Beata Anna Maria Taigi Sobre Os Três Dias de Escuridão

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Beata Anna Maria Taigi Sobre os Três

Dias de Escuridão

Papas e cardeais têm se referido a esta santa mulher casada como uma das maiores
santas de todos os tempos. Foi elogiada por Papa Benedito XV na sua beatificação em
20 de maio de 1920, como sendo esposa e mãe exemplar apesar das circunstâncias da
pobreza e sofrimento. Entrava freqüentemente em êxtase, realizava milagre de cura, lia
corações, previa mortes, e tinha visões de acontecimentos futuros. Ela previu as duas
grandes guerras mundiais deste século. Dezoito anos após a sua morte, seu corpo
permanecia incorruptível e em perfeito estado de conservação como se tivesse acabado
de ser sepultada. A seguir apresentamos a sua profecia sobre os três dias de escuridão:

“Deus enviará dois castigos: um será em forma de guerras, revoluções e outros males;
terá origem na Terra. O outro será enviado do Céu. Cairá sobre a Terra uma escuridão
intensa que durará 3 dias e 3 noites. Nada será visível, e o ar se encherá de pestilência
da qual reclamarão principalmente, mas não somente, os inimigos da religião. Será
impossível usar-se qualquer tipo de dispositivo feito por homem para iluminar durante
esta escuridão, exceto as velas bentas. Aquele que, por curiosidade, abrir sua janela para
olhar o exterior, ou deixar seu lar, cairá morto instantaneamente. Durante estes três dias,
todos deverão permanecer em seus lares, rezar o Rosário e pedir a  misericórdia a
Deus. Todos os inimigos da Igreja, conhecidos ou não, perecerão sobre a Terra durante
a escuridão universal, com exceção de poucos que Deus em breve converterá. O ar será
infectado por demônios que aparecerão sob todos os disfarces.”

O sacerdote carmelita Francisco Palau y Quer O.C.D. comentou com certo pormenor a
visão dos “Três Dias de Trevas” da Beata Taigi, em seu jornal “El Ermitaño”:

“O fato, escreveu, se anuncia da seguinte forma: enquanto num dia claro e sereno o sol
estará em seu percurso, repentinamente se farão trevas tão densas que poderão ser
apalpadas e tocadas, as quais cobrirão a face da Terra. “O céu se apresentará sob um
aspecto tão espantoso que, vendo-o, as pessoas fugirão e se esconderão no mais
recôndito de suas casas, fechando portas e janelas como no momento de uma
tempestade arrepiadora. “Espectros horripilantes aparecerão nos ares, dando uivos
espantosos. Se por um momento a lua abrir caminho entre as trevas, apresentar-se-á
vestida de sangue (...). “Esses serão dias de ira e de maldição, dias em que o anjo
exterminador, como a morte montada em corcel acompanhado pelo inferno, visitará a
casa do ímpio, do incrédulo, desse homem que cheio de arrogância desafia a
onipotência de Deus, assim como visitou o Egito matando numa noite seus filhos varões
primogênitos. “Perecerão de espanto muitíssimas pessoas, que acreditarão ter chegado o
mundo a seu fim, e sentir-se-ão envolvidas por uma noite eterna. (...) “O justo, aquele
que acredita, acenderá a luz e esta arderá ante o Senhor, enquanto orará prosternado por
terra, aguardando que o Deus das vinganças conclua Sua visita e venha a Sua
misericórdia. “Fechará portas e janelas, e recolhido no oratório com sua família,
fazendo jejum, oração e penitência, humilhar-se-á ante o Juiz que castiga o delinquente,
enquanto o ímpio perecerá com sua impiedade. “Nesses três dias será Deus quem
batalhará contra os insensatos que agora insultam a Sua Onipotência. “O orbe inteiro
acompanhá-lo-á montado, para confirmar a verdade católica. “E retirando-se do campo
de batalha, vencedor e triunfante sobre as trevas, jogará os espíritos que as produzem ao
fogo eterno do inferno”. (“Tres días de tinieblas sobre el orbe entero”, El Ermitaño, Nº
119, 16-2-1871).

E no número 155 de El Ermitaño, o carmelita retomava o tema:

“Do processo da própria venerável Taigi foi tirada a predição dos dois grandes castigos,
um do Céu e outro da Terra. O próprio diretor espiritual da venerável Taigi, Mons.
Raffaele Natali, dizia, em agosto de 1864: “É muito verdadeiro que a venerável Serva
de Deus anunciou o açoite dos três dias de trevas espalhado sobre toda a Terra... “Nestas
circunstâncias, as janelas deverão ficar fechadas, devendo-se evitar debruçar sobre elas,
e será imperioso rezar o santo Rosário e fazer oração.”

Primeiros “três dias de trevas”: a nona praga do Egito (capítulo X do


Êxodo)
Indagava então o carmelita Francisco Palau :

“Isto prega a venerável Taigi. Acontecerá? Poderá ser? Quando? Se vai suceder, em que
época se dará? “Responderemos expondo simplesmente a nossa opinião, filha de
profundas meditações. “1º) Isso aconteceu uma vez, logo pode vir a ser em outra época
em que convenha à gloria de Deus. Lê-se no cap. X do Êxodo: Disse Deus a Moisés,
estende tua mão ao céu e desçam trevas tão densas que possam ser apalpadas. “Estendeu
Moisés sua mão em direção ao céu, e apareceram horripilantes trevas sobre todas as
regiões do Egito, e duraram três dias, de maneira que cada um ficou imóvel onde se
encontrava. “Um homem não via o outro. Só havia luz onde moravam os filhos de
Israel”. (“Tres dias de tinieblas sobre el orbe entero”, El Ermitaño, Nº 119, 16-2-1871).

Êxodo, 10, 21-27:

21. O Senhor disse a Moisés: “Estende a mão para o céu, e que se formem sobre todo o
Egito trevas (tão espessas) que se possam apalpar.” 22. Moisés estendeu a mão para o
céu, e durante três dias espessas trevas cobriram todo o Egito. 23. Durante esses três
dias, não se via um ao outro, e ninguém se levantou do lugar onde estava. Ao passo que
todos os israelitas tinham luz nos lugares onde habitavam. 24. O faraó mandou chamar
Moisés e disse-lhe: “Ide fazer vossas devoções ao Senhor. Somente vossas ovelhas e
vossos bois ficarão neste lugar; podeis levar convosco vossos filhinhos.” 25. Moisés
respondeu: “Tu mesmo nos porás nas mãos o que precisamos para oferecermos
sacrifícios e holocaustos ao Senhor, nosso Deus. 26. Além disso, nossos animais virão
conosco; nem uma unha ficará, porque é deles que devemos tomar o que precisamos
para fazer nosso culto ao Senhor, nosso Deus. Enquanto não tivermos chegado lá, não
sabemos de que nos serviremos para prestar nosso culto ao Senhor.” 27. Mas o Senhor
endureceu o coração do faraó, que não quis deixá-los partir.

No capítulo 17, o Livro da Sabedoria descreve com pormenor o que aconteceu


durante os três dias de trevas com que Deus flagelou os egípcios por meio de
Moisés:

Sabedoria, 17
Moisés estende os braços e o Egito se enche de trevas durante três dias e três noites
infestadas de espectros enlouquecedores. Gustave Doré (1832 — 1883) , gravura para o
Antigo Testamento

1. Em verdade, grandes e impenetráveis são Vossos juízos, Senhor; por isso as almas
grosseiras caíram no erro.

2. Por terem acreditado que podiam oprimir a santa nação, os ímpios, prisioneiros das
trevas e encarcerados por uma longa noite, jaziam encerrados nas suas casas, tentando
escapar à Vossa incessante vigilância.

3. Depois de terem imaginado que, com seus secretos pecados, ficariam escondidos sob
o sombrio véu do esquecimento, eles se viram dispersados, como presa de um terrível
espanto, e amedrontados por alucinações.
4. Mesmo o canto mais afastado em que se abrigavam não os punha ao abrigo do
terror: ruídos aterradores ressoavam em torno deles, e taciturnos espectros de lúgubre
aspecto lhes apareciam.

5. Nenhuma chama, por intensa que fosse, chegava a iluminar. E a luz brilhante dos
astros era impotente para alumiar esta noite sombria.

6. Mas aparecia-lhes de súbito nada mais que uma chama aterradora, e, tomados de
terror por esta visão fugitiva, julgavam essas aparições mais terríveis ainda.

7. A arte dos mágicos se mostrou ilusória, e esta sabedoria, a que eles pretendiam,
evidenciou-se vergonhosamente como falsidade.

8. Aqueles que se jactavam de banir das almas doentes o terror e a perturbação, eram
eles mesmos atormentados por um ridículo temor.

9. Mesmo quando nada de mais grave os aterrorizava, a passagem dos animais e o


silvo das serpentes punham-nos fora de si, e eles morriam de medo. Recusavam até
mesmo contemplar essa atmosfera à qual nada podia escapar;

10. porque a maldade, condenada por seu próprio testemunho, é medrosa, e, sob o peso
da consciência, supõe sempre o pior,

11. pois o temor não é outra coisa que a privação dos socorros trazidos pela reflexão,

12. porque, quanto menor for em sua alma a esperança de auxílio, tanto mais penosa é
a ignorância daquilo de que se tem medo.

13. Eles, durante essa noite de impotência, saída dos recantos do Hades impotente,
dormiam num mesmo sono,

14. agitados, de um lado, pelo terror dos espectros, e paralisados, de outro, pelo
desfalecimento da alma; pois era um pavor repentino e inesperado o que se abatera
sobre eles.

15. E todo aquele que caía sem força, ficava como que preso e encerrado num cárcere
sem ferros.

16. Fosse ele camponês ou pastor, ou o operário que se afadiga sozinho no seu
trabalho, uma vez surpreendido, tinha de suportar a inevitável necessidade, porque
todos estavam ligados por uma mesma cadeia de trevas.

17. O silvo do vento, o canto harmonioso dos passarinhos nos ramos espessos, o
murmúrio da água correndo precipitadamente, o estrondo das rochas que se
despenhavam,

18. a carreira invisível dos animais que saltavam, os urros dos animais selvagens, o
eco que repercutia nas cavidades dos montes: tudo os paralisava de terror.
19. Enquanto o mundo inteiro era alumiado de uma brilhante luz, e sem obstáculo se
entregava às suas ocupações,

20. somente sobre eles se estendia uma pesada noite, imagem das trevas que mais tarde
os deviam acolher; e eram para si mesmos um peso mais insuportável que esta
escuridão.

Os "três dias de trevas" que estão para vir segundo os profetas Isaías,
Ezequiel e Joel
“Aquilo que Deus fez pelas mãos de Moisés no Egito pode agora renová-lo no mundo
inteiro pelas mãos de um outro homem?, perguntou-se o carmelita padre Francisco. E
respondeu: “Sim, pode. Fá-lo-á? Sim. Como se sabe? “Ouçamos os profetas. Diz Isaías,
cap. XIII: ‘Eis que vem o dia do Senhor, cruel, cheio de indignação, ira e furor.
Reduzirá a Terra a uma solidão, e exterminará dela os maus. “As estrelas negarão sua
luz, o sol no momento de nascer ficará nas trevas e a lua se vestirá de luto. “Nesse dia
visitarei a maldade do orbe inteiro e minha visita será contra a iniquidade do ímpio.
Cessará a soberba dos infiéis, e humilharei a arrogância dos fortes’. “Ezequiel cap.
XXXII, descrevendo o castigo do ímpio, diz: ‘o céu ficará encoberto e as estrelas
encapotadas com um véu negro. “A nuvem esconderá o sol e a lua não dará luz,
desaparecerá a luz de todos os astros do céu e espalharei as trevas sobre tuas terras’.
“Joel, cap. II: ‘haverá no céu prodígios grandes e a terra se encherá de sangue, fogo e
vapor de fumaça. “O sol se converterá em trevas, e a lua se vestirá de sangue, antes que
venha o dia do Senhor grande e horrível” (“Tres dias de tinieblas sobre el orbe entero”,
El Ermitaño, Nº 119, 16-2-1871).

O padre Francisco Palau supunha que o demônio interviria de modo destacado no início
dos castigos como instrumento dos mesmos.

Mas, na medida em que eles avançassem, a participação angélica e do próprio Deus se


tornariam dominantes. Esses três dias de trevas acontecerão na parte final dos castigos.

E sua mais profunda razão de ser consistiria em confirmar a missão do enviado de Deus:

“De que serviriam os três dias de trevas tais como os prediz a venerável Taigi, se não
fossem sinais para dar crédito a uma missão, como o foram as trevas que Moisés
atraiu contra os egípcios? “Sem a mão de um profeta produziriam o mesmo efeito
que as epidemias e as guerras. “Para que o ímpio não as atribua à pura obra da
natureza, será necessária uma voz apostólica que as mande e as retire para dar
crédito à onipotência do Deus dos católicos, e a verdade do poder da Igreja” (“La
cruz”, El Ermitaño, Nº 159, 23-11-1871).

Nessa perspectiva, os três dias de trevas constituiriam o lance determinante da vitória


final da Igreja sobre todos os males que a afligem e depois viria a instalação do Reino
de Maria como Nossa Senhora prometeu em La Salette e em Fátima.

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