Agronegócio Marcello Brito

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AGRONEGÓCIO: DESAFIOS,

OPORTUNIDADES E POTÊNCIA MUNDIAL

Marcello Brito
“Pode-se ignorar a realidade, mas não se pode ignorar as consequências de
ignorar a realidade.” (Any Rand)

O BRASIL POTÊNCIA AGROAMBIENTAL


HAJA OPORTUNIDADES!
AGENDA

I. Caracterização do Agronegócio nacional.


II. Mudanças climáticas: desafios e oportunidades do Brasil.
III. De olho no mercado: transformações e disrupções.
IV. Relações, comércio internacional e a imagem do Brasil.
V. Formando o profissional da próxima década / representação setorial.
VI. Conclusão.
I. Caracterização do Agronegócio nacional

“Mentiras que se repetem à exaustão não se tornam verdades” (ditado popular)

• “Brasil, o celeiro do mundo.”


• “Brasil alimenta 1,5 bilhão de pessoas/dia no mundo.”
• “Maior produtor mundial de alimentos.”
• “Maior exportador mundial de alimentos.”
• “O Agro mais sustentável do mundo.”
• “Ninguém produz mais e melhor que a gente.”
• “O mundo está contra nós.”
• Há um complô mundial contra o Brasil.”
• ...
Mas, há ótimas verdades...

• O Brasil se equiparou ao mundo, em alguns casos até supera a utilização de


C&T na produção de grãos e celulose.
• A digitalização do Agro nacional cresce rapidamente.
• A utilização de bioinsumos cresce rapidamente.
• Os modelos de agricultura de baixo carbono, a maioria desenvolvida no Brasil,
cresce a olhos vistos.
• Temos vantagens competitivas e comparativas no que tange a carbono.
• A vastíssima maioria da produção nacional é sustentável quando comparada
aos melhores benchmarking mundial.
• Somos o país com a maior oportunidade de liderar o sistema agroambiental no
mundo.
26,6% do PIB nacional (R$ 7,5 Tri)
R$ 2 Tri

BRASIL POTÊNCIA
26,6% do PIB nacional (R$ 7,5 Tri)
NA ECONOMIA R$ 2 Tri
BRASILEIRA 2020
26,6% do PIB nacional (R$ 7,5 Tri)
R$ 2 Tri

DISTRIBUIÇÃO DO PIB DO AGRONEGÓCIO NA CADEIA

Indústria de insumos Agricultura Agroindústria Serviços


12% 30% 27% 31%

Fonte: CNA 2020 / MB Agro / ABAG


AGRO EVOLUTIVO
AGRO
INTERNACIONAL
O TOPO DA PIRÂMIDE
BRASIL posição global do agronegócio
PRODUÇÃO

Suco de Complexo Celulose


Açúcar Café Carne Frango Milho Suino Algodão
Laranja Soja (fibra curta)

1o 1o 1o 1o 1o 3o 3o 4o 1o 4o
55% 21% 34% 17% 30% 15% 8% 3% 21 MM 10%
ton/ ano
EXPORTAÇÃO

1o 1o 1o 1o 1o 1o 2o 3o 1o 2o
77% 45% 28% 20% 39% 35% 18% 8% 14,7 MM 11%
ton/ ano

Source: USDA, 2020 - Foreign Agricultural Service / ABAG


• Aproximadamente 6,0 milhões de
propriedades rurais.
• Área total: 351 milhões de hectares.
• 44% NÃO usam tratores.
• 80% NÃO usam semeadeiras / plantadeiras.
• 90% NÃO usam colheitadeiras.
A DURA • 84% NÃO usam adubadoras.
• 58% NÃO fazem adubação.
REALIDADE • 65% NÃO usam defensivos.
• 85% NÃO obteve financiamento.
• 81% tem suas áreas tituladas.
• 70% tem entre 1 e 50 hectares.
• 2% das propriedades respondem por 71% do
VBP do Agro nacional.

Fonte: IBGE – Censo Agropecuário 2017.


Um mar de oportunidades...

• Cooperativismo e associativismo são a chave mestra para a integração da


pequena propriedade no moderno Agro nacional. Sem esses processos não
haverá acesso à inovação, tecnologia, ATER e crédito. (efeito: aumento do
fosso socioeconômico nacional).

• Inovação aplicada a agricultura de baixo carbono, agricultura regenerativa,


ILPF, SFAs, agricultura vertical, agricultura urbana, aquicultura e pesca,
maricultura (8 mil km de costa), florestas plantadas.

• Bioeconomia.
AGENDA

I. Caracterização do Agronegócio nacional.


II. Mudanças climáticas: desafios e oportunidades do Brasil.
III. De olho no mercado: transformações e disrupções.
IV. Relações, comércio internacional e a imagem do Brasil.
V. Formando o profissional da próxima década / representação setorial.
VI. Conclusão.
II. Mudanças climáticas: desafios e oportunidades do Brasil

O que nos diz o último relatório do IPCC?


Tópicos importantes do último relatório

• Concentração de CO₂ na atmosfera atingiu o pico máximo de 419ppm em


maio/21. A média histórica dos últimos 800 mil anos variou entre 120 e
280ppm.

• Não há mais dúvidas sobre o impacto das relações humanas sobre esse
aumento.

• Os eventos extremos de clima saltaram de 700 na década de 1971/80 para


3400 de 2001/10. Os resultados da última década saírão no próximo mês.

• ¾ das emissões mundias advém da indústria, transporte e energia e ¼ das


mudanças no uso na terra (desmatamento e agropecuária).
Concentração de CO₂ na atmosfera atingiu o pico máximo de
419ppm em maio/21
Não há dúvidas sobre o impacto das atividades humanas sobre
essa concentração de CO₂ e o aumento da temperatura
Os eventos extremos de clima saltaram de 700 na década de
1971/80 para 3400 de 2001/10
Os eventos extremos de clima saltaram de 700 na década de
1971/80 para 3400 de 2001/10
Os eventos extremos de clima saltaram de 700 na década de
1971/80 para 3400 de 2001/10
Os eventos extremos de clima saltaram de 700 na década de
1971/80 para 3400 de 2001/10
Os eventos extremos de clima saltaram de 700 na década de
1971/80 para 3400 de 2001/10
“Macrotrends” para cenário de 1,5ºc (já chegamos a
1,07ºc)
• Acabar com a queima (ou levar a volumes apenas residuais) dos combustíveis
fósseis.
• Aumentar radicalmente a eficiência energética e de materiais (o mundo terá que
produzir até 2040 o dobro da energia que produz hoje).
• Eletrificar o mundo com energia renovável (20% da energia consumida no
mundo é elétrica, e é a mais fácil de ser sustentável).
• Parar o desmatamento e reflorestar.
• Aplicar agricultura de baixo carbono.
• Precificar o carbono. Quem emite paga, quem economiza recebe.
• Massificar tecnologias de captura e armazenamento de carbono.
• Adaptação disruptiva dos setores de mineração e cimento.
Fonte: MapBiomas
Riscos para os negócios

Atividades que podem sofrer com as Atividades que podem se tornar


mudanças diretas e indiretas das obsoletas, incluem:
mudanças no clima, incluem: • Termoeletricidade com combustíveis
• Produção agrícola fósseis
• Pesca e produção marinha • Veículos a combustão
• Turismo • Produção tradicional de proteína
• Infraestrutura (transporte, água e animal
eletricidade) • Produção baseada no
• Geração hidroelétrica desmatamento e degradação no uso
da terra.
• Construção civil em zonas costeiras
• Seguros
Oportunidades para os negócios
Negócios que atendem as demandas e necessidades da sociedade, ao
mesmo tempo que contribuem para a mitigação e adaptação das mudanças
climáticas, incluem:

• Energias renováveis • Proteína vegetal / novos


• Smart Grid alimentos

• Armazenamento e transmissão de • Irrigação de alta eficiência


eletricidade • Eficiência energética
• Mineração de compostos para • Bioquímica e biorefinarias
baterias (a grande corrida atual) • Tecnologias de rastreabilidade
• Agricultura de baixo carbono / • Reciclagem / bioeconomia
regenerativa circular
• Proteína vegetal / novos alimentos
Brasil entre os 20 maiores emissores, o país com mais
oportunidades de se tornar carbono neutro

• Zerar desmatamento
• Promover práticas de agricultura de baixo carbono (ganha-ganha)
• Eletrificação do transporte com transição flex e ampliação de biocombustíveis
• Converter “petroquímica” para “biomassa” (oleoquímica, alcoolquímica)
• Estacar o uso de fontes fósseis na matriz de energia
• Usar potencial hidroelétrico como bateria do sistema
• Promover a interligação com o grid continental
• Implementar por completo a política nacional de resíduos sólidos

Fonte: MapBiomas
AGENDA

I. Caracterização do Agronegócio nacional.


II. Mudanças climáticas: desafios e oportunidades do Brasil.
III.De olho no mercado: transformações e disrupções.
IV. Relações, comércio internacional e a imagem do Brasil.
V. Formando o profissional da próxima década / representação
setorial.
VI. Conclusão.
III. De olho no mercado: transformações e disrupções
ESG – Pacificação do capitalismo selvagem?
Quais são os principais índices ESG?

• MISC ESG Indexes (contêm diferentes índices, como o Leaders, Focus, Universal, Climate
Change, Etc.).
• S&P ESG Index (Índice que contêm apenas as empresas enquadradas no critério ESG que
fazem parte da carteira teórica do índice S&P 500).
• Down Jone ESG Index (índice composto apenas por companhias ESG listadas na NYSE ou
Nasdaq).
• Refinitiv ESG Index (índice formado por empresas europeias consideradas ESG).

• Por outro lado, no mercado brasileiro, temos os seguintes índices:

• ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial).


• ICO2 (Índice Carbono Eficiente).
• IGC-T (Índice de Governança Corporativa).
A B3 lançou em set/20, em parceria com a S&P Dow Jones o
índice S&P/B3 Brasil ESG, que utiliza critérios baseados em
práticas ambientais, sociais e de governança para selecionar
empresas brasileiras para sua carteira. Entre os critérios está a
aderência aos Dez Princípios do Pacto Global. na área de Direitos
Humanos, Trabalho, Meio Ambiente e Anticorrupção.

https://pactoglobal.org.br/10-principios
Megatendências

• Segundo a FAO, nas atuais circunstâncias, em 2050 o setor agroalimentar


terá que gerar 50% mais comida e ração para poder suprir o aumento da
demanda por alimentos.

• A insegurança alimentar aumentará porque as mudanças climáticas


aumentarão severamente os eventos climáticos, como secas e inundações,
tempestades tropicais, ondas de calor e incêndios florestais, que afetarão a
produção.
Megatendências afetando o setor agroalimentar global
Renda e crescimento Padrões de consumo e
demográfico tendências emergentes
• Quase 10 bi de pessoas em 2050. • O aumento da renda per capita e da
• Renda per capita e urbanização urbanização geram um consumo
crescentes. alimentar per capita maior e
diferente/disruptivo.
Contexto Político

Novidades tecnológicas Mudanças climáticas • Acordos multilaterais,


políticas e convenções
• A inovação tecnológica pode • A agropecuária é responsável ¼ das
aumentar a produtividade em 30%, emissões. internacionais.
melhorar a eficiência ecológica e • Taxas mais altas de subnutrição
criar novos modelos de negócios. devido à menor disponibilidade • Apoio à política agrícola.
calorias per capita.
• Proteção ambiental e
sustentabilidade.
Desperdício de alimentos Competição por recursos
• Um terço da comida do mundo está naturais
sendo perdida ou desperdiçada. • Os recursos naturais para a agricultura
• As perdas e desperdícios de se tornarão ainda mais escassos em
alimentos são estimados em 1,3 2050.
bilhão de toneladas a cada ano. • Cerca de 70% de todo o uso de água é
destinado à agricultura.
China e sua importância para o Agro nacional

• No primeiro semestre de 2021, 40% das exportações do Agro foram para a


China.
• As exportações brasileiras para o país asiático foram superiores em US$ 5
bilhões à soma da receita originada com vendas externas para os Estados
Unidos, América Latina e Caribe, Europa, África e Oriente Médio.
• A exportação de soja para a China correspondeu a 28,6% do total
embarcado pelo agronegócio brasileiro para o mundo.
• Embaixada da China no Brasil, destacou que a nação asiática pretende
dobrar a demanda por produtos agrícolas até 2050. “Até 2027, a
importação chinesa de carne bovina vai chegar a 8 milhões de toneladas.”
Atualmente, cerca de 30% das importações do país são de origem
brasileira.
E o consumidor chinês?

• Muito tem sido escrito ultimamente sobre o consumidor chinês e a sustentabilidade. Por
um lado, ouvimos que eles estão mais preocupados do que a maioria dos consumidores
nos mercados desenvolvidos, em relação às questões ambientais em torno dos produtos
que consomem. Por outro lado, salvar o planeta como um todo não estaria no topo de uma
lista de consumidores chineses a fazer.

• Na China, a preservação do meio ambiente é uma causa nacional que tem sido sublinhada
no Plano Nacional de Cinco Anos. É uma causa coletiva da qual os consumidores estão
participando como membros da sociedade, mas que está sendo cuidada pelo governo,
pelas autoridades, pela região, pelo distrito, até o complexo de apartamentos. Não é algo
para o indivíduo resolver, são novas regras para o cidadão obedecer.

Fonte: Patrick Faure / Brand Expert at Ways In Marketing Consultancy / Co-written with Sandrine Zerbib, Founder & Manager Partner at Full Jet | China business
& e-commerce expert | Make things happen
E o consumidor chinês?

• A outra grande diferença entre os consumidores chineses e ocidentais em relação à


sustentabilidade é que os chineses estão muito mais expostos a questões ambientais do
que seus homólogos ocidentais. A China ocupa a 120ª posição, com 180 países no índice
de desempenho ambiental de Yale, quando o Reino Unido ocupa a 4ª posição e a França
a 5º, por exemplo.

• O que há com os “Milênios” e a sustentabilidade na China? Ao contrário da geração mais


velha, os “Milênios” têm um senso de si mesmos. Pesquisas realizadas no Reino Unido*
mostraram que os entrevistados chineses do Milênio têm significativamente mais
preocupações ambientais, uma autoidentidade mais pró-ambiental e comportamentos de
consumo sustentável em comparação com os do Reino Unido.

Fonte: Patrick Faure / Brand Expert at Ways In Marketing Consultancy / Co-written with Sandrine Zerbib, Founder & Manager Partner at Full Jet | China business
& e-commerce expert | Make things happen
E o consumidor chinês?

• Os milênios cuja prioridade não é apenas status ou necessidade, como a geração mais
velha, apreciam o fato de que um produto ou marca transmite valores positivos, como
cuidar da comunidade, do planeta, dos animais e de refletir suas escolhas de estilo
de vida.

Fonte: Patrick Faure / Brand Expert at Ways In Marketing Consultancy / Co-written with Sandrine Zerbib, Founder & Manager Partner at Full Jet | China business
& e-commerce expert | Make things happen
AGENDA

I. Caracterização do Agronegócio nacional.


II. Mudanças climáticas: desafios e oportunidades do Brasil.
III. De olho no mercado: transformações e disrupções.
IV. Relações, comércio internacional e a imagem do Brasil.
V. Formando o profissional da próxima década / representação setorial.
VI. Conclusão.
O iVGR afere a imagem pública de organizações, instituições e pessoas projetada pela
imprensa. A imagem é a representação de qualidades que são percebidas pelo outro. É o olhar
externo. Valor (V) – atributos de natureza ética e moral, diz respeito à responsabilidade com o
outro; Gestão (G) – indica a qualidade das entregas, os resultados; Relacionamento (R) – tem
a ver com liderança, comunicação, habilidade de juntar e de mitigar conflitos.

Fonte: Curado & Associados. O iVGR foi desenvolvido pela Curado, em parceria com estatísticos da Universidade de São Carlos, jornalistas, linguistas e filósofos, e é
utilizado como ferramenta de gestão por diferentes organizações.
AGENDA

I. Caracterização do Agronegócio nacional.


II. Mudanças climáticas: desafios e oportunidades do Brasil.
III. De olho no mercado: transformações e disrupções.
IV. Relações, comércio internacional e a imagem do Brasil.
V. Formando o profissional da próxima década / representação setorial.
VI. Conclusão.
O que esperam de você?

• Quanto mais sofisticada for a abrangência do conhecimento de uma


pessoa, melhor empresário, melhor executivo, melhor político... ela será.

• A percepção global de mundo não vem da especialização, mas do olhar


abrangente, do entendimento da complexidade, da ação coletiva.
No campo de visão da construção de uma nação, ou de uma
empresa, primeiro você precisa captar a realidade de mundo,
depois ter uma estratégia interna, e por fim, combinar essas
duas. Diferenciar a visão entre a árvore e a floresta.
AGENDA

I. Caracterização do Agronegócio nacional.


II. Mudanças climáticas: desafios e oportunidades do Brasil.
III. De olho no mercado: transformações e disrupções.
IV. Relações, comércio internacional e a imagem do Brasil.
V. Formando o profissional da próxima década / representação setorial.
VI. Conclusão.
Conheça seu público. Seu cliente definirá seu futuro, não a sua vontade.
Olhe para as tendências de mercado e para as nuances das novas gerações.
Quebre paradigmas, seja disruptivo. Não adianta comunicação positiva sem
ESG, nem ESG com marketing e comunicação errática.
O passado já se foi e o futuro será pautado pelo ESG!!.
Conclusões
Nunca tire de sua visão e de seu pensamento

O BRASIL POTÊNCIA AGROAMBIENTAL

É a única forma de olharmos o país para a próxima geração e não


para a próxima eleição.
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