, em seguida, desembaraça
nossos corpos, e cuida da camisinha.
Afundo na cama. Fiz sexo com o Miles. Isso realmente aconteceu.
O peso na cama muda, quando ele aproxima seu corpo do meu. Ele
desliza seus braços em volta de mim, e me puxa para perto.
Isso ainda parece íntimo.
Não tem nenhum fingimento. Não me lembro da última vez que
passei tanto tempo de guarda baixa.
Seus lábios pressionam contra o meu pescoço e, perco a noção do
pensamento consciente. Não é realmente seguro, os braços dele, mas
parece que sim. É confortável.
Mais alguns minutos e, vou dar um jeito. Mais alguns minutos, e
vou colocar meu pijama. Apenas alguns minutos…
Capítulo 9
São vinte minutos na moto perigosa. Andar nas ruas não é tão
aterrorizante, quanto correr pela estrada, mas não deixa de ser muito
assustador.
Depois de estacionar numa rua lateral em Venice Beach, Miles me
leva a um restaurante afastado. É uma casa reformada azul com
persianas brancas e janelas amplas.
Miles abre a porta para mim. Ele puxa a cadeira para mim. Como
se ele fosse um cavalheiro. Como se estivéssemos num encontro de
verdade.
É uma mesa muito pequena. Um pequeno laminado de madeira,
quase sem espaço para dois pratos e dois copos. Eu me sento na beirada
da cadeira com as pernas cruzadas. Miles se recosta na cadeira com seus
pés afastados.
Seus olhos se conectam com os meus. —Devemos ter a conversa
usual do primeiro encontro?
—Este é um primeiro encontro?
Ele nega com a cabeça. —Não é um encontro. Somos amigos.
—Mas é a nossa primeira vez juntos.
Ele levanta a sobrancelha, como se estivesse me desafiando. —OK.
Vamos tentar. O que você faz?
—Estudo o curso pré-medicina na Universidade da Califórnia.
Trabalho como escrevente no hospital, das seis às dez de segunda a
sexta-feira. É muito cansativo, mas é uma ótima experiência. E você?
—Estudei em Stanford. Ciências Políticas.
—É verdade?
Ele sorri. —Você não acredita que estudei em Stanford?
Por alguma razão, acredito nisso. Miles é bonito e carismático.
Consigo vê-lo em qualquer lugar.
—E agora? — Pergunto.
—Trabalho na indústria do entretenimento.
—Esse é o slogan que você normalmente usa?
Ele encolhe os ombros. —A maioria das mulheres sabem quem sou
ou não se importam.
—Você é assim tão famoso?
—Depende de quão recentemente lançamos um videoclipe, o quão
bem está indo. Temos um monte de fãs fanáticas, mas não somos
famosos o suficiente para que todos saibam nossos nomes. As coisas têm
sido diferentes desde a In Pieces. Muitas pessoas me param na rua. Foi
o nosso primeiro sucesso. Nossa única música top 100 até agora.
—Você ganhou muito dinheiro? — Pergunto.
Ele ri. —Gostei que você tenha perguntado isso. A maioria das
pessoas achariam isso indelicado.
Copio seu encolher de ombros casual.
Ele sorri. —Uma boa quantia. Estamos determinados a fazer uma
grande quantia. Mas, ainda não chegamos lá. — Seus olhos vão para a
janela. —Dinheiro não é importante para mim. Herdei muita coisa. Posso
sair da banda amanhã, nunca mais trabalhar, e ainda sim ficar bem.
—Isso é muita coisa.
Ele concorda. —É um jeito de merda de se tornar um milionário.
Limpo minha garganta. Não quero que a conversa se complique.
Falar sobre perda, isso vai doer muito. Certo, me sinto bem. Parece que
é possível ser feliz. Não me sentia assim, desde que a Rosie morreu.
—De onde você é? — Ele pergunta.
Voltamos para um tópico leve. Perfeito. — Orange County.
—Meu tio morou em Irvine há muito tempo. Não é terrível. Um
pouco...
—Estéril? Vazio de personalidade? Cheio de pessoas que se
preocupam com a cor da casa do vizinho mais do que qualquer outra
coisa? —Meu maxilar fica tenso. Lá se vai a conversa descontraída.
Não tenho nada contra Orange County teoricamente. É linda,
segura e cheia de shopping centers perfeitamente renovados. Mas,
também está cheia de pessoas como meus pais, que priorizam manter as
aparências acima de tudo.
—Você adora esse lugar—, ele provoca. —Está pensando em
comprar um daqueles novos condomínios perto de Irvine Spectrum?
Balanço a cabeça.
—Seus pais ainda moram lá?
Limpo minha garganta. Falar sobre meus pais certamente levará
essa conversa para um território sombrio e pesado. Nem sequer falo deles
com a Kara. Não vou partilhar isso com Miles.
—Não gosto de falar da minha família—, digo.
Ele assente com compreensão. —Onde vai fazer faculdade de
medicina?
—Não quero falar sobre isso. — A decisão ainda está me pesando.
Ficar perto de casa, no sul da Califórnia, não parece certo.
Atravessar o país também não parece certo.
Miles se aproxima. Seus olhos perfuram os meus. —Estava dentro
de você há uma hora, mas suas inscrições para a faculdade são muito
pessoais para discutir?
Não consigo identificar sua expressão. Sua voz está leve, como se
ele estivesse brincando, mas, não me parece certo.
—Com licença. — Ele se levanta, e vai para o banheiro.
Minhas costas estão tensas. Não sei como devo agir com ele. Somos
amigos, mas estamos transando. É confuso.
Tiro meu telefone da minha bolsa. Kara não respondeu as minhas
mensagens com mais pedidos de informações, e não sei se estou pronta
para dividir alguma coisa. Meus e-mails não são especialmente
interessantes. Só coisas sobre o curso. Um e-mail antigo horrível de duas
semanas, dos meus pais tentando organizar o feriado de Ação de Graças.
Preciso encontrar um jeito de tornar essa visita menos horrível.
Qualquer coisa serve.
Quebro a cabeça por ideias, enquanto ponho o telefone em silêncio,
e o retorno na bolsa.
A garçonete para na nossa mesa. Peço um café para mim, e uma
água para o Miles. Não tenho ideia do que ele gosta. Inferno, não sei quase
nada sobre ele. Ele é arrogante. Ele é um cantor incrível. E ele passou
por algo horrível que rasgou seu coração em pedaços. Ele teve de escrever
In Pieces.
Mas não é da minha conta. Estamos nos divertindo, sem
sentimentos profundos envolvidos. Respiro fundo, e aperfeiçoo minha
expressão divertida e casual. Isso é péssimo.
Miles retorna do banheiro, enquanto a garçonete serve o meu café.
Ele pede seu próprio café, e volta a se sentar. Seus olhos passam por mim
como se ele estivesse me decifrando.
Minhas bochechas estão quentes. Inferno, elas estão fervendo. —
Não deveria ficar tão defensiva, mas ... nunca fiz nada assim.
Seus olhos encontram os meus. — Na verdade, é muito simples.
Nós nos divertimos.
Misturo leite e açúcar no meu café. —Nada é assim tão simples.
—É sim. Fazemos sexo incrível, conversamos, comemos, vamos a
shows e nos beijamos nos bastidores. Quando isso deixar de ser divertido,
nos separamos.
—Se você é inflexivelmente contra compromisso, por que você quer
uma amizade colorida? — Pergunto.
—Pensei em experimentar algo novo. — Seus olhos se conectam
com os meus. —E gosto de você.
—É assim tão simples?
Ele concorda. —Por que você quer uma amizade colorida comigo?
Não se consegue chegar aos vinte e um anos sem transar, a menos que
você esteja evitando.
—Você é tão gostoso—, provoco. —Tão quente que perdi a cabeça.
—Além disso.
—Preciso da distração.
—Você vai me ferir falando assim
—Com certeza. — Tomo um gole do meu café. Doce, doce cafeína.
É o suficiente para afastar os sentimentos confusos que estão se
formando no meu estomago. Vou me concentrar em me divertir. Vou me
concentrar no hoje, e não quando nos separarmos. —Me candidatei em
Harvard, Johns Hopkins e Columbia.
—Todas estão do outro lado do país.
—Exatamente.
A garçonete retorna com o café do Miles. Pedimos nosso café da
manhã.
Ele espera até estarmos sozinhos. —Vou adicionar outro termo ao
nosso acordo. Qualquer coisa que fizermos juntos, eu pago.
—Posso pagar a minha parte.
—Tenho certeza de que você pode, mas eu insisto. — Sua expressão
é intensa.
—Está bem.
Ele sorri. É diferente do sorriso presunçoso que geralmente está
estampado no seu rosto. Parece que ele se importa comigo, como se isso
fosse mais do que um pouco de diversão.
Mudo o foco para outras áreas da conversa. Explico o processo de
inscrição para a faculdade de medicina, começando com os MCATs e
terminando pressionando o botão – enviar - na minha inscrição on-line.
Se ele acha chato, ele não demonstra. Ele mantém os olhos nos meus,
abertos e com muita atenção.
Ele fala sobre Stanford, se focando quando conheceu Drew, o início
da Sinful Serenade, que se formou bem a tempo de começar a turnê. A
banda tem cerca de três anos. Eles têm dois álbuns. Segundo Miles, o
primeiro é bom, mas não ótimo, enquanto o segundo é incrível. Foi um
sucesso mundial. Importante no quadro alternativo. A última turnê, que
terminou há algumas semanas, esgotou em quase todos as datas.
Eles não são o Maroon Five, mas eles têm potencial para serem o
próximo grande sucesso. Se jogarem as cartas certas.
Ele sabe muito sobre a indústria da música, sobre a máquina pop,
e como o verdadeiro rock luta para subir nas paradas. Muito do que ele
fala não me diz respeito, mas ainda me sinto atraída, pela paixão na sua
voz.
Ele pode agir de forma distante ou arrogante com seus
companheiros de banda, mas ele está claramente comprometido com a
música, e com a Sinful Serenade.
Depois do brunch, espero uma carona rápida para casa, no
acidente iminente, mas Miles insiste em caminhar até o Abbot Kinney. É
um bairro bonito, repleto de butiques, food trucks, e cafeterias muito
caras.
Olhamos as vitrines das lojas, enquanto bebemos nossos chás
verdes gelados. Tem a camiseta falsificada do Guerra nas Estrelas em
uma das butiques. Ela deve estar violando todos os tipos de leis de
direitos autorais.
Miles aponta para ela. —Quer que compre para você?
—Não preciso de ajuda para parecer uma nerd.
—Você não tem consciência de como você afeta os caras, né?
—Não causo nenhum efeito sobre os caras.
Ele desliza a mão pelo meu quadril. —Você tem essa inocência
irresistível. Estou surpreso que não tenha patifes tentando corromper
você vinte e quatro horas por dia.
—Já tenho você.
—Não posso estar perto vinte quatro horas por dia.
—Por que não? — Entro numa pequena loja, e finjo estudar os
vestidos. —O que você faz quando não está torturando mulheres com sua
voz sexy?
Ele passa meu cabelo por um dos meus ombros, e corre as pontas
dos dedos pelo meu pescoço. —Você acha que minha voz é sexy?
Aquele rubor se espalha pelas minhas bochechas. Pego um suéter
e fico olhando como se estivesse pensando em comprá-lo. É uma coisa
feia laranja com listras vermelhas. —Você sabe que é.
Ele pega o suéter das minhas mãos, e o coloca de volta na
prateleira. —Eu vou a shows. Jogo videogame com Drew ou Pete. Tento
tolerar o mandão do Tom.
—E quando você está sozinho?
Ele pega minha mão e me leva de volta para a rua. Ainda está
quente e claro.
—Corro. Penso. Leio—, ele diz.
—Você lê?
—Você é assim tão rude com todos os seus amigos ou apenas com
aqueles que a fazem gozar? — Ele diz isso brincando.
—A última opção. — Caminho pela rua. —O que você lê?
—Livros.
—Quais livros?
—Isso é confidencial.
Ok ... deixo sua estranha não resposta passar, sem revirar os
olhos.
A conversa muda para provocações sem sentido. Compramos
sorvete num daqueles food trucks. Sua língua faz movimentos tão bonitos
na delícia gelada, o lambendo, como se fosse sua coisa favorita no mundo.
Ele me pega olhando, e balança a cabeça. —Você não precisa ficar
me imaginando nu. Fico feliz em ficar nu com você.
—Com certeza.
Ele aponta para um beco entre duas lojas. —Aqui está bom para
mim.
—Não sei se eu... aqui não.
Seu sorriso está tão malditamente presunçoso. Ele pressiona a mão
na parte inferior das minhas costas, me virando de modo a voltarmos
para a moto.
—Tenho que estudar—, digo.
—Que pena.
Ele me provoca durante o caminho de volta até a moto. É uma
viagem rápida até o meu apartamento. Em seguida, ele está me
acompanhando até à porta.
Suas mãos vão para os meus quadris. Ele puxa meu corpo para o
dele, e afunda seus lábios nos meus.
Ele tem um gosto tão bom. É tão bom beijá-lo, ter seu corpo contra
o meu.
Sinto o beijo no meu sangue. Sinto o carinho nos seus olhos azuis
claros.
—Até mais, Meg. — Ele dá um passo para trás.
—Tchau. — Espero até ele entrar no elevador. Ele se foi, mas sua
presença permanece na minha mente.
Sinto falta dele. O quero de uma maneira que não compreendo.
Capítulo 11
Acordo sozinha.
Ele se foi. O outro lado da cama está frio. Ele saiu há horas.
Estou na casa de um estranho, num quarto estranho inabitado.
Pelo menos a vista é incrível, um longo trecho do Oceano Pacífico
de azul profundo, e do jardim logo abaixo da janela. É digno de um cartão
postal. Piscina aquática. Jardim exuberante. Sol amarelo brilhante.
E lá está Miles, deitado numa espreguiçadeira de cueca, com um
livro de bolso nas suas mãos. Ele não está lendo, mas olhando para o
vazio com uma expressão atormentada.
Não sei quase nada sobre o Miles por trás da sua sagacidade afiada.
Ele tentou bisbilhotar sobre mim ontem à noite. Talvez, não tenha sido
de propósito, mas ele queria mais de mim. Ele queria ouvir sobre a Rosie
e todas as outras coisas que ainda doem.
Mas por quê? Ou isso é casual ou é mais do que isso. Preciso saber
qual é. Preciso saber se é seguro deixá-lo entrar.
Quero ajudá-lo, olhar para todos os lugares que ele machucou e
juntá-lo novamente.
Talvez possamos ter essa intimidade. Talvez isso possa ser mais.
Encontro o banheiro. Há uma caixa de escovas de dente
descartáveis embaixo do balcão. Tento pensar numa explicação, além de
um harém de mulheres igualmente descartáveis, mas falho.
O resto da casa é tão bonito quanto a paisagem. Tudo é muito claro,
brilhante e bege. Os quartos são enormes, o teto é alto, os móveis são
discretos. É como a versão mansão de uma loja da Apple. Tem alguma
coisa intocável nesse lugar, como se ninguém morasse aqui. E lá está o
Miles, no jardim, parecendo tão intocável quanto à mesa de vidro limpo.
Ele se mexe, quando abro a porta de correr. Seus olhos encontram
os meus.
Tenho um peso no peito. Não deveria querer tanto perguntar como
ele se sente, para saber como ele se feriu, e o que posso fazer para
consertar a situação.
Ele se levanta da cadeira, e estica os braços sobre a cabeça. As
boxers deslizam levemente pelo seu estômago. Está a um centímetro
acima dele ...
—Bom Dia. — Ele dá três passos em minha direção. —Você deve
ter dormido bem. Já é quase meio-dia.
—Você deveria ter me acordado.
Ele desliza a mão envolta da minha cintura. —Tentei. Você
escolheu certas palavras sobre isso.
—Como perguntar o que diabos você está fazendo me convidando
para transar, e depois me levando para uma casa estranha para dormir?
—Semelhante, mas com muito mais insultos e palavrões—. Seus
lábios se curvam em um sorriso. —Você fica fofa quando xinga.
Como é possível não me lembrar de nada disso? Devia estar meio
adormecida. Só espero ter dado ao Miles o sermão que ele realmente
merecia. Respiro fundo. —Obrigada.
Seus olhos encontram os meus. Sua expressão muda. Não
brincalhona ou sarcástica, mas séria. Como se ele realmente estivesse
preocupado comigo. —Você está bem?
Bem, calma, serena. É o que ele faz, então é isso que farei. —Você
escreveu aquela música. Você sabe como é perder tudo o que importa
para você.
Ele concorda.
—Você está bem?
—Bom argumento.
É isso. Sem admissão de sentimentos. Sem mágoa na expressão.
Nem sinal, de que alguém ou alguma coisa tenha machucado o Miles. Ele
é absolutamente imperturbável.
Ele me pediu para conversar. Posso pedir a ele a mesma coisa.
Olho em seus claros olhos azuis. —Você quer falar sobre isso?
Ele desloca o peso entre as pernas. —Não falo sobre isso com
ninguém.
A declaração, é uma parede de chumbo. Não tem como passar por
ela, ou contorná-la. Deve ser assim que ele se sentiu ontem à noite,
proibido de entrar na minha cabeça e no meu coração. Dói de uma
maneira que não deveria. Não tendo em conta, o quão casual isso seria.
Vou em direção da cozinha. —Você tem alguma coisa com cafeína?
Ele acena para a cafeteira sobre a bancada interna. —Já tem
algumas horas.
Então, ele está acordado há algumas horas. Essa imagem passa
pela minha mente: Miles deitado naquela espreguiçadeira, seu olhar fixo
no horizonte, seus pensamentos se afastando.
O sigo até a cozinha, e preparo uma xícara de café.
A bebida não ajuda afastar a sensação de desconforto no meu
estomago. Gostaria de saber os pensamentos do Miles, mas, isso não faz
parte do nosso acordo.
Ele me cutuca com o ombro. —Você é mais óbvia do que pensa,
Meg.
Ele passa a mão na parte inferior das minhas costas. Porra, quero
essa mão em mim. Tento parecer que não me importo. Foco no meu café.
Me sento na mesa da cozinha perfeita.
Ignoro o fato de que Miles está usando boxers. Ele pode estar
fazendo isso para me seduzir ou me enlouquecer.
Sorrio, e bebo minha bebida. Sou o cumulo da descolada. Não
poderia ser mais cool.
Ele abre a geladeira e pega uma caixa de ovos. —Mexidos, ok?
—Tudo bem.
Ele pega uma tigela branca perfeita de um armário, quebra meia
dúzia de ovos brancos perfeitos, e mexe com um fouet branco perfeito.
Ele está de costas para mim. Seus músculos estão muito levemente
flexionados. Aqueles ombros e dorsais são fortes. Ele deve fazer muito
mais para malhar do que correr.
Minha mente pisca com outro conjunto de imagens. Essas são mais
atraentes. Miles em todos os tipos de posições comprometedoras comigo,
seus músculos flexionados, sua respiração tensa.
Miles desliga o fogão, e serve os ovos em dois pratos brancos
perfeitos, e os coloca sobre a mesa. Eles estão bem macios, e cozidos
corretamente. Melhor do que qualquer coisa que sei cozinhar.
Nós comemos em silêncio. A tensão paira sobre a mesa. Ele espera
que eu explique o que aconteceu ontem à noite? Gostaria, mas só se ele
me deixar entrar também.
Só quando formos mais do que amigos com benefícios.
Dou minha última mordida, e coloco o garfo ao lado do prato. —
Obrigada pelo café da manhã.
—Você ainda está com fome?
—Tenho comida em casa.
Miles dá um show saindo da cadeira lentamente. A luz do sol cai
sobre seu corpo. Seu tórax parece ainda mais definido. Suas costas
parecem mais fortes.
De certa forma, ele parece ainda mais atraente.
Miles retira uma caixa de morangos da geladeira, os lava numa
peneira branca perfeita e, os despeja sobre um prato branco não menos
perfeito. —Não posso deixá-la ir para casa, até acabar com você.
Lambo meus lábios. Ele me observa, sorrindo.
Aham. — Acabar como?
—A última vez consegui quatro, mas gosto de quebrar recordes.
Aquele calor está de volta. Desta vez, não faço nada para lutar
contra isso. Minha pele formiga, desesperada por seu toque.
Seus olhos passam pelo meu corpo. Não há nada que possa fazer
para esconder minha reação agora. O quero e muito.
Pego um dos morangos, e o pressiono nos meus lábios. A polpa é
macia e doce. Há um modo que deveria reagir aqui, mas não sei qual é.
Miles ri. —Você está nervosa novamente. É fofo.
Como o maldito morango. Lá se vai sua sedução de nível avançado.
—Essa é só uma opinião sobre este assunto.
Ele desliza a língua sobre a ponta de um morango, e o chupa, como
se fosse parte de mim.
Ele quer bater o recorde. Isso significa cinco orgasmos. Deve estar
se referindo a hoje. Cinco orgasmos seguidos me matariam.
Ele se aproxima, abre o meu botão superior, pressiona os lábios no
meu pescoço. —Você estava me implorando ontem à noite.
—Não imploro.
Ele desabotoa outro botão, e a blusa se abre. Ele desliza os dedos
pelas bordas do meu sutiã. —Você estava desesperada.
Cavo minhas unhas nas minhas coxas. —Não totalmente.
—Precisei de todas minhas forças para recusar você. — Ele afunda
os dentes no meu pescoço, e desliza a mão dentro do meu sutiã.
—Por quê?
—Não quero que pense em outra coisa quando te tocar. — Ele
desliza as pontas dos dedos sobre o meu mamilo.
—Não vou. Não posso. Nem sei que dia é hoje.
Sua respiração fica pesada. Ele abre o resto dos botões, e tira a
blusa dos meus ombros. —Preciso ouvir você gozar novamente.
—OK.
Ele ri, sua voz é sincera. —Você é realmente fofa.
—Não.
—Você prefere sexy como o inferno? — Ele tira o meu sutiã.
Suspiro, quando ele segura meus seios.
—Sim. — Fecho os olhos. Estamos falando alguma coisa, mas
parece irrelevante. Não me importo como ele me chama, desde que ele
continue me tocando.
—Será mais fácil no sofá.
—Certo. — Jogo minhas roupas de lado e o sigo.
Seus olhos passam pelo meu corpo. —Definitivamente, sexy como
o inferno.
Tiro minha saia.
As mãos do Miles deslizam sobre meus quadris, sob as laterais da
minha calcinha. Ele crava as pontas dos dedos na minha pele, e
pressiona o seu corpo contra o meu, uma parte de cada vez, seus quadris,
estômago, peito, boca.
Ele tem gosto de morangos.
Poso sentir sua ereção através da sua boxer. Queria tanto envolvê-
lo nas minhas mãos, para provar que sou realmente sexy como o inferno.
Enfio minhas mãos nos seus cabelos como se estivesse segurando
minha vida. O beijo dele é intenso. Isso me consome.
Ele pega meus quadris e me coloca no sofá. Fico deitada de costas,
uma perna pendurada na lateral do sofá, a outra pressionada contra a
almofada. Miles está acima de mim, a luz caindo sobre cada centímetro
perfeito de seu corpo.
Ele olha para mim, em mim, através de mim. Não parece casual,
mas, novamente, o que pode ser casual por ele estar dentro de mim?
Ele se move para o sofá, colocando seu corpo em cima do meu.
Envolvo minhas pernas em torno dele e o puxo para mais perto. Porra,
isso faz me sentir bem.
As pontas dos seus dedos roçam minha barriga, meu estômago,
meu peito. Suas mãos ficam bem na minha pele. Ele nunca deveria poder
fazer nada com as mãos, exceto me tocar.
Arqueio minhas costas, me esticando para sentir seu pau contra o
meu sexo. A roupa íntima está no caminho, mas posso senti-lo através
do fino tecido de algodão. Deus, ele é grande.
Seus lábios encontram os meus. Seu beijo está mais suave. Está
indo mais devagar.
Como o inferno. Deslizo minha língua na sua boca, e a giro em
torno da dele. Seu corpo muda. Balanço meus quadris, apertando minha
virilha contra a dele. O atrito envia ondas de prazer dentro de mim.
Ele geme. Seus lábios vão para o meu pescoço. Minha clavícula.
Então, seus lábios estão no meu mamilo, o sugando como se fosse seu
brinquedo. Eu sou o seu brinquedo. Ele pode fazer o que quiser comigo,
desde que não pare.
Seus dedos roçam minha perna, cada vez mais perto. Os corre
contra o meu clitóris, sobre minha calcinha. —Vou comer você. Você já
fez isso antes?
—Não—, inalo. —Mas, não quero que você vá com calma comigo.
—Nem mesmo seu eu quisesse.
Ele pressiona os lábios no meu estômago. Meu umbigo. No meio
das minhas pernas. Ele puxa minha calcinha até meus pés.
Então, sua boca está em mim. É diferente das suas mãos. Mais
suave. Úmido.
Inclino a cabeça para trás, e me rendo à sensação. Sua língua
atinge todos os nervos que tenho. O prazer invade meu corpo, reunindo
no meu sexo. E já estou perto.
—Miles—, gemo. Enterro minhas mãos nos seus cabelos.
Ele me lambe diversas vezes. Balanço meus quadris numa
tentativa de conter a sensação. É intenso, muito mais intenso do que o
sexo.
Estou leve. Estou livre. Estou voando. Porra, estou voando. Quase.
Só mais uma lambida, e vou além do limite. É incrível pra caralho.
Toda tensão no meu corpo se liberta. Uma onda de êxtase paira sobre
mim.
Gemo o nome dele mais vezes do que posso contar.
—Mhmm. — Ele me prende no sofá, suas mãos firmes contra meus
quadris.
Ele segue firme. Sua língua desliza do meu sexo para o meu clitóris.
Ao redor dos meus lábios externos. Ele se move com golpes longos e
lentos. Com rápidos e duros. De frente para trás, lado a lado, ziguezague.
O prazer aumenta. Está mais intenso. Quase intenso demais.
Jogo minha cabeça para trás, e cravo minhas unhas nos seus
ombros. Mesmo assim, é muito intenso.
Com o próximo movimento de sua língua, um orgasmo cai sobre
mim. Grito o nome dele quando gozo.
O mundo é lindo. É difícil acreditar, que alguma coisa já doeu
antes.
Desmaio no sofá, imersa em cada gota de prazer.
Miles se levanta num impulso. Ele passa as pontas dos dedos pelas
minhas coxas, um convite para continuar.
Concordo que sim.
Ele me puxa do sofá. Não sei para onde estamos indo, só que quero
estar aqui, com ele, o fazendo se sentir tão bem quanto eu.
Subimos as escadas, até a porta no final do corredor. É um
banheiro imenso com um chuveiro enorme.
É tão deslumbrante quanto tudo o mais nesta casa, paredes de
vidro, acessórios de alumínio, tapete antiderrapante sobre o chão.
Miles liga a água, e me move debaixo dela. Inclino minha cabeça
para trás para lavar meu cabelo.
Um pequeno gemido escapa dos seus lábios. Ele olha como se
quisesse me consumir, como se estivesse desesperado para me tocar.
Agora, o tenho onde o quero.
O poder é excitante. Vou me divertir com isso.
Ele se move para baixo do chuveiro, inclinando a cabeça para trás
como eu. Seu corpo está perto do meu. A água escorre pelo seu peito e
estômago.
Ele volta à posição normal, e aponta para uma prateleira no canto.
—Shampoo.
—Claro. — A prateleira está cheia até a borda com sabonetes e
xampus ecológicos. Escolho a única marca que reconheço, o aperto nas
minhas mãos, passo pelos meus cabelos, e o devolvo na prateleira.
Ele sorri. maliciosamente —Você vai pagar por essa insolência.
—Adoraria que você tentasse.
Vou passar uma mão pelo meu cabelo, mas Miles me para. Ele enfia
os dedos no meu couro cabeludo. Gemo, deslocando instintivamente meu
corpo em direção ao dele.
Paciência está fora de questão. Preciso dele gemendo no meu
ouvido. Preciso dele. Ponto final.
Ele passa as mãos pelos meus cabelos, me traz de volta ao chuveiro
e me ajuda a enxaguar.
—Isso não parece uma punição—, digo.
—Mhmm. — Ele pressiona seus lábios no meu pescoço. —Será.
Minha respiração fica presa na garganta. —Quando?
—Quando você sair do chuveiro sem me foder.
Sou totalmente incapaz de conter um suspiro. —Isso vai te punir
mais do que a mim.
Ele murmura outro —Mhmm. — Ele pressiona seus lábios nos
meus. Suas mãos encontram meu peito, e ele massageia meus mamilos.
A água flui sobre nós. Está tudo escorregadio e molhado. Cada
movimento das suas pontas dos dedos é suficiente para me enlouquecer.
Ele dá um beijo. —Isso foi só para começar.
—Eu gosto de preliminares.
Ele sorri. —Você é tão fofa, que pode arruinar meu plano.
Volto para a prateleira, aperto o xampu nas mãos, e volto para ele.
—Já falamos sobre isso. — Corro minhas mãos pelos seus cabelos
grossos.
O guio debaixo d'água para que ele possa se enxaguar.
Mesmo assim, não vou lembrá-lo com palavras.
Fazemos o mesmo com o condicionador, nos beijando entre a
aplicação e o enxague. Em seguida, é o sabonete. Aperta o sabonete
líquido nas mãos, e esfrega cada centímetro da minha pele. Preciso de
todas as forças para não gritar, para não implorar que ele me foda aqui e
agora.
Ele ajuda a me enxaguar, e é a minha vez de torturá-lo. Ainda tenho
o controle e quero mantê-lo. Esfrego o sabonete líquido sobre cada
centímetro dele. Uma vez que minhas mãos não são nada além de água,
esfrego seu pau para completar. Ele está duro.
Gosto da sensação dele nas minhas mãos, do jeito que geme,
quando o acaricio.
Agora, ele é meu brinquedo, e sei exatamente o que quero fazer com
ele.
Envolvo minhas mãos em torno de seu pau e o acaricio. Ele me
beija com força, gemendo na minha boca. Ele está tremendo. Por minha
causa.
Neste momento, ele é todo meu.
Afasto meus lábios dos dele. Beijo seus ombros e peito, segurando
seus quadris em busca de apoio.
—Meg ...
—Sim? — Fico de joelhos, e pressiono meus lábios contra seu
estômago perfeito.
Ele enfia as mãos no meu cabelo. —Você é muito gostosa.
Ocorre-me que nunca fiz isso. Com o Miles na minha frente, não
fico hesitante nem tímida. Sei tudo o que preciso saber. Vou fazer o que
for preciso para fazê-lo se sentir tão bem quanto me senti no sofá.
Deslizo a língua ao redor da cabeça do seu pau. Ele estremece,
então, faço de novo. Novamente. Outra vez. Chupo a ponta dele. Ele está
duro, mas sua pele é macia. E tem gosto do Miles.
Levo o máximo que posso dele. Seu gemido profundo ecoa ao redor
do vidro do chuveiro. Isso me dá confiança. Preciso desse som nos meus
ouvidos. Preciso fazê-lo gozar.
Pressiono minha língua contra sua base, sugando com mais força.
Seus gemidos ficam mais altos. —Sexy por todas definições da
palavra. — Mais difíceis.
Seguro as coxas dele. Ele puxa meu cabelo. Perfeito. Meu corpo se
move com prazer. Preciso levá-lo lá. Preciso senti-lo gozar.
O levo mais fundo. Passo minha língua contra sua cabeça. Ele
geme, beliscando meus mamilos forte o suficiente para enviar pontadas
de prazer ao meu núcleo.
—A garota mais sexy que já conheci—, ele exala.
Corro a língua em torno da sua cabeça, até ele tremer. Até seus
gemidos ficarem baixos e profundos. Sua respiração elevada preenche o
espaço.
Ele aperta o meu mamilo. —Mhmm.
Ele está quase lá. Quase meu. Pressiono minhas mãos na sua
bunda, o empurrando mais fundo.
Suas mãos enrijecem. Suas coxas se fecham.
Ele goza, enchendo a minha boca. É doce e salgado e um pouco
estranho, mas, é gostoso sentir seu orgasmo, saboreá-lo. Quando acaba,
engulo com força.
A satisfação se espalha por mim. Diferente do orgasmo, mas
igualmente bom. O fiz gozar. O deixei desesperado.
Ele me levanta, e me abraça. Em seguida, seus lábios estão nos
meus, e sinto um tipo diferente de prazer.
O mundo todo se reorganiza. Não tenho ideia de onde estou, o que
isso significa, o que estamos fazendo aqui.
Capítulo 14
De volta à casa do seu tio – sua casa, me visto com uma boxer extra
e uma camiseta. Suas roupas extras. Não é uma coisa qualquer que ele
guarda para as mulheres descartáveis que traz aqui.
Nós nos acomodamos no sofá.
Miles coloca seu braço em volta do meu ombro. Descanso minha
cabeça no seu peito. É confortável estar aqui com ele. É normal.
Ele liga a TV e o PS4, e percorre um serviço de streaming. Ele passa
a mão pelo meu cabelo. —Isto é o que você quer assistir, né?
Ele vai para The Lost World. Ele está brincando comigo.
—Esperto—, digo.
—A fala é 'uma garota inteligente', e está no primeiro filme.
—Garoto esperto.
—Adoraria ver os dinossauros destruírem San Diego, mas, se
preferir assistir outra coisa, vá em frente. — Ele me entrega o controle
remoto.
—Você vai zombar de mim seja lá o que eu escolher.
Seu hálito está quente no meu ouvido. Ele passa a mão pelo decote
da minha camiseta, sua camiseta. —Provavelmente.
Arqueio as costas, pressionando meu peito nas suas mãos. —
Convença-me a escolher alguma coisa.
—Convencer você como? — As pontas dos seus dedos roçam minha
pele.
—Desse jeito—, inalo.
—Gosto da autoconfiança.
—Você está enrolando.
Ele desliza a mão na minha camiseta, as pontas dos dedos roçando
meu mamilo. —Por que faria isso?
—É inteligente, na verdade. Você está pressionado contra mim no
sofá. Você pode zombar de mim, e fazer o que quiser comigo
paralelamente.
Ele sorri. —Alguma parte disso que você não gosta?
—Não. — Me inclino ao seu toque. —Continue.
—Depois que você escolher um filme.
Não vou fazer nada com ele me tocando. Fecho os olhos, apertando
o controle remoto para me conter. Ele passa os dedos pelo meu peito,
segurando meu corpo contra o dele.
—Podemos assistir qualquer coisa—, digo.
—Mhmm. — Ele chupa meu lóbulo da orelha. —Você escolhe. —
—Você vai tirar sarro de mim.
—Seja como for, você não vai prestar atenção ao filme. Você
escolhe.
Seus dentes raspam contra o meu lóbulo da orelha enquanto ele
aperta meus mamilos. Não consigo mais me conter. Gemo e pressiono
meu corpo no dele.
—Miles ...
—Não conheço um filme com esse nome.
Ele está tentando me matar. Não há outra explicação razoável.
Ele leva os lábios ao meu pescoço, e me puxa para o seu colo.
Então, suas mãos estão na minha boxer, bem, na sua boxer. Ele a puxa
para meus joelhos.
—Miles ... você não pode ... não me provoque...
—Eu, provocar? Nunca. — Ele afunda os dentes no meu pescoço e
puxa a boxer dos meus quadris.
—O filme não me interessa.
—Eu sei.
Ele acaricia minhas coxas com um leve toque. Ele se aproxima, se
aproxima mais perto. Jogo minha cabeça para trás, e relaxo meu corpo
no dele. Os filmes são estúpidos. Os filmes são muito menos
surpreendentes do que isso.
Levanto os braços, e Miles puxa minha camiseta, sua camiseta, por
cima da minha cabeça. Estou no colo dele nua, no meio da sala, a TV
idiota ainda esperando minha seleção de filmes.
De jeito nenhum vou escolher um filme agora.
Ele pega meus pulsos, e planta minhas mãos no sofá, do lado de
fora das suas coxas. Seus lábios encontram o meu pescoço novamente.
Ele chupa a minha pele. O desejo se espalha pelos meus membros.
Ele pode me provocar o quanto quiser, se vai acabar assim.
Pressiono minhas mãos no sofá. Sou o brinquedo dele, e não vou
me opor a essa performance.
Ele acaricia minhas coxas com um leve toque, se aproximando cada
vez mais e mais. Ele está a um centímetro do meu sexo.
Ele desenha ziguezagues na minha coxa com as pontas dos dedos.
Meu corpo zumbe de desejo. O toque do Miles é tudo o que preciso. A
única coisa que preciso.
—Nunca me importei menos com um filme—, digo.
—Eu sei.
Sua respiração está quente no meu pescoço, minha orelha. Ele
chupa meu lóbulo novamente. A pressão é intensa, e cada movimento da
sua língua envia outra onda de prazer dentro de mim.
O Miles só pode me dar sexo, mas, meu Deus, ele pode me dar sexo.
—Toque em mim—, inalo.
—As coisas boas vêm para aqueles que esperam.
—Odeio esperar. —
—Eu sei. — Ele afunda os dentes no meu pescoço novamente,
apenas o suficiente para me sentir incrível. Seus dedos roçam meu sexo.
—Porra, Meg, como você está tão molhada?
—Você.
Ele geme e afunda os dentes no meu pescoço novamente.
Finalmente, as pontas dos seus dedos roçam no meu clitóris. Oh Inferno.
Sim. Seu toque envia faíscas através do meu corpo. Preciso de todas as
forças para não ofegar.
Arqueio as costas, balançando os quadris para me pressionar
contra a sua mão. Ele me acaricia com atenção lenta e constante. Seu
toque é leve e delicado, e cada parte de mim está desesperada por ele.
Não consigo conter a respiração. Não consigo fazer nada além de me
render à sensação.
Ele afunda os dentes no meu pescoço. Agora, é mais duro, e cada
mordida amplifica o prazer que cresce dentro de mim. Seu toque fica mais
duro, mais rápido, mais áspero. Ele esfrega meu clitóris com longas
passadas, seus dedos deslizando no meu sexo.
Ele desliza um dedo dentro de mim. Suspiro. É exatamente do que
preciso. Em seguida, são dois dedos.
Arqueio as costas para empurrá-lo mais fundo. Ele pressiona a mão
livre contra o meu peito, segurando meu corpo contra o dele, pela frente
contra o seu peito.
A pressão aumenta. Perto. É intenso. Pensei que meu corpo não
tinha mais nada, mas estou quase lá de novo. Respiro fundo, absorvendo
o som dos seus gemidos, a sensação da sua camiseta de algodão nas
minhas costas.
Estou nua no colo dele. Estou prestes a gozar. Ele tem todas as
cartas, e não dou a mínima. Desde que continue a me tocar, faz-me sentir
tão bem.
Meu corpo se enche de prazer. Começa dentro de mim, e irradia
através do meu núcleo, para o meu estômago, quadris, peito, coxas,
lábios. O fogo dentro de mim é tão intenso, que nada poderia apagá-lo.
Gemo. Quase. Quase. Aperto o sofá, quando um orgasmo penetra
dentro de mim. O prazer se espalha até os dedos das mãos e dos pés.
Ele me abraça durante algum tempo. Até minha respiração voltar
ao normal. Até quase acreditar que posso andar.
Seus lábios pressionam contra o meu pescoço. —Isso ajudou você
a decidir sobre um filme?
—Cale a boca.
—Isso não é maneira de agradecer o homem que a fez gritar tão
alto, que quase você quebrou o copo.
—Não seja arrogante—, murmuro.
—Se você prometer continuar tão barulhenta. Eu gosto. — Ele me
ajuda a sair do sofá, e pega minha mão. —Vamos lá. Quero te mostrar
uma coisa.
O sigo lá para cima. Ele abre a porta de um quarto, e acende as
luzes.
Ocorre-me que, mais uma vez, estou nua, e ele está completamente
vestido. De alguma forma, não me incomoda. Amo o jeito que ele olha
para mim, como se quisesse me consumir. Isso me faz sentir poderosa e
desejável.
Ele aponta para uma estante de livros. —Notou alguma coisa?
Puta merda. Têm três ou quatro dúzias de livros do Guerra nas
Estrelas ali. —Você é um nerd—, digo.
—Nosso segredo. — Ele desliza o braço à volta da minha cintura.
—Tenho de manter a minha reputação.
Concordo. Miles me contou um segredo. Temos um segredo. Além
da coisa de amigos com benefícios. Não é um grande segredo, mas parece
íntimo.
Meus lábios se curvam num sorriso. —Você se importa com o que
as outras pessoas pensam de você.
—Todo mundo faz isso.
—Mas você age como se não o fizesse. Você age como se nada
pudesse magoá-lo.
—Você sabe que isso não é verdade.
Deslizo minha mão em torno da sua cintura, e olho nos seus olhos.
—Conte-me outro segredo.
—Caramba, é difícil dizer não para uma mulher nua.
—Você disse na noite passada.
—Você sabe por que eu disse. — Ele passa os dedos pelo meu
cabelo. —Quão secreto?
—Muito secreto.
Ele ri. —Fui de Harry Potter no Halloween durante todo o ensino
médio.
—Você não fez isso.
Ele assente. —Eu era mais baixo, menor. Minha mãe adorava fazer
minha fantasia. Ela adorava esse tipo de coisa, a mágica, a justiça —
Seus olhos vão para o chão. —Eu tinha doze ou treze anos. Um garoto
mais velho pegou meus óculos falsos, e os jogou no chão pisando neles.
—O que você fez?
Tentei acertá-lo, mas não consegui. Ele era maior, mais forte. Pelo
resto do ano, nunca mais ouvi falar dele. Aprendi o valor de não reagir às
coisas. Então, fiquei maior, aprendi a bater com força. Foi só isso.
—Você parou de demonstrar suas emoções e começou a espancar
as pessoas, por que um valentão pegou sua fantasia de Harry Potter?
—Não. Como é que você sempre me chama?
—Indiferente.
—Sou indiferente, porque não quero que ninguém conheça minhas
fraquezas. Não quero que ninguém saiba o que me magoa. — Sua
expressão fica tensa.
—Mas suas músicas. Você está confessando para o mundo todo.
—Sim.
—Qual é a diferença?
—Estou no controle. Eu é que estou no palco, comandando
atenção, fazendo as garotas gritarem. — Seus olhos encontram os meus.
Ele passa as pontas dos dedos pelas minhas costas. —A maioria não ouve
com atenção as palavras. Não enxergam o que está na frente dos seus
rostos.
Me inclino ao seu toque. É difícil me concentrar com suas mãos no
meu corpo nu. Mas, posso dizer que isso é importante. Isso é realmente
um segredo.
Olho para trás. —Sim. Ouvi aquela música mil vezes. Aquele cara
que estava cantando. Ele era o meu melhor amigo. Ele era a única pessoa
que sabia onde me doía.
—Ainda sei onde dói em você. —
—Mas, eu não ... é diferente.
—Você sabe. — Ele dá um passo para trás. —Você sabe mais do
que ninguém.
Ele se senta na cama, seus olhos cheios com uma expressão que
não consigo identificar. É uma tristeza, mas não é só isso. Talvez,
saudade.
Esta era a casa do seu tio. Deve significar muito para ele. —Esta
casa parece intacta—, digo.
—Não venho aqui sozinho. Parece vazio sem Damon. Parece quieta
sem a risada dele.
Observo a estante de livros. Está atualizada. Tem três livros do
Guerra nas Estrelas que foram lançados durante o verão. Então, ele está
aqui às vezes. Pelo menos uma vez.
—Você tem um favorito? — Aceno para os livros.
—Não.
—Você gosta de outras ficções científicas ou só Guerra nas
Estrelas?
—Principalmente Star Wars. E Futurama.
Meus olhos encontram os dele. —Você já jogou Podracer ou Rogue
Squadron?
Agora, ele olha para mim como se eu fosse uma nerd.
—Nunca tive a chance.
—Você sabe o que isto significa?
Ele sorri. —O quê?
—Vamos assistir Guerra nas Estrelas.
—Qual?
—Todos eles.
—Você vai ficar aqui até as quatro da manhã.
—Você tem algo melhor para fazer?
Ele ri. —Você é muito fofa.
—Ok, tudo bem. Eu sou fofa. Mas, você não tem nada melhor para
fazer do que assistir doze horas de Guerra nas Estrelas.
—Não me ocorre nada que eu queira fazer.
Nem ligo que ele me chame de fofa. Há meses que não me sentia
tão animada. Estou praticamente saltando.
Miles parece muito animado.
É bom estar com ele, e fazer pequenas coisas. Fazer nada.
—Se você só quiser assistir um ou dois filmes, eu entendo. Não
quero incomodar—, digo.
—Não, gosto de ter você aqui. — Ele me puxa para a cama. — Gosto
da sua companhia.
—É assim que os jovens chamam?
—Eu amo transar com você. Mas também, gosto de conversar com
você. — Ele desliza as mãos sob a minha bunda, e me guia de costas. —
Gosto de você aqui. A casa não parece vazia. — Ele puxa a camiseta por
cima da cabeça. —Os caras da banda, talvez você não tenha notado, mas
eles me olham em busca de sinais de que vou voltar a quebrar.
—Quando você quebrou a primeira vez?
Ele não diz nada.
Passo minhas mãos pelos cabelos dele. —Ainda dói?
—Não tanto. Já faz quase um ano. — Ele pressiona seus lábios no
meu pescoço. — Gosto de conversar com você, Meg, mas, você precisará
colocar algumas roupas, se quiser continuar falando. — Ele arrasta as
pontas dos dedos sobre o meu peito. —Você quer conversar ou quer fazer
isso?
Respondo desabotoando seu jeans.
Capítulo 15
Pressiono meus lábios nos dele. Porra, seus lábios são macios.
Consigo sentir o beijo da cabeça aos pés. Isso não me ajuda pensar.
—Desculpe. — Dou um passo para trás. —Banheiro. —Ele assente.
Tem algo nos seus olhos, algo que não consigo reconhecer. Me viro,
e desço as escadas.
Três semanas.
Não consigo dormir.
Duas semanas.
O buraco no meu peito não mostra sinais de recuperação.
Não há dúvida disso. Ele está cantando sobre mim. Não é como
antes. Essa música é sobre mim. E, ele está cantando para mim. Fecho
os olhos, querendo que meus ouvidos se fechem, desejando que meus
pulmões respirem, desejando que meu coração fique firme.
Amor. Ele está usando a palavra amor para se referir a mim. Ele
consegue compartilhar seus sentimentos com o mundo, mas não
consegue compartilhá-los comigo.
Ele não quer falar comigo. Não me manda mensagens. Ele não
pediu desculpas. Ele nem sequer pediu para manter nossos benefícios.
Não significo nada para ele.
Capítulo 19
Eu pego uma carona com Kara, e fico largada no sofá, enquanto ela
se prepara para sua festa. Tom tenta conversar. Depois, Pete. Mando os
dois embora, alegando um desejo urgente de ler, e me escondo no terraço
do andar de cima.
Na verdade, estou tentando ganhar confiança para trocar de roupa.
Está na minha bolsa, no carro da Kara. Sei que afetará Miles. Sei
exatamente a reação que ela causará, seu queixo cairá, e seus dentes
afundarão no seu lábio inferior, mas estou preocupada com a reação que
causará nos outros.
Não é que lembrar ao Miles que me quer, vai me ajudar. Ele sabe
que me quer. O problema é que ele não se entrega para mim. Tenho que
aceitar. É só sexo. Apenas prazer. Apenas me sentir bem, morreu. Ele me
deixando fora do seu coração, isso não é bom. Isso dói mais do que tudo,
desde Rosie.
Meu coração precisa superar o quanto quer o dele. Não acontecerá.
O pôr do sol lança um brilho laranja sobre as colinas. A paisagem é linda,
o letreiro de Hollywood, o horizonte do centro de Los Angeles, as ruas
congestionadas por todo o trajeto até o litoral.
As estrelas do rock têm todas as oportunidades.
—Por que toda vez que te vejo, parece que você está esperando para
ser montada? — Miles coloca seu corpo ao lado do meu.
Instantaneamente, meus sentidos estão sobrecarregados. Me
lembro de que a intimidade emocional está fora de questão, mas meu
maldito coração se recusa a compreender.
Olho nos seus lindos olhos azuis. Ele ainda está na defensiva. Não
aguento mais.
Me levanto. —Com licença.
—Fala comigo.
—Você se foi esta manhã. Nenhum bilhete, não se despediu, nada.
—Tive de tratar de uma coisa.
—O quê?
—Merda de banda. Nada interessante. — Ele esfrega meu ombro.
—Não posso dizer que sinto sua falta. Não posso dizer que amo sua
risada. Faz parecer, que você não deveria esperar que te deixasse um
bilhete dizendo onde vou estar.
Ele faz um argumento convincente. Odeio que cria um bom
argumento. Detesto como ele é sensato. A agitação de ácido no meu
estômago parece totalmente irracional.
Fui eu que exigi que esquecêssemos os sentimentos. Por que meu
coração não pode aceitar isso?
Limpo minha garganta. —Você tem razão. Como sempre. Não se
cansa de ter razão? — É meio provocante, meio ofensivo.
—Às vezes.
—Por que você veio ontem à noite? — Pergunto. —Por que você me
abraçou e perguntou sobre a minha irmã?
—Você me ligou. — Miles olha para mim. —Estou respeitando seus
termos, Meg.
—É isso que você quer, para que tudo isso seja benéfico, sem
amizade incluída?
—É com o que concordamos. — Sua expressão muda, volta a ser
fria e imperturbável.
Meu batimento cardíaco acelera. Ainda não consigo causar a
reação que quero. Mas, posso recuperar o meu poder. Posso estar no
controle dele.
—Com licença. Preciso me trocar para a festa. — Aceno adeus. —
Vejo você mais tarde.
Seus olhos ficam em mim, mas, mesmo assim, ele não diz nada.
No térreo, a festa está enchendo. Passei por duas dúzias de pessoas
para encontrar Kara. Ela já está alegre. Quase bêbada.
Ela balbucia as palavras. —Querida, onde você esteve? Você quer
uma bebida? Você deveria tomar uma bebida.
OK. Passou dos limites, e completamente bêbada. É aniversário
dela. Não é momento para sermões.
—Talvez mais tarde. Agora, preciso da minha fantasia—, digo.
—Certo! — Ela salta para a bolsa, vasculha, e me entrega as chaves
do carro. —Arrasa com eles.
Troco de roupa no banco de trás do carro, enfio minhas roupas
numa mochila, e a jogo na cadeira do jardim. Não importa quantas vezes
ajusto o traje, me sinto desconfortável. Essa coisa é muito pequena. O
biquíni dourado da Princesa Leia parecia uma boa ideia esta manhã. No
momento, estou presa em quantos centímetros de pele que estou
expondo.
Respiro fundo, e verifico meu reflexo na janela. Estou linda. Nerd,
mas sexy.
E estou no controle. Vou afetar Miles.
Depois de mais três respirações profundas, vou para dentro. A festa
não está tão cheia como a última. São mais estudantes universitários do
que pessoas bonitas. Foi legal a banda deixar Kara convidar todos seus
amigos para a casa deles.
Luto contra o meu desejo de me esconder da ação. Sorrisão,
ombros para trás, estou confiante. Posso não gostar de festas, mas adoro
ter Miles nas minhas mãos.
Esta noite, sou a casual, a legal sem esforço.
Drew me vê e acena. Aceno de volta, muito prazer em vê-lo, mas por
favor Deus, me deixe aqui neste sofá sozinha acenando.
Não funciona. Ele se aproxima, e se senta ao meu lado. Está vestido
de policial. Combina com ele.
O tom da sua voz está sério. —Posso te perguntar uma coisa
pessoal?
Meu coração bate contra o meu peito. Por favor, não envolva Miles.
—Claro.
—Você está infeliz porque odeia festas, ou é por causa do Miles?
Caramba. Sem sorte hoje. —Não estou infeliz.
—Mal te conheço, e ainda sei que isso é mentira.
—Não estou. Não estou feliz, mas estou ... É difícil de explicar.
Ele levanta uma sobrancelha. —Não precisa explicar suas
intenções com essa roupa.
Dou de ombros como se usasse isso em todos Halloweens.
Ele observa as pessoas. Não consigo decifrar a expressão no seu
rosto. Drew é ilegível.
—Mantenho o que disse sobre Miles, vou chutar a bunda dele se te
magoar.
—Isso parece exagerado.
—Tenho estado por muito tempo em torno do extremista para
notar.
—Posso te perguntar uma coisa?
Ele concorda. —Justo é justo.
—Você quer ficar com Kara? Como o namorado dela?
Ele tem uma expressão indiferente. —Kara é incrível. Ela é
inteligente, engraçada, doce. Teria que ser cego para não perceber que
ela é linda. Mas, não vou jogar fora o que tenho com Kara, num
relacionamento que está fadado ao fracasso.
—E se não estiver fadado ao fracasso?
—Não vale o risco.
Um mês atrás, teria concordado. Relacionamentos são um saco.
Eles sempre falham. Olha para Rosie e Jared.
Mas agora, não sei se concordo. Miles e eu temos algo especial, um
acordo, uma intimidade. Nunca me senti assim com ninguém antes.
Está me rasgando por dentro, o quanto o quero. Mas é bom quando
o tenho. Estar com ele é melhor do que qualquer outra coisa.
OK. Meu coração se recusa a aceitar que isso seja casual. Pelo
menos estou ciente das suas falhas.
Algo chama a atenção do Drew. É a Kara. Ela está vestida de sereia.
O vestido decotado azul petróleo tem um padrão em escamas. Lantejoulas
adornam o decote em forma de coração, enfatizando seus seios grandes.
O vestido brilha no joelho, criando uma cauda de sereia adequada. Com
seu cabelo comprido e escuro sobre os ombros, ela tem toda a coisa da
sereia deusa do sexo no papo.
Drew ofega como um cachorro. Ele leva um minuto para recuperar
o fôlego.
Ele acena um adeus, na boa, como se ele não estivesse pensando
em jogar Kara na sua cama, e usar as algemas presas ao seu cinto para
mantê-la lá.
—Avise-me se você precisar de uma carona. — Ele abaixa a voz. —
Têm preservativos em todos os banheiros. Só não foda no meu quarto.
—Eu não vou...
Ele levanta uma sobrancelha, incrédulo. —Vou manter essa
conversa entre nós.
—Obrigada.
—Não é da minha conta. — Ele vai até Kara.
Quem o cara acha que está enganando? A reação dele é exatamente
a que estou tentando causar em Miles. Não tem como o Drew e a Kara
resistirem um ao outro por muito tempo. Não com o modo como eles se
provocam.
Fico perto da mesa de bebidas, tomando um copo grande de suco
de toranja.
Tom interrompe minha paz. —Todos os casais com fantasias iguais
têm que dançar juntos.
—Do que você está falando?
Tom não está vestindo uma fantasia. A menos que sua fantasia seja
o cara que não guarda segredos. Talvez Miles pegou essa.
Tom me leva para a pista de dança subitamente vazia.
Aparentemente, todo mundo abriu espaço para os otários com fantasias
de casais. Há dois super-heróis, um Buttercup e um Dread Pirate
Roberts, e lá está o Miles, vestido como o raio do Han Solo.
Suas pupilas dilatam. Sua língua desliza sobre seus lábios. Ele me
quer. Desesperadamente. Estou o afetando.
O tenho na minha mão.
Seus lábios se curvam em um sorriso. Ele oferece a sua mão. —
Princesa.
Não consigo parar de sorrir. Não tenho a mínima dúvida, ele está
usando aquela fantasia para mim. Ele está deixando outras pessoas
verem a nerdice, que ele geralmente guarda em segredo para mim.
Seguro sua mão. Meu sorriso se espalha de orelha a orelha. —
Canalha.
Ele envolve os braços na minha cintura, e me puxa para perto.
Algumas pessoas aplaudem. Tom dá a volta, forçando mais pessoas se
juntarem. Tenho certeza de que ele está fazendo isso a pedido da Kara,
mesmo assim, não gosto de estar tão perto dos holofotes.
A música é rápida, uma música pop que não conheço. Não consigo
acompanhar. Mas, não preciso.
Miles se move devagar. Abraço o seu pescoço, e aproximo meu
corpo do dele. Independente das circunstâncias, seus braços parecem
agradáveis. Melhor do que agradável. Seus braços me fazem sentir
melhor do que qualquer coisa.
Estou fodida. Não tem como resistir à atração que ele tem sobre o
meu coração.
Dançamos a música toda. E acabou, e seus braços estão ao seu
lado. Murmuro um com licença, e desapareço na multidão. Todos ao meu
redor estão dançando, gritando ou tirando fotos! Está pior na cozinha.
Uma dúzia de pessoas está aglomerada em volta de uma mesa, jogando
Kings Cup. Conheço alguns deles da faculdade. Mas o pior, eles me
conhecem como aquela garota que não bebe e nunca se diverte.
Uma das minhas colegas de classe, acho que o nome dela é Sally,
acena para mim. —Ei, Meg, quer jogar?
—Não, obrigada. Eu tenho ...— Tento pensar numa desculpa que
não termine com alguém perguntando por que não estou bebendo.
—Aí está você. — Miles desliza os braços em volta da minha
cintura. Ele acena para os meus colegas. —Desculpe levar Meg para longe
de vocês, mas preciso dela desesperadamente.
O rosto da Sally se ilumina de alegria. Inferno, a garota parece que
está prestes a se molhar. Concordo com a cabeça, sim, obviamente, não
posso jogar seu jogo de bebida, porque a estrela do rock gostoso precisa
de mim desesperadamente. Veja, sou divertida. Sou legal. Não sou uma
estraga prazeres.
Miles me leva para fora. Está escuro e frio, e ele está lindo sob a
luz da lua.
Ele tira meu cabelo dos meus olhos.
Consigo ver sua respiração, aquele pouco de calor escapando de
seu corpo. Inferno, consigo ver bem nos seus olhos. Não me diz o
suficiente. Não sei o que ele pensa.
—Você está sóbrio, não está? —Pergunto.
Ele assente.
—Acho que somos as únicas duas pessoas sóbrias nesta festa.
—Você quer uma carona para casa? — Ele pergunta.
—Não. — Vou para o sofá no terraço. Minha mochila ainda está
sobre a mesa. Me sento ao lado dele. —Sei lá. Você estava à procura de
sair daqui?
Ele se senta ao meu lado. —Em breve. E a sua amiga?
—Ela está bem. Drew limpou o quarto para ela.
—O quarto ou a cama dele?
—Não dá para ver pelo humor dele?
Miles ri. —Eu posso, na verdade. Ele não vai transar com ela.
—Ele é assim tão óbvio?
Miles assente. —Ela é?
—Mais ou menos. Há muito tempo não conversamos de caras.
Tenho me esforçado para não pensar em nada além dos exames e na
faculdade de medicina.
—Você já tomou alguma decisão sobre onde vai se candidatar?
—Ainda não. — Volto a olhar para os olhos do Miles. Há tanta coisa
neles que nunca vou descobrir. —Mas, não quero pensar sobre isso está
noite.
—Princesa, acho que você está se aproveitando de mim.
Meus lábios se curvam num sorriso.
—Só porque você é da realeza, isso não significa que você pode me
usar pelo meu corpo. Mesmo que eu seja um canalha.
—Não? — Pego a mão dele, e a coloco sobre a curva do meu quadril,
então, seus dedos roçam minha pele nua. —Você não está desesperado
para tirar isso?
Ele balança a cabeça.
—Por isso, você está desesperado para eu deixar isso acontecer? —
Pressiono meu corpo contra o dele. —Você tem uma fantasia de transar
com a princesa?
—Você tem certeza de que é isso que você quer?
Concordo.
—Então vamos.
—Onde?
—Minha casa em Malibu.
—Agora?
Ele se levanta e oferece sua mão. —Ei, princesa, tenho a nave mais
rápida da galáxia. Posso levá-la pra onde você quiser num piscar de
olhos.
—Você quer dizer a moto da morte, não é?
Ele sorri. —Você vai ferir os sentimentos dela.
Capítulo 22
Volto a vestir as roupas para carona na casa dele. Ainda está frio e
aterrorizante na moto. Mas, isso não é nada comparado a todas as
emoções que se agitam dentro de mim.
Passamos a noite no sofá, assistindo filmes de ficção científica.
Verdade seja dita, não há muito para ver. Sobretudo beijo, toque, foda. É
uma sensação incrível, estar tão perto dele. É como se estivéssemos no
nosso próprio mundinho. Nossa própria bolha.
Como se nada pudesse nos derrubar.
Passamos a noite juntos na sua cama. Passamos a manhã no sofá,
tomando café e se beijando, e nem sequer assistindo os filmes do Matrix.
A casa é linda e brilhante, mas desta vez é tocável. É íntimo. É
minha. Ele é meu. Sei que não é, concordamos em manter todos os
benefícios, sem amizade, mas parece que ele é meu.
Pressiono meus lábios nos dele. Ele tem um gosto bom. Suas
pernas ficam bem entre as minhas. Seu peito fica bem contra o meu.
Mas há esse som. Essa melodia irritante. É familiar. Está alto.
Droga.
Esse é o toque que designei para os meus pais. E, tenho evitado as
mensagens deles há semanas. Não há mais como evitar. Uma vez que
eles mudam para a ligação, eles ligam, ligam e ligam.
—Desculpa, preciso atender. — Me levanto do sofá, e pego o meu
telefone. Respiração profunda. —Oi, mãe. Como você está?
—Estou preocupada. Você recebeu minha mensagem sobre o Dia
de Ação de Graças?
—Sim.
Miles passa os dedos por cima do meu ombro. Ele sussurra: —Diga
a eles que você tem andado ocupada, porque está saindo com alguém.
—Desculpe. — Coloco o telefone no viva-voz e no mudo, e viro para
Miles. —Você está louco?
—Confie em mim. Diga a ela que tem um namorado. Isso dará a
você algo para conversar além da faculdade de medicina e da sua irmã.
Ele faz um argumento convincente.
—Ainda vou com você—, ele diz —No Dia de Ação de Graças.
Inferno, convide-os para nos encontrar no Nobu hoje à noite. Vou
impressioná-los pagando.
—Isso os impressionaria.
—Eu sei. — Ele tira meu cabelo dos olhos. —Você tem que admitir
que sou encantador. Para um canalha.
—Não tenho que admitir isso, não!
—Mas você sabe que é verdade.
—Megara —. A voz da mamãe flui pelo viva-voz. —Você está aí?
—Diga a ela—, Miles murmura.
Ele tem razão. Deveria contar a ela. É uma distração perfeita. A
visita será um milhão de vezes mais fácil, se tiver o Miles ao meu lado.
Estar naquela casa sozinha, ou apenas com a mamãe e o papai ... Ainda
dói.
—Sinto muito, mãe. Isso é... esse é o Miles. Meu namorado. —
Respiro fundo. —Estamos namorando há alguns meses. E isso me
manteve ocupada.
—Você está saindo com alguém? — A voz dela está neutra.
—Sim. Ele é maravilhoso. Muito, muito legal. Inteligente. — Porra,
o que ela quer ouvir? Nunca me preocupei que minha mãe aprovasse um
cara.
—Diga a ela que fui para Stanford—, sussurra Miles.
Isso é bom. —Ele é um pouco mais velho. Formou-se em Stanford
há alguns anos.
—Que bom, querida. Miles, é? — Ela pergunta.
—Sim. Miles. Você vai gostar dele.— Por que ela gostaria dele?
Droga, como é que funciona essa coisa dos pais conhecerem o seu
namorado?
—Como sua mãe gosta de se divertir? — O Miles sussurra.
—Me dá um segundo, mãe. — Cubro o fone com a mão e sussurro
para Miles. —Ela não tem tempo para se divertir. Ela é uma cirurgiã. —
Quebro minha cabeça. Ninguém na minha família se diverte há muito
tempo. —Ela gosta de mitologia. E filmes estrangeiros.
—Pule essa parte. Convide-me para o Dia de Ação de Graças—, ele
diz. —Confie em mim. Ela ficará animada por você querer me apresentar.
Isso não parece coisa da minha mãe, mas vou tentar. Volto para o
celular. —Desculpa, mãe. Ele é um pouco perturbador. Ele quer muito
conhecer vocês. Você acha que ele poderia ir comigo no Dia de Ação de
Graças?
—Você está vindo para casa? — Sua voz se anima. —Claro, querida.
Esperávamos que você voltasse para casa. Você não tem que trabalhar?
—Não. Meu chefe me deu a semana toda de folga. — Mordo minha
língua. Não há como sair dessa agora. —Miles não tem muita família por
aqui. Sei que ele gostará.
—Sim. Será bom ter companhia, já que nós não... — Sua voz
rompe. —Vocês dois podem passar o fim de semana. Ou só a quinta-feira.
Seu pai está trabalhando na sexta-feira, mas é no turno da manhã.
Então, no fim de semana, bem, você já conhece a rotina.
Ah, as vantagens de ter uma cirurgiã e um médico de Pronto
Socorro como pais. Eles estão sempre trabalhando. Se fosse do tipo que
se metesse em problemas, poderia ter me aproveitado das suas agendas
ocupadas durante o ensino médio.
Na verdade, é notável que ambos tenham folga no Dia de Ação de
Graças. Normalmente, jantamos fora do horário para satisfazer suas
agendas.
—Você já pensou nas faculdades? — Mamãe pergunta. —O curso
da UCI está melhorando. Você poderia ficar aqui. Pouparia o trabalho de
você encontrar um lugar.
—Estou pensando numa faculdade na Costa Leste. — Não é onde
quero que essa conversa vá. Olho para Miles em busca de orientação.
Ele balança a cabeça. —Pergunte a ela como ela está. Sobre o
trabalho ou hobby.
Sim, claro. Parece tão óbvio quando ele diz isso. Volto minha
atenção para o telefone —Como está o trabalho?
—Agitado, é claro. A Dra. Lee está abrindo um consultório
particular. Ela me convidou para participar, mas, não sei se consigo sair
do hospital. — A voz da mamãe se eleva. Isso é algo que ela pode falar. —
Miles está na sua casa, querida? Ou você está na casa dele?
—Na dele
—E, estão sendo seguros?
Meu Deus. Vou morrer de vergonha. Mas isso não é nada. Mamãe
é uma cirurgiã especializada em ginecologia. Estou chocada, por ela não
estar usando palavras mais explícitas.
—Sim, estamos—, digo.
Miles ri.
Coloco minha mão sobre o microfone do telefone. —Isso não tem
graça.
—Você está sorrindo—, ele diz.
Porra, estou sorrindo. Ok, é um pouco engraçado.
Ele pede o telefone.
Não é uma má ideia, ele falar com ela. —Mãe, o Miles quer falar
com você. Para dizer oi. Ele está muito animado para conhecê-la. Tudo
bem?
—Parece um jovem educado.
Agora isso é engraçado. Rio. É uma gargalhada, uma das melhores
risadas que já tive faz tempo. Minha mãe acha que meu amigo de foda
rock star é um jovem educado.
Isso é um absurdo.
Entrego o telefone para o Miles.
Miles ri. Ele cobre o fone com as mãos. —Você é tão ruim nisso.
Bato nele de brincadeira.
—Oi, Dra. Smart. É Miles. Meg me falou muito sobre você. — Seus
olhos fixam nos meus. Ele está sorrindo de orelha a orelha.
Ele bajula minha mãe. Posso dizer daqui que ela está encantada.
Ele é bem-vindo para ficar o tempo que quiser. Ele está feliz por
finalmente conhecer minha mãe, a qual supostamente ouviu falar muito.
Ele até se despede, e termina a ligação sem passar de volta para
mim.
Miles conversa sem esforço com o meu pai, sem perder o ritmo. São
esportes, filmes, pedidos de histórias embaraçosas sobre mim. Depois do
jantar, eles vão à TV. Papai muda os canais, e acaba aceitando uma
reprise qualquer.
Rastejo escada acima. Se minha mãe quer mesmo falar sobre a
Rosie, quero estar lá com ela.
A porta do seu quarto está aberta uma fresta. Ela está sentada na
cama, no escuro, com as mãos em volta de uma moldura de prata.
Esse quadro costumava estar na parede. Uma das fotos da família.
Um antigo, quando éramos crianças, antes de tudo dar errado.
Lágrimas escorrem por suas bochechas. Estão caladas, como se ela
não quisesse que ninguém soubesse que dói.
Seguro a maçaneta, mas não consigo empurrar a porta. O que vou
dizer?
Não tenho as respostas. Não faço ideia de como lidar com isso.
Minha mão na maçaneta libera. Melhor ir para o quarto sozinha.
Melhor chorar sozinha, onde não machucarei mais ninguém.
Algumas horas se passaram. Puxo meu edredom sobre a cabeça, e
leio um dos meus livros do Guerra nas Estrelas. As palavras não causam
impacto. Tudo nesta casa é sufocante.
Meu pai vai dormir. As luzes se apagam. Miles se junta a mim na
cama, e passa os braços a minha volta. Vai direto atrás do ouro. Suas
mãos deslizam sob o meu cardigan, traçando o contorno do meu sutiã.
—Podemos tirar isso agora—, ele disse.
O calor que percorre meu corpo é a primeira coisa agradável que
senti durante todo o dia, mas meus pais estão três portas abaixo. —Aqui
não.
Seus lábios roçam meu pescoço. —Você está certa. — Ele afunda
os dentes na minha pele. —Sem chance de você conseguir ficar quieta.
—Eu consigo. Mas, você gosta quando faço barulho.
—Porra, sim. — Ele passa os dedos pelas minhas coxas. —Tem um
lugar que quero te levar.
—Mesmo?
—Você vai gostar. — Ele me tira da cama. —Claro, você virá com
tanta força que mal vai perceber o que a rodeia.
Já comecei a gostar.
Capítulo 26
Miles ainda tem a minha mala no seu porta-malas. Ele a traz até a
porta do meu apartamento.
—Eu gostaria de entrar—, ele diz.
Balanço a cabeça. —Não estou com saco pra isso ... nada disso,
nesse momento. — Mexo na minha chave. —As provas começam na
segunda-feira. Tenho que me desligar de tudo para conseguir estudar.
Ele concorda. —Quando termina?
—No dia doze.
—A gente se vê no dia doze.
Ele desliza as mãos pela minha cintura, puxa meu corpo para o
dele, e me beija. O calor invade o meu corpo. É doce, quente e delicado,
tudo ao mesmo tempo.
Tiro sua jaqueta de couro dos meus braços, e tento entregá-la. Ele
acena para longe. —Quero que fique com ela.
Concordo.
—Tchau, Meg.
—Tchau.
Não respiro direito, até ouvir as portas do elevador se fecharem
atrás dele.
Capítulo 34