Alg I Ect Livro Z Web
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Módulo 1
Matrizes e Sistemas de Equações Lineares
Espaços Vetoriais
Jossana Ferreira
Projeto Institucional
Edital nº 015/2010/CAPES/DED
Fomento ao uso de tecnologias de comunição e informação nos cursos de graduação
Jossana Ferreira
Módulo 1
Matrizes e Sistemas de Equações Lineares
Espaços Vetoriais
Governo Federal
Presidenta da República
Dilma Vana Rousseff
Vice-Presidente da República
Michel Miguel Elias Temer Lulia
Ministro da Educação
Fernando Haddad
FICHA TÉCNICA
Coordenador de Produção de Materiais Didáticos Revisora das Normas da ABNT Diagramadores
Marcos Aurélio Felipe Verônica Pinheiro da Silva Ana Paula Resende
Carolina Aires Mayer
Projeto Gráfico Revisora Técnica
Davi Jose di Giacomo Koshiyama
Ivana Lima Rosilene Alves de Paiva
Elizabeth da Silva Ferreira
Revisores de Estrutura e Linguagem Ilustradores Ivana Lima
Eugenio Tavares Borges Adauto Harley José Antonio Bezerra Junior
Janio Gustavo Barbosa Anderson Gomes do Nascimento Luciana Melo de Lacerda
Jeremias Alves de Araújo Carolina Costa de Oliveira Rafael Marques Garcia
Kaline Sampaio de Araújo Dickson de Oliveira Tavares
Luciane Almeida Mascarenhas de Andrade Leonardo dos Santos Feitoza
Thalyta Mabel Nobre Barbosa Roberto Luiz Batista de Lima
Rommel Figueiredo
Revisoras de Língua Portuguesa
Cristinara Ferreira dos Santos
Emanuelle Pereira de Lima Diniz
Janaina Tomaz Capistrano
Ferreira, Jossana.
Álgebra Linear: módulo I / Jossana Ferreira. – Natal: EDUFRN, 2011.
ISBN 978-85-7273-888-0
Conteúdo: Aula Revisão: Matemática Básica. Aula 1 – Matrizes: tipos, operações e propriedades. Aula
2 – Matrizes: operações e matrizes elementares. Aula 3 – Determinantes: definição, cálculo, propriedades e
cofatores. Aula 4 – Inversão de matrizes: definição, propriedades e métodos. Aula 5 – Sistema de equações
lineares: definição e métodos de resolução. Aula 6 – Definição de espaços vetoriais. Aula 7 – Subespaços
vetoriais e dependência linear. Aula 8 – Base e dimensão. Aula 9 – Produto interno. Aula 10 – Processo de
ortogonalização de Gram-Schmidt.
CDU 51
F383a
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste material pode ser utilizada ou reproduzida
sem a autorização expressa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
Jossana Ferreira
Álgebra Linear
Módulo 1
Matrizes e Sistemas de Equações Lineares
Espaços Vetoriais
Natal – RN
Dezembro/2011
Sumário
Apresentação Institucional 5
A
Secretaria de Educação a Distância – SEDIS da Universidade Federal do Rio Grande
do Norte – UFRN, desde 2005, vem atuando como fomentadora, no âmbito local, das
Políticas Nacionais de Educação a Distância em parceira com a Secretaria de Educação
a Distância – SEED, o Ministério da Educação – MEC e a Universidade Aberta do Brasil –
UAB/CAPES. Duas linhas de atuação têm caracterizado o esforço em EaD desta instituição: a
primeira está voltada para a Formação Continuada de Professores do Ensino Básico, sendo
implementados cursos de licenciatura e pós-graduação lato e stricto sensu; a segunda volta-se
para a Formação de Gestores Públicos, através da oferta de bacharelados e especializações
em Administração Pública e Administração Pública Municipal.
Para dar suporte à oferta dos cursos de EaD, a Sedis tem disponibilizado um conjunto de
meios didáticos e pedagógicos, dentre os quais se destacam os materiais impressos que são
elaborados por disciplinas, utilizando linguagem e projeto gráfico para atender às necessidades
de um aluno que aprende a distância. O conteúdo é elaborado por profissionais qualificados e
que têm experiência relevante na área, com o apoio de uma equipe multidisciplinar. O material
impresso é a referência primária para o aluno, sendo indicadas outras mídias, como videoaulas,
livros, textos, filmes, videoconferências, materiais digitais e interativos e webconferências, que
possibilitam ampliar os conteúdos e a interação entre os sujeitos do processo de aprendizagem.
Assim, a UFRN através da SEDIS se integra o grupo de instituições que assumiram o
desafio de contribuir com a formação desse “capital” humano e incorporou a EaD como moda-
lidade capaz de superar as barreiras espaciais e políticas que tornaram cada vez mais seleto o
acesso à graduação e à pós-graduação no Brasil. No Rio Grande do Norte, a UFRN está presente
em polos presenciais de apoio localizados nas mais diferentes regiões, ofertando cursos de
graduação, aperfeiçoamento, especialização e mestrado, interiorizando e tornando o Ensino
Superior uma realidade que contribui para diminuir as diferenças regionais e o conhecimento
uma possibilidade concreta para o desenvolvimento local.
Nesse sentido, este material que você recebe é resultado de um investimento intelectual
e econômico assumido por diversas instituições que se comprometeram com a Educação e
com a reversão da seletividade do espaço quanto ao acesso e ao consumo do saber E REFLE-
TE O COMPROMISSO DA SEDIS/UFRN COM A EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA como modalidade
estratégica para a melhoria dos indicadores educacionais no RN e no Brasil.
5
Aula Revisão:
Matemática Básica
Aula
0
Apresentação
Antes de iniciar o estudo da Álgebra Linear veremos alguns pontos importantes para a sua
compreensão. Esses pontos são assuntos que, em sua maioria, são vistos no Ensino Médio e
são esquecidos ou não foram praticados suficientemente.
É cada vez mais comum a deficiência dos alunos na Matemática Básica, fato que atrapalha
o bom andamento do curso, então esse material inicial visa antecipar dúvidas que surgirão
ao longo do componente Álgebra Linear e que certamente atrapalhariam o entendimento do
novo conteúdo.
Objetivos
Revisar os assuntos básicos da Matemática: números re-
1 ais, conjuntos, operações com frações, polinômios, vetores
no plano e somatório.
1
Indique a que grupo os
números a seguir pertencem.
a) 2,5 d) 2, 5 g) 23, 9 d) 5
b) 3,75 e) 3, 75 h) 12 d) -5
c) 3, 75 f) 3, 75 i) 3, 79 d) 3,816572
Exemplo 1
O conjunto dos países do Mercosul = {Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai}.
O conjunto dos números primos = {2,3,5,7,11,13, ...}.
Simbologia
∈ Pertence ∅ Vazio
∉ Não pertence ∪ União
⊂ Está contido ∩ Intersecção
⊄ Não está contido
Exemplo 2
Analisando a Figura 1 podemos afirmar que:
2∈Q N⊂Q
2∈N Z⊄I
2∈Z Q∪I=R
2∈R Z∪N=Z
2∉I Z∩I=∅
3∉I Z∩N=N
Monte uma tabela com exemplos de números que pertençam, não perten-
çam, estejam contidos e não estejam contidos nos conjuntos abaixo:
a) Reais
b) Inteiros negativos
c) Cidades do RN
d) União de países que falam a língua portuguesa
e) Praias brasileiras
Exemplo 3
Quando dividimos uma pizza por quatro pessoas, sabemos que cada pessoa fica com
1
da pizza. Se temos 5 pizzas para dividir pelas mesmas 4 pessoas, então cada um fica
4
com 5 das pizzas.
4
Equivalência de frações
São frações que representam a mesma parte do todo.
Exemplo 4
1 2 4 8 3 12 24 9
Considerando os conjuntos de frações: , , , ou , , ,
2 4 8 16 4 16 32 12
Para obter frações equivalentes divide-se o numerador e o denominador pelo mesmo número:
12 9
12
= 4 = 3 ou 9 = 3 = 3
16 16 4 12 12 4
4 3
Operações básicas
Adição e subtração
Para somar duas ou mais frações, devemos encontrar o MMC (mínimo múltiplo comum)
dos denominadores.
Exemplo 5
1 3 7
Considerando a soma das frações: + +
5 4 2
Multiplicação
Exemplo 6
1 3 1.3 3
Multiplicação de frações: · = =
5 4 5.4 20
Divisão
A divisão de frações é feita mantendo a primeira fração e multiplicando pelo inverso da segunda.
Exemplo 7
Divisão de fração
1 1 1 5
5 = 1 · 4 = 1.4 = 4 ou 5 = 5 = 1 · 1 = 1 ou 5 5 4
= 1= · =
20
3 5 3 5.3 15 3 3 5 3 15 3 3 1 3 3
4 1 4 4
3
2 − 5 + 1
Resolva: 3 4
−45 − 13
an xn + an−1 xn−1 + . . . + a2 x2 + a1 x + a0
Todo polinômio pode ser associado a uma função polinomial, e como função tem seu
valor numérico associado.
Exemplo 8
Valor numérico
p(x) 4x + 2x + x + 5 polinômio de grau 3
p(2) = 4.23 + 2.22 + 2 + 5 = 47 (x = 2)
p(0) = 4.0 + 2.0 + 0 + 5 = 5 (x = 0)
2
Sendo p(x)= x4 – 2x3 +3x – 10 encontre:
a) P(3) b) P(0) c) P(– 2)
Adição e subtração
Multiplicação
Exemplo 10
Multiplicação de polinômios
p(x) = x3 + 3x2 + 2x
q(x) = 5x4 − 3x3 + 5x2 − 12x + 3
p(x).q(x) = (x3 + 3x2 + 2x).(5x4 − 3x3 + 5x2 − 12x + 3)
p(x).q(x) = x3 (5x4 − 3x3 + 5x2 − 12x + 3) + 3x2 (5x4 − 3x3 + 5x2 − 12x + 3) +
+ 2x(5x4 − 3x3 + 5x2 − 12x + 3)
p(x).q(x) = 5x7 − 3x6 + 5x5 − 12x4 + 3x3 +
+ 15x6 − 9x5 + 15x4 − 36x3 + 9x2 +
+ 10x5 − 6x4 + 10x3 − 24x2 + 6x
p(x).q(x) = 5x7 + 12x6 + 6x5 − 3x4 − 23x3 − 15x2 + 6x
Divisão
A divisão de polinômios apenas pode ser realizada quando o dividendo é maior ou igual
ao grau do divisor.
Exemplo 11
Considerando
p(x) = x3 + 3x2 + 2x
q(x) = 5x4 − 3x3 + 5x2 − 12x + 3
q(x)
Já a divisão pode ser feita porque o grau do dividendo é maior que o grau do divisor.
p(x)
Exemplo 12
Encontrando 12x3 − 6x2 − 6
3x − 3
10 passo: Encontrar uma parcela que multiplicando pelo divisor seja possível eliminar o
termo de maior grau do dividendo. Nesse caso, se multiplicarmos o dividendo por 4x2 apa-
recerá 4x2 (3x–3)= 12x3 + 12x2. Devemos inverter o sinal e somar com o dividendo:
12x 3 –6x 2 –6 3x –3
–12x 3+12x 2 4x 2
0 +6x 2 –6
20 passo: Encontrar uma nova parcela que multiplicando pelo divisor seja possível eliminar
o termo de maior grau remanescente:
12x 3 –6x 2 –6 3x –3
–12x 3+12x 2 4x 2+2x
0 +6x 2 –6
–6x 2 +6x
0 +6x –6
30 passo: Repetir o processo até que o resto seja nulo ou que não seja mais possível
obter o grau do dividendo.
12x 3 –6x 2 –6 3x –3
–12x 3+12x 2 4x 2+2x +2
0 +6x 2 –6
–6x 2 +6x
0 +6x –6
–6x +6
0
12x3 − 6x2 − 6
= 4x2 + 2x + 2
3x − 3
Exemplo 13
Encontrando q(x) 5x4 − 3x3 + 5x2 − 12x + 3
=
p(x) x3 + 3x2 + 2x
Nesse caso não é possível encontrar um termo que, quando multiplicado pelo divisor,
anule o termo de grau 2, portanto o resto da divisão é 49x2 +24x + 3. Assim:
5x4 − 3x3 + 5x2 − 12x + 3 = (x3 + 3x2 + 2x)(5x − 18) + (49x2 + 24x + 3)
2
Sabendo que f (x) = 2x − x , g(x) = x3 − 2x + 1 e h(x) = −x2 + 3x − 1
encontre:
a) f(x)+g(x) – h(x) b) f(x).h(x) c) g(x)/h(x)
2 V4
→ → → →
→
[ 21 ]
V1 =
V2 V1 = (2,1) V1 = 2i + j
V1
V =[ ]
1 → → → →
→ –1
–2 –1 1 2 V2 = (–1,1) V2 = –i + j 2 1
→ → → →
V =[ ]
x V3 = (1,–2) V3 = i – 2j → 1
→
→ → 3 –2
V4 = (0,2) V4 = 2j
–1
V =[ ]
→ 0
4 2
V3
–2
Adição
Exemplo 14
Encontrando Somando dois vetores V1= (1,2) e V2=(3,–1),
o vetor V resultante é: V = V1+V2 = (1,2) + (3,–1) =(1+3 , 2+(–1))
V=(4,1)
Aula 00 Álgebra Linear 19
Analisando graficamente na Figura 3:
y y
V1 V1
2 2
V
1 1 V1
1 2 3 1 2 3
x x
–1 –1
–2 V2 –2 V2
Exemplo 15
Multiplicando V1= (1,2) por 3 e V2=(3,–1) por -2:
O vetor U1 resultante é: U1 = 3. V1 = 3. (1,2) = (3.1,3.2) = (3,6)
O vetor U2 resultante é: U2 = –2. V2 = –2. (3,–1) = (–2.3,–2.(–1)) = (–6,2)
Analisando graficamente na Figura 4:
y
U1
6
U2 V1
2
1 1 2 3
–6 –1 x
V2
a) 2u+3v–w
Norma de um vetor
A norma de um vetor também é conhecida como módulo ou comprimento, na realidade
ela mede a dimensão da grandeza representada pelo vetor e corresponde ao comprimento do
vetor. O cálculo da norma é feito baseando-se no teorema de Pitágoras. Analisemos a Figura
5 em duas dimensões:
y V
V ⏐⏐
⏐⏐
x x
V 2 = x2 + y 2
V = x2 + y 2
y
vy v
uy θ u
β
α
vx ux x
ux vx
cos(α) = cos(β) =
u v
uy vy
sen(α) = sen(β) =
u v
tg(β) − tg(α) u v − vx uy
tg(θ) = tg(β − α) = = x y
1 + tg(β)tg(α) ux vx + uy vy
vx ux + vy uy
cos(θ) = cos(β − α) = cos(β)cos(α) + sen(β)sen(α) =
u v
v u − vx uy
sen(θ) = (β − α) = sen(β)cos(α) − cos(β)sen(α) = y x
u v
a) o vetor soma u + v
b) o módulo do vetor u + v
√
u + v = (3,1) u + v = x2 + y 2 = 32 + 12 = 10
c) o vetor diferença u – v
d) o vetor 3 u – 2v
uy −2
o ângulo formado pelo vetor u = (2,–2) e o eixo x é: tg(α) = = = −1
ux 2
α = −45o
uy −2
o ângulo formado pelo vetor v = (1,3) e o eixo x é: tg(α) = = = −1
ux 2
o o o
Portanto, o ângulo entre os dois vetores é: β , ( ) , ,
mostrado na Figura 7.
y
3 v
116,56˚
71,56˚ 1 2
45˚
x
–2 u
a) ||2w–v|| b) ||w||+||3u||
Somatório
O operador somatório é um recurso da Matemática para conseguirmos representar somas
grandes ou até mesmo infinitas.
A notação de somatório é dada pela letra grega maiúscula sigma:
n
xi = xm + xm+1 + xm+2 + . . . + xn
i=m
Onde
xi é o termo que deve variar conforme a soma dos termos;
i é o índice do somatório;
m é o valor inicial do índice;
n é o valor final do índice;
Notem que m ≤ n sempre.
Exemplo 17
Encontre uma representação para a soma dos 20 primeiros números naturais.
O que queremos é encontrar uma fórmula para 1+2+3+...+19+20, logo devemos
recorrer ao somatório:
20
i
i=1
Exemplo 18
2
Calcule o somatório: (2i + 1)i−1
i=−3
2
(2i + 1)i−1 = (2.(−3) + 1)−3−1 + (2.(−2) + 1)−2−1 + (2.(−1) + 1)−1−1 +
i=−3
+ (2.0 + 1)0−1 + (2.1 + 1)1−1 + (2.2 + 1)2−1
2
(2i + 1)i−1 = (−5)−4 + (−3)−3 + (−1)−2 + (1)−1 + (3)0 + (5)1
i=−3
2
4 3 2
i−1 1 1 1
(2i + 1) = + + +1+1+5
−5 −3 −1
i=−3
2
1 1 1 1
(2i + 1)i−1 = 4
− 3 +1+7= − + 8 = 0, 0016 − 0, 3070 + 8 = 7, 9646
5 3 625 27
i=−3
Como calcular o somatório das idades de um pai e uma filha, ano a ano, desde que o
pai tinha 46 até completar 50? Considere que o pai é 31 anos mais velho que sua filha.
Desafio
1) A Maria e o Manuel disputaram um jogo no qual são atribuídos 2 pontos por vitória e é
retirado um ponto por derrota. Inicialmente, cada um tinha 5 pontos. Se o Manuel ganhou exa-
tamente 5 partidas, e a Maria no final ficou com 10 pontos, quantas partidas eles disputaram?
3) Em uma sala onde estão 100 pessoas, sabe-se que 99% são homens. Quantos homens
devem sair para que a porcentagem de homens na sala passe a ser 98%?
2
4
4) Calcule j(j + i)
j=−1 i=0
Autoavaliação
1 Quais dentre os números abaixo são racionais?
√
a) π4 b) 3
0, 1 c) 3
0, 27 d) 3
−0, 064 e) 4
0, 016
2
2 Quanto vale
0, 666 . . .
?
Escreva uma equação para representar a afirmação "há seis vezes mais alunos
5 do que professores nesta universidade", usando as variáveis A para o número de
alunos e P para o de professores.
Distribuí certo número de selos entre os alunos de uma das salas, cabendo 5 para
7
cada um. Se eu fosse distribuir para outra turma, que tem 31 alunos a mais, eu
teria de dar 2 selos a cada aluno e sobraria 1. Quantos selos eu distribuiria?
Dei 3/5 do meu dinheiro para meu irmão e metade do resto para a minha irmã,
8
fiquei ainda com R$2,00. Quanto eu tinha?
Um relógio tem os dois ponteiros medindo 0,25 metros para hora e 0,5 metros
11 para os minutos. Indique a representação vetorial para os dois ponteiros quando
o relógio marcar:
12 Determine as coordenadas dos vetores que coincidem com cada aresta do cubo
mostrado na figura. (Considere o vetor partindo da origem e terminando na extre-
midade do cubo u1,u2,...,u8):
Z
u
5 8 u7
u6
u5
u4
u3 Y
3
2
u1 u2
X
Referências
ANTON, Howard; RORRES, Chris. Álgebra linear com aplicações. Porto Alegre: Bookman, 2001.
LAY, David. Álgebra linear e suas aplicações. 2. Ed. Rio de Janeiro: LTC, 2007.
Aula
1
Apresentação
O
estudo das matrizes possibilita o tratamento de dados de forma simplificada, permitindo,
dentre outras coisas, a fácil visualização da informação. A manipulação de matrizes
está presente em todas as áreas de conhecimento, seja nas áreas que lidam com a
Matemática diretamente como também em áreas de Humanas e Saúde, por exemplo.
Nesta aula, abordaremos temas que dizem respeito à definição de matrizes, os tipos mais
comuns e também suas operações básicas.
Objetivos
1 Saber identificar e montar uma matriz.
U
ma matriz é um conjunto de dados dispostos em uma tabela onde cada dado é referen-
ciado por linhas e colunas. A arrumação dos dados dessa forma permite não apenas
sua organização, mas também possibilita novas maneiras de manipular esses dados.
As matrizes podem ser compostas de qualquer tipo de números (reais ou complexos),
de funções e até de submatrizes.
Para identificar uma matriz, nós precisamos conhecer algumas informações: represen-
tação, ordem e termo geral. Vamos a elas!
a) Representação
Matriz ou Matriz
b) Ordem
A ordem da matriz informa sobre o seu tamanho e faz menção à quantidade de linhas e
colunas que ela contém.
m x n → m linhas e n colunas
Quando uma matriz apresenta o mesmo número de linhas e colunas diz que a matriz tem
ordem n (n = número de linhas = número de colunas).
c) Termo geral
Algumas matrizes possuem certa relação entre seus elementos. Quando for possível
escrever todos os elementos de uma matriz através de uma regra, então a matriz possui um
termo geral ( aij), onde i indica a linha e j, a coluna.
Exemplo 1
Sabendo que a matriz B tem ordem 2x3 e que seu termo geral é dado por bij=i+2j,
encontre B.
Como o número de linhas é igual a 2, e o número de colunas igual a 3, então sabemos
que o índice i varia de 1 até 2 e o índice j de 1 até 3. Logo, a matriz terá a forma:
3 5 7
B2×3 =
4 6 8
Uma forma geral para escrever qualquer matriz é representar com linhas (m) e colunas
(n) genéricas:
⎡ ⎤
a11 a12 ··· a1j ··· a1n
⎢ ⎥
⎢ a21 a22 ··· a2j ··· a2n ⎥
⎢ ⎥
⎢ .. .. .. .. .. .. ⎥
⎢ . . . . . . ⎥
Am×n =⎢
⎢ a
⎥
⎥
⎢ i1 ai2 ··· aij ··· ain ⎥
⎢ . .. .. .. ⎥
⎢ .. ..
.
..
. ⎥
⎣ . . . ⎦
am1 am2 · · · amj · · · amn
Tipos de matrizes
Existem algumas matrizes que possuem características especiais e estas podem facilitar
alguns cálculos ou análises em determinadas situações. Vamos conhecê-las.
a) Matriz coluna
b) Matriz linha
c) Matriz nula – 0
Matriz onde todos os seus elementos são zero, ou seja, seu termo geral é sempre zero
qualquer que seja i e j.
⎛ ⎞
0 0 ··· 0
⎜ ⎟
⎜ 0 0 ··· 0 ⎟
0=⎜ ⎜ .. .. . . .. ⎟
⎟
aij = 0 ∀i, j ⎝ . . . . ⎠
0 0 ··· 0
d) Matriz quadrada
e) Matriz diagonal
Matriz onde os elementos da diagonal principal são não nulos e os fora da diagonal
principal são nulos.
⎛ ⎞
a11 0 · · · 0
⎜ ⎟
⎜ 0 a22 · · · 0 ⎟
aij = 0 Se i = j ⎜
An = ⎜ . .. ⎟
. .. .. ⎟
⎝ . . . . ⎠
0 0 · · · ann
A matriz transposta é obtida a partir de qualquer matriz trocando-se as linhas pelas colunas.
Faz–se aij=aji
⎛ ⎞ ⎛ ⎞
a11 a12 ··· a1n a11 a21 · · · am1
⎜ ⎟ ⎜ ⎟
⎜ a21 a22 ··· a2n ⎟ ⎜ a12 a22 · · · am2 ⎟
A=⎜
⎜ .. .. .. .. ⎟
⎟ → A =A =⎜
t
⎜
.. .. .. .. ⎟
⎟
⎝ . . . . ⎠ ⎝ . . . . ⎠
am1 am2 · · · amn a1n a2n · · · amn
h) Matriz simétrica
Superior: Uma matriz é triangular superior quando todos os elementos abaixo da diagonal
principal são nulos.
⎛ ⎞
a11 a12 ··· a1n
⎜ ⎟
⎜ 0 a22 ··· a2n ⎟
aij = 0 ∀i>j A=⎜
⎜ .. .. .. .. ⎟
⎟
⎝ . . . . ⎠
0 0 · · · amn
k) Submatrizes
Uma matriz também pode ser composta por matrizes, quando isso ocorre chamamos de
submatrizes. Como exemplo, mostro uma matriz A composta por submatrizes B, C, D e E.
B C
Amxn =
D E
Note que as submatrizes não podem ter qualquer dimensão, pois isso implicaria em uma
desordem. Se A tem dimensão mxn, então o número de linhas de B mais o número de linhas
de D deve ser igual a m e o número de colunas de B mais o número de colunas de C deve
ser igual a n. Além disso, o número de linhas de B deve ser igual ao número de linhas de C,
assim como as linhas de D e E, o mesmo para as colunas de B, C, D e E. Um exemplo para
as matrizes B, C, D e E poderia ser:
B3×3, C3×2, D2×3 e E2×2, resultando em A5×5.
Para que seja possível somar duas ou mais matrizes, é necessário que todas as matrizes
envolvidas tenham a mesma ordem, ordem esta que também será compartilhada com a matriz
resultante.
Supondo a soma de matrizes:Cm×n = Am×n + Bm×n
O termo geral da matriz resultante C é:
cij= aij+ bij Onde aij e bij são os termos das matrizes A e B.
Encontrando as parcelas:
1 −2 0 2 −4 0
2W = 2 =
0 3 −1 0 6 −2
3 2 4
Z =
−1 0 1
Então,
2 −4 0 3 2 4 2−3 −4 − 2 0 − 4
2W − Z = − =
0 6 −2 −1 0 1 0 − (−1) 6 − 0 −2 − 1
−1 −6 −4
2W − Z =
1 6 −3
Propriedades da soma
Considerando as matrizes A, B C e 0:
A + B = B + A (Comutativa)
A + ( B + C) = ( A + B ) + C (Associativa)
A + 0 = A (Elemento nulo)
Obs.: essa propriedade também é válida para a subtração.
3
⎛ ⎞
3 −2
Sendo G = 2 −2 3 ⎜ ⎟
1 ⎠ , calcule G-2H .
t
, H=⎝ 0
0 1 1
−1 2
⎡ ⎤
ka11 ka12 ··· ka1j ··· ka1n
⎢ ⎥
⎢ ka21 ka22 ··· ka2j ··· ka2n ⎥
⎢ ⎥
⎢ .. .. .. .. .. .. ⎥
⎢ . . . . . . ⎥
k.Am×n =⎢
⎢ ka
⎥
⎥
⎢ kai2 ··· kaij ··· kain ⎥
⎢ . ⎥
i1
⎢ .. .. .. .. .. .. ⎥
⎣ . . . . . ⎦
kam1 kam2 · · · kamj · · · kamn
Exemplo 3
Conhecendo as matrizes H e G, é possível a multiplicação H.G? E G:H?
⎛ ⎞
3 −1
1 −2 ⎜ ⎟
H= e G=⎝ 2 0 ⎠
0 3
4 1
Propriedades gerais
Considerando as matrizes A, B, C, a matriz nula 0, o escalar K, a matriz identidade I e
que as operações sejam possíveis.
A I = I A =A
A(B + C)=AB+AC
(A+B).C=AC+BC
A ( B C) = ( A B ) C
A0=0A=0
A é simétrica se A = At
( A + B )t = At + Bt
( At )t = A
( k A )t = k At
( A B )t = BtAt
Desafio
1, se |i − j| > 1
aij =
−1, se |i − j| ≤ 1
3) Passe para linguagem matricial o diagrama abaixo, onde o número em que a seta é origi-
nada domina o número onde a seta finda (suponha que cada ponto domine ele mesmo).
1 3
2 4
Nesta aula, você viu como identificar e obter uma matriz a partir do seu termo
geral. Observou também como e quando é possível somar, subtrair e multipli-
car matrizes, assim como obter sua transposta. Outro ponto muito importante
que você aprendeu foi a utilização das propriedades a fim de facilitar cálculos e
tornar as operações mais simples.
Autoavaliação
1 Considerando as matrizes a seguir, encontre se possível:
⎛ ⎞ ⎛ ⎞ ⎡ ⎤
0 1 0 1 −1 3
⎜ ⎟ ⎜ ⎟ ⎢ ⎥
A = ⎝ 1 0 −1 ⎠ B=⎝ 7 0 ⎠ C= 1 0 −2 D = ⎣ −1 ⎦
1 0 2 0 2 3
a) A+B
b) AD
c) CD
d) DC
e) CB
f) CtDt
g) DCt
h) CB - B
i) At + 3CtDt
A B C D E
(4 × 5) (4 × 5) (5 × 2) (4 × 2) (5 × 4)
Determine quais das seguintes expressões matriciais estão definidas. Para as que estão,
dê o tamanho da matriz resultante.
a) BA
b) E( A + B )
c) AC + D
d) E( AC )
e) AE + B
f) Et A
g) AB + B
h) (At + E) D
i) ABt
Sabendo que A é a matriz abaixo, encontre o valor de x para que A seja uma
3 matriz:
3 x2
A=
2x + 1 1
a) Simétrica
b) Diagonal
c) Triangular superior
d) Nula
b) Encontre B.
ANO: 2008
ANO: 2009
ANO: 2010
Responda:
a) Quantos carrinhos, bonecas, apitos e bolas a fábrica produziu por cor desde sua
inauguração?
b) Sabe-se que a previsão da produção para 2011 é o triplo do ano inicial. Encontre a pro-
dução prevista em 2011.
* Valores fictícios.
b) Suponha que os preços por unidade de ferro, madeira, vidro, tinta e tijolo sejam, respec-
tivamente, R$12, 6, 4, 1 e 8. Qual o preço unitário de cada tipo de casa?
Referências
ANTON, Howard; RORRES, Chris. Álgebra linear com aplicações. Porto Alegre: Bookman, 2001.
LAY, David. Álgebra linear e suas aplicações. 2. Ed. Rio de Janeiro: LTC, 2007.
Aula
2
Apresentação
Nesta aula, vamos estudar as operações elementares em matrizes, ferramentas impor-
tantes, pois, a partir delas, veremos como é possível encontrar matrizes inversas, solução de
sistemas lineares, por exemplo. Veremos ainda a definição de matriz elementar que permite
uma relação da matriz identidade com as operações elementares.
Objetivos
1 Reconhecer matrizes equivalentes.
Matrizes equivalentes
Mais adiante veremos que todo sistema de equações lineares pode ser representado na
forma matricial. Sabemos que existem sistemas diferentes que apresentam a mesma solução,
esses sistemas são chamados de equivalentes e, consequentemente, as matrizes que repre-
sentam esses sistemas são considerados matrizes equivalentes.
Se A e B são matrizes equivalentes, escrevemos A ∼ B ou B ∼ A.
c) Substituição de uma linha pela soma dela própria com um múltiplo de outra linha.
Exemplo 1
Aplique as seguintes operações elementares à matriz A.
1 1 2
A=
−1 2 3
L2 = L2+ 5 L1
1 1 2
A3 =
4 7 13
Neste caso, A ∼ A1 ∼A2 ∼ A2.
1
⎛ ⎞
2 1 0
Considere a matriz G = ⎜
⎝ 0 3 0 ⎠
⎟ e efetue as seguintes operações
−1 −2 1
elementares em sequência:
L2=3L2
L1=L1–3L3
L3=L3-L2
Matrizes elementares
Uma matriz é considerada elementar (E) quando é obtida a partir da matriz identidade
depois de aplicada apenas uma operação elementar.
Exemplo 2
Encontre matrizes elementares a partir das operações:
⎛ ⎞
1 0 0
⎜ ⎟
I=⎝ 0 1 0 ⎠
0 0 1
⎛ ⎞
0 1 0
⎜ ⎟
L1 ⇔ L2 E1 = ⎝ 1 0 0 ⎠
0 0 1
Uma informação interessante é que, quando é possível a multiplicação, uma matriz equi-
valente pode ser obtida a partir da multiplicação da matriz elementar resultante da mesma
operação elementar.
Consideremos a matriz B e a operação elementar que troca a primeira linha pela terceira,
resultando em B1.
⎛ ⎞ ⎛ ⎞
1 2 3 7 8 9
⎜ ⎟ ⎜ ⎟
B = ⎝ 4 5 6 ⎠ → L1 ⇔ L3 B1 = ⎝ 4 5 6 ⎠
7 8 9 1 2 3
Outra forma de obtermos esse resultado é utilizando a matriz elementar que é gerada
com a mesma operação elementar.
⎛ ⎞ ⎛ ⎞
1 0 0 0 0 1
⎜ ⎟ ⎜ ⎟
I = ⎝ 0 1 0 ⎠ → L1 ⇔ L3 E1 = ⎝ 0 1 0 ⎠
0 0 0 1 0 0
Desafio
Resumo
Nesta aula, você teve a oportunidade de identificar quando duas matrizes são
equivalentes e aprender quais operações sobre linhas são operações elemen-
tares. Sabendo aplicar as operações elementares, você está apto a modifi-
car uma matriz com o objetivo de transformá-la em uma forma pré-definida,
como a identidade, por exemplo, caso seja possível. Essa manipulação levará
você a aplicar essas operações, mais adiante, para solucionar diversos pro-
blemas relacionados às matrizes, como é o caso da inversa e da solução de
sistemas lineares.
⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤
3 4 1 8 1 5 3 4 1
⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥
A = ⎣ 2 −7 −1 ⎦ B = ⎣ 2 −7 −1 ⎦ C = ⎣ 2 −7 −1 ⎦
8 1 5 3 4 1 2 −7 3
a) E1A = B
b) E2B = A
c) E3A = C
d) E3C = A
Referências
ANTON, Howard; RORRES, Chris. Álgebra linear com aplicações. Porto Alegre: Bookman, 2001.
LAY, David. Álgebra linear e suas aplicações. 2. Ed. Rio de Janeiro: LTC, 2007.
Aula
3
Apresentação
O
determinante é um recurso bastante aplicado com matrizes. Através dele pode-se ob-
ter informações sobre a matriz, como por exemplo, saber se ela é singular, associar
o determinante com a solução de um sistema de equações lineares, obter cálculo de
áreas e muitas outras aplicações.
Nesta aula, veremos como calcular o determinante e conheceremos suas principais
propriedades.
Objetivos
1 Encontrar o determinante de uma matriz de qualquer ordem.
a11 a12
Onde, a11a22 –a12a21 é o determinante da matriz A= formada pelos
a21 a22
coeficientes do sistema. Portanto, a solução pode ser reescrita da seguinte forma:
Esse raciocínio se repete para matrizes quadradas de qualquer ordem, desde que as
operações sejam possíveis.
Cálculo do determinante
As regras que foram aprendidas no Ensino Médio para o cálculo de determinantes de
ordem 2 e 3 são válidas, porém, como você vai proceder se necessitar calcular o determinante
de uma matriz de ordem 4 ou 5? As regras que foram aprendidas são casos particulares de
uma regra mais geral que iremos ver agora.
Para calcular o determinante de uma matriz quadrada basta utilizar o desenvolvimento
de Laplace:
n
det A = )
(−1)i+j aij det(A ij
j=1
Exemplo 1
Calcule o determinante das matrizes A, B e C.
⎡ ⎤
⎡ ⎤ 1 0 1 −1
0 2 3 ⎢ ⎥
2 3 ⎢ ⎥ ⎢ 0 2 −1 1 ⎥
A= B=⎣ 1 1 2 ⎦ C=⎢
⎢
⎥
1 −1 ⎣ 1 0 0 1 ⎥⎦
−1 1 1
0 2 3 1
Determinante da matriz A:
2 3
det A =
1 −1
Para usar o desenvolvimento de Laplace, devemos escolher uma linha (ou coluna) fixa.
Vamos escolher a linha 1, portanto i=1, e como a matriz tem ordem 2, logo n=2:
n
det A = )
(−1)i+j aij det(A ij
j=1
2
det A = )
(−1)1+j a1j det(A 1j
j=1
Sabemos que a11=2 e a12=3, para calcular Ã11 vamos excluir a linha 1 e a coluna 1 da
matriz A e calcular seu determinante:
= 2 3 = [−1], logo det A
= −1
A11 A 11 11
1 −1
Logo,
) + (−1)1+2 a det(A
det A = (−1)1+1 a11 det(A )
11 12 12
= 1.2.(−1) + (−1).3.1 = −5
Determinante da matriz B:
0 2 3
det B = 1 1 2
−1 1 1
Para usar o desenvolvimento de Laplace, devemos escolher uma linha (ou coluna) fixa.
Vamos escolher a linha 1, nesse caso, por conter a maior quantidade de zeros, o que facilita
os cálculos. Portanto i=1, e como a matriz tem ordem 3, logo n=3:
n
det B = )
(−1)i+j bij det(B ij
j=1
3
det B = )
(−1)1+j b1j det(B 1j
j=1
) + (−1)1+2 b det(B
= (−1)1+1 b11 det(B ) + (−1)1+3 b det(B
)
11 12 12 13 13
Sabemos que b11=0, b12=2 e b13=3, dessa forma, a primeira parcela da soma será zero
de qualquer forma, portanto, não precisamos calcular B 11
⎡ ⎤
0 2 3
⎢ ⎥ 1 2 =3
B12 =⎣ 1 1 2 ⎦ B12 = , logo det B12
−1 1
−1 1 1
⎡ ⎤
0 2 3
⎢ ⎥ 1 1 =2
B13 =⎣ 1 1 2 ⎦ B13 = , logo det B13
−1 1
−1 1 1
) + (−1)1+2 b det(B
det B = (−1)1+1 b11 det(B ) + (−1)1+3 b det(B
)
11 12 12 13 13
= 0 + (−1).2.3 + 1.3.2 = 0
Determinante da matriz C:
1 0 1 −1
0 2 −1 1
det C =
1 0 0 1
0 2 3 1
Para usar o desenvolvimento de Laplace, devemos escolher uma linha (ou coluna) fixa.
Vamos escolher a linha 3 por conter a maior quantidade de zeros, o que facilita os cálculos.
Portanto, i=3, e como a matriz tem ordem 4, logo n=4:
n
det C = )
(−1)i+j cij det(Cij
j=1
4
det C = )
(−1)3+j c3j det(C3j
j=1
) + (−1)3+4 c det(C
+ (−1)3+3 c33 det(C )
33 34 34
Sabemos que C31 =1, C32 =0, C33 =0 e C34 =1, dessa forma, a segunda e a terceira
e C
parcelas da soma serão zero de qualquer forma, portanto, não precisamos calcular C
32 33
⎡ ⎤
1 0 1 −1 ⎡ ⎤
⎢ ⎥ 0 1 −1
⎢ 0 2 −1 1 ⎥
C31 = ⎢ ⎥ =⎢
C
⎥ = −8
⎣ 2 −1 1 ⎦ , logo det C
⎢ 1 0 0 1 ⎥
31 31
⎣ ⎦
2 3 1
0 2 3 1
⎡ ⎤
1 0 1 −1 ⎡ ⎤
⎢ ⎥ 1 0 1
⎢ 0 2 −1 1 ⎥ ⎢ ⎥
=⎢
C ⎥ =⎣
C =8
0 2 −1 ⎦ , logo det C
34 ⎢ 1 0 0 1 ⎥
34 34
⎣ ⎦
0 2 3
0 2 3 1
) + (−1)3+4 c det(C
+ (−1)3+3 c33 det(C )
33 34 34
= 1.1.(−8) + 0 + 0 + (−1).1.8 = 16
Calcule os determinantes:
⎛ ⎞
⎛ ⎞ 2 −1 0 1
0 −1 1 ⎜ ⎟
2 −2 ⎜ ⎟ ⎜ 0 2 0 −1 ⎟
a) G= b) H = ⎝ 2 0 −1 ⎠ c) J = ⎜ ⎟
3 1 ⎜ 1 0 2 3 ⎟
1 1 0 ⎝ ⎠
0 0 −2 0
Propriedades
O cálculo do determinante de uma matriz pode ser sensivelmente reduzido quando ob-
servadas as propriedades a seguir.
1) O determinante de uma matriz não se altera quando trocamos as linhas pelas colunas.
a b1 c1 a a2 a3
1 1
det(A) = det(At ) det A = a2 b2 c2 = b1 b2 b3
a b3 c3 c c2 c3
3 1
3) Se a matriz A possui uma linha (ou coluna) constituída de elementos todos nulos, o de-
terminante é nulo.
a b1 0
1
det A = a2 b2 0 =0
a b3 0
3
5) Se na matriz A, cada elemento de uma linha (ou coluna) é uma soma de duas parcelas, o
determinante de A pode ser expresso sob a forma de uma soma dos determinantes de
suas matrizes.
a b1 c1 + d1 a1 b1 c1 a b1 d1
1 1
det A = a2 b2 c2 + d2 = a2 b2 c2 + a2 b2 d2
a b3 c3 + d3 a3 b3 c3 a b3 d3
3 3
8) Quando multiplicamos um número real por todos os elementos de uma linha (ou coluna)
da matriz A, o determinante é multiplicado por esse número real.
a b1 c1 a b c
1 1 1 1
ka2 kb2 kc2 = k a2 b2 c2
a b3 c3 a b c
3 3 3 3
ka kb kc a b c
1 1 1 1 1 1
ka2 kb2 kc2 = k 2 a2 b2 c2
a b3 c3 a b c
3 3 3 3
ka kb kc a b1 c1
1 1 1 1
ka2 kb2 kc2 = k 3 a2 b2 c2
ka kb kc a b3 c3
3 3 3 3
9) Um determinante não se altera quando somamos duas linhas (ou colunas) de uma matriz
A previamente multiplicada por uma constante.
a b1 c1 a1 b1 c1
1
det A = a2 b2 c2 = a2 + ka1 b2 + kb1 c2 + kc1
a b3 c3 a3 b3 c3
3
det(AB)=det(A)·det(B).
det(A+B)≠det(A)+det(B).
Exemplo 2
Sabendo que o determinante de A é 11, encontre:
⎡ ⎤
1 −2 3 −1
⎢ ⎥
⎢ 2 0 3 1 ⎥
⎢
A=⎢ ⎥
−1 1 1 2 ⎥
⎣ ⎦
1 0 −1 0
3 −2 6 0
a) det(3A) d)
2 0 3 1
2 0 3 1
b) −1 1 1 2
1 −2 3 −1
1 0 −1 0
−1 1 1 2
1 0 −1 0
1 −2 3 −1 1 −2 3 −1
c)
e)
4 0 6 2 2 0 3 1
1 0 −1 0 −3 3 3 6
−1 1 1 2 2 0 −2 0
b) Observando a matriz, nota-se que ela difere apenas na troca da primeira com a segunda
linha em relação à matriz A. Portanto, o determinante aparece multiplicado por –1.
2 0 3 1
1 −2 3 −1
−1 1 1 2 = −det(A) = −11
1 0 −1 0
c) Nota-se que ela difere na troca da terceira com a quarta linha em relação à matriz A e,
além disso, a segunda linha aparece multiplicada por 2. Portanto, o determinante aparece
multiplicado por –1 e por 2.
1 −2 3 −1
4 0 6 2
1 0 −1 0 = (−1).2.det(A) = −2.11 = −22
−1 1 1 2
d) Nota-se que a diferença da matriz em relação à matriz A está na primeira linha, que é igual
à soma da primeira com a segunda linha de A. Nesse caso, o determinante não se altera.
3 −2 6 0
2 0 3 1
−1 1 1 2 = det(A) = 11
1 0 −1 0
e) Percebe-se que a matriz é modificada em relação à matriz A, já que a terceira linha aparece
multiplicada por 3 e a quarta por 4, logo, esses dois fatores aparecem multiplicando o
determinante original.
1 −2 3 −1
f)
2 0 3 1
−3 3 3 6 = 3.2.det(A) = 6.11 = 66
2 0 −2 0
Calcule os determinantes:
⎛ ⎞
⎛ ⎞ 2 −1 0 1
0 −1 −1 ⎜ ⎟
2 −2 ⎜ ⎟ ⎜ 0 2 0 −1 ⎟
a) G= b) H=⎝ 2 0 2 ⎠ c) J = ⎜
⎜ 0 0 2 3 ⎟
⎟
3 −3 1 1 2 ⎝ ⎠
0 0 0 0
Expansão em cofatores
No estudo do determinante de uma matriz, vimos que o determinante de uma matriz de
ordem n é dado por:
n
det A = )
(−1)i+j aij det(A ij
j=1
Onde Cij=(–1)i+j det(Ãij) e é denominado como Cofator de aij. A entrada Ãij é chamada de
Menor de aij. Portanto, o determinante pode ser expresso em função dos cofatores da
matriz A:
n
Fixando uma linha: det A = aij Cij = ai1 Ci1 + ai2 Ci2 + . . . + ain Cin
j=1
n
Fixando uma coluna: det A = aij Cij = a1j C1j + a2j C2j + . . . + anj Cnj
i=1
3
det A = a3j C3j = a31 C31 + a32 C32 + a33 C33
j=1
3
det A = ai1 Ci1 = a11 C11 + a21 C21 + a31 C31
i=1
Desafio
1 x x2
1) Por inspeção, encontre duas soluções da equação 1 1
1 = 0 . É possível haver
outras soluções? Justifique. 1 −3 9
2) Por que o determinante com uma linha (ou coluna) toda nula deve ser zero?
⎡ ⎤
1 x y
3) Mostre que a equação da reta no R2 pode ser escrita como ⎢ ⎥
⎣ 1 x1 y1 ⎦ = 0 .
1 x2 y2
Resumo
Com esta aula, você se tornou capaz de encontrar o determinante de uma matriz
de qualquer ordem, diferentemente do que se aprende no Ensino Médio, quando
se aprende apenas a calcular determinantes de matrizes de ordem 2 e 3 através
de regras que são casos particulares da regra geral vista aqui. Você aprendeu
também a utilizar as propriedades dos determinantes para evitar fazer contas
desnecessárias quando se tem algumas características que facilitam o seu cálcu-
lo. Nesta aula, você ainda teve a oportunidade de aprender a montar a matriz de
cofatores, matriz que será muito útil quando formos estudar matrizes inversas.
1 0 0 0 0
√ √
2
6 −2 −3 0
0 0
√ √
b) 1 3 f) 7 2 2 0 0
10 −3 6 0 0
5 1 2 5 3
0 0 0 0 −3
1 0
2
0 0 0 −2 0
2 −1 1
c) g) 0 0 −1 0 0
1 0 0
0 2 0 0 0
4 0 0 0 0
3 0 0 0 0
−2 1 −1 0 0 0 0 −2
d) 1 2 4 h)
0 0 2 0 0
−3 4 2 0 0 0 1 0
0 −2 0 0 0
a b c
2 Sabendo que d e f = 3 , calcule:
g h i
a b c g h i
a) d e f d) a b c
5g 5h 5i
d e f
a b −2c
a b c
b) 3d 3e −6f e) 2d + a 2e + b 2f + c
g h −2i
g h i
ak + a bk + b ck + c
−a −b −c
c) f)
d e f
g h i
g h i
−d −e −f
x y1 x1 + y1 + z1 x y1 z1
1 1
5 Prove que x2 y2 x2 + y2 + z2 = x2 y2 z2
x y3 x3 + y3 + z3 x y3 z3
3 3
x +y x1 − y1 c1 x y1 z1
1 1 1
6 x
Prove que 2 + y x2 − y2 c2 = −2 x2 y2 z2
2
x +y x3 − y3 c3 x y3 z3
3 3 3
b) Se dois intercâmbios de linhas forem realizados em uma matriz, o novo determinante será
igual ao antigo.
d) Se det(A)=0, então duas linhas ou duas colunas são iguais ou têm todos os elementos zero.
e) det(At)=(–1)det(A)
f) det(AB)=det(BA)
g) det(2A)=2det(A)
h) det(A2)=(det(A))2
i) det(AtA)≥0
LAY, David. Álgebra linear e suas aplicações. 2. Ed. Rio de Janeiro: LTC, 2007.
Anotações
Aula
4
Apresentação
N
o estudo de matrizes, é inevitável nos depararmos com as matrizes inversas, elas são
essenciais na manipulação de sistemas matriciais e nos ajudam a entender melhor
determinados sistemas e operações.
Objetivos
1 Calcular a matriz adjunta.
A=B–1
Notação:
B=A–1
Quando uma matriz não admite inversa dizemos que ela é singular (não tem o seu par, a
inversa) ou não inversível. Analogamente, quando a matriz admite inversa ela é não singular
ou inversível.
Propriedades
Considerando A, B, C e D matrizes inversíveis:
1) A:A–1 = A–1:A=I
2) (A–1)–1= A
3) (A–1)t = (A–t)1
4) (A:B)–1 = B–1:A–1
Para provar que elas são inversas, basta mostrar que A:B= B:A=I
3 5 2 −5 3.2 + 5.(−1) 3.(−5) + 5.3 1 0
A.B = · = =
1 2 −1 3 1.2 + 2.(−1) 1.(−5) + 2.3 0 1
2 −5 3 5 2.3 + (−5).1 2.5 + (−5).2 1 0
B.A = · = =
−1 3 1 2 −1.3 + 3.1 −1.5 + 3.2 0 1
Métodos de inversão
de matrizes
Verificar se duas matrizes são inversas ou não é relativamente simples, basta operar uma
multiplicação de matrizes, porém, se desejamos encontrar a inversa de uma matriz, então o
trabalho é um pouco maior.
O primeiro passo para a obtenção da inversa de uma matriz é descobrir se a matriz admite
ou não inversa, e quem nos fornecerá essa informação é o determinante da matriz. Uma matriz
somente admite inversa se seu determinante for diferente de zero.
Aqui vamos mostrar duas formas de encontrar a inversa de uma matriz, usando a matriz
adjunta e escalonando a matriz identidade.
Para encontrar a matriz inversa usando a matriz adjunta, devemos usar a equação:
1
A−1 = A (A)
det A dj
Por essa equação, fica claro perceber por que uma matriz com determinante igual a zero
não admite inversa. Com o determinante zero surge uma inconsistência.
Exemplo 2
Encontre a inversa de H usando a adjunta.
⎡ ⎤
2 −2 0
⎢ ⎥
H=⎣ 1 2 1 ⎦
0 1 −1
2 1 1 1 1 2
C11 = (−1)1+1 det C12 = (−1)1+2 det C13 = (−1)1+3 det
1 −1 0 −1 0 1
2+1 −2 0 2+2 2 0 2+3 2 −2
C21 = (−1) det C22 = (−1) det C23 = (−1) det
1 −1 0 −1 0 1
−2 0 2 0 2 −2
C31 = (−1)3+1 det C32 = (−1)3+2 det C33 = (−1)3+3 det
2 1 1 1 1 2
⎡ ⎤t ⎡ ⎤
−3 1 1 −3 −2 −2
⎢ ⎥ ⎢ ⎥
Adj (H) = C t = ⎣−2 −2 −2 ⎦ = ⎣ 1 −2 −2 ⎦
−2 −2 6 1 −2 6
Calculando a inversa:
1
H −1 = A (H)
det H dj
⎡ ⎤ ⎡ ⎤
−3 −2 −2 3 1 1
1 ⎢ 8 4 4
⎥ ⎢ ⎥
H −1 = ⎣ 1 −2 −2 ⎦ = ⎣−18 14 14 ⎦
(−8)
1 −2 6 −1 1 −3
8 4 4
A I I A-1
~
Exemplo 3
Encontre a inversa de H usando as operações e a matriz identidade.
⎡ ⎤
2 −2 0
⎢ ⎥
H=⎣ 1 2 1 ⎦
0 1 −1
⎡ ⎤
2 −2 0 1 0 0
⎢ ⎥
[H I] = ⎣ 1 2 1 0 1 0 ⎦
0 1 −1 0 0 1
⎡ ⎤
1 −1 0 1 0 0
2
⎢ −1 1 0 ⎥
L2 = L2 − L1 [H I] = ⎣ 0 3 1 2 ⎦
0 1 −1 0 0 1
⎡ ⎤
1 0 −1 1 0 1
2
⎢ −1 1 0 ⎥
L1 = L1 + L3 [H I] ∼ ⎣ 0 3 1 2 ⎦
0 1 −1 0 0 1
⎡ ⎤
1 0 −1 1 0 1
2
⎢ −1 1 −2 ⎥
L2 = L2 − 2L3 [H I] ∼ ⎣ 0 1 3 2 ⎦
0 1 −1 0 0 1
⎡ ⎤
1 0 −1 1
2 0 1
⎢ −1 ⎥
L3 = L3 − L2 [H I] ∼ ⎣ 0 1 3 2 1 −2 ⎦
0 0 −4 1 −1 3
2
⎡ ⎤
1 0 −1 1 0 1
2
⎢ −1 ⎥
L3 = −L3/4 [H I] ∼ ⎣ 0 1 3 2 1 −2 ⎦
0 0 1 −1 1 −3
8 4 4
⎡ ⎤
1 0 0 3 1 1
8 4 4
⎢ −1 ⎥
L1 = L1 + L3 [H I] ∼ ⎣ 0 1 3 2 1 −2 ⎦
0 0 1 −1 1 −3
8 4 4
⎡ ⎤
1 0 0 3 1 1
8 4 4
⎢ −1 1 1 ⎥
L2 = L2 − 3L3 [H I] ∼ ⎣ 0 1 0 8 4 4 ⎦
0 0 1 −1 1 −3
8 4 4
Como obtemos do lado esquerdo a matriz identidade, então, do lado direito, temos a
inversa de A.
Exemplo 4
Encontre a inversa de G usando as operações elementares e a matriz identidade.
⎡ ⎤
0 1 0 0
⎢ ⎥
⎢ 1 0 1 0 ⎥
G=⎢
⎢−1
⎥
⎥
⎣ 0 −1 1 ⎦
0 0 0 1
⎡ ⎤
1 0 1 0 0 1 0 0
⎢ ⎥
⎢ 0 1 0 0 1 0 0 0 ⎥
L3 = L3 + L1 [G I] ∼ ⎢
⎢
⎥
⎥
⎣ 0 0 0 1 0 1 1 0 ⎦
0 0 0 1 0 0 0 1
Por isso, sempre que tivermos que calcular uma inversa de uma matriz, o ideal é que
calculemos antes seu determinante para saber se a tal inversa existe ou não, assim poupamos
trabalho em alguns casos.
Desafio
3) Existe uma codificação utilizando a multiplicação matricial, onde números são associados
ao alfabeto:
A B C D E F G H I J K L M
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
N O P Q R S T U V W X Y Z
14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26
Resumo
Nesta aula, você aprendeu o conceito de matriz inversa e viu dois métodos para
o seu cálculo: um utilizando a matriz identidade e outro a matriz adjunta, que é
oriunda da matriz de cofatores.
Autoavaliação
1 Encontre a inversa de B: ⎛
⎞
1 2 1
B= ⎜ ⎟
a) 5 c) B=⎝ 2 0 1 ⎠
0 1 0
−4 −5 cos(θ) −sen(θ)
b) B= d) B=
5 6 sen(θ) cos(θ)
a) det(AB)
b) det(AA)–1
c) det(A–1)
d) det(5A)
e) det(A–3)
f) det(Bt) –1)
g) det(AB )
–1
h) det((3AB)–1A)
LAY, David. Álgebra linear e suas aplicações. 2. Ed. Rio de Janeiro: LTC, 2007.
Anotações
Aula
5
Apresentação
O
s sistemas de equações lineares estão presentes nas mais diversas áreas, como na
modelagem dos sistemas físicos, por exemplo, nos circuitos elétricos, em problemas de
otimização, em que podemos citar a otimização de uma linha de produção, na economia
etc. Vários problemas corriqueiros resultam, na sua forma final, em um sistema de equações
lineares, o que permite uma simplificação e uma fácil resolução de problemas considerados
inicialmente mais complexos.
Nesta aula, aprenderemos sobre como manipular os sistemas lineares e veremos também
os métodos para sua resolução.
Objetivos
1 Identificar sistemas lineares.
ai e b ∈ .
Exemplo 1
Quais das equações abaixo são lineares?
a) –5x –8y –10,3z = 2
√
b) 2, 5x − 2y = 0
c) –2 + x – y = 3z
√
d) x − 3y − z=2
e) 2x –yz +4 = 0
f) x + y2 + 3 = 0
Tomando por base que a definição de equação linear é sempre uma equação onde as
incógnitas têm grau máximo 1 e aparecem multiplicadas por constantes, não aparecendo outra
forma de multiplicação, e podendo apresentar ainda constante sem multiplicação de variável,
temos que apenas as letras a, b, c e f são lineares.
1
Na letra d aparece a raiz de uma variável, ou seja, z 2 , não satisfazendo as condições;
e na letra e aparecem duas variáveis sendo multiplicadas, o que caracteriza a não linearidade.
Um sistema de equações lineares ou sistema linear consiste em um conjunto de m
equações lineares com n incógnitas:
⎧
⎪
⎪ a11 x1 + a12 x2 + . . . + a1j xj + . . . + a1n xn = b1
⎪
⎪
⎪
⎪ .. .. .. .. ..
⎪
⎨ . . . . .
ai1 x1 + ai2 x2 + . . . + aii xj + . . . + ain xn = bi
⎪
⎪
⎪
⎪ .. .. .. .. ..
⎪
⎪ . . . . .
⎪
⎩
am1 x1 + am1 x1 + . . . + ami xj + . . . + amn xn = bm
i=1,2,...,m e j=1,2,...,n
Exemplo 2
Sistemas lineares homogêneos:
⎧ ⎧
⎪
⎨ 2x + y − 3x = 0 ⎪
⎨ x1 − x2 + x3 − x4 = 0
,
−x − z = 0 x2 − x3 + x4 = 0
⎪
⎩ ⎪
⎩
x+y+x=0 x1 + 3x3 − 5x4 = 0
Sistemas lineares não homogêneos:
⎧ ⎧
⎪
⎨ 2x + y − 3x = 0 ⎪
⎨ x1 − x2 + x3 − x4 = 3
−x − z = 0 x2 − x3 + x4 = −2
⎪
⎩ ⎪
⎩
x+y+x=1 , x1 + 3x3 − 5x4 = 1
Sistemas equivalentes
São sistemas de equações lineares que apresentam o mesmo conjunto solução, apesar
de se apresentarem distintamente. Por exemplo, vimos anteriormente que o conjunto solução
x+y =3 3x + y = 7
do sistema é {x, y ∈ / x = 2, y = 1} , já o sistema
x−y =1 2x − 2y = 2
3.2 + 1 = 7
apesar de ser diferente, também apresenta o mesmo conjunto solução: .
2.2 − 2.1 = 2
Portanto, os dois sistemas são equivalentes.
Exemplo 3
Sistemas lineares homogêneos:
2a − b = 2 2a − b = 1
a) b) c) 2a − b = 1
a−b=1 −4a + 2b = −2 −4a + 2b = −1
2a − b = 2
a) a−b=1
fazendo a primeira equação menos a segunda, temos:
2a − a = 2 − 1
a=1 Se a = 1, então, b = 0
S = {a, b ∈ / a = 1, b = 0}
2a − b = 1
b) vamos isolar b na primeira equação e substituir na segunda:
−4a + 2b = −2
⎧
⎪
⎨ b = 2a − 1
−4a + 2(2a − 1) = −2 Dessa forma não chegamos a conclusão nenhuma.
⎪
⎩
−2 = −2
Isso ocorre porque as duas equações apresentam a mesma informação, note que se pe-
garmos a primeira equação e multiplicarmos por –2, obteremos exatamente a segunda equação.
Na realidade, esse sistema de equações se resume a uma única equação: {2a –b= 1, resolvendo
temos que b=2a –1 , então qualquer solução que satisfaça essa equação é solução desse sistema.
Por exemplo, (a,b) = (1,1) ou (0,–1) ou (2,3) e assim sucessivamente.
Aula 5 Álgebra Linear 99
S = {a, b ∈ / b = 2a − 1}
Sistema possível indeterminado → Apresenta infinitas soluções.
2a − b = 1
c) Vamos isolar b na primeira equação e substituir na segunda:
−4a + 2b = −1
⎧
⎪
⎨ b = 2a − 1
−4a + 2(2a − 1) = −1 Dessa forma, chegamos a uma inconsistência!
⎪
⎩
−2 = −1 ⇐ ERRO
Isso acontece porque o sistema é impossível, não existe nenhuma combinação sequer
para a e b que satisfaçam simultaneamente as duas equações.
S={Ø}
Sistema Impossível → Não apresenta soluções.
1
⎧
⎪
⎨ x+z =1
Identifique o sistema quanto ao número de soluções. 2x − y + z = 0
⎪
⎩
x − y = −1
Representação matricial
Vamos considerar um sistema de equações lineares genérico, com m equações e n
incógnitas:
⎧
⎪
⎪ a11 x1 + a12 x2 + . . . + a1j xj + . . . + a1n xn = b1
⎪
⎪
⎪
⎪ .. .. .. .. ..
⎪
⎨ . . . . .
ai1 x1 + ai2 x2 + . . . + aii xj + . . . + ain xn = bi
⎪
⎪
⎪
⎪ .. .. .. .. ..
⎪
⎪ . . . . .
⎪
⎩
am1 x1 + am1 x1 + . . . + ami xj + . . . + amn xn = bm
⎡ ⎤
x1
⎢ ⎥
⎢ x2 ⎥
Se considerarmos as incógnitas em um vetor, teremos: X=⎢
⎢ .. ⎥
⎥
⎣ . ⎦
xn
⎡ ⎤
a11 a12 ··· a1n
⎢ ⎥
⎢ a21 a22 ··· a2n ⎥
Por fim, montamos uma matriz com os termos coeficientes: A = ⎢
⎢ .. .. .. .. ⎥.
⎥
⎣ . . . . ⎦
am1 am2 · · · amn
Note que A tem dimensão mxn e X nx1, a multiplicação A·X resulta na dimensão mx1,
exatamente a dimensão de B.
A–1AX= A–1B
I·X= A–1B
X= A–1B
Como sabemos, uma matriz multiplicada pela sua inversa é igual à matriz identidade e
também, qualquer matriz multiplicada pela identidade é igual a ela mesma. Chegamos então à
conclusão que podemos encontrar a solução de um determinado sistema linear encontrando a
inversa da matriz dos coeficientes vezes a matriz dos termos independentes.
−1 1 −1
Portanto, A =
1 −2
−1 1 −1 2 1
Como, X = A B= · = , logo, a=1 e b=0
1 −2 1 0
S = {a, b ∈ / a = 1, b = 0}
2
x + 2y = 1
Use a matriz inversa para encontrar a solução do sistema. 3x − y = −1
Regra de Cramer
A regra de Cramer é uma ferramenta útil na obtenção da solução de sistemas lineares
que apresentam n equações e n incógnitas. Ela diz que a solução xi é dada por:
det A
xi = i = 1, 2, 3 . . . , n
det Ai
Note que essa regra apenas pode ser utilizada para encontrar a solução quando a matriz
A for quadrada, permitindo o cálculo do determinante.
Exemplo 5
2x1 − x2 = −1
Encontre a solução de usando a regra de Cramer.
x1 − x2 = −2
2 −1 x1 −1
Passando para a forma matricial AX=B, temos: =
1 −1 x2 −2
2 −1 x1 −1
Onde: A= X= B=
1 −1 x2 −2
2 −1
Cálculo dos determinantes: det A = = −1
1 −1
Para calcular det(A1), substituímos a primeira coluna de A por B e para calular det(A2)
substituímos a segunda coluna de A por B.
−1 −1
det A1 = = −1
−2 −1
2 −1
det A2 = = −3
1 −2
det A1 −1
x1 = = =1
det A −1 S = {x1 , x2 ∈ / x1 = 1, x2 = 3}
det A2 −3
x2 = = =3
det A −1
Eliminação gaussiana
Esse método de resolução de sistemas de equações lineares é um dos métodos mais
utilizados, principalmente por poder ser aplicado a qualquer tipo de sistema.
Ele consiste em um conjunto de procedimentos que visam reduzir a matriz aumentada a
ponto de visualizar o resultado. Vejamos o que é a matriz aumentada.
Matriz aumentada
É a matriz dos coeficientes agrupada aos termos independentes. Considere um sistema
de m equações e n incógnitas, então, a matriz aumentada Aa é dada por:
⎡ ⎤
a11 a12 ··· a1n b1
⎢ ⎥
⎢ a21 a22 ··· a2n b2 ⎥
Aa = ⎢
⎢ .. .. .. .. .. ⎥
⎥
⎣ . . . . . ⎦
am1 am2 · · · amn bm
O objetivo da utilização dessa matriz é que seja obtida uma matriz aumentada equivalente,
manipulando com operações elementares até que se aproxime o máximo possível da matriz
identidade.
⎡ ⎤
1 0 ··· 0 s1
⎢ ⎥
⎢ 0 1 ··· 0 s2 ⎥
Aa ∼ ⎢
⎢ .. .. . . .. .. ⎥
⎥
⎣ . . . . . ⎦
0 0 ··· 1 sm
Depois de obter a matriz equivalente, espera-se ler diretamente da matriz os valores das
incógnitas, onde em um sistema AX = B teríamos a matriz A igual à matriz identidade e a
matriz B conteria os valores das incógnitas. Porém, nem sempre é possível obter a matriz
identidade, então, como saber quando parar? Isso veremos mais adiante no tópico “Forma
escalonada”.
1 0 1
A= ,B=
0 1 3
1 0 x1 1
=
0 1 x2 3
x1 = 1
Quando multiplicarmos as matrizes, teremos: x2 = 3
4
x + 2y = 1
Use a eliminação Gaussiana para encontrar a solução do sistema.
3x − y = −1
o primeiro algarismo não nulo de uma linha não nula é 1, o qual chamamos de líder ou pivô;
considerando duas linhas não nulas, o líder da linha inferior está sempre mais à direita do
que o líder da linha superior.
Porém, existe outra nomenclatura que oferece também a solução do sistema, que é a
forma escalonada reduzida por linhas, ela apresenta como características todas as citadas
para a forma escalonada por linhas mais uma, a saber:
cada coluna que contém um líder tem zeros nas demais entradas
Exemplo 7
Matrizes na forma escalonada por linhas:
⎛ ⎞⎛ ⎞ ⎛ ⎞⎛ ⎞
1 2 0 1 0 0 1 −1 0 3 0 1 3 3
⎜ ⎟⎜ ⎟ 0 1 1 0 1 ⎜ ⎟⎜ ⎟
⎝ 0 1 1 ⎠, ⎝ 0 0 1 ⎠, , , ⎝ 0 1 2 5 ⎠, ⎝ 0 0 0 1 ⎠
0 0 1 0 0
0 0 1 0 0 0 0 0 1 −1 0 0 0 0
2) Se necessário, troque linhas para obter um elemento não nulo no topo da coluna a fim
de completar o passo 1.
4) Some múltiplos da primeira linha às demais para obter zeros nos elementos abaixo do pivô.
Para obter a forma escalonada reduzida por linha, devemos acrescentar: o passo 6:
6) Faça divisões ou multiplicações para reduzir a zero os elementos acima de cada líder na
mesma coluna.
Exemplo 8
2x1 − x2 + x3 = −1
Obtenha a solução do sistema x1 − x2 + x3 = −2 por meio da forma escalo
2) Se necessário, troque linhas para obter um elemento não nulo no topo da coluna a fim
de completar o passo um → não é necessário.
1 −12 12 −1
2
L2 = L2(−2) Aa ∼
0 1 −1 3
S = {x1 , x2 , x3 ∈ / x1 = 1, x2 = 3 + x3 }
⎛ ⎞ ⎛ ⎞ ⎛ ⎞ ⎛ ⎞
x1 1 0 1
⎜ ⎟ ⎜ ⎟ ⎜ ⎟ ⎜ ⎟
ou S ⇒ ⎝ x2 ⎠ = ⎝ 3 + x3 ⎠ = x3 ⎝ 1 ⎠ + ⎝ 3 ⎠
x3 x3 1 0
Exemplo 9
⎛ ⎞
1 0 −1 1
⎜ ⎟
Encontre o posto de F = ⎝ 0 2 0 0 ⎠
0 2 0 0
Escalonando tem-se:
⎛ ⎞
1 0 −1 1
1 ⎜ ⎟
L2 = L2 F ∼⎝ 0 1 0 0 ⎠
2
0 2 0 0
⎛ ⎞
1 0 −1 1
⎜ ⎟
L3 = L3 − 2L2 F ∼⎝ 0 1 0 0 ⎠
0 0 0 0
Exemplo 10
⎧ ⎧
⎪
⎨ 2x − y + z = 0 ⎪
⎨ a−b+c=1
Encontre o tipo de solução do sistema linear a) x−y−z =1 b) b+c=0
⎪
⎩ ⎪
⎩
x + 2z = 0 a − 2b = 1
⎛ ⎞⎛ ⎞ ⎛ ⎞
2 −1 1 x 0
⎜ ⎟⎜ ⎟ ⎜ ⎟
a) Passando para a forma matricial: ⎝ 1 −1 −1 ⎠ ⎝ y ⎠ = ⎝ 1 ⎠
1 0 2 z 0
⎛ ⎞ ⎛ ⎞
2 −1 1 2 −1 1 0
⎜ ⎟ ⎜ ⎟
Onde, A = ⎝ 1 −1 −1 ⎠ e Aa = ⎝ 1 −1 −1 1 ⎠
1 0 2 1 0 2 0
⎛ ⎞
1 0 2 1
⎜ ⎟
L1 = L1 + L2 Aa ∼ ⎝ 0 1 1 0 ⎠ Pa=2 →2 linhas não nulas.
0 −1 −1 0
Como Pc=2 e Pa=2, temos que o sistema é possível, e como o sistema apresenta n=3
incógnitas, logo Pc=Pa≺n, o que caracteriza um sistema possível indeterminado, ou seja,
infinitas soluções.
1) Em que situação é possível dizer que o produto AB=AC resulta na conclusão que
B=C? Justifique.
2) Uma loja vende 3 pacotes diferentes de roupas com os preços descritos abaixo:
3) Um cliente interessado em comprar salgados para uma festa pesquisou em três lojas dife-
rentes e descobriu que se comprasse x quilos de coxinha, y quilos de empada e z quilos
de pastel na loja Kidelícia ou na loja Gosto Gostoso gastaria R$ 260,00. Se comprasse na
loja Esbaldar, economizaria R$ 10,00. Encontre x, y e z sabendo que:
Resumo
Autoavaliação
1 Resolva os seguintes sistemas lineares:
⎧ ⎧
⎪
⎪ 2a − b + c − 2d = ⎪
⎪
⎪
⎨ a−b−c=0 ⎨ 2a − b + c − 2d = 1
2a − b + c − 2d = 1
a) b) c) a−b−c=0
⎪ a−b−c=0 ⎪
⎩
⎪
⎪ 2b + 3c + d = −1 a + 2c − 2d = −2
⎪
⎩ a+b+c+d=3
Encontre os valores de t que levam o sistema a ter única solução, infinitas soluções
3 e nenhuma solução.
⎧
⎪
⎨ x + ty − z = 2
2x − y + z = 0
⎪
⎩
−x + 2y = 1
Um casal levou seu cachorro para um passeio e todos os três se pesaram, porém,
4 a balança tinha um problema que só pesava corretamente pesos acima de 70kg,
então, eles resolveram se pesar dois a dois e obtiveram as seguintes medidas:
Um operário ganha R$6,00 por peça produzida corretamente e perde R$2,00 por
6 peça com defeito. Ao fim do dia, ele havia produzido 250 peças e R$500,00. Quan-
tas peças ele produziu corretamente?
Referências
ANTON, Howard; RORRES, Chris. Álgebra linear com aplicações. Porto Alegre: Bookman, 2001.
LAY, David. Álgebra linear e suas aplicações. 2. Ed. Rio de Janeiro: LTC, 2007.
Aula
6
Apresentação
E
spaços vetoriais é um conteúdo que requer uma visão abstrata da matemática e exige
atenção e dedicação para o seu entendimento. Há uma mudança na noção que se tem de
vetores, pois mostra que diversos objetos, como algumas matrizes, podem ser conside-
rados vetores. Esse conteúdo serve de ferramenta importante em diversas áreas, como, por
exemplo, na computação gráfica e na medicina, como é o caso da concepção de tomografias.
Objetivos
1 Identificar quando um objeto é um vetor.
Adição
A adição de cada par de vetores dentro do espaço vetorial gera um novo elemento também
pertencente ao espaço vetorial.
Se u , v ∈ E, então, z=u + v ∈ E
Onde u , v e v são vetores e E um conjunto de vetores.
Multiplicação
A multiplicação de cada vetor por um escalar dentro do espaço vetorial gera um novo
elemento também pertencente ao espaço vetorial.
Se u ∈ E e k ∈ , então, w = k .u ∈ E
Onde u, w são vetores, k um número real e E um conjunto de vetores.
Exemplo 1
Seja E o espaço vetorial que compreende todo o 2, verifique se as operações de adição
e multiplicação por escalar são satisfeitas.
Se pegarmos dois vetores genéricos dentro desse espaço u=(x1,y1) e v=(x2,y2) e uma
constante k qualquer pertencente aos reais e aplicarmos as operações:
Adição: w = u+v = (x1,y1) + (x2,y2) w = (x1+ x2,y1+ y2)
Quaisquer que sejam os valores de x1, x2, y1 e y2, sempre teremos um vetor resultante
da soma (w) dentro do espaço E.
Multiplicação: z = k.u = k(x1,y1) z = (kx1,ky1)
Quaisquer que sejam os valores de x1, y1 e k, sempre teremos um vetor resultante da
soma (z) dentro do espaço E.
Logo, as operações são satisfeitas.
Podemos afirmar que os espaços vetoriais são um conjunto de vetores munido de ope-
rações de adição e multiplicação por escalar. Cada espaço vetorial pode ter sua própria regra
para essas operações, basta que satisfaça as regras da adição, multiplicação por escalar e os
axiomas. Os espaços vetoriais aos quais você deve estar mais familiarizado são os espaços
vetoriais euclidianos, que correspondem aos espaços dos reais , do plano 2, do espaço
3, ... , do n, munidos das operações usuais de adição e multiplicação por escalar. Porém,
veremos espaços vetoriais onde os vetores são matrizes e polinômios, por exemplo.
Axioma
é uma premissa que não
Axiomas
precisa ser provada como
um teorema, pois já é con-
siderada evidente, óbvia. Para verificar se um determinado espaço é de fato um espaço vetorial, não basta satisfazer
as operações de adição e multiplicação, há outras condições que deverão ser verificadas: os
axiomas.
Na Tabela 1 a seguir, são descritas as operações referentes aos axiomas. Considere u, v,
w vetores que pertencem ao espaço E e a,b constantes que pertencem aos reais.
Exemplo 3
Verifique que o espaço das matrizes de ordem 2x2 é um espaço vetorial. Considere as
operações usuais de adição e multiplicação por escalar.
Inicialmente, devemos considerar três elementos genéricos do espaço e duas constantes:
u11 u12 v11 v12 w11 w12
u= v= w=
u21 u22 v21 v22 w21 w22
a,b constantes.
Aplicando os testes:
Adição
u11 + v11 u12 + v12
u+v =
u21 + v21 u22 + v22
Quaisquer que sejam os elementos de u e v, o resultado da soma dos dois sempre per-
tencerá ao espaço das matrizes 2x2. CONDIÇÃO SATISFEITA
Comutatividade
u11 + v11 u12 + v12 v11 + u11 v12 + u12
u+v = e v+u=
u21 + v21 u22 + v22 v21 + u21 v22 + u22
Como u+v resulta na mesma matriz que v+u, então, a igualdade é satisfeita.CONDIÇÃO
SATISFEITA.
Associatividade
e
u u12 a.b.u11 a.b.u12
(a.b).u = a.b. 11 =
u21 u22 a.b.u21 a.b.u22
b.u11 b.u12 a.b.u11 a.b.u12
a.(b.u) = a. =
b.u21 b.u22 a.b.u21 a.b.u22
u11+v11 u12+v12 a(u11+v11 ) a(u12+v12 ) au11+av11 au12+av12
a.(u + v) = a. = =
u21+v21 u22+v22 a(u21+v21 ) a(u22+v22 ) au21+av21 au22+av22
u11 u12 v11 v12 au11+av11 au12+av12
a.u + a.v = a. + a. =
u21 u22 v21 v22 au21+av21 au22+av22
e
u11 u12 (a + b).u11 (a + b).u12 a.u11+b.u11 a.u12+b.u12
(a+b).u = (a+b). = =
u21 u22 (a + b).u21 (a + b).u22 a.u21+b.u21 a.u22+b.u22
u11 u12 u11 u12 a.u11+b.u11 a.u12+b.u12
a.u + b.u = a. + b. =
u21 u22 u21 u22 a.u21+b.u21 a.u22+b.u22
Vetor nulo
v11 v12 n1 n2 v11 v12
v+n=v → + =
v21 v22 n3 n4 v21 v22
v11 + n1 = v11 → n1 =0
v12 + n2 = v12 → n2 =0
v21 + n3 = v21 → n3 =0
v22 + n4 = v22 → n4 =0
n1 n2 v11 v12 v11 v12
n+v =v → + =
n3 n4 v21 v22 v21 v22
n1 + v11 = v11 → n1 =0
n2 + v12 = v12 → n2 =0
n3 + v21 = v21 → n3 =0
n4 + v22 = v22 → n4 =0
Aula 6 Álgebra Linear 123
n1 n2 0 0
Logo, 0= =
n3 n4 0 0
Portanto, o vetor nulo é
CONDIÇÃO SATISFEITA, POIS O VETOR NULO EXISTE.
Devemos encontrar um elemento que somado a um elemento genérico resulte no vetor nulo.
–v + v = v + (–v) = 0, onde 0 é o vetor nulo do espaço encontrado no item anterior.
s1 s2
Consideremos que inverso aditivo seja s=
s3 s4
Logo,
s1 s2 v11 v12 0 0
s+v =0 → + =
s3 s4 v21 v22 0 0
s1 + v11 =0 → s1 = −v11
s2 + v12 =0 → s2 = −v11
s3 + v21 =0 → s3 = −v11
s4 + v22 =0 → s4 = −v11
v11 v12 s1 s2 0 0
v+s=0 → + =
v21 v22 s3 s4 0 0
v11 + s1 =0 → s1 = −v11
v12 + s2 =0 → s2 = −v11
v21 + s3 =0 → s3 = −v11
v22 + s4 =0 → s4 = −v11
s1 s2 −v11 −v12
Portanto o inverso aditivo é s = =
s3 s4 −v21 −v22
Multiplicação por 1
CONDIÇÃO SATISFEITA
Exemplo 4
Verifique se o espaço formado pelos elementos do 2, u=(x1,y1) e v=(x2,y2) com as
seguintes operações:
Adição: u+v = (3y1+3y1–x1–x2)
Multiplicação por escalar: a.u=(3.a.y1,–a.x1)
Como foi mencionado anteriormente, as operações de adição e multiplicação por escalar
podem ser diferentes das que estamos acostumados, é como se cada espaço tivesse liberdade
para definir como dois elementos são somados e como deve ser multiplicado por um escalar.
Vamos testar os axiomas.
Adição
Comutatividade
Associatividade
Seja E o espaço vetorial que compreende os vetores do 3 que estão sobre o plano
x=3, ou seja, vetores do tipo (3,y,z), verifique se o espaço é um espaço vetorial.
Exemplo 5
Encontre o vetor nulo e o inverso aditivo do espaço vetorial definido pelos elementos dos
reais positivos, com as seguintes operações de adição e multiplicação por escalar:
Adição: x+y=x.y
Multiplicação por escalar: k.x=xk
Vetor nulo
Sendo C o espaço dos números complexos, onde o elemento genérico deste espaço
é z tal que z = a+bi; z ∈ C, a,b ∈ . a é a parte real de z, e b é a parte imaginária de z. i
é a chamada unidade imaginária de z e satisfaz a seguinte relação i2=–1. Considerando
as seguintes operações de adição e multiplicação por escalar, verifique se o espaço
dos números complexos é um espaço vetorial.
Adição: z1+z2 = (a1+a2)+ (b1+b2)i
Multiplicação por escalar: k.z=k.a+k.b.i
Propriedades
Desafio
1) O espaço formado pelos pontos dentro do círculo unitário no plano XY, ou seja,
{ x,y ∈ /x2+y2≤1}, com operações usuais de adição e multiplicação por escalar, é um
espaço vetorial? Justifique.
Adição: Q+Q=Q
Multiplicação por escalar: k.Q = Q
Resumo
Nesta aula introdutória sobre espaços vetoriais, você percebeu que nem sem-
pre o que temos como regra é válida em todas as situações. Você aprendeu a
reconhecer um espaço vetorial, onde cada espaço é composto de vetores e de
operações próprias e aprendeu também a verificar se um determinado conjunto
de vetores, munido de operações peculiares de adição e multiplicação por es-
calar, é ou não um espaço vetorial.
Autoavaliação
Verifique se o espaço definido, com as operações de adição e multiplicação por escalar
especificadas, é um espaço vetorial.
1) Espaço: 2 (x,y)
Adição: (x1,y1) + (x2,y2) = (x1+x2 , y1+y2)
Multiplicação por escalar: k.(x1,y1) = (k.x1,y1)
2) Espaço: 2 (x,y)
Adição: (x1,y1) + (x2,y2) = (x1,y2)
Multiplicação por escalar: k.(x1,y1) = (k.x1, k.y1)
3) Espaço: 2 (x,y)
Adição: (x1,y1) + (x2,y2) = (x1+x2 , y1+y2)
Multiplicação por escalar: k.(x1,y1) = (k2.x1, k2.y1)
1 b
4) Espaço: Matrizes 2x2 na forma
a 1
5) Espaço: 2 (x)
Adição: x1+x2 = máximo (x1,x2)
Multiplicação por escalar: k.x1 = k.x1
Referências
ANTON, Howard; RORRES, Chris. Álgebra linear com aplicações. Porto Alegre: Bookman, 2001.
LAY, David. Álgebra linear e suas aplicações. 2. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2007.
Anotações
Aula
7
Apresentação
N
o estudo dos espaços vetoriais, é comum termos que analisar se um determinado
subconjunto de um espaço vetorial é também classificado como um espaço vetorial,
nesse caso o subconjunto é chamado de subespaço vetorial e preserva as mesmas
características do espaço vetorial no qual está inserido. Nesta aula, além do estudo sobre os
subespaços vetoriais, veremos ainda a relação de dependência linear entre vetores, que servirá
de base para o estudo da geração dos espaços vetoriais.
Objetivos
1 Reconhecer quando um subconjunto é um subespaço
vetorial.
Exemplo 1
Seja E o espaço vetorial que compreende todo o 2, vejamos na Figura 1 alguns exemplos
de subespaços e não subespaços desse espaço vetorial.
2
Não subespaços do
2
Subespaços do 2
y y y y y y
1 y
-1 1
x a x x x x
-1
(a) (b) (c) (d) (e) (f)
OK
OK Os vetores sobre a reta têm a forma u=(0,y).
OK
Os vetores sobre a reta têm a forma (0,y). Ao multiplicarmos o vetor por uma constante
A reta passa pela origem, É subespaço
(f) Ao tomarmos dois vetores u=(0,y 1) e k, o resultado sempre será um vetor sobre
logo, contém o vetor nulo vetorial
u=(0,y 2), o resultado sempre será um a reta x=0.
do espaço.
vetor sobre a reta x=0. k.u=(0,ky)
a) 2
b) 3
⎡ ⎤
d1
2 Descubra se o espaço das matrizes na forma D = ⎢ ⎥
⎣ d2 ⎦ é subes-
0
paço do espaço das matrizes coluna de ordem D3x1.
Combinação linear
Quando analisamos um conjunto de vetores, em algumas situações, é possível escrever
um deles como combinação dos outros, por exemplo, o vetor (2,1) pode ser escrito como:
(2,1) = (1,1) + (1,0) ou ainda
(2,1) = 2(1,1) + (0,–1) ou ainda
(2,1) = 3(2,3) - 2(2,4) . . .
Percebemos que há uma infinidade de formas de escrevermos um vetor como combi-
nação linear de outros.
Consideremos então um conjunto de vetores V={v1, v2, v3,..., vn,} e um conjunto de
constantes pertencentes aos reais a1, a2, a3 ...,an. Se conseguirmos escrever um vetor v como
combinação dos vetores vi com os pesos ai:
v= a1 v1+a2 v2+a3v3+...+an vn
dizemos que v é combinação linear do conjunto de vetores V.
⎧ ⎧ ⎧
⎪
⎨ 2 = k1 − k3 ⎪
⎪ k = k1 − 2 ⎪
⎨ k3 = −3
⎨ 3
−1 = k1 k1 = −1 k1 = −1
⎪
⎩ ⎪ ⎪
⎩
1 = 2k2 + k3 ⎩ k = 1 − k3
⎪ k2 = 2
2
2 2
Logo,
u[β] = (−1, 2, −3)
Dependência linear
Dizemos que um conjunto de vetores é dependente linearmente se conseguimos escre-
ver um deles como combinação linear dos outros e independente linearmente quando não é
possível.
Consideremos um conjunto de vetores v1, v2, v3,..., vn ∈ β e um conjunto de constantes
a1, a2, a3 ...,an ∈ , quando fazemos a operação a1 v1+a2 v2+a3v3+...+an vn e encontramos:
a1 = a2 = a3 = ... = an = 0 (LI)
Todos os ai iguais a zero. Conjunto de vetores Linearmente Independente
Exemplo 3
Verifique se o conjunto de vetores é Linearmente Dependente ou Independente.
a) v1=(1, 1), v2=(2, 3) e v3=( 0,–2)
b) v1=(1, –1), v2=(1, 2, 3)
a1 v1 + a2 v2 + a3 v3 = 0
a1 (1, −1) + a2 (2, 3) + a3 (0, −2) = (0, 0)
(a1 , −a1 ) + (2a2 , 3a2 ) + (0, −2a3 ) = (0, 0)
(a1 + 2a2 , −a1 + 3a2 − 2a3 ) = (0, 0)
Como existe solução para os ai diferente de zero, então, o conjunto de vetores é Linear-
mente Dependente (LD).
b) Aplicando a regra:
a1 v1 + a2 v2 = 0 v1 = (1, −1, 0), v2 = (1, 2, −3)
a1 (1, −1, 0) + a2 (1, 2, −3) = (0, 0, 0)
(a1 , −a1 , 0) + (a2 , 2a2 , −3a2 ) = (0, 0, 0)
(a1 + a2 , −a1 + 2a2 , −3a2 ) = (0, 0, 0)
Como todas as constantes encontradas foram zero, então, o conjunto de vetores é Line-
armente Independente (LI).
Desafio
⎡⎤
3t
⎢ ⎥
1) Sendo G o conjunto de todos os vetores na forma ⎣ −t ⎦ , G é um subespaço do 3?
Justifique. 0
5) Prove que os vetores e1=(1, 0), e2=(0, 1) e w=(r, s) são sempre LD e w é um vetor não nulo.
Esta aula é uma continuação de espaços vetoriais, a partir deste estudo você des-
cobriu que um espaço vetorial pode conter outro espaço vetorial, que é chamado
subespaço. Para verificar se esse subconjunto é um subespaço não é necessário
testar todos os axiomas, mas apenas três, o que facilita a verificação. Nesta aula,
você aprendeu ainda como escrever um vetor como combinação de outros e
como verificar se existe dependência linear entre vetores de um mesmo conjunto.
Autoavaliação
1 Verifique se o conjunto é subespaço do espaço vetorial dado.
2 Quais dos vetores abaixo são combinação linear dos vetores u1=(1,3,-1) e u2=(0,-
2,2)?
a) (1,-1, 3)
b) (0, 4, 5)
c) (3, 1, 5)
d) (0, 0, 0)
e) (2, 2, 2)
a) (1, 3, 2)
b) (0, 0, 0)
Expresse os seguintes vetores como combinação linear de P1= x2+2x –1, P2=
4 2x2+2, P3= –x2 –x –3
a) –x2
b) 2x2+3x –3
c) –2x2+3x –3
d) 5x2 –2x
b) v1=(0,–3,0), v2=(10, 0, 1)
6 Sabe-se que o conjunto de vetores u1,u2 e u3 é LI. Indique um vetor que ao ser adi-
cionado ao conjunto transforme-o em LD. u1=(1,-1,0,0) e u2=(1,2,-3,1) e u3=(1,
0, 0, 1).
LAY, David. Álgebra linear e suas aplicações. 2. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2007.
Anotações
Aula
8
Apresentação
O estudo de espaços vetoriais não estaria completo se não falássemos como eles são
formados. Nesta aula, veremos como um conjunto de vetores é utilizado como base para a
geração de um espaço vetorial. Veremos ainda a maneira correta de determinar a dimensão
de um espaço vetorial.
Objetivos
Reconhecer se um conjunto de vetores é base de um de-
1 terminado espaço.
Exemplo 1
Sabendo que os vetores u1=(0,–1) e u2=(1,1) são base do 2, então sabemos que é
possível escrever qualquer vetor dentro do 2 como combinação linear de u1 e u2.
Tomemos, por exemplo, o vetor v1=(2,3)
v1= –1.u1+2.u2
(2,3) = –1.(0,–1) + 2.(1,1)
(2,3) = (0,1) + (2,2)
Se tomarmos o vetor v2=(–1,0)
v2= –1.u1+(–1).u2
(–1,0) = -1.(0,–1) - 1.(1,1)
(–1,0) = (0,1) + (–1,–1)
Se tomarmos o vetor v3=(5,–11)
v3= 16.u1+5.u2
(5,–11) = 16.(0,–1) + 5.(1,1)
(5,–11) = (0,–16) + (5,5)
Qualquer que seja o vetor do 2 sempre será possível escrevê-lo como combinação linear
de u1 e u2 porque os dois vetores formam uma base para o 2.
Porém, como saber se um conjunto de vetores é base de um determinado espaço vetorial?
Seja o conjunto de vetores β ={v1, v2,..., vn} que pertence ao espaço vetorial V,
dizemos que o conjunto β é base do espaço vetorial V se:
β for linearmente independente (LI) e
β gerar o espaço V.
Exemplo 2
Verifique se os vetores u1=(0,–1) e u2=(1,1) são base do 2.
Primeiro verificaremos se o conjunto é LI:
k1u1 + k2u1 = 0
k1 (0,-1) + k2 (1,1) = (0,0)
(k2 , - k1+ k2) = (0,0)
k2 = 0
−k1 + k2 = 0 → k1 = 0
Exemplo 3
Verifique se os vetores v1=(1,–1, 1) e v3=(1, 0,1) são base do 3.
Primeiro verificaremos se o conjunto é LI:
k1v1 + k2v2 = 0
k1 (1,–1, 1) + k2 (1, 0,1) = (0, 0, 0)
(k1 + k2, – k1, k1 + k2) = (0, 0, 0)
⎧
⎪
⎨ k1 + k2 = 0 k1 = 0
−k1 = 0 logo, k2 = 0
⎪
⎩
k1 + k2 = 0
⎧
⎪
⎨ x = k1 + k2 x=z
y = −k1 logo,
⎪ y = −k1
⎩
z = k1 + k2
Seja o conjunto de n vetores β ={v1, v2,..., vn} uma base do espaço vetorial
V, então podemos afirmar que:
Um conjunto com mais de n vetores será Linearmente Depen-
dente (LD).
Um conjunto com menos de n vetores não será capaz de gerar
o espaço.
Qualquer outra base de V terá o mesmo n (número de) vetores.
Espaço nulo
O espaço nulo de uma matriz A é o espaço solução da equação AX= 0, ou seja, são
todos os possíveis vetores X que ao serem multiplicados por A, levam o resultado para um
vetor nulo.
Exemplo 4
1 0 −1
Encontre uma base para o espaço nulo da matriz B =
2 1 0
Se tomarmos o vetor (1, –2, 1) como base, ao multiplicá-lo por qualquer constante real obtemos
um vetor sobre a reta que coincide com esse vetor, ou seja, o resultado está sobre o espaço
gerado por esse vetor. O que a nossa solução diz é que qualquer que seja o valor de x1, o
resultado da multiplicação de x1 pelo vetor (1, –2, 1) continua sendo solução do espaço nulo
de B. Portanto, podemos afirmar que o vetor (1, –2, 1) é uma base para o espaço nulo de B.
S={(1, –2, 1)}
O cálculo do espaço nulo de uma matriz recai sempre sobre um sistema homogê-
neo, AX = 0, o que implica que a solução trivial sempre faz parte do espaço nulo
de qualquer matriz, ou seja, a solução x1= x2=...=xn=0 faz parte da solução
de qualquer espaço nulo. Porém, tenha cuidado, porque apesar da solução trivial
sempre fazer parte do espaço nulo, nem sempre é a única solução possível.
No Exemplo 4, onde o espaço nulo é o espaço gerado pelo vetor (1, –2, 1), se
escolhermos a constante x1=0, obteremos o vetor (0,0,0), porém, esse não é o
único vetor que ao multiplicar por B resulta no vetor nulo.
2
Verifique se o conjunto é subespaço do espaço vetorial dado.
⎡ ⎤
1 0 1 1 1
a) ⎢ ⎥ b) A = c) A = 2
A=⎣ 0 2 1 ⎦ 1 0 2
2 4
1 −1 −1
Pn – dim(Pn) =n+ 1
O espaço que tem como base um vetor nulo tem dimensão zero.
Seja V um espaço vetorial de dimensão n e seja β um conjunto com n ve-
tores, então β será base de V se for Linearmente Independente.
Bases canônicas
As bases canônicas são as bases mais simples de cada espaço. Um vetor representado
na base canônica tem seus componentes coincidentes com suas coordenadas. A Tabela 2
mostra bases canônicas de alguns espaços vetoriais.
Tabela 2 – Bases canônicas.
Espaço Base canônica
2
(1, 0), (0, 1)
3 (1, 0, 0),(0, 1, 0),(0, 0, 1)
n (1, 0, ... , 0),(0, 1, 0, ... , 0), ... ,(0, 0, ... , 0, 1, 0),(0, 0, ... , 1)
1 0 0 1 0 0 0 0
M22 , , ,
0 0 0 0 1 0 0 1
1 0 0 0 1 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0
M23 , , , , ,
0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1 0 0 0 1
Desafio
⎧
⎪
⎨ x1 − x2 − x4 = 0
1) Encontre a base e a dimensão do espaço solução do sistema linear ⎪ x3 + x1 = 1
⎩
x2 + x4 = 2
a) m<n
b) m=n
c) m>n
Autoavaliação
1 Explique por que o conjunto de vetores não é base do espaço indicado.
a) u1=(1,-1,0,0), u2=(1,2,-3,1) → 3
d) u1=(1,-1), u2=(0,0) → 2
b) u1=(1,0), u2=(2,-2) → 2
c) u1=(8,-2), u2=(-4,1) → 2
3 Identifique que espaço é gerado a partir da base dada e qual sua dimensão.
a) u1=(1,3), u2=(-3,3)
b) u1=(0,0)
c) u1=(-2,1)
e) u1=(-2, 1, 3)
1 0 −1 0 1 3
f) u1 =
2 0 0
, u2 =
−1 0 2
0 1 0 1 −1 0
g) u1 = , u2 = , u3 =
0 0 1 0 2 −1
a) {(x,y) ∈ 2 / x=2y}
c) {(x,y) ∈ 2 / y=0}
d) {(x,y,z) ∈ 3 / x=y+z}
e) {(x,y,z) ∈ 3 / x=0}
a b
f) ∈ M2×2 / d = 0
c d
a b c
g) ∈ M2×3 / a = b = c, d = e = f = 0
d e f
Referências
ANTON, Howard; RORRES, Chris. Álgebra linear com aplicações. Porto Alegre:
Bookman, 2001.
LAY, David. Álgebra linear e suas aplicações. 2. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2007.
Anotações
Aula
9
Apresentação
O
s espaços vetoriais são analisados de diversas formas. Os axiomas, apesar de explora-
rem a interação entre vetores e escalares, não são suficientes para abordar uma análise
completa desses vetores. Questões como ângulos, ortogonalidade, distância precisam
de outra ferramenta para sua análise. Nesta aula, será fornecido um operador que é capaz de
prover essa análise complementar, servindo de base para a solução de muitos problemas
aplicados: é o produto interno.
Objetivos
1 Saber utilizar e identificar os axiomas para produto interno.
Notação
Vimos na aula sobre espaços vetoriais que cada espaço pode apresentar sua própria regra
para adição de vetores e multiplicação de um vetor por um escalar, e algumas vezes essas
regras podem ser “estranhas” para nós. Com o produto interno ocorre a mesma coisa: cada
espaço vetorial pode apresentar uma regra diferente para o produto interno. Então como saber
se uma determinada regra é ou não uma regra válida para um produto interno?
Axiomas
Para verificarmos se uma função é ou não uma regra válida para o produto interno, de-
vemos testar 4 axiomas, de modo que se um deles falhar, já podemos dizer que a regra não é
uma regra para produto interno. Os axiomas são mostrados na Tabela 1 a seguir.
(u + w), v = (x1 + x3 )2 x22 + (y1 + y3 )2 y22 + (z1 + z3 )2 z22
e
! !
u, v +
w, v = x21 x22 + y12 y22 + z12 z22 + x23 x22 + y32 y22 + z32 z22
Exemplo 2
Sendo u e v vetores pertencentes ao 3, verifique se o produto
u, v = 2x1 x2 − y1 y2 + z1
é um produto interno válido. u=(x1,y1,z1) e v=(x2,y2,z2).
Testando os axiomas:
Simetria: 〈 u, v 〉 = 〈 v, u 〉
〈 u, v 〉 =2x1x2- y1y2 + z1z2
〈 v, u 〉 =2x2x1- y2y1 + z2z1
Exemplo 3
Calcule o produto interno entre os vetores u =(2,-2,1,3,0) e v =(1,1,-1,0,2).
Quando não há menção de qual o produto interno em questão, então se assume que o
produto interno é o euclidiano, logo:
O produto interno é uma operação que é sempre aplicada entre dois vetores,
tendo como resultado um número real. Em hipótese alguma o produto interno
pode ser aplicado entre três ou maios vetores.
Norma de um vetor
A norma, ou comprimento, ou módulo, de um vetor expressa em função do produto
interno é: "
u =
u, u
u, v
cos(θ) =
u·v
b) A norma de v
c) A distância entre u e v
d) O ângulo entre u e v
a) A norma de u
"
u =
u, u
"
u =
(2, −2, 1, 3, 0), (2, −2, 1, 3, 0)
"
u = 22 + (−2)2 + 12 + 32 + 02
√
u = 18
b) A norma de v
"
v =
v, v
"
v =
(1, 1, −1, 0, 2), (1, 1, −1, 0, 2)
"
v = 12 + 12 + (−1)2 + 02 + 22
√
v = 7
c) A distância entre u e v
d) O ângulo entre u e v
u, v
cos(θ) =
u·v
u = 0 Somente de u=0 (vetor nlo)
k·u = |k|·u
〈 0, u 〉 =〈 u, 0 〉 =0
〈v+w, u〉 = 〈v, u〉 + 〈 w, u 〉
〈v -w, u〉 = 〈v, u〉 + 〈 w, u 〉
〈v, w - u〉 = 〈v, w〉 + 〈 v, u 〉
〈kv, u〉 = k〈v, u〉
|
u, v| ≤ u·v Desigualdade de Cauchy-Schwarz
u + v ≤ u + v Desigualdade triangular
3u − 4v, 2u + v = 6u2 − 5
u, v − 4v2
Desafio
2) Sejam U e V dois vetores arbitrários do 2, mostre que o produto interno entre eles
pode ser escrito como: 〈U, V〉 = ||U||. ||V||. cos(θ). Onde θ é o ângulo entre os vetores.
u+v
v
Resumo
Nesta aula, você aprendeu que existe uma ferramenta a qual permite uma
análise mais precisa de vetores dentro de um espaço vetorial, o produto interno.
Viu também que cada espaço vetorial pode ter sua própria regra para produto in-
terno. Devemos então verificar se a regra é uma regra válida para produto interno
através dos axiomas. Ele possibilita o cálculo de normas, ângulos, distâncias e
ainda outras aplicações que serão vistas em aulas posteriores.
Autoavaliação
1 Verifique se as operações a seguir são produtos internos dos espaços dados.
u 3u + 2v 1
a) d) g)
u, u
u
u
b) u + v e)
u, v
u − v
u, v
c) f) v
v, u
a) 〈u+3v -2z, 5v + u 〉
b) 〈u+3w -2u, 5w 〉
c) u − 3v − w + 2z
Seja P1 o espaço dos polinômios de grau 1 com produto interno definido por:
4 ad bc bd , onde u=(a +bx) e v=(c +dx).
u, v = ac + + +
2 2 2
Encontre a norma de P, a norma de Q e a distância entre os vetores P e Q, onde
P=5x-2 e Q=-3x-4.
Sendo u=(2,1,0,-2), qual deve ser o valor de K para que ||ku||=2 ? k é uma
5 constante real.
LAY, David. Álgebra linear e suas aplicações. 2. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2007.
Anotações
Aula
10
Apresentação
V
imos anteriormente que um espaço vetorial pode ter diversas bases possíveis, desde
que os vetores sejam linearmente independentes e que gerem o espaço. Dessa forma,
podemos escolher com que base trabalhar, porém, existem algumas situações em que
há a necessidade de se trabalhar com uma base cujos vetores sejam todos ortogonais entre si.
Então, como obter uma base que seja ortogonal de um espaço vetorial? Para isso, lançaremos
mão do processo de ortogonalização Gram-Schmidt.
Objetivos
1 Reconhecer um conjunto de vetores ortogonais e ortonormais.
Ortogonalidade
Dois vetores u e v são ortogonais (perpendiculares) quando formam um ângulo de π
radianos entre si e a notação é: u ⊥ v 2
Outra forma de verificar a ortogonalidade é através do produto interno, pois quando dois
vetores são ortogonais, seu produto interno é zero.
〈 u, v 〉 = 0 se u ⊥ v
Um conjunto de vetores é dito ortogonal quando todos os vetores são ortogonais entre si.
Exemplo 1
Verifique se os vetores a seguir são ortogonais:
a) u=(2,-2,1,0) e v=(3,1,-4,5).
2 1 0 0
b) u = ev=
−1 −1 2 1
Quando não é explicitado qual o produto interno, então é utilizado o euclidiano:
a) Se u e v forem ortogonais, então o produto interno entre eles será zero:
〈 u, v 〉 = 2.3 + (-2).1 + 1.(-4) + 0.5
〈 u, v 〉 =0
Logo, u e v são ortogonais.
b) u=(3,-3,2) e v=(3,-2,1)
Bases ortonormais
Como já vimos, um conjunto de vetores é ortogonal quando todos são ortogonais entre
si, sempre analisados par a par. Um conjunto de vetores ortogonais é dito ortonormal quando
todos apresentam norma igual a 1. Ou seja, para que um conjunto de vetores seja ortonormal,
tem que apresentar produto interno igual a zero (tem que ser ortogonal) e tem que ter norma 1.
Exemplo 2
Verifique se os vetores a seguir são ortonormais:
a) u1=(2,1,1,1) , u2=(1,0,-1,-1) e u3=(3,-1,1,0)
b) u1=(0,1,1,1) , u2=(1,0,-1,1) e u3=(-1,1,-1,0)
a) Para que o conjunto seja ortonormal, é preciso que os vetores sejam ortogonais e que
tenham norma igual a 1.
Verificando se são ortogonais:
〈 u1, u2 〉 = 2.1 + 1.0 + 1.(-1) + 1.(-1) = 0
〈 u1, u3 〉 = 2.3 + 1.(-1) + 1.1 + 1.0 = 6
〈 u2, u3 〉 = 1.3 + 0.(-1) + (-1).1 + (-1).0 = 2
Como os produtos internos apresentaram valores diferentes de zero, não são ortogonais,
portanto, não são ortonormais.
b) Verificando se são ortogonais:
〈 u1, u2 〉 = 0.1 + 1.0 + 1.(-1) + 1.1 = 0
〈 u1, u3 〉 = 0.(-1) + 1.1 + 1.(-1) + 1.0 = 0
〈 u2, u3 〉 = 1.(-1) + 0.1 + (-1).(-1) + 1.0 = 0
Como os produtos internos apresentaram valores iguais a zero, os vetores são ortogonais.
Agora, vamos verificar se têm norma 1:
" " √
u1 =
u1 , u1 = 02 + 12 + 12 + 12 = 3
" " √
u2 =
u2 , u2 = 12 + 02 + (−1)2 + 12 = 3
" " √
u3 =
u3 , u3 = (−1)2 + 12 + (−1)2 + 02 = 3
Projeções
Consideremos um plano W e um vetor u. Analisando a Figura 1, dizemos que w1 é a
projeção ortogonal de u em W e que w2 é a componente de u ortogonal a W.
Etapas
1) Partindo do conjunto de vetores U, tomemos um dos vetores como referência, por exemplo, u1.
v1= u1
2) O próximo passo é obter um segundo vetor ortogonal ao primeiro. Então, calculemos v2:
u2 , v1
v2 = u2 − projw1 u2 = u2 − v
v1 2 1
Como temos até agora apenas o vetor v1 no nosso conjunto ortogonal, a projeção de u2
é calculada em relação ao vetor v1 apenas, pois v2 precisa ser ortogonal somente em relação
a v1 até agora. Portanto, w1 na equação refere-se ao vetor v1.
3) A etapa seguinte consiste em obter um terceiro vetor que seja tanto ortogonal a v1 quanto
a v2. Isso implica dizer que v3 deve ser ortogonal ao plano formado pelos vetores v1 e v2.
u3 , v1
u3 , v2
v3 = u3 − projw2 u3 = u3 − 2 v1 − v
v1 v2 2 2
5) Encontrando o vetor n:
n−1
vn = u n − projwj un
j=1
6) Para obtermos um conjunto ortonormal, basta que dividamos cada vetor pela sua norma,
conforme mostrado na Tabela 1.
Tabela 1 – Vetores
Conjunto LI
Conjunto ortogonal Conjunto
ortonormal
v1 v v v
u1, u2, u3,..., un v1, v2, v3,..., vn q1 = , q = 2 , q3 = 3 , . . . , qn = n
v1 2 v2 v3 vn
Exemplo 3
Sabendo que o conjunto U={(1,0,1),(1,2,0),(1,0,0)} é base do espaço V, encontre uma
base ortonormal para o espaço V.
Tomemos u1=(1, 0, 1), u2=(1, 2, 0), u3=(1, 0, 0).
1) Escolhendo um vetor como referência: v1=u1=(1, 0, 1)
u2 , v1 1
2) Calculando v2: v2 = u2 − projw1 u2 = u2 − 2 v1 = (1, 2, 1) − (1, 0, 1)
v1 2
$ %
1 1
v2 = , 2, −
2 2
u3 , v1
u , v
3) Calculando v3: v3 = u3 − projw2 u3 = u3 − v − 3 22 v2
v1 2 1 v2
1 1 $ 1 1
% $
1 1
% $
1 2 1
%
v3 = (1, 0, 0) − (1, 0, 1) − 2 , 2, − = (1, 0, 0) − , 0, − , ,−
2 9 2 2 2 2 18 9 18
2
$ %
4 2 4
v3 = , ,−
9 9 9
3
Sabendo que o conjunto U={(0,0,-2),(0,1,1),(1,0,1)} é base do espaço
V, encontre uma base ortonormal para o espaço V.
Desafio
$ % $ %
1 1 1
1) Para que valores de x e z os vetores u= √ , 0, √ ,v = x, √ , −z
são ortonormais? 2 2 2
2) Encontre uma base ortonormal para o subespaço de 3 formado pelos vetores na forma
(r, r + s, s).
Resumo
a) u=(0, 2 ,-1, 2) ,
v=(2, -2, 0, -2), 〈 u, v 〉 = - u1v1 - 2u2v2 + 3u3v3 - 5u4v4
1 −2 3 1 0 1
b) u= ,v = ;
u, v = 2u11 v11 + u12 v12 + 3u21 v22
0 1 −1 −3 −2 2
c) u=(0, 2, -1, 2),
v=(2, -2, 1, 0), 〈 u, v 〉 = u2v0 + 2u1v1,
onde u=u2x + u1x + u0 , v=v2x2 + v1x + v0
2
3 Considerando o vetor v1=(1, 0, 2), encontre dois vetores que sejam ortogonais
a v1.
4 Encontre uma base para o espaço formado pelo conjunto de vetores ortogonais a u=(u1,
u2 ).
⎡ √ ⎤
1 3
u= 2 0 ,v =
0 1
,w = ⎣ √ 3 √
0 ⎦
d) −1 0 0 0 3 3
2 3 3
7 Encontre uma base para a solução do sistema linear que seja ortonormal.
a) x + y − 2w = 0
y+z+w =0
⎧
⎪
⎨ 2a + c = 0
b) ⎪
b−c−d=0
⎩
2a + b − d = 0
a+b−c=0
c) 2a + b + 2c = 0
Referências
ANTON, Howard; RORRES, Chris. Álgebra linear com aplicações. Porto Alegre: Bookman, 2001.
LAY, David. Álgebra linear e suas aplicações. 2. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2007.
Aula
11
Apresentação
A
s matrizes ortogonais apresentam características especiais e são utilizadas em soluções
de diversas aplicações, como é o caso de mínimos quadrados e obtenção de cônicas.
Outra matriz importante é a matriz que associa bases diferentes de um mesmo espaço
vetorial, proporcionando a migração de uma base para outra através de uma simples multi-
plicação de matrizes.
Objetivos
1 Identificar quando uma matriz é ortogonal.
Exemplo 1
Verifique se a matriz A é ortogonal.
1 −2
√ √
A= 5 5
√2 √1
5 5
√1 √2 √1 −2
√ 1
+ 4
− 25 + 2
1 0
At · A = −2
5 5 · 5 5 = 5 5 5 =
√1 √2 √1 − 25 + 2 4 1
5 + 0 1
√
5 5 5 5 5 5
Portanto, A é ortogonal.
Outra forma de saber se uma matriz é ortogonal é verificar se os vetores que a compõem,
por linha ou coluna, são ortonormais. Devemos separar os vetores em A=[v1 | v2]:
√1 −2
√
v1 = 5 v2 = 5
√2 √1
5 5
Mudança de base
Sabemos que um mesmo espaço vetorial pode ter várias bases distintas para representá-
-lo. Porém, quando queremos fazer a migração de uma base para outra, devemos escrever o
vetor com combinação linear dos elementos da nova base. Imagine agora que precisemos fazer
isso com uma grande quantidade de vetores. Então, podemos pensar em uma maneira menos
trabalhosa de fazer isso, podemos encontrar uma matriz que faça a transformação de uma
base para a outra. Para isso, teríamos apenas que multiplicar a matriz pelo vetor na base antiga
e o resultado me daria o vetor na nova base. Essa matriz se chama matriz mudança de base.
Tomemos o vetor do ℜ2 u=(2,3) na base canônica. Consideremos agora as bases tam-
bém do ℜ2 , ¯1={(1,2), (0,2)} e ¯2={(-1,0), (1,1)}. Para escrevermos o vetor u nas duas
novas bases, devemos escrevê-lo como combinação linear:
Conhecendo a matriz que transforma um vetor de uma base para outra, bastaria efetuar
uma multiplicação:
[u]β1 = Pβ1→β2 · [u]β2
[u]β2 = Pβ2→β1 · [u]β1
1 2
Nesse exemplo, a matriz P¯1→¯2 é dada por: Pβ1→β2 = logo:
2 2
1) Se quisermos encontrar a matriz que transforma um vetor da base S1 para uma base S2,
PS1→S2 , então devemos escrever os vetores da base S1 como combinação linear dos vetores
da base S2.
Exemplo 2
Encontre a matriz que faz a mudança de coordenadas da base S1={(1,0,1), (2,1,0),
(0,2,-2)} para a base S2={(-2,0,0), (1,1,1), (1,-2,1)} .
Escrevendo os vetores de S1 como combinação linear de S2.
⎡ ⎤
0 −1 −1
⎢ 2 1 ⎥
Montando a matriz com os vetores por coluna, temos: PS1→S2 = ⎣ 3 3 − 23 ⎦
1 1
3 3 − 43
1) Se quisermos encontrar a matriz que transforma um vetor da base S1 para uma base S2,
então devemos encontrar uma matriz ampliada composta pelos vetores, por coluna, das
duas bases: Aa=[S1 S2] .
2) Aplicamos então operações elementares sobre matrizes com o objetivo de deixar na pri-
meira metade da matriz aumentada a matriz identidade. Quando isso acontecer, na segunda
metade teremos a matriz que faz a mudança da base S1 para a base S2: Aa ῀ [I PS1→S2]
Exemplo 2
Encontre a matriz que faz a mudança de coordenadas da base S1={(1,0,1), (2,1,0),
(0,2,-2)} para a base S2={(-2,0,0), (1,1,1), (1,-2,1)} .
⎡ ⎤
0 −1 −1
⎢ 2 1 ⎥
Portanto, PS1→S2 = ⎣ 3 3 − 23 ⎦
1 1
3 3 − 43
OBSERVAÇÕES
2) Encontre uma matriz ortogonal cuja primeira linha é composta pelo vetor unitário na direção
de (1, 2, -2).
3 5
3) Considere a base V={(1,2), (2,3)} e a matriz M = . Encontre uma base W,
1 −2
Resumo
Autoavaliação
1 Verifique se as matrizes a seguir são ortogonais.
1 0
a) A=
0 1
b) 1 −1
A=
0 1
1 1
√ √
c) A= 2 2
√1 √1
2 2
⎡ ⎤
0 1 √1
⎢ 2⎥
d) A=⎢
⎣ 1 0 0 ⎥
⎦
0 0 √1
2
⎡ ⎤
1 1 1 1
⎢ 2 2 2 2 ⎥
⎢ 1
− 56 1 1 ⎥
e) A=⎢
⎢
2
1 1
6
1
6 ⎥
⎥
⎣ 2 6 6 − 56 ⎦
1 1
2 6 − 56 1
6
2 a
a) B=
c 1
⎡⎤
2 1 a
⎢ ⎥
B=⎣ b c 0 ⎦
b)
d 0 e
0 1 2 −1
u1 = , u2 = , v1 = , v2 = . Encontre:
1 0 2 0
−2 1 2 2
u1 = , u2 = , v1 = , v2 = . Encontre:
1 1 0 −2
Referências
ANTON, Howard; RORRES, Chris. Álgebra linear com aplicações. Porto Alegre: Bookman, 2001.
LAY, David. Álgebra linear e suas aplicações. 2. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2007.