27 Daniel
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INTRODUÇÃO
1. Título.-
2. Autor.-
Acima de tudo Daniel apresenta uma breve informação a respeito da razão pela qual
ele se achava ao serviço do rei de Babilônia (cap. 1). depois de ter sido
levados a Babilônia no primeiro cativeiro no ano 605 A. C., durante a
primeira campanha do rei Nabucodonosor contra Síria, Daniel e outros príncipes de
sangue real foram escolhidos para ser preparados para o serviço
governamental. Os primeiros 19 anos da estada do Daniel em Babilônia foram
os últimos anos da existência do reino do Judá, embora estava subjugado
por Babilônia. A inútil política antibabilónica dos últimos reis do Judá
atraiu catástrofe detrás catástrofe sobre a nação judia.
O rei Joacim, durante cujo reinado Daniel tinha sido levado cativo,
permaneceu leal a Babilônia durante alguns anos. Entretanto, mais adiante
cedeu à política da partida proegipcio do Judá, e se rebelou. Como
resultado, o país sofreu invasões militares; seus cidadãos perderam a
liberdade e foram levados a cativeiro, e o rei perdeu a vida. Joaquín, seu
filho e sucessor, depois de um breve reinado de só três meses, viu voltar para
os exércitos babilonios para castigar a deslealdade dos judeus. O, junto
com milhares dos principais cidadãos do Judá, foi levado cativo no ano
597 A. C. Seu sucessor, Sedequías, evidentemente tratou de permanecer leal a
Babilônia. Entretanto, devido a sua debilidade e vacilação não pôde resistir
durante muito tempo as propostas do Egito e os sentimentos
antibabilónicos de seus principais conselheiros. como resultado disto,
Nabucodonosor cansado já das repetidas revoltas da Palestina, decidiu
acabar com o reino do Judá. Durante dois anos e meio os exércitos de
Babilônia assolaram a terra do Judá, tomaram e destruíram as cidades,
inclusive Jerusalém com seu templo e seus palácios, e levaram cativos à
maioria dos habitantes do Judá no ano 586 A. C.
Daniel esteve em Babilônia durante esses dias agitados. Sem dúvida viu os
exércitos babilonios que ficavam em marcha para levar a cabo suas campanhas
contra Judea e foi testemunha de sua volta vitoriosa e da chegada dos
cativos judeus. Entre os cativos esteve o jovem rei Joaquín com sua família
(2 Rei. 24: 10-16), e mais tarde o rei Sedequías, a quem tinham tirado os
olhos (2 Rei. 25: 7). Durante esses anos Daniel deve ter estado informado da
agitação política que havia entre os judeus deportados, a que fez que o
rei mandasse queimar vivos a alguns dos principais instigadores. Foi esta
agitação a que impulsionou ao Jeremías a enviar uma carta a seus compatriotas
exilados em que os insistia a levar uma vida sossegada e tranqüila em
Babilônia (Jer. 29).
Durante esses anos Daniel e seus três amigos cumpriram lealmente e sem alardes
seus deveres como funcionários do rei e súditos do reino. depois de seu
esmerada instrução, chegaram a ser membros de um grupo seleto chamado os
sábios, os que serviam ao rei como conselheiros. Foi então quando Daniel
teve excepcional oportunidade de explicar ao Nabucodonosor o sonho dos
impérios futuros (Dão. 2). Como resultado Daniel foi renomado para um cargo
extremamente importante, que ao parecer reteve durante muitos anos. Esse cargo o
deu a oportunidade de fazer que o rei conhecesse o poder do Deus do céu e
da terra, a quem serviam Daniel e seus 774 amigos. Não se sabe quanto
tempo permaneceu Daniel nesse importante cargo. Ao parecer o perdeu antes
do ano 570 A. C. já que seu nome não se encontra no "Calendário da Corte
e o Estado", escrito em cuneiforme, que contém a lista dos principais
funcionários do governo do Nabucodonosor nesse tempo. Não existem outros
"Calendários da Corte e o Estado" que sejam do tempo do reinado de
Nabucodonosor. Na verdade, não se menciona ao Daniel em nenhum documento
extrabíblico da época.
Estes eruditos dão duas razões principais para se localizar o livro do Daniel em
esse século: (1) Sendo que entendem que algumas profecias se referem ao Antíoco
IV Epífanes (175-c. 163 A. C.), e que a maior parte das profecias -pelo
menos daquelas cujo cumprimento foi demonstrado- teriam sido escritas
depois de ocorridos os acontecimentos descritos, as profecias do Daniel
devem localizar-se com posterioridad ao reinado do Antíoco IV. (2) Sendo que segundo
seus argumentos, as seções históricas do Daniel contêm o registro de
certos sucessos que não concordam com os fatos históricos conhecidos de
acordo com os documentos disponíveis, estas diferenças podem explicar-se se
supomos que o autor estava tão afastado de ditos acontecimentos, tanto em
o espaço como no tempo, que só possuía um conhecimento limitado do
que tinha ocorrido 400 anos antes, nos séculos VII e VI A. C.
O primeiro dos dois argumentos não tem validez para quem acredita que os
inspirados profetas de antigamente realmente faziam predições precisas assim que
ao curso da história. O segundo argumento merece uma maior atenção pela
seriedade da afirmação de que Daniel contém enganos históricos,
anacronismos e conceitos errados. Por isso apresentamos aqui um breve estudo
a respeito da validez histórica do livro do Daniel.
É verdade que Daniel descreve alguns acontecimentos que ainda hoje não podem ser
verificados por meio dos documentos de que dispomos. Um desses
acontecimentos é a loucura do Nabucodonosor, que não se menciona em nenhum
registro babilônico que exista hoje. A ausência de comprovação de uma
incapacidade temporaria do maior rei do Império Neobabilónico não é um
fenômeno estranho em um tempo quando os registros reais só continham
narrações dignas de louvor (ver com. Dão. 4:36). Darío o Meço, cujo
verdadeiro lugar na história não foi estabelecido por fontes fidedignas
alheias à Bíblia, é também um enigma histórico. encontram-se insinuações
quanto a sua identidade nos escritos de alguns autores gregos e em
informação fragmentária de fontes cuneiformes (ver Nota Adicional do cap.
6).
Também sabemos pelo Josefo e pela Crônica Babilônica (documento que narra os
acontecimentos dos onze primeiros anos do Nabucodonosor, descoberto em
1956) que Nabucodonosor estava empenhado em uma campanha militar na Palestina
contra Egito quando seu pai morreu e ele tomou o trono (ver P. 784; também T.
II PP. 97-98, 164-165; T. III, PP. 93-94). portanto, Daniel e Jeremías
concordam completamente. Jeremías sincronizou o 1er ano do reinado de
Nabucodonosor com o 4.º ano do Joacim, enquanto que Daniel foi tomado cativo
no ano quando subiu ao trono Nabucodonosor, ano que ele identifica como o
3.º do Joacim.
B. Os idiomas do livro. Como Esdras (ver T. III, 322), uma parte do livro
do Daniel foi escrita em hebreu e outra parte em aramaico. Alguns explicaram
este uso de dois idiomas caso que no caso do Esdras o autor tomou
documentos aramaicos, acompanhados com suas descrições históricas, e os
incorporou a seu livro, que fora dessas passagens estava escrita em hebreu, o
idioma nacional de seu povo. Mas tal interpretação não se acomoda com o
livro do Daniel, onde a seção aramaica começa com o cap. 2: 4 e termina
com o último versículo do cap. 7.
Ao final de sua vida, quando Daniel reuniu todos seus escritos para formar um
só livro, é possível que não tivesse considerado necessário traduzir certas
parte para dar ao livro unidade lingüística, já que sabia que a maior parte de
seus leitores entenderiam os dois idiomas, feito que resulta evidente segundo
outras fontes.
4. Tema.-
Ao liberar ao Daniel do fosso dos leões, Deus demonstrou seu poder e autoridade
ante os governantes do Império Persa (cap. 6: 20-23; PR 408) como o havia
feito anteriormente ante os de Babilônia. Um decreto do Darío de Meia
reconhecia ao "Deus vivente" e admitia que ele "permanece por todos os séculos"
(vers. 26). Até "a lei de Meia e da Persia, a qual não pode ser anulada"
(vers. 8) deveu ceder ante os decretos do "Muito alto" que "tem o domínio em
o reino dos homens" (cap. 4: 32). Ciro foi favoravelmente impressionado
pela milagrosa prova do poder divino exibida na liberação do Daniel
do fosso dos leões (PR 408). As profecias que esboçavam seu papel na
restauração de Jerusalém e do templo (ISA. 44: 26 a 45: 13) também o
impressionaram grandemente. "Seu coração ficou profundamente comovido e
resolveu cumprir a missão que Deus lhe tinha atribuído" (PR 409).
5. Bosquejo.-
promovidos, 3 :26-30.
de Deus, 4: 1-9.
CAPÍTULO 1
3 E disse o rei ao Aspenaz, chefe de seus eunucos, que os trouxesse dos filhos de
Israel, da linhagem real dos príncipes,
6 Entre estes estavam Daniel, Ananías, 783 Misael e Azarías, dos filhos de
Judá.
9 E pôs Deus ao Daniel em graça e em boa vontade com o chefe dos eunucos
10 e disse o chefe dos eunucos ao Daniel: Temo a meu senhor o rei, que assinalou
sua comida e sua bebida; pois logo que ele veja seus rostos mais
pálidos que os dos moços que são semelhantes a vós, condenarão
para com o rei minha cabeça
11 Então disse Daniel ao Melsar, que estava posto pelo chefe dos eunucos
sobre o Daniel, Ananías, Misael e Azarías
12 Te rogo que faça a prova com seus servos por dez dias, e nos dêem
legumes a comer, e água a beber
13 Compara logo nossos rostos com os rostos dos moços que comem de
a ração da comida do rei, e faz depois com seus servos conforme veja
14 Consentiu, pois, com eles nisto, e provou com eles dez dias
15 E ao cabo dos dez dias pareceu o rosto deles melhor e mais robusto
que o dos outros moços que comiam da porção da comida do rei
18 Passados, pois, os dias ao fim dos quais havia dito o rei que os
trouxessem, o chefe dos eunucos os trouxe diante do Nabucodonosor
19 E o rei falou com eles, e não foram achados entre todos eles outros como
Daniel, Ananías, Misael e Azarías; assim, pois, estiveram diante do rei
1.
O terceiro ano.
Joacim era o segundo filho do Josías. Quando Josías perdeu a vida no Meguido
o povo pôs como rei em seu lugar ao Joacaz, quarto filho do Josías (ver com. 1
Crón. 3: 15). Depois que Joacaz tinha reinado durante três meses, Necao, rei
do Egito, de volta de sua primeira campanha no norte da Mesopotamia, o
depôs e pôs ao Joacim no trono (2 Rei. 23: 29-34). O novo rei do Judá,
cujo nome foi trocado pelo rei egípcio do Eliaquim, "Meu Deus levanta", a
Joacim, "Jehová levanta", foi obrigado a pagar fortes tributos ao Egito (2
Rei. 23: 34-35), mas parece ter estado de acordo com manter-se leal a seu
senhor egípcio.
Nabucodonosor.
Beroso, tal como o cita Josefo, relata que Nabucodonosor recebeu a ordem de
seu pai Nabopolasar de sufocar uma rebelião no Egito, Fenícia e Celesiria.
Tendo completado sua missão mas estando ainda no oeste, recebeu a
notícia da morte de seu pai. Deixou aos cativos em mãos de seus
generais, e se apressou a retornar a Babilônia pelo caminho mais curto do
deserto. Sem dúvida essa pressa se deveu ao desejo de impedir que um usurpador
tomasse o trono. Beroso diz que Nabucodonosor deixou a cativos judeus com seus
generais quando se apressou a voltar para Babilônia. Daniel e seus amigos devem
ter estado entre esses cativos. A afirmação de Dão. 1: 1-2 e a do Beroso
eram os únicos registros antigos conhecidos que se referiam a esta campanha de
Nabucodonosor até que tirou o chapéu em 1956 a Crônica Babilônica: um relato
o que pela primeira vez apresenta -ano detrás ano- as datas exatas da ascensão
ao trono do Nabopolasar e de sua morte, a coroação do Nabucodonosor e a
captura de um rei do Judá - indubitavelmente Joaquín- oito anos mais tarde.
Também localiza a morte do Josías em 609 e a batalha do Carquemis em 605.
Isto explica como Daniel pôde ser levado cativo no 3er ano do Joacim, o
ano anterior ao 1 do Nabucodonosor (ver P. 775).
Rei de Babilônia.
2.
Sem dúvida Nabucodonosor tomou os mais finos e valiosos copos do templo para
usá-los no serviço de seu deus Marduk. Naturalmente não deixou mais que o
absolutamente indispensável para que continuasse levando-se a cabo o ritual
jornal no templo de Jerusalém. Os caldeos se levaram copos sagrados a
Babilônia em três ocasiões: (1) durante a campanha registrada nesta passagem,
(2) quando Jerusalém foi tomada ao final do reinado do Joaquín no 597 A. C.
(2 Rei. 24: 13), e (3) ao final do reinado do Sedequías, quando depois de um
comprido assedio Jerusalém foi tomada e destruída em 586 A. C. (2 Rei. 25: 8-15).
O saque dos tesouros de Jerusalém pelas forças babilônicas cumpria a
profecia do Isaías pronunciada quase um século antes (ISA. 39: 6). Sobre a
sorte do arca ver com. Jer. 37: 10.
Terra do Sinar.
Os primeiros comentadores identificavam este término com mat Sumeri, "a terra
do Sumer", ou a Babilônia meridional, mas pelo general esta interpretação
foi descartada. Na maior parte das referências do AT Sinar é só
outro nome de Babilônia. A origem da palavra "Sinar" ainda não é claro
(ver com. Gén. 10: 10). Entretanto, no Gén. 14: 1, 9, Sinar parece ser o
nome de uma região do norte da Mesopotamia chamada Sanhar nos textos
cuneiformes. Assim como no Gén. 11: 2, ISA. 785 11: 11 e Zac. 5: 11, a Sinar
mencionada no Daniel é indiscutivelmente Babilônia.
Seu deus.
Casa do tesouro.
3.
Aspenaz.
Israel.
Linhagem real.
Príncipes.
Heb. partemim, uma palavra tirada do antigo persa, fratama, "nobres", que
basicamente significa 'principais". Fora desta passagem, a palavra partemim
usa-se só no Ester (cap. 1: 3; 6: 9). A presença no livro do Daniel de
esta e outras palavras tiradas do persa pode explicar-se facilmente se
supomos com razão que o primeiro capítulo do Daniel foi escrito durante o 1er
ano do Ciro, quando a influência persa já era forte (ver Dão. 1: 21).
4.
Moços.
Caldeos.
Este término (acadio, kaldu) designa aos membros de uma tribo aramaica que
primeiro se estabeleceram na Baixa Mesopotamia e que tomaram o governo de
Babilônia quando Nabopolasar fundou a dinastia neobabilónica. A palavra pode
aplicar-se também a uma classe de eruditos da corte babilônico que eram os
principais astrônomos de seu tempo. Estes sábios eram igualmente peritos em
outras ciências exatas, como matemática, embora incluíam em suas atividades
magia e astrologia. Os comentadores não estiveram de acordo em seus
interpretações da frase "as letras e a língua dos caldeos". O ponto
de vista mais antigo, encontrado entre os pais da igreja, interpreta
esta frase como um estudo do idioma e a literatura dos aramaicos, enquanto
que muitos dos comentadores modernos pensam que significa a combinação
do conhecimento científico e lingüístico dos caldeos. Todos os escritos
cientistas conhecidos dessa época foram inscritos em tabuletas de argila em
escritura cuneiforme, no idioma babilonio. portanto, deve deduzir-se que
"as letras e a língua dos caldeos" incluíam uma educação a fundo no
idioma clássico e a escritura do país -vale dizer do idioma babilonio e
escritura cuneiforme- além disso do aramaico familiar e comum. Já que não era fácil
chegar a ser perito no uso da escritura cuneiforme com seus centenares de
caracteres, uma boa base cultural, uma habilidade natural para aprender
facilmente e o dom de captar rapidamente um novo idioma eram considerados
prerrequisitos desejáveis para ser aceito na escola real dos futuros
cortesãos (ver PR 351-352).
5.
Assinalou-lhes.
Ração... da comida.
Três anos.
Isto é, contando o primeiro ano e o último (ou cômputo inclusivo; ver T. 11,
PP. 139-140), desde ano em que Nabucodonosor subiu ao trono, quando
Daniel foi tomado cativo (ver com. vers. 1), até o 2º ano de seu reinado
(ver com. vers. 18).
6.
Entre estes.
Esta expressão mostra que outros jovens tinham sido escolhidos para receber
instrução além dos quatro que se mencionam por nome. Sem dúvida se
nomeia a estes quatro por sua singular atuação. Sua firme lealdade a Deus os
ganhou grandes recompensa em forma de honra mundana e bênções espirituais
(cap. 2: 49; 3: 30; 6: 2; 10: 11).
Daniel.
Ananías.
Azarías.
7.
Pôs nomes.
Os novos nomes jogo de dados aos jovens hebreus significavam sua adoção na
corte babilônico, costume que tem exemplos similares na história
bíblica. José recebeu um nome egípcio ao ingressar na vida cortesã
egípcia (Gén. 41: 45), e o nome da Hadasa foi trocado pelo Ester (Est. 2:
7), provavelmente quando chegou a ser reina. Os documentos antigos também
testemunham que existia este costume entre os babilonios. O rei assírio
Tiglat-Pileser III tomou o nome do Pulu (Pul na Bíblia) quando chegou a ser
rei de Babilônia (ver com. 1 Crón. 5: 26; T. II, PP. 159-161), e parece que
Salmanasar V usou o nome Ululai ao desempenhar o mesmo cargo.
Beltsasar.
Sadrac.
Este nome não pode explicar-se em babilonio. Alguns eruditos pensaram que
o nome é uma alteração do Marduk, enquanto outros trataram que explicá-lo
com a ajuda de palavras sumerias. Jensen sugeriu que é o nome do deus
elamita Shutruk, mas é difícil explicar por que os babilonios teriam usado
um nome elamita.
Mesac.
Abed-nego.
8.
Não poluir-se.
9.
Em graça.
Compare-se com o caso do José (Gén. 39: 4, 21), do Esdras (Esd. 7: 28), e de
Nehemías (Neh. 2:8). Indubitavelmente a cortesia, a gentileza e a fidelidade
demonstradas por estes homens lhes conquistaram a graça de seus superiores (ver
PP 216; CRA 35). Ao mesmo tempo eles atribuíram seu êxito à bênção de
Deus. Deus obra com os que cooperam com ele. Ver P. 778.
10.
Esta declaração diz literalmente: "Fazem culpado minha cabeça para o rei".
Esta expressão poderia implicar a pena capital, mas simplesmente poderia
significar que o chefe dos eunucos seria responsável se os que tinham sido
postos sob seu cuidado decaíam fisicamente.
11.
Melsar.
Heb. meltsar, que segundo registros cuneiformes babilônicos era uma palavra
derivada do acadio, matstsaru, que significa "guardião" ou "custódio". A
presença do artigo definido em hebreu também indica que não se trata de um
nome próprio. Daí que não saibamos o nome do funcionário ajudante que
atuava como tutor imediato dos aprendizes hebreus. Embora Aspenaz se
tinha mostrado amigável e pormenorizado ante o pedido do Daniel, vacilou antes de
ajudar ao jovem cativo. Daí que Daniel fora ao funcionário que era seu
tutor imediato e lhe apresentou um pedido específico.
12.
Dez dias.
Este parece ser um período muito curto para que se notasse uma mudança
apreciável de aparência e vigor físico. Entretanto, graças a seus hábitos de
estrita temperança, Daniel e seus companheiros já desfrutavam de organismos
sãs (ver PR 353), que responderam aos benefícios de um regime apropriado.
Sem dúvida, seu restabelecimento dos rigores da larga marcha desde a Judea foi
mais marcado que o de outros cativos que não cultivavam hábitos de sobriedade.
No caso do Daniel e de seus três companheiros, o poder divino se uniu com o
esforço humano e o resultado foi verdadeiramente notável (cf. PP 215). A
bênção de Deus acompanhou a nobre resolução dos jovens de não
poluir-se com os manjares do rei. Sabiam que a complacência em mantimentos
e bebidas estimulantes não lhes permitiria alcançar o melhor desenvolvimento físico e
mental. Melsar estava seguro de que "um regime abstêmio faria que estes
jovens tivessem uma aparência gasta e doentia... em tanto que a luxuosa
comida proveniente da mesa do rei os faria corados e formosos, e os
repartiria uma atividade física superior" (CRA 35), e se surpreendeu ao ver que
os resultados eram completamente opostos a sua hipótese.
Deus honrou a esses jovens devido a seu invariável propósito de fazer o reto.
A aprovação de Deus lhes era de mais valor que o favor do mais poderoso
potentado da terra, até de mais valor que a vida mesma (ver CRA 35). Esta
firme resolução não tinha nascido sob a pressão das circunstâncias
imediatas. Da infância estes jovens tinham sido educados em estritos
hábitos de temperança. Conheciam quanto aos efeitos degenerativos de um
regime alimentá-lo lhe intoxique, e fazia muito que tinham determinado não
debilitar suas faculdades mentais e físicas pela complacência do apetite.
O fim do período de prova os encontrou com melhor aparência, atividade
física e vigor mental.
Daniel não rechaçou as viandas do rei para aparecer como estranho. Muitos poderiam
raciocinar que em tais circunstâncias havia uma desculpa plausível para apartar-se
do estrito apego aos princípios e que em conseqüência Daniel era de mente
estreita, fanático e muito puntilloso. Daniel procurava viver em paz com
todos e cooperar ao máximo com seus superiores, enquanto tal cooperação não o
exigisse sacrificar seus princípios. Estava disposto a sacrificar honras
mundanos, riqueza e posição, sim, até a vida mesma em tudo onde entrasse em
jogo a lealdade ao Jehová.
Legumes.
17.
Conhecimento e inteligência.
A instrução que Daniel e seus três amigos receberam foi também para eles
uma prova de fé. A sabedoria dos caldeos estava unida à idolatria e
práticas pagãs, e mesclava bruxaria 789 com ciência e sabedoria com
superstição. Os estudantes hebreus se mantiveram afastados destas coisas.
Não nos diz como evitaram os conflitos, mas apesar das influências
corruptoras se mantiveram fiéis à fé de seus pais, como podemos
claramente apreciar por provas posteriores de sua lealdade. Os quatro jovens
aprenderam a perícia e as ciências dos caldeos sem adotar os elementos
pagãos mesclados nelas.
Entre as razões pelas quais estes hebreus preservaram sua fé sem mancha
podem notá-las seguintes: (1) Sua firme resolução de permanecer fiéis a
Deus. Tinham mais que um desejo ou uma esperança de ser bons. Tinham a
vontade de fazer o reto e apartar do mal. A vitória é possível só
pelo correto exercício da vontade (ver DC 4748). (2) Sua dependência do
poder de Deus. Embora valoravam as aptidões humanas e reconheciam a
necessidade do esforço humano, sabiam que estas coisas por si mesmos não os
garantiriam o êxito. Reconheciam que além disto deve haver uma humilde
dependência e completa confiança no poder de Deus (ver CRA 182). (3) Se
negaram a danificar sua natureza espiritual e moral mediante a complacência do
apetite. davam-se conta de que o deixar de lado os princípios uma só vez
teria debilitado seu sentido do bem e do mal, o que a sua vez provavelmente
os teria levado a outros maus atos e finalmente à apostasia completa
(ver CRA 183).(4)Sua conseqüente vida de oração. Daniel e seus jovens
companheiros se davam conta de que a oração era uma necessidade, em especial por
a atmosfera de mal que continuamente os rodeava (ver SL 20).
18.
Passados. . . os dias.
Alguns expositores pensaram que quando o rei, em seu 2º ano, exigiu de seus
sábios que interpretassem seu sonho (cap. 2: 1), Daniel não foi chamado à
reunião porque não havia ainda completado sua educação, e que ele e seus amigos
foram condenados a compartilhar a sorte dos magos porque pertenciam à
profissão embora não eram ainda membros plenos dela. Não podemos considerar
como correta esta hipótese. Os jovens aprendizes deviam ser educados
durante três anos para que "apresentassem-se diante do rei" (cap. 1: 5); e eram
"passados... os dias" especificados quando os trouxe diante do rei para
ser examinados. Foi então quando "estiveram diante do rei" (ver com.
vers. 19). Esta declaração indica que o período de três anos tinha concluído
antes de que o rei os examinasse e achasse que Daniel e seus três amigos eram
melhores que todos os outros candidatos. Isto dificilmente poderia haver
ocorrido depois de que um deles, quer dizer Daniel, houvesse já recebido
grandes honras e tivesse sido renomado como governador da província e
supervisor de todos os magos, e depois de que os outros três houvessem
recebido cargos elevados (cap. 2: 46-49). A seqüência lógica de
acontecimentos, ao igual à ordem do relato, requerem que o curso de
três anos que seguiu Daniel houvesse já terminado antes do famoso sonho de
Nabucodonosor, em seu 2º ano de reinado.
Tudo isto leva a conclusão de que estes três anos não foram um período de
36 meses, mas sim devem contar-se em forma inclusivo. Representam (1) o ano
quando Nabucodonosor subiu ao trono (ver com. vers. 2) e no qual os
cativos hebreus chegaram a Babilônia e iniciaram sua educação; (2) o 1er ano
do Nabucodonosor, que era o ano calendário que começou o primeiro dia de ano
novo, depois de sua ascensão ao trono; e (3) o 2º ano do Nabucodonosor
durante o qual Daniel terminou seus estudos e esteve "diante do rei", e no
que também interpretou o sonho (ver cap. 2: 1; também PR 361).
19.
Quando o eunuco principal apresentou a seus graduandos ante o rei ao final de seu
período de preparação, um exame feito pessoalmente pelo Nabucodonosor
demonstrou que os quatro jovens hebreus eram superiores a todos os outros. "Em
força e beleza física, em vigor mental e realizações literárias, não tinham
rival" (PR 356). Não se indica a forma do exame. Por uma descrição
posterior das habilidades do Daniel, dada pela mãe do Belsasar -que
provavelmente era filha do Nabucodonosor- sabemos que ela conhecia o Daniel como
um homem que era capaz de "decifrar enigmas e de resolver dificuldades" (cap.
5: 12, BJ). As perguntas que lhes fizeram podem ter incluído a
explicação de um enigma, coisa que foi sempre uma diversão favorita em
as cortes dos países do Próximo Oriente. Além disso, o exame pode haver
incluído resolver problemas matemáticos e astronômicos, no qual os
babilonios eram professores, como o revelam seus documentos, ou uma demonstração de
habilidade para ler e escrever a difícil escritura cuneiforme.
20.
Sabedoria e inteligência.
Magos.
Heb. jartom, palavra que só aparece no Pentateuco (Gén. 41: 8, 24; Exo. 7:
11, 22; 8: 7, 18) e no Daniel (aqui e no cap. 2: 2). foi tirada da
palavra egípcia jeri-dem, na qual jeri significa "chefe" ou "homem destacado"
e dem "mencionar um nome em magia". portanto, um jeri-dem é um "chefe de
magia" ou "mago principal". De acordo com nosso conhecimento atual, esta
palavra não se usava em Babilônia e não a encontra em nenhuma parte nos
documentos cuneiformes. Evidentemente Daniel tinha aprendido este término
mediante a leitura do Pentateuco, e não necessariamente estava informado dos
términos técnicos egípcios. Daniel conhecia bem os escritos do Moisés e era um
ávido estudante dos escritos sagrados de seu povo (ver cap. 9: 2). O uso
desta palavra hebréia tirada do egípcio é uma ilustração de como seu estilo
e seleção de palavras tinham recebido a influência do vocabulário da
porção da Bíblia que existia então.
Astrólogos.
21.
1-2 PR 311
1-4 PR 315
2 Ed 51; PR 351
3-4 PR 352
3-5 ECFP 21
4 FÉ 77; PR 355
6 PR 352
7 PR 352
8 C (1949) 38; CH 50, 65; CM 366, 379; CN 152; CRA 32, 34, 97, 182; ECFP 23;
Ed 51; FÉ 78, 86, 227; 2JT 147; 3JT 358, 365; MeM 77, 123, 151, 262; MM 276; Lhe
32, 90, 134, 168, 210, 240
9 PR 401
10 ECFP 26
12 CRA 35; FÉ 79
15-17 PR 355
15-20 CH 65; FÉ 80
17 CH 50, 65; CM 350; CRA 36, 182; FÉ 87, 225, 247 339, 358; MM 89; PVGM336
17-20 FÉ 193
18-20 CH 65
CAPÍTULO 2
1 Nabucodonosor, que não pode recordar seu sonho, o pede aos caldeos, com
promessas e ameaças. 10 Estes reconhecem sua inabilidade e som sentenciados a
morte. 14 Daniel consegue obter uma trégua e lhe revela o sonho. 19 Benze
a Deus. 24 Fazendo deter o decreto, é gasto ante o rei. 31 O sonho. 36
A interpretação. 46 Elevação do Daniel.
3 E o rei lhes disse: tive um sonho, e meu espírito se turvou por saber
o sonho
7 Responderam pela segunda vez, e disseram: Diga o rei o sonho a seus servos,
e lhe mostraremos a interpretação
12 Por isso o rei com ira e com grande irritação mandou que matassem a todos os
sábios de Babilônia. 793
15 Falou e disse ao Arioc capitão do rei: Qual é a causa de que este decreto
publique-se de parte do rei tão apressadamente? Então Arioc fez saber a
Daniel o que havia.
16 E Daniel entrou e pediu ao rei que lhe desse tempo, e que ele mostraria a
interpretação ao rei.
17 Logo se foi Daniel a sua casa e fez saber o que havia ao Ananías, Misael e
Azarías, seus companheiros
24 depois disto foi Daniel ao Arioc, ao qual o rei tinha posto para matar a
os sábios de Babilônia, e lhe disse assim: Não mate aos sábios de Babilônia;
me leve a presença do rei, e eu lhe mostrarei a interpretação.
25 Então Arioc levou prontamente ao Daniel ante o rei, e lhe disse assim: Hei
achado um varão dos deportados do Judá, o qual dará ao rei a
interpretação.
28 Mas há um Deus nos céus, o qual revela os mistérios, e ele tem feito
saber ao rei Nabucodonosor o que tem que acontecer nos últimos dias. Hei
aqui seu sonho, e as visões que tiveste em sua cama:
29 Estando você, OH rei, em sua cama, vieram-lhe pensamentos por saber o que
tinha que ser no por vir; e o que revela os mistérios te mostrou o que há
de ser.
30 E me foi revelado este mistério, não porque em mim haja mais sabedoria
que em todos os viventes, mas sim para que se dê a conhecer rei a
interpretação, e para que entenda os pensamentos de seu coração.
31 Você, OH rei, via, e hei aqui uma grande imagem. Esta imagem, que era muito
grande, e cuja glória era muito sublime, estava em pé diante de ti, e seu
aspecto era terrível.
32 A cabeça desta imagem era de ouro fino; seu peito e seus braços, de prata;
seu ventre e suas coxas, de bronze;
34 Estava olhando, até que uma pedra foi atalho, não com mão, e feriu a
imagem em seus pés de ferro e de barro cozido, e os esmiuçou.
43 Assim como viu o ferro misturado com barro, mesclarão-se por meio de
alianças humanas; mas não se unirão o um com o outro, como o ferro não se
mescla com o barro.
44 E nos dias destes reis o Deus do céu levantará um reino que não
será jamais destruído, nem será o reino deixado a outro povo; esmiuçará e
consumirá a todos estes reino, mas ele permanecerá para sempre,
45 da maneira que viu que do monte foi atalho uma pedra, não com mão, a
qual esmiuçou o ferro, o bronze, o barro, a prata e o ouro. O grande Deus
mostrou ao rei o que tem que acontecer no por vir; e o sonho é
verdadeiro, e fiel sua interpretação.
1.
Segundo ano.
Teve. . . sonhos.
perturbou-se.
2.
Magos.
Astrólogos.
Encantadores.
Caldeos.
3.
Embora o rei tinha sido profundamente impressionado pelo sonho, quando despertou
não pôde recordar os detalhes (ver PR 361). Alguns sugeriram que
Nabucodonosor não tinha esquecido seu sonho e que estava provando a suposta
habilidade de seus assim chamados sábios. Mas pareceria que o rei estava
muito aflito pelo desejo de conhecer o sonho e sua interpretação como
para usar esta ocasião a fim de provar aos que pretendiam ser seus
intérpretes.
4.
Língua aramaica.
Heb. 'aramith, "aramaico". A família real e a classe governante do império
eram caldeos da Mesopotamia meridional que falavam aramaico. portanto,
não é estranho que os cortesãos do rei lhe falassem em aramaico e não em
babilonio, a língua da população oriunda de Babilônia. Os aramaicos eram
um ramo importante dos povos semíticos, e seu idioma compreendia muitos
dialetos.
Desde este versículo até o fim do cap. 7 o relato está em aramaico e não em
hebreu como o resto do livro. Quanto às possíveis raciocine para isto,
ver P. 777.
5.
O assunto o esqueci.
Hoje os eruditos traduzem esta expressão como "o assunto foi ordenado por
mim", ou como o faz a BJ: "Tenham bem presente minha decisão". A tradução de
a RVR está apoiada pela LXX e pelo Rashi,* quem traduz 'azda' por "foi".
Qualquer seja a tradução que se adote, não há dúvida de que Nabucodonosor
não podia recordar os detalhes do sonho (ver com. vers. 3). O sonho foi
tirado ao rei a propósito, para que os sábios não lhe dessem uma falsa
interpretação (ver FÉ 412).
Feitos pedaços.
Depósitos de lixo.
Aramaico newali, que por sua semelhança com uma raiz acadia alguns interpretam
como "ruínas". Outros retêm o significado "depósito de lixo" ou "montão de lixo", e
interpretam o significado da cláusula como que as casas seriam
transformadas em "letrinas" (ver 2 Rei. 10: 27, VM). A LXX não apóia nenhuma
das duas interpretações, mas sim diz: "suas casas serão destruídas".
8.
9.
Até que o rei se esquecesse de todo o assunto ou até que pudessem inventar
alguma forma de resposta. "Tempo" aqui pode também referir-se ao momento
favorável para levar a cabo a suposta comunicação com um deus (ver com.
vers. 8).
10.
Não há homem.
Literalmente, "rei, grande e poderoso". "Grande rei" (2 Rei. 18: 28) é um velho
título babilônico. Tais expressões como "Grande rei, Poderoso rei, Rei de
Assíria, [ou de Babilônia]" são comuns nas inscrições.
11.
Difícil.
Deuses.
Alguns encontram aqui uma insinuação de duas classes de deuses. Sugerem que
esses sábios pretendiam estar em comunicação com certos deuses, tais como
deidades subordinadas que se supunha mantinham relação com os homens, mas
que os deuses superiores eram inacessíveis. Em todo caso, os caldeos
revelaram as limitações de sua capacidade.
Outros sugerem que o plural 'elahin, "deuses", como o plural hebreu 'elohim
(ver T. I, PP. 179-180), poderia usar-se em relação com uma só deidade, e que
ao igual aos outros politeístas, os caldeos reconheciam a alguma deidade
suprema. Em qualquer caso, os caldeos admitiram francamente que reconheciam
uma inteligência superior, uma mente ou mentes professoras que tinham uma sabedoria
muito mais elevada que a dos seres humanos. Esta confissão de fracasso
proporcionou ao Daniel uma excelente oportunidade para revelar algo do poder do
Deus a quem ele servia e adorava.
12.
Babilônia.
13.
Procuraram o Daniel.
14.
Prudentemente.
15.
Apressadamente.
A LXX usa pikrós, que significa "amargo" ou "áspero". Alguns eruditos também
dão este mesmo significado à palavra aramaica, enquanto que outros insistem 797
em que o original dá a idéia básica de urgência.
16.
Desse-lhe tempo.
Uma das coisas que tinham enfurecido ao rei era que os sábios procuravam
adiar sua resposta (ver com. vers. 8). Evidentemente o rei estava ainda
perturbado pelo sonho, e pôde ter estado contente ante a nova perspectiva
de encontrar uma solução ao mistério que lhe acossava a alma. Já que não se
tinha consultado previamente ao Daniel, o rei pôde ter pensado que era justo
lhe dar uma oportunidade. Em sua relação com este jovem cativo judeu, é
evidente que Nabucodonosor tinha sido favoravelmente impressionado pela
sinceridade e habilidade do Daniel. A fidelidade prévia do Daniel nas coisas
pequenas, agora lhe abria as portas a coisas maiores.
Interpretação.
18.
Pedissem misericórdias.
19.
Visão de noite.
Benzeu Daniel.
Sobre o significado da expressão "Seja bendito... Deus", ver com. Sal. 63:
4.
20.
Nome de Deus.
Sabedoria.
Os que têm falta de sabedoria podem receber a de sua verdadeira fonte como
resposta à oração de fé (Sant. 1: 5). As jactanciosas pretensões de
os babilonios de que suas deidades possuíam sabedoria e discernimento
resultaram falsas. As deidades pagãs continuamente estalam a seus fiéis.
21.
O.
Tempos e as idades.
Tira reis.
Aos sábios.
22.
O revela.
O profundo.
Trevas.
O que o homem não pode ver não está escondido para a vista de Deus (Sal.
139: 12; 1 Juan 1: 5).
23.
Elogio-te.
Embora o sonho tinha sido revelado ao Daniel, ele não se atribui todo o mérito,
mas sim inclui a seus companheiros, que oraram com ele.
24.
25.
Prontamente.
achei.
Arioc parece atribuir um mérito que não merecia, porque sua declaração parece
implicar que detrás grandes esforços de sua parte tinha descoberto a alguém que
poderia interpretar o sonho. Entretanto, Arioc pode não ter sabido da
entrevista do Daniel com o rei (vers. 16). Neste caso sua declaração seria
a forma natural de anunciar o descobrimento.
26.
Beltsasar.
27.
Adivinhos.
Aramaico, gazerin, de uma raiz que significa "cortar", "determinar". Daí que
o significado que se aceite geralmente seja: "os que decidem", ou "os que
determinam [o destino]". Pela posição das estrelas, por vários
artifícios de cômputo e adivinhação, esses adivinhos pensavam que podiam
determinar o futuro (ver com. cap. 1: 20).
28.
Nos últimos dias.
29.
No por vir.
30.
Esta cláusula diz literalmente, "mas sim para que a interpretação ao rei façam
saber". A terceira pessoa do plural parece ter um uso impessoal. A LXX
provavelmente dá o significado mais simples da passagem: "Porém, este mistério
não me foi revelado por razão da sabedoria que esteja em mim mais que em
todos os viventes, mas sim para que a interpretação seja feita ao rei, para que
você possa saber os pensamentos de seu coração". A tradução da RVR, em
essência, diz o mesmo.
31.
Imagem.
Aramaico tsélem, "uma estátua", palavra que corresponde ao Heb. tsélem, que
também pode traduzir-se "estatua". Em cada caso menos um (Sal. 39: 6, onde
o traduz "sombra") a RVR traduz tsélem como "imagem", embora estátua
seria uma tradução correta em vários casos, tais como 2 Rei. 11: 18; 2
Crón. 23: 17; Amós 5: 26.
Terrível.
32.
Ouro fino.
Bronze.
Ou, "cobre" (ver com. 2 Sam. 8: 8; 1 Rei. 7: 47).
33.
Pernas.
A palavra que se traduz assim parece aqui referir-se à parte inferior das
pernas. A palavra traduzida "coxas" (vers. 32) refere-se à parte
superior dos quadris. Estas palavras não indicam com claridade em que ponto
da perna ocorre a mudança de bronze a ferro.
Barro cozido.
Aramaico jasaf. Examinando idiomas afins, poderia deduzir-se que jasaf designa um
copo de barro ou um pedaço do mesmo e não a argila da qual estão formados
estes objetos. A palavra que significa "argila", em aramaico tin, está nos
vers. 41, 43, em relação com jasaf, e ali se traduz "barro cozido". Pelo
tanto, parece melhor traduzir jasaf no vers. 33 por "barro moldado" ou "de
olaria", e não simplesmente "barro".
34.
Foi atalho.
35.
Felpa.
Para ter uma descrição de como se levava a cabo a debulha nas antigas
terras orientais, ver com. Rut 3: 2; Mat. 3: 12. Já que a Inspiração não dá
um significado especial à "felpa" e ao "vento" que o leva (ver com. Mat.
13: 3) é melhor considerá-los como simples detalhes que se adicionam para
completar o quadro. Quanto à descrição da era como ilustração
comum, ver com. Sal. 1: 4 (cf. Mat. 13: 3; ver T. III, P. 11-29).
36.
Diremos.
O plural pode indicar que Daniel incluía a seus companheiros com ele. Eles se o
tinham unido em fervente oração para que a interpretação fosse revelada, e
Daniel pode ter querido reconhecer a participação que lhes coube no assunto
(vers. 17-18).
37.
Rei de reis.
Em suas inscrições Nabucodonosor atribui seu êxito como rei a seu deus Marduk,
mas Daniel em forma cortês corrige esta idéia equivocada. Afirma que é o Deus
do céu quem lhe deu tal poder.
Reino.
38.
Bestas do campo.
Ver Jer. 27: 6; 28: 14; cf. Gén. 1: 26. Uma representação apropriada do
domínio de Babilônia em tempos do Nabucodonosor. A maneira em que os antigos
reis incluíam o mundo animal na esfera de seu domínio se ilustra com uma
declaração do Salmanasar III: "Ninurta e Palil, que amam meu sacerdócio, hão-me
dado todas as bestas do campo".
"Em seu [do Marduk] excelso serviço atravessei países longínquos, montanhas
remotas desde mar Superior [Mediterrâneo] até o Mar Inferior [golfo
Pérsico], caminhos escarpados, caminhos obstruídos, onde o passo se vê impedido,
[onde] não há lugar para pôr o pé, [também] rotas não riscadas, [e]
caminhos desertos. Aos desobedientes subjuguei; capturei aos inimigos,
estabeleci justiça na terra; exaltei ao povo; aos maus e malvados afastei
da gente".
Ouro.
"[Desde] o Mar Superior [até] o Mar Inferior (uma linha destruída)... que
Marduk, meu senhor, confiou-me , eu tenho feito... a cidade de Babilônia a
a dianteira de entre todos os países e toda habitação humana; seu nome eu
hei [feito ou elevado] o [extremamente digno de] louvor entre as cidades
sagradas... Os santuários de meus senhores Nebo e Marduk (como) sábio
(governante)... sempre...
39.
Não é claro a origem dos medos e os persas, mas se acredita que ao redor do
ano 2000 A. C. várias tribos árias, encabeçadas pelos madai (medos),
começaram a emigrar do que agora é o sul da Rússia e se estabeleceram no
que mais tarde foi o norte da Persia, onde aparecem pela primeira vez na
historia no século IX (ver com. Gén. 10: 2; T. III, PP. 52-53). Entre esses
arianos estavam também os persas que se estabeleceram nos Montes Zagros em
a fronteira com o Elam, para fins do século IX A. C. Provavelmente já em 675 A.
C. seu governante se estabeleceu como rei da cidade do Ansán. Ali ele e seus
descendentes reinaram em relativa escuridão. Aos 801 começar o século VI A. C.
eram vassalos do rei meço e governavam um Estado fronteiriço relativamente
insignificante no grande Império Meço, que se estendia da parte oriental
da Ásia Menor, pelo norte e leste do Império Babilônico (ver mapa frente a P.
417; T. III, pp. 52- 53).
Ciro, que tinha chegado a ser rei da Persia sendo vassalo de Meia, derrotou a
Astiages de Meia no ano 553 ou 550 A. C. Assim quão persas anteriormente
estavam subordinados aos medos, chegaram a ter o poder dominante no que
tinha sido o Império Meço. Posto que os persas governaram do tempo
do Ciro em adiante, os menciona corrientemente como Império Persa. Mas
o prestígio mais antigo de Meia se refletia na frase "Medos e Persas" que
aplicava-se aos conquistadores de Babilônia no tempo do Daniel e ainda mais
tarde (Est. 1: 19 etc. ). A posição honrosa do Darío de Meia depois da
conquista de Babilônia demonstra o respeito do Ciro para com os Medos, até
quando o mesmo tinha realmente o poder (ver T. III, pp. 52-55, 97-99).
O último rei do Império Persa foi Darío III (Codomano), que foi derrotado por
Alejandro nas batalhas do Gránico (334 A. C.), Iso (333 A. C.), e Arbela ou
Gaugamela (331 A. C.). Há explicações sobre o período do Alejandro e as
monarquias helenísticas em com. cap. 7: 6; ver também o artigo histórico
sobre o período intertestamentario no T. V.
Bronze.
(Ver com. 2 Sam. 8: 8). Os soldados gregos se distinguiam por sua armadura de
bronze. Seus cascos, escudos e tochas de 802 batalha eram de bronze. Herodoto
diz-nos que Psamético I do Egito viu nos piratas gregos que invadiam seus
costas o cumprimento de um oráculo que predizia a "homens de bronze que
saem do mar" (Herodoto I. 152, 154).
40.
Quarto reino.
Esta não é a etapa posterior quando se dividiu o império do Alejandro, a não ser
o seguinte império que conquistou ao mundo macedónico. Em outra referência
Daniel representa às monarquias helenísticas, as divisões do império de
Alejandro, com os quatro chifres do macho caibro que simboliza a Grécia (cap.
8: 22), não com uma besta separada (compare-se com as quatro cabeças do
leopardo; ver com. cap. 7: 6).
Esmiúça.
41.
Dedos.
Embora mencione aos dedos, Daniel não chama especificamente a atenção a seu
número. Declara que o reino seria dividido (ver 1T 361). Muitos comentadores
hão sustenido que os dedos, que se dá por sentado que eram dez, correspondem
com os 10 chifres da quarta besta do cap. 7 (ver com. cap. 7: 7).
Barro cozido.
Ver com. vers. 33. Roma tinha perdido sua tenacidade e força férreas, e seus
sucessores eram manifiestamente débeis, como a mescla de barro com ferro.
42.
Em parte forte.
Esses reino bárbaros diferiam grandemente em valor militar, como o diz Gibbon
ao referir-se a "as poderosas monarquias dos francos e os visigodos, e 803
os reino subordinados dos suevos e burgundios".
Frágil.
Literalmente, "quebradiço":
43.
"Por semente humana" (BJ). Muitos comentadores aplicam isto aos matrimônios
entre membros da realeza, embora a intenção da declaração pode ser
mais ampla. A palavra traduzida "humanas" é 'enash, "humanidade". "Semente"
significa descendentes. Por isso pode tratar-se também de uma indicação
general de migrações da população, mas que mantinham fortes vínculos de
nacionalismo. No manuscrito quisiano da LXX aparecem distintas variantes
respeito ao texto masorético. Os vers. 42-43 dizem: "E os dedos dos pés,
uma certa parte de ferro e outra certa parte de olaria, uma certa parte
do reino será forte e uma certa parte será quebrada. E como viu o ferro
misturado com obra de olaria, haverá mesclas entre gerações de homens,
mas eles não pensarão o mesmo, nem se amistarán uns com outros como é
impossível mesclar ferro com argila". A tradução do Daniel feita por
Teodoción, que virtualmente deslocou à tradução grega, conhecida como a
LXX, tem mais parecido com o texto masorético, mas mostra também
variantes: "E os dedos dos pés, uma certa parte de ferro e uma certa
parte de barro, uma certa parte do reino será forte e dele [uma parte] será
quebrada. Porque viu o ferro misturado com a olaria, haverá mescla na
semente de homens e não se pegarão este com aquele assim como o ferro não se
mescla com a olaria".
Não se unirão.
A profecia não declara especificamente que não poderia haver uma união
transitiva de vários elementos, por meio da força das armas ou de uma
dominação política. Entretanto, afirma que se se tentasse ou se obtivesse
formar tal união, as nações que a integrassem não se fundiriam
organicamente, e continuariam seus receios mútuos e hostis. Uma federação
formada sobre tal fundamento está condenada à ruína. O êxito passageiro de
algum ditador ou de alguma nação não deve destacar-se como o fracasso da
profecia do Daniel. Ao fim Satanás poderá formar uma união transitiva de todas
as nações (Apoc. 17: 12-18; cf. Apoc. 16: 14; CS 682), mas a confederação
será efêmera, e em pouco tempo os elementos que formem essa união se voltarão
um contra o outro (CS 714; P 290).
44.
Levantará um reino.
45.
Pedra.
Aramaico 'ében, palavra idêntica ao Heb. 'ében, "pedra", término usado para
referir-se a lajes, pedras para atirar com funda, pedras esculpidas, vasilhas de
pedra, pedras preciosas. A palavra "rocha", que se usa freqüentemente com
referência a Deus (Deut. 32: 4, 18; 1 Sam. 2: 2; etc.), provém do Heb. tsur
e não de 'eben. Não pode afirmar-se que haja uma relação necessária entre o
símbolo que usou Daniel para o reino de Deus e a figura de uma rocha ou pedra
em outras referências. "interpretação dada pelo Daniel é suficiente por si
mesma para identificar o símbolo. 804
46.
humilhou-se.
Até esse momento Nabucodonosor conhecia pouco do Deus verdadeiro, e até menos de
a maneira como o devia adorar. Até ali seu conhecimento de Deus estava
limitado ao que tinha visto do caráter divino refletido na vida de
Daniel e o que Daniel lhe havia dito de Deus. É muito possível que
Nabucodonosor, ao ver no Daniel o representante vivo de "os deuses cuja
morada não é com a carne" (vers. 11), tivesse a intenção de que os atos de
adoração que dispôs para o Daniel fossem honrar ao Deus do Daniel. Sem
dúvida, por seu limitado conhecimento do verdadeiro Deus, Nabucodonosor estava
fazendo o melhor que sabia nessa ocasião para expressar sua gratidão e honrar a
Aquele cuja sabedoria e cujo poder tinham sido demonstrados em forma tão
impressionante.
Pressente.
A palavra hebréia que corresponde com a aramaica que se usa para cá, geralmente
indica uma oferenda incruenta (ver com. cap. 9: 21).
47.
É evidente que Nabucodonosor sabia que esse era um título que aplicava a
Marduk no relato babilônico da criação. O mesmo, em cada festa de Ano
Novo, recebia do Marduk outra vez seu reinado. Além disso lhe pôs seu nome
devido ao Nabu, filho do Marduk, o escriba que escreveu as Tabuletas do
Destino.
48.
Melhor, "principal prefeito". Daniel não interpretou o sonho para obter alguma
recompensa do rei. Seu único propósito era elogiar a Deus ante o rei e ante
todo o povo de Babilônia.
49.
Daniel solicitou.
Daniel não ficou embriagado pelas grandes honras que lhe tinham sido
outorgados. Recordou a seus companheiros. Tinham compartilhado a oração (vers. 18);
também compartilharam a recompensa.
Corte do rei.
1-4 PR 361
1-5 ECFP 43
4-12 FÉ 410
5-11 PR 361
12 ECFP 44
12-18 PR 362
13-19 FÉ 374
16-18 FÉ 411
16-19 ECFP 44
19-26 PR 363
20-22 FÉ 411
20-28 FÉ 374
21 Ed 170
22 MC 341; 8T 282
27-28 ECFP 45
27-36 PR 363
28 FÉ 411
37 PR 377
38 Ed 171; PR 369
42-43 1T 361
44-45 PR 369
44-49 PR 365
46-49 FÉ 412
1 O REI Nabucodonosor fez uma estátua de ouro cuja altura era de sessenta
cotovelos, e sua largura de seis cotovelos; levantou-a no campo de Dura, na
província de Babilônia.
10 Você, OH rei, deste uma lei que todo homem, para ouvir o som da buzina, de
a flauta, do tamboril, do harpa, do salterio, da zampoña e de tudo
instrumento de música, prostre-se e adore a estátua de ouro;
13 Então Nabucodonosor disse com ira e com irritação que trouxessem para o Sadrac, Mesac
e Abed-nego. Imediatamente foram gastos estes varões diante do rei.
14 Falou Nabucodonosor e lhes disse: É verdade, Sadrac, Mesac e Abed-nego, que
vós não honram a meu deus, nem adoram a estátua de ouro que levantei?
15 Agora, pois, estão dispostos para que para ouvir o som da buzina, da
flauta, do tamboril, do harpa, do salterio, da zampoña e de tudo
instrumento de música, prostrem-lhes e adorem a estátua que tenho feito? Porque se
não a adorassem, na mesma hora serão jogados em meio de um forno de fogo
ardendo; e que deus será aquele que vos livre de minhas mãos?
17 Hei aqui nosso Deus a quem servimos pode nos liberar do forno de fogo
ardendo; e de sua mão, OH rei, liberará-nos.
18 E se não, saiba, OH rei, que não serviremos a seus deuses, nem tampouco
adoraremos a estátua que levantaste.
20 E mandou a homens muito vigorosos que tinha em seu exército, que atassem a
Sadrac, Mesac e Abed-nego, para jogá-los no forno de fogo ardendo.
21 Então estes varões foram atados com seus mantos, suas meias, seus
turbantes e seus vestidos, e foram jogados dentro do forno de fogo ardendo.
25 E ele disse: Hei aqui eu vejo quatro varões soltos, que se passeiam no meio do
fogo sem sofrer nenhum dano; e o aspecto do quarto é semelhante a filho de
os deuses.
29 portanto, decreto que todo povo, nação ou língua que dijere blasfêmia
contra o Deus do Sadrac, Mesac e Abed-nego, seja esquartejado, e sua casa
convertida em depósito de lixo; por quanto não há deus que possa liberar como este.
1.
Nabucodonosor.
desconhece-se a razão pela qual não se menciona ao Daniel neste relato. Não
podemos saber se estava doente ou ausente em cumprimento de uma missão
importante. Alguns têm suposto que, envergonhado por ter rechaçado o
mensagem do sonho, o rei poderia ter feito acertos a fim de que Daniel
tivesse que ausentar-se para atender importantes assuntos da coroa. Contudo,
de uma coisa podemos estar seguros: se a prova o tivesse sobressaltado, Daniel
teria se mantido tão leal como seus três companheiros.
Estátua de ouro.
Sessenta cotovelos.
Campo de Dura.
2.
Sátrapas.
Magistrados.
Capitães.
Auditores.
Tesoureiros.
Juizes.
Governadores.
3.
4.
Pregonero.
Aramaico karoz, palavra que geralmente se considera de origem grega (cf. Gr.
kérux). Faz anos os críticos usavam esta palavra para argumentar que o
origem do livro do Daniel era posterior aos fatos nele narrados. Sem
embargo, H. H. Schaeder demonstrou que a palavra é de origem iraniana
(Iranische Beiträge I [Ache, 1930], P. 56).
5.
Buzina.
Flauta.
Harpa.
Tamboril.
Salterio.
Zampoña.
6.
8.
Acusaram.
9.
12.
Pôs.
14.
acusação dos caldeos. Deve ter sido do domínio público que esses
funcionários não adoravam os ídolos babilônicos. Mas, por ter reconhecido o
rei mesmo ao Deus a quem eles serviam como "Deus de deuses, e Senhor dos
reis" (cap. 2: 47), não havia até então nenhuma razão válida para acusar a
esses homens de atos subversivos. Entretanto, agora uma ordem direta não
tinha sido cumprida, e mais ainda tinha sido desprezada, e a ousada negativa 811
de cumprir a ordem real de adorar a estátua foi provavelmente interpretada
como se a tolerância do rei para com esses não conformistas despertava
oposição obstinada e rebelião. Isto explicaria a ira e a fúria de
Nabucodonosor.
15.
Isto não precisa considerar-se como uma blasfêmia direta contra o Deus dos
judeus. Entretanto, era um desafio dirigido ao Jehová com espírito insolente e
com um altivo sentido de superioridade. Alguns compararam estas palavras com
as sortes pelo rei assírio Senaquerib: "Não te engane seu Deus em quem você
confia" (ISA. 37: 10). Mas o caso do Nabucodonosor era um tanto diferente.
Senaquerib elogiou a seus deuses por cima do Jehová, o Deus dos judeus,
mas Nabucodonosor só declarou que a liberação do forno de fogo era algo
que nenhum deus poderia realizar. Ao fazer essa afirmação só comparou
indiretamente ao Deus dos judeus com seus próprios deuses, cuja impotência em
tais assuntos conhecia bem.
16.
Não é necessário.
17.
Hei aqui.
A LXX não tem palavra que expresse dúvida, e toda sua declaração (vers. 16-18)
é positiva: "OH rei, não temos necessidade de te responder quanto a esta
ordem. Porque Deus nos céus é nosso único Senhor, a quem tememos, e
quem pode nos liberar do forno de fogo; e de suas mãos, OH rei, ele nos
liberará; e então te será manifesto que não serviremos a seu ídolo, nem
adoraremos sua estátua de ouro".
19.
20.
Homens muito vigorosos.
Melhor: "Alguns homens fortes", ou "os homens mais fortes de seu exército"
(BJ). O fato de que se escolhesse a militares de força extraordinária possivelmente
era outra medida para eliminar a possibilidade de intervenção de parte dos
deuses.
21.
Mantos.
Turbantes.
23.
24.
levantou-se apressadamente.
25.
26.
27.
Os sátrapas.
Roupas.
28.
29.
portanto decreto.
Nesta forma insólita muita gente que de outra maneira nunca teria ouvido do
Deus dos hebreus chegou a conhecê-lo. Entretanto, Nabucodonosor se excedeu em
suas prerrogativas quando procurou obrigar pela força que os homens honrassem
ao Deus dos hebreus (PR 375).
Esquartejado.
Quanto aos castigos com que aqui se ameaça, ver com. cap. 2: 5.
30.
Engrandeceu.
1-30 PR 369-376
1 PR 371
1-6 ECFP 46
4-5 PR 371
4-7 MeM 70
7 PR 371
9,12-15 PR 372
12-18 ECFP 47
16-18 HH 217
16-20 NB 361
16-22 PR 373
17-22 MeM 70
24-26 PR 374
26-29 ECFP 49
CAPÍTULO 4
2 Convém que eu declare os sinais e milagres que o Deus Muito alto tem feito
comigo.
3 Quão grandes som seus sinais, e quão potentes suas maravilhas! Seu reino,
reino eterno, e seu senhorio de geração em geração.
6 Por isso mandei que viessem diante de mim todos os sábios de Babilônia, para
que me mostrassem a interpretação do sonho.
8 até que entrou diante de mim Daniel, cujo nome é Beltsasar, como o
nome de meu deus, e em quem amora o espírito dos deuses Santos. Contei
diante dele o sonho, dizendo: 814
11 Crescia esta árvore, e se fazia forte, e sua taça chegava até o céu, e se
alcançava-lhe a ver desde todos os limites da terra.
12 Sua folhagem era formoso e seu fruto abundante, e havia nele alimento para
todos. debaixo dele ficavam à sombra as bestas do campo, e em seus ramos
faziam morada as aves do céu, e se mantinha dele toda carne.
13 Vi nas visões de minha cabeça enquanto estava em minha cama, que hei aqui um
vigilante e santo descendia do céu.
16 Seu coração de homem seja trocado, e lhe seja dado coração de besta, e passem
sobre ele sete tempos.
19 Então Daniel, cujo nome era Beltsasar, ficou atônito quase uma hora, e
seus pensamentos o turvavam. O rei falou e disse: Beltsasar, não lhe turvem nem
o sonho nem sua interpretação. Beltsasar respondeu e disse: meu senhor, o sonho
seja para seus inimigos, e sua interpretação para os que mal lhe querem.
20 A árvore que viu, que crescia e se fazia forte, e cuja taça chegava até
o céu, e que se via desde todos os limites da terra,
21 cuja folhagem era formosa, e seu fruto abundante, e em que havia alimento para
todos, debaixo do qual moravam as bestas do campo, e em cujos ramos aninhavam
as aves do céu,
22 você mesmo é, OH rei, que cresceu e te fez forte, pois cresceu você
grandeza e chegou até o céu, e seu domínio até os limites da
terra.
25 Que lhe jogarão de entre os homens, e com as bestas do campo será você
morada, e com erva do campo lhe apascentarão como aos bois, e com o rocio
do céu será banhado; e sete tempos passarão sobre ti, até que conheça
que o Muito alto tem domínio no reino dos homens, e que o dá a quem
ele quer.
27 portanto, OH rei, aceita meu conselho: Seus pecados redime com justiça, e vocês
iniqüidades fazendo misericórdias para com os oprimidos, pois talvez será
isso uma prolongação de sua tranqüilidade.
30 falou o rei e disse: Não é esta a grande Babilônia que eu edifiquei para casa
real com a força de meu poder, e para glória de minha majestade?
31 Ainda estava a palavra na boca do rei, quando veio uma voz do céu: A
ti te diz, rei Nabucodonosor: O reino foi tirado de ti;
34 Mas ao fim do tempo eu Nabucodonosor elevei meus olhos ao céu, e minha razão me
foi devolvida; e benzi ao Muito alto, e elogiei e glorifiquei ao que vive para
sempre, cujo domínio é eterno, e seu reino por todas as idades.
36 No mesmo tempo minha razão foi devolvida, e a majestade de meu reino, meu
dignidade e minha grandeza voltaram para mim, e meus governadores e meus conselheiros, me
procuraram; e fui restabelecido em meu reino, e maior grandeza foi acrescentada.
1.
A todos os povos.
3.
Seu reino.
4.
Tranqüilo.
Esta frase indica que o rei governava tranqüilamente seu reino. portanto,
os acontecimentos deste capítulo pertencem à segunda metade de seu
reinado de 43 anos. O rei estava "florescente" em seu palácio em Babilônia
(ver Nota Adicional ao final deste capítulo), e como o rico insensato da
parábola, cujos campos tinham produzido abundantemente (Luc. 12: 16-21), esqueceu
sua responsabilidade para com Aquele a quem devia sua grandeza. 816
5.
Espantou-me.
6.
Mandei.
7.
Magos.
8.
Beltsasar.
A narração apresenta ao primeiro Daniel por seu nome judeu, pelo qual o
conheciam seus compatriotas, logo por seu nome babilônico que lhe tinha sido
dado em honra ao principal deus do Nabucodonosor (ver com. cap. 1: 7).
Não se explica a razão pela qual Daniel tinha permanecido tanto tempo na
penumbra, apesar de ser considerado "chefe dos magos" (vers. 9). Alguns
sugeriram que Nabucodonosor se propunha saber primeiro qual era em geral a
opinião dos caldeos quanto a seu sonho tão desconcertante, antes de ouvir
toda a verdade que suspeitava que era desfavorável (compare-se com o caso do
rei Acab, 1 Rei. 22: 8). Só depois de que os outros sábios que se ocupavam
das ciências ocultas demonstraram sua incapacidade para satisfazer ao rei, este
mandou chamar o homem que, em uma oportunidade anterior, tinha demonstrado seu
habilidade e inteligência superiores na interpretação de sonhos (cap. 2; cf.
cap. 1: 17, 20).
Ou, "do Deus Santo" (BJ). A palavra aramaica que significa "deuses" é
'elahin, término que se usa freqüentemente para designar a deuses falsos (Dão.
2: 11, 47; 3: 12; 5: 4), mas que também pode aplicar-se ao verdadeiro Deus
(ver com. Dão. 3: 25). Esta expressão revela o que era o que tinha inspirado
no rei a confiança no poder e o entendimento superiores do Daniel.
Também mostra que Nabucodonosor já tinha um conceito da natureza de
aquela Deidade a quem Daniel devia esse poder e sabedoria. Daniel e seus
companheiros tinham dado testemunho sem vacilar do verdadeiro Deus a quem eles
adoravam. A expressão, que se repete nos vers. 9 e 18 de Dão. 4, mostra
claramente que de maneira nenhuma Nabucodonosor tinha esquecido o que havia
aprendido em uma ocasião anterior respeito ao eminente dom profético disso
judeu e de sua comunhão com o único Deus verdadeiro.
Em vez da frase "em quem amora o espírito dos deuses Santos", a versão
do Teodoción reza: "Que tem em si o santo espírito de Deus". A LXX omite
completamente da última parte do vers. 5 até o fim de vers.10.
9.
Este término usado pelo rei é provavelmente sinônimo daquele que se usa em
o cap. 2: 48, "chefe supremo de todos os sábios de Babilônia". A palavra
"chefe" de 4: 9 e 2: 48 é tradução da palavra aramaica, rab.
me declare as visões.
Parecesse que o rei exige que Daniel lhe conte o sonho além de seu
interpretação, mas imediatamente lhe narra o sonho (vers. 10). A LXX não
inclui este versículo nos MSS existentes. Contém o relato dos vers.
1-9 em forma extremamente abreviada. O texto da Bj também é abreviado em
comparação com a RVR. A versão grega do Teodoción reza: "Escuta a
visão do sonho que eu vi, e me diga sua interpretação". Em siríaco se
traduz esta passagem com uma paráfrase: "Nas visões de meu sonho eu estava
vendo uma 817 visão de minha cabeça e você me diga sua interpretação". Alguns
expositores modernos (Marti, Torrey, etc.) aceitam a versão do Teodoción como
a melhor solução, enquanto outros, como Montgomery, pensam que a palavra
aramaica jzwy (originalmente sem pontos vocálicos), que se traduz "as visões
de" (RVR), era originalmente jzy, "hei aqui", tal como o demonstram os papiros
da Elefantina. O texto se leria então, como na BJ: "Olhe o sonho que
tive; me dê sua interpretação". (Na BJ corresponde com o vers. 6 do
cap. 4 e não com o vers. 9.)
10.
13.
Um vigilante.
Aramaico 'ir, "que está acordado", "que vigia". A LXX traduz esta
palavra por ággelos, "anjo", mas Teodoción, em vez de traduzi-la, simplesmente
a traslitera, ir. Os tradutores judeus Aquila e Símaco a traduzem como
egr'goros, "que está alerta", término que se encontra no livro do Enoc e
em outros escritos apócrifos judeus para designar aos anjos superiores,
maus ou bons, que velam e não dormem. Aplicado a anjos, o término
"vigilante" aparece exclusivamente nesta passagem do AT. sugeriu-se que
os caldeos puderam ter conhecido aos anjos com este nome, embora não se
encontrou ainda evidência disto. As expressões "santo" e "descendia do
céu" mostram que o vigilante é um mensageiro celestial. É evidente que se
reconhecia ao vigilante como portador dos créditos do Deus do ciclo (PR
380), cujas decisões são inapeláveis.
15.
Compare-se com o Job 14: 8 e ISA. 1: 11. Os futuros brotos desta raiz (ver Job
14: 7-9) representavam, conforme se vê pela comparação dos vers. 26 e 36, a
restauração do Nabucodonosor de sua enfermidade, e não a continuação da
supremacia de sua dinastia, como alguns comentadores explicaram. É óbvio
que toda a passagem se refere a um indivíduo e não a uma nação.
Com atadura.
16.
Seu coração.
Sete tempos.
17.
Vigilantes.
Ver com. vers. 13. O uso do plural pressupõe a existência de uma assembléia ou
concílio celestial (ver Job 1: 6-12; 2: 1-6). 818
Para que conheçam os viventes.
"Deus atribuiu um lugar em seu grande plano a toda nação" e a cada uma deu
a oportunidade de "ocupar seu lugar na terra a fim de ver se estas cumprirão
o propósito do 'Vigilante e Santo'"(Ed 174, 172). Segundo os intuitos
divinos, a função do governo é a de proteger e sustentar à nação, dar
a seu povo a oportunidade de alcançar o propósito que o Criador tem para
ele e permitir que as outras nações façam o mesmo (Ed 170), a fim de que
todos os homens "procurem deus, se em alguma maneira, apalpando, possam
lhe achar" (Hech. 17: 27).
Uma nação é forte em proporção com a fidelidade com que cumpre o propósito
de Deus para ela; seu êxito depende do uso que faz do poder que se o
encomenda; seu cumprimento dos princípios divinos é sempre a medida de
sua prosperidade; e seu destino está determinado pela atitude que seus dirigentes
e povo têm para esses princípios (Ed 170, 169, 172-173; PP 576). Deus
reparte sabedoria e poder que manterão fortes às nações que o
permaneçam fiéis, mas abandona às que atribuem sua glória às
realizações humanas e atuam independentemente dele (PR 367).
"O complicado desenvolvimento dos sucessos humanos está sob o governo divino.
Em meio da luta e o tumulto das nações, Aquele que se sinta por
em cima dos querubins dirige ainda os assuntos terrestres" e "dirige tudo para
a execução de seus propósitos" (Ed 174). Ver com. cap. 10: 13.
Mais baixo.
Os deuses Santos.
19.
Atônito.
Aramaico shemam, que na forma em que aqui se acha, significa "ficar duro de
medo", "ficar espantado". Daniel, tendo compreendido imediatamente o
sonho e suas conseqüências, deve haver-se sentido muito turbado pela
responsabilidade de revelar seu terrível significado ao rei (ver cap. 2: 5).
Hora.
O rei falou.
Embora Daniel tinha sido tomado cativo pelo rei e tinha sido deportado de seu
pátria para servir a estranhos que oprimiam a seu povo, não albergava maus
sentimentos para o Nabucodonosor. Em realidade, suas palavras atestam que
sentia grande lealdade pessoal para com o rei, o que possivelmente contrastava com
muitos dos judeus de sua época. Por outra parte, as palavras do Daniel não
devem necessariamente interpretar-se como uma expressão de malícia para os
inimigos do rei. A resposta é simplesmente uma resposta cortês expressa
em verdadeiro estilo oriental.
22.
Você mesmo é.
Sem manter ao rei em suspense durante muito tempo, Daniel lhe anunciou Lisa e
sinceramente -embora sem dúvida o rei já o suspeitava- que a árvore representava
ao mesmo Nabucodonosor.
Até o céu.
25.
Com as bestas.
26.
Ficará firme.
Muitos se perguntaram por que o rei demente não foi morto, ou por que seus
súditos ou ministros de Estado não puseram a algum outro no trono vacante
durante o tempo quando Nabucodonosor esteve incapacitado. deu-se a
seguinte explicação: Os supersticiosos da antigüidade acreditavam que todos os
distúrbios mentais eram causados por maus espíritos que se apoderavam de seus
vítimas; que se alguém matava ao demente, esse espírito se empossava do
homicida ou instigador do crime; e que se sua propriedade era confiscada ou seu
cargo ocupado por outro, uma terrível vingança recaía sobre os responsáveis por
a injustiça. Por essa razão os dementes eram afastados da sociedade, mas
em outros sentidos não os incomodava (ver 1 Sam. 21: 12 a 22: 1).
27.
Misericórdias.
admoestou-se ao rei que praticasse justiça para com todos seus súditos e que
fora misericordioso com os oprimidos, os desventurados e os pobres (ver Miq.
6: 8). Estas virtudes freqüentemente se mencionam juntas (Sal. 72: 3-4; ISA.
11: 4).
29.
No palácio.
30.
Que eu edifiquei.
33.
cumpriu-se.
Plumas de águia.
34.
Ao fim do tempo.
Quer dizer, o fim dos "sete tempos", ou sete anos, preditos para a
duração da loucura do Nabucodonosor (ver com. vers. 16).
É significativo notar que nos diz que o rei recuperou a razão quando
reconheceu ao verdadeiro Deus. Quando o humilhado rei levantou a vista ao céu
em oração, foi elevado da condição de uma besta bruta a de um ser que
leva a imagem de Deus. que durante anos tinha jazido por terra,
impotente e humilhado, foi uma vez mais exaltado à dignidade humana que Deus
concedeu a suas criaturas, formadas a sua semelhança. O fundamental do
milagre que ocorreu no caso do Nabucodonosor se repete ainda -embora em
forma menos espetacular- na conversão de cada pecador.
Fala bem do rei que em um tempo estar orgulhoso, o fato de que depois de
sua tenebrosa vivencia sentisse em primeiro lugar o desejo de agradecer a Deus,
elogiá-lo como o Eterno e reconhecer seu reinado perdurável.
35.
Como nada.
Compare-se com a ISA. 40: 17. A segunda metade deste versículo é muito semelhante
a ISA. 43: 13. Alguns sugeriram a possibilidade de que ao relacionar-se com
Daniel, o rei tivesse chegado a conhecer as palavras do Isaías, e que
repentinamente as recordou. A confissão foi maravilhosa, especialmente em
boca deste monarca, uma vez tão arrogante. É o testemunho de um penitente
converso, uma declaração que emana 821 do coração de um homem que havia
aprendido por experiência própria a conhecer e reverenciar a Deus.
36.
Foi devolvida.
Buscaram-me.
Esta palavra "procuraram" não indica necessariamente que durante o período de seu
demência se permitiu que o rei vagasse pelos campos e o deserto sem ser
vigiado; significa que o buscaram tendo em sua conta posto oficial.
Quando se soube que tinha recuperado a razão, os regentes do reino o
fizeram voltar com todo o devido respeito para poder lhe entregar o governo
novamente. Durante sua demência eles tinham atendido os assuntos do
governo.
37.
Elogio, engrandeço.
Os muros, que em sua major parte podem ainda ver-se claramente como montículos
compridos e altos, medem 21 km. Esta medida é a do comprido total dos
muros, tanto da cidade interior como da cidade exterior. O perímetro de
a cidade do Nabucodonosor, incluindo a terra ribeirinha, do Palácio de
Verão até o setor do antigo palácio, era de 16 km.
"As escavações não indicam a altura dos antigos muros, já que ficam
só as bases. Em nenhuma parte têm estes mais de 823
824 12 m (na Porta do Ishtar). É quase inconcebível que até um muro dobro,
com uma base de 29 m de espessura, possa ter alcançado uma altura de 103 M. Não
conhecem-se exemplos antigos nem modernos de um muro de cidade de tais
proporções. Por isso a declaração do Herodoto quanto à altura do
muro de Babilônia deve também descartar-se.
F.M. Th. [do Liagre] Böhl sugere que Herodoto pode ter tido em conta
toda a Babilônia fortificada, inclusive todas as zonas compreendidas na
região que podia alagar-se em tempo de perigo. Böhl recorda a seus leitores
o fato de que ao leigo lhe é muito difícil distinguir entre os diques de
canais secos e os restos de muros de antigas cidades. A única diferença
é a ausência de fragmentos de olaria nos diques. Aqueles se
encontram em abundância junto a antigos muros da cidade. portanto,
deve considerar-se possível que Herodoto tomou por restos dos muros da
cidade a alguns dos muitos diques dos canais (ver Ex-oriente Lux,
Jaarbericht N.º 10, 1945-48, P. 498, N. 28).
Embora a antiga Babilônia não tinha o tamanho fantástico que lhe atribuíra
Herodoto, a cidade era enorme para um tempo quando as cidades eram muito
pequenas de acordo com os conceitos que hoje temos. Seu perímetro de 17
km. é superior ao perímetro de 12 km. do Nínive, capital do império de
Assíria; ao dos muros da Roma imperial, de 10 km. de perímetro; e ao de
os 6 km. dos muros de Atenas no tempo do apogeu dessa cidade no
século V A. C. Esta comparação com outras cidades famosas da antigüidade
mostra que Babilônia era, com a possível exceção da egípcia Tebas -que
então já estava em ruínas- a mais extensa e a mais grandiosa de todas as
capitais antigas, embora foi muito mais pequena do que a descreveram
posteriormente os escritores clássicos. É compreensível por que Nabucodonosor
sentiu que tinha direito a gabar-se de ter construído "a grande Babilônia...
com a força de meu poder, e para glória de minha majestade" (Dão. 4: 30).
Os antigos babilonios estimavam que sua cidade era o "umbigo" do mundo por
o fato de que ali estava o santuário do deus Marduk, a quem se
considerava como senhor do céu e da terra, o principal de todos os
deuses. Por isso Babilônia era um centro religioso sem rival na terra. Uma
tabuleta cuneiforme do tempo do Nabucodonosor enumera 53 templos dedicados a
deuses importantes, 955 pequenos santuários e 384 altares guias de ruas; todos
eles dentro dos limites da cidade. Por comparação, Asur, uma das
principais cidades de Assíria, com seus 34 templos e capelas, fazia uma
impressão relativamente pobre. pode-se compreender bem por que os babilonios
estavam orgulhosos de sua cidade, quando diziam: "Babilônia é a origem e
centro de todas as terras". Seu orgulho se reflete nas famosas palavras de
Nabucodonosor citadas no comentário sobre a passagem do cap. 4:30, e também
em um antigo canto de louvor (tal como o dá E. Ebeling, Keilschrifttexte
aus Assur religiósen Inhalts, Parte 1, [Leipzig, 1915], N.º 8):
Uma das edificações mais cheias de colorido daquela cidade era a famosa
Porta do Ishtar, junto ao Palácio do Sul, que formava uma das entradas do
norte da Cidade Interior. Era a mais formosa das portas de Babilônia,
porque por ela passava a rua das procissões, que levava dos
distintos palácios reais ao templo da Esagila. Felizmente esta porta não foi
tão completamente destruída como os outros edifícios de Babilônia e é agora a
mais impressionante de todas as ruínas da cidade. eleva-se ainda a uma
altura de 12 M.
"Eu tenho feito a Babilônia, a Santa cidade, a glória dos grandes deuses, mais
destacada que antes, e impulsionei sua reconstrução. Fiz que os
santuários de deuses e deusas sejam iluminados como o dia. Nenhum outro rei
entre todos os reis jamais criou, nenhum outro rei anterior construiu
jamais, o que eu construí magnificamente para o Marduk. Fomentei ao máximo
a habilitação da Esagila, e a renovação de Babilônia mais do que se havia
feito antes. Todas minhas obras valiosas, o embelezamento dos santuários de
os grandes deuses que eu empreendi, mais que meus antepassados reais, eu escrevi
em um documento e pus por escrito para as gerações vindouras. Todos meus
feitos, que eu tenho escrito neste documento lerão aqueles que saibam [ler] e
recordarão a glória dos grandes deuses. Seja comprido o caminho de minha vida, me
eu regozije em minha semente; governe minha semente sobre os povos de cabeça
negra para toda a eternidade e a menção de meu nome seja proclamado para bem
em todos os tempos futuros".
7 PR 379
9 PR 379
10-11 PR378
11-12 Ed 171
12-17 PR 378
13 Ed 172
14 8T 127
18-22 PR 379
23-27 PR 380
27 Ed 170; PR 368
30 Ed 171; 8T 127
30-32 PR 381
31 Ed 172; PR 391
33-35 PR 382
34 Ev 69; PR 377
35 8T 180
36-37 PR 382
CAPÍTULO 5
7 O rei gritou em alta voz que fizessem vir magos, caldeos e adivinhos; e disse
o rei aos sábios de Babilônia: Qualquer que leoa esta escritura e me
mostre sua interpretação, será vestido de púrpura, e um colar de ouro levará
em seu pescoço, e será o terceiro senhor no reino.
8 Então foram introduzidos todos os sábios do rei, mas não puderam ler
a escritura nem mostrar ao rei sua interpretação.
12 por quanto foi achado nele maior espírito e ciência e entendimento, para
interpretar sonhos e decifrar enigmas e resolver dúvidas; isto é, no Daniel, ao
qual o rei pôs por nomeie Beltsasar. Chame-se, pois, agora ao Daniel, e ele lhe
dará a interpretação.
14 Eu ouvi que ti que o espírito dos deuses Santos está em ti, e que em
ti se achou luz, entendimento e maior sabedoria.
15 E agora foram gastos diante de mim sábios e astrólogos para que lessem
esta escritura e me dessem sua interpretação; mas não puderam me mostrar a
interpretação do assunto.
17 Então Daniel respondeu e disse diante do rei: Seus dons sejam para ti, e
dá suas recompensas a outros. Lerei a escritura ao rei, e lhe darei a
interpretação.
21 E foi jogado de entre os filhos dos homens, e sua mente se fez semelhante
a das bestas, e com os asnos monteses foi sua morada. Erva o
fizeram comer como a boi, e seu corpo foi molhado com o rocio do céu,
até que reconheceu que o Muito alto Deus tem domínio sobre o reino dos
homens, e que põe sobre ele ao que lhe agrada.
22 E você, seu filho Belsasar, não humilhaste seu coração, sabendo tudo isto;
24 Então de sua presença foi enviada a mão que riscou esta escritura.
28 Peres: Seu reino foi quebrado, e dado aos medos e aos persas. 828
1.
Belsasar.
O rei.
Um grande banquete.
É um fato bem conhecido que era comum que os antigos monarcas celebrassem
festas para seus cortesãos. Uma esteira descoberta no Nimrud, a antiga
Calah, menciona que o rei Asurnasirpal II fez uma grande festa para a
inauguração de um novo palácio. declara-se que deu alimento, veio e
alojamento a 69.574 pessoas durante 10 dias. O historiador grego Ctesias
diz que os reis persas alimentavam a 15.000 pessoas cada dia e que
Alejandro Magno teve 10.000 convidados em sua festa de bodas. descreve-se uma
festa similar no Est. 1: 3-12.
2.
Alguns entendem que estas palavras implicam que Belsasar estava ébrio quando
deu a ordem de trazer os copos sagrados de Jerusalém. Outros explicam que a
frase significa que se deu a ordem depois da comida, no momento quando
começava a circular o vinho. Recorrem a declarações clássicas gregas que
afirmam que os persas tinham o costume de tomar vinho depois da comida.
Entretanto, não era comum profanar objetos sagrados de outras religiões. Por
o tanto, não pareceria natural que Belsasar desse essa ordem enquanto gozava do
completo uso de sua razão (PR 384385).
Copos.
Seu pai.
Possivelmente Belsasar era neto do grande rei (PR 384; ver P. 833). A palavra
"pai" deve interpretar-se como "avô" ou "antepassado", como em muitos outros
passagens da Bíblia (ver com. 1 Crón. 2:7). Ver a Nota Adicional ao final de
este capítulo referente à ascendência do Belsasar desde o Nabucodonosor. Por
sim sozinha, a expressão "seu pai" poderia também entender-se no sentido de "seu
predecessor". Um exemplo de tal uso se encontra em uma inscrição assíria que
chama o rei israelita Jehú, "um filho do Omri", embora não eram consangüíneos.
Em realidade, Jehú foi o exterminador de toda a casa do Omri (2 Rei. 9: 10).
4.
5.
Sobre o caiado.
A mão.
6.
debilitaram-se.
Compare-se com a ISA. 21:3. O terror foi realçado por uma consciência acusadora,
que despertou e cheio ao rei de escuros pressentimentos. A lobreguez de seus
pensamentos deve haver-se acrescentado ao dar-se conta do perigo mortal ao
qual tinha sido arrojado o império por enganos políticos do passado, por seu
própria conduta imoral, pela recente e desastrosa derrota de seu exército e
pelos atos sacrílegos que realizava. Não é de sentir saudades que seus
pensamentos o turvassem.
7.
Magos.
Caldeos.
Adivinhos.
Púrpura.
Colar de ouro.
O terceiro.
8.
10.
Reina-a.
11.
Há um homem.
Não deve considerar-se estranho que Daniel não estivesse entre o grupo dos
sábios convocados pelo rei. Seu período de serviço público sem dúvida havia
terminado algum tempo antes, possivelmente com a morte do Nabucodonosor, ou ainda antes
(ver P. 774). Entretanto, era bem conhecido pelos representantes de uma
geração anterior a qual pertencia a mãe do rei. Ver as razões
possíveis de seu retiro no com. vers. 13.
Magos.
12.
Dúvidas.
Aramaico qetar, "nó". A palavra se usou mais tarde como um término mágico em
Síria e Arábia. Aqui o significado parece ser "tarefas difíceis", ou
"dificuldades" (BJ).
13.
Esta frase pode traduzir-se como asseveração: "Você é aquele Daniel" (RSV).
Se esta fosse a tradução correta, a saudação sugeriria que Belsasar 831
conhecia a origem do Daniel, mas não tinha tido trato oficial com ele. Pelo
menos resulta claro que Daniel já não era o que presidia aos sábios na
corte do rei (cap. 2: 48-49).
14.
17.
Para ti.
18.
Nabucodonosor.
24.
Então.
A mão.
Ver com. vers. 5.
Esta escritura.
25.
26.
MENE.
27.
TEKEL.
Achado falto.
28.
Peres.
O vocábulo Peres pode ser considerado como substantivo singular que significa
"parte" ou "porção". A diferença desta palavra com a que aparece no
vers. 25 (ufarsin), é que aquela aparece em plural e com a conjunção,
podendo-se traduzir como "e partes". No aramaico lhe segue uma forma do verbo
peris que significa "está dividido". Observa-se uma redundância: "parte, está
partido seu reino". Não se fala de duas partes iguais, uma para medos e outra
para persas. O reino tinha que ser dividido em pedaços, destruído e disolvido.
Isto o realizariam os medos e os persas. É interessante que a forma aramaica
Peres contenha as consonantes das palavras aramaicas (ver T. I, pp. 29-30)
que se traduzem como Persia e persas, quem nesse momento estavam às
mesmas portas de Babilônia.
29.
O rei cumpriu a promessa que tinha feito ao Daniel, embora este indicou
claramente que não lhe interessavam as honras oferecidas. Possivelmente Belsasar não pôde
ser dissuadido de seu propósito devido a sua embriaguez. Alguns objetaram que
não foi possível exaltar ao Daniel como o terceiro governante porque Belsasar foi
morto essa mesma noite (vers. 30). A objeção se apóia na hipótese de que
proclama-a se fez publicamente nas ruas da cidade. Mas as palavras
do rei não exigem essa hipótese. Proclama-a pode ter sido feita só ante
os príncipes reunidos no palácio. Não pôde chegar a fazer-se efetiva a
causa dos acontecimentos seguintes.
30.
A mesma noite.
31.
Darío de Meia.
Segundo outra opinião, mantida pela maioria dos eruditos críticos antes do
descobrimento do nome do Belsasar em documentos cuneiformes para fins do
século XIX, o nome Belsasar era uma invenção do autor do livro do Daniel,
quem, segundo afirmações desses críticos viveu em tempos dos macabeos em
o século II A. C.
"É de supor que nunca saberemos como soube nosso autor... que Belsasar, só
mencionado nos registros babilônicos, no Daniel e no Baruc 1: 11, livro
apoiado no Daniel, estava atuando como rei quando Ciro tomou Babilônia"
(Introduction to the Old Testament [Nova Iorque, 1941], pp. 758-759).
1-2 PR 385
3-5 PR 385
4 PVGM 238
6 TM 443
6-8 PR 386
10-16 PR 387
17-24 PR 388
25-29 PR 388
25 TM 443
27 C (1967) 77; CM 266; CMC 148; CN 143, 439, 539; CS 545; FÉ 228, 468; 1JT
27, 88, 91, 157, 241, 262, 321, 354, 511, 521, 523,550; 2JT, 140, 487; 3JT 12,
205, 251; NB 129; MJ 227; MM 151, 164, 195; P 317; 2T; 43, 54, 58, 83, 439; 3T
522, 538; AT 339; 5T 83, 116, 154, 279, 411, 420; 7T 120; TM 239, 290, 447,
458
27-31 Lhe 44
30 PR 390; PVGM 238 836
CAPÍTULO 6
1 PARECIO bem ao Darío constituir sobre o reino cento e vinte sátrapas, que
governassem em todo o reino
2 E sobre eles três governadores, dos quais Daniel era um, a quem
estes sátrapas dessem conta, para que o rei não fosse prejudicado
3 Mas Daniel mesmo era superior a estes sátrapas e governadores, porque havia
nele um espírito superior; e o rei pensou em pô-lo sobre tudo o reino
5 Então disseram aqueles homens: Não acharemos contra este Daniel ocasião
alguma para lhe acusar, se não a acharmos contra ele em relação com a lei de seu
Deus
8 Agora, OH rei, confirma o decreto e assina-o, para que não possa ser revogado,
conforme à lei de Meia e da Persia, a qual não pode ser anulada
10 Quando Daniel soube que o decreto tinha sido assinado, entrou em sua casa, e
abertas as janelas de sua câmara que davam para Jerusalém, ajoelhava-se
três vezes ao dia, e orava e dava obrigado diante de seu Deus, como o estava acostumado a
fazer antes
12 Foram logo ante o rei e lhe falaram do decreto real: Não confirmaste
decreto que qualquer que no espaço de trinta dias peça a qualquer deus ou
homem fora de ti, OH rei, seja jogado no fosso dos leões? Respondeu o
rei dizendo: Verdade é, conforme à lei de Meia e da Persia, a qual não
pode ser anulada
15 Mas aqueles homens rodearam ao rei e lhe disseram: Saiba, OH rei, que é
lei de Meia e da Persia que nenhum decreto ou regulamento que o rei confirme
pode ser anulado
16 Então o rei mandou, e trouxeram para o Daniel, e lhe jogaram no fosso dos
leões. E o rei disse ao Daniel: teu Deus, a quem você continuamente serve,
ele te libere
17 E foi gasta uma pedra e posta sobre a porta do fosso, a qual selou o
rei com seu anel e com o anel de seus príncipes, para que o acordo aproxima
do Daniel não se alterasse
20 E aproximando-se do fosso chamou vozes ao Daniel com voz triste, e lhe disse:
Daniel, servo do Deus vivente, teu Deus, a quem você continuamente
serve, pôde-te liberar dos leões?
22 Meu Deus enviou seu anjo, o qual fechou a boca dos leões, para que não me
fizessem mal, porque ante ele fui achado inocente; e até diante de ti, OH
rei, eu não tenho feito nada mau
23 Então se alegrou o rei em grande maneira por causa dele, e mandou tirar
Daniel do fosso; e foi Daniel tirado do fosso, e nenhuma lesão se achou nele,
porque tinha crédulo em seu Deus
24 E deu ordem o rei, e foram gastos aqueles homens que tinham acusado a
Daniel, e foram jogados no fosso dos leões eles, seus filhos e seus
mulheres; e ainda não tinham chegado ao fundo do fosso, quando os leões se
deram procuração deles e quebraram todos seus ossos
26 De minha parte é posta este regulamento: Que em todo o domínio de meu reino
todos temam e tremam ante a presença do Deus do Daniel; porque ele é o
Deus vivente e permanece por todos os séculos, e seu reino não será jamais
destruído, e seu domínio perdurará até o fim
1.
Sátrapas.
2.
Três governadores.
Este corpo administrativo não se menciona em fontes que não sejam bíblicas.
Falta por completo toda prova documentário da época quanto à
organização do império persa antes do reinado do Darío I.
3.
Um espírito superior.
Esta não era a primeira vez em que observadores reais tinham notado um
"espírito' excepcional no Daniel. Nabucodonosor tinha atestado que Daniel
possuía "espírito dos deuses Santos" (cap. 4: 8). Reina-a mãe repetiu
esta expressão em sua entrevista com o Belsasar durante sua última e fatal noite
(cap. 5: 11). Nessa mesma ocasião, ela chamou a atenção ao "maior espírito"
que se tinha observado no Daniel (cap. 5:12). Este espírito se havia
manifestado não só ao resolver "dúvidas" (cap. 5:12), mas também em seu
escrupulosa integridade, fidelidade invariável, lealdade ao dever e integridade em
palavras e feitos, qualidades que estranha vez se viam nos funcionários disso
tempo. Ao Darío bastou conhecer brevemente a este ancião estadista,
sobrevivente da idade de ouro da Babilônia imperial, para convencer-se de
que seria uma decisão sábia pôr ao Daniel como principal administrador do
novo império e conselheiro da coroa.
4.
Acusar ao Daniel.
Ao fazer seus planos de elogiar ao Daniel ao mais alto cargo civil do governo,
é indubitável que o rei estava atuando para beneficiar à coroa e ao
império. Entretanto, não tomou em conta o ciúmes que naturalmente surgiriam
entre os dignatarios medos e persas quando um judeu, anterior ministro dos
babilonios, ocupasse um cargo que segundo suas expectativas teria que ser para
eles.
5.
6.
7.
Todos.
Sem dúvida uma mentira, porque é duvidoso que todos tivessem sido consultados.
observou-se também que a ordem de não orar durante um mês a ninguém salvo ao
rei, embora nessa ocasião ia dirigida em forma específica ao Daniel, pode
ter sido sugerida por um costume nacional religiosa de laje medos em
tempos anteriores, segundo a qual lhe rendiam honras divinas ao rei.
Herodoto (I. 199) faz notar que Deus é, um dos primeiros reis conhecido de
os medos, havia jogo que sua pessoa fosse objeto de reverente pavor ante os
olhos de seus súditos, retirando-se da vista dos homens comuns para
convencer a seu povo de que era diferente deles. É evidente que até os
reis persas estivessem ocasionalmente dispostos a aceitar honras divinas
porque o jogo de que no Egito permitiram que se adicionassem atributos divinos
a seus nomes. As inscrições hieroglíficas se referem ao Cambises como
"filho de Ré", o deus sol, e ao Darío como "o filho de deus". Por isso não é
necessário recorrer aos imperadores romanos para encontrar os primeiros
paralelos históricos da ordem de Dão. 6: 7 como alguns críticos o hão
pretendido.
8.
De Meia e da Persia.
10.
Sua casa.
Possivelmente a casa do Daniel tinha um teto plano como a maioria das casas de
Mesopotamia, tão antigas como modernas. Geralmente há em uma esquina um
departamento que se eleva por cima do teto plano, e que tem janelas com
persianas para a ventilação. Tais peças eram um lugar ideal para retrair-se
com propósitos de devoção.
Abertas as janelas.
ajoelhava-se.
11.
Os conjurados não tiveram necessidade de esperar muito tempo até ver que
Daniel desacatava a proibição do rei. Houvesse decreto ou não o houvesse, esse
homem de Deus acreditava que devia continuar com seus costumes habituais de
oração. Deus era para ele a fonte de toda sabedoria e do êxito de sua vida.
O favor do céu lhe era mais caro que a vida mesma. Sua conduta era o
resultado natural de sua confiança em Deus.
13.
Dos cativos.
14.
Liberar ao Daniel.
O monarca viu a cilada que lhe tinha tendido. Quando lhe propôs o
decreto, os homens tinham recorrido a lisonjas, e o ancião rei havia
acessado sem dar-se conta do complô que estava no fundo do plano desses
homens, em cujo bom julgamento o rei acostumava confiar. Repentinamente se
deu conta de que a origem do decreto não era como ele o tinha pensado: para
honrar seu reinado e a sua pessoa, a não ser para privar o de um verdadeiro amigo e
funcionário público digno de confiança. Apesar de seus esforços quase
frenéticos, o rei não pôde encontrar uma desculpa legal pela qual pudesse
salvar ao Daniel e ao mesmo tempo conservar o conceito básico dos medos e
pensassem quanto à inviolabilidade da lei.
15.
Rodearam ao rei.
Pela segunda vez naquele dia desgraçado os inimigos do Daniel vieram ante o
rei, esta vez, ao entardecer. Durante horas tinham esperado que se cumprisse a
sentença, e quando nada ocorreu, voltaram a entrevistar-se com o rei e com
descaramento pediram que morrera sua vítima. Sabiam que tinham direito de insistir
legalmente para que Daniel fora executado, e que a lei não dava direito a
nenhuma escapatória.
16.
Você livre.
17.
A qual selou.
18.
Instrumentos de música.
19.
Muito de amanhã.
20.
Triste.
21.
22.
O autor da epístola aos Hebreus se refere a isto que aconteceu com Daniel e
atribui a liberação do profeta ao poder da fé (Heb. 11: 33).
É de supor que Daniel não tinha tratado de desculpar-se antes de ser jogado a
os leões. Qualquer palavra pronunciada então poderia ter sido
interpretada por seus inimigos como um sinal de debilidade ou de temor. Sem
embargo, depois de que Deus tinha acreditado conveniente lhe salvar a vida, Daniel
quis declarar sua inocência.
23.
Os requisitos do decreto real tinham sido cumpridos. Esse decreto não exigia a
execução do transgressor a não ser só que fora "jogado no fosso dos leões"
(vers. 7). É obvio, não há dúvida de que estas palavras implicavam uma
sentença de morte. Daniel tinha sido jogado no fosso dos leões, e não
havia restrições constitucionais que lhe impedissem ao rei que tirasse
Daniel de dito fosso.
24.
Seus filhos.
Tanto Herodoto (iII. 119) como Amiano Marcelino (xXIII. 6, 81) testemunham que
condenar a morte às algemas e aos filhos junto com os homens
sentenciados estava de acordo com os costumes persas.
26.
28.
Durante o reinado.
A repetição destas palavras não indica uma separação entre o reino persa e
o meço, a não ser meramente uma distinção de governantes, a gente meço, o outro,
persa. A construção da oração permite interpretar que Ciro foi
lhe corrijam com o Darío ou seu sucessor.
3. Chegou a "ser rei sobre o reino dos caldeos" (cap. 9: 1). portanto,
"tomou" [ou "recebeu" (BJ)] o reino" (cap. 5: 31).
1. Que Darío de Meia era Astiages, o último governante do reino meço antes
de que Ciro tomasse o império. Astiages era filho do Ciajares (ou Ciaxares) I,
cujo nome, afirma-se, pode ser identificado lingüisticamente com o de
Asuero do cap. 9: 1, embora Asuero, em outros casos, representa no nome de
Jerjes (ver com. Est. 1: 1). Posto que Astiages começou a reinar ao redor do
ano 585 A. C., já teria sido ancião em ocasião da queda de Babilônia em
539 A. C., tal como nos diz que o era Darío (cap. 5: 31). Este fato faz
mais factível a possibilidade desta identificação sugerida.
3. Que Darío de Meia era Gobrias (o ponto de vista que encontrou mais
apoio). Segundo Jenofonte (Ciropedia vII), Gobrias era um ancião geral que
tomou Babilônia para o Ciro. A Crônica do Nabonido, um importante documento
cuneiforme, menciona-o ao descrever a queda de Babilônia. Diz que "Ugbaru,
o governador do Gutium, e o exército do Ciro entraram em Babilônia sem
combater" nos dia 16 do mês do Tisri.
Os que identificam ao Darío de Meia com o Gobrias e igualam ao Ugbaru com o Gubaru
assinalam que Gobrias é apresentado como o que tomou a Babilônia e que
virtualmente chegou a ser seu governante. portanto, lhe poderia haver
chamado "rei" embora os registros de então só o chamam governador. O
feito de que, segundo a Crônica do Nabonido, aparece como nomeando governadores
sobre Babilônia, parece corroborar o que diz Dão. 6: 1-2, onde essa tarefa se
atribui ao Darío de Meia. explicou-se também que o nome Gubaru é de
origem meço. Além disso seu cargo anterior como governador do Gutium, uma província
fronteiriça de Meia, pareceria admitir a possibilidade de que fora meço.
Embora esta identificação do Darío com o Ugbaru (Gobrias) é mais aceitável que
as duas mencionadas anteriormente, há também objeções contra este ponto de
vista. Gobrias é chamado governador, não um rei. Sendo que viveu muitos anos
depois da queda de Babilônia, deve ter tido muito menos de 62 anos em
539 A. C.
Sempre que Jenofonte seja exato, pode-se demonstrar que Ciajares II tinha já
uma idade avançada quando caiu Babilônia, em apóie ao seguinte: Ciajares II
era sogro do Ciro. Ciro mesmo teria com toda probabilidade pelo menos 40
anos então, o que é 844 evidente porque seu filho Cambises tinha suficiente
maturidade para representá-lo oficialmente durante as atividades do dia de
ano novo. portanto, Ciajares II poderia ter tido 62 anos quando caiu
Babilônia; idade que Daniel atribuiu ao Darío de Meia. Sua idade relativamente
avançada -em um tempo quando a maioria da gente morria jovem- poderia haver
determinado que não sobrevivesse por muito tempo à queda de Babilônia. Isto
explicaria por que Daniel menciona unicamente o primeiro ano de seu reinado.
Jenofonte não nos informa nada mais a respeito do Ciajares pouco depois da
conquista de Babilônia.
A declaração feita pelo Daniel de que Darío era "filho" do Asuero possivelmente devesse
entender-se como que era "neto" do Asuero. Há abundantes prova de que a
palavra hebréia que significa "filho" pode também traduzir-se por "neto", ou até
um descendente mais remoto (ver com. 2 Rei. 8: 26). A forma castelhana Asuero
vem do hebreu ´Ajashwerosh, que poderia ser uma tradução do Uvaxshtrah, a
antiga grafia persa do Ciajares I, mas não do Astiages.
Este resumo demonstra que há ainda muitos fatores escuros para resolver o
problema da identificação do Darío o Meço mediante documentos históricos e
arqueológicos. Entretanto, considerando todas as possibilidades, este
Comentário se inclina pelo quarto ponto de vista.
1- 28 CV 255; PR 396-403
1-4 ECFP 53
1-5 PR 396
3-4 CV 255
4-10 4T 368
5 ECFP 54
6-9 PR 396
7 ECFP 54
10 CH 423; CV 255; ECFP 55; HH 217; 2JT 153; OE 187; PR 34, 397; 4T 373; 5T
527; Lhe 169
12-13 PR 398
14-16 ECFP 56
14-17 PR 398
17-24 ECFP 56
20-27 PR 399
25-27 Ed 53
26 PR 400
27 2T 54
28 PR 400 845
CAPÍTULO 7
2 Daniel disse: Olhava eu em minha visão de noite, e hei aqui que os quatro
ventos do céu combatiam no grande mar.
4 A primeira era como leão, e tinha asas de águia. Eu estava olhando até que
suas asas foram arrancadas, e foi levantada do chão e ficou erguida sobre
os pés a maneira de homem, e foi dado coração de homem.
6 depois disto olhei, e hei aqui outra, semelhante a um leopardo, com quatro
asas de ave em suas costas; tinha também esta besta quatro cabeças; e foi
dado domínio.
8 Enquanto eu contemplava os chifres, hei aqui que outro corno pequeno saía
entre eles, e diante dele foram arrancados três chifres dos primeiros; e
hei aqui que este corno tinha Olhos como de homem, e uma boca que falava
grandes costure.
12 Haviam também tirado às outras bestas seu domínio, mas lhes tinha sido
prolongada a vida até certo tempo.
14 E foi dado domínio, glória e reino, para que todos os povos, nações
e línguas lhe servissem; seu domínio é domínio eterno, que nunca passará, e seu
reino um que não será destruído.
19 Então tive desejo de saber a verdade a respeito da quarta besta, que era
tão diferente de todas as outras, espantosa em grande maneira, que tinha dentes
de ferro e unhas de bronze, que devorava e esmiuçava, e as sobras pisava
com seus pés;
20 Deste modo a respeito dos dez chifres que tinha em sua cabeça, e do outro que
tinha-lhe saído, diante do qual tinham cansado três; e este mesmo corno tinha
Olhos, e boca que falava grandes costure, e parecia maior que seus
companheiros.
23 Disse assim: A quarta besta será um quarto reino na terra, o qual será
diferente de todos os outros reino, e a toda a terra devorará, debulhará e
despedaçará.
26 Mas se sentará o juiz, e lhe tirarão seu domínio para que seja destruído e
arruinado até o fim,
28 Aqui foi o fim de suas palavras. Quanto a mim, Daniel, meus pensamentos me
turvaram e meu rosto se mudou; mas guardei o assunto em meu coração.
1.
Escreveu.
O principal do assunto.
2.
Ventos.
Combatiam.
O grande mar.
3.
Quatro bestas.
Diferentes.
Subiam.
4.
Arrancadas.
O leão já não podia voar como águia para alcançar sua presa. Isto se refere
indubitavelmente ao tempo quando reis menos capitalistas seguiram ao Nabucodonosor
no trono de Babilônia, governantes durante cuja administração Babilônia
perdeu glória e poder. Alguns sugeriram também que isto é uma possível
referência à última parte da vida do Nabucodonosor, quando durante sete
anos foi tirado não só o poder mas também também a razão (cap. 4: 31-33).
Coração de homem.
5.
Um urso.
De um flanco.
Três costelas.
Foi dito.
6.
Semelhante a um leopardo.
Quatro cabeças.
Mas a autoridade central -quer dizer, os regentes dos dois reis bonecos-
nunca foi o suficientemente forte para unir ao vasto império. depois de
uns doze anos de lutas internas, durante as quais o domínio de diversas
zonas do território trocou de mão repetidas vezes e nos que ambos os reis
foram mortos, Antígono surgiu como o último dos pretendentes ao poder
central sobre tudo o império. Lhe opunha uma coalizão de quatro poderosos
caudilhos: Casandro, Lisímaco, Seleuco e Ptolomeo, que tinham a intenção de
dividir o território entre eles. Em 306 A. C. Antígono se declarou rei
(conjuntamente com seu filho Demetrio) de toda a nação e sucessor do Alejandro.
Ante isto, os quatro aliados, deixando seu título inferior de sátrapas, se
declararam reis de seus respectivos territórios (ver mapa B, P. 850).
7.
A quarta besta.
Compare-se com o ver 19. Possivelmente não havia na natureza nenhuma similitude com
a qual designar a esta besta horrível, posto que não se faz nenhuma
comparação como no caso das três primeiras bestas. Entretanto, não
devesse haver dúvida 850
851
852 de que representava ao mesmo poder que está simbolizado pelas pernas de
ferro da grande imagem (ver com. cap. 2: 40).
A história ensina claramente que o poder mundial que seguiu ao terceiro império
desta profecia foi Roma. Entretanto, a transição foi gradual. De maneira
que é impossível assinalar um acontecimento específico que indique o momento
da mudança. Como já se há dito, o império do Alejandro foi dividido depois
do 301 A. C. em quatro (mais tarde três) reino helenísticos (ver cap. 8: 8), e
sua substituição pelo Império Romano foi um processo gradual que implicou várias
etapas principais. Os escritores não estão de acordo quanto à data que
assinala a hegemonia do império seguinte.
Por volta do ano 200 A. C., quando Cartago já não era mais rival (embora não foi
destruída a não ser meio século mais tarde), Roma era proprietária do Mediterrâneo
ocidental e tinha começado a relacionar-se com o Oriente, onde dali em
adiante também chegaria a dominar. Em 197 A. C. Roma derrotou a Macedônia e
pôs aos Estados gregos sob seu amparo. Em 190 Roma derrotou ao Antíoco
III e tomou o território seléucida pelo este até os Montes do Touro. Em
168 A. C., na batalha da Pidna, Roma acabou com a monarquia da Macedônia,
dividindo-a em quatro confederações; e possivelmente nesse mesmo ano repreendeu a
Antíoco IV fazendo que abandonasse a idéia de conquistar o Egito. Em 146 A. C.
Roma se anexou a Macedônia como província e pôs a maior parte das cidades
gregas sob o governador da Macedônia.
Não se pode dar uma data única para um processo gradual. Seja qual for a
eleição de data ou datas mais significativas que se faça, o transpasse do
poder mundial a Roma fica claro, e no ano 30 A. C. se completou a absorção
do território do Alejandro da Macedônia até o Eufrates. Ver o artigo
sobre o período intertestamentario no T. V.
As sobras pisava.
Quando Roma não destruía ou subjugava a um povo, estava acostumado a escravizar a seus
habitantes ou os vendia como escravos. Na intensidade de seu poder destruidor
Roma ultrapassou aos reino que previamente tinham dominado ao mundo.
Dez chifres.
8.
Melhor, "outros 853 corno, um pequeno". Embora pequeno ao começo, este corno
é descrito posteriormente como "maior que seus companheiros". Verá-se que
isto simboliza a continuação do poder romanos mediante a Igreja Romana.
"Das ruínas da Roma política se levantou o grande império moral na
'forma gigante' da Igreja Romana" (A. C. Flick, The Rise of the Mediaeval
Church, 1900, P. 150). Ver com. vers. 24-25.
"Sob a potestad do Império Romano as batatas não tinham poder temporário. Mas
quando o Império Romano se desintegrou e seu lugar foi ocupado por vários
reino rudes e bárbaros, a Igreja Católica Romana não só se independizó de
esses Estados no aspecto religioso, mas sim dominó também no secular. A
vezes, sob governantes tais como Carlomagno (768-814), Otón o Grande
(936-973) e Enrique III (1039-1056), o poder civil teve certo predomínio
sobre a igreja; mas em geral, durante o débil sistema político do
feudalismo, a igreja, bem organizada, unificada e centralizada, com a batata
a sua cabeça, não só era independente nos assuntos eclesiásticos mas também
também controlava os assuntos civis" (Carl Conrad Eckhardt, The Papacy and
World-Affairs [1937] P. 1).
Diante.
Resumindo: (1) A batata já tinha sido reconhecido em forma mais ou menos ampla
(embora de maneira nenhuma em forma universal) como bispo supremo das
Iglesias do Ocidente e tinha exercido considerável influencia política, de
tanto em tanto, sob o patrocínio dos imperadores ocidentais. (2)Em 533
Justiniano reconheceu a supremacia eclesiástica da batata como "cabeça de todas
as santas Iglesias" tanto no Oriente como Ocidente, e esse reconhecimento
legal foi incorporado ao código de leis imperiais (534). (3) Em 538 o papado
foi realmente liberado do domínio dos reino nos arrie, que dominaram a Roma
e a Itália depois dos imperadores ocidentais. Desde esse tempo o papado
pôde aumentar seu poder eclesiástico. Os outros reino se fizeram católicos,
um por um, e posto que os longínquos imperadores do Oriente não retiveram o
domínio da Itália, a batata surgiu freqüentemente como uma figura principal dos
turbulentos acontecimentos que seguiram a este período do Ocidente. O
papado adquiriu domínio territorial e finalmente alcançou o apogeu de seu
dominação política tanto como religiosa na Europa (ver Nota Adicional ao final
deste capítulo). Embora essa dominação veio muito mais tarde, pode achar-se
o ponto decisivo em tempos do Justiniano.
Alguns pensam que é significativo que Vigilio, a batata que ocupava esse cargo
em 538, tivesse substituído no ano anterior a uma batata que tinha estado sob a
influência gótica. A nova batata devia seu posto à imperatriz Teodora e era
considerado pelo Justiniano como o meio para unir a todas as Iglesias de
Oriente e do Ocidente sob seu domínio imperial. feito-se notar que, a
partir do Vigilio, as batatas foram mais e mais estadistas de uma vez que
eclesiásticos, e freqüentemente chegaram a ser governantes seculares (Charles Bemont
e G. Monod, Medieval Europe, P. 121).
Este corno.
Olhos.
9.
Postos.
Ancião de dias.
Cujo vestido.
10.
Milhares de milhares.
sentou-se.
Compare-se com o Apoc. 20: 12. A seguinte contagem aparece no CS 533-535: (1)
O livro da vida, onde se registram os nomes de todos aqueles que hão
aceito servir a Deus. (2) O livro de cor, um registro das boas
obras dos Santos. (3) Um registro dos pecados dos homens. Ao comentar
uma visão da fase executiva do julgamento, ao final dos 1.000 anos, faz-se
a seguinte classificação: (1) O livro da vida que registra as boas
obras dos Santos. (2) O livro da morte que ordem as más obras de
os impenitentes. (3) O livro dos estatutos, a Bíblia, segundo cujas normas
os homens são julgados. (P 52).
11.
Eu então olhava.
Grandes palavras.
Mataram à besta.
12.
13.
Como um filho de homem.
Aramaico, kebar 'enash, literalmente "como filho de homem". Segundo o uso aramaico,
a frase poderia traduzir-se: "como homem" ( Hans Bauer e Pontus Leander,
Grammatik dê Biblisch-Aramäischen [Ache, 1927], P. 315d). A LXX 856 reza
Hós huiós anthrpóu, também literalmente, "como filho de homem".
Isto não pode representar a segunda vinda de Cristo a esta terra, posto que
Cristo chega até o "Ancião de dias". Aqui se representa a entrada de
Cristo no lugar muito santo para a purificação do santuário (CS 479,
533-534).
14.
No Luc. 19: 12-15 se representa a Cristo como a um nobre que empreendeu uma viagem
a terras longínquas para receber um reino, e voltar. Ao final de seu ministério
sacerdotal no santuário, enquanto ainda está no céu, Cristo recebe o
reino de seu Pai e depois volta para a terra a procurar a seu Santos (ver CS
481; P 55, 210).
15.
Turvou.
16.
Um dos que.
Não se identifica a este ser. Daniel está ainda em visão e o ser a quem se
dirige provavelmente é um dos que ajudam no julgamento. Quando com coração
sincero procuramos um melhor entendimento espiritual, o Senhor tem a alguém
preparado para nos ajudar. Os anjos anseiam comunicar a verdade aos homens. São
espíritos ministradores (Heb. 1: 14) comissionados Por Deus para trazer mensagens
do céu à terra (Hech. 7: 53; Heb. 2: 2; Apoc. 1: 1).
17.
Quatro reis.
18.
Possuirão o reino.
19.
Saber a verdade.
20.
maior.
Aramaico rab, "grande", "magno". " frase reza literalmente, "sua aparência
grande mais que seus companheiros". Embora pequeno em seus começos, este corno
pequeno cresceu até ser maior que qualquer dos outros chifres. Este poder
seria superior a todos os outros poderes terrestres. Ver com. vers. 24-25 onde
há uma interpretação das características aqui apresentadas.
21.
Este corno pequeno representava um poder perseguidor que levava a cabo uma
campanha de extermínio contra o povo de Deus (ver com. vers. 25).
Vencia-os.
Durante compridos séculos (ver com. vers. 25) os Santos pareciam indefesos ante
essa força destruidora.
22.
deu-se o julgamento.
Não só se daria a falha a favor dos Santos, mas também segundo Pablo (1 Cor.
6: 2-3) e Juan (Apoc. 20: 4) os Santos ajudarão na obra do julgamento durante
os 1.000 anos (CS 719).
23.
Devorará.
24.
Dez chifres.
Dos primeiros.
25.
Falará palavras.
Contra.
Aramaico letsad. Embora tsad significa "lado", letsad não significa, como se
esperaria, "ao lado", a não ser "contra". Mas aqui pareceria significar além disso
"ficar em lugar de". Ao opor-se ao Muito alto, o corno pequeno pretenderia
ser igual a Deus (ver com. 2 Lhes. 2: 4; cf. ISA. 14: 12-14).
"A batata está coroada com uma triplo coroa, como rei do céu e da terra
e da regiões inferiores...
"A batata é como se fora Deus sobre a terra, único soberano dos fiéis de
Cristo, chefe dos reis, tem plenitude de poder, lhe foi encomendada
Por Deus onipotente a direção não só do reino terrestre mas também também do
reino celestial...
"A batata tem tão grande autoridade e poder que pode modificar, explicar e
interpretar até as leis divinas...
"A batata pode modificar a lei divina, já que seu poder não é de homem mas sim de
Deus, e atua como vicerregente de Deus sobre a terra com o mais amplo poder
de atar e soltar a suas ovelhas.
"Algo que se diga que faz o Senhor Deus mesmo, e o Redentor, isso
faz seu vigário, contanto que não faça nada contrário à fé" (tradução de
Lucio Ferraris, "Batata II,Prompta" Bibliotheca, T. VI, pp. 25-29).
Quebrantará.
Ou, "desgastará". Isto se descreve antes com as palavras, "este corno fazia
guerra contra os Santos, e os vencia" (vers. 21). A frase descreve uma
perseguição contínua e implacável. O papado reconhece que perseguiu e
defende tais feitos como o legítimo exercício do poder que pretende haver
recebido de Cristo. O seguinte está tirado do The Catholic Encyclopedia:
"Na bula 'Ad exstirpanda' (1252), Inocencio IV diz: 'Quando os que hajam
sido condenados como culpados de heresia tenham sido entregues ao poder civil
pelo bispo ou seu representante, ou a Inquisição, o podestá ou primeiro
magistrado da cidade os levará imediatamente e executará as leis
promulgadas contra eles, dentro do término máximo de cinco dias'... Nem podia
ficar dúvida alguma quanto a quais disposições civis se indicavam,
porque as passagens que ordenavam queimar aos hereges impenitentes 858 estavam
incluídos nos decretos papais das constituições imperiais 'Commissis
nobis' e 'lnconsutibilem tunicam'. A bula antes mencionada 'Ad exstirpanda'
permaneceu dali em adiante como documento fundamental da Inquisição,
renovada ou posta novamente em vigência por várias batatas, Alejandro IV
(1254-61), Clemente IV (1265-68), Nicolás IV (1288-92), Bonifacio VIll (1
294-1303) e outros. portanto, as autoridades civis estavam obrigadas por
as batatas, sou pena de excomunhão, a executar as sentenças legais que
condenavam aos hereges impenitentes à fogueira" (Joseph Blötzer, art.
"Inquisition", T. VIII, P. 34).
Pensará.
Tempos.
Aramaico zimnin (singular, zeman), término que indica tempo fixo, como nos
cap. 3: 7-8; 4: 36; 6: 10, 13, ou um lapso como nos cap. 2: 16; 7: 12. No
cap. 2: 21 se dá uma sugestão quanto ao significado da expressão
"trocar os tempos'. Ali se usam juntas outra vez as mesmas palavras aramaicas
que significam "mudar" e "tempos". Entretanto, nessa passagem Daniel diz que
é Deus quem tem a autoridade de mudar os tempos. É Deus quem rege o
destino das nações. É ele quem "tira reis, e põe reis" (cap. 2: 21).
"Na palavra de Deus contemplamos detrás, em cima e entre a trama e urdimbre
dos interesses, as paixões e o poder dos homens, os instrumentos do
Ser misericordioso, que executam silenciosa e pacientemente os conselhos da
vontade de Deus" (Ed 169). É também Deus quem determina o "tempo" (aramaico
zeman) quando os Santos possuirão o reino (cap. 7: 22). O esforço do corno
pequeno para mudar os tempos indicaria um esforço premeditado para exercer
o direito divino de dirigir o curso da história humana.
A lei.
Aramaico dath, palavra usada para referir-se tanto à lei humana (cap. 2: 9, 13,
15; 6: 8, 12, 15) como à divina (Esd. 7: 12, 14, 21, 25-26). É evidente que
aqui se faz referência à lei divina, já que a lei humana pode ser
trocada segundo a vontade da autoridade civil, e tais mudanças dificilmente
poderiam ser o tema da profecia. Ao investigar se o papado tiver tentado
trocar as leis divinas ou não, encontramos a resposta na grande apostasia
dos primeiros séculos da era cristã quando foram introduzidas numerosas
doutrinas e práticas contrárias à vontade de Deus revelada nas Sagradas
Escrituras. A mudança mais audaz corresponde ao dia de descanso semanal. A
igreja apóstata admite sem rodeios que é responsável pela introdução do
descanso dominical, e pretende que tem o direito de fazer tais mudanças (CS
499-500). Um catecismo autorizado para sacerdotes diz: "A Igreja de Deus [é
dizer, a Igreja Católica] em sua sabedoria ordenou que a celebração do
dia sábado fosse transferida ao 'dia do Senhor' " (Cathechism of the Council of
Trent, tradução do Donovan, Ed. 1829, P. 358). Este catecismo foi escrito
por ordem do grande Concílio do Trento e publicado sob os auspícios da Batata
Pio V.
Esta distinção pode explicar-se assim: Um ano profético de 360 dias não é
literal a não ser simbólico. Por isso seus 360 dias são proféticos, não literais.
Segundo o princípio de dia por ano, ilustrado no Núm. 14:34 e Eze. 4:6, um dia
em profecia simbólica representa um ano literal. Assim um ano profético, ou
"tempo", simboliza 360 anos naturais, literais, e da mesma maneira um
período de 1.260 ou 2.300 ou de qualquer outra quantidade de dias proféticos
representa a mesma quantidade de anos literais (quer dizer, anos revestir
completos, marcados pelas estações que são controladas pelo sol). Embora
o número de dias de cada ano lunar era variável, o calendário judeu se
corrigia com a adição ocasional de um mês extra (ver T. II, pp. 106-107), de
modo que para os escritores bíblicos -ao igual a para nós- uma larga
série de anos sempre era igual ao mesmo número de anos solares naturais. Em
quanto à aplicação histórica do princípio de dia por ano ver pp. 41-80.
26.
Sentará-se o juiz.
Ver com. vers. 9-1l. O veredicto será sentença de morte para o papado. Este
poder continuará sua guerra contra os Santos até o mesmo fim. Então seu
domínio sobre eles será tirado para sempre, e será exterminado.
27.
Seja dado.
Todos os domínios.
28.
Meus pensamentos.
Turvaram-me.
Ou, "assustaram-me".
Rosto.
Aramaico ziw, que significa, segundo alguns eruditos, "semblante", segundo outros
"brilhantismo', provavelmente no sentido de "aparência". A revelação da
historia futura dos Santos assombrou e entristeceu grandemente ao profeta.
Respeito ao futuro, Jesus advertiu a seus discípulos: "Olhem que ninguém vos
engane", porque "muitos falsos profetas se levantarão, e enganarão a muitos",
fazendo "grandes assinale e prodígios" para confirmar suas pretensões
enganosas, "de tal maneira que enganarão, se for possível, até aos escolhidos"
(Mat. 24: 4, 11, 24).
Antes do fim do primeiro século, o apóstolo Juan escreveu que "muitos falsos
profetas saíram pelo mundo" (1 Juan 4: 1), e um pouco depois que "muitos
enganadores saíram pelo mundo" (2 Isto Juan, afirmou, é o "espírito
do anticristo, o qual vós ouvistes que vem, e que agora já está em
o mundo" (1 Juan 4: 3).
Quando a igreja deixou seu "primeiro amor" (Apoc. 2: 4), perdeu sua pureza de
doutrina, suas elevadas normas de conduta pessoal e o invisível vínculo
provido pelo Espírito Santo. No culto, o formalismo deslocou à
simplicidade. A popularidade e o poder pessoal chegaram a determinar mais e mais
a eleição dos dirigentes, quem primeiro assumiram maior autoridade dentro
da igreja local e depois tentaram estender sua autoridade sobre as
Iglesias vizinhas.
Cipriano (M. por volta do ano 258) é considerado como o fundador da hierarquia
católico-romana. Defendia a teoria de que só há uma igreja verdadeira e
que fora dela não há acesso à salvação. Adiantou a idéia de que Pedro
tinha baseado a igreja em Roma, e que portanto o bispo da igreja de
Roma devia ser elogiado por cima dos outros bispos, e que suas opiniões e
decisões deviam prevalecer sempre. Recalcou a importância da sucessão
apostólica direta, afirmou que o sacerdócio do clero era literal e ensinou que
nenhuma igreja podia celebrar ritos religiosos ou atender seus assuntos sem a
presença e consentimento do bispo.
Leão I (o Grande, M. em 461) foi o primeiro bispo de Roma que proclamou que
Pedro tinha sido a primeira batata, que assegurou a sucessão do papado a partir de
Pedro, que pretendeu que o primado tinha sido legado diretamente por
Jesucristo, e que teve êxito na aplicação destes princípios eclesiásticos
à administração papal. Leão I deu sua forma final à teoria do poder
papal e fez desse poder uma realidade. O foi quem conseguiu um decreto do
imperador que declarava que as decisões papais tinham força de lei. Com o
apoio imperial se colocou por cima dos concílios da igreja assumindo o
direito de definir doutrinas e de ditar decisões. O êxito que teve ao
persuadir a Atila que não entrasse em Roma (452) e seu intento de deter
Genserico (455) aumentaram seu prestígio e o do papado. Leão o Grande foi
indubitavelmente um dirigente secular de uma vez que espiritual para seu povo. As
pretensões ao poder temporário feitas por batatas posteriores estavam apoiadas
principalmente na suposta autoridade de documentos falsificados conhecidos como
"fraudes piedosas", tais como a assim chamada Doação do Constantino.
Durante dois séculos houve uma constante luta pela supremacia entre a batata e
o imperador. Às vezes um, e outras vezes outro, obtiveram um êxito passageiro. O
pontificado do Inocencio III (M. 1216) encontrou ao papado no apogeu de seu
poder e durante o século seguinte esteve no cenit de sua glória.
Pretendendo ser o vigário de Cristo, Inocencio III exerceu todos os
privilégios que Gregorio se atribuiu mais de um século antes.
Um século depois do Inocencio III, a batata medieval ideal, Bonifacio VIII (M.
1303) tentou sem êxito reinar como o tinham feito seus ilustres predecessores.
Foi a última batata que tratou de exercer autoridade universal na forma como o
fazia Gregorio VII e como o tinha pretendido Inocencio III. A
decadência do poder do papado se fez plenamente evidente durante o assim
chamado cativeiro babilônico (1309-1377), quando os franceses transladaram por
força a sede do papado de Roma ao Avignon, na França. Pouco depois do
retorno a Roma, começou o que se conhece como o grande cisma (13781417). Durante
esse tempo houve pelo menos dois, e às vezes três batatas rivais, cada um
ameaçando e excomungando a seus rivais e pretendendo ser a verdadeira batata.
Como resultado, o papado sofreu uma irreparável perda de prestígio aos
olhos dos povos da Europa. Muito antes dos tempos da Reforma, dentro
e fora da Igreja Católica, levantaram-se vozes contra seus arrogantes
864 pretensões e de seus muitos abusos de poder, tanto seculares como
espirituais. O ressurgimento cultural na Europa ocidental (Renascimento),
era-a dos descobrimentos, o desenvolvimento de fortes Estados nacionais, a
invenção da imprensa e vários outros fatores contribuíram à perda
gradual do poder papal. Já ao aparecer Martín Lutero tinham ocorrido muitas
coisas que escavaram a autoridade de Roma.
Este breve esboço do crescimento do poder papal demonstra que este foi um
processo gradual que abrangeu muitos séculos. O mesmo ocorreu com seu declínio.
pode-se dizer que o primeiro processo se desenvolveu desde aproximadamente o ano
100 até o 756; o segundo, desde mais ou menos 1303 até 1870. O papado
esteve no apogeu de seu poder do tempo do Gregorio VII (1073-85) até
o do Bonifacio VIII (1294-1303). Fica pois em claro que não se podem dar
datas que assinalem uma transição precisa entre a insignificância e a
supremacia, ou entre a supremacia e a relativa debilidade. Da mesma maneira,
como ocorre em todos os processos históricos, tanto o crescimento como a
queda do papado foram processos graduais.
1-28 PR 402,406
2-3 CS 492
9-10 CS 533
10 CS 466, 534, 566; 1JT 520, 524, 561; NB 266; MC 325; MJ 328; P 52; PP 352,
371; 1T 100
13 CS 474; Ed 128
14 CS 480
18 HAd 489; MeM 281; PP 355
22 CS 719
25 CS 55, 58, 492, 499; DTG 712; Ev 173; 3JT 393; NB 110-111; P 33; PR 133,
136-137; SR 328, 331, 382; 1T 76
27 CS 395, 671; DMJ 89; DTG 768; P 151, 280, 295; PP 167; SR 44, 403; 9T 219
28 PR 406
865
CAPÍTULO 8
3 Elevei os olhos e olhei, e hei aqui um carneiro que estava diante do rio, e
tinha dois chifres; e embora os chifres eram altos, a gente era mais alto que o
outro; e o mais alto cresceu depois.
11 Até se engrandeceu contra o príncipe dos exércitos, e por ele foi tirado
o contínuo sacrifício, e o lugar de seu santuário foi jogado por terra.
13 Então ouvi um santo que falava; e outro dos Santos perguntou a aquele
que falava: Até quando durará a visão do contínuo sacrifício, e a
prevaricação asoladora entregando o santuário e o exército para ser
pisoteados?
14 E ele disse: Até duas mil e trezentas tardes e manhãs; logo o santuário
será desencardido.
16 E ouvi uma voz de homem entre as ribeiras do Ulai, que gritou e disse:
Gabriel, ensina a este a visão.
17 Veio logo perto de onde eu estava; e com sua vinda me assombrei, e me prostrei
sobre meu rosto. Mas ele me disse: Entende, filho de homem, porque a visão é
para o tempo do fim.
18 Enquanto ele falava comigo, caí dormido em terra sobre meu rosto; e ele me
tocou, e me fez estar em pé.
19 E disse: Hei aqui eu te ensinarei o que tem que vir ao fim da ira; porque
isso é para o tempo do fim.
20 Quanto ao carneiro que viu, que tinha dois chifres, estes são os reis
de Meia e da Persia.
21 O macho caibro é o rei da Grécia, e o corno grande que tinha entre seus
olhos é o primeiro rei.
24 E seu poder se fortalecerá, mas não com força própria; e causará grandes
ruínas, e 866 prosperará, e fará arbitrariamente, e destruirá aos fortes e
ao povo dos Santos.
25 Com sua sagacidade fará prosperar o engano em sua mão; e em seu coração se
engrandecerá, e sem aviso destruirá a muitos; e se levantará contra o Príncipe
dos príncipes, mas será quebrantado, embora não por mão humana.
1.
terceiro ano.
Antes.
2.
Rio Ulai.
Assírio Ula, um rio não identificado. Os autores clássicos colocam a Seus junto
ao Eulaeo (Karun) ou o Joaspes (Karkheh). Alguns eruditos o vêem como um canal
entre os rios Joaspes e Coprates.
3.
Embora surgiu mais tarde que Meia, Persia chegou a ser o poder dominante quando
Ciro derrotou ao Astiages de Meia em 553 ou 550 A. C. Entretanto, os medos não
eram tratados como inferiores ou como nação subjugada, mas sim mas bem como
confederados. Ver com. cap. 2: 39.
4.
Ao poente.
engrandecia-se.
5.
Macho caibro.
Do lado do poente.
Um corno notável.
Segundo o vers. 21 (ver também a profecia paralela do cap. 11: 3-4), este
corno notável representa ao primeiro grande rei grego, quer dizer ao Alejandro Magno
(ver com. cap. 7: 6).
7.
8.
engrandeceu-se.
9.
E de um deles.
Um corno pequeno.
Este corno pequeno representa a Roma em suas duas fases: pagã e papal. Daniel
viu primeiro Roma em sua fase imperial e pagã quando combatia contra o
povo judeu e os cristãos primitivos, e depois em sua fase papal que
continua até nossos dias e se projeta para o futuro, lutando contra a
verdadeira igreja. Ver com. vers. 13, 23 em relação com esta dobro aplicação.
Muito.
Heb. yéther que significa basicamente "subtraio". Em uns poucos casos este vocábulo
descreve, como o faz aqui, o que transborda uma medida, no sentido de que
deixa um resto. traduz-se "principal" (Gén. 49: 3), "abundantemente" (Sal. 31:
23), "muito mais excelente" (ISA. 56: 12). A palavra que se traduz
"sobremaneira" em Dão. 8: 8 é-me'od, a palavra mais usualmente usada para
significar "muito". No AT me'od se traduz "sobremaneira", ou "em grande maneira"
(Gén. 13: 13; 15: 1; etc.). Não podemos argüir que yéther (Dão. 8: 9) representa
um grau maior que me'od. Qualquer predomínio de Roma sobre a Grécia deve
provar-se historicamente, não apoiando-se nestas palavras.
Ao sul.
Egito foi durante comprido tempo um protetorado virtual de Roma. Seu destino já
estava em mãos de Roma em 168 A. C. quando lhe ordenou que saísse do país a
Antíoco Epífanes, que estava tratando de fazer guerra contra os Ptolomeos.
Egito -que ainda estava sob a administração de seus governantes
tolemaicos- foi um boneco da política romana oriental durante muitos anos
antes de chegar a ser uma província romana o ano 30 A. C.
Ao oriente.
O império seléucida perdeu seus territórios mais ocidentais ante Roma o 190
A. C., e finalmente se converteu na província romana de Síria o 65 A. C. ou
pouco depois.
A terra gloriosa.
Heb. tsebi, "ornamento", "decoração", "glória". Aqui se faz referência a
Jerusalém ou à terra da Palestina. No cap. 11: 16, 41 tsebi se traduz
também "gloriosa". Entretanto nessas passagens, em hebreu está a palavra que
significa "terra", enquanto que aqui esta palavra se subentende. Palestina
foi incorporada ao Império Romano o 63 A. C.
10.
Exército do céu.
Daniel está ainda descrevendo o que viu em visão. Posto que posteriormente o
anjo dá a interpretação (vers. 24), não ficamos em duvida respeito ao
significado do que aqui se descreve. O "exército" e as "estrelas"
evidentemente representam a "os fortes" e ao "povo dos Santos" (vers.
24).
Pisoteou-as.
Isto se refere à fúria com que Roma perseguiu o povo de Deus tão a
miúdo através dos séculos. Nos dias dos tiranos pagãos, Nerón, Decio
e Diocleciano, e novamente nos tempos papais, Roma não vacilou nunca em
tratar duramente a aqueles a quem condenou.
11.
O vers. 25 fala de que este mesmo poder se levanta contra o Príncipe dos
príncipes. faz-se referência a Cristo que foi crucificado pela autoridade de
Roma. Ver com. cap. 9: 25; 11: 22.
Por ele.
Heb. mimménnu, que também pode traduzir-se "procedente dele", o que não
troca o fato de que "ele" seja o autor da ação. Nesta passagem o hebreu
apresenta alguns difíceis problemas de tradução. Essa dificuldade se há
refletido, por exemplo, na versão grega do Teodoción. A tradução da
BJ é a seguinte: "Chegou inclusive até o chefe ['o mesmo Deus', em nota de
pé de página] do exército, aboliu o sacrifício perpétuo e sacudiu o
alicerce de seu santuário". Observe-se que não há uma diferença básica entre
"tirar" (RVR) o contínuo e "abolir" (BJ) o contínuo.
Contínuo sacrifício.
Heb. tamid, palavra que aparece 103 vezes no AT e que se usa como advérbio e
como adjetivo. Significa "continuamente" ou "contínuo", e se aplica a vários
conceitos tais como emprego contínuo (Eze. 39: 14), manutenção permanente (2
Sam. 9: 7-13), tristeza contínua (Sal. 38: 17), esperança contínua (Sal. 71:
14), provocação contínua (ISA. 65: 3), etc. Se usa freqüentemente com relação
ao ritual do santuário para descrever vários aspectos de seus serviços
regulares, tais como o "pão contínuo" que devia estar sobre a mesa dos
pães da proposição (Núm. 4: 7), o abajur que devia arder continuamente
(Exo. 27: 20), o fogo que devia arder sempre sobre o altar (Lev. 6: 13),
as oferendas acesas que deviam 869 oferecer-se diariamente (Núm. 28: 3, 6),
o incenso que tinha que oferecer-se amanhã e tarde (Exo. 30: 7-8). A palavra em
sim não significa "sacrifício", a não ser simplesmente "contínuo" ou "regular".
No cap. 8: 11 tamid tem o artigo definido e portanto se usa como
adjetivo sustantivado, pois não há outro substantivo: "o contínuo". No
Talmud, quando tamid se usa em forma independente como aqui, a palavra se
refere uniformemente ao sacrifício diário. Os tradutores que adicionaram a
palavra "sacrifício" em todas as versões castelhanas da Bíblia,
evidentemente acreditavam que os holocaustos cotidianos eram o tema da
profecia.
Além disso, posto que esta terceira opinião sustenta que o corno pequeno é
símbolo tanto da Roma imperial como da Roma papal (ver com. vers. 9, 13),
as predições respeito a suas atividades podem também entender-se como
aplicáveis por igual a Roma pagã e a Roma papal. Assim o "contínuo"
também pode referir-se ao templo terrestre e a seus serviços, e a supressão
do "contínuo" à desolação do templo pelas legiões romanas em 70 d. C.
e a conseguinte cessação dos serviços cerimoniosos. A este aspecto da
atividade de "a abominação desoladora" Cristo se referiu em seu resumo dos
acontecimentos futuros (ver com. Dão. 11: 31, cf. Mat. 24: 15-20; Luc. 21:
20).
Ao comentar sobre estas três opiniões pode dizer-se que a primeira fica
descartada porque ao Antíoco não lhe pode se localizar dentro dos períodos que
implicam tempo nem nas outras especificações da profecia (ver com. Dão.
9: 25).
Tanto a segunda interpretação como a terceira foram sustentadas por vários
hábeis expositores dentro do movimento adventista, embora a última é a
que atualmente tem mais aceitação. Alguns consagrados estudantes da
Bíblia pensaram que o "contínuo" se refere ao paganismo e outros,
igualmente consagrados, que o "contínuo" se refere ao ministério sacerdotal
de nosso Senhor. Possivelmente este seja uma das passagens da Escritura respeito ao
qual deveremos esperar até um dia melhor para ter uma resposta definitiva.
Como ocorre com outras passagens difíceis da Escritura, nossa salvação não
depende de uma compreensão plena do significado de Dão. 8: 11.
Lugar.
Heb. makon, "sítio". Usa-se a palavra makon na frase "à casa de Deus,. .
. para reedificarla em seu sítio" (Esd. 2: 68). É 870 possível que aqui se faça
referência principalmente à destruição de Jerusalém (ver Dão. 9:26).
12.
Exército.
13.
Até quando?
Contínuo sacrifício.
A prevaricação asoladora.
Este término abrange tanto o sistema pagão como o sistema papal de falsa
religião em conflito com a religião de Deus (ver com. vers. 9, 11).
Santuário.
Exército.
Ver com. vers. 10.
14.
E ele disse.
Tardes e manhãs.
Heb. 'éreb bóqer, literalmente "tarde amanhã", uma expressão comparável com a
descrição dos dias da criação, "a tarde e a manhã um dia" (Gén. 1:
5), etc. A LXX usa a palavra "dias" depois da expressão "tarde e amanhã".
Santuário.
Posto que os 2.300 anos se projetam até bem avançada a era cristã, o
santuário não pode referir-se ao templo de Jerusalém que foi destruído no ano
70 d. C. O santuário do novo pacto é inequivocamente o santuário
celestial, "que levantou o Senhor, e não o homem" (Heb. 8: 2; CS 463 - 470).
Cristo é o supremo sacerdote deste santuário (Heb. 8: 1). Juan previu um
tempo quando se dirigiria especial atenção para "o templo de Deus, e o
altar, e aos que adoram nele" (Apoc. 11: 1). Os símbolos que usa o
revelador som notavelmente parecidos com os que se empregam em Dão. 8: 11-13.
Será desencardido.
15.
Procurava compreendê-la.
16.
Gabriel.
17.
O tempo do fim.
19.
Ao fim da ira.
20.
Carneiro.
21.
Macho caibro.
Heb. Ña'ir, como adjetivo, peludo", "lanzudo"; como essencial, "macho caibro"
(Gén. 37: 31; Lev. 4: 23, etc.). Em relação à interpretação, ver com. Dão. 8:
5.
Corno grande.
Quatro reino.
Comparar com vers. 8; cap. 11: 4. Ver com. cap. 7: 6 em relação aos reino
helenísticos que surgiram do império do Alejandro. O cumprimento preciso de
estes detalhes da visão nos garante que o que tem que seguir se cumprirá
na forma predita.
23.
Ao fim do reinado.
Transgressores.
Cheguem ao cúmulo.
Levantará-se.
Altivo de rosto.
Enigmas.
Heb. Jidah, "figura", como no Núm. 12: 8 e Eze. 17: 2; "enigma", como no Juec.
14: 12; "pergunta", como em 1 Rei. 10: 1. Alguns acreditam que o significado aqui
é "linguagem ambígua", ou "trato arteiro".
24.
Melhor, "causará destruição espantosa". Este poder perseguiu morte aos que
opunham-se a suas pretensões blasfemas e teria extinto ao "povo dos
Santos" se o Senhor não tivesse intervindo em seu favor.
25.
Sagacidade.
Sem aviso.
Quer dizer, enquanto muitos estivessem confiados, acreditando que viviam seguros,
seriam destruídos inadvertidamente.
Isto implica que o Senhor mesmo finalmente destruirá a este poder (ver cap. 2:
34). O sistema eclesiástico representado por este poder tem que continuar até
que seja destruído sem mãos humanas em ocasião da segunda vinda de Cristo
(ver 2 Lhes. 2: 8).
Além Antíoco não viveu ao final (vers. 23) dos reino helenísticos
divididos, a não ser para a metade do período; dificilmente se poderia atribuir seu
poder a outro elemento a não ser a sua própria força (vers. 22); sua sagacidade e seu
política fracassaram mais freqüentemente do que prosperavam (vers. 25); não se
levantou contra nenhum "Príncipe dos príncipes" judeu (vers. 25); sua ação
de jogar a verdade por terra (vers. 12) foi transitiva e fracassou totalmente
porque foi um motivo para que os Judeus defendessem sua fé contra o helenismo.
Embora falou palavras altivas, oprimiu ao povo de Deus e durante um curto
tempo profanou o templo, e embora se poderiam aduzir alguns outros pontos
parcialmente verdadeiros respeito a suas atividades, é evidente que não
encontramos no Antíoco um cumprimento adequado de muitas das
especificações desta profecia. Ver com. vers. 14; cap. 9: 25; 11: 31.
26.
Tardes e manhãs.
E você guarda.
Muitos dias.
27.
Não a entendia.
12 P 742
13-14 PR 406
14 CS 372, 376, 400, 450, 461, 469, 476, 479, 510, 540; Ev 166; NB 64, 70, 306;
P 42, 54, 63, 243, 250, 253; SR 369, 375, 377; IT 52, 58.
16 DTG 201
CAPÍTULO 9
3 E voltei meu rosto a Deus o Senhor, lhe buscando em oração e rogo, em jejum,
cilício e cinza.
4 E orei ao Jehová meu Deus e fiz confissão dizendo: Agora, Senhor, Deus grande,
digno de ser temido, que guardas o pacto e a misericórdia com os que lhe amam
e guardam seus mandamentos;
6 Não obedecemos a seus servos os profetas, que em seu nome falaram com
nossos reis, a nossos príncipes, a nossos pais e a todo o povo de
a terra.
10 e não obedecemos à voz do Jehová nosso Deus, para andar em suas leis que
ele pôs diante de nós por meio de seus servos os profetas.
11 Todo o Israel transpassou sua lei apartando-se para não obedecer sua voz; pelo qual
tem cansado sobre nós a maldição e o Juramento que está escrito na lei
do Moisés, servo de Deus; porque contra ele pecamos.
13 Conforme está escrito na lei do Moisés, todo este mal veio sobre
nós; e não imploramos o favor do Jehová nosso Deus, para
nos converter de nossas maldades e entender sua verdade.
14 portanto, Jehová velou sobre o mal e o trouxe sobre nós; porque justo
é Jehová nosso Deus em todas suas obras que tem feito, porque não obedecemos a
sua voz.
15 Agora pois, Senhor nosso Deus, que tirou seu povo da terra do Egito
com mão poderosa, e te fez renome qual o tem hoje; pecamos,
fizemos impíamente.
16 OH Senhor, conforme a todos seus atos de justiça, com exceção de se agora sua ira e você
furor de sobre sua cidade Jerusalém, seu santo monte; porque por causa de nossos
pecados, e pela maldade de nossos pais, Jerusalém e seu povo são o
oprobio de todos em nosso redor.
17 Agora pois, Nosso deus, ouça a oração de seu servo, e seus rogos; e faz
que seu rosto resplandeça sobre seu santuário assolado, por amor do Senhor.
18 Inclina, OH meu Deus, seu ouvido, e ouça; abre seus olhos, e olhe nossas
desolações, e a cidade sobre a qual é invocado seu nome; porque não
elevamos nossos rogos ante ti confiados em nossas justiças, a não ser em vocês
muitas misericórdias.
19 Ouça, Senhor; OH Senhor, perdoa; disposta ouvido, Senhor, e faz-o; não demore, por
amor de ti mesmo, Meu deus; porque seu nome é invocado sobre sua cidade e
sobre seu povo.
20 Ainda estava falando e orando, e confessando meu pecado e o pecado por mim
povo o Israel, e derramava meu rogo diante do Jehová meu Deus pelo monte
santo de meu Deus;
21 ainda estava falando em oração, quando o varão Gabriel, a quem tinha visto
na visão ao princípio, voando com presteza, veio para mim como à hora do
sacrifício da tarde.
24 E setenta semanas estão determinadas sobre seu povo e sobre sua Santa cidade,
para terminar a prevaricação, e pôr fim ao pecado, e expiar a iniqüidade,
para trazer a justiça perdurável, e selar a visão e a profecia, e ungir ao
Santo dos Santos.
26 E depois das sessenta e duas semanas se tirará a vida ao Mesías, mas não
por si; e o povo de um príncipe que tem que vir destruirá a cidade e o
santuário; e seu fim será com inundação, e até o fim da guerra durarão
as devastações.
27 E por outra semana confirmará o pacto com muitos; na metade da semana
fará cessar o sacrifício e a oferenda. Depois com a multidão das
abominações virá o desolador, até que venha a consumação, e o que
está determinado se derrame sobre o desolador.
1.
2.
Setenta anos.
Em relação à localização destes anos, ver o T. III, pp. 99- 100. Esse
período quase tinha terminado. Não é de sentir saudades que a atenção do Daniel se
tivesse fixado nessa profecia concernente ao tempo. Estava ansioso de que
o Senhor não demorasse a liberação de seu povo cativo.
3.
4.
Orei.
Os vers. 4-19 registram uma das mais notáveis orações do AT. É uma
oração em trabalho do povo de Deus, oferecida por um sincero suplicante.
Amam-lhe.
5.
pecamos.
Compare-se com 1 Rei. 8: 47; Sal. 106: 6. Daniel se identifica com seu povo.
Não há em sua oração nada de justiça própria.
6.
Os profetas.
7.
Justiça.
9.
11.
Tem cansado.
Moisés havia predito que descenderia uma maldição sobre todos os que
voluntariamente desobedecessem a lei de Deus (Lev. 26: 14-41; Deut. 28:
15-68). Isso era só o que mereciam.
Servo de Deus.
13.
14.
Velou.
15.
16.
Justiça.
Israel devesse ter sido uma luz para todo mundo (ver com. 2 Sam. 22: 44,
50; 1 Rei. 8: 43; 2 Rei. 23: 27), mas por sua rebelião obstinada, Jerusalém e
Israel eram agora objeto de brincadeira e recriminação entre as nações da terra.
17.
Santuário.
19.
Não demore.
Heb. 'estragar, "demorar", "vacilar". Daniel está ansioso de que a liberação
prometida não se adie mais. O Senhor se deleita em que nós lhe roguemos
assim, lhe pedindo que apresse sua salvação prometida.
21.
Gabriel.
Ver cap. 8: 15-16. Este é o mesmo ser que tinha explicado as três primeiras
seções da visão do cap. 8. Agora volta com o propósito de completar
sua tarefa atribuída.
3. Daniel não entendia o período de 2.300 dias, a única parte da visão que
não tinha sido explicada ainda (cap. 8: 27; ver a explicação N.° 1), e
evidentemente temia que implicasse uma prolongação do cativeiro e que
continuasse a desolação do santuário (ver cap. 9: 19). Sabia que a promessa
de restauração era condicional e dependia do sincero arrependimento de
Israel (SL 48; ver T. IV, P. 36).
8. Em resposta a esta oração, Gabriel, que tinha sido enviado para explicar
a visão do cap. 8 (cap. 8: 15-19) mas que ainda não tinha terminado a
explicação (ver a explicação N.° 4), saudou o Daniel com o anúncio: "Agora
saí para te dar sabedoria e entendimento" (cap. 9: 22).
10. Note-se especialmente que ao Daniel lhe disse que entendesse a "ordem" e a
"visão" (cap. 9: 23), quer dizer, a visão que tinha visto .o princípio"
(vers. 21). Isto só pode referir-se à visão do cap. 8: 2-14, já que não
deu-se nenhuma outra visão desde aquela. Comparem-nas palavras
"ensina a este a visão" (cap. 8: 16) com "entende a visão" (cap. 9: 23).
11. Dessa maneira o contexto esclarece, sem dúvida nenhuma, que a explicação do
cap. 9: 24-27 é uma continuação que completa a explicação começada no
passagem do cap. 8: 15-26, e que a explicação da passagem do cap. 9: 24-27
trata exclusivamente da parte não explicada da visão, quer dizer do fator
tempo dos 2.300 "dias" do cap. 8: 13-14. Em ambos os casos o anjo é
Gabriel (cap. 8: 16; 9: 21), o tema é idêntico e o contexto demonstra que a
última parte da explicação do cap. 9 toma o fio da explicação no
ponto em que foi deixada no cap. 8.
Com presteza.
Quão reconfortante é saber que o céu está perto da terra. Sempre que
necessitamos ajuda e a pedimos, o Senhor envia a um santo anjo para que venha
a nos socorrer sem demora.
Heb. naga', que pode significar meramente "alcançou" ou "aproximou-se de". Não
podemos assegurar qual significado tem aqui.
Sacrifício.
Heb. minjah. Na lei esta levítica é a palavra comum que indica uma oferenda
de cereais. Uma oferenda especificada de "flor de farinha" acompanhava ao
sacrifício da tarde e da manhã (Núm. 28: 3-8). Daniel evidentemente
orava à hora quando no templo correspondia o sacrifício vespertino.
22.
Entender.
refere-se sem dúvida à visão mencionada no cap. 8: 26-27, a qual "não se
podia compreender" (cap. 8: 27, BJ). Daniel não podia entender a relação entre
os 70 anos de cativeiro preditos pelo Jeremías (Jer. 29: 10) e os 2.300 dias
(anos) que teriam que passar antes da purificação do santuário. Se
desvaneceu quando o anjo lhe disse que a visão seria para "muitos dias" (Dão.
8: 26).
23.
Entende a visão.
24.
Setenta semanas.
Estão determinadas.
Seu povo.
Esta frase pode ter um significado paralelo com a que precede, "terminar a
prevaricação". Alguns expositores notam que a palavra que aqui se traduz
"pecado" (Heb. jatta'oth ou jatta'th, segundo alguns manuscritos e os masoretas)
pode significar "pecados" ou "oferenda pelo pecado". Das 290 vezes que se
usa a palavra jatta'th no AT, 155 vezes significa "pecado" e 135 vezes
"oferenda pelo pecado". Se o significado que se desejava dar era "oferenda por
o pecado", poderia dá-la seguinte interpretação: Quando Cristo, no
Calvário, chegou a ser a realidade simbolizada (antitipo) pelos sacrifícios
efetuados no santuário, já não foi mais necessário que o pecador trouxesse seu
oferenda pelo pecado (ver Juan 1: 29). Entretanto, a forma plural jatta'oth
quase invariavelmente descreve pecados, e só uma vez, a menos que esta também
seja uma exceção, significa oferenda pelos pecados (Neh. 10: 33).
Expiar a iniqüidade.
Heb. kafar vocábulo que geralmente se traduz "fazer expiação", cujo sentido
básico é "cobrir" (ver Exo. 30: 10; Lev. 4: 20; etc.). Mediante seu sacrifício
vigário, Cristo obteve a reconciliação para todos os que aceitam seu
sacrifício.
Justiça perdurável.
Cristo não veio à terra só para fazer que os pecados fossem apagados.
Veio para reconciliar ao homem com Deus. Veio para que fora possível imputar e
repartir sua justiça ao pecador arrependido. Quando os homens o aceitam, ele
confere-lhes o manto de sua justiça, e eles aparecem na presença de Deus
como se nunca tivessem pecado (DC 62). Deus ama às almas arrependidas e
crentes assim como ama a seu Unigénito, e devido a Cristo as aceita em seu
família. Mediante sua vida, morte e ressurreição, Cristo tem feito que a
justiça eterna esteja a disposição de todo filho do Adão que, com fé singela,
esteja disposto a aceitá-la.
Selar.
Evidentemente não se usa aqui com o sentido de "fechar", mas sim de "confirmar" ou
"ratificar". O cumprimento das predições relacionadas com o primeiro
advento do Mesías no tempo especificado pelas profecias nos assegura
que os outros elementos da profecia, em particular os 2.300 dias
proféticos, cumprirão-se com a mesma precisão.
Heb. qódesh qodashim, "algo muito santo" ou "alguém muito santo". A frase hebréia
aplica-se ao altar (Exo. 29: 37; 40: 10), a outros utensílios e móveis
pertencentes ao tabernáculo (Exo. 30: 29), ao perfume santo (Exo. 30: 35-36),
oferendas especificadas de alimento (Lev. 2: 3, 10; 6: 17; 10: 12), oferenda por
o pecado (Lev. 7: 1, 6), o pão da proposição (Lev. 24: 5-9), coisas
consagradas (Lev. 27: 28), ao recinto santo (Núm. 18: 10; Eze. 43: 12), e ao
lugar muito santo do santuário (Exo. 26: 33-34). Em nenhuma parte se aplica esta
frase a pessoas, a menos que, como sugerem alguns, a aplique assim neste
caso e em 1 Crón. 23: 13. Este último texto pode traduzir-se, "Aarón foi
separado para ungi-lo como pessoa muito santo", embora possa também traduzir-se
como na RVR. Alguns expositores Judeus e muitos comentadores cristãos hão
sustenido que se faz referência ao Mesías.
Já que não se pode demonstrar que esta frase se refere em outros casos
definidamente a uma pessoa e já que se está falando do santuário
celestial nos aspectos mais amplos da visão (ver com. Dão. 8: 14), é
razoável inferir que Daniel fala aqui do unção do santuário celestial
antes do tempo do começo da obra de Cristo como supremo sacerdote.
25.
A saída da ordem.
Quando foi dada esta visão, Jerusalém e o templo ainda estavam em ruínas.
O céu anuncia que se daria uma ordem para reconstrui-los e restaurá-los, e
que desde essa data passaria um número determinado de anos até o Mesías
desejado portanto tempo.
Em seus decretos, nem Ciro nem Darío dispuseram medidas efetivas para a
restauração do Estado civil Judeu como uma unidade completa, embora na
profecia do Daniel se prometia uma restauração do governo religioso e do
governo civil. O decreto do sétimo ano do Artajerjes foi o primeiro que deu
ao Estado judeu completa autonomia, sob o domino persa.
Mesías.
Heb. mashíaj, do verbo mashaj, "ungir". portanto, mashíaj descreve a um
"ungido" tal como o supremo sacerdote (Lev. 4:3, 5, 16), os reis do Israel (1
Sam. 24: 6,10; 2 Sam. 19: 21), Ciro (ISA. 45: 1), etc. A versão grega de
Teodoción traduz a palavra mashíaj literalmente, Jristós, palavra que vem
do verbo jríÇ, "ungir", e portanto significa simplesmente "ungido".
"Cristo" é uma trasliteración de jristós. Na história judia posterior se
aplicou o término mashíaj ao Libertador esperado que teria que vir (ver Juan
1: 41; 4: 25-26).
Daniel predisse que o Mesías Príncipe desejado portanto tempo teria que
aparecer em um tempo especificado. A este tempo se referiu Jesus quando
declarou: "O tempo se cumpriu" (Mar. 1: 15; DTG 200). Jesus foi ungido em
ocasião de seu batismo no outono [do hemisfério norte] do ano 27 d. C.
(Luc. 3: 21-22; Hech. 10: 38; cf. Luc. 4: 18).
Príncipe.
Voltará-se a edificar.
Plaza.
Muro.
Tempos angustiantes.
26.
mataria-se ao Mesías depois deste período e não durante ele. Esta expressão não
tem por objeto fixar o tempo exato quando ocorreria o calamitoso
acontecimento da morte do Mesías. Isso se faz no vers. 27, onde esse
sucesso se localiza "na metade da semana".
Tirará-se a vida.
"Não será dele" (BJ). Literalmente, "e não há para ele". O significado desta
frase não é claro. A BJ acrescenta em nota de pé de página: "Texto escuro". Hão-se
sugerido muitos significados possíveis, tais como," e não terá nada", "não
será", "e não houve ajudante para ele".
E o povo.
A tradução que aparece na margem de algumas Bíblias: "e eles [os
judeus] não serão mais seu povo", carece de fundamento pois não corresponde com
o hebreu.
A cidade e o santuário.
Com inundação.
Durarão as devastações.
Esta passagem poderia traduzir-se literalmente, "até o fim [haverá] guerra, uma
determinação de ruínas".
27.
Outra semana.
Posto que as 70 semanas, ou 490 anos, são parte do período mais comprido de 2.300
anos e posto que os primeiros 490 anos desse período 881 se estendem até
o outono do 34 d. C., é possível calcular a data da terminação dos
2.300 anos. Somando a 34 d. C. os 1.810 anos restantes dos 2.300 anos se
chega até o outono de 1844 quando o santuário devia ser "desencardido" (ver
com. cap. 8: 14).
Na metade.
Heb. jatsi, palavra que significa "metade" (Exo. 24: 6; 25: 10, 17; etc.) ou
"médio" (Exo. 27: 5; 38: 4; etc.); o contexto determina o sentido específico.
Várias das versões mais recentes dizem "médio". Essa tradução se apóia em
a hipótese de que o contexto fala do Antíoco Epífanes, quem durante uns
três anos, suprimiu os serviços do templo de Jerusalém. Mas Antíoco não
calça na cronologia profética. Não pode ser o tema desta predição. Como
já se demonstrou, os períodos proféticos alcançam até o tempo do
Mesías e o cumprimento deve encontrar-se em seu tempo.
Cristo. Ver no Problems in Bible Translation, pp. 184- 187, um estudo das
palavras "médio" e "metade".
Cessar.
Multidão.
Consumação.
Quer dizer, o final do que teria que acontecer à nação judia. Triste foi
a sorte dos que rechaçaram sua esperança de salvação.
Desolador.
1PR 408
2 PR 406
3-9 PR 407
4-6 ECFP 59
5 ECFP 61
5-7 5T 636
15 CS 524
16 PR 407
16-17 ECFP 61
17-19 PR 407
18 CS 524
18-19 ECFP 61
19 3TS 386
20 CS 524
21 ECFP 62
22-23 CS 372
24 3JT 150
CAPÍTULO 10
3 Não comi manjar delicado, nem entrou em minha boca carne nem vinho, nem me ungi com
ungüento, até que se cumpriram as três semanas.
4 E nos dia vinte e quatro do primeiro mês estava eu à borda do grande rio
Hidekel.
5 E elevei meus olhos e olhei, e hei aqui um varão vestido de linho, e rodeados seus
lombos de ouro do Ufaz.
6 Seu corpo era como de berilo, e seu rosto parecia um relâmpago, e seus olhos
como tochas de fogo, e seus braços e seus pés como de cor de bronze
brunido, e o som de suas palavras como o estrondo de uma multidão.
8 Fiquei, pois, eu sozinho, e vi esta grande visão, e não ficou força em mim, antes
minha força se trocou em desfalecimento, e não tive vigor algum.
9 Mas ouvi o som de suas palavras; e para ouvir o som de suas palavras, caí
sobre meu rosto em um profundo sonho, com meu rosto em terra.
10 E hei aqui uma mão me tocou, e fez que me pusesse sobre meus joelhos e sobre
as Palmas de minhas mãos.
11 E me disse: Daniel, varão muito amado, está atento às palavras que lhe
falarei, e te ponha em pé; porque a ti fui enviado agora. Enquanto falava
isto comigo, pu-me em pé tremendo.
14 vim para te fazer saber o que tem que vir a seu povo nos últimos
dias; porque a visão é para esses dias.
16 Mas hei aqui, um com semelhança de filho de homem tocou meus lábios. Então
abri minha boca e falei, e pinjente ao que estava diante de mim: meu senhor, com a
visão me sobrevieram dores, e não fica força.
17 Como, pois, poderá o servo de meu senhor falar com meu senhor? Porque ao
instante me faltou a força, e não ficou fôlego.
19 e me disse: Muito amado, não tema; a paz seja contigo; te esforce e te respire.
E enquanto ele me falava, recuperei as forças, e pinjente: Fale meu senhor, porque
fortaleceste-me.
20 O me disse: Sabe por que vim a ti? Pois agora tenho que voltar para
brigar contra o príncipe da Persia; e ao terminar com ele, o príncipe de
Grécia virá.
Rei da Persia.
Palavra.
Uma expressão singular usada pelo Daniel para descrever seu quarta grande
profecia,(cap. 10- 12), que evidentemente foi revelada sem uma prévia
representação simbólica e sem nenhuma alusão a símbolos (cf. cap. 7:16-24; 8:
20-26). A palavra marah, "visão", dos vers. 7-8, 16 se refere
simplesmente à aparição dos dois seres celestiales que visitaram
Daniel, mencionados nos vers. 56 e 10-12 respectivamente. Por isso alguns
consideraram que o quarto bosquejo profético é uma explicação mais
detalhada dos acontecimentos representados simbolicamente na "visão"
do cap. 8: 1-14. Desse modo os cap. 10- 12 se interpretariam em términos de
a visão dos cap. 8 e 9. Entretanto, a relação entre os cap. 10-12 e
8-9 de maneira nenhuma é tão clara ou segura como a que existe entre os cap. 8
e 9 (ver com. cap. 9: 21).
Beltsasar.
O conflito grande.
Heb. tsaba', cujo significado exato é aqui duvidoso. A frase traduz uma sozinha
palavra hebréia. Tsaba' aparece quase 500 vezes no AT com o sentido de
"exército", "hoste", "guerra", e "serviço". Sua forma plural tseba'oth forma
parte do título divino "Jehová Deus dos exércitos". A RVA traduz a
palavra tsaba' como "tempo fixado" e no Job 7: 1, como "tempo limitado".
Posto que todas as outras vezes em que se usa esta palavra evidentemente se
refere a um exército, ou guerra, ou serviço penoso, e posto que nesses dois
passagens resultam perfeitamente aceitáveis as mesmas idéias de guerra ou serviço
penoso, estas definições provavelmente devessem usar-se aqui também. O texto
de que nos ocupamos parece dar ênfase a uma intensidade de luta mais que a um
período extenso. A passagem poderia traduzir-se também, "grande luta" (BJ).
Compreendeu.
Em contraste com as outras três visões (cap. 2; 7; 8-9) que foram expressas
em términos muito simbólicos, esta revelação final foi dada principalmente em
linguagem literal. O anjo declarou especificamente que tinha vindo para
fazer compreender ao Daniel o que havia "de vir a" seu "povo nos
últimos dias" (cap. 10: 14). Este é o tema dos cap. 11 e 12. Só para
o final desta visão (cap. 12: 8) Daniel se enfrenta ante uma revelação
a respeito da qual confessa, "eu ouvi, mas não entendi".
2.
Aflito.
Daniel não diz especificamente a causa de sua tristeza, mas podemos encontrar
um indício nos acontecimentos que estavam ocorrendo entre os judeus de
Palestina nesse tempo. Evidentemente o que ocasionou as três semanas de
luto do Daniel foi uma grave crise. Foi provavelmente por esse tempo quando se
levantou a oposição dos samaritanos contra quão judeus acabavam de
voltar do exílio sob as ordens do Zorobabel (Esd. 4: 1-5; ver PR 418-419).
que os acontecimentos deste capítulo tivessem ocorrido antes ou depois
de que os judeus puseram a pedra fundamental do templo (Esd. 3: 8-10)
depende das várias interpretações que se dêem à cronologia deste
período (ver T. III, P. 100) e da possibilidade de que Daniel tivesse usado um
tipo de cômputo distinto de que empregavam os judeus da Palestina nessa época
de transição. O período de luto do Daniel pareceria ter sido contemporâneo
com a grave ameaça de que depois de tudo não se cumprisse o decreto do Ciro,
por causa dos falsos informe enviados pelos samaritanos a corte de
Persia para tratar de deter a construção. O fato significativo de que
durante estas três semanas o anjo estivesse lutando para influir sobre o Ciro
(vers. 12-13) indica que estava em jogo uma decisão vital do rei. Enquanto
orava em procura de mais luz sobre 884 temas que ainda não tinham sido
completamente explicados nas visões anteriores, sem dúvida o profeta se
entregou a outro período de intensa intercessão (ver cap. 9: 3-19) para que a
obra do adversário pudesse ser rebatida e para que pudessem cumprir-se
as promessas divinas de restauração em favor de seu povo escolhido.
3.
Manjar delicado.
Ungi-me.
O uso de azeites para suavizar a pele era muito comum entre os povos
antigos, especialmente entre os que viviam em países onde o clima era muito
caloroso e seco. Durante seu período de jejum e oração, o profeta acreditou
conveniente abster-se desse gasto pessoal supérfluo.
4.
Hidekel.
Este nome hebreu equivale no nome acadio Idiqlat, e ao antigo persa Tigra,
que passou às línguas modernas como Tigris. O Tigris é o menor dos
dois grandes rios da Mesopotamia. menciona-se um rio do mesmo nome no Gén.
2: 14. Entretanto, nessa passagem se faz referência a um rio antediluviano. Não
diz-se precisamente em que ponto do Tigris ocorreu o acontecimento que
logo se narra.
5.
Um varão.
O ser celestial apareceu em forma humana (ver Gén. 18: 2; Dão. 7: 13; Apoc. 1:
13). A descrição se assemelha muito a que dá Juan quando Cristo se o
revelou. Sem dúvida, o mesmo Ser apareceu ao Daniel (SL 50; CS 524-526).
Ufaz.
Não se sabe onde estava Ufaz. O nome aparece no AT somente no Jer. 10:
9, onde se identifica novamente ao Ufaz como rica em ouro. Alguns sugeriram
que é quão mesmo Ofir, lugar famoso por seu ouro fino (ver 1 Rei. 9: 28). Tal
identificação não é impossível. Os nomes Ufaz e Ofir são similares quando se
escreve-os em caracteres hebreus.
6.
Berilo.
Heb. tarshish, palavra que possivelmente indica o lugar onde esse produto se obtinha.
Tochas de fogo.
7.
8.
Comparar com o Apoc. 1: 17. Ver em E D. Nichol, Ellen G. White and Her Critics,
pp. 51-61, um estudo do estado físico dos profetas arrebatados em visão.
9.
Profundo sonho.
Do Heb. radam, palavra que só aparece no Juec. 4: 21; Sal. 76: 6; Dão. 8:
10.
Do Heb. nua'. Na forma em que aqui aparece nua' significa "fazer tremer",
"fazer cambalear". Embora Daniel foi levantado quando estava completamente
prostrado sobre a terra, sua força não era ainda suficiente para que se pudesse
manter sem tremer.
11.
Heb. jamudoth, que se traduz "delicado" no vers. 3. Esta era a segunda vez
que Daniel recebia a maravilhosa segurança do amor de Deus para ele (ver cap.
9: 23). 885
12.
Não tema.
Comparar com o Apoc. 1: 17. Estas palavras sem dúvida animaram pessoalmente ao
profeta ante a presença do anjo, porque estava "tremendo" (vers. 11), e
também lhe deram a segurança de que embora tinha estado orando durante três
semanas sem receber resposta, entretanto do mesmo começo Deus
tinha ouvido sua súplica e se proposto respondê-la. Daniel não necessitava
temer por seu povo; Deus o tinha ouvido, e Deus regia todas as coisas.
13.
Príncipe.
Heb. Ñar. Palavra que aparece 420 vezes no AT, mas evidentemente nunca
tem o significado de "rei". Se refere aos principais servidores de um
rei (Gén. 40: 2, onde se traduz "chefe"), a governadores locais (1 Rei. 22:
26, onde se traduz "governador"), aos subordinados do Moisés (Exo. 18: 21,
onde se traduz "chefes"), aos nobres e funcionários do Israel (1 Crón. 22:
17; Jer. 34: 21, onde se traduz "principais" e "príncipes" respectivamente),
e especialmente a comandantes militares (1 Rei. 1: 25; 1 Crón. 12: 21, onde se
traduz "capitães"). Com este mesmo último sentido aparece na expressão
Ðar hatstsaba', "comandante do exército" (a mesma expressão que se traduz
"príncipe dos exércitos" em Dão. 8: 11), em uma das óstrakas* do Laquis,
uma carta escrita por um oficial do exército da Judea a seu superior,
provavelmente no momento da conquista do Judá feita pelo Nabucodonosor em
588-586 A. C., o tempo quando Daniel já estava em Babilônia (ver T. 11, pp.
99- 100; Jer. 34: 7).
Por outra parte, Ñar pode usar-se no sentido usual de "governador", e nesse
sentido se referiria ao Ciro, rei da Persia. Se se entender a passagem dessa
maneira, vemos os anjos do céu lutando com o rei para que pudesse dar
um veredicto favorável aos judeus.
Me opôs.
Assim Deus demonstra ao espectador universo que ele é um Deus de amor e não o
tirano que Satanás afirma que é. Por essa razão a oração do Daniel não foi
respondida imediatamente. A resposta se atrasou até que o rei da Persia
por sua própria vontade fez sua eleição a favor do bem e em contra do mal.
Miguel.
Heb. Mika'o, literalmente "quem como Deus?" Aqui o descreve como "um de
os principais príncipes [Heb. Ñarim]". Posteriormente o descreve como o
protetor especial do Israel (cap. 12: 1). Não se declara exatamente seu
identidade aqui, mas uma comparação com outras passagens o identifica como
Cristo. No Jud. 9 o chama "o arcanjo". Segundo 1 Lhes. 4: 16, relaciona-se
a "voz de arcanjo" com a ressurreição dos Santos em ocasião da vinda
do Jesucristo declarou que os mortos sairão de suas tumbas quando ouvirem a voz
do Filho do Homem (Juan 5: 28) isso parece claro que Miguel não é outro a não ser o
mesmo Senhor Jesus (P 164; cf. DTG 388- 390).
Fiquei ali.
A LXX, como também a versão do Teodoción, diz: "e a ele ali deixei". Tal
tradução foi adotada por várias versões modernas (Goodspeed, Moffat,
RSV. "Deixei-lhe ali", BJ. Nesta versão se acrescenta em nota de pé de
página: "Deixei-lhe" grego;"fui deixado" hebr. forma insólita').
Indubitavelmente isto se deve a que não parecia clara a razão pela qual o
anjo dissesse que ele foi deixado com os reis da Persia quando Miguel veio para
lhe ajudar. Compare-se esta tradução com a declaração: "Mas Miguel veio em seu
ajuda, e então permaneceu com os reis da Persia" (EGW, Material
Suplementar, com. Dão. 10: 12-13).
Alguns acreditam ver outro significado possível no texto hebreu tal qual está. a
luta que aqui se descreve era essencialmente entre os anjos de Deus e "as
potestades das trevas, que procuravam rebater as influências que
obravam sobre o ânimo do Ciro" (PR 418-419). Quando entrou na luta Miguel,
o Filho de Deus, os poderes do céu ganharam a vitória e o maligno se viu
obrigado a retirar-se. A palavra que se traduz "fiquei usa em outras passagens
com o sentido de "permanecer" quando outros se foram ou foram afastados. Assim
usa-se este verbo respeito ao Jacob quando ficou atrás no arroio do Jaboc
(Gén. 32: 24), e em relação aos pagãos a quem o Israel permitiu que ficassem
na terra (1 Rei. 9: 20-21). É também a palavra que usou Elías para
referir-se a si mesmo quando acreditava que todos outros tinham abandonado o
culto do verdadeiro Deus: "E só eu fiquei" (1 Rei. 19: 10,14). Na
forma em que o anjo usa esta palavra poderia significar que com a chegada de
Miguel, o anjo mau se viu obrigado a retirar-se e o anjo de Deus ficou ali
com os reis da Persia". "A vitória foi obtida finalmente; as forças do
inimigo foram mantidas em xeque" (PR 419). Duas traduções que sugeriram
este mesmo pensamento são a do Lutero: "Ali ganhei eu a vitória com os
reis da Persia", e a do Knox, "ali, na corte da Persia, fiquei dono do
campo".
Reis da Persia.
14.
Heb. b'ajarith hayyamim, "na última parte [ou fim] dos dias". É uma
expressão freqüentemente usada na profecia bíblica, que indica a parte
final de qualquer período da história ao que se refere o profeta. Jacob
usou a expressão. 887 "últimos dias" ao referir-se à sorte final de cada
uma das doze tribos na terra do Canaán (Gén. 49: 1, RVA); Balaam aplicou
este término ao primeiro advento de Cristo (Núm. 24: 14); Moisés o usou em
um sentido geral respeito ao futuro distante, quando o Israel teria que sofrer
tribulações (Deut. 4: 30). A expressão pode referir-se, e o faz freqüentemente,
aos acontecimentos finais da história. Ver com. ISA. 2: 2.
16.
Com semelhança.
A visão.
Alguns comentadores pensam que Daniel faz referência aqui à visão dos
cap. 8 e 9; outros acreditam que era a revelação desse momento o que lhe afligia
tanto. Já que a palavra "visão" nos vers. 1 e 14 parece aplicar-se
à revelação dos cap. 10-12, e sendo que também a declaração de
Daniel aqui no cap. 10: 16 é uma continuação lógica de sua reação (vers.
15) ante a declaração do anjo quanto a "a visão" (vers. 14), parece
razoável deduzir que o profeta fala aqui da visão da glória divina de
que é testemunha.
19.
Muito amado.
20.
Contra o príncipe.
"Com o Príncipe"(BJ). Pode entender-se que o anjo teria que lutar ao lado
do príncipe da Persia, ou que teria que brigar contra ele. As versões gregas
são também ambíguas. A preposição metá, "com" que se usa em grego, pode
implicar uma aliança, como em 1 Juan 1: 3, ou hostilidade, como no Apoc. 2: 16.
Entretanto, o hebreu desta passagem parece dar uma clara indicação de seu
significado. O verbo lajam, "brigar", usa-se 28 vezes no AT, seguido como
aqui pela preposição ´im," com". Nestes casos o contexto indica
claramente que a palavra tem que entender-se com o sentido de "contra" (ver
Deut. 20: 4; 2 Rei. 13: 12; Jer. 41: 12; Dão. 11: 11). Pareceria pois seguro
que o anjo fala aqui de um conflito posterior entre ele e o "príncipe de
Persia". No Esd. 4: 4-24 nos indica que esta luta continuou muito depois
do tempo da visão do Daniel. "As forças do inimigo foram mantidas
em xeque enquanto governaram Ciro e seu filho Cambises, quem reinou durante uns
sete anos e meio" (PR 419).
Príncipe da Grécia.
A palavra hebréia que aqui se traduz "príncipe" é Ñar, a mesma que se usa
anteriormente (ver com. vers. 13). O anjo havia dito ao Daniel que ia a
voltar para continuar a luta contra as potestades das trevas que
disputavam para dominar a mente do rei da Persia. Então olhou mais longe
para o futuro e indicou que quando finalmente pudesse retirar-se da luta,
ocorreria uma revolução nos assuntos do mundo. Enquanto o anjo de Deus
conteve as forças ímpias que procuravam dominar ao governo persa, esse
império se manteve. Mas quando a influência divina se retirou e o domínio de
os dirigentes da nação ficou completamente em mãos das potestades de
as trevas, logo veio a ruína do império. Guiados pelo Alejandro, os
exércitos da Grécia arrasaram o mundo e extinguiram rapidamente o Império
Persa.
21.
Escrito.
Livro.
Nenhum me ajuda.
Esta frase poderia traduzir-se também, "não há nenhum que se esforce". Isto
não pode interpretar-se como se significasse que todos se despreocupaban da
luta salvo os dois seres celestiales mencionados aqui. "Todo o céu estava
interessado na controvérsia" (PR 418). Provavelmente o significado deste
passagem é que Cristo e Gabriel se ocuparam desta tarefa especial de disputar
contra as hostes de Satanás que tratavam de obter o domínio dos
impérios desta terra.
Seu príncipe.
1 3JT 13
2-6 ECFP 63
7-8 ECFP 65
13 PR 419
15-16,19 ECFP 66
21 DTG 73
CAPÍTULO 11
1 A tira do reino da Persia pelo reino da Grécia. 5 Alianças e conflitos
entre os reis do sul e os do norte. 30 A invasão e tirania dos
romanos.
2 E agora eu te mostrarei a verdade. Hei aqui que ainda haverá três reis na Persia
e o quarto se fará de grandes riquezas, levantará todos contra o reino de
Grécia.
3 Se levantará logo um rei valente, o qual dominará com grande poder e fará seu
vontade.
4 Mas quando se tiver levantado, seu reino será quebrantado e repartido para
os quatro ventos do céu; não a seus descendentes, nem segundo o domínio com
que ele dominou; porque seu reino será arrancado, e será para outros fora de
eles.
5 E se fará forte o rei do sul; mas um de seus príncipes será mais forte que
ele, e se fará poderoso; seu domínio será grande.
7 Mas um renovo de suas raízes se levantará sobre seu trono, e virá com
exército contra o rei do norte, e entrará na fortaleza, e fará neles a
seu arbítrio, e preponderará.
8 E até aos deuses deles, suas imagens fundidas e seus objetos preciosos de
prata e de ouro, levará cativos ao Egito; e por anos se manterá ele contra o
rei do norte.
16 E o que virá contra ele fará sua vontade, e não haverá quem lhe possa
enfrentar; e estará na terra gloriosa, a qual será consumida em seu poder.
17 Afirmará logo seu rosto para vir com o poder de todo seu reino; e fará
com aquele convênios, e lhe dará uma filha de mulheres para lhe destruir; mas não
permanecerá, nem terá êxito.
23 E depois do pacto com ele, enganará e subirá, e sairá vencedor com pouca
gente.
25 E despertará suas forças e seu ardor contra o rei do sul com grande exército;
e o rei do sul se empenhará na guerra com grande e muito forte exército; mas
não prevalecerá, porque lhe farão traição.
26 Até os que comam de seus manjares lhe quebrantarão; e seu exército será
destruído, e cairão muitos mortos.
27 O coração destes dois reis será para fazer mau, e em uma mesma mesa
falarão mentira; mas não servirá de nada, porque o prazo ainda não terá chegado.
28 E voltará para sua terra com grande riqueza, e seu coração será contra o pacto
santo; fará sua vontade, e voltará para sua terra.
29 Ao tempo famoso voltará para o sul; mas não será a última vinda como a
primeira.
32 Com lisonjas seduzirá aos violadores do pacto; mas o povo que conhece
seu Deus se esforçará e atuará.
37 Do Deus de seus pais não fará conta, nem do amor das mulheres; nem
respeitará a deus algum, porque sobre tudo se engrandecerá.
38 Mas honrará em seu lugar ao deus das fortalezas, deus que seus pais não
conheceram; honrará-o com ouro e prata, com pedras preciosas e com coisas de
grande preço.
40 Mas ao cabo do tempo o rei do sul disputará com ele; e o rei do norte
levantará-se contra ele como uma tempestade, com carros e gente da cavalo, e
muitas naves; 890 e entrará pelas terras, e alagará, e passará.
1.
Eu mesmo.
2.
A verdade.
Posto que a visão foi dada ao Daniel no terceiro ano do Ciro (cap. 10: 1),
indubitavelmente se faz referência aos três reis que seguiram ao Ciro no
trono da Persia. Estes foram: Cambises (530- 522 A. C.), o falso Esmerdis
(Gaumata, cujo nome babilônico era Bardiya; ver T. III, pp. 350-351), um
usurpador (522 A. C.) e Darío I (522-486 A. C).
O quarto.
Levantará todos.
Pelo ano 480 A. C., o vasto Império Persa estava em pé de guerra contra os
gregos. As cidades- estados dos gregos, que tão freqüentemente estavam em
guerra entre si, uniram-se para salvar sua liberdade. Ao princípio os gregos
foram vencidos: caíram derrotados nas Termópilas, e Atenas foi tomada e
parcialmente queimada pelos persas. Então trocou a marca. A marinha
grega, comandada pelo Temístocies, encontrou-se bloqueada por um esquadro
persa superior na baía da Salamina, na costa da Ática 891cerca de
Atenas. Pouco depois de ter começado a batalha se viu que as naves persas
estavam em uma formação muito estreita para manobrar eficientemente.
Sob os constantes ataques gregos, muitas foram afundadas e só escapou uma
fração da marinha. Com essa vitória grega as forças marítimas persas
ficaram eliminadas da luta contra Grécia. Ao ano seguinte, 479 A. C., os
gregos derrotaram decisivamente às tropas da Persia em Platéia e as
expulsaram para sempre da Grécia.
Grécia.
3.
Um rei valente.
Heb. mélek gibbor, "um rei valente [guerreiro]". Isto se refere claramente a
Alejandro Magno (336-323 A. C.).
Grande poder.
4.
Logo que tinha alcançado Alejandro o pináculo de seu poder, quando foi
quebrantado. Em 323 A. C. este rei que governava do Adriático até o
Indo caiu repentinamente doente, e faleceu 11 dias depois (ver com. cap. 7:
6).
Será quebrantado.
Alejandro não deixou nenhum sucessor de sua família imediata do qual se pudesse
esperar que mantivera unidos os territórios que ele tinha ganho. Alguns de
os principais generais durante alguns anos trataram de manter intacto o
império em nome do meio irmão do Alejandro e de seu filho póstumo (ambos
sob a tutela de regentes), mas menos de 25 anos depois da morte de
Alejandro, uma coalizão de quatro generais tinha derrotado ao Antígono, o
último aspirante ao domínio de todo o império, e o território do Alejandro
foi dividido em quatro reino (número que logo se reduziu a três). Quanto a
esta divisão, ver com. cap. 7: 7; 8: 22; também os mapas das pp. 850-851.
Os quatro ventos.
O filho póstumo do Alejandro foi chamado rei, mas foi morto quando ainda era
menino, na luta entre os generais que se disputavam o governo do
império. Não houve pois um descendente do Alejandro que governasse.
5.
Rei do sul.
Um de seus príncipes.
Evidentemente isto se aplica ao Seleuco I Nicátor (305-281 A. C.), outro dos
generais do Alejandro que se apropriou do governo da maior parte da
porção asiática do império. que aqui se faça referência a ele como a "um
de seus príncipes [do Ptolomeo]" (Heb. Ñarim, "generais"; ver com. cap. 10:
13), provavelmente deve entender-se dentro do marco de suas relações com
Ptolomeo. Em 316 A. C. Seleuco -quem tinha ocupado Babilônia desde 321 A. C.-
foi expulso de dita cidade por seu rival Antígono (ver com. cap. 7: 6).
Então Seleuco ficou às ordens do Ptolomeo, a quem ajudou para que
derrotasse ao Demetrio, filho do Antígono, na Gaza em 312 A. C. Pouco depois de
isto, Seleuco conseguiu recuperar seus territórios na Mesopotamia.
Quer dizer que Seleuco, que em um tempo poderia haver-se considerado como um de
os "príncipes" do Ptolomeo, fez-se mais forte que o rei egípcio: quando
Seleuco morreu no 281 A. C., seu reino se estendia do Helesponto até
o norte da Índia. Flavio Arriano, historiador do século II d. C. quem se
especializou na história deste período, declara que Seleuco era "o major
rei dos que seguiram ao Alejandro, e tinha maior mentalidade de rei, e
governava sobre a maior extensão de território, depois do Alejandro"
(Anábasis do Alejandro vII. 22).
6.
Ao cabo de anos.
A visão profético agora enfoca uma crise que ocorreu 35 anos depois de
a morte do Seleuco I.
Farão aliança.
Para consolidar a paz entre os dois reino depois de uma guerra larga e
custosa, Antíoco II o Divino (261-246 A. C.), neto do Seleuco I, casou-se com
Berenice, filha do rei egípcio, Ptolomeo II Filadelfo. Antíoco também depôs
a sua esposa anterior e irmã, Laodicea, de sua posição de prioridade e excluiu
a seus filhos da sucessão ao trono.
Rei do norte.
Este término se usa aqui pela primeira vez nesta profecia. Neste contexto se
refere aos seléucidas cujos territórios estavam ao norte da Palestina. O
então "rei do norte" era Seleuco II Calínico (246-226 A. C.), filho de
Antíoco II e da Laodicea. Ver com. vers. 5 e com. ISA. 41: 25 respeito a
as expressões "rei do norte" e "rei do sul".
depois de que o novo matrimônio teve um filho, houve uma reconciliação entre
Antíoco e Laodicea.
Seu braço.
Esta é também a tradução da LXX. Por uma simples mudança das vocais
hebréias, várias versões antigas (Teodoción, Símaco, a Vulgata) traduzem "seu
semente". ("Sua descendência", BJ.) Isto se referiria ao filho do Antíoco e
Berenice, ao qual matou Laodicea.
Quer dizer Berenice, que foi morta junto com seu filhinho pelos secuaces de
Laodicea.
Muitas das damas de companhia egípcia do Berenice morreram junto com ela.
7.
Preponderará.
Parece que Ptolomeo III saiu completamente vitorioso de sua campanha contra
Seleuco II. Avançou triunfalmente terra adentro pelo menos até a Mesopotamia
-embora se gabou de ter penetrado até a Bactriana- e estabeleceu o poderio
marítimo do Egito no Mediterrâneo.
8.
Suas imagens.
Esta única menção (até o vers. 42) do nome do país do "rei do sul"
mostra sem lugar a dúvidas a identidade desse país.
9.
Rei do sul.
Nesta passagem o hebreu pode entender-se como na RVR, onde "rei do sul"
é o sujeito da oração (assim como na Vulgata e em siríaco). Em troca em
a LXX e Teodoción, o "rei do sul" aparece unido a "reino". Estas versões
apóiam a tradução: "Este entrará no reino do rei do Meio-dia" (BJ).
Esta versão parecesse preferível porque segue mais naturalmente a ordem das
palavras hebréias. Se se aceitar esta tradução, este versículo deve
interpretar-se como uma referência ao feito de que depois de que Ptolomeo III
voltou para o Egito, Seleuco restabeleceu sua autoridade e partiu contra esse país,
esperando recuperar suas riquezas e seu prestígio. "BJ indica em nota de pé de
página que o pronome pessoal "Este" com que começa o vers. 9 se refere
ao "rei do Norte". DHH diz em forma direta e inequívoca: "O rei do norte
tratará de invadir o sul".
Seleuco foi derrotado e obrigado a voltar para Síria com as mãos vazias (pelo
240 A. C.).
10.
Os filhos daquele.
Quer dizer os dois filhos do Seleuco II, Seleuco III Cerauno Soter
(226/225-223/222 A. C.), quem foi assassinado depois de um breve reinado, e
Antíoco III, o Grande (223/222-188/187 A. C.).
Alagará e passará.
Em 219 A. C., Antíoco III iniciou sua campanha contra o sul de Síria e Palestina
retornando a Selcucia, porto da Antioquía. Depois iniciou uma campanha
sistemática para arrebatar a Palestina de seu rival Ptolomeo IV Filopator
(222-204 A. C.). Durante essa campanha penetrou na Transjordania.
11.
Enfurecerá-se.
Multidão grande.
A batalha de Ráfia (217 A. C.) entre o Antíoco III e Ptolomeo IV, resultou em uma
derrota lhe esmaguem para o primeiro, de quem se diz que perdeu 10.000 infantes
e 300 cavaleiros, além de 4.000 prisioneiros.
12.
Não prevalecerá.
Por sua indolência e libertinagem Ptolomeo não soube aproveitar sua vitória 894 de
Ráfia. Enquanto isso, durante os anos 212-204 A. C., Antíoco III empregou seus
energias na recuperação de seus territórios orientais, e empreendeu bem-sucedidas
campanhas até a fronteira da Índia. A morte do Ptolomeo IV (205? A. C.)
foi oculta durante algum tempo; logo um filho, de quatro a cinco anos, o
aconteceu como Ptolomeo V Epífanes (204-180 A. C.).
13.
Voltará.
14.
Naqueles tempos.
A ameaça que expor Antíoco Epífanes pôs aos judeus frente a uma crise
comparável com as que originaram Faraó, Senaquerib, Nabucodonosor, Amam e
Tito. Durante seu breve reinado de 12 anos, Antíoco quase exterminou a religião e
cultura dos judeus. Despojou ao santuário de todos seus tesouros, saqueou a
cidade de Jerusalém e a deixou em ruínas, matou a milhares de judeus e levou a outros
como escravos ao exílio. Um decreto real lhes ordenava que abandonassem todos os
ritos de sua religião e que vivessem como pagãos. Os obrigou a erigir
altares pagãos em cada aldeia da Judea, a oferecer neles carne de porco e a
entregar todas as cópias da Escritura para que fossem destroçadas e
queimadas. Antíoco ofereceu carne de porco ante um ídolo pagão no templo
judeu. A suspensão que decretou dos sacrifícios judeus (do 168-165 A. C. ou
do 167-164 A. C., de acordo com dois métodos de computar o tempo na era
seléucida), fez perigar a sobrevivência da religião judia e a identidade
dos judeus como povo.
15.
Rei do norte.
Baluartes.
A cidade forte.
Forças.
16.
Terra gloriosa.
Quer dizer a Palestina (ver com. cap. 8: 9). Segundo a opinião de que os romanos
aparecem no vers. 14, a conquista da Palestina que se descreve aqui
corresponderia com a do Pompeyo, que em 63 A. C. interveio em uma disputa
entre dois irmãos, Hircano e Aristóbulo, rivais na luta pelo trono de
Judea. Os defensores se encerraram detrás dos muros do templo e durante
três meses resistiram aos romanos. Foi nesta ocasião quando, segundo Josefo
(Antiguidades xIV. 4. 4), Pompeyo levantou o véu e contemplou com assombro o
lugar muito santo, que estava vazio posto que o arca tinha estado escondida
do exílio (ver com. Jer. 37: 10).
17.
Convênios.
18.
As costas.
Um príncipe.
Até.
19.
Tropeçará e cairá.
20.
Um que fará acontecer um cobrador de tributos.
Heb. MA'abir noges, "um que faz passar a um opressor". O particípio noges, de
nagas, "oprimir", "exigir", usa-se com referência aos capatazes dos
israelitas no Egito (Exo. 3: 7) e aos opressores estrangeiros (ISA. 9: 4).
Assim a passagem se refere a um rei que teria que enviar opressores ou exactores
por todo seu reino. A maioria dos comentadores entendem que aqui se faz
referência a um cobrador de impostos, que em tempos antigos era para o
homem comum a personificação mesma da opressão real. No Luc. 2: 1 se
registra que "aconteceu naqueles dias, que se promulgou um decreto de parte de
Augusto César, que todo mundo fosse recenseado ou 'recenseado' (ver com. Luc.
2: 1)". Considera-se a Augusto, sucessor de julho César, como o que estabeleceu
o Império Romano. Faleceu pacificamente em seu leito depois de um reinado de
mais de 40 anos, o 14 d. C.
21.
Um calhorda.
Não darão.
Sem aviso.
22.
O príncipe do pacto.
23.
Depois do pacto.
24.
Por um tempo.
25.
26.
Os que comam de seus manjares.
Alguns consideram que esta é uma referência aos favoritos reais. Dos
dias dos primeiros Césares, as intrigas palacianas marcam o levantamento e
a queda dos imperadores de Roma. Especialmente em anos posteriores, quando
um oficial do exército atrás de outro ocupou o trono dos Césares, freqüentemente ao
preço da cabeça de seu predecessor, cumpriu-se com singular exatidão a
predição de que os favoritos reais se levantariam e quebrantariam aos que
feito-se amigos deles e que assim "muitos" cairiam "mortos". No
antigo Próximo Oriente os que comiam o alimento que lhes dava outra pessoa
deviam manter-se leais a ela.
Destruído.
27.
Alguns pensam que esta frase é uma referência às intrigas do Octavio (mais
tarde Augusto) e Antonio, ambos os aspirantes ao domínio universal. Outros acreditam
que é uma referência à luta pelo poder durante os últimos anos de
Diocleciano (284-305) e durante os anos entre a morte do Diocleciano e o
tempo em que Constantino o Grande (306-337) conseguiu voltar a unir o império
(323 ou 324).
O prazo.
28.
E voltará.
fala-se de Cristo como "príncipe do pacto" (vers. 22), e é ele quem "por
outra semana confirmará o pacto com muitos" (cap. 9: 27). Esse pacto é o plano
de salvação, esboçado na eternidade e com assinado pelo fato histórico de
a morte de Cristo. Pareceria pois razoável que se entendesse que o poder ao
qual se faz referência aqui seria um que tenazmente se oporia a esse plano de
redenção e a seu efeito nas almas e as vistas dos homens. Alguns
pensam que aqui se faz referência específica à invasão da Judea pelos
romanos e à captura e a destruição de Jerusalém em 70 d. C. Outros sugerem
que Constantino é o tema da predição. Observam que embora Constantino
professou haver-se convertido à fé cristã, na verdade estava "contra o pacto
santo" pois seu propósito era usar o cristianismo como um instrumento para
unificar o império e consolidar seu domínio sobre ele. Outorgou grandes favores a
a igreja, mas esperava que em troca a igreja apoiasse sua política.
29.
A primeira.
"Esta vez não resultará como a primeira" (BJ). Alguns acreditam que aqui se faz
referência ao traslado da sede do império a Constantinopla. Este traslado
foi indicado como o sinal da queda do império.
30.
Quitim.
Respeito ao tempo quando foi escrito, o livro do Daniel está muito mais perto
das referências ao Quitim do Jeremías e Ezequiel que das de origem
postbíblico, que possivelmente surgiram como um eco da forma em que se usa Quitim
na Bíblia. Entretanto, a redação deste versículo nos faz pensar em
Núm. 24: 24, onde se faz referência a conquistadores do ocidente (ver os
comentários ali). Embora os estudantes da Bíblia não estão todos de
acordo em relação à referência histórica precisa do Quitim" neste
versículo, parece claro que ao interpretar-se esta passagem devessem se ter em
conta dois pensamentos: primeiro, que geograficamente no tempo do Daniel a
palavra se referia às terras e aos povos do ocidente; e segundo, que
a ênfase pode ter estado já em processo de trocar do significado
geográfico da palavra à idéia do Quitim como invasores e destruidores
procedentes de qualquer parte.
Alguns vêem nas "naves do Quitim" uma referência às hordas bárbaras que
invadiram e destruíram o Império Romano do Ocidente.
Pacto.
Ver com. vers. 28. Alguns vêem na indignação que aqui se descreve uma
referência aos esforços de Roma por destruir o pacto santo mediante a
supressão das Sagradas Escrituras e a opressão dos que acreditavam nelas.
31.
De sua parte.
"De sua parte surgirão forças armadas" (BJ). Heb. mimménnu, "dele". Esta
palavra modifica o sujeito e não o verbo da cláusula: "Levantarão-se forças
dele". Quer dizer, levantariam-se forças pertencentes a este poder (ver mais
adiante o comentário de "o santuário e a fortaleza") para levar a cabo a
obra de profanação que aqui se descreve.
Profanarão.
Heb. jalal, "profanar". A palavra hebréia indica que algo sagrado foi
convertido em comum. usa-se esta palavra 899 para indicar a profanação de um
altar de pedra pelo uso de uma ferramenta sobre ele (Exo. 20: 25), e a
profanação do sábado (Exo. 31: 14). Também descreve os fatos dos que
profanaram o nome de Deus sacrificando meninos a um deus pagão (Lev. 20: 3).
Ver com. Lev. 18: 21 respeito a esta prática repulsiva.
O santuário e a fortaleza.
Contínuo.
Abominação desoladora.
delineia-se aqui a obra do papado. Esta é a primeira vez em que aparece esta
expressão no livro do Daniel, embora haja palavras similares na frase "com
a multidão das abominações virá o desolador" (cap. 9: 27). Na
LXX esta frase se traduz "sobre o templo abominação de desolações". As
palavras de Cristo em relação à "abominação desoladora" (Mat. 24: 15) podem
considerar-se como uma aplicação particular desta referência anterior de Dão.
9: 27 mas bem que a de Dão. 11: 31. Falando da iminente destruição de
Jerusalém que ocorreu em 70 d. C., Jesus identificou aos exércitos romanos que
rodeariam a cidade como "a abominação desoladora de que falou o profeta
Daniel" (Mat. 24: 15; cf. Luc. 21: 20).
32.
Lisonjas.
Heb. jalaqqoth, "coisas lisas, escorregadias" (ver cap. 8: 25). Sempre foi
o método de Satanás fazer aparecer seu caminho como mais difícil que o de Deus.
Através da história cristã, o povo de Deus se obstinado ao caminho
descrito por Cristo quando disse: "estreito o caminho que leva a vida" (Mat.
7: 14).
Seduzirá.
O papado.
Pacto.
Atuará.
Heb. `aÑah "fazer", "fabricar". Esta passagem se refere, sem dúvida, aos que
estando em terras sob a jurisdição de Roma e fora dela, resistiram
as usurpações papais e mantiveram uma fé viva, como por exemplo os
valdenses, os albigenses e outros.
33.
Instruirão a muitos.
Cairão.
34.
Pequeno socorro.
Embora em sua sabedoria Deus não viu sempre conveniente liberar a seu Santos
da morte, cada sua mártir teve a oportunidade de saber que sua vida
está "escondida com Cristo em Deus" (Couve. 3: 3).
35.
Embranquecidos.
Às vezes Deus permite que seus filhos sofram até a morte para que seus
caracteres sejam desencardidos e preparados para o céu. Até Cristo "por isso
padeceu aprendeu a obediência" (Heb. 5: 8). Compare-se com o Apoc. 6: 11.
O tempo determinado.
Melhor, "tempo do fim". Heb. 'eth qets. Esta expressão aparece também nos
cap. 8: 17; 11: 40; 12: 4, 9. No contexto do cap. 11: 35 'eth qets
parecesse relacionar-se claramente com os 1.260 anos, marcando o fim disso
período. Quando estas passagens das Escrituras se comparam com o DTG 201; 5T
9-10; CS 404-406, fica claro que o ano 1798 d. C. marca o começo do
"tempo do fim".
Prazo.
Heb. mo'ed, do verbo já'ad, "assinalar". Mo'ed, uma palavra hebréia comum, se
aplicava às reuniões assinaladas de Deus com o Israel (Exo. 23: 15; ver com.
Lev. 23: 2). A palavra se usava tanto para a data da reunião (Ouse. 12: 9)
como para o lugar da reunião (Sal. 74: 8). Em Dão. 11: 35 quer dar a
idéia de tempo. Ainda mais importante é o fato de que é um tempo famoso.
"O tempo do Fim" (BJ) é um tempo famoso no programa divino de
acontecimentos.
36.
O rei.
Aqueles que acreditam que "o rei" deste versículo é o poder descrito no
vers. 32, fazem notar que em hebreu o artigo definido precede à palavra
"Isto rei pareceria implicar que anteriormente se feito referência ao
governante do qual se trata aqui. Alegam que a referência que se faz ao
"tempo do Fim" (BJ) no vers. 35 pode assinalar ao futuro, e não indica
necessariamente que os vers. 36-39 devem se localizar-se exclusivamente depois do
começo desse tempo em 1798 (ver com. vers. 35), especialmente em vista de
que é só no vers. 40 onde se diz especificamente que ocorreria um
acontecimento "ao cabo do tempo" ("ao tempo do Fim", BJ). Entendem que a
descrição do poder dos vers. 36-39 não indica ao ateísmo a não ser a um intento
de suplantar todo outro poder religioso. Os que apóiam esta idéia também chamam
a atenção ao paralelismo dos cap. 2; 7; 8-9. Chegam à conclusão de que
pode esperar-se encontrar o mesmo paralelismo no cap. 11 e que este
capítulo tem que ver com a culminação do mesmo poder apóstata que se
descreve nas outras profecias do livro do Daniel.
Se ensoberbecerá.
Falará maravilhas.
37.
Os que acreditam que o poder que aqui se descreve é a França, vêem um cumprimento
desta passagem na declaração dos revolucionários de que o matrimônio
era meramente um contrato civil e que sem mais trâmites podia ser disolvido a
vontade dos contrayentes.
Os que acreditam que aqui se descreve ao papado vêem uma possível referência à
importância que esse poder dá ao celibato e à virgindade.
38.
Em seu lugar.
Heb. 'ao-kanno, "em seu lugar", quer dizer em lugar do verdadeiro Deus.
"Jóias" (BJ). Heb. jamudoth, "coisas desejáveis, preciosas". Uma palavra similar,
da mesma raiz se emprega na ISA. 44: 9 para descrever os custosos ornamentos
com que os pagãos adornavam suas imagens. Alguns vêem o cumprimento deste
passagem nos presentes muito valiosos que lhe têm feito às imagens da
Virgem e dos Santos (ver Apoc. 17: 4; 18: 16).
39.
Alguns consideram que esta passagem é uma referência ao lugar preponderante que
as idéias do ateísmo e do racionalismo ocuparam entre os dirigentes de
França durante a Revolução. Outros vêem aqui uma descrição do apoio que a
igreja romana deu ao culto dos "patronos" -os Santos- e às
festividades levadas a cabo em várias cidades do mundo em honra do
sacrifício da missa e da Virgem María.
Repartirá a terra.
Outros acreditam que estas palavras se cumpriram com o predomínio papal sobre os
governantes temporários e a recepção freqüente de rendas de parte deles. Se
sugeriu que a divisão do Novo Mundo entre a Espanha e Portugal, feita por
a batata Alejandro VI em 1493, pode considerar-se como um exemplo do
cumprimento desta passagem.
40.
Ao cabo do tempo.
"Ao tempo do Fim" (BJ). Aqui se mencionam aos reis do norte e do sul por
primeira vez dos vers. 14 e 15. Os expositores adventistas que entendem
que o tema dos vers. 36-39 é o proceder da França durante a Revolução,
sustentam que a Turquia é o rei do norte dos vers. 40-45. Os que aplicam
os vers. 36-39 ao papado encontram aqui um quadro profético do pináculo de
sua carreira. Alguns do segundo grupo identificam ao papado como rei do norte,
enquanto outros fazem uma distinção entre os dois. Uns poucos consideram que
os vers. 40-45 se cumpriram ao cair o império Turco em 1922. Ver com.
vers. 45.
45.
"Ao interpretar profecias não cumpridas, onde a história não está escrita, o
estudante devesse apresentar sua exposição sem muito dogmatismo para que não
encontre-se extraviado no terreno da fantasia.
"Há quem pensa mais sobre a verdade futura que sobre a verdade presente.
Vêem pouca luz no atalho em que caminham, mas acreditam que vêem grande luz diante
deles.
1 PR 408
CAPÍTULO 12
1 Miguel liberará ao Israel de suas tribulações. 5 Lhe faz ter sabor do Daniel
sobre o tempo do fim.
1 NAQUELE tempo se levantará Miguel o grande príncipe que está de parte dos
filhos de seu povo; e será tempo de angústia, qual nunca foi desde que houve
gente até então; mas naquele tempo será libertado seu povo, todos os
que se achem escritos no livro.
5 E eu Daniel olhei, e hei aqui outros dois que estavam em pé, o um a este lado
do rio, e o outro ao outro lado do rio.
7 E ouvi o varão vestido de linho, que estava sobre as águas do rio, o qual
elevou sua mão direita e sua mão esquerda ao céu, e jurou pelo que vive pelos séculos,
que será por tempo, tempos, e a metade de um tempo. E quando se acabar a
dispersão do poder do povo santo, todas estas coisas serão cumpridas.
8 E eu ouvi, mas não entendi. E pinjente: meu senhor, qual será o fim destas
coisas?
13 E você irá até o fim, e repousará, e te levantará para receber sua herdade
ao fim dos dias.
1.
Naquele tempo.
Heb. BA'eth hahi', "a esse tempo", ou "nesse tempo". Alguns sustentam que
estas palavras aludem à frase b'eth qets "Ao [ou no] tempo do fim"
(cap. 11: 40); quer dizer que os acontecimentos que se têm que narrar ocorrem
dentro desse período geral. Entretanto, o contexto justifica a
conclusão de que "aquele tempo" refere-se ao tempo do desaparecimento do
poder descrito ao final do cap. 11. Devesse notar-se que as palavras "naquele
tempo" não especificam se os acontecimentos que aqui se predizem têm que
ocorrer simultaneamente com os do cap. 11: 45, ou se os precedem
imediatamente ou os seguem. O importante é que os acontecimentos do
último versículo do cap. 11 e os do primeiro do cap. 12 estão estreitamente
relacionados quanto a tempo.
Levantará-se.
Miguel.
Ver com. cap. 10: 13. Aqui o Paladín divino no grande conflito atua para
liberar a seu povo.
Príncipe.
Heb. há'omed 'ao, "que se levanta sobre", quer dizer, para proteger.
Tempo de angústia.
Libertado.
Que consolo saber que o resultado deste grande conflito não está em dúvida!
Compare-se com cap. 7: 18, 22, 27; 10: 14. 904
O livro.
Quer dizer o livro da vida (ver com. Dão. 7: 10; cf. Fil. 4: 3; Apoc. 13:
8; 20: 15; 21: 27; 22: 19).
2.
Serão despertados.
Vergonha.
3.
Os entendidos.
Heb. hammaÑkilim, do verbo; Ñakal "ser prudente". Esta forma pode entender-se
em um sentido simples, como "os que são prudentes", ou "os que têm
discernimento"; ou em um sentido causativo: "os que fazem que haja
discernimento", quer dizer, "os que ensinam". que verdadeiramente tem
discernimento das coisas de Deus se dá conta de que, em virtude desse mesmo
feito, essas coisas devem compartilhar-se com outros. A sabedoria divina o guia
para que seja professor dessa sabedoria para outros.
MaÑkilim aparece no cap. 11: 33, onde se traduz "sábios". Nesta passagem
os apresenta como perseguidos devido a seus fiéis esforços; aqui são
recompensados com a glória eterna. Compare-se com o vers. 10.
4.
Fecha as palavras.
Correrão.
Heb. shuÛ, verbo que aparece 13 vezes no AT (Núm. 11: 8; 2 Sam. 24: 2, 8; 2
Crón. 16: 9; Job 1: 7; 2: 2; Jer. 5: 1; 49: 3; Eze. 27: 8, 26; Dão. 12: 4; Amós
8: 12; Zac. 4: 10). Na maioria destes casos shuÛ descreve o ato físico
de andar daqui para lá.
A LXX reza em forma muito diferente: "E você, Daniel, cobre as ordens e sela o
libero até o tempo do fim, até que muitos enlouqueçam e a terra será
cheia de maldade". A versão do Teodoción se assemelha mais ao texto
masorético: "E você, Daniel, fecha as palavras e sela o livro até o tempo
do fim; até que muitos sejam ensinados e a sabedoria seja aumentada". A BJ
traduz: "Muitos andarão errantes para cá e lá, e a iniqüidade aumentará".
A ciência se aumentará.
5.
E eu Daniel olhei.
Outros dois.
Aqui aparecem dois seres celestiales mais que se unem com o que já esteve
narrando a profecia ao Daniel. Alguns sugeriram que possivelmente fossem
os dois "Santos" mencionados no cap. 8: 13.
Do rio.
6.
Daniel tinha visto este Ser celestial ao começo de sua visão (cap. 10:
5-6).
O anjo aqui formula a pergunta tácita que deve ter embargado a mente de
Daniel. A grande aflição do profeta era a rápida e completa restauração de
os judeus (ver com. Dão. 10: 2). É verdade que o decreto do Ciro já havia
sido promulgado (Esd. 1: 1; cf. Dão. 10: 1), mas ficava muito por fazer.
Depois do comprido e complexo relato das vicissitudes futuras pelas que
passaria o povo de Deus, é natural que o profeta estivesse ansioso de saber
até quando continuariam "estas maravilhas" e quando seria cumprida a promessa
de que seria "libertado" seu "povo" (Dão. 12: 1). Daniel não compreendeu
plenamente a relação do que tinha visto com o futuro. Uma parte da
profecia foi selada e só teria que entender-se no "tempo do fim" (Dão.
12: 4).
7.
Ver Deut. 32: 40. O levantar ambas as mãos indicava que se acrescentavam à
declaração a máxima solenidade e garantia.
que vive.
Não podia formular um juramento maior (ver Heb. 6: 13; cf. Apoc. 10: 5-6).
8.
Não entendi.
No versículo introdução desta visão (cap. 10: 1), Daniel diz que
"teve inteligência na visão". Durante o curso da visão o anjo o
assegurou ao profeta que tinha vindo para lhe fazer "saber" (cap. 10: 14). A
revelação que seguiu foi dada em uma linguagem literal. Agora, depois de
haver-se introduzido o fator tempo dos 1.260 anos, como resposta a seu
pergunta: "Até quando?", Daniel confessou, "mas não entendi". Parecesse pois
que a parte da visão que Daniel não compreendeu foi a que se relaciona com
o fator tempo. Estava orando pela pronta restauração do templo (ver
com. cap. 10: 2), um problema imediato. Pareceria que tivesse sido incapaz de
fazer amoldar o fator tempo dentro de seu conceito de uma pronta liberação
de seu povo.
O fim.
Embora já lhe tinha mandado que selasse esta parte da revelação (vers.
4), o ancião profeta estava ainda desejoso de saber mais de seu significado.
9.
Anda.
10.
Compreenderão.
Uma garantia de que aqueles que nos últimos dias estudem as profecias
bíblicas com dedicação e inteligência, entenderão a mensagem de Deus para seu
tempo.
11.
Seja tirado.
O contínuo sacrifício.
12.
Bem-aventurado.
Espere.
Isto implica que se pode esperar que o período profético que se menciona
seguidamente continue mais à frente do fim dos 1.290 dias. Se os 1.290 e os
1.335 dias começam na mesma data, este segundo período chega até o ano
1843, uma data importante em relação com o grande despertar adventista
ocorrido na América do Norte, que geralmente se conhece como o movimento
millerita.
13.
1 CRA 238; CS 534, 671, 680, 693, 707; Ev 179; 1JT 26, 75, 131, 501; 2JT 67;
3JT 285; NB 111, 128; MM 38; P 33-34, 36, 43, 56, 67, 71, 85, 282; PP 199,
261;PVGM 166; 5T 152; 8T 50; 9T 210, 244
3 C (1949) 60; C (1967) 214; FÉ 199; 264; 3JT 74; NB 281; MeM 254, 335; MJ
203; P 61; SC 133, 137; 1T 112; 7T 249
8-13 TM 112
9-10 PR 402
10 DTG 201; 2JT 152; P 141; PVGM 141; 2T 184; 3TS 378
3R 402 908
MINISTÉRIO DO OSEAS