Apostila Saude Mental

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1-FASES DO DESENVOLVIMENTO DA PERSONALIDADE

1.1Etapas do Desenvolvimento Segundo Freud

Fase Oral
Período: de 0 a 1 ano
A região do corpo que proporciona maior prazer à criança é a boca. É pela boca que a
criança entra em contato com o mundo.
O principal objeto de desejo nesta fase é o seio da mãe, que além de alimentá-la
proporciona satisfação ao bebê.

Fase anal
Período: 2 a 4 anos
A criança obtém prazer pela estimulação do ânus ao reter e expulsar as fezes. O
controle da defecação gera sentimentos de prazer e de dor.
Nesta fase que se faz a educação para a higiene. Se a educação é severa e demasiado
exigente resultarão comportamentos ambivalentes: obsessão pela ordem, teimosia, egoísmo,
crueldade, violência, rebeldia, desorganização.
Neste estádio, há o reforço do Ego.

Fase Fálica
Período: de 4 a 6 anos
A zona erógena principal é a região genital: os órgãos sexuais são estimulados pela
criança, que assim obtém prazer.
A curiosidade sobre as diferenças sexuais é grande. É neste estádio que surge o
Complexo de Édipo
É aqui que se forma o super-ego e se supera o complexo de Édipo, bem como se
desenvolve a noção de identidade sexual.

Fase de Latência
Período: de 6 a 11 anos
Deslocamento da libido da sexualidade para atividades socialmente aceitas, a criança
passa a gastar sua energia em atividades sociais e escolares.

Fase Genital

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Período: a partir de 11 anos.
Neste período, que tem início com a adolescência, há uma retomada dos impulsos
sexuais, o adolescente passa a buscar, um objeto de amor.
A adolescência é um período de mudanças no qual o jovem tem que elaborar a perda
da identidade infantil e da infância, para que possa assumir uma identidade adulta.

Adolescência
Período: de 12 a 18 anos.
A adolescência é uma fase cheia de questionamentos e instabilidade, que se
caracteriza por uma intensa busca de “si mesmo” e da própria identidade.
Nessa fase todos os padrões estabelecidos são questionados, buscando assim a
liberdade e autoafirmação.
O humor fica extremamente lábil, com crises de raiva, choro e risos, alternados e
exagerados, além da insatisfação constante, e oposição a tudo o que o adulto sugere.
Erikson aponta com sendo a fase da Identidade X Confusão de Papéis, há um grande
desejo de ser valorizado no grupo; porém o medo de não ser capaz está sempre presente.
É uma fase de muita criatividade, com críticas ao que acontece ao seu redor, tendo
necessidade de falar sobre o que pensa, mas só quando desejar, como se precisasse
constantemente provar sua liberdade de falar ou calar.

Maturidade – Jovem adulto


Período: de 19 a 40 anos.
Passa pela fase da Intimidade X Isolamento,
Onde deseja um relacionamento afetivo íntimo, duradouro e continuo, através de
relações profundas, construção de uma carreira profissional que lhe dê estabilidade.

Maturidade – Meia Idade


Período: de 40 a 60 anos.
Fase da Produtividade X Estagnação, onde se a carreira profissional e as questões
emocionais estiverem “resolvidas”, tanto pode ocorrer uma estagnação, como uma busca de
novos desafios.
A chamada crise dos 40 ocorre quando se avalia que não se tem mais todo o futuro
pela frente, e que o recomeço não é tão simples, pois sair do conhecido, e lançar-se no escuro
amedronta, torna-se mais preocupante do era que antes.

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Fase extremamente criativa dizendo ser o “inicio do libertar-se do aprisionamento do
ego”, é sim um período especial, e que o importante é responder as seguintes perguntas:
 Para o que quero usar meu potencial?
 O que tenho realmente que fazer na vida?
 Qual é a minha verdadeira tarefa?

Velhice
Período: após 60 anos.
Fase onde se desenvolve a Integridade X Desesperança,
Onde ocorre naturalmente a avaliação do que foi vivido, com a percepção clara de que
não é possível mudar muitas coisas que já passaram.
É um fato real, que se o idoso ficar preso a essas perdas haverá muito inconformismo,
revolta ou depressão.
Se o idoso conseguir manter a “integridade do ego” para adaptar-se às mudanças
pessoais e sociais, conseguirá satisfazer seus anseios, atingindo, como resultado de toda
experiência vivida, o dom da sabedoria.

“O desenvolvimento Humano é comumente definido como transformações físicas e


psicológicas que ocorrem com o passar dos anos”.
Tony Booth

1.2 Organização Mental do Homem por Freud


Freud ao estudar o funcionamento e a organização mental do homem percebeu que
existem três elementos funcionais que atuam de diferentes formas.
Aos elementos, nomeou:
 Id
 Ego
 Superego.

ID
Ao Id foi atribuída à parte primitiva da mente, o instinto irracional
que se manifesta sem a preocupação com princípios morais, éticos, etc.
O Id é mais evidenciado na infância, pois na infância a mente é
dominada pelo desejo de ter seus pedidos atendidos imediatamente.
Na fase adulta, o Id é influenciado pelo Ego e Superego.

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Ego
Ao Ego foi atribuída a parte de equilibrar os anseios do Id e do Superego de forma
racional e consciente.
O Ego possui elementos conscientes e inconscientes que se conflitam para que uma
decisão seja tomada.
No Ego também se alojam os mecanismos de defesa, para se livrar de forma
inconsciente de situações que provoque dor psíquica, angústia.

Superego
Ao Superego foi atribuída a função de impedir a realização dos instintos e desejos do
Id.
Influencia o Ego de forma a castigá-lo por se influenciar pelo Id provocando os
sentimentos de culpa e recompensá-lo quando é influenciado por atitudes aceitáveis.
Utiliza regras, éticas, valores e moralidades para agir no Ego de forma a censurar o Id

Dessa forma, pode-se perceber que o Id e o Superego são elementos inconscientes


geradores de conflitos no Ego, elemento consciente responsável pela tomada de decisões e
pela liberação do pensamento na realidade externa.
O Ego quando influenciado pelo Id torna um indivíduo: agressivo, dependente,
escandaloso, histérico, impaciente, mal-humorado, rebelde, falso, egoísta, etc.
Enquanto que quando influenciado pelo Superego torna o mesmo: crítico, acusador,
exigente, preconceituoso, prepotente, autoritário, invalidador de ideias, etc..
Mostrando que os elementos da estrutura mental são interdependentes não podendo
ser considerados isoladamente.
Nesse processo o Ego atua para obter influências do Id e do Superego de forma com
que a influência seja racional

1.3 Formação da Personalidade

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Personalidade é um conceito amplo e abrangente.
É a organização permanente das predisposições do indivíduo
dos seus traços característicos, motivações, valores e modos de
ajustamento ao ambiente.
O desenvolvimento da personalidade é um processo complexo,
depende de quatro tipos de fatores:
O 1º - fator é o biológico no qual se incluem a dotação genética, temperamento, aparência
física e taxa de maturação.
O 2º - fator é a participação num grupo cultural. Em cada cultura há
características que são adquiridas desde muito cedo.
O 3º - fator é a socialização isto são as experiências da criança com os outros. A
personalidade é, sobretudo o produto da aprendizagem social, dos
modos de vida dos pais.
O 4º - fator é a situação de vida que o individuo vive que pode
concorrer para que manifeste cansaço, frustração, ansiedade, calma,
bom humor; as recompensas ou castigos que recebe influenciam muito.

2. HISTÓRIA DA PSIQUIATRIA NO BRASIL E NO MUNDO


A doença Mental na Pré-história era atribuída a meios externos: forças sobrenaturais,
bruxaria, demônios, deuses. As pessoas acometidas eram tratadas em rituais tribais. Em caso
de insucesso a pessoa era abandonada
Na Antiguidade era atribuída a forças demoníacas. Não haviam locais para destinar os
doentes mentais. Os ricos permaneciam em suas residências e os pobres vagavam pelas ruas.
O louco era um problema familiar, não social.
Na Grécia os sacerdotes orientavam o tratamento com caridade e atividades físicas.
Médicos tinham grande respeito pelo doente, porém caso não respondesse bem a terapia
eram isolados da sociedade.
Na Idade Média a loucura era vista com tolerância, acreditava-se que era designo de
Deus. Os loucos eram considerados parte da sociedade e alvo de caridade. Os doentes eram
chamados de lunáticos ( do latim Luna=Lua), pois acreditava-se que a mente era influenciada
pelas fases da lua.
Doentes mentais agressivos eram amarrados, e submetidos a longos períodos de
jejum, sob alegação de estarem possuídos. Muitas vezes eram submetidos a rituais de
exorcismo.

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Na Idade Moderna houve inicio da visão racional da
doença, abandono de crenças místicas. Com a
industrialização, iniciaram os problemas sociais, aumento do
número de mendigos.
Loucos eram vistos como desocupados eram
marginalizados e isolados. Surgimento dos Hospitais Gerais,
que internavam loucos e marginalizados da sociedade.
Na Idade Contemporânea, fim do séc. XVIII
denuncias contra torturas. Abordagem mais humana do
doente mental. Construção de asilos, o tratamento era feito
com uso de violência.
A loucura passa a ser uma doença que necessita de
tratamento específico. Em 1793 Philippe Pinel quebrou as correntes que prendiam os loucos.
Nesta época avança o conhecimento sobre as doenças mentais. No séc. XX postura mais
humanista no tratamento dos doentes, extinção dos asilos e construção dos hospitais
psiquiátricos. No sec. XX Freud revela a concepção do homem como um todo, mente e corpo,
e o papel da história pessoal no desenvolvimento de transtornos mentais.
Em 1952 foi sintetizado o primeiro neuroléptico do mundo a Clorpromazina.
Muitos progressos foram feitos como: atitude positiva frente ao doente mental, doentes
crônicos melhoram, o tratamento em casa se tornou possível, expande-se os tratamento
psicoterápicos, teoria do relacionamento terapêutico enfermeiro paciente e enfoque na
assistência física para centrar-se na relações interpessoais( ambiente terapêutico)

2.1 História da Psiquiatria no Brasil


Em 1852, fundado o primeiro manicômio, por D. Pedro II, no Rio de Janeiro. De 1852 a
1905 foram construídos 20 manicômios no país. Os manicômios eram construídos em locais
afastados. Eram frequentados em sua maioria por pessoas pobres.
O cuidado dos loucos era tarefa da
Irmandade Misericórdia e esteve nas mãos da Santa
Casa até 1889. Os doentes mentais eram
denominados alienados.
Em 1950-1970 houve falta de leitos nos
hospícios e abertura de leitos privados
As condições de tratamento do doente
mental nos hospitais eram absurdamente covardes, tais como: banho coletivo, medicação sem

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critério, infraestrutura péssima e superlotação, castigos físicos, ociosidade dos internos. Tudo
era organizado pensando no lucro e manutenção da ordem.
Em 1964 o governo contrata os hospitais privados para prestarem assistência a
pacientes de hospitais públicos. A assistência piora muito devido ao baixo valor pago pelo
governo.
Em 1960 Franco Basaglia questiona a existência de hospitais psiquiátricos e em 1978
foi aprovada a lei que proíbe a construção de novos hospícios.
Em 1987 surge o primeiro CAPS e NASP do Brasil em
São Paulo.
Em 1990 ocorreu a Reforma psiquiátrica Brasileira,
Lei enfatizava: a reiteração social, proibição de construção
de novos hospícios e tratamento ambulatorial.
Em 1992, houve a substituição dos leitos por rede
integrada de atendimento ao paciente mental.
Em 2001 com a lei 10.216, garantiu-se aos doentes
mentais proteção aos seus direitos, rede de atenção diária (CAPS) e financiamento do MS para
instituições substitutivas aos hospícios.

3. LOCAIS ONDE O DOENTE MENTAL É ASSISTIDO


Muitas alterações ocorreram nas ultimas décadas com relação aos locais onde o
doente mental é assistido.
O ambiente passou a servir como medida terapêutica, fazendo parte da terapia do
paciente.

Hospitais Psiquiátricos
São instituições públicas ou particulares. Proporcionam
ambiente de internação, integral ou parcial. Voltado para
assistência ao doente mental agudo ou grave. Proporcionam aos
pacientes atividades recreativas e sociais
Muitos têm características luxuosas de hotelaria, com:
piscina, quadra e área de lazer. Porém o crucial é o ambiente terapêutico.

Ambulatórios de Saúde mental


Nível secundário da assistência. Atende o doente mental e também a sua família

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Suporte para o atendimento primário. Desenvolvem ações
de maior complexidade terapêutica que o setor primário
A forma de atendimento segue os passos de
recepção, triagem, processo diagnóstico e encaminhamento
para programas terapêuticos.

Emergência Psiquiátrica
O objetivo é controlar a gravidade de quadro e evitar a
internação hospitalar. Geralmente estão inseridas nos PAs.
Possuem leitos de observação de 48/72hs
Após a avaliação paciente é encaminhado para
internação ou ambulatório psiquiátrico

Unidades básicas de Saúde


O objetivo é a prevenção de crises. O atendimento do
paciente dentro do grau de complexidade da assistência.
Desenvolvem ações tratamento do doente, ações que elevam o
nível de saúde mental e ações para grupos ou para a comunidade.

Comunidade Terapêutica
O próprio ambiente é utilizado como intervenção
terapêutica. A ênfase maior é dada a interação social. Visa
influenciar os indivíduos através de atividades cotidianas.

Centro de Atendimento Psicossocial (CAPs)


São estruturas terapêuticas intermediárias, entre o hospital e a comunidade. Trata:
casos graves e egressos de internações. Sua principal demanda são: psicóticos e neuróticos
graves, sempre acompanhados de desajustamento
socioeconômico.
O CAPs tem como objetivos estimular a participação de
atividades produtivas dentro e fora do centro, buscando inserção
profissional (artesanatos, manufaturados e cooperativas),
promoção de evento cultural ou recreativos, produzindo espaços
de troca entre os usuários, familiares e comunidades e estimulo a formas de saúde e
cooperadas de moradia para quem necessite

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Qualquer que seja o local onde o paciente é atendido compete aos membros da equipe de
enfermagem, além de suas funções técnicas: criar e manter o ambiente terapêutico e
estabelecer relações interpessoais terapêuticas com o paciente.

CERSAM – Centro de Referência em Saúde Mental


Integram a nova política de saúde mental. Semelhantes aos
hospitais dia, algumas unidades fazem atendimento noturno.
Composto por equipe multidisciplinar visa atender
pacientes com repetidas internações
São atividades realizadas no CERSAM: atividades lúdicas,
psicoterapia, terapia medicamentosa, artes plásticas e demais atividades de terapia
ocupacional.

4.TRANSTORNOS MENTAIS
São alterações mentais ou de conduta em decorrência de fatores ambientais
psicológicos e biológicos. Tais fatores podem levar a psicopatologias em graus diferentes de
intensidade

 Biológico: anomalias genéticas, síndromes, hipóxia no parto.


 Psicológicos: morte, abuso sexual, separações, divórcios.
 Ambientais: catástrofes naturais, falta de emprego e moradia.
Os transtornos mentais são divididos em dois grandes grupos as neuroses e as psicoses.

5.NEUROSES
São mecanismos de defesa exagerados, para resolver conflitos persistentes. É
relativamente brando. Não costuma exigir internação
O paciente não perde o contato com a realidade e tem certa compreensão do seu
problema. .
Algumas neuroses são:
 Depressão/melancolia
 Transtorno de ansiedade
 Transtorno dissociativo ou conversivo
 Transtorno obsessivo compulsivo
 Transtorno do pânico
 Transtornos da alimentação
 Transtornos sexuais

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 Transtornos do sono
 Transtornos de personalidade
 Uso abusivo de substâncias
 Transtorno bipolar

5.1.Depressão
É a diminuição da atividade mental. Caracterizada por: tristeza, desânimo e falta de
confiança em si.
É uma doença multifatorial, envolve fatores genéticos, somáticos, psíquicos e
ambientais.
A personalidade do indivíduo é de grande interesse pela ordem, sentido de dever,
sobriedade e relações sociais marcadas pela escrupulosidades.
É um transtorno que inclui: choro, tristeza, desinteresse, perda da autoestima,
inibição, isolamento, perda ou ganho de peso, dores diversas, anorexia, alterações do sono,
pensamento lento e alterações do ritmo de vida.
A depressão pode ser dividida em três tipos:

Endógena ou melancólica
Antes chamada de psicótica. De origem interna e desconhecida. Inicio brusco, por
vezes ligada as estações do ano. Pode apresentar-se isolada ou como parte do transtorno
bipolar. Comporta risco de suicídio. A primeira
crise pode estar relacionadas a causas
externas, mas as seguintes não.

Psicogênica
Antes chamada de reativa, situacional
ou neurótica. O paciente apresenta: traços
neuróticos prévios, maior ansiedade devido a
atores psicossociais na sua origem.

Somatogênica
Está relacionada com doenças
orgânicas ou uso de medicamentos.

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5.2.Mania
O paciente se mostra: excessivamente animado, plenamente feliz, ousado, capaz,
excitação psíquica, hiperatividade, fuga de ideias, falta de atenção, verborreia,
sobrevalorização, irritabilidade e inquietação.
O paciente não se sente doente
A Mania pode ser classificada em 4 tipos:

Hipomania
É uma apresentação eufórica, mas
atenuada. Vem acompanhada da desinibição e
hiperatividade

Mania Aguda
Apresentação de traços mais marcantes. Mudanças de humor, linguagem incoerente e
delírio de grandeza.

Mania Delirante
Menor agitação. Alucinações ocasionais e delírios persistentes

Mania com Delírio


Grande hiperatividade, desorientação no tempo e espaço, alucinações visuais, ideias
delirantes e humor muito variável.

5.3. Transtornos da Ansiedade


A ansiedade é uma reação normal ao estresse e ameaça. Reação emocional ao perigo
real ou imaginário. É experimentada psicologicamente, fisiologicamente e
comportamentalmente.
A ansiedade e medo são frequentemente usados como sinônimos, porém o medo é
uma reação a uma ameaça específica, enquanto a ansiedade é uma reação a uma ameaça não
específica. A ansiedade pode ser normal ou patológica.
A ansiedade normal é desejável e útil, para o desenvolvimento do indivíduo, como
após sustos ou morte de alguém. A patológica – acontece quando causa perturbação na vida
diária. A ansiedade é extremamente comunicável, por gestos, fácies, e ocorre em graus
variados.

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A ansiedade pode ser provocada por fatores como: doença e hospitalização, situação
de exposição pública, privação da satisfação sexual, restrição de movimento, isolamento,
interrupção ou perda do meio de ganhar a vida, atitude imprevisível das pessoas das quais
depende, frustação de metas e expectativas, confusão ou incerteza sobre o presente e o
futuro e separação da família e dos amigos.
Os sinais e sintomas que acompanham a ansiedade frequentemente são: taquicardia,
taquipnéia, alterações na PA, relaxamento dos músculos lisos da bexiga e intestinos,
inquietação motora, diminuição da autoestima, pele úmida e calafrios, pupilas dilatadas, boca
seca, cefaleia e numerosas queixas físicas.
A ansiedade pode ser classificada em graus:

Leve
Alerta o individuo acerca de uma situação nova. É impossível escolher meios para
alcançar o desenvolvimento e a liberdade

Moderada
Impede a tomada de decisões claras e precisas. Diminui a percepção, porém ainda é
possível fazer escolhas.

Grave
Diminui muito a percepção ou a distorce. Capacidade de concentração reduzida.
Dificuldade em fazer escolhas. A energia da pessoa está voltada para fugir da situação de
perigo

5.3.1. Ansiedade Fóbica


Fobia é um medo infundado de algum objeto ou situação, que esteja ou não presente.
O medo pode estar centrado sobre qualquer coisa que sugira morte, doença ou desastre.
Está relacionado a alguma coisa real, ou seja, existe um fator desencadeante, porém
este não apresenta um perigo real. O perigo é aumentado desproporcionalmente
Existem vários tipos de ansiedade fóbica alguns exemplos são:

Agorafobia
Medo de lugares abertos. O indivíduo apresenta temor de ser deixado só ou de sair de
casa. Evita multidões e lugares públicos. É incapacitante, pois interfere na capacidade de o
indivíduo viver uma vida normal.

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Fobia Social
Temor persistente de qualquer situação de grupo, onde a
pessoa acredita que será o foco da atenção, na qual teme agir de
modo que a cause humilhação ou embaraço. A mais comum é o
medo de falar em público. Os indivíduos acometidos sentem-se
aterrorizados frente à situação de exposição.

Fobia Simples
Caracterizada por medo persistente de objeto ou situação específicos. O indivíduo
pode temer: corredores e pequenos elevadores
(claustrofobia), micróbios (misofobia), sangue (Hemafobia),
doenças (patofobias), animais (zoofobias). Quando exposto ao
objeto temido, os sinais de ansiedade aparecem, porém
desaparecem tão rapidamente quando o objeto é retirado. O
portador evita ao máximo o contato com o objeto temido.

5.4.Transtorno Dissociativo Conversivo


Conhecida anteriormente como histeria de conversão. Uso de sintomas físicos como
disfarces (Adaptações), na tentativa de solucionar algum problema.
Estudiosos acreditam que o transtorno representa conflito não resolvido, armazenado
na mente do doente. Os sintomas são a simbolização dos seus problemas.
Os sinais e sintomas podem incluir: cegueira, gravidez, paralisia e surdez. Os sintomas
da histeria não são compatíveis com a real situação, corresponde à representação imaginária.

Grande Histeria
Crise semelhante à crise convulsiva ou ataque epilético. O paciente apresenta
convulsões com: espasmos, rigidez, tremores e perda de consciência.
É curioso como o paciente: não se machuca, não apresenta liberação de esfíncteres e
não morde a língua.
Também é curioso que sempre: os reflexos pupilares permanecem intactos e o
paciente se protege para não se machucar com a queda.

Cegueira Histérica
É curioso como o paciente: se desvia de obstáculos e os reflexos pupilares
permanecem.

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Surdez histérica
O paciente pisca quando exposto a barulho inesperado indicando que o sistema
auditivo está intacto.

Gravidez Histérica
Pode apresentar distensão abdominal, que na verdade é a distensão da musculatura
provocada por gazes intestinais. Há ausência de feto e supõe-se que ocorre devido a grande
vontade de engravidar

O diagnóstico é feito quando se submete o paciente a exames clínicos, aí nota-se a


simulação. O individuo é indiferente à patologia, não há angustia da doença, sente-se aliviado
com a doença. É mais comuns em pessoas jovens do sexo feminino. Estudos dizem que parece
ter uma associação com distúrbios neuroquímicos.
O tratamento é baseado em psicoterapia e tem o objetivo de ajudá-lo a desenvolver
comportamentos mais funcionais

5.5. Transtorno do Pânico


Desenvolve-se por crises de pânico, sem causa ou fator desencadeante. Faz com ele
sinta um medo extremo da situação de morte ou
destruição iminente
A causa é desconhecida. A genética pode ser um
fator determinante. Pesquisas indicam que, se um
gêmeo idêntico tem síndrome do pânico, o outro
gêmeo também desenvolverá o problema em 40% das
vezes. No entanto, a síndrome do pânico em geral ocorre sem que haja nenhum histórico
familiar.
A síndrome do pânico é duas vezes mais comum em mulheres do que em homens. Os
sintomas normalmente começam antes dos 25 anos, mas podem ocorrer depois dos 30.
Embora a síndrome do pânico ocorra em crianças, ela normalmente não é diagnosticada até
que as crianças sejam mais velhas.
Os sintomas mais comuns são: palpitação, dor no peito, tonturas, náuseas, sudorese,
dispneia, calafrios ou onda de calor, sensação de formigamento ou fraqueza nas mãos,
sensação de estar sonhando ou distorção da realidade, temor e medo de perder o controle.

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O objetivo do tratamento é ajudar o paciente a agir normalmente na vida cotidiana.
Uma combinação entre medicamentos e terapia cognitivo-comportamental funciona melhor.
Os medicamentos utilizados são antidepressivos e calmantes.
A terapia comportamental ajuda a entender seus comportamentos e o que fazer para
mudá-los. Entender e controlar as visões distorcidas dos estressores. Reconhecer e substituir
os pensamentos que causam pânico. Gerenciar o estresse e relaxar quando os sintomas
ocorrerem. Imaginar as situações que causam a ansiedade, começando pela menos
assustadora. Envolver-se lentamente com as situações da vida real pode ajudá-lo a superar os
medos.
Outras atividades que podem colaborar na recuperação são os exercícios regulares,
dormir o suficiente, fazer refeições regulares e reduzir ou evitar a cafeína, alguns remédios
para gripe e estimulantes.

5.6. Transtorno Obsessivo Compulsivo-TOC


Este é um transtorno onde há
manifestações obsessivas ou pensamentos
obsessivos e reações compulsivas.
Obsessão é um pensamento ou ideias
persistentes, apesar de sua irracionalidade e
contra sua vontade. Ex. um individuo acha que
tudo que toca está sujo
e contaminado
Compulsões são impulsos indesejados de realizar atos para se
livrar da ansiedade que o pensamento lhe causa. Ex. o individuo por
acreditar que tudo está contaminado lava as mãos sem parar.
Os portadores de TOC são: extremamente críticos, tem
tendência a introspecção e a perfeição,
escrúpulos exagerados e são detalhista
A compulsão controla o individuo
a ponto de ele não mais conseguir executar suas atividades
normais, eles passam a maior parte do tempo executando seus
rituais, escravos de sua compulsão.
O tratamento é basicamente psicoterapêutico, sem uso
de medicações.

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5.7. Ciclotimia
A ciclotimia é o diagnostico referente ao grupo de pacientes que apresentam variações
do humor.

5.8. Cleptomania
A Cleptomania caracteriza-se pela recorrência de impulsos para roubar objetos que
são desnecessários ou sem valor monetário.
Esses impulsos são mais fortes do que a capacidade de controle da pessoa, quando a
ideia de roubar não é acompanhada do ato de roubar não
se pode fazer o diagnóstico.
Objetos de valor dificilmente são levados por
cleptomaníacos. Se alguma vez a pessoa leva um objeto
valioso, sendo na maioria coisas inúteis, pode-se admitir o
diagnóstico, caso contrário, não.
Acompanhando o forte impulso e a realização do roubo, vem um enorme prazer em
ter furtado o objeto cobiçado.
A cleptomania geralmente começa no fim da adolescência e continua por vários anos.
Geralmente a cleptomania é identificada nas mulheres em torno dos 35 anos e nos homens
em torno dos 50. Encontram-se mais casos de cleptomania em mulheres do que em homens.
Estima-se a incidência em aproximadamente 6 casos em 1000.
Não há tratamento eficaz até o momento. A terapia cognitivo comportamental e
medicações podem ser utilizadas no tratamento. Também não se tem certeza se a melhora
observada foi devido à atenção dada ou se foi pelo tratamento especificamente

5.9. Distimia
Os traços essenciais da distimia são o estado depressivo leve e prolongado. São
necessários dois anos de período contínuo predominantemente depressivo.
Para o diagnóstico da distimia é necessário antes excluir fases de exaltação do humor
como a mania ou a hipomania, assim como a depressão maior. Causas externas também
anulam o diagnóstico como as depressões causadas por substâncias exógenas.
Durante essa fase de dois anos o paciente não deverá ter passado por um período
superior a dois meses sem os sintomas depressivos.
Para preencher o diagnóstico além do sentimento de tristeza prolongado precisam
apresentar dois dos seguintes sintomas: falta de apetite ou apetite em excesso, insônia ou

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hipersonia, falta de energia ou fadiga, baixa da autoestima, dificuldade de concentrar-se ou
tomar decisões, sentimento de falta de esperança.
Os tratamentos com antidepressivos de nova geração, vem apresentando melhores
resultados. Os relatos mais frequentes são de sucesso no uso da: fluoxetina, sertralina,
paroxetina e emirtazapina.

5.10. Estresse Pós Traumático


Perturbação psíquica decorrente e relacionada a um evento fortemente ameaçador ao
próprio paciente ou sendo este apenas testemunha da tragédia.
O transtorno consiste num tipo de recordação que é mais bem definido como
revivescência, pois é muito mais forte que uma recordação.
Na revivescência além de recordar as imagens o paciente sente como se estivesse
vivendo novamente a tragédia com todo o sofrimento que ela causou originalmente.
Para o diagnóstico é essencial que a pessoa tenha experimentado ou testemunhado
um evento traumatizante ou gravemente ameaçador. É necessário também que a pessoa
tenha apresentado uma resposta marcante de medo, desesperança ou horror imediatamente
após o evento traumático.
Dentre os sintomas o individuo pode apresentar recordações vivas, involuntárias e
abruptas do evento, incluindo: o que pensou, sentiu e percebeu enquanto vivia o evento
traumático. Podem ocorrer também pesadelos baseados no tema. Sensação de que o evento
fosse acontecer de novo: chegando a comportar-se como se estivesse de fato vivendo de novo
o evento traumático com flashbacks ou alucinações com as imagens do evento traumático.
As situações que lembram o evento causam intenso sofrimento e são evitadas. Ter de
expor-se novamente ao local pode ser insuportável para o paciente. A recordação dos
aspectos essenciais do trauma pode também ser apagada da memória, podem provocar
afastamento do convívio social, por sentir-se diferente das outras pessoas. Dificuldade de
sentir determinadas emoções, como se houvesse um embotamento geral dos afetos. Pode
passar a encarar as coisas com uma perspectiva de futuro mais restrita. Outros sintomas
podem ser também: insônia, irritabilidade, dificuldade de concentração, respostas exageradas
a estímulos normais ou banais.
Os tratamentos preconizados ainda não são plenamente satisfatórios ou estão em
início de investigação. Até recentemente a única medicação autorizada oficialmente para
tratamento do estresse pós-traumático era a sertralina, que continua sendo indicada.

5.11.Piromania

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Comportamento repetitivo de atear fogo de forma
proposital e intencional. Transtorno pouco conhecido e até
mesmo ha quem questione se de fato é um transtorno mental
Para se realizar esse diagnóstico é necessário excluir
transtornos como: esquizofrenia, mania bipolar, e personalidade
antissocial.
O indivíduo com piromania experimenta uma forte excitação nos momentos que
antecedem o ato de incendiar um objeto, demonstra, fascinação pelo fogo e curiosidade e
atração pelas circunstâncias relacionadas ao fogo.
Não se conhece medicações eficazes para o tratamento de piromania, mesmo as
terapias tradicionais como a psicanálise, a terapia cognitivo comportamental não
apresentaram resultados satisfatórios.

5.12 Distúrbios Alimentares

5.12.1.Anorexia Nervosa
Transtorno alimentar no qual ha busca implacável por magreza. Leva a pessoa a
recorrer a estratégias para perda de peso, ocasionando
importante emagrecimento. As pessoas anoréxicas
apresentam um medo intenso de engordar mesmo
estando extremamente magras.
Em 90% dos casos, acomete mulheres
adolescentes e adultas jovens, na faixa de 12 a 20 anos. É
uma doença com riscos clínicos, podendo levar à morte
por desnutrição.
Os sinais e sintomas mais comuns são: perda de peso em um curto espaço de tempo,
alimentação e preocupação com peso corporal, crença de que está gordo, mesmo estando
excessivamente magro, parada do ciclo menstrual (amenorréia), interesse exagerado por
alimentos, comer em segredo e mentir a respeito de comida, depressão, ansiedade e
irritabilidade, exercícios físicos em excesso e progressivo isolamento da família e amigos
Complicações como a desnutrição, desidratação, hipotensão, anemia, redução da
massa muscular, intolerância ao frio, motilidade gástrica diminuída, osteoporose e
infertilidade em casos crônicos, podem estar presentes.

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Não existe uma causa única para explicar o desenvolvimento da anorexia nervosa. É
considerada multideterminada por uma mescla de fatores: biológicos, psicológicos, familiares
e culturais.
Alguns estudos chamam atenção que a extrema valorização da magreza e o
preconceito com a gordura nas sociedades
ocidentais estaria fortemente associada à
ocorrência desses quadros.
O tratamento deve ser realizado por
uma equipe multidisciplinar, em função da
complexa interação de problemas emocionais
e fisiológicos nos transtornos alimentares.
Quando for diagnosticada, o médico deve avaliar se o paciente está em risco iminente de
morte.
O objetivo primordial do tratamento é a recuperação do peso corporal através de uma
reeducação alimentar com apoio psicológico.
Em geral, é necessária alguma forma de psicoterapia. Para o quadro de anorexia
nervosa não há medicação específica indicada. O uso de antidepressivos pode ser eficaz se
houver persistência de sintomas de depressão após a recuperação do peso corporal.

5.12.2.Bulimia Nervosa
As pessoas ingerem grandes quantidades de alimentos (episódios de comer
compulsivo ou episódios bulímicos). Depois, induzem o vômito, uso de laxantes e/ou
diuréticos e prática de exercícios extenuantes como forma de evitar o ganho de peso.
Na bulimia não há perda de peso, e assim há dificuldade de detectar o problema. A
doença ocorre mais frequentemente em mulheres jovens, embora possa ocorrer mais
raramente em homens e mulheres com mais idade.
Os principais sinais e sintomas da Bulimia são:
ingestão compulsiva e exagerada de alimentos, sem
aumento proporcional do peso corporal, vômitos auto
induzidos, uso de laxantes e diuréticos, depressão,
obsessão por exercícios físicos e comer em segredo ou
escondido dos outros.
Dentre as principais complicações estão:
inflamação na garganta, face inchada e dolorida, cáries

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dentárias, desidratação, desequilíbrio eletrolítico, vômitos com sangue e dores musculares e
câimbras.
A causa não é definida, é uma síndrome multideterminada por uma mescla de fatores:
biológicos, psicológicos, familiares e culturais.
Também são fatores envolvidos no desencadeamento desses quadros: a ênfase
cultural na aparência física pode ter um papel importante, problemas familiares, baixa
autoestima e conflitos de identidade.
A abordagem multidisciplinar é a mais adequada no tratamento da bulimia nervosa e
inclui: psicoterapia individual ou em grupo, farmacoterapia e abordagem nutricional em nível
ambulatorial.
As técnicas cognitivo-comportamentais têm se mostrado eficazes. As medicações
antidepressivas também têm se mostrado eficazes no controle dos episódios bulímicos. A
abordagem nutricional visa: eliminar o ciclo "compulsão alimentar/purgação/jejum".
A orientação e/ou terapia familiar faz-se necessária uma vez que a família desempenha
um papel muito importante na recuperação do paciente.

5.13. Perversões Sexuais


Sob o ângulo dos processos mentais, o interesse estaria mais na compreensão dos
processos inconscientes que atuam em um indivíduo para levá-lo a se portar desta ou daquela
forma do que na definição do conceito da normalidade.
Desvio, socialmente condenado, da conduta comum, e em especial na esfera sexual. O
que é condenado numa sociedade não é condenado em outra e os atos permitidos sob
determinadas circunstâncias são proibidos em outras.
Contudo, a perversão não abrange a não castidade pré-matrimonial ou as relações
sexuais normais com pessoas proibidas.
Freud entendeu que a necessidade do ser humano e do animal é de cunho biológico é
tão forte que pode ser comparada à necessidade básica da alimentação. Entretanto, algumas
pessoas estabelecem formas muito próprias e até mesmo patológicas de satisfação dessa
necessidade (sexo perverso).
São atitudes sexuais diferentes daquelas permitidas pela sociedade, sendo que as
pessoas que as praticam não têm atividade sexual normal, ou seja, a sua preferência sexual
"desviada" se torna exclusiva. Tais atitudes podem estar presentes em pessoas com vida
sexual normal, apenas sendo uma variação da maneira de se obter prazer, sem que se
caracterize um transtorno.

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Para se tornar patológica essa preferência deve ser de grande intensidade e exclusiva,
isto é, a pessoa não se satisfaz ou não consegue obter prazer com outras maneiras de praticar
a atividade sexual.
É importante ressaltar que ela se torna exclusiva porque exclui o normal. Mas pessoas
parafílicas podem ter dois ou mais tipos de parafílicas ao mesmo tempo. Em geral, as
perversões sexuais são mais comumente vistas em homens,

5.13.1. Tipos

Exibicionismo
É quando a pessoa mostra seus genitais a uma pessoa estranha. Em geral em local
público. E a reação desta pessoa a quem pegou de surpresa lhe desperta excitação e prazer
sexual. Mas geralmente não existe qualquer tentativa de uma atividade sexual com o
estranho.

Exibicionismo Verbal
É o que faz propaganda ou alarde sobre o tamanho do seu órgão genital.

Fetichismo
É quando a preferência sexual está voltada para objetos, tais como: calcinhas, sutiãs,
luvas ou sapatos, sendo que a pessoa utiliza tais objetos para se masturbar ou exige que a
parceira sempre use o objeto em questão durante o ato sexual, caso contrário não conseguirá
se excitar e realizar o ato sexual.

Fetichismo transvéstico
Caracterizado pela utilização de roupas femininas por homens heterossexuais para se
excitarem, se masturbarem ou realizarem o ato sexual, em situações não sexuais se vestem de
forma normal.

Frotteurismo
O homem para obter prazer sexual, necessita tocar e esfregar seu pênis em outra
pessoa, completamente vestida, sem o consentimento dela, excitando-se e masturbando-se
nessa ocasião.
Isso ocorre em locais onde há grande concentração de pessoas, como: metrôs, ônibus
e outros meios de locomoção públicos.

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Pedofilia
Envolve pensamentos e fantasias eróticas repetitivas ou atividade sexual com crianças
menores de 13 anos de idade.
Está associado a casos de incesto, a maioria dos casos envolve pessoas da mesma
família (pais/padrastos com os filhos e filhas). Em geral consiste em toques, carícias genitais e
sexo oral, sendo a penetração menos comum.
Com a expansão da internet, fotos de crianças têm sido divulgadas, olhar essas fotos,
com finalidade de se excitar e masturbar-se consiste em pedofilia.

Masoquismo e Sadismo Sexual


Masoquismo é quando a pessoa tem necessidade de ser submetida a sofrimento, físico
ou emocional, para obter prazer sexual.
O sadismo é quando a pessoa tem necessidade em infligir sofrimento (físico ou
emocional) ao outro, e disso decorrem excitação e prazer sexual. O sofrimento psicológico
também é considerado forma de sadomasoquismo, e consiste na humilhação que se pode
sentir ou impor.
Atos sadomasoquistas só serão considerados parafilias quando forem repetitivos e
exclusivos, sendo que quando eles ocorrem ocasionalmente, dentro de um relacionamento
sexual normal, são apenas formas alternativas de prazer, e não uma perversão.

Voyeurismo
É quando alguém precisa para obter excitação e prazer sexual observar pessoas que
não suspeitam estarem sendo observadas, quando: elas estão se despindo, nuas ou no ato
sexual.

Homossexualidade
Certas práticas, como a homossexualidade ou até mesmo o sexo oral, o sexo anal e a
masturbação foram considerados parafílicas em seu momento, embora agora sejam
consideradas variações normais e aceitáveis do comportamento sexual.

Masturbação
O excesso na masturbação após a adolescência ou o fato de alguém preferir sempre
esta prática, do que o contato com outro indivíduo venha configurar-se uma parafilia.

Necrofilia

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É a compulsão de ter relações sexuais com cadáveres, principalmente com mulheres
recentemente sepultadas, não importando a idade.

Infantilismo
É a preferência para a prática sexual com parceiros de muito menos idade, mais
jovens.

Hipoxifilia
Esta palavra significa literalmente "atração por teor reduzido de oxigênio". Consiste
em tentar intensificar o estímulo sexual pela privação de oxigênio, seja através da utilização de
um saco plástico amarrado sobre a cabeça ou de alguma técnica de estrangulamento.
Estima-se que só nos Estados Unidos entre 500 a mil pessoas morram acidentalmente
por ano vítimas desta prática.

Coprofilia
Também chamada coprolagnia, excitação erótica motivada pelo cheiro ou contato com
excrementos.

Urofilia
Também chamada urolagnia, é a variante da coprofilia em relação à urina.

Zoofilia
Também conhecida como bestialismo, é o sexo feito com animais, que em alguns casos
são até treinados para isso.

Clismafilia
Excitação erótica provocada pela injeção de alguma substância no reto.

Ninfomania
A mulher não se satisfaz sexualmente com um só parceiro. Chega até a lesar os órgãos
genitais, e não encontra o prazer satisfatório final.

Narcisismo
É o prazer com a admiração do próprio corpo ou imagem. O impulso sexual não se
transfere para outras pessoas.

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Pedolatria
Estímulo na concentração de seus impulsos sexuais em pés femininos, quando são
anatomicamente atrativos.

Os estudos psiquiátricos sobre o comportamento dos pervertidos sexuais são


unânimes em afirmar que os pacientes, sem exceção, insistem que não veem nenhum motivo
para escândalo em relação à sua maneira de ser. Na visão deles, suas preferências eróticas são
superiores à sexualidade trivial das pessoas comuns.
O diagnóstico é baseado na avaliação psicológica e avaliação dos sintomas
apresentados.
O tratamento é realizado como psicoterapia, terapia de grupo e medicações.

De todas as perversões sexuais, a castidade é a mais perigosa.

5.14.Transtornos do Sono
Há quatro formas básicas de transtornos do sono. Os primários, originam-se no próprio
indivíduo: são divididas em: dissonias (insônia e hipersonia) e parassonias (sonambulismo,
terror noturno, pesadelos).
 Os decorrentes de transtornos psiquiátricos como a ansiedade, depressão, psicoses,
mania, etc.
 Os decorrentes de transtornos físicos em geral como qualquer condição física que
prejudique o sono: falta de ar, dores e desconfortos.
 Os devidos a medicações ou outras substâncias que possam prejudicar o sono.

5.14.1.Insônia
É a condição de quantidade ou qualidade insatisfatória de sono que persiste durante
mais de um mês. Há três formas básicas de insônia: a do início, mais
comum, a do meio e a do fim do sono,
As mulheres, pessoas de vida estressante e os idosos são os mais
atingidos. A insônia repetidamente, pode levar a um aumento do medo de
falta de sono e uma preocupação com suas consequências o que cria um
círculo vicioso que tende a perpetuar o problema.
O primeiro passo para se tratar a insônia é pôr ordem na própria
vida: não dormindo durante o dia, praticar esportes regularmente, não
tomar mais do que cinco xícaras de café ao dia, não tomando café após as 16:00h, evitar

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exercícios pesados ou filmes tensos antes de dormir como, ter cuidado com a alimentação,
Procurar atividades tranquilas antes de dormir, como a leitura, não lutar contra a insônia: e
caso não consiga dormir em 30 minutos, levantar da cama e procurar uma atividade leve até
que o sono chegue sem aborrecer-se com a hora ou com a necessidade de descansar.
Também podem ser utilizadas medicações como: os hipnóticos clássicos
(benzodiazepínicos) que não resolvem casos demorados e devem ser dados por prazos de até
dois meses e os hipnóticos não benzodiazepínicos que podem atuar por mais tempo, mas após
um ano deixam de ser tão eficazes. Várias outras medicações, como os anti-histamínicos
podem ser tentadas.

5.14.2.Terror noturno
Num episódio de terror noturno o indivíduo grita movimenta-se bruscamente numa
atitude de fuga.
O indivíduo pode sentar-se, levantar ou correr para a porta, como que tentando
escapar, sem poder lembrar-se do quê. Logo após o grito, apesar de aparentemente acordado
o indivíduo ainda está numa espécie de transição entre o sono e a vigília.
O aspecto central é o despertar parcial com grito aterrorizado e a expressão de intenso
medo, podendo estar com: o coração acelerado, respiração ofegante, sudorese abundante e
pupilas dilatadas.
Entre o grito e o restabelecimento passam em média dez minutos, durante os quais o
indivíduo não responde aos apelos externos. Neste momento deve-se observar a pessoa, para
que ela não se fira em sua transitória confusão mental, nos primeiros minutos após o episódio.
As recordações dos sonhos, quando existem, são fragmentadas.
Após o episódio o indivíduo pode voltar a dormir novamente, sem despertar nem se
recordar do que houve. É comum nas crianças e costuma ceder espontaneamente até os vinte
anos de idade. A intervenção medicamentosa fica reservada para os adultos. As medicações
empregadas são benzodiazepínicos e antidepressivos tricíclicos

5.14.3.Sonambulismo
Alteração, numa determinada fase do sono, que permite a pessoa realizar atos num
estado intermediário entre o sono e a vigília.
A pessoa claramente mostra não estar consciente de tudo que se passa a seu redor,
apesar de realizar pequenas tarefas como andar, vestir-se, sentar-se, olhar.
Ocorre nas primeiras horas de sono podendo durar de alguns segundos a poucos
minutos. Durante o episódio o paciente mostra-se apático, estabelecendo pouco contato com

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o meio, parecendo não reconhecer as pessoas. O despertar é difícil nesse momento e quando
gentilmente encaminhado de volta para a cama costuma obedecer.
Os adultos podem ter reações mais violentas quando abordados. Usualmente não há
recordação do episódio. Não há constatações de que o sonâmbulo quando despertado
durante o sonambulismo possa vir a sofrer algum dano.
Este é um transtorno tipicamente da infância, sendo apresentado
em até 30% das crianças de 3 a 10 anos de idade. Entre 5 a 15% das
crianças costumam ter episódios regularmente. Ao longo da puberdade vai
diminuindo e apenas um pequeno grupo continua tendo episódios de
sonambulismo durante a idade adulta. 40% dos sonâmbulos possuem
algum familiar com o mesmo problema
Nos adultos é recomendável o uso de medicações quando os episódios são frequentes:
os remédios mais usados são os benzodiazepínicos e os antidepressivos tricíclico.

5.15. Abuso de Substâncias Psicoativas


As drogas psicoativas são: substâncias naturais ou sintéticas que ao serem penetradas
no organismo humano, independente da forma, entram na corrente sanguínea e atingem o
cérebro, alterando todo seu equilíbrio, podendo levar o usuário a mudança de
comportamento.
A overdose é o uso excessivo de alguma droga, sendo considerada uma emergência
médica, a gravidade dos seus sintomas pode levar a morte. Os sintomas apresentados por um
indivíduo com overdose podem variar, dependem do tipo e da quantidade da droga ingerida.
Os mais comuns são: depressão respiratória, acumulo de líquido nos pulmões,
dificuldade para respirar, perda de consciência, dificuldade para se movimentar, dificuldade
para falar, suores, alucinações, pupilas dilatadas ou contraídas, paradas respiratórias e
cardíacas, vômitos, coma e morte.
Abstinência significa ação de abster, de se privar de alguma coisa. O ato de renuncia a
droga pode causar sérias perturbações ao organismo dependente, desde alterações
comportamentais até sensações físicas, a isso dar-se o nome de Síndrome da Abstinência.
Pode se dividir em: SAA – Síndrome de Abstinência Aguda que pode ocorrer na ausência do
composto viciante entre 3 a 10 dias do último uso. E SAD – Síndrome de Abstinência Demorada
que se difere nos sintomas, pode ocorrer no intervalo de meses ou até anos após o uso.
Os principais sintomas são: sofrimento mental e físico, mal-estar, convulsões,
hiperatividade, tremores, insônia, alucinações visuais, táteis e auditivas, descontrole
psicomotor e ansiedade.

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Álcool
O álcool é uma substância que atua n SNC causando: mudança de comportamento,
efeitos prazerosos. Podendo causar repercussões em nível: físico, psíquico e social.
Atua como um depressor do Sistema Nervoso Central (SNC) e seus efeitos sobre este
são dose-dependentes. Pode provocar: amnésia, pensamentos e atos descontrolados, perda
da concentração, perda moderação.
O alcoolista é a pessoa com perturbação crônica de comportamento, ingerindo
excessivamente o álcool, a ponto de influenciar sua vida social e econômica.
Abuso de álcool é caracterizado por padrão de uso que leva a prejuízo físico, mental e
social, mas sem as características da síndrome de dependência. Pode ser um padrão casual e
flexível.
Na síndrome da dependência o individuo passa a apresentar rotina de ingestão diária,
a bebida torna-se elemento central da vida do individuo, há necessidade do aumento
progressivo da dose, devido a tolerância, a dependência é tão grande que o paciente chega a
beber perfume, álcool de limpeza e qualquer outro produto que contenha álcool.
Não há uma causa conhecida para o alcoolismo ou o abuso de álcool. O motivo de
algumas pessoas se viciarem e outras não ainda não é conhecido.
Pessoas com risco de desenvolver o alcoolismo: homens que tomam 15 ou mais doses
de bebida alcoólica por semana, mulheres que tomam 12 ou mais doses de bebida alcoólica
por semana, ou qualquer pessoa que tome mais de cinco doses de bebida alcoólica por vez
pelo, menos uma vez por semana.
Outras pessoas que podem ter mais chances de abusar do álcool: pessoas que sofrem
pressão de colegas, pessoas com depressão, transtorno bipolar, transtornos de ansiedade ou
esquizofrenia, pessoas com fácil acesso ao álcool, pessoas com baixa autoestima ou problemas
de relacionamentos, pessoas que têm um estilo de vida estressante e pessoas que vivem em
uma cultura em que há grande aceitação social do uso de álcool.
Os sinais de dependência física incluem: doenças relacionadas ao álcool, necessidade
de quantidades cada vez maiores de álcool para ficar embriagado ou atingir o efeito desejado
(tolerância), lapsos de memória depois de beber em excesso e sintomas de abstinência quando
o uso de álcool é interrompido.
Possíveis sintomas e comportamentos do alcoolismo: continuar a beber, mesmo
quando a saúde, a família ou o trabalho estão sendo prejudicados, beber sozinho, episódios de
violência depois de beber, hostilidade quando confrontado sobre seu hábito de beber, falta de
controle sobre o hábito de beber , criar justificativas para beber, faltar no trabalho ou na
escola ou apresentar queda de desempenho, não participar mais de atividades por causa do

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álcool, necessidade de consumo diário ou regular de álcool para ser capaz de realizar funções
básicas, esquecer de comer, não se importar com a aparência física, comportamento
dissimulado para esconder o uso de álcool e tremedeiras durante a manhã.
As principais complicações do alcoolismo envolvem: cirrose, falência hepática,
sangramento do trato digestivo, câncer no esôfago, fígado, cólon e outras áreas, demência e
perda de memória, depressão e suicídio, disfunção erétil, dano cardíaco, pressão arterial alta,
Inflamação do pâncreas, danos nervosos, carência nutritiva e problemas para dormir (insônia).
A abstinência é definida como a privação completa do uso de álcool. A abstinência
total e evitar as situações em que o álcool está presente são os objetivos ideais para as
pessoas com alcoolismo.
Complicações psiquiátricas do uso abusivo do álcool incluem: intoxicação aguda ou
embriaguez, em casos severos pode ocorrer: lentificação do discurso, fala pastosa, confusão
mental, náuseas, vômitos, rebaixamento do nível de consciência, coma e óbito.
Na intoxicação Idiossincrática ou patológica pode surgir: confusão mental,
desorientação no tempo e espaço, febre, convulsão, agitação, alucinações. Estado de
abstinência com delirium tremens apresenta 5% a 15% de óbitos mesmo com tratamento
adequado.
O delirium tremens é uma perturbação da consciência, acompanhado por diversos
sintomas psíquicos e físicos. A origem do delirium tremens encontra--se o desenvolvimento
inesperado de uma síndrome de abstinência de álcool. Seus sintomas são: angústia, confusão
mental, alucinações, tremores, cãibras, febre, suores, insónia e agitação.
Síndrome de Wernicke aguda, frequentemente associada ao delírio tremens, está
relacionada a deficiência de tiamina (Vitamina- B1) e manifesta-se por: rebaixamento de
consciência, nistagmo – dificuldade na estabilização da imagem e ataxia – alteração da força
muscular. Está associado à alta mortalidade
Síndrome de Korsakoff há comprometimento: da memória para dados recentes,
camuflações, desorientação no tempo e espaço e também é causada pela deficiência de
Tiamina.

Maconha
É originária das folhas da Cannabis sativa. Pode ser
ingerida e fumada. Provoca efeitos de sensação de bem estar,
relaxamento e alteração de percepção de tempo e espaço.
Praticamente não há risco de overdose. A síndrome de

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abstinência inclui: fissura, irritabilidade, nervoso, inquietação, sintomas depressivos, insônia,
redução do apetite e cefaleia.
Alterações Clínicas e Psiquiátricas: taquicardia, hiperemia conjuntival, problemas
respiratórios, diminuição da fertilidade e comprometimento da habilidade psicomotora.
Menos de 10% dos usuários se tornam dependentes.

Cocaína
Extraída da folha da Erythoxylon coca. Pode ser inalada, injetada e fumada. Provoca
efeitos de sensação de poder, aumento da energia e sensação de controle da situação.
Oferece Risco de Overdose. A síndrome de
abstinência caracteriza-se por: fadiga, sonhos vívidos e
desagradáveis, insônia ou hipersonia, aumento do apetite e
retardo ou agitação psicomotora.
Alterações Clínicas e Psiquiátricas: aumento da
temperatura, aumento da PA, degeneração irreversível de
músculos, alucinações e delírios.
Na intoxicação o paciente pode apresentar: taquicardia, hipertensão, palidez, dilatação
de pupilas, arritmias e convulsões potencialmente fatais.
A plantação de Coca ocorre exclusivamente na América do Sul.

Crack
É resultado da mistura de cocaína com outras
substâncias como bicarbonato de sódio, amônia, formando um
cristal. É utilizado fumado.
Existe risco de overdose, as alterações clínicas, psíquicas
e o quadro de intoxicação são as mesma da cocaína pura
Provoca dependência com grande rapidez. É uma das
drogas mais consumidas atualmente. Chama-se crack devido ao barulho produzido por sua
queima.

Alucinógenos
São originados de diversas drogas como a dimetiltriptilina, a
psilocibina e a dietilamina do ácido lisérgico. São utilizados por via oral,
injeção e inalação. O nome popular é LSD.

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Oferece pequeno risco de overdose. As alterações clínicas e psíquicas incluem:
aceleração do pulso, dilatação de pupilas e episódios raros de convulsão. Na intoxicação
observa-se: ansiedade intensa, depressão e efeito flashback, onde o individuo pode apresentar
os efeitos psíquicos até meses após ficar sem consumir a droga.
É um conjunto de drogas sendo algumas muito perigosas. Alguns cogumelos possuem
alucinógenos e são muito utilizados no Brasil, em forma de chás.

Tranquilizantes
Originado de substâncias usadas na medicina tais como: Diazepam, Bromazepam,
Midasolam e Flumitrazepam. Podem ser utilizados por via oral e Injetáveis.
Provoca sensações similares ao álcool, desinibição e
sonolência. Tem risco de overdose quando combinados com álcool.
Alterações Clínicas e Psíquicas: perda da consciência,
lentificação motora, dificuldade de aprendizado e memória, fala
pastosa, dificuldade na marcha.
Embora sejam drogas comercializadas e vendidas
obrigatoriamente com retenção de receita médica, estão entre as
mais usadas no Brasil.

Anfetaminas
Originário de substâncias sintéticas tais como o fenoproporex, matilfenidrato,
marizinol, metanfetamina e dietilpropina. Pode ser
utilizado por via oral, injetadas e inaladas.
Apresenta risco de overdose. As alterações
clínicas e psíquicas incluem: diminuição do sono e do
apetite, aumento da energia, intoxicação, dilatação de
pupilas, taquicardia, alucinações, delírios e convulsões.
Podem induzir sintomas depressivos, após a interrupção do uso. São componentes de
alguns remédios inibidores de apetite.

Inalante e Solventes
Tem origens diversas, como: éter, clorofórmio e
acetato de etila. Podem ser utilizados inalados. Provocam

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sensações de euforia, diminuição da inibição, sensação de leveza, bem-estar e força
Oferece risco de overdose. Alterações Clínicas e Psíquicas: redução da coordenação
motora, fala pastosa, diminuição dos reflexos, lesões em vários órgãos, destruição de
neurônios, intoxicação, depressão do SNC, convulsão, coma e morte.
O ato de cobrir o rosto com plástico para inalar melhor a droga, pode provocar morte
por asfixia, caso o usuário perca a consciência.

Nicotina
Originário da planta Tabaco. É utilizada inalada, mascada e aspirada. Não há risco de
overdose
Alterações Clínicas e Psíquicas: câncer, doenças
pulmonares, cardiovasculares e gastrointestinais,
complicações na gravidez,
A intoxicação é muito rara, pode provocar
euforia, sintomas de hiperatividade e relaxamento
muscular.

Ações de Enfermagem
 Realizar ações educativas contra o uso de drogas
 Realizar diagnóstico precoce com relação a:
o Uso de drogas
o Abuso de drogas
o Intoxicação
o Abstinência
 Estimular o usuário a ter vontade de parar
 Evitar julgamentos.

5.16. Transtornos de Personalidade


Traço de personalidade é um aspecto do comportamento duradouro da pessoa; é a
sua tendência à sociabilidade ou ao isolamento. O comportamento final de uma pessoa é o
resultado de todos os seus traços de personalidade.
O que diferencia uma pessoa da outra é a amplitude e intensidade com que cada traço
é vivido. O diagnóstico só deve ser dado a adultos, pois a personalidade só está completa
nessa época.

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Afetam todas as áreas de influência da personalidade de um indivíduo: o modo como
ele vê o mundo, a maneira como expressa as emoções, o comportamento social. Para a
classificação deste problema ha subdivisão em tipos de personalidade patológica.

Transtorno de Personalidade Antissocial


Caracteriza-se pelo padrão social de comportamento: irresponsável, explorador e
insensível constatado pela ausência de remorsos.
Não se ajustam às leis do Estado simplesmente por não quererem, frequentemente
têm problemas legais e criminais por isso.
Manipulam os outros em proveito próprio, dificilmente mantêm um emprego ou um
casamento por muito tempo.
Aspectos essenciais: insensibilidade aos sentimentos alheios, atitude de desrespeito
por normas, regras e obrigações sociais de forma persistente. Estabelece relacionamentos com
facilidade, principalmente quando é do seu interesse, mas dificilmente é capaz de mantê-los.
Baixa tolerância à frustração e facilmente explode em atitudes agressivas e violentas.
Incapacidade de assumir a culpa do que fez de errado, ou de aprender com as punições.
Tendência a culpar os outros ou defender-se com raciocínios lógicos, porém improváveis.

Transtorno de Personalidade Borderline (Limítrofe)


Caracteriza-se por um padrão de relacionamento emocional intenso, porém confuso e
desorganizado.
A instabilidade das emoções é o traço marcante deste transtorno, se apresenta por
flutuações rápidas no estado de humor de um momento para outro sem justificativa real.
Essas pessoas reconhecem sua labilidade emocional, mas justificam-nas com
argumentos implausíveis.
Comportamento impulsivo frequentemente é autodestrutivo. Estes pacientes não
possuem um projeto de vida ou uma escala de valores duradoura, até mesmo quanto à própria
sexualidade. O paciente rejeita a si mesmo, por isso a insatisfação pessoal é constante.

Aspectos essenciais: padrão de relacionamento instável variando rapidamente,


comportamento impulsivo principalmente quanto a gastos financeiros, sexual, abuso de
substâncias psicoativas, pequenos furtos, dirigir irresponsavelmente, rápida variação das
emoções, passando de um estado de irritação para angustiado e depois para depressão,
sentimento de raiva frequente e falta de controle desses sentimentos, comportamento suicida

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ou auto-mutilante, sentimentos persistentes de vazio e tédio, dúvidas a respeito de si mesmo,
de sua identidade como pessoa, de seu comportamento sexual, de sua carreira profissional.

Transtorno de Personalidade Paranóide


Caracteriza-se pela tendência à desconfiança de estar sendo explorado. A
expressividade afetiva é restrita e modulada, considerado um indivíduo frio.
A hostilidade, irritabilidade e ansiedade são sentimentos frequentes entre os
paranóide. O paranóide dificilmente ri de si mesmo ou de seus defeitos, ofende-se
intensamente, geralmente por toda a vida quando alguém lhe aponta algum defeito.
Aspectos essenciais: excessiva sensibilidade em ser desprezado, tendência a guardar
rancores recusando-se a perdoar insultos, injúrias ou injustiças, interpretações errôneas de
atitudes neutras ou amistosas de outras pessoas, tendência a distorcer e interpretar
maleficamente os atos dos outros, senso de direitos pessoais em desproporção à situação real,
repetidas suspeitas injustificadas relativas à fidelidade do parceiro conjugal, tendência a se
autovalorizar excessivamente, preocupações com fofocas, intrigas e conspirações .

Transtorno de Personalidade Dependente


Caracterizam-se pelo excessivo grau de dependência e confiança nos outros. Precisam
de outras para se apoiar emocionalmente e sentirem-se seguras. Permitem que os outros
tomem decisões importantes a respeito de si. Sentem-se desamparadas quando sozinhas.
Resignam-se e submetem-se com facilidade, chegando mesmo a tolerar maus tratos
pelos outros.
Quando postas em situação de comando e decisão essas pessoas não obtêm bons
resultados.
Aspectos essenciais: é incapaz de tomar decisões do dia-a-dia sem uma excessiva quantidade
de conselhos ou reafirmações de outras pessoas, permite que outras pessoas decidam
aspectos importantes de sua vida, submete suas próprias necessidades aos outros, evita fazer
exigências, sente-se desamparado quando sozinho, medo de ser abandonado, facilmente
ferido por crítica ou desaprovação.

Transtorno de Personalidade Esquizoide


Dificuldade de formar relações pessoais ou de expressar as emoções. A indiferença é o
aspecto básico, isolamento e o distanciamento social.

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Fraca expressividade emocional, não se perturbam com elogios ou críticas. Aquilo que
na maioria das vezes desperta prazer nas pessoas, não diz nada a estas pessoas, como o
sucesso no trabalho, no estudo ou uma conquista afetiva.
Aspectos essenciais: poucas ou nenhuma atividade produzem prazer, frieza emocional,
afetividade distante, capacidade limitada de expressar sentimentos calorosos, ternos ou de
raiva para como os outros, indiferença a elogios ou críticas, pouco interesse em ter relações
sexuais, preferência quase invariável por atividades solitárias, vida introspectiva e fantasias
pessoais, falta de amigos íntimos e do interesse de fazer amizades, insensibilidade a normas
sociais ,como uma atitude respeitosa com idosos ou àqueles que perderam uma pessoa
querida recentemente.

Transtorno de Personalidade Ansiosa


Padrão de comportamento inibido e ansioso com autoestima baixa. É um sujeito:
hipersensível a críticas e rejeições, apreensivo, desconfiado, com dificuldades sociais.
É tímido, Tem medos infundados de agir tolamente perante os outros.
Aspectos essenciais: é facilmente ferido por críticas e desaprovações, não costuma ter amigos
íntimos além dos parentes mais próximos, só aceita um relacionamento quando tem certeza
de que é querido, evita atividades sociais ou profissionais onde o contato com outras pessoas
seja intenso, experimenta sentimentos de tensão e apreensão enquanto estiver exposto
socialmente, exagera nas dificuldades, nos perigos envolvidos em atividades comuns, porém
fora de sua rotina.

Transtorno de Personalidade Histriônica


Caracteriza-se pela: tendência a ser dramático, buscar as atenções para si mesmo, ser
um eterno "carente afetivo", comportamento sedutor e manipulador, exibicionista, fútil,
exigente e lábil (muda facilmente de atitude e de emoções).
Aspectos essenciais: busca frequentemente elogios, aprovações e reafirmações,
comportamento e aparência sedutores sexualmente, abertamente preocupada com a
aparência e atratividade físicas, expressa as emoções com exagero, sente-se desconfortável
nas situações onde não é o centro das atenções, suas são superficiais e mudam facilmente, é
imediatista, estilo de conversa superficial e vago.

Transtorno de Personalidade Obsessiva


Tendência ao perfeccionismo, comportamento rigoroso e disciplinado consigo e
exigente com os outros. Emocionalmente frio. Formal, intelectualizada, detalhista.

34
Essas pessoas tendem a ser devotadas ao trabalho em detrimento da família e amigos,
com quem costuma ser reservado, dominador e inflexível. Dificilmente está satisfeito com seu
próprio desempenho. Pessoa indecisa e cheia de dúvidas.
Aspectos essenciais: o perfeccionismo pode atrapalhar no cumprimento das tarefas,
insistência em que as pessoas façam as coisas a seu modo ou querer fazer tudo por achar que
os outros farão errado, excessiva devoção ao trabalho em detrimento das atividades de lazer,
expressividade afetiva fria, comportamento rígido e insistência irracional, excessivo apego a
normas sociais em ocasiões de formalidade, relutância em desfazer-se de objetos por achar
que serão úteis algum dia, indecisão prejudicando seu próprio trabalho ou estudo.

Os transtornos de personalidade são diagnosticados com base em uma avaliação


psicológica e no histórico e na gravidade dos sintomas.
As pessoas com esses transtornos geralmente não buscam tratamento por iniciativa
própria. Tendem a procurar ajuda depois que o comportamento já causou grandes problemas
em seus empregos ou relacionamentos ou quando elas são diagnosticadas com outro
problema psiquiátrico, como transtorno de humor ou de abuso de substâncias.
A psicoterapia podem ajudar muitas pessoas. Medicamentos podem ser úteis para a
terapia.

5.17.Transtornos Somatoformes
A essência desses transtornos é: o sintoma físico sem base médica constatável,
persistência nas queixas, apesar de repetidos achados negativos.
A pessoa pode ter uma doença física fundamentada, mas com queixas exageradas.
Recusa por parte do paciente em admitir que o problema seja psicológico. Tendem a
trocar de médico, possuem intermináveis listas de exames e medicações; Transtornos de
personalidade podem estar associados.

5.17.1.Transtorno de Somatização
Caracteriza-se por múltiplas, recorrentes, frequentes, mutáveis e prolongadas queixas
de sintomas físicos sem uma base médica constatável.
A principal diferença entre esse transtorno e a hipocondria é a atitude do paciente. Na
hipocondria o paciente revela uma intensa preocupação e sofrimento com algum problema
sério; na somatização o paciente queixa-se de seus sintomas, mas não possui a mesma crença
e temor.

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Passam anos mudando de clínicos, e fazendo vários exames. As queixas mais comuns
estão: no tubo digestivo com dores, eructações, regurgitações, vômitos e náuseas; queixas
dermatológicas e sexuais.
Recusa-se a aceitar que nenhuma disfunção foi descoberta pelos exames e consultas.
Começa antes dos 30 anos de idade e é mais comum em mulheres. Frequentemente estão
associados como depressão e ansiedade.
Uma das consequências são as indisposições de ânimo geradas em quem está próximo,
com o tempo se cansam de tanto ouvirem as mesmas queixas. O começo de qualquer queixa
não pode ser ignorado.

5.17.2.Hipocondria
É a crença persistente na presença de pelo menos uma doença física: grave,
progressiva, com sintomas determinados, ainda que os exames laboratoriais e consultas com
vários médicos assegurem que nada exista.
Os hipocondríacos normalmente sentem-se injustiçados e incompreendidos pelos
médicos e parentes que não acreditam em suas queixas. Resistem em ir ao psiquiatra
sentindo-se ofendidos. Os hipocondríacos podem ser enfadonhos por repetirem
constantemente suas queixas.
Há muito poucas pesquisas na literatura psiquiátrica porque estes pacientes se
recusam a participar dos trabalhos científicos. Não se sabe ao certo que porcentagem da
população é atingida, nem o perfil caracterológico dessas pessoas.
Não se conhece medicação específica para hipocondria, acredita-se que psicoterapia
pode ajudar quando iniciada com até três anos da sintomatologia instalada.

5.17.3.Transtorno Doloroso Persistente


A queixa predominante é de dor persistente, grave e angustiante, que não pode ser
plenamente explicada por nenhum processo fisiológico ou por um transtorno físico.
Geralmente existe um fator psicológico associado.
A investigação de vida da pessoa revela ganhos que obtém com a queixa persistente
de dor. Ao se fazer este diagnóstico: os familiares não devem tomar uma postura de
indiferença ou desprezo pelo paciente, também não se deve submeter aos exageros, nem às
tentativas de manipulação.

O transtorno doloroso não é uma invenção, existe não como uma origem inflamatória,
mas por algum mecanismo ainda pouco conhecido.

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Deve-se, viver a solidariedade distante, estar do lado do paciente sempre, sabendo
que ele pode usar de queixas para manipular quem está próximo.

5.17.4.Tricotilomania
A tricotilomania é um distúrbio caracterizado pela crônica tendência a puxar ou
arrancar os próprios cabelos.
O início pode ocorrer na infância ou
adolescência e continuar ao longo da vida.
Ansiedade e depressão frequentemente
acompanham o quadro.
Hoje aproximadamente 4% da população
apresentam tricotilomania. As mulheres são 4 vezes
mais acometidas do que os homens. O início
geralmente se dá antes dos 17 anos de idade. Início precoce é considerado antes dos 6 anos de
idade, nessa fase a incidência é igual para ambos os sexos.
Acompanhado o ritual de arrancamento dos pêlos, as pessoas com esse transtorno
ficam alisando, enrolando e puxando os pêlos alvos. A tensão se eleva e um desejo
incontrolável de arrancar o pelo se impõe, após o arrancamento há imediatamente uma
sensação de alívio da tensão seguida de culpa por tê-lo feito.
Depois de arrancar os pelos põem-no na boca e engolem. Logo surge uma região de
visível falta de pêlos levando a pessoa a escondê-lo. Apesar dos prejuízos pessoais o
comportamento continua. O remorso por ter arrancado o cabelo leva a um comportamento de
autopunição, e como punição arranca-se mais cabelos.
No tratamento as técnicas comportamentais: a hipnose e os antidepressivos estão
entre as condutas que obtêm melhores resultados. Os antidepressivos inibidores da
recaptação da serotonina apresentam bons resultados no início, mas não mantêm o benefício.
A psicoterapia tem bons resultados.

5.18. Transtorno Maníaco-Depressivo


O transtorno afetivo bipolar era denominado até bem pouco tempo de psicose
maníaco-depressiva.
Esse nome foi abandonado principalmente porque este transtorno não apresenta
necessariamente sintomas psicóticos, na maioria das vezes esses sintomas não aparecem.
Dentre as características psicóticas podemos observar: ideias delirantes, transtornos
de percepção e transtornos de comportamento.

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Os transtornos afetivos não estão com sua classificação terminada. Esse transtorno
deixou de ser considerada uma perturbação psicótica para ser considerada uma perturbação
afetiva.
O início se dá em torno dos 20 a 30 anos de idade, mas pode começar mesmo após os
70 anos.
O início pode ser tanto pela fase depressiva como pela fase maníaca. Iniciando:
gradualmente ao longo de semanas, meses ou abruptamente em poucos dias. Há também os
quadros mistos, que retardam o diagnóstico da fase em atividade.
Se aceita a divisão do transtorno afetivo bipolar em dois tipos:
 O tipo I - forma clássica em que o paciente apresenta os episódios de mania alternados
com os depressivos. As fases maníacas não precisam necessariamente ser seguidas por
fases depressivas, nem as depressivas por maníacas. Observa-se uma tendência dos
pacientes a fazerem várias crises de um tipo e poucas do outro, há pacientes bipolares
que nunca fizeram fases depressivas, há deprimidos que só tiveram uma fase maníaca
enquanto as depressivas foram numerosas.
 O tipo II caracteriza-se por não apresentar episódios de mania, mas de hipomania com
depressão.

Fase Maníaca
Leva uma a duas semanas para começar se não tratado pode durar meses. O estado de
humor está elevado podendo isso significar uma alegria contagiante ou uma irritação
agressiva.
Junto a essa elevação encontram-se alguns outros sintomas como: elevação da
autoestima, sentimentos de grandiosidade podendo chegar a manifestação delirante de
grandeza.
Aumento da atividade motora apresentando grande vigor físico e com diminuição da
necessidade de sono.
Apresenta forte pressão para falar ininterruptamente, as ideias correm rapidamente a
ponto de não concluir o que começou e ficar sempre emendando uma ideia não concluída em
outra sucessivamente: a isto denominamos fuga-de-ideias.
Apresenta elevação da percepção de estímulos externos levando-o a distrair-se
constantemente com pequenos ou insignificantes acontecimentos.
Aumento do interesse e da atividade sexual. Perda da consciência a respeito de sua
própria condição patológica, pessoa socialmente inconveniente ou insuportável. Envolvimento
em atividades potencialmente perigosas.

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Podem surgir sintomas psicóticos típicos o que mostra um quadro mais grave quando
isso acontece.
Os sintomas incluem: sentimento de estar no topo do mundo com uma alegria e bem
estar inabaláveis, nem mesmo más notícias, tragédias ou acontecimentos horríveis podem
abalar o estado de humor. Nessa fase o paciente literalmente ri da própria desgraça;
Sentimento de grandeza, o indivíduo imagina que é especial ou possui habilidades
especiais, é capaz de considerar-se um escolhido por Deus, uma celebridade, um líder político,
com o aprofundamento do quadro esta ideia torna-se uma convicção delirante, sente-se
invencível, acham que nada poderá detê-los.
Hiperatividade, os pacientes nessa fase não conseguem ficar parados, ou relaxar.
O senso de perigo fica comprometido. O comportamento sexual fica excessivamente
desinibido
A maneira de falar geralmente se dá em tom de voz elevado. A necessidade de sono
nessa fase é menor. Explosões de raiva podem acontecer, mas da mesma forma como aparece
se desfaz.
Os pensamentos correm de forma incontrolável para o próprio paciente, constitui-se
na interrupção de temas antes de terem sido completados para iniciar outro e assim
sucessivamente numa fuga de ideias.
Sintomas Resumidos
 Estado de agitação e elevação do humor
 Aumento da disposição
 Hiperatividade física
 Distraibilidade
 Aumento da libido
 Inquietação motora
 Aceleração de pensamento
 Aceleração da fala
 Irritabilidade
 Impaciência
 Autoconfiança exagerada
 Associação rápida de ideias
 Poucas horas de sono
 Fuga de ideias

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Fase Depressiva
É de certa forma o oposto da fase maníaca. O humor está depressivo, a autoestima em
baixa com sentimentos de inferioridade, sensação de cansaço é constante, as ideias fluem com
lentidão e dificuldade, a atenção é difícil de ser mantida, o interesse pelas coisas em geral é
perdido.
Nessa fase o sono também está diminuído, mas ao contrário da fase maníaca, não é
um sono que satisfaça ou descanse, uma vez que o paciente acorda indisposto. Quando não
tratada a fase depressiva podem durar meses também.
Na fase depressiva ocorre o posto da fase maníaca, o paciente fica com: sentimentos
irrealistas de tristeza, desespero e autoestima baixa, não se interessa pelo que costumava
gostar, cansa-se à-toa, tem pouca energia, tem dificuldade para dormir, sente falta do sono e
tende a permanecer na cama por várias horas.
O começo do dia costuma ser a pior parte do dia para os deprimidos porque eles
sabem que terão um longo dia pela frente.
Apresenta dificuldade em concentra-se, os pensamentos ficam inibidos, lentificados,
faltam ideias ou demoram a ser compreendidas e assimiladas, da mesma forma a memória
também fica prejudicada, os pensamentos costumam ser sempre em torno de morte ou
doença, o apetite fica inibido, pode ter perda significativa de peso.
Sintomas Resumidos
 Humor triste
 Lentidão
 Ideias suicidas
 Angustia
 Ansiedade
 Medo
 Desconfiança
 Isolamento
 Sentimento de culpa
 Sentimento de fracasso
 Dificuldade de concentração
 Diminuição da libido
 Diminuição do apetite
 Insônia
 Perda de interesse

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Entre uma fase e outra a pessoa pode ser normal, tendo uma vida como outra pessoa
qualquer; Outras pessoas podem apresentar leves sintomas entre as fases, não alcançando
uma recuperação plena. Há também os pacientes, que não se recuperam, tornando-se
incapazes de levar uma vida normal e independente.
A causa propriamente dita é desconhecida, mas há fatores que influenciam ou que
precipitem seu surgimento como: parentes que apresentem esse problema, traumas,
incidentes ou acontecimentos fortes como: mudanças, troca de emprego, fim de casamento,
morte de pessoa querida. Em aproximadamente 80 a 90% dos casos os pacientes apresentam
algum parente na família com transtorno bipolar.
Na mania o tratamento com
lítio ou algum anticonvulsivante deve
ser definitivo, está recomendado o
uso permanente dessas medicações
mesmo quando o paciente está
completamente saudável.
O lítio e os anticonvulsivantes
podem prevenir uma fase maníaca
poupando assim o paciente de
maiores problemas. O uso contínuo
não garante ao paciente que não terá
recaídas, apenas diminui as chances
disso acontecer.
Nas depressões resistentes pode-se usar com muita cautela antidepressivos. Há
pesquisadores que condenam o uso de antidepressivo, por causa do risco da chamada "virada
maníaca", que consiste na passagem da depressão diretamente para a exaltação num curto
espaço de tempo.

5.18.1. Assistência de Enfermagem no Quadro Maníaco e Depressivo

Assistência de Enfermagem no Quadro Maníaco


Tratar o paciente com: seriedade, bom humor e respeito.
Não incentivar comportamentos inadequados
Não permitir que ele domine a situação

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Canalizar a energia do paciente para atividades, intercalando com períodos de
repouso.
Evitar condutas autoritárias e agressivas.
Remover fatores estressantes.
Promover ambiente tranquilo para diminuir a excitação motora.
Manter funcionamento fisiológico: alimentação, hidratação, atividade, repouso e sono.
Ajudar o paciente a se proteger quando sua integridade física e moral.

Assistência de Enfermagem no Quadro Depressivo


Atenção, paciência e estimulo são de grande valia.
Não reforçar a ideia de ruína.
Impedir que o paciente faça qualquer ato prejudicial a si mesmo
Manter vigília discreta e constante
Controlar: ansiedade, irritação, falta de confiança e rejeição pelo paciente.
Todos os membros da equipe devem agir da mesma.
Não ceder a pressões do paciente.
Lidar com firmeza, mas nunca assumir atitudes desafiadoras.

5.19.Assistência de Enfermagem ao paciente portador de Neurose


Ao prestar assistência a estes pacientes o profissional da Enfermagem deve estar
ciente de que são indivíduos doentes, isso por que a aparência física é normal.
Ajudá-lo aceitar de forma responsável seu papel, nos grupos.
Manter um ambiente organizado, estruturado e controlado.
Ajudá-lo a conquistar um ambiente social mais aceitável.
Usar abordagem amigável, mas firme, em relação as suas responsabilidades.
Proporcionar atividades que estimulem o dia inteiro, mas observar as interações dos
grupos.
Colocar limites para comportamentos inadequados.
Reconhecer sua própria atitude seus sentimentos e reações frente ao comportamento
do paciente.
Controlar: ansiedade, medo, raiva, irritação, falta de confiança, rejeição dos pacientes
e cansaço.
Todos os membros da equipe devem agir da mesma forma.
Orientar familiares e amigos da forma como devem agir.
Lidar com firmeza e nunca assumir atitude desafiadora.

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Atuar em âmbito multiprofissional.

6. PSICOSES
Estado mental patológico que pode levar o individuo a ter: alucinações e perder a
compreensão de seu comportamento e contato com a realidade. Neste grupo está a
Esquizofrenia

6.1.Esquizofrenia
Doença mental grave, de difícil compreensão. O individuo pode não se recuperar
totalmente, não ter condições para o trabalho e sofrer discriminação na esfera social.
Transtorno mental complexo que dificulta: fazer a distinção entre as experiências reais
e imaginárias, pensar de forma lógica, ter respostas emocionais normais e comportar-se
normalmente.
Atinge ambos os sexos. Cerca de 1% da população desenvolve a doença. Tem inicio
comumente dos 15 aos 34 anos. O surgimento da esquizofrenia é raro em idosos e crianças.
No entanto, a esquizofrenia infantil pode surgir depois dos 5 anos, podendo ser confundida
com o autismo.
Não existe uma só causa para o aparecimento deste tipo de transtorno. Podem estar
relacionados fatores como: o quadro psicológico; o ambiente; o histórico de distúrbios mentais
na família e utilização de substâncias psicoativas.
Existem algumas teorias que explicam a etiologia da Esquizofrenia, são elas:

Teoria Bioquímica
Desequilíbrio neuroquímico, falhas na comunicação do grupo de neurônios do
comportamento, pensamento e senso-percepção.

Teoria Biológica Molecular


Anomalias no padrão de certas células cerebrais na sua formação antes do
nascimento. Esse padrão pode direcionar para uma possível causa pré-natal da esquizofrenia
ou indicar fatores predisponentes ao desenvolvimento da doença.

Teoria do Estresse
Não causa esquizofrenia, no entanto pode agravar os sintomas.

Teoria das Drogas

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Não há provas de que drogas lícitas ou ilícitas causem esquizofrenia. Elas podem,
agravar os sintomas de quem já tem a doença. Certas drogas estimulantes podem provocar
sintomas semelhantes aos da esquizofrenia, mas não há evidências que cheguem a causá-la.

Teoria Nutricional
Não há provas de que a falta de certas vitaminas desencadeie esquizofrenia nas
pessoas predispostas.

Teoria Viral
A infecção por um vírus conhecido ou desconhecido desencadeie a esquizofrenia em
pessoas predispostas foi muito estudada. Hoje vem sendo abandonada por falta de evidências.

Teoria Genética
A mais bem demonstrada de todas as teorias. Vários estudos feitos com familiares
mostraram uma correlação direta entre o grau de parentesco e as chances de surgimento da
esquizofrenia.
Pessoas sem nenhum parente esquizofrênico têm 1% de chances, com algum parente
distante 3 a 5%. Com um pai ou mãe 10 a 15%, com um irmão esquizofrênico 20%, quando
gêmeos idênticos 50 a 60%%. A teoria genética, explica em boa parte a origem. Se explicasse
tudo, a incidência de esquizofrenia entre os gêmeos idênticos seria de 100%.

Os sintomas psicóticos são divididos em positivos e negativos tem por finalidade dizer
de maneira objetiva o estado do paciente. Tendo como ponto de referência a normalidade.
Os sintomas positivos são aqueles que não deveriam estar presentes como as
alucinações. Os negativos aqueles que deveriam estar presentes, mas estão ausentes, como o
estado de ânimo. Portanto, sintomas positivos não são bons sinais e sintomas negativos são
sinais ruins.
Dentre os sintomas positivos podemos citar:

Alucinações
As mais comuns nos esquizofrênicos são as auditivas. O paciente geralmente ouve
vozes depreciativas, de ordem, ameaça e que conversam entre si falando mal do paciente.
Pode ser: sempre a mesma voz, ser de várias pessoas, podem ser vozes de pessoas
conhecidas ou desconhecidas, podem ser murmúrios e incompreensíveis, ou claras e
compreensíveis.

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Da mesma maneira que qualquer pessoa se aborrece em ouvir tais coisas, os pacientes
também se afligem com o conteúdo do que ouvem, ainda mais por não conseguirem fugir das
vozes.
Alucinações visuais são raras na esquizofrenia, sempre que surgem devem pôr em
dúvida o diagnóstico, favorecendo perturbações orgânicas do cérebro.

Delírios
Os delírios mais comuns são os persecutórios. São as ideias falsas que os pacientes têm
de que estão sendo perseguidos, que querem matá-lo ou fazer-lhe algum mal.
Os delírios podem também ser bizarros. Achar que está sendo controlado por
extraterrestres que enviam ondas de rádio para o seu cérebro.
O delírio de identidade, achar que é outra pessoa, é a marca típica do doente mental.
No Brasil o mais comum é considerar-se Deus ou Jesus Cristo.

Perturbações do Pensamento
Estes sintomas são difíceis de identificar. Mesmos médicos não psiquiatras não
conseguem percebê-los, não porque sejam discretos, mas porque a confusão é tamanha que
nem se consegue denominar o que se vê.
Há vários tipos de perturbações do pensamento. O diagnóstico tem que ser preciso
porque a conduta é distinta entre: o esquizofrênico que apresenta esse sintoma e o paciente
com confusão mental, que pode ser uma emergência neurológica.

Alteração da sensação do eu
Esses sintomas são diferentes de qualquer coisa que possamos experimentar, exceto
em estados mentais patológicos.
Os pacientes com essas alterações dizem que: não são elas mesmas, que uma outra
entidade apoderou-se de seu corpo, ou que simplesmente que não existe, que seu corpo não
existe

Dentre os sintomas negativos podemos citar:

Falta de motivação e apatia


Esse estado é muito comum, unanimidade nos pacientes depois que as crises com
sintomas positivos cessaram.

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O paciente não tem vontade de fazer nada, frequentemente a única coisa que faz é
fumar, comer e dormir. Descuida-se da higiene e aparência pessoal.

Embotamento afetivo
As emoções não são sentidas como antes. Podem até perceber isso racionalmente e
relatar aos outros, mas de forma alguma podem mudar essa situação.
A indiferença dos pacientes pode gerar raiva, mas os pacientes não têm culpa e são
incompreendidos.

Isolamento social
É praticamente uma consequência dos sintomas acima.
Uma pessoa que não consegue sentir nem se interessar por nada, cujos pensamentos
estão prejudicados e não consegue diferenciar bem o mundo real do irreal não consegue viver
normalmente na sociedade.

Os sintomas negativos não devem ser confundidos com depressão. A depressão é


tratável e costuma responder às medicações. Já os sintomas negativos da esquizofrenia não
melhoram com nenhum tipo de antipsicóticos. A esperança dos novos antipsicóticos atuarem
sobre os sintomas negativos não se concretizou, contudo esses sintomas podem melhorar
espontaneamente.

Sintomas Resumidos
 Pensamentos ilusórios,
 Alucinações;
 Dificuldades de atenção e concentração;
 Apatia ou ausência de emoção;
 Isolamento social;
 Pensamentos incoerentes e desordenados;
 Comportamentos pouco habituais, bizarros.

A esquizofrenia é segregada em tipos

Simples
Caracterizada por indiferença total, inclusive pelo sexo oposto.

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Sintomas: emoções imprevisíveis, isolamento social, quase ausência de relações
afetivas, uma mudança significativa de personalidade, depressão.

Paranóide
Caracteriza-se por ideia de perseguição e
grandeza.
Sintomas: ansiedade, propensão a
ataques de fúria e a brigas, falsa sensação de que
as pessoas que os rodeia lhe querem fazer mal.
Alucinação de falar com Deus (grandeza)

Catatônica
O paciente pode permanecer em uma posição única e rígida sem reagir ao que ocorre
a sua volta.
Sintomas: músculos e postura tensa e rígida, apatia física, expressões faciais fora do
normal, caretas, quase ausência de resposta às interpelações, alucinações e delírios.

Erbefrênica
Considerada a forma mais grave acometendo o individuo na adolescência
Sintomas: comportamento e tom de voz infantilizado, alterações afetivas, alucinações
auditivas, riso sem motivo, embotamento afetivo, delírios, comportamento inadequado a
sociedade e tendência suicida.

Não há um exame que diagnostique precisamente a esquizofrenia, depende


exclusivamente dos conhecimentos e da experiência do médico.
O diagnóstico é feito: pelo conjunto de sintomas que o paciente apresenta e a história
como esses sintomas foram surgindo e se desenvolvendo.
Um psiquiatra deve examinar o paciente para determinar o diagnóstico. O diagnóstico
é feito com entrevista minuciosa com a pessoa e seus familiares.
O médico fará perguntas sobre: a duração dos sintomas, como a capacidade funcional
da pessoa mudou, histórico de desenvolvimento, histórico familiar e genético, se a medicação
funcionou. Exames cerebrais e exames de sangue podem ajudar a descartar outras doenças
com sintomas semelhantes à esquizofrenia

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O tratamento é baseado em antipsicóticos, também conhecidos como neurolépticos.
São assim chamados por: possuírem efeito calmante, por combaterem sintomas como:
delírios, alucinações, comportamento desorganizado e agitado.
Eles atuam sobre o neurotransmissor dopamina, cujo excesso provoca os sintomas
positivos e desorganizados da esquizofrenia, bloqueando sua chegada aos neurônios,
reequilibrando o sistema de neurotransmissão.
A terapia de apoio pode ser útil para muitas pessoas com esquizofrenia. Técnicas
comportamentais, aulas de treinamento
profissional e construção de
relacionamentos são importantes.
Os familiares de uma pessoa com
esquizofrenia devem ser informados sobre
a doença e receber apoio. Os programas de
apoio social para pessoas necessitadas
podem ajudar aqueles que não recebem
apoio da família ou de conhecidos. Os familiares e cuidadores são frequentemente
incentivados a ajudar as pessoas com esquizofrenia a continuar seguindo o tratamento.

6.1.1.Assistência de Enfermagem nas Psicoses


Estabelecer relação de confiança
Ser sincero
Honesto
Cumprir as promessas feitas
Demostrar disponibilidade para ajudá-lo
Não discutir nem confrontar as ideias delirantes. Ex: Você acha mesmo que se sua
família quisesse te matar estaria te visitando?
Ocupar o paciente em tarefas concretas que exijam atenção,
Ficar próximo estimulando a atenção para o trabalho.
Manter vigília constante, porém discreta,
Anotações devem ser detalhadas.
Prevenção de: fugas, agressões e suicídios.
Estar atento quanto à aceitação do tratamento.
Verificar se o paciente toma os medicamentos prescritos.
Passar recomendações para a família do paciente

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7. OBSERVAÇÕES E REGISTRO DE ENFERMAGEM
A atuação da enfermagem com o paciente psiquiátrico abrange ações de a orientação,
educativa, religiosa, orientação familiar, planejamento e cuidados e manter bom
relacionamento.
Uma das assistências mais importantes da enfermagem com o paciente psiquiátrico é
a observação. A observação é um processo ativo, direcionado a determinado objetivo, que
utiliza todos os sentidos, com a finalidade de descrever o comportamento do paciente. As
observações devem ser planejadas, tudo deve ser relatado nos mínimos detalhes.
As observações devem ser: fidedignas, precisas, objetivas e continuas. Por meio dela
os dados são coletados constantemente. Não tem sentido se não for relatada. Os eventos
devem ser observados continuamente, para comparações.
Deve ser observado: a expressão facial, tom da voz, vestimentas, aparência,
participação nas atividades de rotina e lazer, relacionamento familiar, comunicação de
problemas e aderência ao tratamento.
Toda observação é feita com uma finalidade, seja: visando o bem estar do paciente, ou
visando ajudá-lo em sua recuperação.
A observação tem valor quando: mostra exatamente o que aconteceu, sem
julgamentos e/ou opinião própria. Objetividade significa a existência real do fato ocorrido
independente das ideias particulares do observador.
Exemplo de Observação

A enfermagem deve se planejar para passar a maior parte do tempo na observação do


paciente.
Existem algumas formas de observar o paciente psiquiátrico, são elas:

Simples Observador

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Olha o que acontece com o paciente.

Entrevistador
Faz perguntas no intuito de conhecer alguma coisa do doente.

Participante
De todas, a melhor atitude. Enquanto está trabalhando está observando, durante
assistência ao paciente são feitas as observações.

Alguns aspectos não podem deixar de serem observados, são eles: A forma como ele
esta vestido; Sua aparência física, sua higiene, seu peso, se esta ou não drogado; Maneira de
andar, regularidade da marcha, ritmo da marcha, estilo da marcha; Alterações físicas que ele
possa apresentar se têm curativos, lesões, sondas, drenos, cateteres; Maneira de falar com as
pessoas se grita, se fala muito rápido, se fala muito baixo, se murmura, se reclama das coisas,
se sorri; Sua fisionomia se demonstra: raiva ou irritação, medo ou ansiedade, desejo ou
aversão, indiferença ou interesse; Sua comunicação verbal e não verbal.

8.PSICOFÁRMACOS

8.1. Drogas que Diminuem a Atividade Cerebral

Hipnótico
São drogas que atuam sobre o sono.
Os Barbitúricos são usados em caso de
sedação como o Fenobarbital- Gardenal.
Não Barbitúricos são indicados para o
tratamento de insônia, os efeitos colaterais
mínimos, como o Nitrazepan- Mogadon e o
Fluordiasepan – Dalmadorm.
A enfermagem deve oferecer a medicação
no momento em que o paciente for se deitar,
observar e anotar padrão de sono.

Antipsicóticos – Neurolépticos

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São drogas que atuam no SNC, agem reduzindo sintomas de alucinações, ideias
delirantes, delírios. São drogas redutoras dos quadros psicóticos. Podem provocar efeitos
colaterais consideráveis.
Alguns exemplos destas drogas são: Clorpomazina – Amplictil, Levopromazina –
Neozine, Haloperidol – Haldol, Flufenazina – Anastensol, Pipotiazina – Pirpotil, Clozapina –
Leponex, Risperidona – Risperdal.
Os efeitos colaterais mais comuns são: hipotensão, aumento de peso, alteração de
pulso e temperatura, lentidão motora, sonolência, náuseas, vômitos, visão turva, ansiedade e
pensamento lento,
Cabe à enfermagem observar, anotar e comunicar efeitos colaterais. Auxiliar o
paciente nos cuidados pessoais. Ocupá-lo durante o dia. Observação rigorosa dos sinais vitais

Tranquilizantes- Ansiolíticos
São drogas que reduzem a tensão emocional e
a ansiedade, alguns exemplos destas medicações são:
Diazepam- Diempax, Lorazepam –Lorax, Bromazepam –
Lexotan
Os principais efeitos colaterais são: hipotensão,
sinais de dependência, náuseas, vômitos, constipação e
irregularidade menstrual.
Cabe à enfermagem, em caso de medicação
parenteral, orientar o paciente a permanecer deitado
por 30 a 60 minutos. Orientá-lo a tomar somente a
medicação prescrita. Oferecer apoio, por que são
pacientes muito ansiosos.

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8.2. Drogas que Aumentam a Atividade Cerebral

Antidepressivos Tricíclicos- Timolépticos


Atuam aumentando a serotonina na fenda
sináptica por meio do bloqueio da recaptação pelos
terminais nervosos, por competir pelo sítio ligante
da proteína transportadora. São exemplos destas
medicações: Imipramina – Tofranil e Clomipramina
– Anafranil
Efeitos Colaterais: hipotensão, hipertensão,
sonolência, tremores de extremidades, insônia,
alterações menstruais e alterações no desempenho
sexual.
É função da enfermagem: orientar a família e o paciente a cerca do tempo de 15 dias
para inicio do efeito desta medicação. Estar atento a sinais de intoxicação: palpitação,
agitação, confusão mental, alterações de consciência, coma e morte.

Drogas que Inibidoras da Monoaminoxidase


São também drogas que agem sobre o humor.
São antidepressivos utilizados geralmente quando os
tricíclicos não surtem efeito. Seus efeitos colaterais são
os mesmos dos tricíclicos. Potencializam o efeito de
outros medicamentos como analgésicos e anestésicos
São cuidados de enfermagem, durante o uso desta
medicação: observar interações medicamentosas e
colocar aviso no prontuário caso tenha cirurgia
programada.

Antidepressivos de Segunda Geração


Agem inibindo a recaptação do
neurotransmissor, pelo neurônio pré-sináptico. Seus
efeitos colaterais são mínimos. São exemplos destas
medicações: Fluoxetina – Prozac, Citalopram – Cipramil
e Setralina - Zoloft

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A enfermagem deve estar atenta a alterações de comportamento, ansiedade e insônia,
observar risco de convulsão e o desempenho cognitivo e motor.

9. TRATAMENTOS EM PSIQUIATRIA

9.1.Psicoterapias
A Psicoterapia também chamada de Psicologia Clínica, aplicação dos conhecimentos:
da Psicologia e da Psicopatologia.
É um valioso recurso para lidar com as dificuldades da existência em todas as formas
que o sofrimento humano pode assumir como: transtornos psicopatológicos, distúrbios
psicossomáticos, crises existenciais, estados de sofrimento, conflitos interpessoais.
Oferece a oportunidade de compreender e mudar os padrões relacionamento
interpessoal. Que são fonte de incontáveis sofrimentos, favorecendo a ocorrência de
inúmeras doenças.
É também um espaço favorável ao crescimento e amadurecimento, um
lugar/tempo/modo privilegiado: de criar intimidade consigo mesmo, de estabelecer diálogos
construtivos, transformar padrões estereotipados, de funcionamento, restabelecendo o
processo formativo e criativo de cada um.
Permite transformações profundas da pessoa, com resultados evidentes em diversas
situações é aplicada em diversos transtornos como:
 Tratamento de transtornos psicológicos como: transtorno do pânico, fobias,
transtorno dissociativo, depressão, anorexia, estresse pós-traumático.
 Tratamento de transtornos de personalidade como: transtorno borderline, transtorno
esquizóide, transtorno paranóide.
 Trabalho sobre: conflitos pessoais, conjugais, familiares, interpessoais e grupais.
 Elaboração de: crises existenciais, de transições difíceis (luto, crises profissionais, etc),
dificuldades nas mudanças de fases de vida (puberdade, adolescência, vida adulta,
menopausa, envelhecimento, etc.).
Os benefícios da psicoterapia são diversos:
 Desenvolvimento da capacidade de autogerenciamento.
 Desenvolvimento da capacidade de auto-observação e autorreflexão
 Sair dos padrões estereotipados e criar novos modos de compreender e conduzir a
própria vida

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 Desenvolver habilidades interpessoais, capacidade de comunicação, assertividade,
resolução de conflitos, etc.
 Fortalecimento psicológico.
 Favorecer a saúde integral, física e psicológica.
 Busca de sentido existencial
 Amadurecimento psicológico

9.2.Terapia Comportamental
Grupo de abordagens orientadas para a modificação do comportamento.
Comportamento refere-se à resposta da pessoa face a um estímulo do seu ambiente.
Inclui: as respostas que são observáveis (aquilo que a pessoa faz), as que não o são (aquilo que
a pessoa pensa e sente).
Outro conceito importante é o de aprendizagem, os
comportamentos constituem respostas aprendidas. Nos
casos em que os comportamentos são indesejáveis, podem
ser substituídos, por outros mais adequados.
A aprendizagem de comportamento pode ser:
 Condicionamento Clássico: Modificação dos
comportamentos involuntários.
 Condicionamento Operante: Modificação dos
comportamentos voluntários.
 Modelagem: Aquisição de novos comportamentos
ou à modificação de comportamentos já existentes.
A terapia comportamental está indicada para: Indicada
para: depressão, ansiedade, perturbação obsessiva-
compulsiva, problemas Conjugais, problemas Sexuais, luto,
problemas de Sono, consumos excessivos, perturbações
alimentares,
Constitui uma ferramenta muito útil na modificação de
comportamentos indesejados e na aquisição de novas competências. Pode ser realizada em
grupo ou individualmente.

9.3. Tratamento Somático


Os tratamentos somáticos incluem: Eletroconvulsivantes e Contenção mecânica.

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9.3.1. Terapia eletroconvulsiva (ECT)
A terapia convulsiva foi introduzida por Von Meduna, em 1934, como tratamento para
doenças mentais graves.
A técnica requeria a injeção de cânfora ou pentilenotetrazol para induzir uma
convulsão generalizada do tipo grande mal.
Em 1938, Ugo Cerletti introduziu a terapia eletroconvulsiva (ECT) ao utilizar um
estímulo elétrico para produzir a convulsão; uma técnica provada como mais confiável e eficaz
do que o uso de meios químicos.
A ECT passou por modificações e refinamentos que melhoraram a eficácia e a
tolerabilidade do tratamento.
Permanece como o único tratamento biológico introduzido durante a primeira metade
do século 20 ainda utilizado na prática clínica moderna.
Esta terapia induz uma convulsão de grande mal, coma a passagem de uma corrente
elétrica através de eletrodos aplicados em uma ou ambas as têmporas.
A quantidade e frequência do tratamento depende da necessidade do paciente, da
resposta terapêutica. Normalmente é administrada 3 vezes por semana, podendo ter uma
frequência maior ou menor.

São indicações para a ECT


Pacientes depressivos que não
respondem a medicação ou que são incapazes de
tomar a medicação.
Pacientes bipolares que não respondem a
medicação
Pacientes agudamente suicidas que não
receberam medicação por tempo suficiente para
alcançar o efeito terapêutico.
Quando os efeitos colaterais da ECT
forem menores que as dos medicamentos

Técnica para a Realização da Terapia


eletroconvulsiva (ECT)
Fornecer informações ao paciente e a
família sobre o procedimento. Obter autorização formal. Jejum do paciente de 12 horas. Pedir
ao paciente que retire joias e adornos. Vestir roupa própria. Fazer com que o paciente esvazie

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a bexiga. Administrar medicações pré-tratamento, se prescritas. Garantir medicamentos e
equipamentos necessários. Posicionar o protetor bucal. Posicionar os eletrodos. O choque é
então administrado

Cuidados Durante a recuperação da ECT


Administrar oxigênio quando necessário. Aspirar quando necessário. Monitorar sinais
vitais. Posicionar o paciente em decúbito lateral até que recupere a consciência. Manter via
aérea pérvia. Fornecer informações. Auxiliar na deambulação. Permitir que o paciente durma
um curto período de tempo. Fornecer uma refeição leve. Participar das atividades diárias
usuais.

9.3.2. Contenção Física


Inclui o uso de restrição mecânica como: alças de punho, alça de
tornozelo, camisola, lençóis de contenção e exclusão, que é um quarto
onde o paciente permanece sozinho por um período de tempo.
As contenções devem ser empregadas com cuidado para não
machucar o paciente. O paciente deve ser contido somente quando: as
medicações ainda não fizeram efeito, o paciente
oferece risco para si e para os outros e momentos de
crises graves.
A contenção depende de prescrição médica,
portanto é ilegal conter um paciente sem tal
prescrição.

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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

DALGALARRONDO,Paulo.Psicopatologia e Semiologia das Transtornos Mentais.Artmed.Rio de


Janeiro.2ª ed.2008.

DURAND,V. Mark.Psicopatologia - Uma abordagem Integrada.CENGAGE.São Paulo.2010.

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