Apostila Orçamento Público
Apostila Orçamento Público
Apostila Orçamento Público
SUMÁRIO
1. LEGISLACAO APLICAVEL
2. LEGISLAÇÃO DO ESTADO DO AMAZONAS
3. ORÇAMENTO PÚBLICO: TRADICIONAL X PROGRAMA
• Conceitos doutrinários
4. PRINCIPIOS ORCAMENTÁRIOS (PRINCIPAIS)
5. CICLO ORÇAMENTÁRIO
• Breve histórico
• Conceito
• Elaboração
• Aprovação
• Execução
• Controle
6. PLANO PLURIANUAL
• Conceito
• Pesquisa
7. LEI DE DIRETRIZES ORCAMENTARIAS
• Conceito
8. LEI ORCAMENTARIA ANUAL
• Conceitos
9. CREDITOS ADICIONAIS
• Suplementar
• Especial
• Extraordinário
10. INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO
11. RECEITAS
12. RECEITA CORRENTE LÍQUIDA
13. DESPESAS
14. DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
15. BALANÇO ORÇAMENTÁRIO
16. EMENDAS CONSTITUCIONAIS Nº 85 E 86 – EXTRATO
17. “PEC do orçamento impositivo” - CE/AM: EC n. 95
ORÇAMENTO PÚBLICO
INTRODUÇÃO
Atividade Financeira do Estado:
1. LEGISLACAO APLICÁVEL
- Constituição da República Federativa do Brasil/88 (Principalmente: arts. 165 a
169);
- Constituição do Estado do Amazonas
- Lei nº 4.320/64 (Institui normas gerais de Direito Financeiro para elaboração e
controle dos orçamentos e balanços da U, E, DF e M.)
- LC nº 101/2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal)
- Portaria Interministerial STN/SOF nº 163/2001)
- Resoluções do CFC (NBCT-SP)
- Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público, elaborados pela STN
- Manual Técnico do Orçamento – AM/2017
- L.O., R.I. e Resoluções do TCE/AM
2. PLANO DIRETOR
O Plano Diretor, previsto no §1º do art. 182 da Constituição Federal, é o
instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana,
obrigatório para cidades com mais de vinte mil habitantes, devendo ser
aprovado pela Câmara Municipal.
O Plano Diretor é parte integrante do processo de planejamento
municipal, devendo o plano plurianual, as diretrizes orçamentárias e o
orçamento anual incorporar as diretrizes e as prioridades nele contidas,
conforme § 1º, do art. 40, da Lei nº 10.257/2001, englobando o território do
Município como um todo, e sendo ser revista, pelo menos, a cada dez anos.
A política de desenvolvimento urbano, que é executada pelo Poder
Público municipal, observa as diretrizes gerais fixadas em lei (Vide Lei nº
13.311, de 11 de julho de 2016) e tem por objetivo ordenar o pleno
desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus
habitantes.
Quanto às funções sociais a Constituição estabelece que a propriedade
urbana cumpre sua função social quando atende às exigências fundamentais
de ordenação da cidade expressas no plano diretor, conforme § 2º, art. 182, da
CF/88.
Como a propriedade urbana não é um direito absoluto, a constituição
prevê a possibilidade da desapropriação de imóveis urbanos com prévia e justa
indenização em dinheiro. Sendo facultado ao Poder Público municipal,
mediante lei específica para área incluída no plano diretor, exigir, nos termos
da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não
utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena,
sucessivamente, de:
a) parcelamento ou edificação compulsória;
b) imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no
tempo;
c) desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de
emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de
até dez anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor
real da indenização e os juros legais.
Fonte: Curso de Graduação em Contabilidade na UERJ, Prof. Ladeira, adaptado de Giacomoni, 1997,
p. 147
I. UNIDADE
A Lei do Orçamento conterá a discriminação da receita e despesa de
forma a evidenciar a política econômica financeira e o programa de trabalho do
Governo, obedecidos aos princípios de unidade universalidade e anualidade,
conforme estabelece o art. 2º, da Lei n. 4320/64.
III. ANUALIDADE
O Princípio da ANUALIDADE ou PERIODICIDADE preceitua que o
orçamento deve ser elaborado para ser executado em período de tempo, pré-
estabelecido, que de acordo com o art. 34, da Lei nº 4320/64; “O exercício
financeiro coincidirá com o ano civil.”
Entretanto, veremos no capítulo dos Créditos Adicionais, que o saldo de
alguns deles poderão ser transportados para o exercício subsequente.
V. EXCLUSIVIDADE
O § 8º, do art. 165, da Constituição da República Federativa do Brasil,
de 1988, estabelece que a LOA não conterá dispositivo estranho à previsão da
receita e à fixação da despesa, não se incluindo na proibição:
- a autorização para abertura de créditos suplementares e
- a contratação de operações de crédito, inclusive por antecipação de
receita orçamentária (ARO).
Exceções:
- Transferências Constitucionais de Impostos.
- Recursos destinados para as ações e serviços públicos de saúde.
- Recursos destinados para a manutenção e desenvolvimento do ensino.
VII. EQUILÍBRIO
Pode ser dividido em equilíbrio formal e da execução.
O equilíbrio é analisado por Dalton através do seguinte texto:
“A concepção comum de um orçamento equilibrado é de que, durante
determinado prazo, a renda deve ser superior à despesa ou que, pelo menos,
não lhe deve ser inferior. (...) O equilíbrio orçamentário nestas bases é
considerado muitas vezes não apenas como preceito indiscutível de finanças,
mas também como preceito moral (1970, p. 255).”
IX. LEGALIDADE
O art. 165, da Magna Carta, estabelece que Leis de iniciativa do Poder
Executivo estabelecerão:
- Plano Plurianual (PPA); Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e Lei
Orçamentária Anual (LOA).
X. PUBLICIDADE
O orçamento deve ser de conhecimento de todos, ou seja, é público à
sociedade.
XI. CLAREZA
O orçamento deve evidenciar, de forma a mais nítida possível, os seus
quadros e planejamentos, para que todos possam entender o que o Estado
pretende no cumprimento de seus objetivos. Todavia, o Estado não pode
desconsiderar as exigências das técnicas orçamentárias, o que torna o
orçamento, pouco compreensível para toda a sociedade.
XII. UNIFORMIDADE
Também denominado Consistência, o Orçamento precisa conservar
estrutura uniforme até para que possa ser executado de maneira correta,
analisado e por fim comparado entre exercícios, corrigindo os eventuais
problemas, bem como pode ser E DEVE SER UTILIZADO COMO
INSPIRAÇÃO na elaboração dos instrumentos de planejamento do exercício
subsequente. Por isso é fundamental a homogeneidade nos vários exercícios.
XIII. PRECEDÊNCIA
Para alguns autores existem ainda, o denominado princípios da
precedência que pode ser conjugado com o Princípio da Anualidade, pois há a
necessidade da votação e aprovação prévia das Leis Orçamentárias (PPA,
LDO e LOA) nos prazos legais previstos.
Portanto, a não aprovação de tais Leis, no prazo previsto, poderá
resultar no interrompi mento da prestação de serviços essenciais, já que se
trata de instrumentos autorizativos da despesa, sendo assim a Doutrina já
aponta para o entendimento de que tais leis são de iniciativa vinculada, ou seja,
o Poder Executivo deve fazer o encaminhamento de tais propostas.
E se não forem aprovadas?
- fica automaticamente considerada como proposta a lei anterior se o
Poder Legislativo não receber a proposta de orçamento no prazo fixado;
- convocação extraordinária do Poder Legislativo por se tratar de matéria
cuja votação deve ser efetuada antes do início do exercício;
- se o Poder Legislativo não aprovar a proposta antes do início do
exercício, o Poder Executivo realizará suas despesas com base nos
duodécimos do valor estimado.
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
1. (Auditor Subs. Cons. TCE-AM 2015, FCC) A atividade orçamentária deve ser
desenvolvida com observância de vários princípios, alguns insculpidos na
própria Constituição Federal, e outros na legislação infraconstitucional.
ESTUDO DE CASO
Com base nessas informações, identifique a qual princípio
orçamentário está relacionado cada um desses fatos e, de forma
justificada, explique se foram ou não atendidos.
a) a LOA foi aprovada por lei formal, salvo no que diz respeito às suas
alterações por créditos adicionais suplementares, especiais e
extraordinários, que foram autorizados e abertos por decreto executivo,
com posterior e imediata comunicação ao Legislativo;
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b) buscando a melhor execução e administração dos recursos, foi feito
um orçamento separado e independente para cada um dos Poderes
Executivo, Judiciário e Legislativo;
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I M P O R T A N T E (PRINCÍPIO DO EQUILÍBRIO)
5. CICLO ORÇAMENTÁRIO
Ciclo Orçamentário é o período compreendido entre a elaboração da
proposta orçamentária e o encerramento do orçamento, didaticamente o Ciclo
Orçamentário é dividido em quatro fases, a saber: elaboração, aprovação,
execução e controle.
Deve-se ressaltar que o ciclo orçamentário não se confunde com o
exercício financeiro, na verdade, o exercício financeiro compõe a fase de
execução do ciclo orçamentário.
CICLO ORÇAMENTÁRIO
ELABORAÇÃO
APROVAÇÃO
EXECUÇÃO
CONTROLE
Figura extraída do Livro Administração Financeira e Orçamentária, do Prof. Sérgio Jund, Pag. 108, Ed Campus
• Elaboração
Devemos destacar o disposto no art. 166 da Constituição Federal:
“Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às
diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual e aos créditos
adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso
Nacional, na forma do regimento comum.
§ 1º - Caberá a uma Comissão mista permanente de
Senadores e Deputados:
I - examinar e emitir parecer sobre os projetos referidos
neste artigo e sobre as contas apresentadas anualmente pelo
Presidente da República;
II - examinar e emitir parecer sobre os planos e programas
nacionais, regionais e setoriais previstos nesta Constituição e
exercer o acompanhamento e a fiscalização orçamentária, sem
prejuízo da atuação das demais comissões do Congresso
Nacional e de suas Casas, criadas de acordo com o art. 58.
§ 2º - As emendas serão apresentadas na Comissão mista,
que sobre elas emitirá parecer, e apreciadas, na forma regimental,
pelo Plenário das duas Casas do Congresso Nacional.
§ 3º - As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou
aos projetos que o modifiquem somente podem ser aprovadas
caso:
I - sejam compatíveis com o plano plurianual e com a lei de
diretrizes orçamentárias;
II - indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os
provenientes de anulação de despesa, excluídas as que incidam
sobre:
a) dotações para pessoal e seus encargos;
b) serviço da dívida;
c) transferências tributárias constitucionais para Estados,
Municípios e Distrito Federal; ou
III - sejam relacionadas:
a) com a correção de erros ou omissões; ou
b) com os dispositivos do texto do projeto de lei.
§ 4º - As emendas ao projeto de lei de diretrizes
orçamentárias não poderão ser aprovadas quando incompatíveis
com o plano plurianual.
§ 5º - O Presidente da República poderá enviar mensagem
ao Congresso Nacional para propor modificação nos projetos a
que se refere este artigo enquanto não iniciada a votação, na
Comissão mista, da parte cuja alteração é proposta.
§ 6º - Os projetos de lei do plano plurianual, das diretrizes
orçamentárias e do orçamento anual serão enviados pelo
Presidente da República ao Congresso Nacional, nos termos da
lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º.
§ 7º - Aplicam-se aos projetos mencionados neste artigo,
no que não contrariar o disposto nesta seção, as demais normas
relativas ao processo legislativo.
§ 8º - Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou
rejeição do projeto de lei orçamentária anual, ficarem sem
despesas correspondentes poderão ser utilizados, conforme o
caso, mediante créditos especiais ou suplementares, com prévia e
específica autorização legislativa.
Art. 167. São vedados: o início de programas ou projetos
não incluídos na lei orçamentária anual;”
• Aprovação:
O projeto de lei orçamentária será apreciado pela Comissão Mista
Permanente de Orçamento, no Poder Legislativo, que emitirá parecer sobre
o PLOA, além de exercer o acompanhamento e a fiscalização orçamentária.
Poderão ocorrer emendas que serão apresentadas na Comissão Mista, que
sobre elas emitirá parecer, e apreciadas em plenário.
Após a aprovação pelo Poder Legislativo, o projeto deverá ser devolvido
ao Chefe do Poder Executivo, que aquiescendo o sancionará ou poderá
propor vetos totais ou parciais. Havendo a sanção do projeto de lei, o
mesmo deverá ser remetido para publicação.
Está contido na Magna Carta de 1988:
“Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual,
às diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual e aos
créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do
Congresso Nacional, na forma do regimento comum.
...§ 5º - O Presidente da República poderá enviar
mensagem ao Congresso Nacional para propor
modificação nos projetos a que se refere este artigo
enquanto não iniciada a votação, na Comissão mista, da
parte cuja alteração é proposta.”
• Execução
Período que se inicia em 01 de janeiro de cada exercício financeiro, de
forma ordinária. Assim agora não mais um Projeto e sim a LOA começará a ser
executada pelos órgãos. Entretanto na ocorrência de algum incidente no
decorrer das etapas do ciclo orçamentário, que impeça a disponibilização da
dotação orçamentária à disposição das unidades orçamentárias no início do
exercício financeiro, os órgãos poderão utilizar-se do instituto, caso esteja
previsto na Lei de Diretrizes Orçamentárias, denominado duodécimo. Tal
instituto possibilita aos órgãos, caso autorizado na LDO, a executar em cada
mês do exercício financeiro, um doze avos do projeto de lei orçamentária que
está sendo apreciado, de modo a não prejudicar totalmente a execução
orçamentária prevista para o exercício.
Figura extraída do Livro Administração Financeira e Orçamentária, do Prof Sérgio Jund, Ed Campus.
• Controle
Última etapa do ciclo orçamentário, o acompanhamento e a avaliação do
processo de execução orçamentária consistem nas ações que caracterizam o
exercício da fase do controle que, segundo a legislação em vigor, será interno
quando realizado por agentes do próprio órgão, ou externo quando realizado
pelo Poder Legislativo, auxiliado tecnicamente pelo Tribunal de Contas. O
Controle pode ser a priori, concomitante e a posteriori, ou seja, um controle
prévio, passo a passo e posterior ao Ato, respectivamente.
INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO ORCAMENTARIO
6. PLANO PLURIANUAL
1) Instituição: O § 1º do art. 165 da Constituição Federal, estabelece: A
lei que instituir o plano plurianual...
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EXERCÍCIOS DE FIXACAO
9. CRÉDITOS ADICIONAIS
Só para o
exercício seguinte,
Obrigatório,
Atender a se aberto em um Para projetos e
indicado na lei
programas não Prévia em lei decreto do Indicação dos 4 últimos atividades com
Especiais de autorização No exercício
contemplados especial Executivo obrigatória meses, e desde indicação dos
e no decreto de
no orçamento que a lei elementos.
abertura
autorizativa assim
o permita
Só para o
exercício seguinte,
Decreto do
Atender a Obrigatório se aberto em um Especialmente
Executivo com
Extraordinári despesas Independe de indica no dos 4 últimos para as
Independe remessa No exercício
os imprevisíveis e indicação exercício de meses, e desde despesas
imediata ao
urgentes abertura que o decreto de indicadas em I
Legislativo
abertura assim o
permita
ESTUDO DE CASO
(Procuradoria Legislativa/Câmara de Campina Grande do Sul-PR/2014 -
FAFIPA/adaptada por Elias C Silva) O Senhor Prefeito Municipal apresentou o
Anteprojeto de Lei nº XXXX/2014 visando à abertura de crédito adicional suplementar
ao orçamento do Município de Campina Grande do Sul. Analise o Anteprojeto de Lei
nº XXXX/2014 exposto, a seguir, e, com base no disposto na Constituição Federal e
na Lei 4.320/1964, comente sobre a legalidade e a constitucionalidade do referido
Anteprojeto de Lei.
Programa
Ações
Ação
É a operação da qual resulta um produto (bem ou serviço), ofertado à
sociedade, que contribui para atender aos objetivos de um programa. Incluem-
se também, no conceito de ação, as transferências obrigatórias ou voluntárias
a Municípios e a pessoas físicas e jurídicas, na forma de subsídios,
subvenções, auxílios, contribuições, doações etc, e os financiamentos.
As ações, nos programas do Plano Plurianual, podem ser orçamentárias,
subdividindo-se em Projetos, Atividades e Operações Especiais e não-
orçamentárias.
Ações Orçamentárias
Projeto
É um instrumento de programação utilizado para alcançar o objetivo de um
programa, envolvendo um conjunto de operações que se realizam num período
limitado de tempo, das quais resulta um produto que concorre para a expansão
ou o
aperfeiçoamento das ações de governo.
Atividade
É um instrumento de programação que visa alcançar o objetivo de um
programa, envolvendo um conjunto de operações que se realizam de modo
contínuo e permanente, das quais resulta um produto necessário à
manutenção da ação de governo.
Operação Especial
É ação que não contribui para a manutenção ou expansão das ações de
governo e da qual não resulta um produto e não gera contraprestação direta
sob a forma de bens ou serviços. Representa, basicamente, o detalhamento da
função “Encargos Especiais”. São despesas passíveis de enquadramento
neste tipo de ação: amortizações e encargos, aquisição de títulos, pagamento
de sentenças judiciais, transferências a qualquer título (não confundir com
descentralização), fundos de participação, operações de financiamento
(concessão de empréstimos), ressarcimentos de toda a ordem, indenizações,
pagamento de inativos, participações acionárias, contribuição a organismos
nacionais e internacionais, compensações financeiras.
- Ações Não-Orçamentárias
São ações que contribuem para a consecução do objetivo do programa, mas
não demandam recursos orçamentários do Estado. O programa não agrega
apenas recursos de natureza fiscal do Estado, mas pode incorporar também
instrumentos normativos e recursos disponíveis do setor privado, das agências
oficiais de crédito, do terceiro setor, dos incentivos fiscais e dos dispêndios
correntes das empresas estatais, bem como de parcerias e contrapartidas de
Municípios.
São atributos da Ação: o produto, sua unidade de medida, as metas e a
unidade responsável.
Nas leis orçamentárias e nos balanços, as ações, quase todas originárias do
Plano Plurianual, são identificadas em termos de funções, subfunções,
programas e ações.
PRÁTICA ORÇAMENTÁRIA
SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO (SEMED)
PLANO PLURIANUAL 2018-2021
LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS 2019
a) RECEITA PÚBLICA
A receita assume, na Administração Pública, fundamental importância por estar
envolvida em situações singulares, como a sua distribuição e destinação entre as
esferas governamentais e o seu relacionamento com os limites legais impostos pela
Lei de Responsabilidade Fiscal.
É notável a relevância da receita pública no processo orçamentário, cuja
previsão dimensiona a capacidade governamental em fixar a despesa pública e, no
momento da sua arrecadação, torna-se instrumento condicionante da execução
orçamentária da despesa.
d) CLASSIFICAÇÃO
RECEITA TRIBUTÁRIA
São os ingressos provenientes da arrecadação de impostos, taxas e
contribuições de melhoria. Dessa forma, é uma receita privativa das entidades
investidas do poder de tributar: União, Estados, Distrito Federal e os Municípios.
RECEITA DE CONTRIBUIÇÕES
É o ingresso proveniente de contribuições sociais, de intervenção no domínio
econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como
instrumento de intervenção nas respectivas áreas. Apesar da controvérsia doutrinária
sobre o tema, suas espécies podem ser definidas da seguinte forma:
Contribuições Sociais – destinadas ao custeio da seguridade social, que
compreende a previdência social, a saúde e a assistência social;
Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico – derivam da
contraprestação à atuação estatal exercida em favor de determinado grupo ou
coletividade.
Contribuições de Interesse das Categorias Profissionais ou Econômicas –
destinadas ao fornecimento de recursos aos órgãos representativos de categorias
profissionais legalmente regulamentadas ou a órgãos de defesa de interesse dos
empregadores ou empregados.
RECEITA PATRIMONIAL
É o ingresso proveniente de rendimentos sobre investimentos do ativo
permanente, de aplicações de disponibilidades em operações de mercado e outros
rendimentos oriundos de renda de ativos permanentes.
RECEITA AGROPECUÁRIA
É o ingresso proveniente da atividade ou da exploração agropecuária de
origem vegetal ou animal. Incluem-se nessa classificação as receitas advindas da
exploração da agricultura (cultivo do solo), da pecuária (criação, recriação ou engorda
de gado e de animais de pequeno porte) e das atividades de beneficiamento ou
transformação de produtos agropecuários em instalações existentes nos próprios
estabelecimentos.
RECEITA INDUSTRIAL
É o ingresso proveniente da atividade industrial de extração mineral, de
transformação, de construção e outras, provenientes das atividades industriais
definidas como tal pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística –
IBGE.
RECEITA DE SERVIÇOS
É o ingresso proveniente da prestação de serviços de transporte, saúde,
comunicação, portuário, armazenagem, de inspeção e fiscalização, judiciário,
processamento de dados, vendas de mercadorias e produtos inerentes à atividade da
entidade e outros serviços.
TRANSFERÊNCIA CORRENTE
É o ingresso proveniente de outros entes/entidades, referente a recursos
pertencentes ao ente/entidade recebedora ou ao ente/entidade transferidora, efetivado
mediante condições preestabelecidas ou mesmo sem qualquer exigência, desde que o
objetivo seja a aplicação em despesas correntes.
RECEITAS DE CAPITAL
Segundo a Lei nº 4.320/64, são Receitas de Capital as provenientes da
realização de recursos financeiros oriundos de constituição de dívidas; da conversão,
em espécie, de bens e direitos; os recursos recebidos de outras pessoas de direito
público ou privado, destinados a atender despesas classificáveis em Despesas de
Capital e, ainda, o superávit do Orçamento Corrente.
CLASSIFICAÇÃO
A seguir, são descritas as classificações das receitas DE CAPITAL, nos
seguintes níveis de origem:
OPERAÇÕES DE CRÉDITO
São os ingressos provenientes da colocação de títulos públicos ou da
contratação de empréstimos e financiamentos obtidos junto a entidades estatais ou
privadas.
ALIENAÇÃO DE BENS
É o ingresso proveniente da alienação de componentes do ativo permanente.
AMORTIZAÇÃO DE EMPRÉSTIMOS
É o ingresso proveniente da amortização, ou seja, parcela referente ao
recebimento de parcelas de empréstimos ou financiamentos concedidos em títulos ou
contratos.
TRANSFERÊNCIAS DE CAPITAL
É o ingresso proveniente de outros entes/entidades, referente a recursos
pertencentes ao ente/entidade recebedora ou ao ente/entidade transferidora, efetivado
mediante condições preestabelecidas ou mesmo sem qualquer exigência, desde que o
objetivo seja a aplicação em despesas de capital.
e) Estágios da Receita
Cronologia dos estágios da receita orçamentária
PREVISÃO
RECOLHIMENTO
CAIXAS BANCO
S
CLASSIFICAÇÃO DESTINAÇÃO
PLANEJAMENTO
Compreende a previsão de arrecadação da receita orçamentária constante da
Lei Orçamentária Anual – LOA, resultante de metodologias de projeção usualmente
adotadas, observada as disposições constantes na Lei de Responsabilidade Fiscal –
LRF.
LANÇAMENTO
Segundo o Código Tributário Nacional, art. 142, lançamento é o procedimento
administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação
correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido,
identificar o sujeito passivo e, sendo o caso, propor a aplicação da penalidade cabível.
Tendo ocorrido o fato gerador, há condições de se proceder ao registro contábil do
direito da fazenda pública em contrapartida a uma variação ativa, em contas do
sistema patrimonial, o que representa o registro da receita por competência.
Algumas receitas não percorrem o estágio do lançamento, conforme se
depreende pelo art. 52 da Lei nº 4.320/64:
“São objeto de lançamento os impostos diretos e quaisquer outras rendas
com vencimento determinado em lei, regulamento ou contrato.”
ARRECADAÇÃO
É a entrega, realizada pelos contribuintes ou devedores, aos agentes
arrecadadores ou bancos autorizados pelo ente, dos recursos devidos ao Tesouro.
RECOLHIMENTO
É a transferência dos valores arrecadados à conta específica do Tesouro,
responsável pela administração e controle da arrecadação e programação financeira,
observando-se o Princípio da Unidade de Caixa, representado pelo controle
centralizado dos recursos arrecadados em cada ente.
g) DESTINAÇÃO DE RECURSOS
A natureza da receita busca identificar a origem do recurso segundo seu fato
gerador. Existe, ainda, a necessidade de identificar a destinação dos recursos
arrecadados. Para tanto, foi instituído o mecanismo denominado Destinação de
Recursos ou Fonte de Recursos.
Destinação de Recursos é o processo pelo qual os recursos públicos são
correlacionados a uma aplicação, desde a previsão da receita até a efetiva utilização
dos recursos. A destinação pode ser classificada em:
Destinação Vinculada – é o processo de vinculação entre a origem e a
aplicação de recursos, em atendimento às finalidades específicas estabelecidas pela
norma;
Destinação Ordinária – é o processo de alocação livre entre a origem e a
aplicação de recursos, para atender a quaisquer finalidades.
h) RECONHECIMENTO DA RECEITA
RECONHECIMENTO DA RECEITA (SOB O ENFOQUE PATRIMONIAL)
A contabilidade aplicada ao setor público mantém um processo de registro apto
para sustentar o dispositivo legal do regime orçamentário da receita, de forma que
atenda a todas as demandas de informações da execução orçamentária sob a ótica de
caixa. No entanto, deve observar os Princípios Fundamentais de Contabilidade da
Competência, Prudência e Oportunidade, além dos demais princípios. A harmonia
entre os princípios contábeis e orçamentários é a prova da eficiência contábil da
administração pública.
A contabilidade aplicada ao setor público efetua o registro orçamentário da
receita, atendendo ao disposto na Lei n.º 4.320/1964, que determina o reconhecimento
da receita sob a ótica de caixa e deve observar os Princípios Fundamentais de
Contabilidade.
O reconhecimento da receita, sob o enfoque patrimonial, consiste na aplicação
dos Princípios Fundamentais de Contabilidade para reconhecimento da variação ativa
ocorrida no patrimônio, em contrapartida ao registro do direito no momento da
ocorrência do fato gerador, antes da efetivação do correspondente ingresso de
disponibilidades.
excesso de arrecadação, não estando contabilizado o direito, ocorrendo o
impacto na situação patrimonial no momento da arrecadação.
frustração na arrecadação, devendo-se proceder a baixa do direito por
ocasião do encerramento do exercício.
c) na União, nos Estados e nos Municípios, a contribuição dos servidores para o custeio
do seu sistema de previdência e assistência social e as receitas provenientes da compensação
financeira citada no § 9º do art. 201 da Constituição.
(A) 2.433.200,00;
(B) 3.123.200,00;
(C) 4.788.200,00;
(D) 8.688.200,00;
(E) 9.083.200,00.
(Figura extraída da Obra Contabilidade e Orçamento Público de Jund, Sérgio, Editora Campus, Fl. 167)
13. DESPESAS
DESPESA ORÇAMENTÁRIA
“Despesa orçamentária é fluxo que deriva da utilização de crédito
consignado no orçamento da entidade, podendo ou não diminuir a situação
líquida patrimonial.”
(Manual de Procedimentos
Orçamentários)
ETAPAS DA DESPESA:
FIXAÇÃO
LICITAÇÃO
EMPENHO
LIQUIDAÇÃO
RECOLHIMENTO
PAGAMENTO
Planejamento e Contratação
A etapa do planejamento e contratação abrange, via de regra, a fixação da
despesa orçamentária, a descentralização/movimentação de créditos, a programação
orçamentária e financeira, o processo de licitação e a formalização do contrato.
a) Fixação da despesa
A fixação da despesa orçamentária insere-se no processo de planejamento e
compreende a adoção de medidas em direção a uma situação idealizada tendo em
vista os recursos disponíveis e observando as diretrizes e prioridades traçadas pelo
governo,
d) Processo de licitação
Processo de licitação compreende um conjunto de procedimentos
administrativos que objetivam adquirir materiais, contratar obras e serviços, alienar ou
ceder bens a terceiros, bem como fazer concessões de serviços públicos com as
melhores condições para o Estado, observando os princípios da legalidade, da
impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade
administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e de
outros que lhe são correlatos.
e) Formalização do contrato
Formalização de contrato representa um acordo de vontades, firmado
livremente entre as partes, que cria obrigações e direitos recíprocos. É regido por suas
cláusulas e pelos preceitos de direito público.
EMPENHO
Empenho, segundo o artigo 58 da Lei nº 4.320/64, é o ato emanado de
autoridade competente que cria para o Estado obrigação de pagamento pendente ou
não de implemento de condição. Consiste na reserva de dotação orçamentária para
um fim específico.
LIQUIDAÇÃO
Conforme dispõe o artigo 63 da Lei nº 4.320/1964 a liquidação consiste na
verificação do direito adquirido pelo credor tendo por base os títulos e documentos
comprobatórios do respectivo crédito e tem por objetivo apurar:
I – A origem e o objeto do que se deve pagar;
II – A importância exata a pagar; e
III – A quem se deve pagar a importância para extinguir a obrigação.
PAGAMENTO
O pagamento consiste na entrega de numerário ao credor por meio de cheque
nominativo, ordens de pagamentos ou crédito em conta, e só pode ser efetuado após
a regular liquidação da despesa.
Programa
Ações
Categoria Econômica
Despesas Orçamentárias Correntes: classificam-se nessa categoria todas as
despesas que não contribuem, diretamente, para a formação ou aquisição de um bem
de capital.
Despesas Orçamentárias de Capital: classificam-se nessa categoria aquelas
despesas que contribuem, diretamente, para a formação ou aquisição de um bem de
capital.
Grupo de Natureza de Despesa
10.1. Definições
Circulante: o conjunto de bens e direitos realizáveis e obrigações exigíveis até
doze meses da data das demonstrações contábeis. (Redação dada pela Resolução CFC
n.º 1.437/13)
Conversibilidade: a qualidade do que pode ser conversível, ou seja,
característica de transformação de bens e direitos em moeda.
Demonstração contábil: a técnica contábil que evidencia, em período
determinado, as informações sobre os resultados alcançados e os aspectos de
natureza orçamentária, econômica, financeira e física do patrimônio de entidades do
setor público e suas mutações.
Exigibilidade: a qualidade do que é exigível, ou seja, característica inerente às
obrigações pelo prazo de vencimento.
Não Circulante: o conjunto de bens e direitos realizáveis e obrigações exigíveis
após doze meses da data das demonstrações contábeis
10.2 Demonstrações Obrigatórias
As Demonstrações Contábeis Aplicadas ao Setor Público (DCASP) são
compostas pelas demonstrações enumeradas pela Lei nº 4.320/1964, pelas
demonstrações exigidas pela NBC T 16. 6 – Demonstrações Contábeis e pelas
demonstrações exigidas pela Lei Complementar nº 101/2000, as quais são:
(a) Balanço Patrimonial (obrigatória pela Lei nº 4320/64);
(b) Balanço Orçamentário(obrigatória pela Lei nº 4320/64);
(c) Balanço Financeiro(obrigatória pela Lei nº 4320/64);
(d) Demonstração das Variações Patrimoniais(obrigatória pela Lei nº
4320/64);
(e) Demonstração dos Fluxos de Caixa;
(g) Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido; e
Na Lei 4320/64, o art. 101 estabelece: " Os resultados gerais do exercício serão
demonstrados no Balanço Orçamentário, no Balanço Financeiro, no Balanço
Patrimonial, na Demonstração das Variações Patrimoniais, segundo os Anexos
números 12, 13, 14 e 15"
O art. 102 da Lei nº 4320/64, prevê que "o Balanço Orçamentário demonstrará
as receitas e despesas previstas em confronto com as realizadas."
DESPESA
RECEITA
TÍTULOS Previsão Execução Diferença TÍTULOS Fixação Execução Diferença
Receitas
1.000,00 xxxxxxxx
Correntes
Créditos
1.000,00 xxxxxxxx
Orçamentários e
Receitas de 500,00 500,00 xxxxxxxx
Suplementares
Capital
xxxxxxxx xxxxxxxx
Déficit Superávit
Com base nessas informações, julgue o item que se segue, relativo ao regime
contábil e aos critérios utilizados para elaboração das demonstrações
contábeis aplicadas ao setor público.
No balanço orçamentário, foram realizadas receitas no valor de R$ 66.000,00.
( ) Certo ( ) Errado