Resolucao 28 2005 AR

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Terça - feira, 13 de Dezembro de 2005 I SÉRIE - Número 49

BOLETIM DA REPÚBLICA
PUBLICAÇÃO OFICIAL DA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE

4.º SUPLEMENTO
IMPRENSA NACIONAL DE MOÇAMBIQUE e de Governo da União Africana, realizada em Maputo,
Moçambique, de 4 a 12 de Julho de 2003, é um instrumento
jurídico de fundamental importância que se destina ao controle
AVISO e aplicação da lei, legalidade e justiça em África.
A matéria a publicar no «Boletim da República» Considerando que a República de Moçambique assinou
deve ser remetida em cópia devidamente autenticada,
o referido Protocolo.
uma por cada assunto, donde conste, além das indica-
ções necessárias para esse efeito, o averbamento Nestes termos, ao abrigo do disposto na alínea t) do n.º 2
seguinte, assinado e autenticado: Para publicação no do artigo 179 da Constituição, a Assembleia da República
«Boletim da República». determina:
Único. É ratificado o Protocolo sobre o Tribunal de Justiça
S UM Á R I O da União Africana, adoptado pela Segunda Conterência dos Chefes
de Estado e de Governo da União Africana, realizada em Maputo,
Assembleia da República:
Moçambique, de 4 a 12 de Julho de 2003, cujo texto em português
Resolução n.º 27/2005: vai em anexo, fazendo parte integrante da presente Resolução.
Retifica o Protocolo sobre o Tribunal de Justiça da União Aprovada pela Assembleia da República, 8 de Dezembro
Africana, adoptado pela Segunda Conferência dos Chefes de 2005.
de Estado e do Governo da União Africana. Publique-se.
Resolução n.º 28/2005: O Presidente da Assembleia da República, Eduardo Joaquim
Mulémbwè.
Retifica o protocolo à Carta Africana dos Direitos Humanos
e dos povos relativos aos direitos da Mulher em África,
adoptado pela Segunda Conferência dos Chefes de Estado
Protocolo do Tribunal de Justiça da União Africana
e de Governo da União Africana.
Os Estados Membros da União Africana:
Resolução n.º 29/2005:
Considerando que o Acto Constitutivo estabelece o Tribunal
Aprova o Programa de Actividades da Assembleia da República de Justiça da União Africana;
para o ano de 2006.
Profundamente convencidos que o alcance dos objectivos
Resolução n.º 30/2005: da União Africana passa pela criação do Tribunal de Justiça;
Aprova o Orçamento de Funcionamento e de Investigação Acordaram o seguinte:
da Assembleia da República para o ano de 2006, no montante
CAPÍTULO I
de 299 625,11 milhões de meticais.
ARTIGO 1
Resolução n.º 31/2005:
Definições
Aprova a informação da Comissão Ad -hoc para a Revisão
da Bandeira Nacional e do Emblema da República. No presente Protocolo, salvo indicação em contrário:
«Acto» é o Acto da União Africana;
ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA «Conferência» é a Conferência de Chefes de Estado e de
Governo da União;
Resolução n.º 27/2005 «Comissão» é o Secretariado da União;
de 13 de Dezembro «Tribunal» o Tribunal de Justiça da União;
O Protocolo sobre o Tribunal de Justiça da União Africana, «ECOSOCc» o Conselho Económico, Social e Cultural da
adoptado pela Segunda Conferência dos Chefes de Estado União;
13 DE DEZEMBRO DE 2005 430 — (35)

ARTIGO 50 CAPÍTULO X
Línguas oficiais do Tribunal
ARTIGO 58
As línguas oficiais e de trabalho do Tribunal são as línguas da Regras do Tribunal
União.
O Tribunal deve formar regras para levar a cabo as suas funções
CAPÍTULO VIII e, em geral, para dar consequência aos presentes estatutos. Deve
ARTIGO 51 estabelecer, em particular, regras de procedimento, em confor-
midade com o presente Protocolo.
Execução da sentença

Os Estados Partes comprometem-se a cumprir com a sentença ARTIGO 59


em qualquer litígio dos quais eles fazem parte, dentro dos prazos Assinatura, ratificação e adesão
estipulados pelo Tribunal e a garantir a sua execução.
1. Este Protocolo está aberto à assinatura, ratificação e adesão
ARTIGO 52 dos Estados Membros, de acordo com os seus respectivos
Não cumprimento da sentença procedimentos constitucionais.
1. Sempre que uma parte não respeitar a sentença, o Tribunal 2. Os instrumentos de ratificação devem ser depositados junto
pode, após solicitação feita por qualquer uma das partes, remeter do presidente da Comissão.
o assunto à Conferência, que decidirá sobre as medidas a tomar 3. Qualquer Estado Membro que aderir a este Protocolo depois
no sentido da execução da sentença. da sua entrada em vigor, deve depositar o instrumento de adesão
2. A Conferência pode impor sanções à luz do parágrafo 2 do junto do presidente da Comissão.
artigo 23 do Acto.
ARTIGO 60
ARTIGO 53
Entrada em vigor
Relatório a submeter à conferência
Este Protocolo entra em vigor trinta (30) dias após o depósito
O Tribunal deve submeter, a cada uma das sessões ordinárias
dos instrumentos de ratificação por quinze (15) Estados Membros.
da Conferência, um relatório das suas actividades durante o ano
anterior. O relatório deve especificar, em particular, os casos em (Assinados) — República do Mali. — República Islâmica
que um Estado não cumpriu com a sentença determinada pelo da Mauritânia. — República das Maurícias. — República
Tribunal. de Moçambique. — República da Namíbia.

CAPÍTULO IX

ARTIGO 54
Orçamento
Resolução n.º 28/2005
1. O Tribunal elabora o seu projecto de orçamento anual e de 13 de Dezembro
submete-o à Conferência através do Conselho Executivo.
2. O Orçamento do Tribunal é suportado pelos Estados O Protocolo à Carta Africana dos Direitos do Homem e dos
Membros. Povos relativo aos Direitos da Mulher em África, adoptado
pela Segunda Conferência dos Chefes de Estado e de Governo
ARTIGO 55 da União Africana, realizada em Maputo, Moçambique, de 4
Resumo dos procedimentos a 12 de Julho de 2003, é um instrumento jurídico de fundamental
Com vista a dar andamento rápido aos processos, o Tribunal importância que se destina à protecção, promoção e realização
deve criar anualmente uma secção composta por cinco (5) juízes dos Direitos da Mulher em África.
que, a pedido das partes, pode ouvir e determinar os casos através Considerando que a República de Moçambique assinou
de um processo sumário, de acordo com o Regulamento do Tribunal. o referido Protocolo;
Além disso, deverão ser eleitos dois (2) juízes suplementares
dentre os mesmos, caso seja necessário substituir os juízes que Nestes termos, ao abrigo do disposto na alínea t) do n.º 2
estejam impossibilitados de ocupar os seus cargos. do artigo 179 da Constituição, a Assembleia da República determina:
Único. É ratificado o Protocolo à Carta Africana dos Direitos
ARTIGO 56
do Homem e dos Povos relativo aos Direitos da Mulher em África,
Secções especiais
adoptado pela Segunda Conferência dos Chefes de Estado
O Tribunal pode, de quando em vez, criar uma ou mais secções e de Governo da União Africana, realizada em Maputo,
compostas por três (3) ou mais juízes, de acordo com a decisão Moçambique, de 4 a 12 de Julho de 2003, cujo texto em português
do Tribunal, para lidarem com determinados tipos de casos. vai em anexo, fazendo parte integrante da presente Resolução.
ARTIGO 57 Aprovada pela Assembleia da República, aos 8 de Dezembro
Sentença proferida por uma secção de 2005.

Uma sentença dada por quaisquer das secções em conformidade Publique-se.


com os artigos 55 e 58 do presente Protocolo, deve ser considerada O Presidente da Assembleia da República, Eduardo Joaquim
como proferida pelo Tribunal. Mulémbwè.
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Protocolo à Carta Africana dos Direitos do Homem Reconhecendo o papel crucial das mulheres na preservação
e dos Povos, relativo aos Direitos da Mulher em África dos valores africanos com base nos princípios de igualdade, paz,
liberdade, dignidade, justiça, solidariedade e democracia;
Os Estados Partes ao presente Protocolo: Tendo presente as Resoluções, Declarações, Recomendações,
Considerando que o artigo 66 da Carta Africana dos Direitos Decisões, Convenções e outros instrumentos regionais e sub-
do Homem e dos Povos prevê a adopção de protocolos ou acordos regionais destinadas a eliminar todas as formas de discriminação
especiais, se forem necessários para completar as disposições e a promover igualdade entre homens e mulheres;
da Carta Africana, e que a Conferência dos Chefes de Estado Preocupados com o facto de que, apesar da ratificação, pela
e de Governo, da Organização da Unidade Africana, reunida na maioria parte dos Estados Membros da Carta Africana dos Direitos
sua trigésima primeira Sessão Ordinária em Adis Abeba, do Homem e dos Povos e outros instrumentos internacionais
Etiópia, em Junho de 1995, endossou, através da sua Resolução relativos aos direitos humanos, e do seu compromisso solene
AHG/Res. 240 (XXXI), a recomendação da Comissão Africana de eliminar todas as formas de discriminação e as práticas nocivas
dos Direitos do Homem e dos Povos no sentido de se elaborar contra as Mulheres, elas em África continuam a ser vítimas
um Protocolo sobre os Direitos da Mulher em África; de discriminação e de práticas nocivas;
Considerando igualmente que o artigo 2 da Carta Africana Firmemente convencidos de que toda a prática que impeça ou
dos Direitos do Homem e dos Povos estabelece o princípio ponha em perigo o crescimento normal e afecte o desenvolvimento
da não discriminação com base na raça, na etnia, na cor, no físico e psicológico das mulheres e das raparigas, deve ser con-
sexo, na língua, na religião, na opinião política ou qualquer outra, denada e eliminada;
na origem nacional e social, na fortuna, no nascimento ou em Determinados a garantir a protecção dos direitos das mulheres
outra situação; a fim de lhes permitir o gozo pleno de todos os seus direitos
Considerando ainda que o artigo 18 da Carta Africana dos humanos.
Direitos do Homem e dos Povos exorta os Estados Partes que Acordam no seguinte:
eliminem todas as formas de discriminação contra a Mulher
ARTIGO 1
e assegurem a protecção dos direitos da Mulher, tal como
estipulado em declarações e convenções internacionais; Definições

Notando que os artigos 60 e 61 da Carta Africana dos Direitos Para os fins do presente Protocolo, entende-se por:
do Homem e dos Povos reconhecem os instrumentos regionais a) «Carta Africana», a Carta Africana dos Direitos do Homem
e internacionais relativos aos direitos humanos e as práticas
e dos Povos;
africanas, em conformidade com as normas internacionais dos
b) «Comissão Africana», a Comissão Africana dos Direitos
Direitos do Homem e dos Povos, como referências importantes
para a aplicação e a interpretação da Carta Africana; do Homem e dos Povos;
c) «Conferência», a Conferência dos Chefes de Estado
Evocando que os direitos da Mulher são reconhecidos
e de Governo da União Africana;
e garantidos em todos os instrumentos internacionais relativos
aos Direitos Humanos, nomeadamente a Declaração Universal d) «UA», a União Africana;
dos Direitos Humanos, o Pacto Internacional relativos aos Direitos e) «Acto Constitutivo», o Acto Constitutivo da União
Civis e Políticos, assim como aos Direitos Económicos, Sociais Africana;
e Culturais, a Convenção sobre Eliminação de Todas as Formas f) «Discriminação em Relação à Mulher», toda a distinção,
de Discriminação Contra a Mulher e o seu Protocolo facultativo exclusão ou restrição ou tratamento diferente com
outras Convenções e Pactos Internacionais relativos aos Direitos base no sexo, cujos objectivos ou efeitos comprometem
da Mulher, como sendo direitos humanos, inalienáveis, ou proibem o reconhecimento, o usufruto, ou exercício,
interdependentes e indivisíveis. pela Mulher, independentemente do seu estado civil,
Evocando ainda a Resolução 1325 do Conselho de Segurança dos direitos humanos e das liberdades fundamentais
das NU sobre «Mulheres, Paz e Segurança»; em todas as esferas da vida;
Notando que os direitos da mulher e o seu papel essencial no g) «Práticas Nocivas» (PNs), todo o comportamento, atitude
desenvolvimento, são reafirmados nos Planos de Acção das Nações e/ou prática que afecta negativamente os direitos
Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento em 1992, fundamentais da mulher e das raparigas, como o seu
os Direitos Humanos em 1993, a População e o Desenvolvimento direito à vida, à saúde, à educação, à dignidade
em 1994, e o Desenvolvimento Social em 1995; e integridade física, criada pela Conferência;
h) «NEPAD», a Nova Parceria para o Desenvolvimento
Reafirmando o princípio da promoção da igualdade entre os
de África, estabelecida pela Conferência;
homens e as mulheres consagrado no Acto Constitutivo da União
Africana, na NEPAD e noutras pertinentes Declarações, Resoluções i) «Estados Parte», os Estados Partes ao presente Protocolo;
e Decisões, que realçam a determinação dos Estados Africanos j) «Violência Contra a Mulher», todos os actos perpetrados
em garantir a plena participação das mulheres africanas no contra a Mulher e que cause, ou que seja capaz
desenvolvimento de África, como parceiras em pé de igualdade; de causar danos físicos, sexual, psicológicos ou
Notando ainda que a Plataforma de Acção e a Declaração económicos, incluindo a ameaça de tais actos, ou
de Dakar de 1994 e a Plataforma de Acção e a Declaração de Beijing a imposição de restrições ou a privação arbitrária das
de 1995 apelam a todos os Estados Membros das Nações Unidas, liberdades fundamentais na vida privada ou pública,
que assumiram compromissos solenes de os implementar, de em tempos de paz e durante situações de conflito
tomarem medidas concretas no sentido de prestarem maior atenção ou guerra;
aos Direitos Humanos da Mulher, a fim de eliminar todas as formas k) «Mulheres», as pessoas de sexo feminino, incluindo
de discriminação e de violência com base no género; as raparigas.
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ARTIGO 2 b) Adoptar todas as outras medidas legislativas, adminis-


Eliminação da discriminação contra as mulheres trativas sociais, económicas e outras para prevenir,
punir e erradicar todas as formas de violência contra
1. Os Estados Partes devem combater todas as formas de dis- as mulheres;
criminação contra as mulheres através de adopção de medidas
c) Identificar as causas e as consequências da violência
apropriadas no plano legislativo, institucional e outros. A este
contra as mulheres, e tomar as medidas apropriadas
respeito, comprometem-se a:
com vista a preveni-las e a eliminá-las;
a) Inscrever nas suas constituições e noutros instrumentos d) Promover activamente a educação para a paz, através
legislativos nacionais,caso não o tenham ainda feito, dos currículos escolares e da comunicação social,
o princípio da igualdade entre homens e mulheres, por forma a erradicar elementos que legitimam
e garantir a sua efectiva aplicação; e exacerbam a persistência e a tolerância da violência
b) Adoptar e implementar efectivamente medidas legislativas contra as mulheres e as raparigas, contidos nas
e regulamentares apropriadas, reduzindo todas as crenças, atitudes tradicionais e culturais, das práticas
formas de discriminação e práticas nocivas, que e estereótipos;
comprometam a saúde e o bem-estar das mulheres; e) Punir os autores da violência contra as mulheres e realizar
c) Integrar as preocupações das mulheres nas suas decisões os programas de reabilitação das vítimas;
políticas, legislação, planos, programas e actividades f) Estabelecer mecanismos e serviços acessíveis para
de desenvolvimento, e em todas as outras esferas assegurar a informação, a reabilitação e a indemniza-
da vida; ção efectiva das mulheres e das raparigas vítimas
d) Tomar medidas correctivas e acções positivas nas áreas da violência;
em que a discriminação em relação à mulher, na lei g) Prevenir o tráfico de mulheres, perseguir e condenar
e de facto, continua a existir; os autores do mesmo e proteger as mulheres mais
e) Apoiar as iniciativas locais, nacionais, regionais expostas ao risco de tráfico;
e continentais, que visem erradicar todas as formas h) Proibir todas as experiências médicas ou científicas sobre
de discriminação contra a mulher. as mulheres, sem o seu consentimento prévio;
2. Os Estados Partes empenham-se em modificar os padrões i) Atribuir recursos orçamentais adequados e outros
de comportamento sócio-culturais da mulher e do homem, através para a implementação e acompanhamento das ac-
de estratégicas de educação pública, informação e comunicação, ções que visam prevenir e erradicar a violência contra
com vista à eliminação de todas as práticas culturais e tradicionais as mulheres;
nefastas e de todas as outras práticas com base na ideia de j) Garantir que, nos países onde a pena de morte ainda
inferioridade ou de superioridade de um ou de outro sexo, ou nos existe ou nenhuma sentença seja aplicada contra
papéis estereotipados da mulher e do homem. mulheres grávidas com bebés lactentes;
ARTIGO 3 k) Garantir que mulheres e homens gozem de direito igual
Direito à dignidade
em termos de acesso ao estatuto de refugiado,
e que às mulheres refugiadas sejam concedidos
1. Toda a mulher deve ter direito à dignidade inerente ao ser os benefícios e toda a protecção garantidos pelo
humano e ao reconhecimento e protecção dos seus direitos direito internacional dos refugiados, incluindo a sua
humanos e legais. própria identidade e outros documentos.
2. Toda a mulher tem direito ao respeito da sua pessoa
ARTIGO 5
e ao desenvolvimento livre e pleno da sua personalidade.
Eliminação de práticas nocivas
3. Os Estados Partes devem adoptar e implementar medidas
adequadas proibindo todas as formas de exploração ou Os Estados Partes condenam e proíbem todas as práticas
degradação da mulher. nocivas que afectem os direitos humanos fundamentais das
4. Os Estados Partes devem adoptar e implementar medidas mulheres, e que contrariam as normas internacionais. Os Estados
que garantam a defesa do direito de todas as mulheres à sua Partes tomam todas as medidas legislativas e outras para eliminar
essas práticas, nomeadamente:
dignidade e a serem protegidas de todas as formas de violência,
particularmente a sexual e verbal. a) Sensibilizar todos os sectores da sociedade sobre as
práticas nocivas por meio de campanhas e pro-
ARTIGO 4 gramas de informação, de educação formal e informal
Direito à vida, à integridade e à segurança da pessoa e de comunicação;
1. Toda a mulher tem direito ao respeito pela sua vida, b) Proibir, através de medidas legislativas acompanhadas
à integridade física e à segurança. Todas as formas de exploração, de sanções, todas as formas de mutilação genital
feminina, a escarificação, a medicação e a para
de punição e de tratamento desumano ou degradante devem ser
-medicação da mutilação genital feminina e todas
proibidas.
as outras práticas nocivas com vista à sua total
2. Os Estados Parte comprometem-se a tomar todas medidas erradicação;
apropriadas e efectivas para:
c) Prestar apoio necessário às vítimas de práticas nocivas,
a) Promulgar e aplicar leis que proíbam todas as formas assegurando-lhes os serviços de base, tais como os
de violência contra as mulheres, incluindo as relações serviços de saúde, a assistência jurídica e judiciária,
sexuais não desejadas e forçadas, quer em privado aconselhamento e a formação que lhes permita a auto-
quer em público; subsistência;
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d) proteger as mulheres que correm o risco de serem sujeitas d) Em caso de separação, divórcio ou anulação de casa-
às práticas nocivas ou a todas as outras formas mento, a mulher e o homem tenham os mesmos direitos
de violência, de abuso e intolerância. aquando da repartição dos bens comuns, adquiridos
durante o casamento.
ARTIGO 6
ARTIGO 8
Casamento
Acesso à justiça e igualdade de protecção perante a lei
Os Estados Partes garantem que os homens e as mulheres
gozem de direitos iguais e que sejam considerados parceiros As mulheres e os homens são iguais perante a lei e devem ter
direito a beneficiar de igual protecção da lei. Os Estados Partes
iguais no casamento. A este respeito, adoptam medidas
devem tomar as medidas adequadas para garantir:
legislativas apropriadas para garantir que:
a) Acesso efectivo das mulheres aos serviços jurídicos
a) Nenhum casamento seja contraído sem o consentimento e legais, incluindo a assistência judiciária;
pleno e livre de ambas as partes;
b) Apoio às iniciativas locais, nacionais, regionais
b) A idade mínima de casamento para as mulheres seja e continentais destinadas a promover o acesso de
de 18 anos; mulheres aos serviços de assistência judiciária;
c) Encorajar a monogamia como forma preferida de casa- c) Criação de estruturas educacionais e outras apropriadas,
mento e que os direitos da mulher no casamento e na dando especial atenção a mulheres e à sensibilização
família, inclusive em situações de poligamia sejam de todos quanto aos direitos das mulheres;
encorajados e protegidos; d) Que os órgãos públicos, a todos os níveis sejam dotados
d) Todo o casamento para que seja reconhecido como de meios para interpretar e aplicar correctamente os
legal, se registado por escrito e em conformidade direitos da igualdade do género;
com a legislação nacional; e) Que as mulheres estejam representadas igualmente nas
instituições judiciárias e de ordem pública;
e) Os dois cônjuges escolham, de comum acordo, o seu
regime matrimonial e o lugar de residência; f) Reforma das leis e práticas discriminatórias afim
de promover e proteger os direitos da mulher.
f) A mulher deve ter o direito de manter o seu nome
de solteira, de utilizá-lo como bem o entender, ARTIGO 9
conjunta ou separadamente do apelido do seu Direito a participação no processo político e de tomada
esposo; de decisões.

g) A mulher deve ter o direito de conservar a sua na- 1. Os Estados Partes realizam acções positivas específicas
cionalidade, ou de adquirir a nacionalidade do seu para promover a governação participativa e a participação paritária
marido; das mulheres na vida política dos seus países, através de uma
acção afirmativa e uma legislação nacional e outras medidas de
h) A mulher e o homem tenham o mesmo direito no que
forma a garantir que:
se refere à nacionalidade dos seus filhos, sob
reserva das disposições contrárias nas leis nacionais a) Participem em todas as eleições, sem qualquer discrimi-
e exigências da segurança nacional; nação;
b) Estejam representadas em paridade com os homens e em
i) A mulher e o homem devem contribuir conjuntamente
todos os níveis nos processos eleitorais;
para a salvaguarda dos interesses da família, da pro-
tecção e da educação dos seus filhos; c) Sejam parceiras iguais dos homens a todos os níveis de
desenvolvimento e de implementação das políticas
j) Durante o casamento, a mulher tenha o direito de adquirir e programas das políticas e programas de desenvol-
bens próprios, de administrá-los e gerí-los livremente. vimento dos Estados e das autarquias locais.
ARTIGO 7 2. Os Estados Partes garantem uma maior e efectiva repre-
sentação e participação da mulher a todos os níveis de tomada
Separação, divórcio e anulação do matrimónio
de decisões.
Os Estados Partes comprometem-se a adoptar medidas
legislativas apropriadas para que os homens e as mulheres gozem ARTIGO 10
dos mesmos direitos em caso de separação, de divórcio e de Direito à paz
anulação do matrimónio. A este respeito, garantem que: 1. A mulher tem direito a uma existência pacífica e a participar
a) A separação, o divórcio e a anulação do matrimónio na promoção e manutenção da paz.
sejam pronunciados por via judicial; 2. Os Estados Partes devem adoptar todas as medidas
b) Os homens e as mulheres tenham os mesmos direitos apropriadas com vista a assegurar uma maior participação da
de pedir a separação, o divórcio ou a anulação mulher:
do matrimónio; a) Em programas de educação para a paz e de cultura de
c) Em caso de separação, divórcio ou anulação do casamento, paz;
a mulher e o homem tenham os mesmos direitos e b) Em mecanismos e processos de prevenção, gestão e
deveres em relação aos seus filhos. Em qualquer um resolução de conflitos aos níveis local, nacional,
dos casos, o interesse dos filhos é considerado primordial; regional, continental e internacional;
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c) Em processos locais, nacionais, regionais, continentais 2. Os Estados Parte devem tomar medidas específicas de acção
e internacionais de tomada de decisão, para garantir positiva para:
a protecção física, psicológica, social e jurídica de
mulheres requerentes de asilo, refugiadas, retornadas a) Promover uma maior alfabetização das mulheres;
e pessoas deslocadas, em particular, as mulheres; b) Promover a educação e a formação das mulheres e das
d) Em todos os níveis dos mecanismos estabelecidos para raparigas a todos os níveis e em todas as disciplinas; e
a gestão de campos e instalações para requerentes c) Promover a inscrição e a retenção de raparigas nas escolas
de asilo, refugiados, retornados e deslocados, e noutros centros de formação, bem assim a orga-
particularmente mulheres; nização de programas em prol das mulheres e das
e) Em todos os aspectos de planificação, formulação raparigas que abandonam as escolas de forma
e implementação dos programas de reconstrução prematura.
e reabilitação pós-conflito.
ARTIGO 13
3. Os Estados Partes tomam as medidas necessárias para redizir
Direitos económicos e à protecção social
significativamente os gastos militares a favor do desenvolvimento
social em geral, e das mulheres, em particular. Os Estados Parte adoptam e aplicam medidas legislativas
e outras para garantir às mulheres iguais oportunidades no
ARTIGO 11 trabalho e no desenvolvimento da carreira e outras oportunidades
Protecção das mulheres nos conflitos armados económicas. A esse respeito devem:
1. Os Estados Partes comprometem-se a respeitar e a fazer a) Promover igualdade em matéria de acesso ao emprego;
respeitar as normas do Direito Internacional Humanitário, b) Promover o direito à remuneração igual para homens
aplicáveis nas situações de conflitos armados, que afectam a e mulheres num mesmo emprego de valor igual;
população, particularmente as mulheres.
c) Garantir a transparência na contratação, promoção e na
2. Os Estados Partes, em conformidade com as obrigações exoneração das mulheres com vista a combater
que lhes são cometidas ao abrigo do Direito Internacional o assédio sexual no local de trabalho;
Humanitário, devem, em caso de conflito armado, proteger os
civis incluindo as mulheres independentemente da população a d) Permitir que as mulheres escolham livremente o seu
que pertencem. emprego, protegê-las contra os empregadores que
violam e exploram os seus direitos fundamentais,
3. Os Estados Partes comprometem-se a proteger as mulheres
reconhecidos e garantidos pelas convenções,
candidatas a asilo, as refugiadas, repartidas ou deslocadas no
legislações nacionais e regulamentos em vigor;
interior do seu próprio país, contra todas as formas de violência
e outras formas de exploração sexual e garantir que seus actos e) Criar condições propícias para promover e apoiar os
sejam considerados e julgados como crimes de guerra, genocídio empregos e as actividades económicas das mulheres,
e/ou crimes contra a humanidade perante as jurisdições particularmente, no sector informal;
competentes. f) Criar um sistema de protecção e de segurança social
4. Os Estados Partes devem tomar todas as medidas neces- a favor das mulheres que trabalham no sector informal
sárias para impedir que nenhuma criança, sobretudo as raparigas e sensibilizá-las para que adiram a esse sistema;
com menos de 18 anos de idade, participem directamente nas g) Estabelecer uma idade mínima para o trabalho, proibir
hostilidades e, que nenhuma criança seja recrutada como soldado. o emprego de crianças abaixo dessa idade, e proibir,
combater e punir todas as formas de exploração das
ARTIGO 12
crianças, em particular, das raparigas;
Direito à educação e à formação
h) Tornar as medidas necessárias a fim de valorizar o trabalho
Os Estados Partes devem tomar todas as medidas apropriadas doméstico das mulheres;
com vista a:
i) Garantir as mulheres férias adequadas e pagas, antes
a) Eliminar todas as formas de discriminação contra e depois do parto, tanto no sector privado como no
as mulheres e raparigas no domínio da educação público;
e formação;
j) Garantir igualdade na aplicação de impostos para homens
b) Eliminar todas as referências em manuais, currículos e mulheres;
e meios de comunicação social que perpetuam essa
discriminação; k) Reconhecer às mulheres assalariadas o direito de
beneficiar dos mesmos subsídios e benefícios
c) Proteger as mulheres, especialmente as crianças-
concedidos aos homens assalariados, a favor dos
rapariga contra todas as formas de abuso, incluindo
seus cônjuges e filhos;
o assédio sexual nas escolas e outros estabeleci-
mentos de ensino e prever sanções contra os l) Reconhecer a responsabilidade primária dos pais de ga-
autores destas práticas; rantir a educação e o desenvolvimento dos seus filhos,
d) Proporcionar serviços de aconselhamento e reabilitação como uma função social na qual o Estado e o sector
das mulheres vítimas de abuso e assédio sexuais; privado assumem responsabilidades secundárias;
e) Integrar a questão do género e a educação dos direitos m) Tomar as medidas legislativas e administrativas apro-
humanos em todos os níveis dos programas de ensino, priadas com vista a combater a exploração ou a utilização
incluindo a formação de formadores. das mulheres para fins publicitários.
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ARTIGO 14 ARTIGO 18
Direito à saúde e ao controlo das funções de reprodução Direito a um meio ambiente saudável e sustentáveis

1. Os Estados Parte devem garantir o respeito e a promoção 1. A mulher tem o direito de viver num meio ambiente saudável
dos direitos da mulher à saúde, incluindo a saúde sexual e sustentável.
e reprodutiva. Esses direitos compreendem:
2. Os Estados Parte devem adoptar todas as medidas apro-
a) O direito ao controlo da sua fertilidade; priadas para:
b) O direito de decidir sobre a sua maternidade, o número
de filhos e o espaçamento dos nascimentos; a) Assegurar uma maior participação da mulher na
planificação, gestão e preservação do meio ambiente,
c) O direito de escolher livremente métodos contraceptivos;
a todos os níveis;
d) O direito de se proteger e de ser protegida contra as
doenças de transmissão sexual, incluindo o VIH/SIDA; b) Promover a pesquisa sobre novas e renováveis fontes
e) O direito de serem informadas do estado de saúde do seu de energia, incluindo as tecnologias de informação
parceiro, em particular, em caso de doenças sexual- e facilitar o acesso da mulher às mesmas e a parti-
mente transmissíveis, incluindo o VIH/SIDA, em cipação no seu controlo;
conformidade com as normas internacionalmente c) Proteger e assegurar o desenvolvimento dos conhe-
reconhecidas; cimentos tradicionais das mulheres; e
f) O direito à educação sobre o planeamento familiar.
d) Garantir que os padrões apropriados sejam respeitados
2. Os Estados Parte devem tomar medidas apropriadas para: para o armazenamento, o transporte e a destruição
a) Assegurar às mulheres o acesso aos serviços de saúde do lixo doméstico.
adequados de baixo custo e a distâncias razoáveis,
incluindo o s programas de informação, de educação ARTIGO 19
e comunicação para as mesmas, em particular, para Direito a um desenvolvimento sustentável
aquelas que vivem nas zonas rurais;
b) Criar e reforçar os serviços de saúde pré e pós-natal 1. A mulher tem o direito de gozar plenamente do seu direito
e nutricidade para as mulheres, durante a gravidez ao desenvolvimento sustentável. A este respeito, os Estados
e o período de aleitamento; Partes devem tomar todas as medidas apropriadas para:
c) Proteger os direitos de reprodução da mulher, particu- a) Introduzir a questão do género no procedimento nacional
larmente autorizando abortos médios em casos de planificação para o desenvolvimento;
de agressão sexual, violação incesto e quando a gra-
videz põe em perigo a saúde mental e psíquica da mãe b) Assegurar uma participação igual das mulheres a todos
ou do feto. os níveis de concepção, de tomada de decisão, de
implementação e de avaliação de políticas e programas
ARTIGO 15 de desenvolvimento;
Direito à segurança alimentar c) Promover o acesso e a posse pela mulher dos recursos
Os Estados Parte devem garantir às mulheres o direito ao produtivos, tais como a terra, e garantir o seu direito
acesso a uma alimentação sadia e adequada. Neste sentido, aos bens;
adoptam medidas apropriadas para: d) Promover o acesso das mulheres ao crédito, à formação,
a) Assegurar à mulher o acesso à água potável, às fontes ao desenvolvimento das técnicas e os serviços de
de energia doméstica, à terra e aos meios de produção extensão no meio rural e urbano, a fim de lhes assegurar
alimentar; e uma melhor qualidade de vida e de reduzir o seu nível
b) Estabelecer sistemas de aprovisionamento e de arma- de pobreza;
zenagem adequados para garantir às mulheres
a segurança alimentar. e) Garantir que os efeitos negativos da globalização e a im-
plementação de políticas e programas comerciais
ARTIGO 16 e económicos sejam reduzidos ao mínimo, em relação
Direito a uma habitação adequada às mulheres.
A mulher tem o mesmo direito que o homem ao acesso a uma ARTIGO 20
habitação e a condições de vida aceitáveis, num ambiente Direitos da viúva
saudável. Para o efeito, os Estados Parte garantem à mulher,
independentemente do seu estado civil, o acesso a uma habitação Os Estados Partes devem adoptar medidas apropriadas para
adequada. garantir que a viúva goze de todos os direitos humanos, através
da implementação das disposições seguintes:
ARTIGO 17
Direito a um ambiente cultural positivo
a) Que as mulheres não sejam sujeitas a tratamentos
desumanos, humilhantes e/ou degradantes;
1. A mulher deve ter o direito de viver num ambiente cultural
b) Depois da morte do marido, a viúva torna-se a tutora dos
positivo e de participar na determinação de políticas culturais,
a todos os níveis. seus filhos, salvo se isso é contrário aos interesses
e ao bem-estar destes últimos;
2. Os Estados Parte devem adoptar todas as medidas
apropriadas para reforçar a participação da mulher na formulação c) A viúva deve ter o direito de contrair novo matrimónio
de políticas culturais, a todos os níveis. com um homem de sua escolha.
13 DE DEZEMBRO DE 2005 430 — (41)

ARTIGO 21 b) garantir que essas reparações sejam determinadas pelas


Direito à herança autoridades judiciais, administrativas e legislativas
competentes, ou por uma outra autoridade competente
1. Uma viúva tem o direito a uma parte igual da herança relativa prevista pela lei.
aos bens do seu esposo. Uma viúva tem o direito de continuar
a habitar no domicílio conjugal, independentemente do regime ARTIGO 26
matrimonial. Em caso de novo casamento, ela conserva esse direito Monitorização e implementação
se a habitação lhe pertence ou se a tiver obtido por herança.
1. Os Estados Parte devem garantir a implementação deste
2. As mulheres e os homens têm o direito de herdar os bens Protocolo a nível nacional, e submeter no quadro do seu relatório,
dos seus pais, em partes iguais. nos termos do artigo 62 da Carta Africana, as medidas legislativas
e outras tomadas para a plena realização dos direitos contidos e
ARTIGO 22
reconhecidos no presente Protocolo.
Protecção especial à mulher idosa
2. Os Estados Parte comprometem-se a adoptar todas as
Os Estados Partes comprometem-se a: medidas necessárias e, em particular, afectar recursos orçamentais
a) Garantir a protecção das idosas, e tomar medidas e outros com vista à implementação efectiva dos direitos
específicas de acordo com as suas necessidades reconhecidos no presente Protocolo.
físicas, económicas e sociais bem como o seu acesso ARTIGO 27
ao emprego e à formação profissional;
Interpretação
b) Assegurar às mulheres idosas, protecção contra a vio-
lência, incluindo o abuso sexual e a discriminação com O Tribunal Africano dos Direitos do Homem e dos Povos
base na idade e garantir-lhes o direito de serem tratados é competente para conhecer os litígios relativos à interpretação
com dignidade. do presente Protocolo, decorrentes da sua aplicação ou da sua
implementação.
ARTIGO 23
ARTIGO 28
Protecção especial das mulheres portadoras de deficiência
Assinatura, ratificação e adesão
Os Estados Partes comprometem-se a:
1. Este Protocolo é submetido à assinatura e ratificação pelos
a) Gmeadamente através de medidas específicas de acordo Estados Parte e é aberta a sua adesão, em conformidade com os
com as suas necessidades físicas, económicas e seus respectivos procedimentos constitucionais.
sociais, para facilitar o seu acesso ao emprego, à 2. Os instrumentos de ratificação ou de adesão devem ser
formação profissional e vocacional, bem como a sua depositados junto do presidente da Comissão da União Africana.
participação na tomada de decisões;
ARTIGO 29
b) Garantir a protecção das mulheres portadoras de defi-
ciência contra a violência, incluindo o abuso sexual Entrada em vigor
e a discriminação com base na doença e garantir 1. O presente Protocolo entra em vigor trinta dias (30) dias
o direito a serem tratadas com dignidade. após o depósito do décimo quinto (15.º) instrumento de ratificação.
ARTIGO 24 2. Para cada Estado Parte que adere ao presente Protocolo
após a sua entrada em vigor, o Protocolo entra em vigor a partir da
Protecção especial das mulheres em situação de sofrimento
data de depósito pelo Estado do seu instrumento de adesão.
Os Estados Partes comprometem-se a: 3. O presidente da Comissão da União Africana deve notificar
a) Garantir a protecção das mulheres pobres e das mulheres todos os Estados Partes da entrada em vigor do presente
chefes de família em sofrimento, incluindo as dos Protocolo.
grupos populacionais marginalizados e proporcionar- ARTIGO 30
lhes um ambiente adequado à sua condição e às suas
Emenda e revisão
necessidades físicas, económicas e sociais especiais;
b) Garantir o direito de mulheres grávidas, lactentes ou 1. Todo o Estado Parte pode submeter propostas de entrada
ou de revisão do presente Protocolo.
em detenção, proporcionando-lhes um ambiente
adequado à sua condição e o direito a um tratamento 2. Propostas de emenda ou de revisão são submetidas, por
escrito, ao presidente da Comissão da UA, que deve transmiti-las
condigno.
aos Estados Parte dentro de um período de trinta (30) dias após a
ARTIGO 25 sua recepção.
Reparações 3. A Conferência dos Chefes de Estado e de Governo depois
do parecer da Comissão Africana, examina essas propostas dentro
Os Estados Partes comprometem-se a: de um período de um (1) ano, depois da notificação aos Estados
a) Garantir que reparações adequadas sejam arbitradas a Parte, em conformidade com as disposições do parágrafo 2 deste
qualquer mulher, cujos direitos ou liberdades, tais artigo.
como reconhecidos no presente Protocolo, forem 4. As propostas de emendas ou de revisão devem ser são
violados; adoptadas pela Conferência por uma maioria simples.
430 — (42 ) I SÉRIE — NÚMERO 49

5. A emenda entra em vigor, para cada Estado Parte que a IV. Promover uma cultura parlamentar de paz, tolerância e debate
tenha aceite, trinta (30) dias depois do presidente da Comissão construtivo, a par do espírito de isenção nos serviços de
da UA ter recebido a notificação da aceitação. apoio;
V. Reforçar a capacitação institucional da Assembleia da
ARTIGO 32 República com vista à maximização da eficiência de trabalho.
Estatuto do presente Protocolo
I. No âmbito da colocação da Assembleia da república na
Nenhuma das disposições do presente Protocolo deve afectar posição institucional que lhe compete no quadro
disposições mais favoravelmente à realização dos direitos da constitucional democrático
mulher contidas nas legislações nacionais dos Estados Partes
ou em todas outras convenções, tratados ou acordos regionais, Para a materialização deste objectivo geral são estabelecidos
sub-regionais, continentais ou internacionais aplicáveis nesses os seguintes objectivos específicos e respectivas acções:
Estados Partes. 1. Desenvolver o funcionamento programático e com objectivos
legislativos definidos:
ARTIGO 32
a) Identificação das leis vigentes que não estejam em
Disposições transitórias conformidade com a Constituição da República;
Até à criação do Tribunal Africano dos Direitos do Homem b) Levantamento da produção legislativa a ser apreciada
e dos Povos, a Comissão Africana dos Direitos Humanos e dos pela Assembleia da República em cada semestre;
Povos acompanha as questões de interpretação decorrentes c) Definição do período de férias parlamentares (fim da 2ª
da aplicação e implementação deste Protocolo. sessão Ordinária do Plenário até 1 de Fevereiro).
Adoptada pela Segunda Sessão Ordinária da Conferência 2. Elevar a capacidade de desempenho da Assembleia
da União Africana. da República:
a) Melhoramento da preparação e organização das sessões
plenárias e das comissões de trabalho da Assembleia
da República;
Resolução n.º 29/2005
b) Criação de condições para que os membros das comissões
de 13 de Dezembro de trabalho se reunam, pelo menos, quinze dias antes
Ao abrigo da alínea e) do artigo 45 do Regimento, aprovado do início das sessões Plenárias;
pela Lei n.º 6/2001, de 30 de Abril, a Assembleia da República, c) A revisão do Regimento da Assembleia da República
determina: e do Estatuto do Deputado;
Artigo 1. É aprovado o Programa de Actividades da Assembleia d) Revisão do Sistema de Segurança e Previdência Social
da República para o ano de 2006, o qual faz parte integrante do Deputado, no âmbito dos órgãos de soberania;
da presente Resolução. e) Aperfeiçoamento dos mecanismos de relacionamento
Art. 2. A presente Resolução entra em vigor na data da sua e intercâmbio com o eleitorado;
publicação. f) Imprimir maior rigor na elaboração, cumprimento
Aprovada pela Assembleia da República, aos 13 de Dezembro e monitoramento de planos específicos de trabalho
de 2005. das Comissões de Trabalho e Grupos Nacionais junto
dos fora internacionais;
Publique-se.
g) Acompanhamento do funcionamento do Gabinete
O Presidente da Assembleia da República, Eduardo Joaquim
Parlamentar de prevenção e combate ao HIV/SIDA;
Mulémbwe.
h) Promoção de programas de formação e capacitação dos
Deputados, membros das Comissões de Trabalho
VI LEGISLATURA e de Grupos Nacionais, nos domínios de:
i. Técnicas legislativas;
Programa de Actividades da Assembleia da República–2006 ii. Plano e orçamento;
A Assembleia da República aprovou através da Resolução iii. Fiscalização;
n.º 16/2003, o seu Plano Estratégico cuja vigência abrange iv. Línguas estrangeiras;
o quinquénio 2004 – 2008. Este plano, estabelece objectivos v. Informática.
estratégicos que sintetizam as principais aspirações da Assembleia i) Criação de um centro Gráfico, sob moldes de gestão privada,
da República, servindo de linhas orientadoras que norteiam para responder à demanda na produção e reprodução
a elaboração dos planos e programas de actividades desta de documentação parlamentar.
magna casa. 3. Estabelecer mecanismos de contacto e relacionamento com
Os objectivos traçados pelo Plano Estratégico da Assembleia outras instituições de soberania para definir formas de rela-
da República são os seguintes: cionamento institucional.
I. Colocar a Assembleia da República na posição institucional Assegurar o relacionamento permanente e funcional entre a
que lhe compete no quadro constitucional democrático; Assembleia da República e os outros poderes de Estado, através
II. Elevar a qualidade de monitoria da acção do Executivo pela de:
Assembleia da República; a) Exercício da função fiscalizadora do Estado;
III. Reforçar a ligação dos deputados aos seus círculos eleitorais b) Levantamento da legislação aprovada pela Assembleia
com vista a reforçar a democracia participativa e a luta contra da República que não está sendo efectivamente
a pobreza; aplicada;

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