Estudos Sobre Grécia

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Estudos sobre Grécia Antiga.

Grécia Antiga
Juliana Bezerra
 
Professora de História

Grécia Antiga é a época da história grega que se estende do século XX ao século IV

a.C.

Quando falamos em Grécia Antiga não estamos nos referindo a um país unificado e

sim num conjunto de cidades que compartilhavam a língua, costumes e algumas leis.

Muitas delas eram até inimigas entre si como foi o caso de Atenas e Esparta.

Mapa da Grécia Antiga


Política
No Período Clássico, os gregos procuraram cultivar a beleza e a virtude

desenvolvendo as artes da música, pintura, arquitetura, escultura, etc.

Com isso, acreditavam que os cidadãos seriam capazes de contribuir para o bem-

comum. Estava lançada, assim, a democracia.

A democracia era o governo exercido pelo povo, ao contrário dos impérios que eram

liderados por dirigentes que eram considerados deuses, como foi o caso do Egito dos

Faraós.

A democracia desenvolveu-se principalmente em Atenas, onde os homens livres

tinham oportunidade de discutir questões políticas em praça pública.

Sociedade
Cada polis tinha sua própria organização social e algumas, como Atenas, admitiam a

escravidão, por dívida ou guerras. Por sua vez, Esparta, tinha poucos escravos, mas

possuíam os servos estatais, que pertenciam ao governo espartano.

Ambas as cidades tinham uma oligarquia rural que os governava.

Também em Atenas verificamos a figura dos estrangeiros chamados metecos. Só era

cidadão quem nascia na cidade e por isso, os estrangeiros não podiam participar das

decisões políticas da polis.

Economia
A economia grega se baseava em produtos artesanais, na agricultura e no comércio.
Os gregos faziam produtos em coro, metal e tecidos. Estes davam muito trabalho,

pois todas as etapas de produção - desde a fiação até o tingimento - eram

demoradas.

Os cultivos estavam dedicados às vinhas, oliveiras e trigo. A isto somavam-se à criação

de animais de pequeno porte.

O comércio ocorria entre as cidades gregas, nas margens do Mediterrâneo e afetava

toda sociedade grega. Para realizar as trocas comerciais se usava a moeda "dracma".

Havia tanto o pequeno comércio do agricultor, que levava sua colheita ao mercado

local, quanto o grande comerciante, que possuía barcos que faziam toda rota do

Mediterrâneo.

Religião
A religião da Grécia Antiga era politeísta. Ao receber a influência de vários povos, os

gregos foram adotando deuses de outros lugares até constituir o panteão de deuses,

ninfas, semideuses e heróis que eram cultuados tanto em casa como publicamente.

As histórias dos deuses serviam de ensinamento moral à sociedade, e também para

justificar atos de guerra e de paz. Os deuses também interferiam na vida cotidiana e,

praticamente, havia uma deidade para cada função.

Se um grego tivesse uma dúvida em relação a qual atitude tomar, poderia consultar o

oráculo de Delfos. Ali, uma pitonisa entraria em transe a fim de tomar contato com os

deuses e responderia à questão. Como essa era dada de forma enigmática, um

sacerdote se encarregaria de interpretá-la ao cliente.

Cultura
A cultura grega está intimamente ligada à religião, pois a literatura, a música e o

teatro contavam os feitos dos heróis e de sua relação com os deuses que viviam no

Olimpo.

As peças teatrais eram muito populares e todas as cidades tinham seu espaço cênico

(chamado orquestra) onde eram encenadas as tragédias e comédias.

A música era importante para alegrar banquetes civis e acompanhar atos religiosos.

Os principais instrumentos eram a flauta, tambores e harpas. Esta última era utilizada

para ajudar os poetas a recitarem suas obras.

Igualmente, os esportes faziam parte do cotidiano grego. Por isso, para celebrar a

aliança entre as diferentes polis, organizavam-se competições nos tempos de paz.


A primeira delas foi realizada em 776 a.C, na cidade de Olímpia e daí seria conhecida

como Jogos Olímpicos, ou simplesmente, Olimpíadas.

Naquela época, só os homens livres que soubessem falar grego poderiam tomar

parte na competição.

Resumo da história da Grécia Antiga


A história da Grécia Antiga está dividida em quatro períodos:

•Pré-Homérico (séculos XX - XII a.C.)

•Homérico (séculos XII - VIII a.C.)

•Arcaico (séculos VIII - VI a.C.)

•Clássico (séculos V - IV a.C.)

Período Pré-Homérico (séculos XX - XII a.C.)


O primeiro período de formação da Grécia é chamado de pré-homérico.

A Grécia antiga se formou da miscigenação dos povos Indo-Europeus ou arianos

(aqueus, jônios, eólios, dórios). Eles migraram para a região situada no sul da

península Balcânica, entre os mares Jônico, Mediterrâneo e Egeu.

Acredita-se que por volta de 2000 a.C. chegaram os aqueus, que viviam num regime

de comunidade primitiva.

Depois de estabelecerem contato com os cretenses, de quem adotaram a escrita, se

desenvolveram, construíram palácios e cidades fortificadas.

Organizaram-se em vários reinos liderados pela cidade de Micenas e daí o nome

Civilização Aqueia de Micenas. Depois de aniquilarem a civilização cretense,

dominaram várias ilhas do Mar Egeu e destruíram Troia, cidade rival.


Porém, no século XII a.C., a civilização micênica foi destruída pelos dórios, que

impuseram um violento domínio sobre toda a região, arrasaram as cidades da Hélade

e provocaram a dispersão da população, o que favoreceu a formação de várias

colônias. Este fato é conhecido como a 1ª diáspora grega.

Veja também: Período Pré-Homérico

Período Homérico (séculos XII - VIII a.C.)


As invasões dóricas provocaram um retrocesso das relações sociais e comerciais

entre os gregos.

Em algumas regiões surgiram o genos – comunidade formada por numerosas

famílias, descendentes de um mesmo ancestral. Nessas comunidades, os bens eram

comuns a todos, o trabalho era coletivo, criavam gado e cultivavam a terra.

Tudo era dividido entre eles, que dependiam das ordens do chefe comunitário,

chamado Pater, que exercia funções religiosas, administrativas e jurídicas.

Com o aumento da população e o desequilíbrio entre a população e o consumo,

os genos começaram a desagregar.

Muitos começaram a deixar o genos e procurar melhores condições de sobrevivência,

iniciando o movimento colonizador por boa parte do Mediterrâneo. Esse movimento

que marca a desintegração do sistema gentílico é chamado de 2ª diáspora grega.

O processo resultou na fundação de diversas colônias, entre elas:

•Bizâncio, mais tarde Constantinopla, e atual Istambul;

•Marselha e Nice, hoje na França;

•Nápoles, Tarento, Síbaris, Crotona e Siracusa, conhecidas em conjunto como Magna

Grécia, no sul da atual Itália e na Sicília.


Veja também: Período Homérico

Período Arcaico (séculos VIII - VI a.C.)


O Período Arcaico se inicia com a decadência da comunidade gentílica. Nesse

momento, os aristocratas resolvem se unir criando as frátrias (irmandades formadas

por indivíduos de vários genos).

Estas se uniram formando tribos que construíram, em terrenos elevados, cidades

fortificadas denominadas acrópoles. Estavam nascendo as cidades – Estados (pólis)

gregas.

Atenas e Esparta serviram de modelo para as demais polis grega. Esparta era uma

cidade aristocrática, fechada às influências estrangeiras e uma cidade agrária.

Os espartanos valorizavam a autoridade, a ordem e a disciplina e assim, tornou-se um

Estado militarista, onde não houve espaço para a realização intelectual.

Por sua vez, Atenas dominou durante muito tempo o comércio entre gregos e, em sua

evolução política, conheceu várias formas de governo: monarquia, oligarquia, tirania e

democracia. Atenas simbolizou o esplendor cultural da Grécia Antiga.

Veja também: Período Arcaico


Período Clássico (séculos V - IV a.C.)

O início do Período Clássico foi marcado pelas Guerras Médicas, entre as cidades

gregas e os persas, que ameaçavam o comércio e a segurança das pólis.

Após as guerras, Atenas tornou-se líder da Confederação de Delos, uma organização

composta por várias cidades-Estados. Estas deviam contribuir com navios e dinheiro

para manter a resistência naval contra uma possível invasão estrangeira.

O período da hegemonia ateniense coincidiu com a prosperidade econômica e o

esplendor cultural de Atenas. Nesta época, a filosofia, o teatro, a escultura e a

arquitetura atingiram sua maior grandeza.

Pretendendo impor também sua hegemonia no mundo grego, Esparta compôs com

outras cidades-Estados a Liga do Peloponeso e declarou guerra a Atenas em 431 a.C.

Depois de 27 anos de lutas, Atenas foi derrotada.


Anos mais tarde, Esparta perdeu a hegemonia para Tebas e durante esse período, a

Grécia foi conquistada pelos exércitos da Macedônia e foi incorporada ao Império

Macedônico. Esta época ficou conhecida como período helenístico.

A Grécia foi governada pelo imperador Felipe II e em seguida por seu filho Alexandre

Magno, que conquistou um grande império. A fusão da cultura grega com a oriental

recebeu o nome de Cultura Helenística.

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