Mia Couto
Mia Couto
Mia Couto
Índice
Biografia
Biólogo
Obras
Poesia Nome António Emílio Leite Couto
completo
Contos
Pseudónimo(s) Mia Couto
Crónicas
Romances Nascimento 5 de julho de 1955 (66 anos)
Beira, Moçambique
Prémios Portuguesa (agora
República de Moçambique)
Academia Brasileira de Letras
Nacionalidade moçambicana
Referências
Prémios Prémio Nacional de
Ver também Jornalismo Areosa Pena
(1989)
Ligações externas
Grande Prémio da Ficção
Narrativa (1990)
Biografia Prémio Nacional de
Ficção da Associação
Mia Couto nasceu e foi escolarizado na Beira, cidade dos Escritores
capital da província de Sofala, em Moçambique. Moçambicanos (1995)
Adotou o seu pseudónimo porque tinha uma paixão Prémio Vergílio Ferreira
por gatos. Com 14 anos de idade, teve alguns poemas (1999)
publicados no jornal "Notícias da Beira" e três anos Prémio União Latina de
depois, em 1971, mudou-se para a cidade capital de Literaturas Românicas
Moçambique, Lourenço Marques (agora Maputo). (2007)
Iniciou os estudos universitários em medicina, mas Prêmio Passo Fundo
abandonou esta área no princípio do terceiro ano, Zaffari e Bourbon de
passando a exercer a profissão de jornalista depois do Literatura (2007)
25 de Abril de 1974. Trabalhou na Tribuna até à Ordem do Mérito Cultural
(2009)
destruição das suas instalações em Setembro de 1975, (2009)
por colonos que se opunham à independência. Foi Prémio Camões
nomeado diretor da Agência de Informação de (2013)
Moçambique (AIM) e formou ligações de Neustadt International
correspondentes entre as províncias moçambicanas Prize for Literature
durante o tempo da guerra de libertação. A seguir (2014)
trabalhou como diretor da revista Tempo até 1981 e [1]
continuou a carreira no jornal Notícias até 1985. Em
1983, publicou o seu primeiro livro de poesia, Raiz de Género realismo animista, ficção
Orvalho, que, segundo algumas interpretações, inclui literário histórica
poemas contra a propaganda marxista militante.[4] Dois Magnum opus Terra Sonâmbula
anos depois, demitiu-se da posição de diretor para
continuar os estudos universitários na área de biologia.
Além de considerado um dos escritores mais importantes de Moçambique, é o escritor moçambicano mais
traduzido. Em muitas das suas obras, Mia Couto tenta recriar a língua portuguesa com uma influência
moçambicana, utilizando o léxico de várias regiões do país e produzindo um novo modelo de narrativa
africana. Terra Sonâmbula, o seu primeiro romance, publicado em 1992, ganhou o Prémio Nacional de
Ficção da Associação dos Escritores Moçambicanos em 1995 e foi considerado um dos dez melhores livros
africanos do século XX por um júri criado pela Feira do Livro do Zimbabué. A 25 de Novembro de 1998
foi feito Comendador da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada.[5] Em 2007, foi entrevistado pela revista
Isto É.[6] Foi fundador de uma empresa de estudos ambientais da qual é colaborador.[7]
Em 2013 foi homenageado com o Prémio Camões, que lhe foi entregue a 10 de Junho no Palácio de
Queluz pelas mãos dos então presidentes de Portugal, Cavaco Silva, e do Brasil, Dilma Rousseff.[8]
Biólogo
Como biólogo, dirige as Avaliações de Impacto Ambiental, IMPACTO Lda., empresa que faz estudos de
impacto ambiental, em Moçambique. Mia Couto tem realizado pesquisas em diversas áreas, concentrando-
se na gestão de zonas costeiras. Além disso, é professor da cadeira de ecologia em diversos cursos da
Universidade Eduardo Mondlane (UEM).[2][9]
Obras
Mia Couto tem uma obra literária extensa e diversificada, incluindo poesia, contos, romance e crónicas, e é
considerado como um dos escritores mais importantes de Moçambique. As suas obras são publicados em
mais de 22 países e traduzidas em alemão, francês, castelhano, catalão, inglês e italiano.
Em muitas obras suas, Couto dá um contributo significativo de recriar a língua portuguesa, incorporando
vocabulário e estruturas específicas de Moçambique, portanto produzindo um novo modelo para a narrativa
africana. Estilisticamente, a sua escrita é influenciada do realismo mágico, um movimento popular nas
literaturas latino-americanas modernas. Contudo, por sua literatura ser africana, o termo "mágico" não
aplica, sendo classificada como Realismo Animista. O seu uso de linguagem faz lembrar o escritor
brasileiro João Guimarães Rosa, mas também é influenciado pelo escritor Jorge Amado. É conhecido por
criar provérbios, às vezes conhecidas como "improvérbios", nas suas obras de ficção, assim como enigmas,
lendas, e metáforas, dando uma dimensão poética sobretudo.[10]
Poesia
Poesia
Estreou-se no prelo com um livro de poesia, Raiz de Orvalho, publicado em 1983. Este livro revela o
mesmo comportamento literário de estreita relação com a tradição e memória cultural africanas que
evidenciam a orientação regionalista, marcante em toda a sua criação literária. A poesia “Sotaque da terra”
aborda sentimentos impostos por condições históricas diretamente ligados à realidade do povo africano: a
língua, a terra e a tradição.[11]
No entanto, antes tinha sido antologiado por outro dos grandes poetas moçambicanos, Orlando Mendes
(outro biólogo), em 1980, numa edição do Instituto Nacional do Livro e do Disco, resultante duma palestra
na Organização Nacional dos Jornalistas (actual Sindicato), intitulada "Sobre Literatura Moçambicana".
Em 1999, a Editorial Caminho (que publica as obras de Mia Couto em Portugal) relançou Raiz de Orvalho
e outros poemas que teve sua 3ª edição em 2001.
A mesma editora dá ao prelo em 2011 o seu segundo livro de poesia, "Tradutor de Chuvas".
Contos
Nos meados dos anos 80, Mia Couto estreou-se nos contos e numa nova maneira de falar - ou "falinventar"
- português, que continua a ser o seu "ex-libris". Nesta categoria de contos publicou:
Vozes Anoitecidas (1ª ed. da Associação dos Escritores Moçambicanos, em 1986; 1ª ed.
Caminho, em 1987; 8ª ed. em 2006; Grande Prémio da Ficção Narrativa em 1990, ex
aequo)
Cada Homem é uma Raça (1ª ed. da Caminho em 1990; 9ª ed., 2005)
Estórias Abensonhadas (1ª ed. da Caminho, em 1994; 7ª ed. em 2003)
Contos do Nascer da Terra (1ª ed. da Caminho, em 1997; 5ª ed. em 2002)
Na Berma de Nenhuma Estrada (1ª ed. da Caminho em 2001; 3ª ed. em 2003)
O Fio das Missangas (1ª ed. da Caminho em 2004; 4ª ed. em 2004)
Crónicas
Para além disso, publicou em livros algumas das suas crónicas, que continuam a ser coluna num dos
semanários publicados em Maputo, capital de Moçambique:
Cronicando (1ª ed. em 1988; 1ª ed. da Caminho em 1991; 7ª ed. em 2003; Prémio Nacional
de Jornalismo Areosa Pena, em 1989)
O País do Queixa Andar (2003)
Pensatempos. Textos de Opinião (1ª e 2ª ed. da Caminho em 2005)
E se Obama fosse Africano? e Outras Interinvenções (1ª ed. da Caminho em 2009)
Romances
Terra Sonâmbula (1ª ed. da Caminho em 1992; 8ª ed. em 2004; Prémio Nacional de Ficção
da Associação dos Escritores Moçambicanos em 1995; considerado por um juri na Feira
Internacional do Zimbabwe um dos doze melhores livros africanos do século XX)
A Varanda do Frangipani (1ª ed da Caminho em 1996; 7ª ed em 2003)
A Varanda do Frangipani (1 ed. da Caminho em 1996; 7 ed. em 2003)
Mar Me Quer (1ª ed. Parque EXPO/NJIRA em 1998, como contribuição para o pavilhão de
Moçambique na Exposição Mundial EXPO '98 em Lisboa; 1ª ed. da Caminho em 2000; 8ª
ed. em 2004)
Vinte e Zinco (1ª ed. da Caminho em 1999; 2ª ed. em 2004)
O Último Voo do Flamingo (1ª ed. da Caminho em 2000; 4ª ed. em 2004; Prémio Mário
António de Ficção em 2001)
O Gato e o Escuro, com ilustrações de Danuta Wojciechowska (1ª ed. da Caminho em
2001; 2ª ed. em 2003), com ilustrações de Marilda Castanha (1ª ed. brasileira, da Cia. das
Letrinhas, em 2008)
Um Rio Chamado Tempo, uma Casa Chamada Terra (1ª ed. da Caminho em 2002; 3ª ed.
em 2004; rodado em filme pelo português José Carlos Oliveira)
A Chuva Pasmada, com ilustrações de Danuta Wojciechowska (1ª ed. da Njira em 2004)
O Outro Pé da Sereia (1ª ed. da Caminho em 2006)
O beijo da palavrinha, com ilustrações de Malangatana (1ª ed. da Língua Geral em
2006)Editora Caminho.
Venenos de Deus, Remédios do Diabo (2008)
Jesusalém [no Brasil, o livro tem como título Antes de nascer o mundo] (2009)
Pensageiro frequente (2010)
A Confissão da Leoa (2012)
Mulheres de cinzas (primeiro volume da trilogia As Areias do Imperador) (2015)
A Espada e a Azagaia (segundo volume da trilogia As Areias do Imperador") (2016)
O Bebedor de Horizontes (terceiro volume da trilogia "As Areias do Imperador") (2017)
O Mapeador de Ausências (2020)
Prémios
1995 - Prémio Nacional de Ficção da Associação dos Escritores Moçambicanos
1999 - Prémio Vergílio Ferreira, pelo conjunto da sua obra
2001 - Prémio Mário António, pelo livro "O último voo do flamingo"
2007 - Prémio União Latina de Literaturas Românicas
2007 - Prêmio Passo Fundo Zaffari e Bourbon de Literatura, na Jornada Nacional de
Literatura
2008 - Prémio Rosalía de Castro do Centro PEN Galiza.[12]
2012 - Prémio Eduardo Lourenço 2012[13]
2013 - Prémio Camões 2013[14][15][16]
2014 - Neustadt International Prize for Literature[1]
2021 - França: prémio Albert Bernard com base na trilogia As areias do Imperador.[17]
Referências
1 Mia Couto distinguido com prémio internacional de literatura Neustadt (http://www public
1. «Mia Couto distinguido com prémio internacional de literatura Neustadt» (http://www.public
o.pt/culturaipsilon/noticia/mia-couto-distinguido-com-premio-internacional-de-literatura-neust
adt-1611149). Público.pt. Consultado em 24 de agosto de 2014
2. «Título ainda não informado (favor adicionar)» (http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=292
2&op=all). www.cienciahoje.pt
3. «Mia Couto distinguido com prémio internacional de literatura Neustadt» (http://www.public
o.pt/culturaipsilon/noticia/mia-couto-distinguido-com-premio-internacional-de-literatura-neust
adt-1611149). Público.pt. Consultado em 8 de agosto de 2017
4. Chabal, Patrick. ‘’Vozes Moçambicanas’’. Vega: Lisboa, 1994. (274-291)
5. «Cidadãos Estrangeiros Agraciados com Ordens Portuguesas» (http://www.ordens.presiden
cia.pt/?idc=154). Resultado da busca de "António Emílio Leite Couto". Presidência da
República Portuguesa. Consultado em 2 de dezembro de 2014
6. Furtado, Jonas (26 de setembro de 2007). «Entrevista a Mia Couto» (http://www.terra.com.br/
istoe/edicoes/1978/artigo62007-1.htm). Revista Isto É. Editora Três. Consultado em 1 de
dezembro de 2009
7. «Mia Couto Biografia» (http://editora-ndjira6.blogspot.com/2009/10/mia-couto.html/). editora-
ndjira6.blogspot.com[ligação inativa]
8. «Mia Couto partilha Prémio Camões com a gente anónima de Moçambique Ler mais:
expresso.sapo.pt/mia-couto-partilha-premio-camoes-com-a-gente-anonima-de-
mocambique=f813155#ixzz2VrYKGyuo» (http://expresso.sapo.pt/mia-couto-partilha-premio-
camoes-com-a-gente-anonima-de-mocambique=f813155). Expresso. Consultado em 11 de
junho de 2013
9. «Título ainda não informado (favor adicionar)» (http://www.ionline.pt/conteudo/64700-mia-co
uto-nao-levo-escrita-nem-biologia-muito-serio). www.ionline.pt
10. Coutinho, Maria João. 2008. "The heart is a beach: proverbs and improverbs in Mia Couto's
stories". Proceedings of the First Interdisciplinary Colloquium on Proverbs, eds Rui. J. B.
Soares and Outi Lauhakangas, 484–489.
11. «Dissertação: Mia Couto - Luandino Vieira - "Uma Leitura em Travessia pela Escrita Criativa
ao Serviço das Identidades", página 22» (http://repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/
3467/1/Disserta%C3%A7%C3%A3o.pdf) (PDF). repositorium.sdum.uminho.pt
12. «O reitor da USC preside o acto de entrega dos Premios Rosalía de Castro 2008 do PEN
Club Galicia» (https://www.usc.gal/gl/xornal/novas/reitor-usc-preside-acto-entrega-premios-r
osalia-castro-2008-pen-club-galicia). Universidade de Santiago de Compostela (em
galego). Consultado em 12 de dezembro de 2020
13. «Informação» (http://www.cei.pt/premio_el.htm) na página do Centro de Estudos Ibéricos.
14. «Escritor Mia Couto ganha Prémio Camões» (http://www.publico.pt/cultura/noticia/xxxxxx-pr
emio-camoes-foi-para-o-escritor-1595653). Consultado em 27 de maio de 2013
15. rtp.pt (27 de maio de 2013). «Mia Couto distinguido com o Prémio Camões» (http://www.rtp.
pt/noticias/index.php?article=654667&tm=4&layout=121&visual=49). Consultado em 28 de
maio de 2013
16. Folha de S. Paulo (27 de maio de 2013). «Escritor moçambicano Mia Couto vence o Prêmio
Camões» (http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2013/05/1285850-escritor-mocambicano-m
ia-couto-vence-o-premio-camoes.shtml). Consultado em 28 de maio de 2013
17. «MIA COUTO VENCE PRÉMIO LITERÁRIO FRANCÊS ALBERT BERNARD COM A
TRILOGIA "AS AREIAS DO IMPERADOR" » (https://contoachado.blogspot.com/2021/01/mi
a-couto-vence-premio-literario.html). CONTOS achados. Consultado em 29 de janeiro de
2021
Ver também
Fundação Fernando Leite Couto
Ligações externas
Caracterização do idioleto miacoutiano e leitura orientada de “Mar me quer”. (https://sites.go
ogle.com/site/ciberlusofonia/Lit-Afric-de-Ling-Port/Lit-Mocambicana/Mia-Couto)
Artigo: "As páginas de terra de Mia Couto" (https://web.archive.org/web/20111112001757/ht
tp://www.duplipensar.net/artigos/2006-Q4/as-paginas-de-terra-de-mia-couto.html)
"Exílio e identidade: uma leitura de Antes de nascer o mundo, de Mia Couto" (https://web.ar
chive.org/web/20130614051049/http://www.uniabeu.edu.br/publica/index.php/RE/article/vie
w/6/pdf_10)
"O outro pé da sereia: o diálogo entre história e ficção na figuração da África
contemporânea (http://publicacoes.unigranrio.com.br/index.php/reihm/article/view/54/58)
Artigo: Mia Couto homenageado no Festlip (https://web.archive.org/web/20110606142249/h
ttp://www.instituto-camoes.pt/brasil/mia-couto-homenageado-no-festlip.html)
Folheto: 12th International Writers Festival: Mia Couto (http://www.ukzn.ac.za/cca/images/to
w/TOW2009/doc/Couto.pdf)[ligação inativa]
Site: "textos e intervenções de Mia Couto" (http://www.macua.org/miacouto/index.html)
cadeira 5
David Mourão-Ferreira —
1998 — atualidade
Precedido por
Prémio Camões Sucedido por
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Esta página foi editada pela última vez às 09h52min de 29 de janeiro de 2022.
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