A Linguagem Escrita Ed Inf
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I – APRESENTAÇÃO
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Uma primeira versão deste texto foi elaborada e discutida com pesquisadoras do Centro de Alfabetização, Leitura e
Escrita da Faculdade de Educação da UFMG. Uma nova versão incorporou as sugestões do grupo do Ceale e, em
seguida, foi debatida com especialistas da área da educação. A partir desse debate, foram incorporadas novas
alterações que resultaram neste texto, cuja versão está sendo disponibilizada para que novos debates sejam
promovidos e novas alterações e sugestões possam ser incorporadas. Pretende-se contribuir para a elaboração de
orientações para as práticas educacionais, tomando-se como referência as Diretrizes Curriculares Nacionais para a
Educação Infantil, estabelecidas pelo Conselho Nacional de Educação.
escrita e as práticas pedagógicas destinadas a crianças de zero a seis anos. Este texto foi
elaborado a partir de alguns encontros com especialistas da área educacional e espera-se que sua
discussão incorpore, a partir de sua publicação no sítio virtual do Ministério, mais contribuições,
sobretudo dos profissionais que atuam na educação básica.
Neste texto, a concepção que se pretende afirmar como referência para o trabalho com a
linguagem escrita na educação infantil se baseia nos seguintes pressupostos:
1. A educação infantil possui uma identidade própria constituída a partir das características
das crianças, que são os sujeitos para os quais ela se destina, e da sua forma de se
relacionar com o mundo e de construir sentido para o que experimentam. O trabalho com
a linguagem escrita na educação infantil deve respeitar a criança como produtora de
cultura.
2. O termo linguagem escrita, neste texto, refere-se às produções que se realizam por meio
da escrita e aos resultados do uso social que se faz desse objeto do conhecimento.
3. A brincadeira, forma privilegiada de a criança se manifestar e produzir cultura, é o
elemento central para a constituição da ação educacional e deve ser entendida como fonte
de conhecimento sobre a criança e sobre seu processo de apropriação e de produção de
cultura. Entendendo a criança como um sujeito de direitos, a creche e a pré-escola devem
ser espaços de garantia do direito à brincadeira.
Para começo de conversa, é importante dizer que, para nós, o trabalho com a linguagem escrita
deve permitir à educação infantil assumir um papel importante na formação de leitores e de
usuários competentes do sistema de escrita, respeitando a criança como produtora de cultura.
Dessa afirmação derivam algumas proposições. A primeira delas é o fato de que a criança produz
cultura na interação que estabelece com outras formas e manifestações de cultura. Como um
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sujeito de direitos, a criança cria cultura, brinca, dá sentido ao mundo, produz história, recria a
ordem das coisas, estabelece uma relação crítica com a tradição (Kramer, 2009a). Como sujeitos
que aspiram a novos conhecimentos, as crianças enfrentam o desafio de compreender os signos,
os símbolos e os complexos sistemas de representação que circulam socialmente, dar sentido a
eles e deles se apropriar. Ao interagir com os diferentes signos e com os conhecimentos que
circulam socialmente, a criança o faz sob a mediação dos seus saberes e das suas experiências
infantis. Dessa articulação, nascem novos saberes, conhecimentos e experiências.
Uma segunda proposição é a de que a escrita, objeto do conhecimento criado pela humanidade,
exerce forte influência sobre a cultura infantil e é, ao mesmo tempo, e em certa medida, por ela
influenciado. Desde que nascem, as crianças estão imersas em uma cultura específica e, ao longo
do seu processo de desenvolvimento, vão criando estratégias para descrever o mundo,
compreendê-lo e com ele interagir. A linguagem escrita, que nas sociedades contemporâneas
influencia e, muitas vezes, determina as estruturas urbanas, as formas de interlocução, de
expressão da cultura, é um dos elementos com os quais as crianças interagem e buscam dele se
apropriar para melhor compreender o mundo e com ele se relacionar.
Uma terceira proposição refere-se ao fato de que a criança, desde muito cedo, se interessa pelo
funcionamento da linguagem escrita. Os estudos da psicogênese da leitura e da escrita (Ferreiro e
Teberosky, 1985) nos mostraram como as crianças formulam hipóteses para explicar o
funcionamento desse sistema, sobretudo porque elas se interessam em conhecê-lo e desejam dele
se apropriar. Crianças que ainda não dominam o sistema de escrita alfabética brincam imitando a
escrita, criando histórias a partir de textos verbais e visuais. A criança reelabora, reconstrói,
reformula elementos constitutivos da escrita, lançando mão da sua forma peculiar de pensar e das
suas referências muito próprias sobre o mundo. Não é preciso que a criança compreenda as
relações entre fonemas e grafemas para construir sentidos ao escutar a leitura de uma história ou
ao elaborar narrativas a partir de um livro de imagens, por exemplo. As crianças formulam
hipóteses, criam histórias, inventam sentidos atestando, assim, o seu protagonismo em relação ao
processo de construção de conhecimentos sobre a linguagem escrita.
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Neste tópico, afirmamos que o trabalho com a linguagem escrita na educação infantil se justifica
por considerarmos que a criança produz cultura e que essa produção se realiza na interação que
ela estabelece com o mundo e com as diversas produções culturais desse mundo. A escrita é um
elemento importante dessa cultura com o qual a criança interage e demonstra interesse em
compreendê-lo e dele se apropriar.
É importante, também, considerar que o trabalho com a leitura e a escrita na educação infantil
deve estar comprometido com o direito de a criança expandir seu conhecimento. Para que isso
ocorra, a prática pedagógica deve promover situações significativas em relação à cultura letrada e
à cultura infantil. Em suma, o trabalho com a linguagem escrita na educação infantil deve
realizar-se por meio de estratégias de aprendizagem capazes de respeitar as características da
infância, considerando os significados que a linguagem escrita adquire para os sujeitos que
vivenciam essa fase da vida.
Neste texto, estamos empregando a expressão linguagem escrita para designar um trabalho
educacional mais amplo do que o de desenvolver competências para a escrita. O conceito de
letramento empregado por Goulart (2006) reforça nossas concepções sobre o trabalho com a
leitura e a escrita na educação infantil. Para essa autora, o letramento contribui para o
desenvolvimento do pensamento na medida em que possibilita aos sujeitos lidar com textos,
lendo-os, comentando-os, comparando-os, julgando-os. Enfim, esses sujeitos se tornam
competentes para participar de uma determinada forma de discurso, envolvendo-se em uma
cultura letrada.
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Igualmente importante é conceber a constituição da linguagem escrita pela criança como algo que
integra um processo mais amplo de constituição da linguagem (Abaurre, apud Goulart, 2006).
Pensando na linguagem verbal, poderíamos dizer que a criança, ao desenvolver aspectos
relacionados à leitura e à escrita, desenvolve também aspectos relacionados à oralidade e vice-
versa. As práticas discursivas orais das crianças influenciam o processo de apropriação da
linguagem escrita e sofrem influências desse processo. As duas modalidades de linguagem
verbal, tanto a oral quanto a escrita, estão, pois, em constante interação.
Esse trabalho com a linguagem escrita na educação infantil deve ser pensado à luz das
especificidades da infância, considerando, como veremos a seguir, a sua forma peculiar de se
relacionar com o mundo por meio da imaginação e da brincadeira.
Recuperando o que afirmamos no início deste texto, a prática pedagógica destinada à criança
deve se sustentar na noção de que elas são sujeitos que produzem cultura. A importância da
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brincadeira entendida como prática cultural é destacada por Spréa (2010). O autor, lembrando
Florestan Fernandes, destaca que, durante as brincadeiras, a criança não aprende apenas a brincar,
mas se desenvolve socialmente, adquirindo e desenvolvendo aptidões que são requisitos
fundamentais para o convívio social. Para que a brincadeira se desenvolva satisfatoriamente, é
fundamental que os participantes empreendam esforços no sentido de estabelecer e cumprir
regras.
Além dessa influência socializadora da brincadeira, sua importância nos remete à interação da
criança com o mundo. O universo cultural e físico conhecido pela criança está continuamente se
expandindo e essa expansão não se refere simplesmente aos objetos que constituem o universo
propriamente infantil. Ao contrário, relaciona-se com os objetos com os quais os adultos ou
jovens operam, mas que a criança, por si mesma, ainda não consegue operar. Para apropriar-se
desses objetos, ela age sobre eles não de uma forma teórica e abstrata, mas, sim, por meio da sua
ação.
A partir do seu desejo de interagir com o mundo, a criança observa o que outros grupos etários
realizam e constrói suas próprias possibilidades. Diante de uma possível contradição de querer
operar com os objetos do mundo e não possuir a mesma condição de outros sujeitos, a criança
recria elementos para agir de uma forma bastante peculiar. Na experiência da brincadeira, a
criança empreende esforços físicos e criativos que, ao mesmo tempo em que põem à prova sua
condição para realizar determinada atividade, lhe conferem possibilidades para fazer aquilo que
deseja. É nesse sentido que Vygotsky (2002) identifica a brincadeira como um instrumento
importante para potencializar o que ele designou como “zona de desenvolvimento proximal”.
Essa zona, segundo esse teórico, seria a distância entre a capacidade que a criança possui de
solucionar de maneira independente os problemas e o que depende da orientação de um adulto ou
da colaboração de companheiros mais capazes. Ao brincar, a criança experimenta uma ação que
está um nível acima da sua idade cronológica, da sua conduta diária, extrapolando suas
possibilidades imediatas. A brincadeira e, em especial, a imaginação infantil são formas por meio
das quais a criança se coloca adiante, apropriando-se de elementos observados em distintas
situações e operados por outros grupos sociais.
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Nos itens anteriores, destacamos que o trabalho com a linguagem escrita na educação infantil
deve afirmar o direito da criança pequena de produzir cultura e de expandir seu conhecimento
sobre o mundo, o que pressupõe situações nas quais as crianças possam realizar atividades
significativas no interior da cultura letrada. Também buscamos evidenciar que as práticas
educativas devem assegurar às crianças o direito a uma educação que reconheça a infância como
uma construção da qual ela participa como ator social. A seguir, vamos propor alguns parâmetros
para a construção de uma prática educativa coerente com esses pressupostos.
A relação entre literatura infantil e imaginação, considerando o que vimos acerca da cultura
infantil, é um importante argumento para que sejam promovidas, no cotidiano das práticas
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Para orientar a escolha dos textos, um dos aspectos a serem observados pelas professoras diz
respeito às temáticas abordadas. Paiva (2008), no artigo que discute as temáticas presentes nos
textos analisados para o Programa Nacional de Bibliotecas Escolares - PNBE/2008, constata que
86% dos 1735 títulos inscritos se relacionavam a um primeiro agrupamento que a autora designa
de “A fantasia como tradição”. Integram esse agrupamento os contos de fada, fábulas, histórias
de animais, fazendas, parques, jardins zoológicos e circos. Apesar de reconhecer que a fantasia
veiculada pelos contos e fábulas impõe uma tradição a ser preservada, a autora questiona a
adesão incondicional a esses textos. Aceitando o convite da autora, sugerimos que as professoras,
comprometidas com a formação de leitores literários, (re)visitem a tradição, colocando sob
suspeita o primado da fantasia, avaliando a qualidade textual, a qualidade da abordagem dada à
temática e a qualidade gráfica dos chamados clássicos para crianças. E, além de escolher bons
textos para as crianças, que as mediações feitas pelas professoras priorizem o potencial de
ampliação das referências estéticas a serem vivenciadas pela criança.
O segundo agrupamento é composto por textos que abordam questões contemporâneas, dentre as
quais poderíamos mencionar: poluição, escassez de água no planeta, diversidade étnica. A
finalidade desses textos é discutir conteúdos que perpassam vários campos do conhecimento.
Abordam os chamados temas transversais e constituíram 11% dos títulos inscritos. Paiva (2008)
destaca que o crescente consumo pelas escolas desse tipo de texto indica que continua a
prevalecer a intenção pedagógica e educativa no trabalho com a literatura. Esses textos são
narrativas em prosa utilizadas como pretexto para a criança aprender determinado conteúdo,
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A partir dessas ponderações e das conclusões a que chega essa autora, ressaltamos a importância
de que as escolhas sobre o que ler para as crianças sejam ancoradas na concepção de que as
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O segundo aspecto a ser observado na escolha dos textos refere-se às imagens e ao projeto
gráfico. Em um bom livro de literatura infantil, além da qualidade estética, as imagens são mais
do que meras representações daquilo que o texto verbal diz e não se restringem a explicar algo do
texto escrito. As imagens devem servir para ampliar as experiências estéticas dos leitores e
possibilitar novas construções de sentido. Pensando no pequeno leitor, sobretudo naquele que
ainda não se apropriou do sistema de escrita alfabética, o livro deve servir para ler e para ver. A
professora, ao escolher os livros, deve assegurar, entre outros aspectos, que as crianças tenham
acesso a livros que utilizam materiais, técnicas e recursos gráficos variados, tais como: desenhos,
fotografias, massinhas, gravuras, colagens.
Em suma, a escolha dos textos literários revela, em grande medida, o que as professoras pensam
sobre as crianças, a infância, a aprendizagem e o processo educativo. Considerar as crianças
como interlocutores capazes, inteligentes, perspicazes resulta em prestar atenção no que elas
dizem, pensam, vivenciam e naquilo pelo que elas se interessam. São esses os elementos que irão
auxiliar as professoras na escolha dos textos e também na forma como eles serão trabalhados.
2. Ensinar aquilo que a criança deseja saber e incentivá-la a saber mais sobre a linguagem
escrita
Desde os primeiros contatos com a língua escrita, a criança manifesta interesse em compreender
seu funcionamento. Sabemos que a criança, ao participar de situações nas quais a leitura e a
escrita são instrumentos fundamentais para as interações, descobre informações fundamentais
sobre a linguagem escrita. Também sabemos que uma mediação adequada entre o sujeito e o
objeto do conhecimento promove desenvolvimento cognitivo. A atuação da professora é, pois,
fundamental para assegurar informações, incitar a curiosidade e o desejo de conhecer, levar a
criança a formular perguntas, a verbalizar e a formular suas hipóteses.
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Muito antes de dominar a escrita ortográfica convencional, a criança pode e deve familiarizar-se
com os usos e as funções da escrita e as incontáveis possibilidades que ela admite, por exemplo,
através de textos literários, de narrativas visuais. Nesse sentido, pode-se dizer que a criança,
mesmo sem ser ainda uma leitora e uma produtora de textos por ainda não dominar a tecnologia
da escrita, pode ser uma usuária competente desse sistema e dominar capacidades e habilidades
próprias de leitores proficientes. Ela pode ser introduzida no mundo da leitura, compartilhando
com colegas situações de leituras de histórias, reportagens, piadas, receitas, cartas e e-mails,
feitos por sua professora. Pode ser introduzida no mundo da escrita ditando textos para pessoas
que cumprirão a função de escribas. Em ambas as situações, a criança exercita capacidades e
habilidades envolvidas na compreensão dos usos e das funções sociais da escrita.
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É importante assegurar que a criança tenha contato com um grande número de textos
pertencentes a gêneros diversificados, presentes em diferentes suportes, os quais ela poderá
manusear e cujas características gráficas poderá observar. Além disso, é preciso que a professora
oriente a exploração desses materiais, valorizando conhecimentos prévios da criança,
possibilitando que ela formule deduções e descobertas, faça inferências a partir de informações
que extrapolam os textos lidos, relacionando-os com outros textos e contextos.
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Eventos de letramento, segundo Soares (2002), são situações nas quais a escrita é parte integrante da natureza das interações entre os
participantes e dos processos de interpretação dessas situações.
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narração de uma história é importante como condição de socialização e como condição para a
aprendizagem.
As situações nas quais a criança é desafiada a perceber a pauta sonora das palavras, a interagir
com os sons que produzem um vocábulo são fundamentais para que ela perceba o que a escrita
representa. A oportunidade de escrever livremente, buscando a melhor forma de fazê-lo, mesmo
que ainda não seja capaz de compreender as regras da escrita alfabética, é importante para que a
criança reflita e construa suas hipóteses sobre o funcionamento do sistema de escrita.
A proposta pedagógica aqui desenhada requer, para sua efetividade, a criação de um ambiente
que estimule a leitura e a escrita, a imaginação e a criatividade das crianças. É importante, como
ressaltado nos Indicadores da Qualidade na Educação Infantil (Brasil, 2009c), que haja espaços
organizados para leitura, como biblioteca ou cantinho de leitura equipado com estantes, livros,
revistas e outros materiais acessíveis às crianças e em quantidade suficiente. Esses espaços
devem permitir o livre acesso das crianças e devem ser organizados de tal maneira que elas
possam ver e tocar os livros, orientando, assim, as suas escolhas. Também é importante que, no
acervo desses espaços, haja livros e textos de diferentes tipos: livros-brinquedo, livros interativos,
contos, poemas, livros de arte, textos verbais e visuais, enciclopédias, livros de pesquisa, jornais,
gibis, revistas, etc.
Nos espaços destinados aos bebês, é importante constituir um ambiente no qual as crianças, ao
engatinharem, se deparem com ilustrações, imagens, figuras, sequências de ilustrações que
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formam uma história. Igualmente importante é a organização de ambientes nos quais as crianças
possam exercitar a sua imaginação, que possam brincar de casinha, salão de beleza, hospital,
vendinha. ou possam escolher uma fantasia e inventar personagens e brincadeiras livremente.
Nesses espaços, a escrita pode ser empregada como apoio à brincadeira de faz de conta, como,
por exemplo, para anotar as compras, dar receitas, preencher o cheque, etc.
REFLEXÕES E INDAGAÇÕES
Uma das características do contexto social atual é o fato de ser uma sociedade que sofre
influências da cultura escrita. À medida que os indivíduos em particular e a sociedade de uma
maneira geral se apropriam desse objeto do conhecimento, vão sofrendo profundas modificações
e criando significados, formas de interação, representações, maneiras próprias de elaborar o
pensamento. A escrita torna-se mais do que um bem, ela passa a ser uma condição fundamental
para assegurar aos sujeitos sua inclusão nessa sociedade.
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Finalmente, há que se ressaltar que não é na educação infantil que a criança inicia sua
alfabetização. Esse processo se inicia fora das instituições escolares e, muitas vezes, antecede a
entrada da criança nestas. Também não é nessa etapa educativa que a alfabetização se
completará. A educação infantil tem como principal contribuição para esse processo fazer com
que a criança se interesse pela leitura e pela escrita; fazer com que ela deseje aprender a ler e
escrever; e, ainda, fazer com que ela acredite que é capaz de fazê-lo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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a Educação Básica - Diretrizes Curriculares Nacionais Específicas para a Educação infantil.
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http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=13867&Itemid=936
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A. & SOARES, M. (org). Literatura infantil: políticas e concepções. Belo Horizonte: Autêntica,
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SOARES, M.. Livros para a educação infantil: a perspectiva editorial. In: PAIVA, A. &
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