Celibato
Celibato
Celibato
CELIBATO
Mt, 19, 10-12 – Pelo Amor ao Reino
1Cor, 7, 1,32-34
Cada um deve procurar uma forma de agradar o Senhor
A questão do celibato tem sido um dos temas de debates para os dias de hoje. Daí que
achamos pertinente, apresentarmos uma reflexão a cerca do mesmo. Assim algumas pessoas
entendem o celibato sacerdotal como uma disciplina que a Igreja segue desde a sua origem, ou
seja, desde a época apostólica.
Mas antes de falarmos concretamente do celibato sacerdotal apresentaremos a
etimologia da palavra. Assim, etimologicamente, celibato significada a abstenção do uso da
genitalidade sexual. Deriva do Latim Caelebs, uma palavra usada por Cícero. Por sua vez, a
palavra latina deriva do grego Koíte [] e coitos [] (= cama ou leito nupcial) e do
verbo leipo [] (= deixar, abandonar, renunciar).
Isto quer dizer que o celibato renuncia ao leito nupcial, abandona renúncia à própria
prática da genitalidade e da afectividade íntima com a pessoa do outro sexo. Assim, pois, de
caelebs deriva caelibatus = Celibato.
Assim com esta palavra, designamos o voluntario da pessoa humana de abstenção da
prática da sexualidade genital e afectiva. É uma opção voluntaria, livre responsável e por serias
profundas motivações, pela qual a pessoa renuncia ao uso legitimo da sexualidade,
principalmente no seu aspecto genital e de afectividade profunda e íntima em casal.1
As características do Celibato2:
1. Opção voluntaria, livre e responsável;
2. Motivações sérias, validas e autênticas;
3. Abstenção do uso legítimo da sexualidade;
4. Dom gratuito de Deus.
Opção voluntaria, livre e responsável – se esta opção não for voluntaria, livre e
responsável, de nada serve estabelecer normas e leis que obriguem a um celibato forçado. Um
celibato por imposição e sem uma aceitação voluntaria e livre será um celibato doloroso e não
será integrador dos valores da pessoa.
1
Cfr. PRIETO, António-Luis Crespo, Celibato Pelo Reino de Deus, Ed. Paulus, 1996, Pág. 34.
2
Cfr. Idem.
9
Motivações sérias, validas e autenticas – se a pessoa não tem motivações autênticas e
validas para tomar esta opção, será impossível que a mesma seja livre e voluntaria, e é quase
certo que não será duradoura; não poderá chegar a viver um celibato adulto e integrador da sua
sexualidade, do mesmo modo que um matrimónio será falso se um dos dois contraentes ou
ambos acederem a uma opção matrimonial sem autênticas motivações e sem plena liberdade.
Dom gratuito de Deus – não é possível seguir esta opção de viver como celibatário
consagrado pelas próprias forças humanas; isso só é possível por graças de Deus e por uma
vocação sobrenatural.
3
Cfr. CIC, nº 1579.
4
Cfr. MUKENDI, Franck Kanyinda, Como gerir a tua humanidade? 3ªed. Ed. Paulinas, 2014, Pág. 94.
10
desprezo do matrimónio ou de vida genital, mas sim como exclusividade pelo reino de Deus.
Portanto o celibato consagrado é vivido desde Jesus, como modelo perfeito.
CASTIDADE
5
Cfr. Papa, JOÃO, Paulo II, Pastores Dabo Vobis Exortação Apostólica Pós-Sinodal, Sobre a Formação dos
Sacerdotes, ed. 8ª, Ed. São Paulo – Brasil, 1992, Pág. 135, nº 50.
6
AAVVS, Youcat – Catecismo Jovem da Igreja Católica, 3ªed. Ed. Paulus, 2011, pág. 146/7.
7
Cfr. Papa, JOÃO, Paulo II, Pastores Dabo Vobis Op. cit, Pág. 135, nº 50.
8
Cfr. Idem.
9
Cfr. OLIVEIRA, Barros José, Queremos Ver Jesus – temas de catequese, 4ªed. Ed. Seminário do Coração de
Maria Carvalhos - Portugal, 1986, Pág. 265.
10
Cfr. CDC, cân, nº 277.
11
Quando falamos de castidade, é muito provável que nos encontremos com muitos mal-
entendidos. Muitos acreditam que a castidade é o mesmo que “nunca fazer sexo” e que “isso é
apenas para padres e freiras”. Poucos entendem o seu verdadeiro significado e isso faz com que
não poucos reajam negativamente e façam ironias até ao mencionar essa palavra. Assim para o
Magistério da Igreja, a Castidade significa a integração conseguida da sexualidade na pessoa, e
daí a unidade interior do homem no seu ser corporal e espiritual 11. A palavra Castidade vem do
latim castus e significa puro.
A castidade é uma virtude moral. Mas é também um dom de Deus, uma graça, um fruto
do trabalho espiritual.
Relação Castidade e Celibato
Existe uma diferença muito grande entre castidade e celibato. A castidade é a virtude
que protege o amor do egoísmo e a ajuda a ser puro. Sendo assim, todos têm necessidade da
castidade, pois a tentação de voltar-se para si mesmo é contínua. Para a Igreja, a castidade é
sinónimo de pureza no amor. A castidade é uma virtude que diz respeito a todos, porque todos
têm necessidade de amar de maneira autêntica.
O celibato é uma forma particular de ser casto; é uma espécie de virgindade
permanente, porque a pessoa se abstém do casamento e do exercício da sexualidade por motivos
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Pe. Abílio Lima Tchiheke
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