Gestão Projetos 14 2 Apostila
Gestão Projetos 14 2 Apostila
Gestão Projetos 14 2 Apostila
AGOSTO – 2014
SUMÁRIO
1 Introdução 2
2 Conceitos básicos 4
3 Características dos projetos 14
4 Desenvolvimento de projetos 32
5 Áreas de conhecimento em Gerenciamento de Projetos (Metodologia 49
PMBOK)
6 Falhas e riscos em projetos 55
7 Administração e organização de projetos 56
8 A estratégia e a Gestão de Projetos 62
9 Equipe de projeto 64
10 Gestão de conflitos em projetos 70
11 Estudo Dirigido 81
1
1 – Introdução
*Exemplos de temas:
1 – Reforma de um setor de uma siderúrgica no Vale do Aço.
2 – Abertura de um posto de gás natural veicular (GNV) no Vale do Aço.
3 – Abertura ou reforma de uma creche ou outro tipo de entidade social no Vale do Aço.
4 – Reforma de um estádio de futebol.
5 – Construção de um prédio.
6 – Construção de uma indústria.
7 – Abertura ou reforma de uma loja ou outro tipo de estabelecimento comercial.
8 – Reforma de uma rua dentro da cidade ou de uma estrada que liga duas cidades.
2
*Valor:
20 pontos (10 pontos para a apresentação em sala de aula e 10 pontos para a apresentação
do trabalho escrito)
F) Leitura do texto
3
Sugestão de formato básico do trabalho em grupo:
1) Nome do projeto.
2) Justificativa, objetivos e metas do projeto.
(Destacar o interesse principal e as vantagens de realizar o projeto)
3) Ciclo de vida do projeto (descrever as fases).
4) Produto do projeto.
5) Orçamento financeiro global do projeto.
(Destacar a condição de pagamento, se tem recurso próprio ou se vai de depender de
financiamento bancário)
6) Estudo de viabilidade econômica.
(Apresentar estimativas de receitas, custos, resultados e taxa de retorno para no mínimo
dois anos)
7) Cronograma (listar as atividades e estimar o tempo a ser gasto).
8) Recursos humanos envolvidos.
(Descrever o patrocinador, gerente do projeto e a equipe básica).
9) Riscos envolvidos no projeto.
10) Cliente e partes interessadas do projeto.
11) Conclusão do projeto.
2 – Conceitos básicos
Há no cotidiano uma enorme utilização da palavra projeto, como: projeto de lei, projeto
arquitetônico, projeto de vida, projeto da obra, etc.
Toda empresa (organização) existe para realizar trabalhos, os quais podem ser de duas
naturezas:
atividade, operação ou processo: é repetitivo e contínuo (ambiente de rotina e o
resultado é conhecido ou padrão)
4
projeto: é único e temporário (ambiente inovador e o resultado é novo)
Sendo assim:
Portanto:
Projeto é “Um empreendimento único que deve apresentar um início e um fim claramente
definidos e que, conduzido por pessoas, possa atingir seus objetivos, respeitando os
parâmetros de prazo, custo e especificações (qualidade e escopo).”
Fonte: Project Management Institute (PMI)
não repetitivo;
tem início, meio e fim determinados;
com seqüência definida de eventos;
com objetivos claros a atingir;
dentro de parâmetros limites.
6
Exemplos de projetos:
construção de um prédio;
Projeto
• é um esforço temporário e único;
• elaborado progressivamente;
• realizado por pessoas e que utiliza equipe multidisciplinar;
• a equipe planeja e executa o projeto (pode ser a mesma equipe e serem equipes
diferentes);
• sujeito a restrições;
• enfrenta escopos que podem ser desconhecidos;
• termina com um resultado único e específico.
• Exemplo: a minha mudança de residência.
Atividade
• é um esforço contínuo, estável, repetitivo e consistente;
• as pessoas desempenham as mesmas tarefas a cada ciclo do processo;
• não exige uma equipe multidisciplinar;
• o controle de produtividade é estabelecido em torno de metas de produção.
• Exemplo: o trabalho diário de um setor de vendas.
7
2.2 – Partes do projeto (subprojetos)
Subprojeto é uma parte de um projeto de grande porte, que pode ser uma fase (estudo de
viabilidade), parte física de um equipamento (motor de um carro) ou uma tarefa específica
(testes).
A Gestão de Projetos
Observação:
A) todo projeto é uma atividade temporária, mas nem toda atividade temporária chega a ser
um projeto, por exemplo: encomenda de um produto ou uma ordem de serviço;
C) a Gestão de Projetos é uma área relativamente nova e, por isso, tem pouca literatura e
poucos padrões aceitos.
9
Essência da gestão de projetos: objetivo, metodologia e circunstância, que se
desdobram no planejamento e na execução.
11
• No desenvolvimento de novos produtos e serviços.
• Nos projetos de engenharia.
• Nos projetos de marketing.
• Nos projetos de manutenção.
• Na melhoria de processos.
As três dimensões da gerência de projetos = ciclo de vida em projetos, que são as suas
fases; processos em gerência de projetos, que referem-se aos procedimentos e as áreas de
conhecimento em gerência de projetos, que são as responsabilidades.
As três dimensões da GP
Ciclo de Vida Processos de GP
de Projetos
Finalização Encerrar
Implementação Controlar
Planejamento Executar
Conceitual Planejar
Iniciar
ão
graç scopo ade
Inte E lid a
Qua ram to
nog Cus o
Cro açã
unic co
Ris R H
Com ão
isiç
Aqu
Responsabilidades de GP
13
O PMBOK compreende nove áreas envolvidas pelo projeto:
• integração custo comunicações
• escopo qualidade risco
• tempo recursos humanos aquisições
Integração
RH Comunicação
Custo
Prazo
Qualidade
Escopo
Risco Aquisição
14
* Variáveis de controle: tempo e custos.
* Projetos têm uma razão para acontecer: surgem de um estímulo ou necessidade. Nas
empresas, os projetos são decorrentes de um ambiente de competitividade, que exige
melhores resultados e maiores lucros, e que podem acontecer da seguinte forma:
lançamento de um novo produto no mercado; modernização da produção; instalação de
uma nova máquina; reforma de um equipamento; mudança organizacional, etc.
Esses projetos, que representam mudanças, precisam ser implementados com o menor
volume de recursos financeiros, em menores prazos e atendendo especificações cada vez
mais rígidas e com ciclos de vida curtos.
preservação ambiental;
competição empresarial;
demanda de mercado;
15
globalização;
geração de lucros;
redução de custos;
aumento de produtividade;
melhoria do produto.
Projeto A
Análise e Projeto C
Necessidade Projeto B Tomada de Escolhido
Identificada Decisão
Projeto C
A seleção da melhor alternativa será realizada a partir da análise dos seguintes fatores:
16
* Projetos precisam de recursos (humanos, financeiros e materiais) postos à disposição
para serem executados.
* Complexidade em projetos
Incerteza de projetos
17
A incerteza pode gerar erros nos projetos, os quais podem gerar descumprimento de
cronogramas e orçamentos.
O gerente do projeto deve ser definido também no início do projeto, sendo que deverá ser
único até o final do empreendimento. Um projeto sem um gerente definido é um projeto
destinado ao fracasso. Ele será o grande condutor do projeto, quem responde pelos
resultados positivos ou negativos, intermediários ou finais, e o responsável pela entrada e
participação dos especialistas.
A equipe básica é formada por especialistas que podem auxiliar a definição do escopo do
projeto. A sua função inicial é entender a real necessidade do cliente e permitir que suas
soluções agreguem valor ao cliente. Eles auxiliam na definição de estimativas de prazos e
recursos que devem ser alocados ao projeto.
18
nomes das pessoas envolvidas inicialmente e fazer com que o projeto seja bem
desenvolvido.
R
E
C
U
R
S
O
S
I II III IV TEMPO
19
Fases comuns do ciclo de vida de um projeto
20
• detalhamento das metas e objetivos a serem alcançados, com base na proposta
aprovada;
• definição do gerente do projeto;
• detalhamento das atividades e estruturação analítica do projeto;
• programação das atividades no tempo disponível e necessário;
• análise dos riscos do projeto;
• determinação dos resultados tangíveis (marcos ou "milestones") a serem alcançados
durante a execução do projeto;
• programação da utilização e aprovisionamento dos recursos humanos e materiais
necessários ao gerenciamento e a execução do projeto;
• delineamento dos procedimentos de acompanhamento e controle a serem utilizados
na implantação do projeto;
• estabelecimento da estrutura orgânica formal a ser utilizada para o projeto;
• estruturação do sistema de comunicação e de decisão a ser adotado;
• designação e comprometimento dos técnicos que participarão do projeto;
• treinamento dos envolvidos com o projeto.
Para Catho (2011), a terceira fase do projeto é de execução do trabalho. Quase sempre
são necessários alguns ajustes ao longo do seu desenvolvimento, sendo que o objetivo é
procurar sempre se referir, ao plano inicial (prazos e orçamento). São atividades mais
comuns nesta fase:
Para Catho (2011), a quarta fase corresponde ao fechamento do projeto. Ela é marcada
pela dificuldade na manutenção das atividades dentro do que foi planejado, pela
documentação e pelo desligamento gradual de empresas e de especialistas do projeto. São
21
atividades mais comuns nesta fase:
O ciclo de vida de um projeto gera uma dinâmica que pode ser verificada na figura
abaixo.
Necessidades
Seleção do projeto
Planejamento do projeto
Implementação do projeto
Controle do projeto
Conclusão
22
3.5 – Project Charter
Project Charter é um documento a ser utilizado pela equipe do projeto no seu início e que
engloba as seguintes informações do empreendimento:
23
3.7 – Produto, cliente e partes interessadas de um projeto
A) Produto do projeto
Produto é a parte mais importante do projeto, que deverá ser entregue no final da
execução, cujo resultado alcançado deverá atender a uma necessidade (justificativa do
projeto). Ao ser realizado o planejamento de um projeto, sua definição deve ser muito bem
concebida.
B) Cliente do projeto
Categorias:
A) clientes que usam e pagam o projeto, como a família que encomendou a reforma da
casa.
24
B) clientes que usam e não pagam o projeto, como os funcionários de uma empresa que
encomendaram a mudança de uma máquina.
C) clientes que não usam e pagam o projeto, como as organizações públicas e multilaterais
que doam recursos para realização de projetos sociais.
Partes interessadas positivas: são aquelas que serão beneficiadas pelo resultado bem
sucedido do projeto.
Partes interessadas negativas: são aquelas que serão prejudicadas com a realização do
projeto, ou verificam resultados negativos a partir do sucesso do empreendimento.
Normalmente, são negligenciadas ou gerente do projeto, pois o mesmo está preocupado em
entregar o produto encomendado.
25
Gráfico da influência das partes interessadas.
Grau de influência
Tempo do projeto
A B
Análise do Ambiente
Governo Fornecedores
ORGANIZAÇÃO
Objetivos estratégicos
Alta gerência Patrocinador Chefe
Gerente do Projeto
Staff do projeto Colegas
Gestores de recursos internos
Usuários internos
Usuários
externos Subcontratados
26
3.8 – Eixos e atributos de projetos que funcionam
3) Tomada de decisões: deve ser racional e objetiva, ou seja, baseada em dados, que deve
estar coerente com o planejamento. Deve haver uma análise de alternativas, cuja escolha
deve levar em consideração: a experiência, o conhecimento do objeto em questão, a
intuição, a criatividade, os valores envolvidos, etc.
27
3.9 – Decomposição do projeto
28
Para Catho (2011), essa figura é uma representação gráfica que facilita a visualização
global do projeto. Ela é analítica por permitir, a cada nível posterior de detalhe que é feito,
uma visão mais detalhada de cada componente do projeto.
De acordo com Catho (2011), a EAP não é um desenho de fluxo de trabalho, mas o
desdobramento do projeto em produtos ou em atividades. A EAP consiste em uma
representação gráfica do projeto e que evidencia os componentes do que deve ser feito e as
atividades necessárias à sua execução, isto é, o que deverá ser feito.
Se por um lado, ao analisar o projeto por um procedimento "top down" (de cima para
baixo), ele deverá ser programado e executado de modo "bottom-up" (de baixo para cima,
dos detalhes para o todo).
De acordo com Catho (2011), empregar uma EAP traz as seguintes vantagens ao projeto:
A) Nível de detalhes: cada nível da EAP representa um nível de detalhes consistente com
o primeiro nível, que representa o nível mais geral, e o nível mais baixo (o pacote de
serviço), o mais específico.
B) Comunicação: pelo gráfico da EAP é bem mais fácil definir a comunicação entre os
participantes do projeto.
C) Estimação de tempo: com a EAP é possível estimar a duração de tempo para as tarefas
do seu nível mais baixo.
29
D) Atribuição de tarefas e responsabilidades: cada pacote de trabalho pode ser objeto de
uma encomenda de serviço para uma unidade da organização cliente.
30
* Estatísticas gerais:
1) Na fase do conceito:
A) estudo de viabilidade inadequado;
B) termo de referência impreciso;
C) avaliação fraca dos riscos;
D) coordenação inapropriada das partes interessadas.
2) Na fase do planejamento:
31
4) Na fase de conclusão:
A) prazo extrapolado;
B) falta de qualidade;
C) avaliação errada;
D) objetivo mudado.
A) objetivo claro;
B) circunstâncias apropriadas;
C) metodologia aplicada apropriada e respeitada.
4 – Desenvolvimento de projetos
32
Lista de atividades
Número Atividade
Descrição da atividade Duração (dias)
da atividade precedente
1 contratar mão de obra 5 --
2 comprar material 5 --
3 estocar material 1 2
4 alugar equipamentos 2 --
5 orientar a equipe de trabalho 3 1
As dependências que definem uma seqüência de atividades podem ser de três tipos:
* dependências obrigatórias: são aquelas inerentes ao projeto, como uma limitação física
ou financeira;
* dependências arbitrárias: são aquelas escolhidas pela equipe do projeto em função de
experiências adquiridas em projetos similares, como, por exemplo, montar a parte
hidráulica antes da parte elétrica numa reforma de residência;
* dependências externas: são aquelas de fora do controle do projeto, como a necessidade
de uma licença ambiental liberada pelo governo.
A partir dos dados existentes, o passo seguinte é montar uma rede de atividades
respeitando as relações de precedência previamente estabelecidas. Uma rede de atividades
é composta por setas (ou linhas orientadas) e nós (círculos, quadrados ou retângulos), que
podem ter significados diferentes, de acordo com o método de representação que tenha
adotado para a rede do projeto. Na figura a seguir, de acordo com Catho (2011), as setas
apresentam as atividades e os nós (ou círculos) apresentam os eventos. Essa é uma das
formas de apresentação das atividades.
33
Figura da rede de atividades
comprar material
estocar material
Inicio Fim
Alugar
equipamento
B) Atividade (ou tarefa): é a execução efetiva de uma operação, que consume tempo e/ou
recursos.
Existem dois métodos básicos, americano e francês, para configurar uma rede de atividades
para um determinado projeto.
No método americano, o projeto é representado por uma rede de atividades com os
seguintes componentes:
34
N NÚMERO DO EVENTO
A
ATIVIDADE
X
DURAÇÃO
B E FIM
INÍCIO A
C D
Atualmente, o método francês é o mais utilizado. Para Catho (2011), ao adotar esse
método, não há necessidade de estabelecermos as atividades fictícias, e embora seja
necessária uma quantidade maior de setas no diagrama, facilita a construção da rede,
permitindo agrupar mais facilmente as atividades por tipo de operação.
35
Salienta-se que as atividades de um projeto podem sofrer antecipações (leads) ou atrasos
(lags), cujas alterações de sequência precisam ser consideradas pela equipe técnica. A
antecipação de alguma atividade é possível, devido a alguma causa externa ou em função
de uma decisão da equipe em iniciá-la mais cedo, sem ter terminado a atividade vigente.
De outro modo, uma atividade pode necessitar de algum atraso em função de algum evento
inesperado que cause tal situação. Assim, todos os projetos, na fase de planejamento,
devem considerar folgas entre as datas da execução das atividades.
A rede de atividades é útil para o desenvolvimento de projeto, pois ela irá auxiliar o seu
planejamento e a decisão do caminho (ou caminhos) a ser seguido pelo empreendimento,
o qual apresentará atividades críticas, folgas, o caminho crítico, o próprio
desenvolvimento do cronograma do projeto (cálculo das datas) e a definição do baseline.
Folga (F) é a diferença entre a primeira e a última data do projeto, sejam ela de início ou
de término da atividade. O dia de folga estimado na programação não prejudica o
andamento das atividades seguintes, porque esta folga já é prevista no planejamento.
Quando F=0 (zero), não existe folga, isso significa que a atividade tem uma única data para
ser iniciada. Não pode sofrer atrasos para não prejudicar a execução das atividades
seguintes do projeto.
Caminhos críticos são aqueles caminhos de maior duração, do início ao fim do projeto,
ou entre pontos estabelecidos para efeito de análise. Em projetos, podem existir um ou
36
mais caminhos críticos, separados ou simultâneos.
Nesse sentido, as atividades F=0 são conhecidas como atividades críticas e pode-se
estabelecer que o caminho que vai do início ao término do projeto e que passa por elas é
conhecido como caminho crítico. Nesse caminho crítico estabelecido (F=0), nenhuma
atividade pode sofrer qualquer tipo de atraso, pois se isto ocorrer, o prejuízo será o
atraso do projeto como um todo. E caso ocorra algum atraso em alguma atividade do
caminho crítico, o projeto como um todo exigirá recuperação de tempo, o que significa
aumento de custos através da contratação de novos trabalhadores, aumento da carga
horária de trabalho, aumento da contratação de equipamentos necessários ou
combinação desses fatores para que o projeto seja entregue na data acertada do
planejamento, entre a empresa cliente e a executora do empreendimento.
O cálculo das datas do projeto, datas de início e término de cada atividade e duração do
projeto como um todo, é importante para o desenvolvimento do empreendimento, pois este
cálculo define o cronograma. Esse procedimento ajuda na visão conjunta do projeto,
sobretudo ajuda na programação e reprogramação das atividades.
Sendo assim, para Catho (2011), a PDI (primeira data de início) consiste na primeira
chance que a atividade tem de iniciar a sua execução. Embora cada atividade seja
considerada uma atividade independente, o cálculo das datas de cada atividade estará
consideradando todas as outras atividades que a antecedem na rede. A PDT (primeira data
de término) é a PDI (primeira data de início) acrescida da duração da atividade executada.
Isto significa que a PDT (primeira data de término) é a primeira oportunidade que a
atividade terá para ser concluída, consideradas as execuções de todas as outras atividades
que a antecederam. A UDI (última data de início) é o último momento para iniciar a
atividade. Se a atividade não for iniciada nesta data, o projeto pode ter seus prazos
comprometidos. A UDT (última data de término) é a UDI (última data de início) acrescida
da duração da atividade. Ela representa a última chance que existe para concluir a
37
atividade. Se isto não for feito, o projeto pode ser atrasado ou exigir medidas corretivas nas
atividades posteriores.
SEMANA
ATIVIDADE 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Preparar arte
Preparar teste
Amostragem
An.Mercado
Correções
Ferramental
Lote piloto
Liberação
Legenda:
São conhecidos como "de Gantt" porque os primeiros registros de sua utilização em larga
escala foram com Charles Gantt, no início do século XX. Ele utilizava este recurso na
programação da produção de uma fábrica onde gerenciava as operações de manufatura.
38
Os gráficos de Gantt tradicionais apresentam as seguintes limitações:
Atividade 2002
Folga da Atividade
Primeira chance de realizar a atividade (PDI, PDT) e duração da atividade
Última chance de realizar a atividade (UDI, UDT) e duração da atividade
4 – Quando não há folga, não aparece o traço horizontal tracejado, demonstrando que se
trata de uma atividade crítica.
5 – Também pode ser utilizado, durante o controle, um outro traço colorido horizontal,
marcando-se assim a duração real da atividade.
Para Catho (2011), além de ser um instrumento de visualização das atividades ao longo de
todo o projeto - início e fim, ligações, folgas - o histograma permite entender melhor a
distribuição dos recursos - especialmente os mais críticos - ao longo do Ciclo de Vida do
Projeto.
A partir das datas de início e término das atividades, e o esforço necessário para executá-
las, pode-se distribuir este esforço uniformemente ao longo da execução da atividade e
identificar o volume de recursos necessários a cada período de tempo (hora, dia, semana,
etc).
40
Destaca-se que esforço indica a quantidade de recursos necessários para executar a
atividade. Quando compatibilizado com a disponibilidade de recursos, pode-se identificar a
duração da atividade.
10.000
8.000
6.000
4.000
2.000
0
AGO OUT DEZ FEV ABR JUN
SET NOV JAN MAR MAI
Planejamento é o ato de organizar um trabalho de tal modo que possa aumentar o alcance
dos resultados pretendidos de um objetivo. No caso do desenvolvimento de projetos, este
ato ganha muita importância no sentido de facilitar a organização do empreendimento e
proporcionar a diminuição de erros e prejuízos. Em projetos é um processo contínuo e
necessário de organização que acompanha todas as fases do projeto e que deve definir e
rever o custo e o prazo estipulados. Embora a utilização desta ação ofereça diversas
vantagens ao trabalho, existem várias situações e aspectos do contexto de trabalho de um
projeto que são utilizados como pretextos para não fazerem planejamento.
42
7) descrédito quanto ao planejamento;
8) dificuldades pessoais do gestor do projeto.
4) preparar o orçamento que é uma estimativa dos custos financeiros do projeto. Esta
ferramenta pode ser apresentada de duas formas: orçamento global que é uma lista dos
custos dos itens e o cronograma de desembolsos que é uma programação do pagamento
das despesas ao longo do ciclo de vida do projeto (nos contratos, é estipulado o número e o
valor das parcelas a serem pagas pelo cliente);
43
1) Lista de atividades
Número da
Atividades Duração Atividades precedentes
atividade
1 preparar a lista de convidados 1 dia --
2 escolher o local 7 dias --
3 enviar os convites 7 dias 1
4 organizar o local 1 dia 2
5 limpar o local 1 dia 1,2,3,4
Total -- 17 dias --
Observações:
1) este gráfico tem a vantagem de apresentar o efeito visual, ou seja, a verificação rápida
da apresentação das atividades ao longo do tempo;
2) este gráfico não mostra a interdependência dessas atividades;
3) se ocorrer algum atraso na execução de uma atividade, o gráfico deverá ser refeito para
acertar o novo cronograma.
44
3) Figura da rede de atividades (método americano)
1 dia 7 dias
limpar o
preparar a lista
local
enviar
convites
Inicio festa Fim
escolher o local
1 dia
7 dias organizar o
local
1 dia
B – Cronograma de desembolso
45
5) Histograma de recurso financeiro
Recurso Financeiro
3500
3000
2500
2000
R$
1500
1000
500
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Dias
A proposta de projeto passa por uma avaliação que permite aprovar, reprovar ou aprimorar
as idéias do projeto, deve ser feita a partir de critérios objetivos para acertar a decisão.
46
Conteúdo básico a ser apresentado na preparação da proposta do projeto
Decidir sobre a realização de um projeto requer análise de critérios técnicos. Neste sentido
o estudo de viabilidade é uma maneira de analisar e decidir sobre a alocação de um recurso
financeiro em um projeto.
47
* payback simples;
* payback descontado;
* valor presente líquido (VPL);
* taxa interna de retorno (TIR);
* índice de lucratividade (IL); entre outros.
48
10) indicação de outros recursos necessários (recursos humanos, aluguel de máquinas, etc);
Atribuições do responsável pelo estudo de viabilidade
Observação: o estudo de viabilidade do projeto deve ser mudado, caso demore a decisão de
implementá-lo, e quanto maior a complexidade e o tempo de execução, maior a
importância deste estudo.
49
*orientação e gerenciamento da execução do projeto;
*controle integrado das mudanças do projeto; e
*encerramento do projeto.
Engloba os processos necessários para garantir que o projeto receba todo o trabalho
necessário para terminar o projeto com sucesso.
Escopo do produto: refere-se às características e funções que descrevem o produto.
Escopo do projeto: refere-se ao trabalho que precisa ser realizado para entregar um
produto.
Trata da definição e controle do que está e do que não está incluído no projeto.
Processos deste gerenciamento são:
*definição e planejamento do escopo;
*criação da EAP (Estrutura Analítica do Projeto); e
*verificação e controle do escopo.
O escopo do projeto deve conter: justificativa, produto, itens a entregar e metodologia
a ser aplicada.
54
6 – Falhas e riscos em projetos
Tipos de risco:
Conhecido e desconhecido
Conhecido:
risco que pode antecipar a sua ocorrência; e
pode receber contramedidas (medidas destinadas a neutralizar ou atenuar o
efeito de outra, ações defensivas).
Exemplo: proximidade do período de excesso de chuva (a solução é adiantar a
obra/serviço)
Desconhecido:
risco não planejado e até então não conhecido e nem imaginado, que não pode ser
antecipado (pode ser respaldado/absorvido pela reserva de contingência).
Exemplo: a ocorrência de um incêndio e a consequente destruição de materiais do projeto.
55
Fontes de novos riscos:
mudanças no projeto (concepção, objetivo, produto) realizadas pelo cliente;
mudança de tecnologia aplicada no projeto;
mudanças organizacionais na empresa cliente e na empresa executora do projeto
durante o desenvolvimento do projeto;
mudanças nos recursos financeiros, materiais, humanos e outros demandados e já
definidos pelo projeto.
Enunciado da Lei:
“Se algo de errado tiver que acontecer, acontecerá.”
56
Na Gestão de Projetos, a estrutura organizacional abrange duas decisões
principais:
Modelo geral:
Diretor Geral
Organização de Projeto
57
A) Por especialidade técnica: aplica-se esta estrutura a projetos essencialmente
multidisciplinares, nos quais as pessoas são distribuídas de acordo com as suas
respectivas atribuições, que são específicas.
Gerente do Projeto
B) Por fases: nesta estrutura, as pessoas são distribuídas de acordo com a fase do projeto,
neste caso as fases apresentam conteúdos diferentes e responsabilidades muito distintas.
Gerente do Projeto
C) Por produto: neste caso, trata-se de uma estrutura de projetos que cria um produto
complexo, composto de diversos subprodutos ou componentes, e as equipes do projeto
são divididas conforme as partes a serem criadas pelo produto.
Gerente do Projeto
58
D) Por distribuição geográfica: esta forma é utilizada quando as pessoas do projeto
estão espalhadas por um território grande ou se encontram em instalações separadas
umas das outras.
Gerente do Projeto
59
Este tipo de organização dá total autonomia para a equipe multidisciplinar do
projeto, que fica separada da estrutura funcional permanente. Um gerente é designado, as
pessoas são escolhidas e a equipe é separada da organização principal para concentrar-se
na realização do projeto.
Diretor Geral
Diretor Geral
Gerente do Pessoas da
Projeto Pessoas da produção Pessoas da área Pessoas da área
engenharia de vendas administrativa
60
Este tipo de organização pode ser mais apropriado quando é necessário compartilhar os
recursos humanos das áreas funcionais da empresa cliente, principalmente quando os
recursos são escassos ou quando o porte do projeto não justifica uma organização
independente, ou é utilizada em projetos que exigem grandes equipes que são formadas
por pessoas de diferentes áreas. As pessoas da equipe permanecem em seus
departamentos funcionais, que podem prestar serviços a diferentes projetos, podendo ser
liderados por diferentes gerentes de projetos em diferentes momentos. O gerente do
projeto torna-se um gerente de gerentes.
Quando uma organização tem mais de um projeto para executar, ou quando há uma
regularidade na realização de projetos, é preciso uma determinada estrutura para
administrar o conjunto de projetos. Normalmente ela é organizada por um departamento
chamado de project office (escritório de projetos) que está ligado diretamente à
administração superior da estrutura funcional da empresa cliente. O coordenador de
projetos é chamado de sponsor (padrinho), cuja função é facilitar a administração de
diferentes projetos. Outro recurso utilizado para cuidar de muitos projetos é a formação de
um Comitê de Gestão de Projetos (formado por diretores das divisões permanentes, pelo
diretor geral da organização e pelo coordenador de projetos).
61
Organização de Projetos Múltiplos
Setor de Engenharia
Projeto 1
Programa de projetos 1
Projeto 2
Projeto 3
Programa de projetos 2
Projeto 4
Projeto 5
Programa de projetos 3
Projeto 6
Toda organização tem uma missão a cumprir, que é a razão de ser e realizar o seu negócio.
Se nada mudasse, seria fácil a administração de uma organização, mas a evolução e as
mudanças são regras no mundo atual. Essas transformações acabam exigindo adaptações,
decisões e até mudanças de rumo das organizações, a fim de minimizar os efeitos adversos
das ameaças ao funcionamento das empresas e dos projetos.
62
A gerência estratégica fundamenta-se no detalhado conhecimento da própria
organização e na profunda compreensão do ambiente que a cerca (partes
interessadas, concorrentes, etc). Vale salientar que estratégia é um termo herdado das
aplicações bélicas, mas tornou-se amplamente empregado em diversas áreas, inclusive na
administração, que a chama de: “a arte de preparar e aplicar os meios e especificar os
cursos de ação, consideradas as forças e fraquezas de uma organização e as oportunidades
e ameaças do ambiente que a cerca, para alcançar ou manter os objetivos fixados.”
É bom lembrar que as decisões estratégicas diferem daquelas dos níveis táticos
(administrativo e operacional). Sendo assim, são características das decisões
estratégicas:
Em projetos, devemos trabalhar SEMPRE para acertar, pois os erros podem colocar o
objetivo em risco. Portanto a administração estratégica do projeto é a direção a ser
percorrida, no sentido de alcançar o objetivo pretendido com limitação de tempo e
recursos, através de: concentração do foco do projeto; tendo liderança coordenada e
comprometida; atuando com segurança; tendo metas claras e realizáveis, conhecendo as
forças e as fraquezas; entre outros fatores.
63
* da participação do cliente;
* do entendimento de suas necessidade; etc.
Portanto, são elementos importantes desse sistema que devem ser lembrados pela equipe e
pelo gerente no processo de administrar o projeto:
* defina claramente o escopo;
* envolva a equipe;
* prepare planos simples, mas abrangentes;
* esclareça seu papel no projeto;
* trabalhe eficazmente com as áreas funcionais;
* coordene reuniões sem sofrer de “reunite” (exagero de reuniões)
9 – Equipe de projeto
A) Introdução
A equipe de projeto apresenta diversas características que devem e podem ser gerenciadas.
Cada participante da equipe apresenta uma particularidade, tal como: vontade, aspiração,
objetivo profissional, relacionamento, temperamento e caráter.
O tamanho de uma equipe de projeto pode variar de uma única pessoa até milhares de
pessoas, cuja variação vai depender da complexidade do projeto.
64
como fatores críticos de desempenho da equipe de projeto, os quais se bem trabalhados
irão virar atributos do grupo:
B) Formação
Para Catho (2011), ao formar uma equipe de projeto, algumas de suas particularidades
potencializam para melhor ou para pior. Assim, a formação da equipe é um fator muito
importante neste início do projeto. Nesse contexto, existem quatro categorias de
profissionais que se envolvem desde o início do projeto:
• o patrocinador;
• o gerente do projeto;
• os gerentes funcionais e
• os especialistas.
65
Ainda para Catho (2011), essas pessoas estarão se relacionando durante todo o período de
desenvolvimento do projeto. A interação entre elas é importante para o alcance satisfatório
dos objetivos do projeto. E para que este relacionamento seja bom, destacam-se algumas
de suas atribuições típicas. Ao gerente do projeto cabe a responsabilidade pela condução
do projeto. O patrocinador deve ser o grande “padrinho político” do projeto. Os
especialistas são aqueles que ficarão encarregados de executarem as tarefas do projeto. O
gerente funcional é o principal responsável pela alocação de recursos técnicos ao projeto.
*Gerente do projeto
O gerente de projeto pode ser exercido pelo executivo da empresa cliente (quando há
elevada importância do produto ou serviço a ser desenvolvido) ou ser administrado pelo
funcionário de carreira (não-gerente da empresa cliente) que se torna o responsável pelo
projeto.
66
Assume responsabilidades ou atribuições, que são deveres ou obrigações em relação aos
resultados, atividades, recursos, pessoas, decisões ou padrões de conduta. Assumir a
responsabilidade significa garantir que o resultado será atingido e responder pelos erros.
* Patrocinador
Para Catho (2011), o patrocinador deve ser o grande “padrinho político” do projeto.
Cabe a ele, administrar os conflitos que não puderam ser solucionados pelos gerentes (do
projeto e funcionais) subordinados a ele. Como parte deste processo, o patrocinador passa
a ser um estimulador de negociações entre as partes, incentivando o diálogo e a
participação de todos na identificação do problema e na busca da solução. Cabe a ele,
também, assegurar que as decisões acordadas sejam postas em prática. Enfim, no lado
externo, é ele quem zela pela prioridade do projeto frente aos outros projetos da
organização.
* Especialistas
Conforme Catho (2011), os especialistas são aqueles que ficarão encarregados de executar
67
as tarefas do projeto. Estes executores das tarefas devem equilibrar interesses e
solicitações que sejam conflitantes e que, porventura, não tenham sido absorvidos pelos
gerentes funcionais nem compatibilizados pelos gerentes de projeto.
* Gerente Funcional
Para Catho (2011), o gerente funcional é o principal responsável pela execução das
atividades de sua área específica do conhecimento.
C) Autoridade
D) Liderança
Na administração de projetos, quatro elementos devem ser estudados para que se tenha
uma visão abrangente sobre a liderança:
68
a) as motivações da equipe do projeto;
b) a missão que o projeto se propõe (conteúdo moral e calculista);
c) as habilidades de liderança do gerente do projeto – competências do líder;
d) a conjuntura dentro da qual o processo ocorre.
Os dois estilos têm suas vantagens e desvantagens, e são eficazes, dependendo da situação.
A escolha do estilo que melhor se adapta à situação no campo da administração de projetos
vai depender da equipe (perfil) e do projeto (complexidade). Na fase inicial (concepção)
pode ser melhor o estilo orientado para a equipe (devido a necessidade de estimular a
apresentação de idéias), e na fase da execução o estilo orientado para o gerente (devido a
necessidade do resultado).
E) Interação
Para Catho (2011), o projeto será bem sucedido conforme a sintonia existente entre o fator
humano (as pessoas e suas respectivas vontades e ambições no ambiente de trabalho) e a
organização (funções, a divisão do trabalho e o poder dentro das empresas). Essa sintonia
fica explícita através do equilíbrio existente entre os fatores, que são:
69
AUTORIDADE COMUNICAÇÃO
ATIVIDADE
A) Introdução
70
Para Catho (2011), os conflitos podem ser intrapessoais (originando tensões nos próprios
indivíduos), interpessoais (quando envolvem diferenças entre pontos de vista, estilos,
valores entre duas ou mais pessoas) ou interprojetos (quando são originados na própria
organização que compete por recursos escassos).
De acordo com a Catho (2011), muitos dos conflitos são esperados ao longo do
desenvolvimento do projeto, os quais se destacam:
A) estabelecimento de prioridades;
B) procedimentos administrativos;
C) avaliação técnica da qualidade;
D) disponibilidade e qualificação dos recursos humanos;
E) custos;
F) programação de atividades; e
G) conflitos de personalidade.
Para Catho (2011), os conflitos sobre estabelecimento de prioridades são aqueles que
ocorrem devido a mudanças na organização. As empresas ao competir por recursos
escassos ou procurar estabelecer determinados “focos” dentre os seus vários projetos em
desenvolvimento, devem determinar prioridades para atenção nos projetos. Isso gera
alterações na dedicação dos recursos aos projetos além de muita pressão para fazer com
que as atividades “não priorizadas” possam continuar sendo desenvolvidas
satisfatoriamente.
Para Catho (2011), os conflitos sobre avaliação técnica da qualidade são aqueles que
espelham indefinições ou divergências sobre os parâmetros que devem ser considerados e
as medidas destes parâmetros, na avaliação da qualidade dos resultados dos trabalhos
realizados, sejam estes trabalhos parciais ou finais.
71
humanos referem-se aos relacionamentos realizados entre o gestor do projeto e os gestores
funcionais, que alocam os recursos dos especialistas para execução das atividades do
projeto. Quantidades e qualificações dos recursos técnicos são os destaques maiores neste
tipo de conflito.
Para Catho (2011), os conflitos sobre os custos dizem respeito aos desafios de orçamento e
controle do mesmo. Todos os tipos de recursos (humanos, materiais, equipamentos,
serviços de terceiros) podem ser identificados pelos recursos financeiros. O trabalho e as
restrições nestes valores é que conduzem a este tipo de conflito.
Para Catho (2011), os conflitos sobre programação de atividades são identificados desde
as primeiras estimativas de duração do projeto, evoluindo no detalhamento das atividades,
definição de suas durações e recursos envolvidos, e crescem durante a implementação das
atividades. Saber o que fazer com os resultados de uma atividade, especialmente quando os
resultados diferem do planejado originalmente, geralmente provoca conflitos deste tipo.
Para Menezes (2003), as razões para esses tipos de conflitos ocorrerem são as mais
variadas possíveis, muitas delas provenientes das pressões normais do ambiente de projeto,
as quais se destacam:
A) necessidade de cumprimento de prazos nas etapas do projeto;
B) imposição de datas à equipe do projeto;
C) emprego de recursos pouco preparados ou não qualificados no projeto;
D) mudanças de “vontade” do cliente, seja ele interno ou externo;
E) mudanças do ambiente externo ao projeto;
F) limitações de recursos de todos os tipos, como pessoas, materiais, equipamentos e
recursos financeiros;
G) falta de dedicação ao “planejamento” do projeto;
72
H) indefinições do conteúdo técnico do projeto; e
I) indefinições quanto à autoridade e responsabilidade do projeto.
A intensidade dos vários tipos de conflitos apontados vai variar conforme o tipo e o nível
de complexidade do projeto, sendo que, também, há variação de intensidade em cada
fase do ciclo de vida do projeto. O reconhecimento dessa realidade é de grande utilidade
para todos aqueles que atuam em projetos, de modo que os seus gestores possam melhor se
preparar para enfrentá-los.
De acordo com Catho (2011), pode-se observar a variação de intensidade de cada tipo de
conflito nas fases do ciclo de vida do projeto nas figuras abaixo. Obviamente este é um
perfil genérico da distribuição das intensidades do conflito. O tratamento prévio destes
conflitos e o uso de ferramentas apropriadas podem mudar este perfil de conflitos.
Programação
Prioridades
Recursos Humanos
73
Fontes de Conflito Ciclo de Vida do Projeto
Concepção Planejamento Execução Fechamento
Problemas técnicos
Procedimentos
Administrativos
Custo
Personalidade
Para Catho (2011), existe uma maior “intensidade global de conflitos” na fase de
planejamento, seguida pela intensidade da fase de execução. Uma das prováveis razões
para isto é porque nestas fases existe maior contingente de profissionais envolvidos no
projeto, e as negociações e implementações são mais intensas.
Para Catho (2011), deve-se estar atento às definições de prioridade elencadas na fase de
concepção, bem como a manutenção delas, além de dispor de mecanismos de registro e
documentação das informações e de baixo custo logo no início do projeto. Sempre que
puder dispor de dados históricos e ferramentas, como estrutura analítica de um projeto
semelhante, vai facilitar as estimativas e programação do projeto, ainda na fase inicial de
sua concepção.
Para Menezes (2003), existe muito amadorismo nas relações entre as pessoas envolvidas
num projeto quando o assunto é “conflito”, sendo que muitos agem exclusivamente pelo
instinto.
Conforme Menezes (2003), existem inúmeras maneiras de se lidar com conflitos nos
projetos, as quais se destacam:
1 – negação ou retração: ocorre quando você, submetido a uma situação de conflito,
prefere “negar” que ele existe. É um “fazer de conta que”;
2 – supressão ou apaziguamento: é a técnica que é empregada para “acalmar os ânimos”
dos envolvidos no conflito;
3 – poder ou dominação: é o mecanismo empregado pelo uso de algum tipo de autoridade
que se possua: hierárquica, técnica, persuasão, conhecimento de regras e leis;
4 – acordo ou negociação: refere-se à criação de “moedas de troca” que possam ser
utilizadas, trocadas por outras “moedas”, na busca por um determinado resultado ou
posição;
5 – integração ou colaboração: é a forma de tratar conflitos que procurem fazer com que os
envolvidos tenham clareza de posição, tanto do projeto como individual, e possam ajustar
os seus encaminhamentos para um ponto que seja comum.
Para Menezes (2003), a negação ou retração é aplicada quando você não pode vencer.
Desta forma, você “bate de retirada” desta situação. Outras vezes você precisa apenas
ganhar mais tempo para analisar determinada demanda. Nesta situação a retração é uma
75
das melhores técnicas a serem aplicadas. O conflito não é dado por encerrado, e enquanto
isto você adquire mais informações e argumentos sobre o assunto em pauta.
Para Menezes (2003), o poder ou dominação é uma técnica que você aplica quando
cresce o conflito e você sabe que tem razão. A força também é aplicada em situações de
“ou ele ou eu”, “tudo ou nada”. Nestas circunstâncias você não pode titubear frente ao seu
oponente. Uma circunstância onde aplica esta técnica é quando está frente a uma situação
de elevado risco. Ser decisivo, preciso e não deixar nenhuma margem para dúvidas, nestas
circunstâncias, passa a ser fundamental para a continuidade do projeto.
Para Menezes (2003), o acordo ou negociação é aplicado quando as duas partes precisam
ganhar. Ambas preparam o que querem, identificam, também, “moedas de troca” para
serem utilizadas durante as negociações, pois sabem que terão que “queimá-las” no
processo de negociação. Em situações onde você não pode vencer, você abre a negociação
com o intuito de permitir que a outra parte crie a condição de mostrar argumentos que
permitam a você vencer a negociação. Outras vezes, se você não tem certeza que está com
a razão, você abre a negociação para, inclusive, angariar argumentos que dêem sustentação
ao seu posicionamento.
Para Menezes (2003), a integração ou colaboração, que é a única maneira pela qual o
conflito realmente é eliminado, é empregada quando existem condições de envolvimento e
motivação das pessoas frente ao projeto. Quando o objetivo do projeto é tido como sendo
“seu” objetivo, busca-se este tipo de solução para os conflitos para reduzir custos no
projeto ou quando sabe que as habilidades se complementam e que o sucesso virá apenas
com a colaboração das partes. Outra circunstância na qual a busca da colaboração é
requerida é quando há confiança na capacidade técnica do outro.
76
Contudo, conforme Menezes (2003), apenas por meio da integração é que se consegue, de
fato, solucionar o conflito. As outras formas são muito úteis a um projeto, pois permitem
dar seqüência às atividades planejadas, buscando o cumprimento dos prazos. É importante
lembrar que o papel do gerente do projeto nem sempre é o de solucionar os conflitos,
embora deva tratá-los de modo que o projeto continue.
77
Ainda em Menezes (2003), ao encontrar com um destes tipos, será importante manter a
seguinte postura:
A) destaque a conduta que está sendo percebida, nunca a pessoa, pois isto aumentará a
confiança das pessoas em você como condutor do time;
B) detalhe seus efeitos mais aparentes, pois a pessoa não quer, na maioria das vezes, ser
identificada;
C) sugira comportamentos alternativos, pois é a atitude que você deve adotar de modo a
permitir que a pessoa se recomponha e possa vir a colaborar com o projeto.
Para Menezes (2003), o conhecimento prévio dos principais tipos de conflitos que podem
se desenvolver no projeto auxilia na tomada de decisões para que possa minimizá-los ou,
melhor lidar com eles em cada uma das fases. Sabendo disso, é preciso saber como
desenvolver recomendações específicas para eliminar ou minimizar previamente os
maiores conflitos potenciais do projeto.
Conforme Catho (2011), existem as três principais fontes de conflito em cada fase do ciclo
de vida de um projeto, e que serão elencadas a seguir, juntamente com algumas
recomendações específicas para atuar pró-ativamente na solução ou eliminação delas.
FASE I - CONCEPÇÃO
Fonte Recomendações
- Trabalhar com os stakeholders - pessoas ou organizações
formadoras de opinião - para garantir apoio ao projeto e
Prioridades agilidade na tomada de decisões pertinentes a ele. Identificar
necessidades destes meus stakeholders e permitir-lhes
atingi-las por meio do projeto.
78
FASE II - PLANEJAMENTO
Fonte Recomendações
Fonte Recomendações
FASE IV - FECHAMENTO
Fonte Recomendações
- Atenta supervisão da programação durante todo o projeto.
- Considerar a redistribuição de RH disponível para áreas críticas do
projeto propensas a defasagens de cronograma.
Cronograma - Atingir resoluções rápidas de problemas técnicos.
80
11 – Estudo Dirigido 1
81
17) Quais são as duas principais ferramentas de acompanhamento de projeto?
19) Quais são os fatores comuns que provocam a realização de projetos nas empresas?
22) Quais são os três participantes que devem ser definidos no início do projeto?
25) Aponte uma atividade típica de cada fase do ciclo de vida de um projeto.
31) Quais são os conceitos de partes interessadas positivas e partes interessadas negativas
em projetos?
32) Explique o grau da influência das partes interessadas no início e fim de um projeto,
relacionando esse grau com o custo de mudança.
82
33) Descreva o funcionamento do ambiente do projeto.
83
Estudo Dirigido 2
3) O que significa folga, atividades críticas, caminho crítico e base line em projeto?
6) O que é planejamento?
7) Cite três justificativas dos gestores de projetos para não fazerem o planejamento em
projeto.
84
Estudo Dirigido 3
85