Cultura Da Cebola

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Família: Alliaceae

Gênero: Allium
Espécie: Allium cepa L.

Outras espécies
A. ampeloprasum: alho porró
A. fistulosum: cebolinha japonesa
A. schoenoprasum: cebolinha de maço
A. chinense: “rakkyo”
A. tuberosum: “Nira”
China e Índia responderam por 44,56% da produção
total mundial

Brasil → 8° lugar (2%)

Produtividade média nos últimos anos


Coréia = 57,0 t ha-1
EUA = 55,0 t ha-1
Espanha = 52,8 t ha-1

A produtividade brasileira superou a produtividade


média mundial em 11,53% → 20,83 t ha-1
Área Produtividade
Regiões Produção (t)
(ha) (kg/ha)

Nordeste 10.087 200.538 19,88

Sudeste 8.797 252.242 28,67

Sul 38.612 674.880 17,48

Outras 294 5.260 17,89

Brasil 57.790 1.132.920 19,60

Fonte: IBGE; Embrapa-CPATSA


Brasil
3ª hortaliça economicamente + importante
grande quantidade de emprego e renda gerada em
todo o segmento de sua cadeia produtiva

Aspecto social
- envolvimento de grande número de famílias
- gera mais de 250.000 empregos diretos no setor de
produção
- grande número de pequenos produtores tem a
cebola como única fonte de renda
- a maior parte dos produtores de cebola (65%) está
concentrada em áreas menores que 20 ha e são
responsáveis por 51,7% da produção nacional
o consumo mensal de cebola no Brasil situa-se
entre 85.000 a 90.000 t

Produção Nacional
- Escassez de cebola: março, abril, maio, outubro e
novembro
- Excesso de cebola: janeiro, fevereiro, junho, julho,
agosto e setembro
Planta tenra

60 cm de altura

Folhas tubulares; cerosas ou


não disposição alternada; duas
fileiras ao longo do caule

Bainhas foliares acima da


superfície do solo formando uma
estrutura firme (pseudocaule),
parte inferior é um bulbo
Caule verdadeiro na extremidade
inferior do bulbo disco comprimido
e achatado na base da planta

Raízes fasciculadas, pouco


ramificadas na verticais, atingindo
até 30 cm de solo
Bulbo tunicado, compacto

Fonte: Vidal & Vidal (1992)


Túnica apresenta coloração
típica da cultivar
Haste ou escapo floral
0,5 a 1,5 m
1 a 20 hastes florais em cada
planta
á medida que cresce torna-se oca
no ápice desenvolve-se uma
inflorescência

Umbela
50 a 2000 flores
Formação dos bulbos → relacionada com a interação
entre a temperatura e o fotoperíodo.

Fotoperíodo
decisivo na bulbificação
a cebola é uma espécie de dia longo para bulbificar
a planta de cebola só formará bulbo se o
comprimento do dia (fotoperíodo) for igual ou
superior que o valor mínimo fisiologicamente exigido
pela cultivar
cada cultivar tem sua exigência em horas de luz
para iniciar o processo de bulbificação
Condição fotoperiódica abaixo da exigida pela cultivar
elevado número de plantas que não irão se
desenvolver (“charutos”)

Condição fotoperiódica acima da exigida pela cultivar


formação prematura e indesejável de bulbos de
tamanho reduzido
Ainda que a duração do dia seja o principal fator
indutivo da bulbificação seus efeitos são modificados
pela temperatura.

 T °C → aceleram a formação de bulbos

T °C → retardam a formação dos bulbos

T °C > 30 ºC → bulbificação prematura indesejável


na fase inicial de desenvolvimento das plantas

T °C < 10 °C → florescimento prematuro (“bolting”)


Crescimento vegetativo → T °C amena ou fria (22-28
°C)
Bulbificação → T °C ligeiramente mais elevada

Temperaturas ótimas
bulbificação (25 a 30 ºC)
formação de melhores bulbos e maior produção
(15,5 a 21,1 °C)
perfeita maturação do bulbo e colheita (clima
quente e seco)
Brasil
→Diversidade quanto às épocas de semeadura e
colheita.

Época de plantio → definida em função da


compatibilização das exigências fisiológicas da
cultivar a ser plantada com as condições ambientais
locais e do mercado consumidor.

PR, SC e RS → semeadura de abril a junho, com


colheita de novembro a janeiro.
SP e MG → semeadura de fevereiro a maio e
colheita de julho a novembro.
BA e PE → semeadura o ano todo, com concentração
nos meses de janeiro a março.
Cebola
hortaliça fortemente influenciada por fatores
ambientais;

as cultivares de cebola são usualmente


classificadas em função de suas exigências
fotoperiódicas;

o fotoperíodo é um fator limitante para a


bulbificação;

planta de cebola só formará bulbos se o


comprimento do dia for igual ou superior a um
mínimo fisiologicamente exigido.
→Desenvolvem bulbos sob 11-12 h de luz por dia
→Ciclo curto (4 a 5 meses)
Características:
plantas mais suscetíveis à queima-de-alternária
bulbos de coloração externa bem clara
sabor muito suave
menores cotações no mercado
apresentam ampla adaptabilidade de cultivo em
diversas regiões brasileiras
exemplos são os híbridos precoces Granex 33,
Granex 90, Granex 429, Rio Grande, Mercedes e
Linda Vista
Optima F1 Texas Grano 502

Fonte: Topseed (2003) Fonte: Isla (2002/2003)

Formato: arredondado Formato: globular


Cor: amarela escura Cor: amarela clara
Peso: 200-250 g Plantio: mar-jul
Ciclo: 100-110 dias Ciclo: 100-105 dias
→Exigem de 12 a 14 h de luz por dia
→Ciclo de 5 a 6 meses
Características:
resistência mediana à queima-de-alternária
bulbos de coloração mais acentuada
sabor mais pungente
bulbos mais valorizados no mercado
cultivares desse grupo apresentam adaptabilidade
geográfica mais restrita
exemplos são as cultivares não híbridas Baia
Periforme, Bola Precoce, IPA-6, Baia Super Precoce e
Roxa do Barreiro
BR 23 Baia Periforme

Fonte: Isla (2002/2003) Fonte: Isla (2002/2003)


Formato: globular Formato: globular alongado
Cor: amarela escura Cor: amarela
Peso: 170-190 g Plantio: mar-jul
Plantio: mai-jun Ciclo: 180 dias
Ciclo: 165-175 dias
→Exigem acima de 14 h de luz por dia
→Ciclo de 6-8 meses
Características:
alta resistência à queima-de-alternária
bulbos de coloração escura
sabor muito acentuado
ótima conservação
altamente valorizadas na comercialização
apresentam adaptabilidade restrita ao extremo sul
exemplos de cultivares brasileiras tardias, não
híbridas, são Rio Grande Bojuda, Jubileu e Bella
Crioula.
BR 29 Crioula

Fonte: Topseed (2003) Fonte: Crioula (2002/2003)


Formato: arredondado Formato: globular
Cor: vermelha Cor: vermelha
Peso: 140-160 g Peso: 140-160 g
Ciclo: 185-195 dias Plantio: mar-jul
Uniformidade de maturação Ciclo: 180-200 dias
Solos: profundos, textura média e férteis
pH: 5,5-6,5 V2: 70%
Preparo do solo: aração, gradagem e formação de
canteiros
N (kg/ha) P2O5 (kg/ha) K2O
(kg/ha)
Plantio 30 200-300 120-150
Cobertura 30-60 - 30-60
Fonte: Filgueira (2000)
Cobertura: 30 e 50 dias após transplante
B: 2 kg/ha
Zn: 4 kg/ha
Método mais utilizado

Baseia-se na formação de mudas e plantio destas em


época apropriada para a cultivar em questão

Semente → muda → transplantio para o campo →


bulbo
Semeadura:
Sementeiras tradicionais
Sulcos transversais distanciados de 10 a 15 cm
Profundidade de 10 a 15 mm

Quantidade de mudas para o plantio de 1 ha:


500.00 mudas
1,5 a 2,0 kg de sementes c/ 80 a 95% de germinação
Sementeiras comuns de 500 a 750 m2

Transplantio das mudas


40 a 60 DAS (no verão 30 DAS)
Mudas c/ 4 a 5 mm  e 18-20 cm de altura
Utilizar mudas mais novas
Regiões mais tecnificadas
Uso de semeadeiras de precisão

Desvantagens
exige maior gasto em sementes
emergência desuniforme da cultura
dificuldades na realização dos tratos culturais
iniciais

Vantagens
encurtamento do ciclo
aumento na produtividade
redução substancial no custo de produção
Semeadura (agosto) (sem desbaste ou transplante posteriores)
 fotoperíodo e temperatura crescentes  bulbificação
precoce

Colheita de bulbinhos (novembro/janeiro) (1 a 3 cm ) (cura)


 seleção de bulbinhos

Armazenamento dos bulbinhos (para quebra de dormência)


(caixas e ambiente seco)
 seleção de bulbinhos

Plantio de bulbinhos (fevereiro/março)


Colheita de campo (maio/junho) (entressafra)


Transplante das mudas 30 a 50 dias após a
semeadura
Mudas de tamanho e diâmetro superiores a 18-20
cm e 3 mm
Sulcos → 4 linhas espaçadas de 25 cm e
espaçamento entre plantas de 7-8 cm
 Profundidade de 3-5 cm

Espaçamentos estreitos
elevado número de plantas e bulbos por hectare
redução do tamanho dos mesmos
45 DAS 77 DAS
Controle de Plantas Daninhas

O espaçamento pequeno entre plantas dificulta e


encarece a capina manual e praticamente inviabiliza
a mecanizada;
O ciclo relativamente longo exige várias capinas
O êxito da cultura da cebola depende do uso correto
de herbicidas
 4 primeiras semanas de crescimento são críticas
para a produção e o máximo de produção de bulbos é
obtido quando a planta fica isenta de plantas
daninhas por 7 a 8 semanas após o transplante
Irrigação

Manter 75% de água útil nos 20 cm de solo onde se


concentram as raízes até ao primeiro sinal de
maturação da cebola
Excesso de água no solo → retarda o ciclo e favorece
o aparecimento do “charuto”
Charuto

→Bulbo alongado, em plantas sem tombamento;

→Inadaptação da cultivar às condições climáticas,


especialmente fotoperíodo;

→Excesso de N.

Fonte: Filgueira (2000)


Brotações

Problema fisiológico de pós-colheita


T °C ao redor de 0 ºC retardam as brotações

Catáfilas translúcidas

Após 3 a 4 meses de armazenamento a frio


Maior incidência em bulbos grandes
Catáfilas se tornam transparentes
Crescimento de raízes

Taxas máximas de ocorrência:


T ° C de 10 °C e UR > 75%

Redução do problema:
baixas temperaturas e UR < 70%
recipientes apropriados e dispostos de forma a
permitir uma boa ventilação
Ponto de colheita
tombamento ou “estalo” (murchamento prévio da
rama na região acima do bulbo - pescoço)
tombamento do pseudocaule, seguindo-se da seca
da planta
recomenda-se iniciar a colheita quando 50-60% das
plantas tombarem

Cebola colhida verde:


aquosa
não completa seu ciclo
perde muito peso com a evaporação da água
apresenta má conservação
Fonte: Univag (2004)

Fonte: Filgueira (2000)


Finalidade: perda excessiva de umidade das ramas e
secagem das películas externas (casca) dos bulbos,
com o intuito de fazê-los alcançar coloração externa
atrativa e reduzir a intensidade de podridões
Cura ao sol
exposição ao sol durante 7-10 dias
T °C > 21 °C por 24 a 72 horas
Cura a sombra
galpões bem arejados e secos
cura mais lenta
Cura completa
desprendimento fácil das películas externas quando
se esfregam os bulbos com os dedos (10 a 15 dias após
a colheita)
Grupos (Formato) Sub-grupos (Coloração)
Talo grosso Brotado Podridão

Mofado Mancha negra


Descoloração Flacidez Deformado

Falta de Dano mecânico


películas

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