Bens Temporais Da Igreja
Bens Temporais Da Igreja
Bens Temporais Da Igreja
LEGIS
LAÇÃO
PARA A
ADMINISTRAÇÃO DOS
BENS TEMPORAIS DA
IGREJA NA
DIOCESE DE VIANA
DO CASTELO
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Ano 2012
LEGIS
LAÇÃO
PARA A
ADMINISTRAÇÃO DOS
BENS TEMPORAIS DA
IGREJA NA
DIOCESE DE VIANA
DO CASTELO
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7
DOM ANACLETO CORDEIRO
GONÇALVES DE OLIVEIRA
BISPO DE VIANA DO CASTELO
DECRETO
FUNDAMENTAÇÃO
TEOLÓGICA E PASTORAL
1. A Igreja comunhão
“A comunhão está no coração da autoconsciência da Igre-
ja”1 – a comunhão com Deus e, por Ele e n‘Ele, entre os cris-
tãos.
Assim, é de Deus, Trindade Santíssima, que a Igreja re-
cebe a sua existência, essência e missão. Sendo obra de Deus
uno e trino, pelas suas intervenções histórico-salvíficas, “toda
a Igreja aparece como «povo reunido na unidade do Pai e do
Filho e do Espírito Santo».”2 Em consequência disso e em
sentido inverso, é primariamente pela Igreja que os fiéis “en-
tram em comunhão com a Santíssima Trindade.”3 Finalmente,
a Igreja, “por todo o seu ser e em todos os seus membros, é
enviada para anunciar e testemunhar, actualizar e derramar o
mistério da comunhão da Santíssima Trindade.”4
Resultado principal e, ao mesmo tempo, expressão privi-
legiada e essencial desta comunhão com Deus é a união frater-
na entre nós cristãos. Somos todos irmãos, ao tornarmo-nos,
nomeadamente pelos sacramentos, filhos de um só Pai que
está nos Céus (Mt 23, 9-10). De facto, num só Espírito, fomos
todos baptizados para formar um só corpo, judeus e gregos,
escravos ou livres, e todos bebemos de um só Espírito (1 Cor
12, 13). E pela comunhão eucarística com o Corpo de Cristo,
no mesmo pão sagrado que partimos e de que nos alimenta-
mos, nós, embora muitos, somos um só Corpo, porque todos
participamos desse único pão (10, 16-17).
Daí a conclusão de S. Paulo: Vós sois o Corpo de Cristo
e sois seus membros, cada um por sua parte (12, 27). Isto é,
“neste Corpo, a vida de Cristo comunica-se aos crentes que,
através dos sacramentos, se unem de modo misterioso e real, a
1
Directório para o Ministério Pastoral dos Bispos 7.
2
Lumen Gentium 4, com uma citação de S. Irineu.
3
Unitatis Redintegratio 15.
4
Catecismo da Igreja Católica 738.
12 Fundamentação Teológica e Pastoral
5
Lumen Gentium 7.
Fundamentação Teológica e Pastoral 13
(4, 32). E era também por isso que o Senhor aumentava todos
os dias o número dos que deviam salvar-se (2, 47).
Isto significa que os bens temporais da Igreja, porque
adquiridos e usados neste âmbito da comunhão com Deus e
entre os cristãos que d’Ele e para Ele vivem, se devem consi-
derar propriedade divina.
São-no, em primeiro lugar pela sua origem. A grande
maioria deles provém de ofertas, directa ou indirectamente
associadas à vivência da fé e prática de vida cristã, a começar
pelo culto. Já S. Paulo exortava os cristãos de Corinto a parti-
ciparem na colecta em favor da comunidade cristã de Jerusa-
lém no primeiro dia da semana (1 Cor 16, 2), o dia por exce-
lência para a celebração da Eucaristia, memorial e anúncio da
morte e ressurreição do Senhor.
O mesmo acontece hoje com muitas ofertas feitas na Igre-
ja: são recolhidas e levadas ao altar juntamente com o pão e o
vinho que são, ao mesmo tempo, dons de Deus (como fruto da
terra e da videira) e do homem (fruto do seu trabalho). Trans-
formados no Corpo e no Sangue do Senhor, são eles, como
pão da vida e vinho da salvação, que levam tantos cristãos a
tornarem-se uma oferenda permanente, pela entrega das suas
vidas como sacrifício vivo, santo, agradável a Deus (Rom 12,
1), designadamente com as ofertas que fazem dentro e fora
das celebrações da sua fé.
Sendo assim predominantemente oferecidos a Deus, no
âmbito da comunhão que O caracteriza e que Ele cria nas co-
munidades que d’Ele vivem, os bens temporais da Igreja têm
primariamente de destinar-se para fins que se insiram na mis-
são recebida do mesmo Deus.
E, de facto, é para isso que “a Igreja católica, por direito
originário, independentemente do poder civil, pode adquirir,
conservar administrar e alienar bens temporais: para poder
prosseguir, na sociedade humana em que existe e actua, os
fins que lhe são próprios.” E esses fins “são principalmente os
seguintes: ordenar o culto divino, providenciar a honesta sus-
tentação do clero e dos outros ministros, exercer obras do sa-
14 Fundamentação Teológica e Pastoral
6
Código de Direito Canónico, c. 1254; Presbyterorum ordninis 17.
7
Presbyterorum Ordinis 21; cf. Código de Direito Canónico, c. 1274, § 3.
8
Cf. Código de Direito Canónico, c. 531.
9
Presbyterorum Ordinis 21, a propósito do fundo económico diocesano.
Fundamentação Teológica e Pastoral 15
ticularmente ao Bispo e aos presbíteros chamar a atenção dos
fiéis para este dever, sendo eles próprios modelos no seu cum-
primento.
4. Conselhos para os assuntos económicos da diocese e da
paróquia
Em cada diocese e em cada paróquia deve constituir-se
um Conselho para os assuntos económicos, que assessore, res-
pectivamente, o Bispo e o pároco na administração dos bens
temporais diocesanos e paroquiais.10
O facto de serem de instituição canonicamente obrigató-
ria e de deverem ser constituídos por “fiéis, nomeados pelo
bispo, que sejam verdadeiramente peritos em assuntos econó-
micos e em direito civil, e notáveis pela sua integridade”,11
mostra a importância destes conselhos, relativamente ao lugar
e função dos bens temporais na comunhão da Igreja.
Nesse sentido, espera-se da parte dos membros destes
Conselhos um grande sentido de corresponsabilidade eclesial.
E eles próprios, através deste serviço que prestam à igreja,
podem dar um contributo decisivo para despertar nos restan-
tes fiéis, que de certo modo representam, o mesmo sentido de
corresponsabilidade.
Devem, para tanto, esforçar-se por realizar uma adminis-
tração rigorosa e transparente e dar sinais disso, designada-
mente através da elaboração de orçamentos e da apresentação
de contas, pelo menos anuais. Deste modo, conquistarão mais
facilmente a confiança dos fiéis, motivando-os para uma mai-
or participação na vida da Igreja, neste caso através da oferta e
partilha de seus bens.
5. Estatuto económico do clero
Dado o lugar e a responsabilidade que os sacerdotes têm
em todas as áreas da vida da Igreja, esta estabelece para eles
10
Cf. Código de Direito Canónico, c. 492, § 1, e 537.
11
Ibidem, c. 492, § 1, acerca do conselho diocesano para os assuntos económicos.
16 Fundamentação Teológica e Pastoral
12
Presbyterorum Ordinis 20. Cf. Código de Direito Canónico, c. 281, § 1.
13
Código de Direito Canónico, c 281, § 1 e 2; 283, § 2.Cf. Presbyterorum Ordinis 20
e 21.
14
Presbyterorum Ordinis 20.
15
Ibidem.
Fundamentação Teológica e Pastoral 17
circunstâncias de tempos e lugares, deve ser basicamente a
mesma para todos os que se encontram nas mesmas circuns-
tâncias e proporcional à sua situação.” Mas esta situação tem a
ver, não com a dignidade sacerdotal que é a mesma em todos,
mas com diferentes necessidades, inerentes ao exercício do
ministério, como, por exemplo, “a remuneração dos que se
dedicam ao serviço desses presbíteros.” 16
c) Incentivar os presbíteros ao desprendimento, isto é,
àquela “pobreza voluntária, pela qual mais manifestamente se
assemelham a Cristo e se tornam mais dispostos para o sagra-
do ministério. Cristo, com efeito, sendo rico, fez-se pobre por
amor de nós, para que, com a sua pobreza, nos tornássemos
ricos. Os Apóstolos testemunharam, pelo seu exemplo, que os
dons gratuitos de Deus devem ser distribuídos gratuitamente,
sabendo viver, não só na abundância, mas também na pobre-
za.”17 Nesse sentido, os sacerdotes são exortados a que:
- “não possuam os cargos eclesiásticos para lucro, nem
empreguem os rendimentos deles provenientes para aumento
do próprio património familiar;”
- “evitem sempre toda a ambição e abstenham-se caute-
losamente de qualquer espécie de comércio;”18
- “cultivem a simplicidade de vida e abstenham-se de tudo
o que tenha ressaibos de vaidade;”
- “Os bens recebidos por ocasião do exercício do ofício
eclesiástico, que lhes sobejarem depois de providenciarem à
sua honesta sustentação e ao cumprimento dos deveres do pró-
prio estado, procurem empregá-los para o bem da Igreja e em
obras de caridade.”19
Para tudo isto, “é necessário atribuir primordial impor-
tância à função que os ministros sagrados desempenham. Por
isso, o chamado sistema beneficial deve ser abandonado, ou,
pelo menos, reformado de maneira que a parte do benefício ou
16
Ibidem.
17
Ibidem 17, com alusões a 2 Cor 8, 9; Act 8, 18-25; Fil 4, 12.
18
Prebyterorum Ordinis 17.
19
Código de Direito Canónico, c. 282.
18 Fundamentação Teológica e Pastoral
20
Presbyterorum Ordinis 20. Cf. Código de Direito Canónico, c. 1272.
21
Presbyterorum Ordinis 21. Cf. Código de Direito Canónico, c. 1274, § 1.
Fundamentação Teológica e Pastoral 19
doença, invalidez ou velhice, estão total ou parcialmente inac-
tivos e não usufruem de uma reforma ou outra fonte de rendi-
mentos à altura dos seus direitos e necessidades.
Existindo para os sacerdotes, são primariamente eles que
mantêm o fundo diocesano do clero, através de contributos
fixos e eventuais. Mas ele está aberto também a donativos de
outras pessoas, organismos e instituições, que deste modo
manifestam o seu reconhecimento aos sacerdotes que, directa
ou indirectamente, as servem.
Além de ser instrumento de solidariedade fraterna entre
os sacerdotes, o fundo diocesano do clero assegura a todos
eles a equidade na remuneração, de tal modo que, “sem ansie-
dade, podem cultivar a pobreza com o alegre espírito do Evan-
gelho e entregar-se inteiramente à salvação das almas.”22
22
Presbyterorum Ordinis 21.
20
21
PARTE I
NORMAS GERAIS
22
Parte I Normas Gerais 23
Capítulo I
Gestão dos Bens Temporais da Diocese e suas Paróquias
Artigo 1.º - A Igreja na sua constituição jurídico-administrativa
A Igreja autocompreende-se, na sua origem, essência e
missão, como mistério de fé. Mas, dado que, por vontade do
seu fundador Jesus Cristo, está inculturada na cidade terrena,
tem de aproveitar desta a estrutura administrativa, em que se
organize, actue e regulamente, para, mais fácil e eficazmente,
dialogar com os homens, na sua caminhada terrestre. Assim, é
para cumprir a sua missão salvífica, de evangelização e cate-
quese, celebração dos sacramentos e prática da caridade, que a
Igreja se serve de instituições jurídico-administrativas e de bens
temporais e materiais.
Artigo 2.º - Diocese e paróquias como instituições administrativas
Na sua organização administrativa, além de outras enti-
dades (associações, fundações, etc.), a Igreja tem como insti-
tuições fundamentais a diocese e a paróquia:
a) a diocese é a porção do povo de Deus confiada ao Bis-
po diocesano e por ele governada com a cooperação do presbi-
tério, de tal modo que, aderindo ao seu pastor e por ele congre-
gada no Espírito Santo, mediante o Evangelho e a Eucaristia,
constitua uma Igreja particular, em que se encontra e actua a
Igreja de Jesus Cristo una, santa, católica e apostólica (CDC
cc. 368-369);
b) a paróquia é uma certa comunidade de fiéis constitu-
ída de modo estável na Igreja particular, cujo cuidado pasto-
ral, sob a autoridade do Bispo diocesano, está confiado a um
pároco como seu pastor próprio (CDC c. 515).
Artigo 3.º - Poder governativo do Bispo diocesano
Ao Bispo diocesano e àqueles que, à luz do direito, a ele
se equiparam, compete toda a jurisdição ordinária, própria e
imediata, requerida para o exercício do seu múnus pastoral e
da qual faz parte: governar, segundo as normas do direito, a
Igreja particular que lhe foi confiada, com poder legislativo,
24 Parte I Normas Gerais
Capítulo II
Bens temporais da Igreja e seus administradores
Artigo 6.º - Domínio dos bens temporais
O domínio dos bens temporais adquiridos, respectivamen-
te, pela diocese e pela paróquia, pertence, sob a suprema auto-
ridade do Romano Pontífice, à pessoa jurídica que legitima-
mente os adquiriu, isto é, respectivamente, à diocese e à paró-
quia (CDC c. 1256).
Artigo 7.º - Administradores dos bens temporais
A administração dos bens eclesiásticos da diocese e da
paróquia pertence a quem de imediato representa juridicamente
Parte I Normas Gerais 25
e governa legalmente a pessoa à qual pertencem esses bens,
isto é, respectivamente, ao Bispo diocesano e ao Pároco
provisionado (CDC c. 1279 §1).
§ único – Se à paróquia faltar o administrador, o Ordi-
nário do lugar deve escolher, por um triénio, pessoas idóneas
que o façam, as quais podem ser reconduzidas pelo Ordinário
(CDC c. 1279 §2).
Artigo 8.º - Normas e órgãos administrativos dos bens eclesiásticos
§1 - Os bens pertencentes à diocese e à paróquia, institui-
ções canónicas de natureza pública, como bens eclesiásticos
que são, devem ser administrados de acordo com leis próprias,
consignadas no Código de Direito Canónico, na legislação
particular da Conferência Episcopal Portuguesa, na legislação
particular da diocese e nos estatutos próprios (CDC c. 1257
§1).
§2 - A administração dos bens da diocese, cujo adminis-
trador é o Bispo diocesano, está a cargo do mesmo, ajudado
pelo Conselho Diocesano para os Assuntos Económicos, pelo
Colégio de Consultores e pelo Ecónomo diocesano, nos quais
poderá delegar tarefas de administração (CDC cc. 492, 493,
494 e 1278).
§3 - A administração dos bens da paróquia, cujo adminis-
trador é o pároco provisionado, está a cargo do mesmo, ajuda-
do pelo Conselho Paroquial para os Assuntos Económicos, no
qual poderá delegar tarefas de administração (CDC cc. 532,
537, 1279 §1 e 1280).
Artigo 9.º - Instituições de bens eclesiásticos
Em ordem à realização da sua missão eclesial, cada dio-
cese deve constituir e ter em exercício, a nível diocesano e
paroquial, uma série de institutos que permitam a sua sobrevi-
vência e ocorrer a diferentes necessidades, procurando para
eles, quanto possível, o reconhecimento e a eficácia jurídicas
perante a legislação civil (CDC c. 1274).
§ único – Neste enquadramento legal, estão instituídos
na Diocese de Viana do Castelo o Fundo Económico Diocesa-
26 Parte I Normas Gerais
1
A Segurança Social dos Clérigos está regulamentada por legislação promulgada
pelo Estado Português: Portaria n.º 291/74, de 23 de Abril; Despacho n.º 05/83, de 31
de Janeiro; Lei n.º 110/2009, de 16 de Setembro que aprovou o novo Código dos
Regimes Contributivos do Sistema Previdencial de Segurança Social (para os cléri-
gos, ver Capítulo III, Secção I, Artigo 122 e segts. desta legislação civil).
27
PARTE II
BENS E INSTITUIÇÕES
ADMINISTRATIVAS DA
DIOCESE
28
Parte II Bens e Instituições Administrativas da Diocese 29
TÍTULO I
1
O Fundo Económico Diocesano, de harmonia com o espírito do Concílio Vaticano II
que, na administração dos bens eclesiásticos, aponta um sistema unitário, vem substi-
tuir o anterior sistema de administração, em separado, da diocese e da mitra.
30 Parte II Bens e Instituições Administrativas da Diocese
TÍTULO II
ADMINISTRAÇÃO
DOS BENS DA DIOCESE
Artigo 21.º - Lugar do Bispo na administração dos bens da diocese
O Bispo diocesano realiza uma tríplice função na admi-
nistração dos bens eclesiásticos a ele sujeitos:
a) é o administrador imediato dos bens cujo titular jurídi-
co é a diocese (CDC c. 1279 §1);
34 Parte II Bens e Instituições Administrativas da Diocese
2
O Bispo diocesano, à luz do CDC cânon 1276 §1, desempenha um importante traba-
lho de administração sobre todos os bens eclesiásticos da sua diocese, como: vigiando
a administração dos bens eclesiásticos que dele dependem (c. 1276 §1); designando
um administrador próprio para as pessoas jurídicas públicas que o não possuam (c.
1279 §2.); concedendo a autorização para os actos de administração de maior impor-
tância (c. 1277), para o exercício da administração extraordinária (c. 1281), para ini-
ciar ou contestar uma acção judicial no foro civil (c. 1288), para a alienação de bens
eclesiásticos (cc. 1291; 1292 e 1293); e vigiando o cumprimento das pias vontades
(cc. 1301; 1302; 1304 e 1305).
3
O Bispo diocesano tem igualmente um importante trabalho legislativo relativamen-
te à economia da sua diocese: compete-lhe ordenar e regular tudo o que se refere à
administração dos bens eclesiásticos (CDC c. 1276 §2) e determinar quais são os
actos de administração ordinária de maior importância e de administração extraordi-
nária (CDC cc. 1277 e 1281). No uso da mesma competência legislativa, pode o
Bispo diocesano, em matéria de administração de bens temporais, promulgar leis pe-
nais, protegendo com elas uma lei divina ou eclesiástica, podendo acrescentar outras
penas às já existentes no CDC contra algum delito (CDC c. 1315). Pode igualmente
castigar com alguma pena a infracção externa de uma lei divina ou canónica (CDC cc.
1399, 1375, 1377, 1380, 1385, 1741, 5.º, e 1333).
Parte II Bens e Instituições Administrativas da Diocese 35
do em Conselho Diocesano para os Assuntos Económicos
(CDC c. 1287 §2).
Artigo 23.º - Prazos para a apresentação de relatórios de contas e
orçamentos
De acordo com as normas comuns da Igreja (CDC) e o
direito particular desta Diocese, os responsáveis dos Secreta-
riados diocesanos, Movimentos e Obras de Apostolado, Paró-
quias (Fábricas das Igrejas Paroquiais), Associações de Fiéis
(Irmandades e Confrarias), Fundações canónicas (Centros Pa-
roquiais Sociais, Centros Sociais Paroquiais e Santas Casas de
Misericórdia) e outras instituições e serviços canonicamente
dependentes desta Diocese apresentarão ao Bispo diocesano,
através da Cúria diocesana, o orçamento económico para o
exercício do novo ano, até 30 de Novembro, e o relatório e
mapa de contas do ano anterior, até 31 de Março.
TÍTULO III
CONSELHO DIOCESANO
PARA OS ASSUNTOS ECONÓMICOS
Artigo 24.º - Instituição e fins
Em cada diocese deve ser instituído o Conselho Diocesa-
no para os Assuntos Económicos, cuja função é colaborar com
o Bispo diocesano, nos termos do direito, em ordem à boa ad-
ministração económico-financeira dos bens patrimoniais da
diocese.
Artigo 25.º - Constituição e tempo de mandato
§1 - O Conselho Diocesano para os Assuntos Económi-
cos, ao qual preside o Bispo diocesano ou seu delegado, é cons-
tituído por um mínimo de três fiéis, notáveis pela integridade
da sua vida, devendo haver entre eles membros peritos em as-
suntos económicos e em direito civil (CDC cc. 228 §2 e 492 §
1).
36 Parte II Bens e Instituições Administrativas da Diocese
TÍTULO IV
ECÓNOMO DIOCESANO
Artigo 28.º - Nomeação e mandatos
§1 - Para administrar o Fundo Económico Diocesano e o
restante património da diocese que lhe seja atribuível, o Bispo
diocesano, ouvido o Colégio de Consultores e o Conselho Di-
ocesano para os Assuntos Económicos, nomeie um Ecónomo
diocesano que seja verdadeiramente perito em assuntos eco-
nómicos e notável pela sua inteira probidade (CDC c. 494 §
1).
§2 - O Ecónomo diocesano deve ser nomeado por cinco
anos, decorridos os quais, pode ser reconduzido no cargo por
outros quinquénios; durante o exercício do ofício não deve ser
removido sem causa grave a avaliar pelo Bispo diocesano,
depois de ouvidos o Colégio de Consultores e o Conselho Di-
ocesano para os Assuntos Económicos (CDC c. 494 §2).
§3 - Do cargo de Ecónomo diocesano estão excluídas as
pessoas consanguíneas ou afins do Bispo, até ao quarto grau
(CDC c. 492 §3).
Artigo 29.º - Competência ordinária genérica
§1- Compete ao Ecónomo diocesano, segundo as normas
estabelecidas pelo Conselho Diocesano para os Assuntos Eco-
nómicos e sob a autoridade do Bispo, administrar os bens da
diocese, e, com as receitas existentes, satisfazer as despesas
autorizadas pelo Bispo ou por outra pessoa legitimamente de-
putada (CDC c. 494 §3).
§2 - No fim de cada ano, o Ecónomo diocesano deve apre-
sentar ao Conselho Diocesano para os Assuntos Económicos
o relatório e as contas das receitas e despesas resultantes da
gestão económico-financeira anual dos bens patrimoniais da
diocese (CDC c. 494 §4).
Artigo 30.º - Outras funções administrativas
O Ecónomo diocesano assume ainda as seguintes funções:
Parte II Bens e Instituições Administrativas da Diocese 39
a) - redigir e manter actualizado o inventário exacto e
discriminado de todos os bens móveis e imóveis da diocese;
b) - ordenar devidamente e guardar em arquivo próprio
os documentos e instrumentos que comprovem a propriedade
e posse dos bens da Igreja diocesana, do Seminário diocesano
e de outras instituições e os direitos sobre os mesmos bens;
c) - cuidar convenientemente da segurança e conserva-
ção de todos os bens da diocese, tomando as medidas necessá-
rias, válidas e urgentes perante o foro civil (CDC c. 1284 §2,
n.º 2); no entanto, não se proponha nem conteste qualquer ac-
ção no foro civil, em nome da diocese, sem licença prévia do
Ordinário do lugar, dada por escrito (CDC c. 1288);
d) - cumprir e fazer cumprir a vontade dos doadores e
seus legados, quando os houver (CDC c. 1284 §2, n.º 3);
e) - receber oportunamente as rendas e os produtos dos
bens e aplicá-los segundo as normas estabelecidas;
f) - pagar salários justos aos servidores da Igreja diocesa-
na, proporcionando-lhes a segurança legal no trabalho;
g) - aplicar de forma segura e rendosa, de acordo com as
orientações do Bispo diocesano, o dinheiro que sobrar das des-
pesas;
h) - ter em boa ordem os livros da administração, nome-
adamente o diário de receitas e despesas e das doações e lega-
dos pios;4
i) - administrar o Fundo Diocesano do Clero de acordo
com as normas estabelecidas em estatutos próprios.
Artigo 31.º - Competência extraordinária
O Bispo diocesano pode confiar ao Ecónomo a vigilân-
cia sobre a administração de todos os bens pertencentes às
pessoas jurídicas públicas que estejam sujeitas à sua jurisdi-
ção e, mesmo, confiar-lhe a administração dos bens daquelas
pessoas jurídicas públicas que não tenham administrador pró-
4
A matéria patrimonial das causas pias (legados pios e fundações pias autónomas e
não autónomas) tem um tratamento especial no CDC cc. 1301-1310.
40 Parte II Bens e Instituições Administrativas da Diocese
TÍTULO V
COLÉGIO DE CONSULTORES
Artigo 33.º - Como órgão de consultoria em questões económicas
Em casos especiais da administração dos bens eclesiásti-
cos, o Bispo diocesano deve consultar, além do Conselho Dio-
cesano para os Assuntos Económicos, também o Colégio de
Consultores.5
5
Trata-se de um órgão de consultoria, constituído por presbíteros, livremente nome-
ados pelo Bispo diocesano, que o preside, de entre os membros do Conselho Presbite-
ral da diocese, em número não inferior a seis nem superior a doze, que formam, du-
rante cinco anos, o Colégio dos Consultores. A este Colégio, competem várias fun-
ções de suma importância determinadas no CDC; entre elas, estão as que se referem à
administração dos bens eclesiásticos (c. 502).
Parte II Bens e Instituições Administrativas da Diocese 41
diocese, actos de administração extraordinária (CDC c. 1277);
b) - quando o Bispo diocesano tem necessidade de, ele
mesmo, fazer alguma alienação de bens eclesiásticos6 ou au-
torizar outras pessoas jurídicas, sujeitas à sua jurisdição, a que
a façam, com valores superiores ao valor mínimo determinado
pela Conferência Episcopal Portuguesa para tal efeito (CDC
cc. 1292 §1 e 1295).
6
Por alienação entende-se, no sentido lato, qualquer operação da qual possa tornar-se
pior a condição patrimonial da pessoa jurídica em causa (CDC c. 1295); no sentido
estrito, trata-se da venda de bens que constituem o património estável da pessoa jurí-
dica em causa e cujo valor supere a quantidade estabelecida pelo direito (c. 1291).
Para ambos os tipos de alienação se requer a licença oportuna, isto é, não se podem
alienar validamente bens eclesiásticos sem cumprir os requisitos estabelecidos pelos
cânones 1292-1294. Além destas exigências, torna-se necessária também a autoriza-
ção dada pela Sé Apostólica para os seguintes casos: quando o valor dos bens a alie-
nar supera o limite máximo fixado pela Conferência Episcopal Portuguesa (c. 1292
§1); quando se trata de ex-votos dados à Igreja, isto é, objectos oferecidos pelos fiéis
a um altar ou imagem em consequência de um voto (c. 1292 §2); quando se trata de
bens preciosos por razões artísticas ou históricas, isto é, bens pertencentes ao patri-
mónio cultural da Igreja diocesana (c. 1292 §2); quando se alienam relíquias insignes,
imagens preciosas e/ou veneradas com grande devoção nas igrejas e oratórios perten-
centes a instituições da diocese (cc. 1189-1190).
42
43
PARTE III
BENS E INSTITUIÇÕES
ADMINISTRATIVAS DA
PARÓQUIA
44
Parte III Bens e Instituições Administrativas da Paróquia 45
TÍTULO I
Capítulo I
Princípios e normas gerais
Artigo 34.º - A Paróquia e a Fábrica da Igreja Paroquial nos
direitoscanónico e civil
Tendo em vista a eficácia da acção pastoral, as dioceses, de
acordo com a lei canónica, são divididas em circunscrições
jurisdicionais, a que o direito denomina por paróquias (CDC cc.
374 e 515 §1). Por ser assim uma instituição importante na vida da
Igreja, a paróquia, quando legitimamente erecta, goza pelo próprio
direito de personalidade jurídica pública (CDC cc. 515 §3 e 116).
§ 1 - Para que tal personalidade jurídica canónica seja
reconhecida pelo Estado Português e a paróquia seja declara-
da ‘pessoa colectiva religiosa’, com um número de identifica-
ção fiscal (NIF), é necessário que, de acordo com o actual di-
reito concordatário, a sua erecção canónica, acompanhada de
um estatuto, seja participada e inscrita no Governo Civil do
distrito a que pertence.1
§ 2 - Como pessoa canónico-jurídica pública, a paróquia
tem capacidade para adquirir, conservar, administrar e alienar
bens temporais, segundo as normas do direito (CDC c.1255).
§ 3 - A Fábrica da Igreja Paroquial, reconhecida pelo Es-
tado Português como pessoa colectiva religiosa, configura ju-
ridicamente, perante o direito civil, a paróquia e, em conse-
quência, é detentora dos direitos e obrigações que o Código de
Direito Canónico atribui às paróquias, pelo que deve ser man-
1
Cf. Concordata 2004 (Santa Sé – Portugal), Artigo 10, n.3.
46 Parte III Bens e Instituições Administrativas da Paróquia
2
O Estatuto da Fábrica da Igreja Paroquial apresentado pela Autoridade Eclesiástica
e reconhecido pelo Estado Português na sequência da aprovação da Concordata de
1940 e que vem impresso no documento fundacional de cada paróquia estabelece:
«Fábrica da Igreja Paroquial de ..., a qual: a) tem por fim principal adquirir e possuir
bens destinados ao conveniente exercício do culto divino e ao ensino religioso na
freguesia sobredita; b) representa e promove os interesses e direitos relativos ao seu
mencionado fim; c) é administrada, de harmonia com as regras canónicas, pelo páro-
co legítimo da freguesia, que poderá ser assistido dum “conselho de fábrica”; d) é
representada, em juízo e fora dele, pelo mesmo pároco, com observância dos precei-
tos canónicos; e) goza da capacidade jurídica definida na legislação canónica e na
Concordata, especialmente nos seus artigos quarto e quinto; f) sucede, substituindo-a
para os devidos efeitos, em todos os direitos e haveres, na parte que, segundo o direito
canónico, deva pertencer-lhe, à corporação encarregada do culto na dita freguesia ou
Corporação Fabriqueira Paroquial de ..., que foi instituída pela autoridade eclesiásti-
ca e está reconhecida pela autoridade civil em conformidade com o Decreto n.º 11.887,
de 6 de Julho de 1926».
Parte III Bens e Instituições Administrativas da Paróquia 47
c) - constituir e sustentar um Fundo Económico Paroqui-
al destinado a subvencionar as despesas com as obras apostó-
licas, com o culto divino, com a sustentação do pároco e de
outros ministros (se os houver) e com os salários devidos aos
funcionários dedicados ao serviço da paróquia;
d) - assegurar os meios necessários à assistência caritati-
va de responsabilidade paroquial e velar pela administração
das instituições de solidariedade social de âmbito paroquial;
e) - adquirir, conservar, administrar e alienar, de harmo-
nia com o direito, os bens patrimoniais, móveis e imóveis, da
paróquia, salvaguardados os direitos de outras entidades ca-
nónicas que, por concessão da legítima autoridade, gozem de
personalidade jurídica e, em consequência, possuam bens e
administração próprios.
Capítulo II
Fundo Económico Paroquial
e Conselho Paroquial para os Assuntos Económico
Artigo 36.º - Administração unificada dos bens da paróquia
A nova legislação canónica determina a centralização
de todos os rendimentos paroquiais num único fundo econó-
mico paroquial, cuja adequada normativa é de direito particu-
lar. Compete, pois, ao Bispo diocesano, ouvido o Conselho
Presbiteral, «estabelecer as prescrições com que se providen-
cie ao destino destas ofertas e ainda à remuneração dos cléri-
gos que desempenhem o mesmo ministério» (CDC c. 531).
TÍTULO II
Capítulo I
Natureza e finalidades
Artigo 38.º - Constituição
O Fundo Económico Paroquial, referido no Código de
Direito Canónico, é constituído por todos os bens temporais
da paróquia, seus rendimentos e demais direitos paroquiais,
de tal modo que para esse Fundo revertem e dele saem, res-
pectivamente, todas as receitas e todas as despesas relativas à
vida da paróquia.
§ 1 - No Fundo Económico Paroquial entram os rendi-
mentos de todos os bens, móveis e imóveis, que pertencem à
paróquia (mesmo em nome de Fábrica da Igreja), todos os
emolumentos que resultam da celebração dos sacramentos e
sacramentais, ofertas livres ou solicitadas dos fiéis, taxas re-
sultantes do serviço administrativo do cartório paroquial, fo-
lares pascais e côngruas paroquiais.
§ 2 - O Fundo Económico Paroquial substitui o anterior
sistema de administração, em separado, da Fábrica da Igreja
Paroquial e do Benefício paroquial, e ordena-se à satisfação
de todas as despesas havidas com o culto e o apostolado, cria-
ção e conservação de estruturas pastorais, prática de caridade
e sustento do pároco e demais pessoas ao serviço da paróquia.
§ 3 - O Fundo Económico Paroquial é administrado pelo
Parte III Bens e Instituições Administrativas da Paróquia 49
pároco, ouvindo nos assuntos de maior importância e na ad-
ministração extraordinária o seu Conselho Paroquial para os
Assuntos Económicos.
Artigo 39.º - Administração
No Fundo Económico Paroquial estão compreendidas,
numa só administração, as receitas e as despesas de todas as
igrejas pertencentes à paróquia.
§ 1 - Para este efeito, não se consideram pertencentes à
paróquia as igrejas que sejam património de outras pessoas
jurídico-canónicas (institutos religiosos, confrarias, etc.).
§ 2 - Relativamente às igrejas que não são sede de paró-
quia e onde podem existir comissões encarregadas da admi-
nistração dos respectivos bens, procure-se que elas entrem no
regime geral unitário, considerado neste Estatuto, nomeada-
mente quanto a prestação de contas, à comparticipação tribu-
tária para a paróquia e à gestão dos depósitos bancários.
§ 3 - Se houver conveniência em uma igreja não paroqui-
al (capela) ter alguma autonomia administrativa, deve o páro-
co requerê-la ao Bispo da diocese, indicando os motivos que a
justificam, ficando em tudo sujeita a esta legislação, também
no que diz respeito ao regime normativo sobre as Missas com
intenções acumuladas.
Capítulo II
Receitas e despesas
Artigo 40.º - Receitas ordinárias
Constituem receitas ordinárias do Fundo Económico Pa-
roquial, designadamente:
a) - os ofertórios nas Missas destinados à paróquia;
b) - as ofertas depositadas nas caixas de esmolas ou en-
tregues particularmente a quem de direito, desde que não exis-
ta indicação em contrário;
c) - os donativos entregues por ocasião da celebração de
sacramentos e sacramentais, a não ser que, no tocante às ofer-
50 Parte III Bens e Instituições Administrativas da Paróquia
Capítulo III
Verbas com tratamento especial
Artigo 43.º - Ofertas extraordinárias com um fim específico
(consignadas/indexadas)
As ofertas de carácter extraordinário, devidamente auto-
rizadas em orçamento aprovado, destinadas a construção ou
grande reparação de igrejas ou outros imóveis, para que no
fim do ano económico possa haver um juízo certo relativa-
mente ao movimento pecuniário da paróquia, podem ser in-
cluídas na contabilidade geral do Fundo Económico Paroqui-
al, com entrada nas receitas e saída, de igual valor, nas despe-
sas. Tais verbas, porém, devem ser tratadas em administração
própria, a fim de serem dirigidas para o seu fim específico.
52 Parte III Bens e Instituições Administrativas da Paróquia
Capítulo IV
O pároco, como responsável pela paróquia
Artigo 47.º - Direitos do pároco
O pároco, para além dos deveres e direitos expressos no
CDC, como responsável imediato pela comunidade de fiéis
domiciliados no território da paróquia, consciente de que a vida
dos clérigos deve testemunhar simplicidade e sobriedade (CDC
c. 282 §1), goza do direito a:
a) - receber da paróquia uma remuneração adequada à
sua condição e, com base no Estatuto Económico do Clero,
previamente estabelecida pelo Bispo da diocese;
b) - uma casa (residência paroquial) para habitar, com o
mobiliário indispensável, água, luz e comunicações (CDC c.
533 §1);
c) - usufruir dos benefícios da Segurança Social, de acor-
do com as leis em vigor e mediante os descontos necessários
(CDC cc. 281§2. e 1274 §2);
d) - gozar anualmente um tempo de férias, que não deve-
rá exceder um mês, contínuo ou descontínuo (CDC c. 533 §2)
Artigo 48.º - Garantia de remuneração condigna
Se alguma paróquia ou conjunto de paróquias, que por
provisão lhe foram confiadas, não conseguirem satisfazer, por
completo, as obrigações referidas no artigo anterior, exposto o
54 Parte III Bens e Instituições Administrativas da Paróquia
Capítulo V
O Pároco, como administrador dos bens eclesiásticos
da paróquia
Artigo 49.º - Configurante jurídico da paróquia
O pároco, ou quem faz canonicamente as suas vezes, re-
presenta a paróquia em todos os assuntos jurídicos, e, em con-
sequência, é ele o administrador de todos os bens patrimoniais
paroquiais, função que, sob a autoridade do Bispo diocesano,
deve exercer de acordo com o direito (CDC cc. 532 e 1279
§2).
Artigo 50.º - Tomada de posse e inventário
Ao tomar posse da paróquia, nos termos do direito, o pá-
roco deve conferir o inventário de todos os bens móveis e imó-
veis a ela pertencentes, para que possa responder por eles; se
tal inventário não existir, providenciará para que seja feito
quanto antes (CDC c. 1283).3
§ único - Deverá ser enviada à Cúria diocesana uma có-
pia do inventário, quer se trate de um novo ou somente de uma
rectificação, bem como cópias autênticas dos documentos e
instrumentos jurídicos, que justificam a propriedade ou posse
do património existente em nome da paróquia (CDC c. 1284).
Artigo 51.º - Defesa do espólio valioso
Tenha o pároco preocupação pela limpeza e dignidade,
3
Muito se recomenda que, quando há substituição de pároco, o pároco cessante, antes
de se desligar das suas funções, confira com o seu sucessor o inventário dos bens
patrimoniais da paróquia; entregue pessoalmente ao novo pároco os livros do registo
paroquial, devidamente escriturados e assinados e encerre as contas da paróquia, no
tocante aos meses decorridos desde Janeiro do ano em curso e as apresente ao ‘visto’
e aprovação.
Parte III Bens e Instituições Administrativas da Paróquia 55
segurança e conservação dos bens pertencentes à paróquia,
sobretudo daqueles que, pelo seu valor histórico, artístico ou
devocional, são especialmente valiosos (CDC c. 1220).
§ único - Os livros e documentos mais antigos e imagens
preciosas, se não gozarem de segurança nos seus lugares pró-
prios, feita a informação à comunidade e elaborado minucioso
inventário das peças, devem ser guardados em lugares segu-
ros, entre eles, o Arquivo e o Museu Diocesanos, de harmonia
com o direito particular (CDC c. 535 §5).
Artigo 52.º - Cartório e registo paroquial
Sendo os livros de registo paroquial uma das áreas im-
portantes na administração da paróquia, cuidará o pároco de
que não só sejam devidamente preenchidos, mas também dili-
gentemente guardados e conservados no cartório paroquial
(CDC c. 535).
§ único - Para além dos livros do registo paroquial acima
referidos, haverá igualmente um livro próprio, no qual se es-
criturem, com o devido rigor, as receitas e despesas do Fundo
Económico Paroquial, guardando a documentação correspon-
dente (CDC c. 1284 §2., 7.º).
Artigo 53.º - Visto dos livros paroquiais
No referente ao ano anterior, é obrigação dos párocos
apresentarem ao ‘visto’ os livros do registo paroquial e enviar
à Cúria diocesana, por intermédio dos respectivos Arciprestes
(CDC c. 555), os extractos dos assentos de baptismo, confir-
mação, casamento e óbito, até ao fim do mês de Março.
Artigo 54.º - Apresentação anual de contas
É obrigação de cada pároco apresentar ao Ordinário dio-
cesano, através da Cúria, para aprovação, o relatório de contas
relativas à administração anual da paróquia, durante o primei-
ro trimestre do imediato ano civil.
Artigo 55.º - Prestação de contas aos paroquianos
O pároco, pelo menos, anualmente, deverá prestar contas
aos paroquianos dos bens por eles oferecidos à paróquia, bem
56 Parte III Bens e Instituições Administrativas da Paróquia
Capítulo VI
Administração ordinária e extraordinária
Artigo 56.º - Administração ordinária
O pároco, por força do direito, goza das faculdades ne-
cessárias para o exercício dos actos de administração ordiná-
ria na paróquia e só dentro dos limites deste tipo de adminis-
tração lhe é permitido fazer doações para fins de piedade ou
caridade cristã (CDC c. 1285). Quanto aos actos que excedem
esses limites e que, por isso, são actos de administração extra-
ordinária, só os pode executar mediante licença do Ordinário
diocesano, dada por escrito (CDC c. 1281 §1).
Artigo 57.º - Administração extraordinária
De acordo com o direito (CDC c.1281 §2), o Bispo dio-
cesano, na gestão dos bens da paróquia, declara como actos de
administração extraordinária quanto segue:
a) - aceitar ou rejeitar ofertas ou doações feitas à paró-
quia, directamente ou por interposta pessoa, desde que onera-
das com quaisquer encargos modais ou condições (CDC c. 1267
§2);
b) - adquirir, de modo oneroso, também por permuta, bens
imóveis;
c) - conceder ou contrair empréstimos com os bens da
paróquia;
d) - edificar, modificar ou restaurar igrejas, residências
paroquiais, salões paroquiais, bem como adquirir terrenos des-
tinados à construção dos mesmos; excluem-se os casos de res-
tauro, quando se trate de obras de pequeno vulto, cuja necessi-
dade se manifeste urgente, se respeitem as estruturas existen-
tes e se aplique o mesmo tipo de materiais;
e) - dar ou tomar bens de arrendamento, nos termos defi-
Parte III Bens e Instituições Administrativas da Paróquia 57
nidos pela Conferência Episcopal Portuguesa (CDC c. 1297);
f) - alienar bens móveis ou imóveis ou celebrar contratos
de compra e venda que, por força da lei civil, exijam escritura
pública (CDC c.1291).
§ 1 - Deve considerar-se alienação e, para este efeito,
administração extraordinária, tudo o que possa tornar pior a
situação patrimonial dos bens da paróquia, bem como outros
actos que o direito, universal ou particular, declare ou venha a
declarar não poderem praticar-se sem licença da autoridade da
Igreja (CDC c. 1295).
§ 2 - A alienação de bens eclesiásticos, cujo valor exceda a
quantia fixada pela Conferência Episcopal Portuguesa, ou de ex-
votos oferecidos à Igreja, ou de coisas preciosas, em razão da arte
ou da história, requer, juntamente com a licença do Ordinário di-
ocesano, licença da Sé Apostólica (CDC cc. 1290 e 1292 §2).
g) - vender, alugar ou dar de arrendamento bens eclesiás-
ticos a parentes do pároco, até ao quarto grau de consanguini-
dade ou afinidade (CDC c. 1298);
h) - aceitar ou recusar legados pios e vontades pias, parti-
cularmente quando estas assumem a forma de fundação pia,
autónoma ou não autónoma (CDC cc. 1302 e 1304);
i) - propor e contestar, em nome da paróquia, qualquer
acção, no foro civil, relacionada com a administração dos bens
paroquiais (CDC c. 1288).
Artigo 58.º - Delegação de competências nos leigos
O pároco, para que se possa dedicar inteiramente à vida
pastoral, pode delegar a administração dos bens da paróquia
numa pessoa que manifeste qualidades próprias de bom admi-
nistrador (à maneira de um ecónomo ou tesoureiro) que pode
ser escolhida de entre os elementos que constituem o Conse-
lho Paroquial para os Assuntos Económicos. O pároco, po-
rém, será sempre o primeiro responsável pela administração
que, sendo danosa, o obriga à restituição (CDC c. 1289), o
sujeita a penas canónicas (CDC c. 1377) e pode mesmo justi-
ficar a sua remoção da paróquia (CDC c. 1741, 5.º).
58 Parte III Bens e Instituições Administrativas da Paróquia
Capítulo VII
Disposições finais
Artigo 59.º - Quase-paróquias, párocos in solidum e outros
O que se diz da paróquia e do pároco deve entender-se,
respectivamente, como referido à quase-paróquia (CDC c. 516
§1), ao pároco in solidum (CDC c. 517), ao administrador pa-
roquial (CDC c. 539) e, servatis servandis, também às reitori-
as (CDC cc. 556 - 563).
§ único - As paróquias e quase-paróquias entregues a um
sacerdote de um Instituto Religioso Clerical ou de uma Socie-
dade Clerical de Vida Apostólica estão igualmente sujeitas ao
que esta legislação determina, em tudo quanto não se opuser
ao acordo celebrado, para o efeito, entre o Bispo diocesano e o
competente Superior religioso (CDC c. 520).
TÍTULO III
ESTATUTO DO CONSELHO
PAROQUIAL PARA OS ASSUNTOS
ECONÓMICOS
Capítulo I
Natureza e finalidades
Artigo 60.º - O Pároco, representante jurídico da paróquia
Sendo a paróquia uma comunidade certa de fiéis, confia-
da, por meio de provisão, pelo Bispo diocesano ao pároco,
como pastor próprio, este, por inerência de ofício, é o respon-
sável jurídico por tudo quanto à paróquia diz respeito, incluin-
do os bens e sua administração (CDC cc. 515 §1, 532 e 1279)
Parte III Bens e Instituições Administrativas da Paróquia 59
Artigo 61.º - Direito e dever de consultoria
Na sua função de administrador, o pároco deve rodear-se
de colaboradores peritos e experimentados em matéria de ges-
tão de bens temporais, que deve ouvir, constituindo com ele, e
sob a sua presidência, o Conselho Paroquial para os Assuntos
Económicos, de acordo com o direito universal, as normas
dadas pelo Bispo diocesano e este Estatuto. Os conselheiros,
por sua vez, devem auxiliar o pároco na administração dos
bens da paróquia, sem prejuízo do prescrito no cânone 532
(CDC cc. 537 e 1280).
Capítulo II
Constituição, nomeação e tomada de posse
Artigo 62.º - Constituição
Para a constituição do Conselho Paroquial para os As-
suntos Económicos, devem ser escolhidos fiéis leigos, homens
ou mulheres, de maior idade, com vida familiar regularizada,
dotados de sentido eclesial e pastoral e reconhecidos, na paró-
quia, pela sua seriedade e competência administrativa.
§ 1 - Os conselheiros não devem ocupar lugares políticos
de carácter partidário. Se, entretanto, para eles forem eleitos,
devem suspender as suas funções neste Conselho, enquanto os
ocuparem, salvo se, aceite a justificação apresentada, por es-
crito, foi autorizada pelo Ordinário diocesano a sua perma-
nência.
§ 2 - Com o fim de evitar suspeições de falta de isenção,
não se escolham para este Conselho consanguíneos ou afins
do pároco, até ao quarto grau.
Artigo 63.º - Nomeação
Os elementos propostos para formarem o referido Con-
selho Paroquial, por princípio em número de três a sete, serão
apresentados pelo pároco ao Ordinário diocesano, que, se achar
por bem, os nomeará por um período de três anos, podendo ser
reconduzidos por mais um ou, no máximo, mais dois triénios,
60 Parte III Bens e Instituições Administrativas da Paróquia
PARTE IV
BENS TEMPORAIS DA
IGREJA AO SERVIÇO DO
CLERO
64
Parte IV Bens Temporais da Igreja ao Serviço do Clero 65
TÍTULO I
Capítulo I
Objectivo e destinatários
Artigo 74.º - Objectivo
O Estatuto Económico do Clero tem como objectivo ajus-
tar a situação económica do clero ao espírito e exigências do
Concílio Vaticano II, em especial do Decreto sobre o Ministé-
rio e Vida dos Presbíteros (PO), e às determinações do Código
de Direito Canónico.
Artigo 75.º - Destinatários
Os direitos e deveres consignados neste Estatuto dizem
respeito:
a) - a todos os sacerdotes incardinados nesta Diocese de
Viana do Castelo que nela trabalham ou, trabalhando noutras
instituições eclesiásticas ou civis, tenham recebido do Bispo
diocesano a necessária provisão ou autorização;
b) - aos sacerdotes que não pertencem ao clero da Dioce-
se e estão ao serviço da mesma, com nomeação canónica, ten-
do presente, no entanto, o que se dispõe no número 5. do Arti-
go 91.º;
§ único - Aos sacerdotes mencionados na alínea anteri-
or que forem Religiosos, a aplicação deste Estatuto terá as par-
ticularidades que expressamente constarem do acordo a esta-
belecer, em cada caso, entre o respectivo Instituto Religioso e
a Diocese;
c) - aos diáconos permanentes, se os houver, regulando-
se, porém, a sua situação pela legislação canónica (CDC c.
281 §3) e o que está determinado pela Conferência Episcopal
Portuguesa.
66 Parte IV Bens Temporais da Igreja ao Serviço do Clero
Capítulo II
Deveres e direitos económicos do clero
Artigo 76.º - Aspectos fundamentais
Os dois aspectos fundamentais que caracterizam o Es-
tatuto Económico do Clero são o da definição de uma remune-
ração mensal/base e de uma assistência social condigna, de
forma a dar-se cumprimento ao que se dispõe no CDC c. 281
§§1 e 2.
Artigo 77.º - Critérios para a remuneração
1 - Considerando a igual dignidade de que se encontram
revestidos os sacerdotes, a remuneração mensal:
a) - será basicamente a mesma para todos (PO n. 20);
b) - garantir-lhes-á a honesta sustentação a que têm direi-
to (CDC c. 281 §1);
c) - proporcionar-lhes-á condições para um nível de vida
digno do seu ministério;
d) - corresponderá ao espírito de desprendimento e sim-
plicidade de vida a que são chamados a dar exemplo (CDC c.
282 §1; PO n. 17).
2 - A diversidade de circunstâncias pode justificar um
suplemento, compensação ou subsídio conforme o disposto
nos Artigos 81.º, 82.º e 86.º, 2 deste Estatuto.
Artigo 78.º - Fixação da remuneração
A remuneração mensal dos sacerdotes é fixada pelo Bis-
po da Diocese, ouvido o Conselho Presbiteral (CDC c. 531), o
Conselho Diocesano para os Assuntos Económicos, o Colégio
de Consultores (CDC c. 1277) e a Comissão a que se refere o
Artigo 98.º do Estatuto do Fundo Diocesano do Clero.
Artigo 79.º - Actualização da remuneração
A remuneração base deverá ser actualizada anualmente
de harmonia com a inflação e tendo presente a realidade das
outras Igrejas diocesanas.
Parte IV Bens Temporais da Igreja ao Serviço do Clero 67
Artigo 80.º - A quem incumbe o dever de remunerar
Os sacerdotes são remunerados pelas paróquias, quase-
paróquias, instituições ou serviços em que exercem o seu mi-
nistério.
§ único - Tal remuneração só poderá ser superior à fixa-
da, quando é garantida por instituições sobres as quais o Ordi-
nário diocesano não possui jurisdição. E, neste caso, tenha-se
em conta o que é estabelecido no Artigo 83.º do presente Esta-
tuto.
Artigo 81.º - Suplemento de remuneração
1- A remuneração pode ser acrescida de um suplemento,
a determinar caso a caso, quando circunstâncias particulares o
exigirem ou aconselharem.
2- Tais circunstâncias podem ser:
a) - de ordem pessoal ou familiar;
b) - relativas aos que garantem o serviço doméstico;
c) - relacionadas com o próprio ofício eclesiástico, mor-
mente quando este, pela sua dispersão ou acumulação de paró-
quias ou serviços, implicar despesas de transportes.
Artigo 82.º - Acumulação de funções
Ao sacerdote que tiver a seu cargo mais do que uma pa-
róquia ou quase-paróquia ou qualquer outro serviço pastoral,
a remuneração e os suplementos, se necessários, devem ser
garantidos pelas paróquias ou serviços em causa e na propor-
ção das suas possibilidades.
§1 - À entrada em vigor deste Estatuto, o caso daqueles
sacerdotes que estão numa situação de acumulação de funções
deve ser revisto, se for necessário e logo que possível, de modo
a estar de acordo com o que é estabelecido neste Estatuto.
§2 - A percentagem a suportar pelas paróquias ou servi-
ços deve ser determinada no acto de nomeação que provoca a
acumulação de ofícios.
Artigo 83.º - Rendimentos excedentários
1 - Em virtude da igualdade e da comunhão entre os mem-
68 Parte IV Bens Temporais da Igreja ao Serviço do Clero
TÍTULO II
Capítulo I
Natureza e finalidades
Artigo 94.º - Instituição e objectivo
A instituição do Fundo Diocesano do Clero tem como
objectivo genérico providenciar à condigna sustentação dos
sacerdotes (CDC c. 1274 §1).
Artigo 95.º - Prossecução do objectivo
O Fundo Diocesano do Clero prossegue o seu objectivo:
a) - garantindo aos sacerdotes, no todo ou em parte, a
remuneração a que têm direito, na medida em que não o pos-
sam fazer, por si, as paróquias, quase-paróquias e outras insti-
tuições ou serviços onde exercem o ministério sacerdotal;
b) - atribuindo-lhes, para efeitos de reforma, o subsídio
previsto no Artigo 91.º, n. 3, alínea b), do Estatuto Económico
do Clero;
c) - proporcionando-lhes, mediante autorização do Bispo
diocesano, eventual contributo, em situações a que se não pos-
sa responder a outro título.
Artigo 96.º - Beneficiários
1 - Podem beneficiar do Fundo Diocesano do Clero to-
dos os clérigos abrangidos pelo articulado do Estatuto Econó-
mico do Clero (cf. Artigo 75.º desse Estatuto).
2 - Quaisquer outros sacerdotes, idosos ou inválidos, re-
sidentes na área da Diocese, poderão, ocasionalmente, e de
harmonia com o Artigo 99.º deste Estatuto, beneficiar do Fun-
do Diocesano do Clero, se se encontrarem em situações de
Parte IV Bens Temporais da Igreja ao Serviço do Clero 73
carência a que não possa acudir-se por outra via e tenham o
seu Bilhete de Identidade Sacerdotal actualizado.
Artigo 97.º - Receita
Constituem receita do Fundo Diocesano do Clero:
a) - os rendimentos dos bens móveis ou imóveis que vie-
rem a pertencer ou a estar consignados ao Fundo Diocesano
do Clero, de acordo com o Código de Direito Canónico (cc.
1272 e 1274 §1);
b) - a participação atribuída pelo Fundo Económico Dio-
cesano;
c) - o ofertório diocesano do Domingo do Bom Pastor;1
d) - a parte a determinar pelo Bispo diocesano sobre os
estipêndios acumulados das Missas plurintencionais;
e) - o tributo anual de 3% sobre o saldo positivo das re-
ceitas anuais das paróquias ou quase-paróquias (CDC cc. 531
e 1263);
f) - o tributo anual de 3% sobre o saldo positivo das re-
ceitas anuais de reitorias, irmandades, confrarias ou qualquer
outra pessoa jurídica pública, bem como de secretariados,
movimentos e obras diocesanos com receita própria;
g) - o contributo de 3% sobre a remuneração anual de
cada sacerdote;
h) - a ajuda pessoal com que os sacerdotes queiram parti-
cipar, para além do disposto na alínea anterior, segundo o es-
pírito do Decreto Presbyterorum Ordinis (nn. 17 e 21);
i) - as ofertas das Casas dos Institutos de Vida Consagrada e
das Sociedades de Vida Apostólica, existentes na área da Diocese;
j) - as dádivas dos fiéis.
Artigo 98.º - Administrador e Comissão de Administração
1 - O Fundo Diocesano do Clero é administrado pelo
Ecónomo diocesano, em colaboração com uma Comissão pre-
sidida pelo Bispo da Diocese e constituída por três sacerdotes
1
Decretado pelo Bispo diocesano, em 03 de Abril de 1989.
74 Parte IV Bens Temporais da Igreja ao Serviço do Clero
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