Enc10 Teste Avaliacao 6
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Teste de avaliação
Português, 10.º ano
• Erro de sintaxe
2
• Impropriedade lexical
fotocopiável
L uís de Camões, Os Lusíadas, leitura, prefácio e notas de Álvaro Júlio da Costa Pimpão,
apresentação de Aníbal Pinto de Castro,
Lisboa, Ministério da Educação, 1989 [pp. 267, 269]
Apresenta, de forma bem estruturada, as tuas respostas aos itens que se seguem.
Lê o texto seguinte.
que se situa a data da partida de Vasco da Gama para a Índia, facto que o poeta descreve
como o maior feito dos portugueses.
Na verdade, Camões exprime factos astronómicos – alguns deles ainda hoje fora do
domínio do cidadão comum – com rigor tal que só um conhecimento profundo permiti-
10 ria integrar na estrutura de Os Lusíadas sem afetar o rigor científico. Por exemplo, o mo-
vimento de precessão da Terra – impulsionado pela nona esfera (exterior à “oitava esfera”
ou “firmamento”) – que origina a alteração regular da posição do polo celeste em relação
às estrelas e cujo deslocamento é de 28 segundos de arco por século, é referido pelo poeta,
que arredonda esse valor para meio grau (30 segundos) para, assim, obter um grau (“um
15 passo”) em cada duzentos anos: “Que enquanto Febo, de luz nunca escasso, / Duzentos
século após século. Por isso, a 8 de julho dos anos da época atual, o Sol projeta-se na dire-
ção de estrelas da constelação dos Gémeos, tendo já estado – na mesma data – no Caran-
guejo, posição que ocupava na ocasião da partida de Vasco da Gama para a Índia. No
entanto, devido à discrepância entre datas e constelações nas quais o Sol se projeta, Ca-
30 mões cita a entrada do Sol (o “eterno lume”) na constelação do Leão (numa referência à
lenda do leão de Nemeia), sendo também curiosa a forma como se refere à data da lar-
gada da armada de Lisboa para a Índia: “Entrava neste tempo o eterno lume / No animal
Nemeio truculento; / […] / Cursos do Sol catorze vezes cento, / com mais noventa e sete,
em que corria, / Quando no mar a armada se estendia.” (V, 2).
ENC10CP © Porto Editora
1. Para responderes a cada um dos itens de 1.1. a 1.7., seleciona a opção correta.
a. apreciação crítica.
b. exposição sobre um tema.
c. síntese.
d. relato de viagem.
1.2. N
a expressão “Camões, como autor da obra maior da literatura portuguesa, não poderá
deixar de ser evocado, particularmente neste mês de julho, em que se situa a data da
partida de Vasco da Gama para a Índia” (ll. 4-6), o valor deíctico é marcado por (5 PONTOS)
a. “Camões”.
b. “neste mês de julho”.
c. “em que se situa”.
d. “a data da partida de Vasco da Gama para a Índia”.
1.3. O marcador discursivo “Na verdade” (l. 8) utiliza-se para (5 PONTOS)
a. arcaísmos.
b. neologismos.
c. palavras utilizadas com sentido conotativo.
d. citações de Os Lusíadas.
1.5. O advérbio “Obviamente” (l. 17) marca, relativamente ao que vai ser dito, (5 PONTOS)
a. a concordância do autor.
b. a discordância do autor.
c. o desinteresse do autor.
d. a desaprovação do autor.
1.6. Para Máximo Ferreira, a adoção do modelo geocêntrico por parte de Camões revela (5 PONTOS)
2.2. Identifica a função sintática desempenhada pelo constituinte frásico “de Vasco
da Gama” (l. 6). (5 PONTOS)
2.3. Classifica a oração “que arredonda esse valor para meio grau” (l. 14). (5 PONTOS)
Sintetiza o texto abaixo, constituído por trezentas e noventa e quatro palavras, num texto que
contenha entre cem e cento e trinta palavras.
iniciativa notável para a preservação e divulgação de um estudo que evidencia uma das di-
versas áreas do conhecimento em que Camões revela um saber profundo, dir-se-ia mesmo
“completo”, de tudo o que então era tido como certo, no domínio da Astronomia.
Ao longo de dez secções, a obra apresenta a interpretação do seu autor – Luciano Pereira da
10 Silva, professor de matemática na Universidade de Coimbra na transição entre os séculos XIX e
XX, que dedicou muitos anos à “investigação em História da Astronomia e da Arte de Navegar”
– com rigor e clareza que deliciam quem, tendo estudado a obra de Camões, terá, certamente,
sentido dificuldades em entender conteúdos, apesar de o poeta ter deles o conhecimento sem
o qual não seria possível cumprir exigências poéticas sem faltar ao rigor dos factos.
15 Por exemplo, a data da saída de Vasco da Gama de Lisboa em direção à Índia – 8 de
julho de 1497 – é descrita pelo poeta com base no conhecimento da posição do Sol em
relação aos signos (não das constelações) do Zodíaco: “Entrava neste tempo o eterno
lume, / No animal Nemeio truculento, / […] / Cursos do Sol catorze vezes cento, / Com
mais noventa e sete […]”. Na verdade o Sol (o “eterno lume”) “entrava” então na constela-
20 ção do Caranguejo, região da esfera celeste que a generalidade dos astrólogos considera
do Cruzeiro ou a razão por que quase todos os astrolábios da época dos descobrimentos
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