1998 - Viveiros Florestais
1998 - Viveiros Florestais
1998 - Viveiros Florestais
VIVEIROS FLORESTAIS
construção, custos, cuidados e atividades
desenvolvidas para a produção de mudas
Boa Vista-RR
1998
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Embrapa - CPAF-Roraima. Documentos, 3.
Tiragem:
ISSN: 0101-9805
CDD 634.9564
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APRESENTAÇÃO
VIVEIROS FLORESTAIS
construção, custos, cuidados e atividades desenvolvidas para a produção de mudas
Agradecimentos
À equipe de funcionários lotados no campo experimental Monte Cristo por seu trabalho
na construção e manutenção do viveiro e, especialmente:
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SUMÁRIO
1. Introdução
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2. Viveiro Florestal
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5. Controle Fitossanitário
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6. Custos
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7. Bibliografia
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VIVEIROS FLORESTAIS
construção, custos, cuidados e atividades desenvolvidas
para a produção de mudas
1 - Introdução
Pretende-se que, após a apreciação deste trabalho, o leitor seja capaz de:
2 - Viveiro Florestal
Viveiros permanentes: são aqueles onde as mudas são produzidas durante vários
anos, em grandes quantidades e, normalmente, suas instalações são maiores e
melhor planejadas que nos viveiros temporários.
Solo: deve ter boa drenagem, ou seja, solos de textura arenosa para evitar
encharcamento e/ou enfermidades.
3.2 - Tamanho
Sua montagem é bastante simples, pois cada módulo irriga um canteiro ou sementeira (Foto
04). O tubo de polietileno deve estar fixado na estrutura superior do viveiro, no centro dos
canteiros, devidamente perfurados a cada 50 cm para a instalação das peças de micro-
aspersão.
4.2 – Semeadura
Antes de iniciar a semeadura, é importante realizar o teste de germinação para determinar a
quantidade de sementes viáveis a serem utilizadas. Para o teste de germinação, normalmente,
são utilizadas 400 sementes, ou seja, quatro repetições de 100. Essa quantidade pode variar
de acordo com a quantidade disponível e tamanho das sementes, entretanto, esse número não
deve ser inferior a 100 sementes para não comprometer a confiabilidade dos resultados.
Sementes de algumas espécies apresentam dificuldades para germinar e, neste caso, aplicam-
se métodos de quebra-de-dormência. Os testes de superação de dormência são importantes
para homogeneizar e aumentar o número de sementes germinadas. A semeadura deve ser
feita em substrato adequado a uma profundidade e densidade variando de acordo com o
tamanho da espécie escolhida. Como regra geral, a semente deve estar coberta com areia na
profundidade de uma a duas vezes o tamanho da semente. Observamos alguns exemplos de
profundidades e densidades de algumas espécies no Quadro 02:
4.3 – Repicagem
o colo da planta (local que separa o sistema radicular da parte aérea) deve ficar no
mesmo nível do substrato, ou seja, não enterrar as folhas e não deixar as raízes fora
do substrato.
as raízes devem ficar esticadas, na posição vertical. O buraco deve ser fundo o
suficiente para evitar que as raízes fiquem dobradas.
regar as plântulas, logo após a repicagem, para que todo o sistema radicular fique
em contato com o substrato, evitando espaços que ocasionem a formação de bolsas
de ar.
4.4 - Irrigação: para germinar, as sementes precisam estar em substrato umedecido para
absorver determinada quantidade de água. É através da irrigação que podemos suprir
adequadamente essa necessidade. Os melhores horários para regar as plantas são no início
da manhã, no final da tarde ou à noite, ou seja, períodos quando a temperatura está mais
amena. A freqüência de irrigação varia com a época do ano. Em dias muitos secos e quentes,
aconselha-se irrigar duas vezes ao dia. Entretanto, em dias chuvosos, a irrigação pode ser
suspensa. Tanto a falta como o excesso de água pode matar as plântulas e mudas no viveiro.
Quando a irrigação é excessiva, os sacos plásticos e o solo tornam-se verdes devido à
presença de algas na superfície e as plântulas são infectadas por fungos. Com pouca irrigação,
as plântulas começam a secar e morrem. A quantidade necessária para irrigação adequada é,
geralmente, de 5 mm sobre o substrato, ou seja, são necessários cinco litros de água para
cada metro quadrado do canteiro.
4.7 - Poda: é a eliminação de uma parte das plântulas ou mudas. Podem ser podadas as
partes aérea (poda aérea) e radicular (poda radicial) com a finalidade de promover o
desenvolvimento adequado das plantas no viveiro. A poda aérea elimina uma parte do broto
terminal das mudas e a poda radicial consiste na eliminação das raízes pivotante e secundária
das mudas. Essa técnica não pode ser aplicada a todas as espécies, uma vez que as não
tolerantes à poda podem reduzir seu crescimento e até mesmo morrer. Não é recomendável
realizar a poda aérea nas espécies florestais destinadas à produção de madeira para não
prejudicar a forma da árvore. Muitas vezes, a poda é realizada quando se deseja aumentar a
porcentagem de sobrevivência, estimular o crescimento das raízes laterais e/ou prorrogar o
tempo de permanência das mudas no viveiro.
4.8 - Aclimatação: o período de aclimatação das mudas é a adaptação gradual das mudas das
condições de viveiro para as condições de campo, ou seja, serão tomadas medidas para
minimizar o impacto na época do plantio. No viveiro, as mudas crescem, normalmente,
protegidas da insolação excessiva e com adequado suprimento d’água. A aclimatação das
mudas inicia, geralmente, de 20 a 30 dias antes do plantio definitivo, quando são colocadas
fora do viveiro. Nessa etapa, diminui-se gradativamente a irrigação, não devendo ocorrer a
suspensão definitiva. Essas são medidas simples que podem evitar sérios problemas no
crescimento inicial das mudas.
4.9 - Seleção e transporte de mudas: desde o início das atividades de produção de mudas,
desde a escolha das sementes e repicagem, sempre estamos selecionando as melhores
sementes ou plântulas. Com as mudas praticamente prontas para o plantio definitivo, escolhe-
se as melhores com, no mínimo, 30 cm de altura. Deve-se eliminar as mudas mal formadas,
bifurcadas, pequenas e doentes. O transporte das mudas deve ocorrer, preferencialmente, ao
entardecer e em dias nublados. Quando transportadas em veículos, precisam estar protegidas
do vento evitando a desidratação e até mesmo a morte.
4.10 - Micorrizas: são associações entre certas espécies de fungos e raízes de plantas, onde
ocorrem benefícios mútuos. Essa simbiose apresenta as vantagens de:
melhorar a absorção de nutrientes, principalmente fósforo, cobre e zinco;
reduzir a ocorrência de pragas e doenças;
reduzir o déficit hídrico;
promover o aumento do crescimento inicial das mudas;
aumento da nodulação e fixação de nitrogênio;
redução dos danos causados pelo pH, Al e Mn.
A inoculação deverá ser realizada após o expurgo e antes da semeadura, visando
aumentar o número de propágulos dos fungos micorrízicos em sementeira e favorecendo o
desenvolvimento das plantas. A inoculação poderá ser feita através da coleta de solo onde haja
fungos micorrízicos, ou seja, locais com árvores leguminosas (Inga edulis, por exemplo) ou
com outras espécies que apresentem essa associação. Retira-se a camada superficial do solo
infectado desses locais, levando-o à área do viveiro para a mistura. Mistura-se uniformemente
uma parte do solo com micorrizas, com 10 partes do solo utilizado para o preenchimento dos
recipientes do viveiro.
5 - Controle Fitossanitário
Cuidados
O viveirista deve vistoriar regularmente seu viveiro. Faz-se necessário detectar logo no
início o surgimento de pragas e doenças. Quando se verifica antecipadamente a ocorrência
dos primeiros danos, torna-se mais fácil e mais barato adotar as medidas de controle. Lembre-
se que, ao adotar a forma de controle através de pulverização, deve-se tomar todo o cuidado
com a manipulação e a aplicação de inseticidas. Siga à risca as recomendações aqui sugeridas
e, de acordo com os produtos a serem utilizados, use o equipamento de proteção individual,
bem como efetue a lavagem tríplice das embalagens vazias. Descarte esse material em locais
apropriados, de modo que não contribua para a contaminação do meio ambiente. Recomenda-
se efetuar o rodízio de agrotóxicos para o controle das pragas e doenças.
6 - Custos
O custo de produção de mudas é importante para o viveirista avaliar se suas atividades
estão sendo lucrativas ou está havendo prejuízos. Também é importante ajustar corretamente
os preços de venda das mudas de acordo com o mercado local, conhecendo a porcentagem de
lucro obtida.
Avaliando-se os custos podemos estimar:
o investimento necessário para produzir determinada quantidade de mudas;
a quantidade de mão-de-obra para as atividades de produção de mudas
o número e tamanho dos recipientes;
melhor planejamento das produções futuras.
Apresenta-se, a seguir, roteiro para o controle dos custos de produção de mudas em
viveiros (adaptado de Lawrence, 1992):
a) - Custos fixos de estabelecimento
Descrição Valor(R$)
Cerca de proteção ____________
Estrutura de madeira ____________
Sistema de irrigação ____________
Canteiros/Sementeiras ____________
Sombrite ____________
Materiais, equipamentos, ferramentas ____________
Outros ____________
Sub-Total A= _________R$
20 % de depreciação anual = A x 0.2 = B
c) - Custo Total
Obs: as espécies apresentadas acima são exemplos para facilitar a compreensão do quadro.
Somatório
(5)
Custo/planta = _________________________ = ______________R$/planta
Nº. de plantas produzidas
7 - Bibliografia
LAWRENCE, A; TARIMA, JOSÉ MARIA. Manual de viveros. Santa Cruz, Bolívia: CIAT, 1992.
NAVARRETE, E.T. Manejo de semillas, viveros y plantación inicial. Centro de Estudios del
Trabajo. s.n.t.