Pequeno Engenheiro (Material de Apoio)
Pequeno Engenheiro (Material de Apoio)
Pequeno Engenheiro (Material de Apoio)
PILOTO
A falta do entendimento de diversos assuntos quando nos tratamos de áudio pode nos afetar em
momentos da produção, elaboração e finalização. Para termos por exemplo uma música de boa estrutura
sonora fisicamente e teoricamente falando, existem três processos que devem ser tratados e respeitados com
cautela, GRAVAÇÃO/REGISTRO DO ÁUDIO -> MIXAGEM -> MASTERIZAÇÃO.
Vamos começar falando um pouco sobre uns conceitos básicos e eu disse BÁSICOS, porém, bem
funcionais para que possamos entender um pouco de como é um processo de gravação e seus parâmetros até a
nossa masterização, este material vai servir como apoio e guia inicial de estudo para que você tenha um
simples entendimento, básico e funcional.
Esqueci de citar uma coisa, busque sempre se desprender da teoria ultra e supersônica do áudio, a
arte respira no momento em que sentimos ela, e trabalhe buscando sempre a melhor qualidade possível no
resultado final da track/fonograma, respeitando e executando os três processos, aqueles que eu disse no
primeiro parágrafo, independente de cálculos ou pessoas dizendo o que você pode ou não fazer. Enfim, vamos
iniciar, chega de mais palavras por momento.
A GRAVAÇÃO E SEUS PRINCIPAIS PROBLEMAS
Vamos começar listando alguns problemas mais comuns que podem nos comprometer na hora de ter
uma boa gravação, devemos lembrar também que a preservação da sonoridade que vamos buscar não deve se
adequar sempre à parâmetros ou regras convencionais padronizadas, apenas devemos ter a nossa concepção
do padrão de QUALIDADE do estilo ou sonoridade que estamos produzindo ou buscando, e que todo processo de
gravação feito não prejudique nossas próximas etapas.
– A gravação fica com volume muito baixo e/ou com muito ruído.
Quando tocamos nesse assunto em mesas redondas ou até em conversa com amigos de profissão, músicos e
produtores, muito é falado sobre esse conceito ou nome “Ganho/Gain”, qual seria a definição prévia disso?
Na verdade, a palavra "ganho/gain" tem um sentido bem mais além, o sentido de nível de volume.
Trata-se desde um ajuste feito por knobs como também faders e potenciômetros de volume existentes em
vários aparelhos de um sistema de áudio, onde praticamente todos se obtém um sistema de medida de sinal,
seja ele de entrada ou saída. Até mesmo as diversas luzes, led´s e VU´s existentes nos equipamentos não estão
lá à toa, mas sim para nos ajudar a montar a correta estrutura de ganhos, sempre busque usar os medidores ao
seu favor
Mas o que é, afinal, essa tal de estrutura de ganho? Para responder isso, precisamos recordar o
sistema da captação por um microfone até chegar ao alto-falante. O que percorre os circuitos elétricos dos
diversos equipamentos de áudio é uma coisa só: corrente elétrica, resumidamente, nada mais é que um sinal de
corrente elétrica como dito, de um ponto a outro com uma regulagem de intensidade, lembrando que seria
somente um resumo esta definição. Para que não precisemos entrar em outras questões, até porque é na
prática que muitos falham ao tentar atrelar 100% a teoria, normalmente, ouvimos muitos padrões e
especulações sobre o assunto, lembrando que o entendimento sobre o conceito é o contrário da limitação na
busca pelo som, timbre ou referencial que é indicado, relembrando, temos que ter um padrão de qualidade,
anulando erros que nos trariam um som “ruim” como alguns erros listados acima, não se limita a arte, o “ser
diferente” é sempre algo que temos que buscar cada vez mais para que obtenhamos até nossa IDENTIDADE no
trabalho no qual prestamos ou desejamos ser um dia REFERÊNCIA.
MICROFONES
Continuando com a construção rápida e dinâmica sobre os assuntos que são bastante abordados, a
estrutura sólida e elétrica por passagem na qual chamamos de “Microfone” é algo a ser explorado.
Entender sobre qual microfone usar e em qual ocasião ele se encaixa é fundamental para que não
fiquemos frustrados com a sonoridade que vamos buscar, por isso é sempre bom entendermos um pouco sobre.
Você não precisa ser o engenheiro elétrico sinistro pra entender sobre, vou te ajudar um pouco aqui, vamos que
vamos.
Principais tipos de microfone e suas denominações populares
Os microfones duros — como você deve ter deduzido pelo nome, são aqueles que os cantores
seguram em uma das mãos enquanto cantam — existindo em versões com e sem fio. Embora as versões com
fio sejam pouco utilizadas atualmente, é bastante comum que as bandas ainda tenham esse equipamento como
reserva, caso os microfones sem fio deixem de funcionar no decorrer de uma apresentação.
Ainda existem modelos específicos, como os microfones de contato (que captam o som quando estão
encostados na fonte sonora), os de lapela (aqueles bem pequenos que são colocados na roupa de
apresentadores de televisão) e os feitos para captar sons à distância, conhecidos como microfones s hotgun.
Microfones, captando a direção do som
○ Microfones unidirecionais: são aqueles que captam o som vindo apenas de uma direção. Para que
eles captem a sua voz, por exemplo, você deve falar precisamente em um lado específico do aparelho.
Esse tipo de microfone é o mais comum em eventos de todo tipo e varia conforme os possíveis
padrões de captação, podendo ser cardióide, supercardióide ou hipercardioide.
○ Microfones bidirecionais: são capazes de captar sons de fontes sonoras opostas — uma pessoa
na frente e outra atrás do microfone, por exemplo. Por esse motivo, esse tipo de microfone é indicado
para repórteres de rua que fazem matérias para o rádio ou para a televisão e precisam entrevistar
pessoas, por exemplo.
○ Microfones omnidirecionais: são os que captam sons vindos de todas as direções. Um exemplo
de utilização desse tipo de microfone pode ser na gravação de um show ou apresentação musical em
que se queira captar a voz do artista e ao mesmo tempo as reações do público presente.
Nos dias atuais, no entanto, os avanços nos métodos de conversão analógica para
digital permitem que as gravações por computador mantenham-se mais fieis ao som
reproduzido originalmente, garantindo a qualidade esperada até mesmo pelos amantes da
música ao vivo.
Em um concerto musical, palestra ou culto religioso, é natural que a pessoa que está
falando ou cantando use diferentes entonações para dar ênfase em frases ou versos
específicos, gerando mais impacto no público. Por conseguir segurar todos esses níveis de
amplitude do som tranquilamente, o microfone dinâmico é o mais indicado para essas
situações.
3.EQUALIZAÇÃO
Isso significa que quando ouvimos uma voz, existem muitas frequências que não
participam da definição dessa fonte sonora e que podem significar “sujeira”. Imagine que
você está gravando em um ambiente com ar condicionado ligado, talvez você ainda não tenha
reparado, mas ele emite um ruído grave proveniente do motor. Com o equalizador e seus
respectivos filtros, podemos reduzir a incidência de vazamento de sons que não nos
interessam. Podemos também fazer correções nas regiões de atuação da fonte sonora em
frequências que estejam sobrando. Isso é muito utilizado para evitar, por exemplo,
microfonias em som ao vivo ou simplesmente tornar o que estamos ouvindo mais agradável.
Esse tipo de equalização pode ser chamada de equalização subtrativa ou corretiva e é umas
das técnicas mais utilizadas e recomendadas no mercado profissional. Antes de você ressaltar
qualquer frequência, que tal retirar o excesso de tudo aquilo que pode estar atrapalhando a
definição do seu som? Talvez com isso, consequentemente, a frequência que você iria
ressaltar já se destaque em função do equilíbrio obtido.
Se mesmo assim você quiser ressaltar uma frequência podemos fazer uma equalização
chamada de aditiva e esse processo é feito principalmente para buscar timbre. Vamos pensar
que você gravou um violão e sente falta daquele “brilho”, com o equalizador você pode, por
exemplo, aplicar ganho numa região de 4K e tornar o som muito mais definido.
Não Paramétrico – Esses equalizadores podem ser encontrados na maioria das mesas de
som de baixo custo e tecnologia. Possui filtros, frequências e largura de banda pré definidas.
Bandpass – Conhecido também como “passa banda”, ajusta uma banda de frequências. É
utilizado para fazer ajustes pontuais em uma determinada região do áudio.
Low Shelving – Leva junto todas as frequências abaixo da escolhida. É bastante utilizado
quando o resultado que se pretende vai além de uma frequência ou região específica e
pretende-se ressaltar ou atenuar todos os graves proporcionalmente.
High Shelving – Leva junto todas as frequências abaixo da escolhida. É bastante utilizado
quando o resultado que se pretende vai além de uma frequência ou região específica e
pretende-se ressaltar ou atenuar todos os agudos proporcionalmente.
Low Pass Filter (LPF) – Passa Baixas. Elimina todas as frequências acima da escolhida.
Pode ser chamado também de “High-cut” ou corte de agudos. É bastante utilizado para
limpar o áudio
High Pass Filter (HPF) – Passa Altas. Elimina todas as frequências abaixo da escolhida.
Pode ser chamado também de “Low-cut” ou corte de graves. É bastante utilizado para limpar
o áudio.
4. COMPRESSÃO
Um Compressor bem ajustado pode ser uma das ferramentas mais úteis para o
processamento de um sistema, para uma peça individual de um instrumento, para um grupos
de mixagem, para uma via de auxiliar ou também para finalização (master).
Tudo depende do seu domínio sobre a ferramenta, que poderá até usá-lo para
equalizar o sinal.
Também precisamos entender que se a fonte sonora for modificada ou existir alguma
modificação no sinal antes da monitoração do processador, o resultado poderá deixar de ser
satisfatório.
A ideia de Compressor é justamente a qual ela se refere, seja reprimir, refrear, achatar
e vários outros sinônimos no sentido de reduzir o volume.
Imagina um cantor problemático, que não sabe definir o que deseja, reclama de faltar
voz na sua via de auxiliar e também reclama de faltar os demais instrumentos. Um
Compressor aplicado nesta via de auxiliar pode resolver seu problema.
Você coloca o nível dos instrumentos abaixo do ponto onde iniciará a compressão e a
voz acima deste ponto na mixagem da via, assim toda vez que ele cantar todo o sinal da via
será reduzido, fazendo com que o cantor tenha sensação de escutar mais sua voz, quando este
para de cantar, o nível do sinal volta pra onde estava e automaticamente o cantor volta a
perceber mais presença dos instrumentos.
Ou seja, sempre que o Primeira Voz estava cantando, o volume do Segunda Voz era
reduzido, mas quando este Segunda Voz fazia alguma interação nos intervalos entre as
músicas, o volume de voz dele voltava a ser destaque.
Muitas vezes, temos excesso que são gerados por parte de músicos, cantores,
locutores, preletores e vários outros, justamente pelo calor da apresentação.
É uma pegada mais forte, a aproximação do microfone ou até mesmo gritos podem ter
seus picos segurados com compressor sem apagar a emoção do momento.
Tem vários outros modos de utilizar e se beneficiar com o Compressor, vai depender
muito da sua familiarização com a ferramenta.
Gráfico demonstrando o
processo de Attack para redução do sinal e Release para liberação do sinal.
Threshold
É neste parâmetro que definimos o ponto de analise do sinal, acima ou abaixo deste
que serão executadas as próximas ações do Compressor.
Para aplicar é simples, você verifica o nível de sinal que esta entrando na ferramenta e
define o valor para qual deseja que seja executado o Attack na proporção de Ratio.
Peak/RMS
É neste parâmetro que definimos se o Compressor efetuará seu processo baseado na
analise do sinal em método Pico ou RMS.
Ratio
É neste parâmetro que definimos o quanto desejamos que o Compressor reduza o
sinal de forma que a razão seja baseada em proporção.
Uma relação 1:1 indica que uma porção do sinal que entra, sairá uma porção, ou seja,
como se a redução do sinal não exista.
Já na relação 2:1 indica que duas porções de sinal que entrar, sairá uma porção, ou
seja, a metade do sinal que superar o ponto do Threshold poderá passar.
Gráfico demonstrando a
Razão de Proporção do sinal durante a redução do sinal.
O mesmo para 4:1, onde quatro porções do sinal que entrar, irá sair uma porção, ou
seja, um quarto do sinal que ultrapassar a definição poderá passar.
Knee
É neste parâmetro que definimos a velocidade da taxa de compressão do sinal à
medida que este chega próximo ao ponto do Threshold.
Quanto mais distante de zero (Soft), mais suave será a transição, pois a compressão
será iniciada antes de superar o ponto do Threshold.
Quanto mais próximo de zero (Hard), mais brusca poderá ser a transição.
Attack
É neste parâmetro que definimos o quanto de tempo o Compressor irá demorar em
reduzir o sinal após ultrapassar o valor definido no Threshold.
Uma definição rápida, ou menor valor, faz com que o sinal seja reduzido imediatamente, este
resultado pode ser desconfortável dependendo da aplicação.
Hold
É neste parâmetro que definimos o quanto de tempo o Compressor permanecerá
aberto quando o sinal ficar reduzido abaixo do valor definido no Threshold.
Release/Decay
É neste parâmetro que definimos o quanto de tempo o Compressor vai demorar (após
a conclusão do tempo do Hold) fechando completamente o sinal baseado no tamanho do
Range.
Assim como Hold, um tempo muito curto pode estragar a sonoridade do sinal, um
tempo muito longo pode deixar passar algum som indesejado (um sinal menor ser
comprimido quando o processo de Hold ou Release ainda não tenha sido finalizado).
Gain (MakeUp/Compensation)
É neste parâmetro que definimos o quanto de ganho queremos compensar no sinal
devido à redução aplicada pelo Compressor, corrigindo a diferença entre o volume do sinal
de entrada e saída do processador.
Filter
É neste parâmetro que definimos em qual faixa de frequência do sinal o Compressor
estará monitorando.
Cue/Monitor
É habilitando este parâmetro que podemos ouvir somente a faixa de filtro aplicada,
possibilitando uma aplicação mais detalhada ao regular o filtro de frequências.
Atenção: Na maioria dos equipamentos, esta monitoração é feita pelos fones, ou saídas de
monitor, porém, em alguns, o som principal pode ser desabilitado, saindo somente o som
filtrado.
SideChain/Source
É neste parâmetro que definimos de onde partirá o recurso do sinal que será
monitorado, podendo receber o sinal antes ou depois do equalizador paramétrico ou então
receber o sinal de outros canais ou fontes
5. DELAY E ECHO
O delay é um dos efeitos mais importantes. Na verdade, é a base para outros efeitos,
incluindo coro e reverb. No entanto, a definição atual de delay é normalmente usada para
descrever os efeitos de eco mais pronunciados.
Talvez o exemplo mais emblemático de delay seja o efeito Slapback u sado nas
gravações de rock do início dos anos 50, principalmente por Sam Phillips e artistas da Sun
Records, como Elvis.
Usos mais pronunciados de delay foram popularizados por dub e reggae durante os
anos 70 e 80. Os efeitos de delay são muito mais prevalentes nesses exemplos, pois os sons
são repetidos, ecoados e alimentados de volta para conseguir camadas mais ricas para criar
uma sinfonia rítmica de psicodelia.
Efeitos de delay mais pronunciados como estes ainda ressoam em toda a música hoje
e dão aos músicos uma paleta completa de possibilidades experimentais. Mesmo o arranjo
mais simples pode ser preenchido usando técnicas de delay criativas.
Os delays demonstrados com múltiplas taps são úteis para criar ritmos mais novos e
camadas em uma performance. Delays com múltiplas taps são comuns em dub e techno para
criar as linhas sintéticas comuns aos gêneros.
6. REVERB
O Que é Reverb?
Reverb é a abreviação para reverberação. Reverb acontece diariamente, mas nem
sempre percebemos isso.
Quando temos um som, duas coisas acontecem: A) o som direto atinge seus ouvidos
B) um monte de outras ondas sonoras reverberam nas superfícies antes de chegarem aos seus
ouvidos. Essas outras ondas sonoras chegarão aos seus ouvidos mais tarde e com menos
energia (portanto, mais silenciosas).
Reverb é um monte de ecos acontecendo ao mesmo tempo, então você os ouve como
um único efeito: reverb.
Reverb faz as coisas parecerem mais afastadas no mix se você empurrar um sinal
molhado e derrubar um monte do sinal seco original. Ele pode ampliar o mix e fazê-lo
parecer maior e mais completo.
Dica: Use reverb de maneira criativa fazendo samples de reverb tails e usando eles
como um bloco de sintetizador
7. MASTERIZAÇÃO
“O Que é a Masterização?”
Masterização é o último processo pelo qual a gravação de uma música passa antes do
fonograma estar completo.
O profissional que executa o processo de Masterização é chamado de Engenheiro de
Masterização. Este trabalho consiste em utilizar seu conhecimento (técnico, prático,
econômico/social, e matemático) para transformar os arquivos de áudio no produto final que
chegará ao público.
O objetivo da Masterização é atingir a qualidade necessária para o ouvinte, seja atuando em
determinadas frequências, a quantidade de compressão, o posicionamento dos instrumentos,
características de punch, de transiente, de presença dos diferentes instrumentos,
profundidade. Isto, utilizando processamentos específicos.