Integral Dupla

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Análise Matemática Para Engenharia II

Integral dupla ( Forma Cartesiana e Forma Polar)


Prof. Jonas Ricardo

Integral Dupla

Muitos livros começam ao fazerem a abordagem desse conceito, o fazem iniciando com vários
teoremas nós daremos início a esse conteúdo fazendo referência ao conteúdo abordado na aula passada, as
derivadas parciais em funções de várias variáveis.
Quando abordado o assunto de funções de No estudo das funções de várias variáveis, ao calcularmos
derivadas parciais escolhíamos uma das várias variáveis, somos obrigados a partir de uma definição que nos
norteia com relação a que função eu estou me referindo na hora de efetuar a derivada, tornando a outra
variável uma constante, o que nos levar a utilizar todos os conceitos que foram vistos em Análise Matemática
I.
Esse mesmo procedimento será utilizado aqui para que seja possível uma melhor introdução ao
conceito de integral dupla.
Vejamos alguns exemplos:

Exemplo 1 – Seja a função 𝑓(𝑥, 𝑦) = 3𝑥 2 𝑦 encontre a sua primitiva em relação a variável x.

Resolução:
Quando falamos em primitiva, falamos em integrar uma função, como essa função possui duas variáveis,
devemos observar o que pede o exercícios, que é a primitiva em relação a x. Resumidamente o que
queremos a calcular ∫ 𝑓(𝑥, 𝑦)𝑑𝑥, sendo assim temos:

∫ 3𝑥 2 𝑦 𝑑𝑥

.𝑥 3 𝑦 + 𝑐
Lembrando que essa função foi integrada em relação a x, se tivesse sido em relação a y teríamos:

∫ 3𝑥 2 𝑦 𝑑𝑦

𝑥3𝑦2
+𝑐
2
Vale ressaltar ainda que na resolução da primeira integral o
“+C” refere-se a uma constante de y podendo ser representada por : C (y) = ay3 + by2 + cy+3 o que nos leva
a ter como uma das primitivas da função f(x,y) apresentada a seguinte função:
𝑥 3 𝑦 + 𝑎𝑦 3 + 𝑏𝑦 2 + 𝑐𝑦 + 3

Para saber se essa resposta é válida só fazermos a prova real, que seria a derivada parcial de x, pois foi feita
a integração parcial em x ficando da seguinte maneira:
𝑓(𝑥, 𝑦) = 𝑥 3 𝑦 + 𝑎𝑦 3 + 𝑏𝑦 2 + 𝑐𝑦 + 3
𝑓𝑥 = 3𝑥 2 𝑦 + 0 + 0 + 0 + 0 = 3𝑥 2 𝑦

Com esse exemplo vemos que a integração dupla funciona também como processo inverso da derivada
parcial, o que facilitará muito para a nossa compreensão do conteúdo, vejamos agora uma definição mais
formação da integração dupla.

Consideremos uma função f de duas variáveis definidas por um retângulo fechado onde :

𝑅 = [𝑎, 𝑏]𝑥[𝑐, 𝑑] = {(𝑥, 𝑦) ∈ ℝ2 / 𝑎 ≤ 𝑥 ≤ 𝑏, 𝑐 ≤ 𝑦 ≤ 𝑑}

Supondo que 𝑓(𝑥, 𝑦) ≥ 0 o gráfico 𝑓 é uma superfície com equação 𝑧 = 𝑓(𝑥, 𝑦), com a integral dupla iremos
estimar o volume aproximado do solido delimitado de maneira superior por 𝑧 = 𝑓(𝑥, 𝑦) e por 𝑧 = 0 onde seu
limite lateral é demarcado pela curva fechada que delimita a região.
Figura 1: Representação da Área a ser integrada

Fonte: https://www.geogebra.org/m/mWVGZmNP

Sendo assim , definimos a integral dupla de f sobre a o retângulo R da seguinte maneira :

∫ ∫ 𝑓(𝑥, 𝑦)𝑑𝐴

Uma informação que devemos ter muita atenção, quando vamos fazer uso da integral dupla é o
reconhecimento do domínio de integração ou limites de integração, bem como as curvas que delimitam essas
regiões de integração. Assim como nas integrais cuja função é de uma variável, nas integrais duplas temos
algumas propriedades que servem para facilitar o cálculo são elas:
1ª ∫ ∫[𝑓(𝑥, 𝑦) + 𝑔(𝑥, 𝑦)]𝑑𝐴 = ∫ ∫ 𝑓(𝑥, 𝑦)𝑑𝐴 + ∫ ∫ 𝑔(𝑥, 𝑦)𝑑𝐴

2ª ∫ ∫ 𝑐𝑓(𝑥, 𝑦)𝑑𝐴 = 𝑐 ∫ ∫ 𝑓(𝑥, 𝑦)𝑑𝐴 onde c é uma constante

3ª Se 𝑓(𝑥, 𝑦) ≥ 𝑔(𝑥, 𝑦) para todo (𝑥, 𝑦) em R ( região de integração), então:

∬ ∫ ∫ 𝑓(𝑥, 𝑦)𝑑𝐴 ≥ ∫ ∫ 𝑔(𝑥, 𝑦)𝑑𝐴

Integrais Iteradas

Calcular integrais de funções de uma variável real, fazendo uso da definição da integral geralmente é difícil,
porém o Teorema Fundamenta do Cálculo nos fornece uma maneira mais fácil de calcularmos essa integral,
e é assim que iremos fazer com relação a integral com duas variáveis.
Vamos supor que f seja uma função de duas variáveis onde a sua integração aconteça no retângulo𝑅 =
𝑑
[𝑎, 𝑏]𝑥[𝑐, 𝑑] , para solucionarmos essa integral será usado a notação ∫𝑐 𝑓(𝑥, 𝑦)𝑑𝑦 , essa representação da

integral significará que o x será mantido fixo e 𝑓(𝑥, 𝑦) é um integração em y com y variando de c até d. Esse
procedimento é chamado de geração parcial em relação a y (essa é uma semelhança com a derivada
𝑑
parcial), isso faz com que ∫𝑐 𝑓(𝑥, 𝑦)𝑑𝑦 por ser um número dependente de x , defina uma função de x como
no exemplo abaixo.

𝑑
𝐴(𝑥) = ∫ 𝑓(𝑥, 𝑦)𝑑𝑦
𝑐

Agora se entregamos a função A em relação à variável x, com x variando de a até b temos:


𝑏 𝑏 𝑑
∫ 𝐴(𝑥)𝑑𝑥 = ∫ [∫ 𝑓(𝑥, 𝑦)𝑑𝑦] 𝑑𝑥
𝑎 𝑎 𝑐

A representação da direita é o que chamamos de integral iterada utilizamos a mesma sem os colchetes
ficando da forma:
𝑏 𝑑
∫ ∫ 𝑓(𝑥, 𝑦)𝑑𝑦 𝑑𝑥
𝑎 𝑐

Resumindo, esse tipo de integração significa que podemos fazer a integração em qualquer ordem pois no
final seu resultado será o mesmo vejamos alguns exemplos:

3 2 2 3
Exemplo 2- Calcular o valor das integrais lterada ∫0 ∫1 𝑥 2 𝑦𝑑𝑦 𝑑𝑥 e ∫1 ∫0 𝑥 2 𝑦𝑑𝑦 𝑑𝑥

Resolvendo a primeira integral iremos colocar o x como uma constante, sendo assim temos:

3 2
∫ ∫ 𝑥 2 𝑦𝑑𝑦 𝑑𝑥
0 1
3 2
𝑦2
∫ 𝑥2 | 𝑑𝑥
0 2 1
Substituindo y por 2 e 1 temos:

3
22 12
∫ 𝑥 2 [( ) − ( )] 𝑑𝑥
0 2 2

3
4 1
∫ 𝑥 2 [( ) − ( )] 𝑑𝑥
0 2 2
3
3
∫ 𝑥 2 ( ) 𝑑𝑥
0 2
Fazendo uso de uma das propriedades das integrais, ∫ 𝑘𝑓(𝑥)𝑑𝑥 = 𝑘 ∫ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥, iremos tirar o 3/2 da integral,
por ser uma constante, onde ficaremos com uma integral somente em x da seguinte maneira
3 3 2
∙ ∫ 𝑥 𝑑𝑥
2 0
Integrando x agora temos:
3
3 𝑥3
∙( | )
2 3 0

3 33 03
∙ [( ) − ( )]
2 3 3
3 27
∙ [( ) − (0)]
2 3
3 27
∙9=
2 2

Resolvendo agora a segunda integral, dessa vez colocando y como constante temos:

2 3
∫ ∫ 𝑥 2 𝑦𝑑𝑦 𝑑𝑥
1 0
2 3
𝑥3
∫ 𝑦 | 𝑑𝑥
1 3 0

Substituindo x por 3 e 0 temos:

2
33 03
∫ 𝑦 [( ) − ( )] 𝑑𝑦
1 3 3

2
27
∫ 𝑦 [( ) − (0)] 𝑑𝑦
1 3
2
27
∫ 𝑦 𝑑𝑦
1 3
27
Tirando o da integral ficaremos com uma função somente em y da seguinte maneira
3
2
27
∙ ∫ 𝑦 𝑑𝑦
3 1
Integrando y e substituindo y por 1 e 2 temos:
2
27 𝑦 2
∙( | )
3 2 1

27 22 12
∙ [( ) − ( )]
3 2 2
3 4 1
∙ [( ) − ( )]
2 2 2
27 3 27
∙ =
3 2 2

Vemos que ambos os resultados foram iguais, essa é uma propriedade das integrais iteradas, que tem a sua
representação no Teorema de Fubini que diz:

Se f for uma contínua no retângulo 𝑅 = {(𝑥, 𝑦)/ 𝑎 ≤ 𝑥 ≤ 𝑏, 𝑐 ≤ 𝑦 ≤ 𝑑 } então:


𝑏 𝑑 𝑑 𝑏
∫ ∫ 𝑓 (𝑥, 𝑦)𝑑𝐴 = ∫𝑎 ∫𝑐 𝑓 (𝑥, 𝑦)𝑑𝑦 𝑑𝑥 = ∫𝑐 ∫𝑎 𝑓 (𝑥, 𝑦)𝑑𝑥 𝑑𝑦

Vejamos a aplicação do Teorema de Fubini nos exemplos abaixo.

Exemplo 3: Calcule a integral dupla ∫ ∫(𝑥 − 3𝑦 2 ) 𝑑𝐴 , onde 𝑅 = {(𝑥, 𝑦)/ 0 ≤ 𝑥 ≤ 2, 1 ≤ 𝑦 ≤ 2}

Resolução: Usando o Teorema de Fubini temos escolhendo integrar primeiro x temos:

2 2
∫ ∫(𝑥 − 3𝑦 2 ) 𝑑𝐴 = ∫ ∫ (𝑥 − 3𝑦 2 )𝑑𝑥 𝑑𝑦
1 0

2
𝑥2
∫ − 3𝑦 2 𝑥 |20 𝑑𝑦
1 2
Substituindo x por 2 e o temos:

2
22
∫ ( − 3𝑦 2 2) 𝑑𝑦
1 2

2
∫ (2 − 6𝑦 2 ) 𝑑𝑦
1

Integrando y e substituindo os valores temos:


2
6𝑦 3
2𝑦 − |
3 1
6 ∙ 23 6 ∙ 13
(2 ∙ 2 − ) − (2 ∙ 1 − )
3 3
(4 − 16) − (2 − 2) = −12 ∴ 12
Agora resolvendo essa integral começando a integração pelo y temos:

2 2
∫ ∫(𝑥 − 3𝑦 2 ) 𝑑𝐴 = ∫ ∫ (𝑥 − 3𝑦 2 )𝑑𝑥 𝑑𝑦
1 0

2 2
3𝑦 3
∫ 𝑥𝑦 − | 𝑑𝑥
0 3 1
Substituindo y por 2 e 1 temos:

2
∫ [(2𝑥 − 23 ) − (𝑥 − 1)] 𝑑𝑥
0
2
∫ (𝑥 − 7) 𝑑𝑥
0

Integrando x e substituindo os valores temos:


2
𝑥2
− 7𝑥|
2 0

22
( − 7 ∙ 2)
2
(2 − 14) = −12 ∴ 12

Em ambos os casos, como estamos tratando de área consideramos somente valores positivos.

𝜋
Exemplo 4: Calcule a integral dupla ∫ ∫ 𝑥𝑠𝑒𝑛𝑦 𝑑𝐴 , onde 𝑅 = {(𝑥, 𝑦)/ 0 ≤ 𝑥 ≤ 2, 0 ≤ 𝑦 ≤ }
2

Resolução: Como já mostrado, fazendo uso do Teorema de Fubini, podemos começar a integrar por qualquer
que seja a variável pois no final os resultados serão os mesmos, sendo assim nessa atividade não iremos
fazer os dois casos, como nos dois exemplos anteriores, pois entendemos que a finalidade de mostrar que os
resultados são iguais já foram cumpridos.
Com isso iremos começar a integrar por x, como isso temos:

𝜋/2 2
∫ ∫ 𝑥𝑠𝑒𝑛𝑦 𝑑𝐴 = ∫ ∫ (𝑥𝑠𝑒𝑛𝑦)𝑑𝑥 𝑑𝑦
0 0

Integrando x temos:
𝜋/2 2
𝑥2
∫ 𝑠𝑒𝑛𝑦| 𝑑𝑦
0 2 0
𝜋/2
∫ 2𝑠𝑒𝑛𝑦 𝑑𝑦
0

Integrando y e substituindo os valores de integração temos:


𝜋/2
−2 cos 𝑦|0
𝜋
(−2 cos ) − (−2 cos 0)
2

(0) − (−2 ∙ 1) = 2

Devemos observar que nem todas as integrais duplas são de simples resoluções, como falado no início do
conteúdo, há casos em que os limites de integração são funções ao invés de valores como veremos a seguir.

Integração Dupla Sobre Regiões Gerais

Para uma integral dupla sobre uma região D (cuja área está sendo calculada), vale a seguinte relação:
𝐷 = {(𝑥, 𝑦)/ 0 ≤ 𝑥 ≤ 2, 𝑓1 (𝑥) ≤ 𝑦 ≤ 𝑓2 (𝑥)}
O que consequentemente leva:

Se f for uma contínua em uma região D (cuja área está sendo calculada),
𝐷 = {(𝑥, 𝑦)/ 0 ≤ 𝑥 ≤ 2, 𝑓1 (𝑥) ≤ 𝑦 ≤ 𝑓2 (𝑥)} o que nos leva :
𝑏 𝑓2 (𝑥)
∫ ∫ 𝑓(𝑥, 𝑦)𝑑𝐴 = ∫ ∫ 𝑓(𝑥, 𝑦)𝑑𝑦 𝑑𝑥
𝑎 𝑓1 (𝑥)

Vejamos agora alguns exemplos de aplicação.

Exemplo 5: Calcule ∫ ∫(𝑥 2 + 2𝑦)𝑑𝐴 onde a sua área e a região limitada pelas parábolas 𝑦 = 1 + 𝑥 2 e
𝑦 = 2𝑥 2 .

Resolução: A figura abaixo mostra a área entre as duas curvas que iremos calcular, como se trata de uma
integral dupla temos que ter dois limites de integração um limite para y e outro para y.
Quando analisamos o gráfico vemos que os limites em y, são as funções em x ( 1+x2, 2x2) se olharmos para o
gráfico agora tentando identificar os valores de x observamos que o gráfico vai de de -1 a 1, sendo esses
seus limites de integração.

Porém se não existisse o gráfico, para calcularmos os limites de integração de x bastava igualarmos as
funções de y da seguinte forma:

𝑦 = 𝑦.
1 + 𝑥 2 = 2𝑥 2 .
Isolando x temos:

𝑥 2 − 2𝑥 2 = −1.
−𝑥 2 = −1.
𝑥 2 = 1.
𝑥 = ±√1 = ±1.
Agora que já temos os limites de integração já podemos calcular, sendo assim temos:

𝑏 𝑓2 (𝑥)
∫ ∫ 𝑓(𝑥, 𝑦)𝑑𝐴 = ∫ ∫ 𝑓(𝑥, 𝑦)𝑑𝑦 𝑑𝑥
𝑎 𝑓1 (𝑥)

1 𝑥2
∫ ∫ (𝑥 2 + 2𝑦)𝑑𝑦 𝑑𝑥
−1 1+𝑥 2

Diferente da integral iterada nesse caso eu tenho que começar a integrar sempre pelas variáveis que seus
limites de integração são funções, nesse caso começaremos por y, sendo assim temos:
1 𝑥2
∫ ∫ (𝑥 2 + 2𝑦)𝑑𝑦 𝑑𝑥
−1 1+𝑥 2
1 1+𝑥 2
2𝑦 2
∫ (𝑥 2 𝑦 + )| 𝑑𝑥
−1 2 𝑥2

1
2
∫ (𝑥 2 𝑦 + 𝑦 2 )|1+𝑥
𝑥2 𝑑𝑥
−1

Substituindo os limites de integração temos:

1
∫ [(𝑥 2 (1 + 𝑥 2 ) + (1 + 𝑥 2 )2 − (𝑥 2 (2𝑥 2 ) + (2𝑥 2 )2 ]) 𝑑𝑥
−1
1
∫ [(𝑥 2 + 𝑥 4 + 1 + 2𝑥 2 + 𝑥 4 ) − ((2𝑥 4 ) + (4𝑥 4 ))] 𝑑𝑥
−1
1
∫ [(3𝑥 2 + 2𝑥 4 + 1) − 6𝑥 4 ] 𝑑𝑥
−1
1
∫ [(3𝑥 2 − 4𝑥 4 + 1)] 𝑑𝑥
−1

Integrando x temos:
1
3𝑥 3 4𝑥 5
− + 𝑥|
3 5 −1

Substituindo os valores agora temos:


3 ∙ 13 4 ∙ 15 3 ∙ (−1)3 4 ∙ (−1)5
( − + 1) − ( − − 1)
3 5 3 5
3 ∙ 13 4 ∙ 15 3 ∙ (−1)3 4 ∙ (−1)5
( − + 1) − ( − − 1)
3 5 3 5
4 4
(1 − + 1) − (−1 + − 1)
5 5
8 12
4− =
5 5
Exemplo 6- Determine a área limitada pelas funções 𝑦 = 2𝑥 e 𝑦 = 𝑥 2 contidas no paraboloide 𝑧 = 𝑥 2 + 𝑦 2no
plano xy.

Resolução: Mais uma vez temos os limites y mas não os de x, para acharmos esses limites iremos igualar as
funções sendo assim temos:

𝑦 = 2𝑥 e 𝑦 = 𝑥 2
2𝑥 = 𝑥 2
𝑥 2 − 2𝑥 = 0
Resolvendo encontraremos x = 0 e x = 2
A integral que iremos calcular será:
2 𝑥2
∫ ∫ (𝑥 2 + 𝑦 2 )𝑑𝑦 𝑑𝑥
0 2𝑥

Integrando y, pois eles terão como limites de integração uma função, temos:

2 𝑥2
2
𝑦3
∫ (𝑥 𝑦 + )| 𝑑𝑥
0 3 2𝑥

Substituindo os valores temos:

2
(𝑥 2 )3 (2𝑥)3
∫ (𝑥 2 ∙ 𝑥 2 + ) − (𝑥 2 ∙ 2𝑥 + ) 𝑑𝑥
0 3 3
2
(𝑥 6 ) (8𝑥 3 )
∫ (𝑥 4 + ) − (2𝑥 3 + ) 𝑑𝑥
0 3 3
2
(𝑥 6 ) (14𝑥 3
∫ (𝑥 4 + )−( ) 𝑑𝑥
0 3 3
Integrando agora x temos:
2
𝑥 5 𝑥 7 14𝑥 4
( + − )|
5 21 12 0

Reparem que se fizermos a substituição de 0 nas variáveis toda a função irá dar zero como resposta, sendo
assim, nesse caso não precisamos fazer a substituição do zero, basta apenas fazermos a substituição do 2
na função, sendo assim temos:
25 27 14 ∙ 24 32 128 14 ∙ 24 216
+ − = + − =
5 21 12 5 21 12 35

Exemplo 7- Determine a área limitada pelas funções 𝑦 = 𝑥 e 𝑦 = 𝑥 2 contidas no paraboloide 𝑧 = 𝑥 2 + 2𝑦 no


plano xy.

Resolução: Como feito anteriormente vamos calcular os limites de x, já que os limites de y estão em função
de x. Igualando as funções temos:

𝑦 = 𝑥 e 𝑦 = 𝑥2
2𝑥 = 𝑥 2
𝑥2 − 𝑥 = 0
Resolvendo encontraremos x = 0 e x = 1

A integral que iremos calcular será:


1 𝑥2
∫ ∫ (𝑥 2 + 2𝑦)𝑑𝑦 𝑑𝑥
0 𝑥

Integrando y, pois eles terão como limites de integração uma função, temos:

1 𝑥2
2𝑦 2
∫ (𝑥 2 𝑦 + )| 𝑑𝑥
0 2 𝑥

Substituindo os valores temos:

1
∫ (𝑥 2 ∙ 𝑥 2 + (𝑥 2 )2 ) − (𝑥 2 ∙ 𝑥 + (𝑥)2 )𝑑𝑥
0
1
∫ (𝑥 4 + 𝑥 4 ) − (𝑥 3 + 𝑥 2 )𝑑𝑥
0
1
∫ (2𝑥 4 − 𝑥 3 − 𝑥 2 ) 𝑑𝑥
0

Integrando agora x temos:


1
2𝑥 5 𝑥 4 𝑥 3
( − − )|
5 4 3 0
Substituindo x por 0 e 1 temos
2 ∙ (1)5 14 13
− −
5 4 3
2 1 1
− −
5 4 3

Colocando no mesmo denominador temos:


24 15 20 11
− − =−
60 60 60 60
Devemos lembrar que estamos calculando área, sendo assim iremos trabalhar somente com valores
11 11
positivos, sendo assim o que nos interessa nesse caso é |− | =
60 60

Coordenadas Polares

O sistema de coordenadas polares, são coordenadas que consistem em uma distância e da medida de um
ângulo em relação a um ponto fixo a uma semirreta fixa.
Uma das definições encontradas para Coordenadas Polares é a seguinte :

“As coordenadas polares são um sistema de coordenadas bidimensional em que cada ponto no
plano é determinado por uma distância e um ângulo em relação a um ponto fixo de referência. O
ponto de referência é chamado de polo, e a semirreta do polo na direção de referência é o eixo
polar”

Figura 2:Representação do eixo polar

O ponto P fica é determinado por meio do par ordenado (r,), onde r representa a distância entre a origem
e o ponto P, e  representa a medida, em radianos do ângulo orientado AÔP
Figura 3: Representação de uma malha cartesiana

Figura 4: Representação da Malha Polar

(i)  > 0  o ângulo AÔP está descrito no sentido anti-


horário.
(ii)  < 0  o ângulo AÔP está descrito no sentido horário.
(iii) (0, ), , representa o pólo ou origem
As coordenadas polares (r,) servem para estabelecer a posição do ponto P em relação a uma grade formada
por círculos concêntricos com centro em O e semi-retas partindo de O. A figura abaixo dará uma melhor visão
e entendimento sobre o assunto.

Figura 4: Representação da coordenada Polar

A Figura 4 mostra uma coordenada polar cujo raio é 6 é ângulo é 60º, mas por se tratar de uma plano algumas
semelhanças entre os planos cartesianos e polar podem acontecer, daí o fato de podemos fazer as
transformações de polar em cartesiana e vice-versa, como veremos a seguir.

Transformações entre Coordenadas

Vejam a figura a seguir:


Figura 5: Representação da coordenada Polar e Cartesiana

Dessa imagem podemos tirar as seguintes relações fazendo o uso da trigonometria

1ª ∶ 𝑟 2 = 𝑥 2 + 𝑦 2  𝑟 = ±√𝑥 2 + 𝑦 2

𝑥
2ª ∶ cos 𝜃 =
𝑟
𝑦
3ª ∶ sen 𝜃 =
𝑟

Com essas três fórmulas conseguiremos fazer as transformações seja de polar em cartesiana ou de
cartesiana em polar como nos exemplos a seguir.

Exemplo 8: Transforme as coordenadas cartesianas ( 1, -1) em coordenada polar.

Resolução: Uma coordenada polar é do tipo (r,), como isso precisamos encontrar as coordenadas
desejadas, começando pela coordenada r temos:

𝑟 = √𝑥 2 + 𝑦 2

𝑟 = √12 + (−1)2 = √2

Determinando agora o valor de 𝜃 temos:

𝑥
cos 𝜃 =
𝑟

1 √2
cos 𝜃 = =
√2 2

𝑦
sen 𝜃 =
𝑟
−1 −√2
sen 𝜃 = =
√2 2
Agora temos que determinar qual o ângulo 𝜃 que o cosseno é positivo e o seno é negativo, isso acontece
√2 𝜋
somente no 4º quadrante. O ângulo em que o cosseno tem o valor de é , porém respeitando os sinais do
2 4
7𝜋
seno e cosseno, esse ângulo no 4 quadrante será de (315º)
4


Ficando a resposta (√2, )
4

Exemplo 9: Transforme as coordenadas cartesianas (−√3, 1) em coordenada polar.

Resolução: Encontrando as coordenadas (r,), temos:

𝑟 = √𝑥 2 + 𝑦 2

𝑟 = √(−√3)2 + (1)2 = √4 = 2

Determinando agora o valor de 𝜃 temos:

𝑥
cos 𝜃 =
𝑟

−√3
cos 𝜃 =
2

𝑦
sen 𝜃 =
𝑟
1
sen 𝜃 =
2

Agora temos que determinar qual o ângulo 𝜃 que o seno é positivo e o cosseno é negativo, isso acontece
1 𝜋
somente no 2º quadrante. O ângulo em que o seno tem o valor de é , porém respeitando os sinais do seno
2 6
3𝜋
e cosseno, esse ângulo no 2º quadrante será de (150º)
6

3𝜋
Ficando a resposta (2, )
6
Como já dito podemos fazer as transformações de polar para cartesiana, sendo assim temos as seguintes
situações.

𝜋
Exemplo 3 : Transforme as coordenadas polares (5, ) em coordenada cartesiana.
6

Resolução:
𝑥
cos 𝜃 = ∴ 𝑥 = 𝑐𝑜𝑠 𝜃 ∙ 𝑟
𝑟

π
𝑥 = cos ∙5
6

√3 5√3
𝑥= ∙5⟹
2 2

𝑦
sen 𝜃 = ∴ 𝑦 = 𝑠𝑒𝑛𝜃 ∙ 𝑟
𝑟
π
𝑦 = 𝑠𝑒𝑛 ∙ 5
6

1 5
𝑦= ∙5 ⟹
2 2
5√3 5
Ficando a resposta ( , )
2 2

Integral Dupla na Forma Polar

Como vimos na aula anterior, a integral dupla relaciona duas variáveis, na forma polar não seria diferente. Em
determinadas situações é bem mais fácil fazer a conversão de coordenadas cartesianas para resolução das
integrais. Vamos começar esse conteúdo com um problema simples e vamos ver como ele seria resolvida
com a com a utilização da integral dupla na forma polar.
Seja uma circunferência formada pela função x 2 + y 2 = 1 , ao olharmos para essa função vemos que se trata
de uma equação da circunferência de centro (0,0) e Raio 1, sua representação gráfica seria a seguinte:

Agora pensando na integração das duas variáveis x e y vamos pensar nessa figura com os limites de x e y , o
que nos dá a seguinte representação:
1 √1−𝑥 2
Sendo assim, para calcularmos essa área teríamos que fazer :∫−1 ∫−√1−𝑥 2 𝑑𝐴, isso nos daria um trabalho muito

grande pois teríamos que entregar 2√1 − 𝑥 2 , quando fossemos integrar a variável y.
Para casos como esse é que utilizamos as transformações de forma polar, já foi visto que 𝑥 = 𝑟𝑐𝑜𝑠 𝜃 , 𝑦 =
𝑟𝑠𝑒𝑛 𝜃 e agora teremos 𝑑𝐴 = 𝑟𝑑𝑟𝑑𝜃

𝑥 = 𝑟𝑐𝑜𝑠 𝜃
𝑦 = 𝑟𝑠𝑒𝑛 𝜃
𝑑𝐴 = 𝑟𝑑𝑟𝑑𝜃

Sendo assim temos que pensar na figura anterior fazendo os seguintes questionamentos: Qual é o Raio da
Circunferência e de quanto a quanto varia a angulação dessa circunferência?

Como isso chegamos às seguintes conclusões:


O Raio é 1, como a circunferência está no centro então esse raio varia de 0 a 1
Como a área compreendida da circunferência e toda a circunferência temos que ela começa em 0 e vai até
2π, ficando a representação da seguinte forma:

0≤𝑟≤1

0 ≤ 𝜃 ≤ 2𝜋

Esses serão os novos limites de integração para o cálculo da nova integral, o que nos daria a seguinte
equivalência entre as integrais:

1 √1−𝑥 2 2𝜋 1
∫ ∫ 𝑑𝐴 = ∫ ∫ 𝑟𝑑𝑟𝑑𝜃
−1 −√1−𝑥 2 0 0

Agora que a coordenada cartesiana já foi transformada em polar podemos fazer a integração das duas
variáveis, r e 𝜃, sendo assim temos:
2𝜋 1
∫ ∫ 𝑟𝑑𝑟𝑑𝜃
0 0

Integrando r temos :
2𝜋 2 1
𝑟
∫ | 𝑑𝜃
0 2 0

Substituindo r por 1 e 0 temos:

2𝜋
12 02
∫ [( ) − ( )] 𝑑𝜃
0 2 2

2𝜋
1 0
∫ [( ) − ( )] 𝑑𝜃
0 2 2
2𝜋
1
∫ 𝑑𝜃
0 2
Usando a propriedade das integrais vamos tirar a constante da integral e integrar o 𝑑𝜃
1 2𝜋
∫ 𝑑𝜃
2 0
1
( ) 𝜃 |2𝜋
0
2
Substituindo 𝜃 por 0 e 2𝜋 temos:

1
( ) [2𝜋 − 0] = 𝜋 𝑈. 𝐴
2
O que nos dá o resultado de 𝜋.
Observação : Essa mesma atividade, com esse mesmo enunciado, se fosse dada para um aluno do 9º ano
ele seria capaz de chegar ao mesmo o resultado, não fazendo uso de recursos matemáticos tão avançados
para a série e idade dele, porém se analisarmos o enunciado vemos que o raio da circunferência é 1, e o
enunciado pede a área da mesma, da geometria plana temos:

𝐴 = 𝜋𝑟 2
Sendo raio igual a 1 temos:
𝐴 = 𝜋12

𝐴 = 𝜋 𝑈. 𝐴

Observe que os valores são iguais, porém por motivos óbvios pelo avançado da disciplina não podemos
permitir que esse cálculo seja feito fazendo uso dessa técnica tão elementar, mas a mesma serve para
verificar, como se fosse uma prova real, se o resultado está correto.
Vejamos agora outros exemplos de uso de integrais na forma polar.

Exemplo 10. Calcular a área de uma semi- circunferência, utilizando as coordenadas polares, sabendo que a
essa semi- circunferência fica na parte superior tem seu centro na origem e 4 de raio.

Resolução: Como a semi- circunferência fica na parte superior, podemos concluir que 𝜃 varia de [0, 𝜋] e
como a circunferência trem centro na origem e raio 4 o raio varia entre [0,4] sendo assim temos: 𝜃

𝜋 4
∫ ∫ 𝑟𝑑𝑟𝑑𝜃
0 0

Integrando r temos :
𝜋 2 4
𝑟
∫ | 𝑑𝜃
0 2 0

Substituindo r por 4 e 0 temos:

𝜋
42 02
∫ [( ) − ( )] 𝑑𝜃
0 2 2

𝜋
0
∫ [(2) − ( )] 𝑑𝜃
0 2
𝜋
∫ 2 𝑑𝜃
0

Usando a propriedade das integrais vamos tirar a constante da integral e integrar o 𝑑𝜃


𝜋
2 ∫ 𝑑𝜃
0

(2)𝜃|𝜋0
Substituindo 𝜃 por 0 e 𝜋 temos:

(2)[𝜋 − 0] = 2𝜋 𝑈. 𝐴

Exemplo 11: Determine o volume do sólido delimitado pela função 𝑓(𝑥, 𝑦) = 𝑥 2 𝑦 sobre o quarto de um
círculo. No primeiro quadrante, cujo seu centro localiza-se na origem e seu raio é de 3.

Resolução: Nesse caso a função que queremos entregar é a f(x,y) porém essa função precisará,
previamente, passar de cartesiana para polar e depois feita a sua integração, sendo assim temos: 𝑥 = 𝑟𝑐𝑜𝑠 𝜃,
𝑦 = 𝑟𝑠𝑒𝑛 𝜃 , 𝑑𝐴 = 𝑟𝑑𝑟𝑑𝜃 ficando a integral na forma polar da seguinte forma:
𝜋⁄ 3
2
∫ ∫ (𝑟𝑠𝑒𝑛2 𝜃𝑟𝑐𝑜𝑠𝜃)𝑟𝑑𝑟𝑑𝜃
0 0

Fazendo a multiplicação de todos os raios contido na integral temos:

𝜋⁄ 3
2
∫ ∫ 𝑟 3 (𝑠𝑒𝑛2 𝜃𝑐𝑜𝑠𝜃)𝑑𝑟𝑑𝜃
0 0

Integrando o r e substituindo pelos limites de integração temos:

𝜋/2 4 3
𝑟
∫ | (𝑠𝑒𝑛2 𝜃𝑐𝑜𝑠𝜃)𝑑𝜃
0 4 0

Substituindo r por 4 e 0 temos:

𝜋/2
34 03
∫ [( ) − ( )] (𝑠𝑒𝑛2 𝜃𝑐𝑜𝑠𝜃)𝑑𝜃
0 4 4

𝜋/2
81 0
∫ [ − ( )] (𝑠𝑒𝑛2 𝜃𝑐𝑜𝑠𝜃) 𝑑𝜃
0 4 4
𝜋/2
81
∫ (𝑠𝑒𝑛2 𝜃𝑐𝑜𝑠𝜃)𝑑𝜃
0 4

81 𝜋/2
∫ (𝑠𝑒𝑛2 𝜃𝑐𝑜𝑠𝜃)𝑑𝜃
4 0
Agora quando formos resolver essa integral iremos usar o método de integração por substituição, tendo em
vista estarmos com o produto de duas funções dentro da integral, sendo assim temos:
𝑑𝑢
𝑢 = 𝑠𝑒𝑛𝜃 ∴ 𝑑𝑢 = cos 𝜃 𝑑𝜃 ∴ 𝑑𝜃 =
𝑐𝑜𝑠𝜃
Fazendo essas substituições na integral original temos:
81 𝜋/2 2 𝑑𝑢
∫ (𝑢 𝜃𝑐𝑜𝑠𝜃)
4 0 𝑐𝑜𝑠𝜃
Eliminando o 𝑐𝑜𝑠𝜃 temos ficaremos como:

81 𝜋/2 2
∫ (𝑢 )𝑑𝑢
4 0
Fazendo a integração temos:
𝜋⁄
81 𝑢3 2
|
4 3 0

Voltando para a varáveis que foi substituída anteriormente temos:


𝜋⁄
81 𝑠𝑒𝑛3 𝜃 2
∙ |
4 3 0

Para nós o que interessa é somente o valor de 𝜋⁄2 pois quando o valor de zero irá zerar a questão , nesse
caso. Calculando para 𝜋⁄2 temos:

3
81 (𝑠𝑒𝑛 𝜋⁄2) 81 13 81
∙ = ∙ =
4 3 4 3 12

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