CT - PPGFCET - M - Elias, Ana Paula de Andrade Janz - 2018
CT - PPGFCET - M - Elias, Ana Paula de Andrade Janz - 2018
CT - PPGFCET - M - Elias, Ana Paula de Andrade Janz - 2018
DISSERTAÇÃO - MESTRADO
CURITIBA
2018
ANA PAULA DE ANDRADE JANZ ELIAS
CURITIBA
2018
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação
BANCA EXAMINADORA:
Quero agradecer ao Prof. Dr. Marcelo Souza Motta, que orientou todo o
desenvolvimento desta pesquisa. Que contribuiu de forma Significativa para meu
aprendizado e aperfeiçoamento enquanto profissional.
Agradeço ao Prof. Dr. Marco Aurélio Kalinke e à Prof.ª Dr.ª Dinamara Pereira
Machado que disponibilizaram seu tempo para realizarem contribuições à minha
pesquisa desde a banca de qualificação. Obrigada pelos apontamentos e orientações
que agregaram valor efetivo à esta dissertação.
Aos professores do PPGFCET que contribuíram de maneira singular durante o
tempo que estivemos juntos. Em especial ao professor Marcelo Lambach pela
disponibilidade e atenção a mim dispensada. À professora Fabiana Roberta G. S.
Hussein pela paciência, doçura e incentivo. E ao professor Alisson Antonio Martins
pela maneira sábia como conduziu cada discussão em sala de aula.
Aos amigos e colegas do GPTEM que me incentivam a ir sempre um passo
adiante. Entre elas Taniele Loss Nesi, Flavia Sucheck Mateus da Rocha e Josyleine
Aparecida Bento da Silva, obrigada por compartilharem comigo suas dúvidas e
certezas, por me sustentarem em momentos difíceis e por rirem comigo de coisas
simples, nesta fase de mestrado. Certamente continuaremos a caminhar juntas.
Agradeço ao colégio estadual que fica no Bairro Novo na cidade de Curitiba,
que abriu prontamente suas portas para a pesquisa acadêmica. Aos diretores José
Jair Fernandes e Patrícia Costa Silveira. À professora Sirlei da Conceição Vicente que
colaborou com a investigação em meio aos seus compromissos. Aos alunos do nono
ano do Ensino Fundamental II, que atuaram como sujeitos desta pesquisa e,
contribuíram para que a mesma se realizasse.
Quero agradecer também à minha família! Minha mãe, pelo exemplo, pelo
incentivo e pelo auxílio com meus filhos em momentos de minha ausência. Meu pai,
por me fazer sentir admirada. Meus sogros, pelo tempo dispensado com a Penélope,
o Bernardo e a Angelina. Ao meu esposo Felipe que tem sido meu alicerce, meu
incentivador, meu protetor e meu discipulador, além de ser o melhor pai para nossos
filhos. À minha princesa Penélope, meu príncipe Bernardo e minha princesinha
Angelina, que mesmo sendo tão pequenos participaram deste momento como
incentivadores e auxiliadores da mamãe.
E à Deus. Porque dEle, por Ele e para Ele são todas as coisas.
“À medida que o especialista se afasta da
sociedade e se confina em uma comunidade
onde somente o diálogo entre pares é
possível, a ciência se separa de si mesma e
da sociedade”.
Valdir Fernandes e William Bonino Rauen
RESUMO
ABSTRACT
The usability of smartphone devices in a pedagogical manner has been the agenda for
some studies in the area of education. In the state of Paraná this use is permitted by
law and the promotion of the insertion of this tool in the classroom, can be through
researches that has been developed. Thus, we seek to investigate the contributions of
using smartphones, through creation in the App Inventor software, and validation of
educational mathematical applications for teaching second degree equations. Finally,
we ask the following question: "The use of smartphones in math classes, with
applications programmed for second degree equation content, assists students in re-
meaning their learning?" To answer it, we performed a qualitative research with 34
students, enrolled in a ninth grade class at a public school. We developed four
applications to work with second degree equations, using the App Inventor software,
in different formats, such as quiz game; selection of correct options for the formation
law of a quadratic equation; indication of true and false assertions by buttons tagged
with T or F and a calculator. The purpose of exploiting these applications was to verify
how the relationships of the subjects were approached in this research with the working
with smartphones in the context of math classes. For each application we created a
didactic sequence that to the development of work that should be carried out. We use
the instruments, in addition to the didactic sequences, observations, notes,
questionnaires, recordings, conceptual maps, text productions and discussions in
groups. The collected data were analyzed from the Construcionism and Meaningful
Learning theories. Students were receptive to work with smartphones in math classes,
developed a collaborative work, they needed the mediation of a professional in some
moments to carry out the proposed activities and showed no fear of committing errors
due to the possibilities that the promoted applications in performing the activities again.
We realize that it is possible to promote an differentiated environment in the classroom
with the use of smartphones and, we have identified in App Inventor software to
support for the insertion of this tool in math classes. The concepts that the students
had worked on the content of second degree equations served the subsumptions for
the acquisition of new meanings in relation to it, in such a way, that the Meaningful
Learning effectively happened during this research.
KEYWORDS
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE QUADROS
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................15
2 O USO DE SMARTPHONES NAS AULAS DE MATEMÁTICA...............................20
2.1 Fases das Tecnologias digitais na educação........................................................20
2.2 Tecnologias digitais no ensino.............................................................................22
2.3 O Smartphone em sala de aula.............................................................................26
3 METODOLOGIA DA PESQUISA............................................................................32
3.1 A pesquisa ...........................................................................................................32
3.2 Os instrumentos utilizados...................................................................................33
3.3 A instituição e os sujeitos pesquisados.................................................................36
3.4 Outros aspectos metodológicos............................................................................37
4 O CONSTRUCIONISMO E A APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA..........................44
4.1 O Construcionismo...............................................................................................44
4.2 A Aprendizagem Significativa...............................................................................52
4.2.1 Mapas Conceituais............................................................................................57
5 O SOFTWARE APP INVENTOR.............................................................................60
5.1 Conhecendo o App Inventor..................................................................................62
5.2 Os aplicativos desenvolvidos na pesquisa............................................................70
5.2.1 Aplicativo “Mestre em Equação”........................................................................71
5.2.2 Aplicativo “QualÉ?”............................................................................................75
5.2.3 Aplicativo “Não Volte”.........................................................................................77
5.2.4 Aplicativo “Calculadora do 2° Grau”...................................................................80
6 ANÁLISE DOS DADOS...........................................................................................83
6.1 O que nos dizem os Mapas Conceituais?..............................................................87
6.2 A interatividade dos alunos com os aplicativos desenvolvidos no App
Inventor......................................................................................................................91
6.2.1 O aplicativo ”Mestre em Equação”.....................................................................91
6.2.2 O aplicativo “QualÉ?”.........................................................................................96
6.2.3 O aplicativo “Não Volte”...................................................................................101
6.2.4 O aplicativo “Calculadora do 2° Grau”..............................................................105
6.3 Contribuições da utilização dos aplicativos na aprendizagem de Equações do 2°
Grau.........................................................................................................................108
14
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................................111
7.1 Caminhos percorridos.........................................................................................112
7.2 Potencialidades e Limitações da pesquisa.........................................................114
7.3 Sugestões e recomendações desta investigação...............................................115
7.4 Reflexões finais...................................................................................................116
REFERÊNCIAS........................................................................................................118
APÊNDICE A – TERMO DE ASSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
(TALE)......................................................................................................................124
APÊNDICE B - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
(TCLE)......................................................................................................................126
APÊNDICE C - Questionário Inicial...........................................................................129
APÊNDICE D - Sequência Didática para aplicação do “Mestre em
Equação”..................................................................................................................132
APÊNDICE E - Sequência Didática para aplicação do “Qualé?”...............................133
APÊNDICE F - Sequência Didática para aplicação do aplicativo “Não
Volte”........................................................................................................................134
APÊNDICE G - Sequência Didática para aplicação do “Calculadora do 2°
Grau”........................................................................................................................135
15
1 Introdução
que meu caminhar seguia em outra direção, foi assim que me inscrevi como aluna
ouvinte em uma disciplina do Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciência
e em Matemática da Universidade Federal do Paraná (PPGECM - UFPR). Nesta
disciplina conheci participantes do grupo de pesquisa Grupo de Pesquisa em
Tecnologias na Educação Matemática (GPTEM) da Universidade Federal do Paraná
(UFPR) em parceria com a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) e,
em 2016 passei a frequentar o grupo quando, juntamente com os membros dele,
comecei a estudar textos sobre o uso das TD no ensino de Matemática. No segundo
semestre deste ano, meu esposo, que já estava cursando doutorado em Engenharia
Elétrica na Universidade Federal do Paraná, passou a me incentivar a estudar e fazer
a inscrição para o mestrado. Ao final de 2017 participei do processo seletivo do
Programa de Pós-Graduação em Formação Científica, Educacional e Tecnológica da
Universidade Tecnológica Federal do Paraná (PPGFCET – UTFPR) e recebi
aprovação. Nesse mesmo ano, fui selecionada para atuar como professora no Centro
Universitário Internacional Uninter, no curso de licenciatura em Matemática, em um
regime de quarenta horas semanais.
Ao iniciar o curso de mestrado conheci meu orientador, Professor Doutor
Marcelo Souza Motta e, em conversas com o mesmo sobre as possibilidades de
desenvolver um trabalho com as TD no Ensino de Matemática, ele me apresentou,
entre outras possibilidades, o software App Inventor. Ao aprofundar-me e conhecer
um pouco mais sobre o App Inventor e as potencialidades do uso de aplicativos na
educação, em específico na disciplina de Matemática, decidi realizar minha pesquisa
de mestrado nesta temática.
As tecnologias têm evoluído ao longo dos anos e trazido juntamente consigo
possibilidades de novos caminhos para a construção da sociedade. A vida das
pessoas e seus cotidianos têm sofrido transformações por causa desses avanços
tecnológicos, e a instituição escolar tem procurado caminhar nessa direção.
Atualmente os estudantes estão imersos em tecnologias, mas o potencial das
TD não é completamente explorado por eles pois, muitas vezes utilizam os recursos
apenas como simples consumidores que navegam na web sem uma preocupação
direta com o desenvolvimento cognitivo. Contudo, é viável explorar as tecnologias no
contexto educacional levando os discentes a perceberem que há outras possibilidades
de uso, principalmente, das tecnologias móveis (smartphones, tablets ou notebooks),
que não apenas a comunicação com amigos, famílias ou grupos de afinidades.
17
1
Aplicativo de envio de mensagens (textos, áudios ou vídeos) instantâneas.
22
nesse processo de evolução, uma linguagem nova não se sobrepõe a outra anterior,
elas se complementam e se aprimoram durante este processo. Assim, vale salientar
que para chegarmos no momento atual, em relação às TD, vários estágios foram
vividos pela escola. Romanello (2016) apontou estes estágios, denominando-os de
fases. A Figura 1 apresenta estas fases:
Acreditamos, assim como Venn e Vrakking (2009), que o uso intenso das TD,
conforme os estudantes têm feito no seu cotidiano, pode auxiliar a instituição escolar
a desempenhar melhor o seu papel. A utilização dessas tecnologias nas aulas de
Matemática pode levar o estudante a se sentir mais próximo da disciplina, da escola
e ainda, possibilitar ao professor uma forma de “criar situações que façam o aluno
agente ativo na construção de sua própria aprendizagem” (MOTTA, 2012, p.79). O
estudante participativo, que se envolve efetivamente com o processo de construção
do seu conhecimento, pode alcançar os objetivos educacionais de maneira mais
rápida, mais sólida e mais crítica.
27
A relação entre jovens e celulares vem se tornando cada vez mais íntima,
demandando um olhar atendo do campo da Educação sobre esse fenômeno,
já que é possível observar a intensificação dos usos desses dispositivos, tanto
dentro quanto fora dos espaços escolares (FERREIRA; MATTOS, 2015,
p.273).
3 METODOLOGIA DA PESQUISA
3.1 A pesquisa
Este trabalho buscou seguir uma sequência linear, conforme apontado por Flick
(2009). As etapas desenvolvidas se relacionaram entre si, com o objetivo de
ressignificar a construção da aprendizagem do conteúdo de Equações do Segundo
Grau. Com isto, buscamos, enquanto pesquisadora e orientador, fragmentar os dados
e trazer detalhadamente os passos desenvolvidos ao longo desta pesquisa. Pois
acreditamos, assim como Zoppo (2017, p.23):
33
[...] que ao fragmentar os dados há se tomar o devido cuidado para que isso
seja realizado de uma forma minuciosa, percorrendo os caminhos em busca
de vestígios que venham contribuir com algumas revelações importantes que
possibilitem compreender o objetivo da investigação.
Buscamos, a partir dos dados coletados bem como da análise dos mesmos,
trazer informações relevantes aos objetivos propostos nesta pesquisa. Apresentando
as informações e as interpretações que ela nos forneceu de forma coerente, com o
intuito de sermos verdadeiros e não tendenciosos na apresentação dos mesmos.
Percebemos que a objetividade é importante pois interfere de forma direta com a
validação da pesquisa (LÜDKE; ANDRE, 1986).
Existe ainda, flexibilidade para o pesquisador qualitativo, pois, “partindo do
princípio de que o ato de compreender está ligado ao universo existencial humano, as
abordagens qualitativas não se apresentam em fixar leis para se produzir
generalizações” (GOLDENBERG, 1997, p.49). Com isto, a pesquisa qualitativa
possibilita a modificações ao longo do processo, ela não acontece a partir de um
roteiro fixo e inalterável, ela vai tomando forma durante o trabalho de pesquisa. A
própria análise dos resultados vai acontecendo durante o percurso percorrido, “desde
o início do estudo, no entanto, nós fazemos uso de procedimento analíticos [...]”
(LÜDKE; ANDRE, 1986, p.45). Contudo, esta análise torna-se mais sistemática
quando se aproxima do final da pesquisa e, trazemos essa sistematização ao longo
da escrita desse texto.
Foi desenvolvida uma sequência para cada aplicativo, elas eram diferentes pois
orientavam os estudantes a explorar os aplicativos nos smartphones a partir das
programações já construídas. Além da orientação, algumas dessas atividades
contemplaram também a produção de texto por meio de questões abertas a serem
36
que deveria ser instalado nos smartphones, jogo este que seria explorado na próxima
aula.
O aplicativo “Mestre em Equação” foi explorado no segundo encontro. Assim,
individualmente, a partir da Sequência Didática destacada no Apêndice D, no primeiro
momento resolveram as questões propostas no aplicativo. Já no segundo momento
produziram um texto também de forma individual. Neste texto os estudantes tiveram
que escrever sobre os assuntos tratados no jogo explorado. Vale pontuar que neste
encontro alguns discentes não conseguiram instalar o aplicativo que foi repassado via
mensagem de WhatsApp, com isto houve a necessidade de auxiliá-los com a
instalação. Alguns colegas transmitiram o aplicativo para os demais via Bluetooth3 e
a pesquisadora levou a possibilidade de instalar o mesmo através do código QR4 ou
por meio de cabo USB5, conectando um smartphone a um notebook.
Num primeiro momento do terceiro encontro, a pesquisadora conversou com
os estudantes sobre o aplicativo e as impressões que eles tiveram do programa que
utilizaram no encontro anterior, essa interação ocorreu com gravação de áudio. Após
essa etapa, num segundo momento, os aplicativos instalados e explorados foram os
aplicativos “QualÉ?” e “Não Volte”. O primeiro aplicativo foi manuseado nos primeiros
50 minutos do encontro e o segundo nos últimos 50 minutos. Para cada um dos
aplicativos foi entregue uma Sequência Didática, presente nos Apêndices E e F, a
proposta era explorá-los de forma individual. Ao final do trabalho, com cada um desses
aplicativos citados, os estudantes responderam a questionários, que podem ser
visualizados nas sequências didáticas.
Assim como nos encontros anteriores, no quarto encontro, a pesquisadora
desenvolveu um diálogo com os estudantes sobre suas impressões em relação aos
jogos explorados no encontro anterior, conversa que foi gravada nesse primeiro
momento. Logo após, no segundo momento, os alunos instalaram o aplicativo
Calculadora do 2° Grau e uma sequência de atividades com cinco situações problema
foi proposta (Apêndice G), pontuamos que antes de utilizar o aplicativo os estudantes
tiveram que interpretar essas situações problema num trabalho em equipe.
No dia dezessete do mês de outubro de 2017 aconteceu o quinto e último
encontro. No primeiro momento os estudantes trocaram as atividades desenvolvidas
3
Tecnologia de rede sem fio para curtas distâncias.
4
Código gráfico que gera links para a Internet.
5 Cabo que troca informações entre dois dispositivos.
43
4.1 O Construcionismo
tecnologias digitais têm para contribuir com a educação é uma pedra fundamental
para o avanço [...]” dos processos de aprendizagem (BRANDÃO; VARGAS, 2016,
p.9). A utilização destas tecnologias possibilita ao professor um novo “caminho”, no
qual o aluno, ao interagir com a TD, passa a pensar e repensar sua própria
aprendizagem. Isto faz parte da teoria proposta por Papert (1928-2016), a qual ele
denominou como Construcionismo. Porém, é possível que a forma de trabalhar com
as TD no contexto de sala de aula, leve o estudante a manter um papel passivo, no
qual ele busca, na própria tecnologia digital, respostas para seus problemas, sem
interagir efetivamente com a mesma. Essa postura é tratada a partir de uma
perspectiva instrucionista. Percebemos que vale a pena pontuar um pouco sobre essa
abordagem metodológica, para levar os leitores a perceberem que a inserção das TD
no contexto das aulas de Matemática não garante, por si só, uma reflexão quanto ao
processo de aprendizagem por parte do estudante.
O Instrucionismo, ilustrado na Figura 8, baseia-se em métodos de repasses de
informações, utilizando como ferramenta as TD, proporcionando apenas o treino e/ou
aprimoramento de conceitos. Para Cardozo, Azevedo e Martins (2014, p.4) “A palavra
instrucionismo expressa algo bastante diferente de pedagogia, ou a arte de ensinar”,
ou seja, na utilização das tecnologias, no paradigma instrucionista, o aluno apenas
recebe a informação.
Figura 8 - Instrucionismo
(1997), Maltempi (2000), Rosa (2004), Dalla Vechia (2012), De Oliveira (2007), dentre
outros. Segundo este último:
Figura 9 – Construcionismo
Para Papert (2008), a maioria das pessoas aprende sem pensar sobre o
processo de aprendizagem, nesse sentido acreditamos, assim como o autor, que isto
pode ser mudado através da mediação docente. O professor pode, efetivamente, levar
o estudante a refletir sobre os mecanismos que utiliza para adquirir diferentes
conhecimentos. Essa reflexão é importante pois o estudante pode identificar os
passos que o levaram a compreender determinado assunto e, esses passos podem
ser utilizados novamente pelo estudante em outro momento, se ele desejar.
Segundo Papert (2008, p.43), “estudar nosso próprio processo de
aprendizagem [...] pode ser um poderoso método para melhorar a aprendizagem”. O
significado que é dado quando percebemos a forma como elaboramos um conceito,
como construímos nosso conhecimento pode ser mais efetivo e mais elaborado em
nossas estruturas cognitivas. Dessa forma, o envolvimento dos estudantes com as
atividades propostas, com o processo de construção de seu conhecimento, nas aulas
de Matemática, é importante e, pode ser gerado a partir da inserção das TD dentro do
contexto escolar. Entretanto, é preciso manter este envolvimento com um ambiente
que acolha o estudante, que o leve a refletir, a investigar, a descobrir, ou seja, é
preciso manter este ambiente tomando como base os processos da teoria
Construcionista.
Rezende (2004) aponta que as atividades desenvolvidas precisam ser
flexíveis, de forma que cada aprendiz desenvolva o senso de responsabilidade por
este processo. A autora destaca que a interação entre professores e estudantes e
entre os estudantes com seus pares, bem como com os diferentes recursos materiais
digitais, devem contemplar situações de confiança, respeito e liberdade, de forma que
seja possível aos educandos apresentar suas potencialidades bem como suas
dificuldades frente ao conhecimento explorado. O estudante precisa sentir liberdade
em expressar suas dúvidas, suas opiniões, bem como em demonstrar seus
conhecimentos e os processos que percorreu para a construção desses
conhecimentos. O professor pode planejar um ambiente que possibilite estas
interações ao preparar diferentes atividades para desenvolver nas aulas de
Matemática, inclusive atividades que utilizem meios tecnológicos.
Quanto a terceira condição, citada por Novak e Cañas (2010), ela revela a
importância da existência de subsunçores de valor, alicerçados aos processos
mentais de cada estudante, ou seja, para que ocorra a Aprendizagem Significativa de
um determinado conhecimento, o estudante deve ter conhecimentos prévios que se
relacionem com o novo, dando significado a este. Quanto maior a estabilidade da
estrutura cognitiva do estudante, mais fácil de ele adquirir novos aprendizados, novos
conceitos.
Para Lemos (2011, p.28):
[...] o termo significativo nada tem a ver com ideias importantes ou com ideias
cientificamente corretas. Conforme melhor expressa o termo inglês do
conceito, “meaningful learning”, a Aprendizagem Significativa implica
atribuição pessoal de significado para as ideias que são percebidas,
processadas e representadas mentalmente. Assim, de acordo com esta
Teoria, o significado atribuído pelo sujeito que aprende pode ser ou não
correto do ponto de vista científico e também é o sujeito que, de forma
consciente ou não, confere importância ao conhecimento ao atribuir-lhe
utilidade para sua vida cotidiana.
6 Linguagens de programação.
7 Play Store, Aple Store, Microsoft Store, entre outras.
61
8 Modelo de sistema operacional para tecnologias móveis como smartphones e tablets, baseado no
Linux e, com grande parte de seu código fonte é aberto. É o sistema operacional móvel mais utilizado
no mundo.
62
interrogação, abrir uma caixa de mensagem que traz informações sobre o ícone
selecionado. Nesta tela ainda estão disponíveis os principais elementos que compõe
o layout do aplicativo, tais como os botões de comando, as legendas e as imagens. A
seguir apresentamos as principais características de alguns componentes deste
menu.
9
Um "sprite" que pode ser colocado em uma Pintura, onde ele pode reagir a toques e arrastes, interagir
com outros sprites (Bolas e outros SpriteImagems), e com a borda da tela, e mover-se de acordo com
suas propriedades. A aparência é dada pela propriedade Imagem (a menos que a
propriedade Visível seja falso. Fonte: <http://ai2.appinventor.mit.edu> acesso em outubro de 2018.
66
Salientamos que ao clicar em cada uma das opções aparecem alguns dos
ícones citados, que podem ser selecionados pelo usuário para utilizar no layout do
aplicativo que está desenvolvendo.
Na Figura 14, apresentamos a aba “Componentes”, ela armazena os ícones
selecionados na paleta para compor o layout, neste mesmo espaço o usuário pode
renomeá-los. Os nomes dados serão os mesmos que aparecerão na janela Blocos e
uma programação pode ser desenvolvida para cada um deles.
Figura 14 – Componentes
Figura 15 – Propriedades
Sim Não
4. Você possui smartphone?
26 8
5. Qual o sistema operacional de Windows
Android IOS- Phone Outros
Phone
seu smartphone?
22 0 4 0
Câmera
WhatsApp Facebook GPS
Fotográfica
0 10 3 0
7. Você já utilizou smartphone Sim Não Não responderam
em alguma aula na escola? 10 17 7
8. Gostaria de utilizar o
Sim Não
smartphone nas aulas de
Matemática? 27 7
9. Acredita que o uso de smartphone Sim Não
pode auxiliar em seu aprendizado? 29 5
Fonte: Elaborado pela autora, 2018.
e oito citaram a aplicação do Teorema de Tales. Corroborando com a ideia inicial deste
estudo e com as informações repassadas pela professora regente da turma, durante
o planejamento das ações da pesquisa, optou-se por proporcionar aos alunos uma
maior interatividade com aplicativos de Equações de 2° Grau.
Diante do panorama que o questionário inicial nos proporcionou, principalmente
em relação ao uso de smartphones no contexto de sala de aula, evidenciamos que
esta pesquisa atende a expectativa estabelecida no objetivo geral definido por este
estudo, que é investigar as contribuições de utilização de smartphone por meio da
criação e validação de aplicativos matemáticos educativos para o ensino de Equações
do 2° Grau.
Queremos salientar que apesar das construções estarem mais próximas aos
critérios de construção de um Mapa Conceitual, os estudantes demonstraram
dificuldades sobre o conteúdo abordado. A indicação de um conhecimento, mesmo
que superficial sobre as Equações do 2° Grau, nos confirmou a possibilidade de
desenvolver um trabalho a partir da Teoria da Aprendizagem Significativa, pois esta
aponta que a aprendizagem acontece de forma progressiva e depende dos
conhecimentos prévios que o sujeito já detém, independentemente da maneira como
estes se apresentam. Neste viés, Motta (2012, p. 96) comenta:
De maneira geral, a análise dos mapas nos mostrou que alguns apresentaram
a lei de formação de uma Equação do 2° Grau e a relacionaram com a resolução
utilizando a fórmula de Bhaskara. Contudo, apesar de alguns dos estudantes
escrevem em seu mapa o nome da fórmula, eles não a apresentaram.
Alguns dos Mapas Conceituais tinham a indicação do delta e da relação dos
coeficientes para encontrar as raízes de uma Equação do 2º Grau, porém esta
92
indicação, em sua maioria, não foi algébrica. Outros estudantes fizeram construções
semelhantes as apresentadas nas Figuras 26 e 27, eles indicaram a importância de
reconhecer as Equações do 2° Grau para realizar provas, concursos e cumprir o
currículo. O Teorema de Tales foi citado em alguns dos mapas produzidos, como se
ele tivesse relação direta com o conteúdo de Equações do 2° Grau, acreditamos que
os alunos fizeram isto, pois este teorema foi o conteúdo que eles estudaram até a
aplicação desta pesquisa.
Após a realização desta etapa, os estudantes tiveram a possibilidade de
explorar os aplicativos desenvolvidos para ressignificar seus conceitos sobre
Equações do 2º Grau. Apresentaremos a seguir a análise da interatividade dos alunos
com cada uma das Sequências Didáticas e os aplicativos desenvolvidos.
“Eu descobri que está ligado à álgebra e eu já sabia que a equação de 2° grau
usa uma fórmula chamada de Bhaskara mas não sabia que Bhaskara era um
matemático indiano e os babilônios e egípcios que não usavam Bhaskara
utilizavam texto e símbolos como ferramentas para auxiliar nas resoluções.”
Fonte: Dados da pesquisa, 2018.
“Foi fácil porque se a gente errasse era só “chutar” outra opção de resposta,
sem pensar muito”.
Outros alunos comentaram que gostam de jogos e buscaram não errar para
chegar a tela final do aplicativo. Venn e Vrakking (2009) comentam sobre o brincar, o
jogar e a atividade em equipes que promovem para os estudantes da atualidade, o
desenvolvimento da aprendizagem.
cita que “progressivamente, o subsunçor vai ficando mais estável mais diferenciado,
mais rico em significados, podendo cada vez mais facilitar novas aprendizagens”.
Acreditamos que quando os estudantes citaram que puderam lembrar de algum
conceito, como o delta de uma Equação do 2° Grau, este passou a possuir um novo
significado em suas estruturas cognitivas.
mais uma aula para a finalização das atividades propostas para este aplicativo. Após
solucionarem as cinco situações problema, os estudantes tiveram de escrever as
respostas numa tabela similar à que aparece na Quadro 8. Quando todos
completaram a primeira parte da tabela, as equipes trocaram os quadros de respostas
e uma equipe pode conferir a resposta da outra.
Este momento proporcionou uma maior socialização entre os alunos, criando
um ambiente no qual foi possível perceber uma mobilização para a construção do
conhecimento, pois uma equipe questionava a outra sobre suas respostas, fazendo
que erros e acertos fossem visualizados de forma natural, caracterizando uma das
principais concepções defendidas pelo Construcionismo.
Como destaca Fino (2017, p. 25),
[...] numa aprendizagem fundada sobre o direito à iniciativa (as crianças estão
no comando, como referia Papert) é natural que a aprendizagem aconteça
através de processos de ensaio e erro, em que a resposta inesperada seja
encarada como um passo positivo na direção pretendida e o aprendiz seja
encorajado a pensar por que motivo o resultado inesperado ocorreu.
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
conteúdo que estava sendo contemplado. Esta interação entre os diferentes atores
desta pesquisa também possibilitou que a Aprendizagem Significativa acontecesse.
Ficou claro para nós que o uso de uma TD nova dentro da sala de aula, porém
tão difundida no contexto social, trouxe um novo formato ao ambiente das aulas de
Matemática. A colaboração contínua se fez presente, o desejo pelo trabalho em
equipe também, bem como a ousadia de explorar os aplicativos e realizar as
Sequências Didáticas sem medo de errar.
REFERÊNCIAS
VENN, W.; VRAKKING, B.. Homo Zappiens: educando na era digital. Porto Alegre:
Artmed, 2009.
WOLBER, D.; ABELSON, H.; SPERTUS, E.; LOONEY, L. App Inventor Create
Your Own Android Apps. O’Reilly Media, Inc. 1ª edição. 2011.
APÊNDICES
Você pode assinalar o campo a seguir, para receber o resultado desta pesquisa, caso
seja de seu interesse:
( ) quero receber os resultados da pesquisa (email para envio :__________________)
( ) não quero receber os reultados da pesquisa
Se você ou os responsáveis por você (s) tiver(em) dúvidas com relação ao estudo,
direitos do participante, ou no caso de riscos relacionados ao estudo, você deve
contatar a investigadora do estudo: Ana Paula Elias, pelo celular (41) 99218-4274. Se
você tiver dúvidas sobre direitos como um participante de pesquisa, você pode
contatar o Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos (CEP) da Universidade
Tecnológica Federal do Paraná.
A) INFORMAÇÕES AO PARTICIPANTE
1. Apresentação da pesquisa.
A presente pesquisa tem o objetivo de verificar as possibilidades e contribuições da
utilização do celular, através de aplicativos programados no software App Inventor,
nas aulas de matemática. A pesquisadora irá trazer aplicativos desenvolvidos a partir
de conteúdos matemáticos que seu filho está aprendendo neste semestre escolar. Os
aplicativos serão disponibilizados para que os alunos instalem em seus smartphones,
explorem os mesmos e verifiquem juntamente com a professora se eles contribuíram
para o aprendizado dos conteúdos tratados.
As fotos tiradas ao longo da aplicação do projeto serão descartadas após a aplicação
do mesmo e, só serão utilizadas fotos que não contém imagens pessoais.
2. Participação na pesquisa.
A pesquisa envolverá a disciplina de Matemáticae a utilização de smartphones com
sistema operacional Android. Terá uma duração de aproximadamente 2 meses de
estudos (sendo uma aula semanal). Necessitaremos do bom funcionamento da
Internet ou necessitaremos criar um grupo em uma rede social para compartilhar os
aplicativos desenvolvidos.
3. Riscos e Benefícios.
5a) Riscos: O risco de participar desta pesquisa é de constrangimento ao preencher
o questionário proposto.
6. Ressarcimento e indenização.
Não haverá nenhum tipo de ressarcimento na aplicação deste projeto.
B) CONSENTIMENTO:
Eu declaro ter conhecimento das informações contidas neste documento e ter
recebido respostas claras às minhas questões a propósito da participação direta de
meu (minha) filho(a) na pesquisa e, adicionalmente, declaro ter compreendido o
objetivo, a natureza, os riscos, benefícios, ressarcimento e indenização relacionados
a este estudo.
Após reflexão e um tempo razoável, eu decidi, livre e voluntariamente, participar
deste estudo. Estou consciente que meu (minha) filho(a) deixar o projeto a qualquer
momento, sem nenhum prejuízo.
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( ) Dificuldades.
( ) Facilidades.
( ) Não
( ) Sim
( ) Não tenho
( ) Outro. Qual?___________________________________________
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( ) Não.
( ) Sim.
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( ) Não.
( ) Sim. Qual?____________________________________________________
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( ) Sim. Qual?____________________________________________________
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o) Pensa que seja possível criar um aplicativo específico para os conteúdos que
você está aprendendo em matemática?
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( ) Não.
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1. Abra o aplicativo;
2. Clique em iniciar;
3. Resolva as perguntas do quiz até chegar na tela final que contém um texto;
3° Momento: Os estudantes irão realizar a seguinte atividade:
“Leia o texto final, contido no aplicativo “Mestre em Equação” e, com suas
palavras, escreva a ideia central do mesmo.
133
1. Abra o aplicativo;
2. Clique em iniciar;
3. Leia as afirmativas abaixo e clique, no aplicativo, no botão “V” para as
questões verdadeiras e no botão “F” para as questões falsas:
a. Chamamos de equação do 2° grau toda equação que pode ser escrita da
seguinte maneira: “Seja a equação 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 = 0 dita de 2° grau, na qual
os coeficientes 𝑎, 𝑏, 𝑐 ∈ ℝ 𝑒 𝑎 ≠ 0".
b. Chamamos de equação do 2° grau toda equação que pode ser escrita da
seguinte maneira: “Seja a equação 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 = 0 dita de 2° grau, na qual
os coeficientes 𝑎, 𝑏, 𝑐 ∈ ℤ 𝑒 𝑎 = 0".
c. Utilizamos o Teorema de Pitágoras para resolver uma equação de 2° grau.
d. Podemos utilizamos a fórmula de Bháskara para resolver uma equação de
2°grau.
e. O número 2 é o coeficiente de 𝑥:
f. O número 1 é o coeficiente de 𝑥 2 :
g. O número 1 é o coeficiente de 𝑥 3 :
h. Se o coeficiente x ou o termo independente de uma equação de 2° grau for
zero, denominamos esta equação de equação incompleta.
i. A solução de uma equação, também é chamada de raiz desta equação.
j. Uma equação do 2° grau pode ter 3 raízes.
k. Uma equação do 2° grau pode ter mais de 4 raízes.
l. Quando ∆ = 0, a equação do 2° grau não tem raízes reais.
m. Quando ∆ > 0, a equação possui duas raízes reais e diferentes.
n. Quando ∆ < 0, a equação não possui raízes reais.
−𝑏±√𝑏 2 −4𝑎𝑐
o. A fórmula de Bháskara é dada pela equação: 𝑥 = 2𝑎
4. Agora responda:
a. Qual foi a questão do aplicativo “Não Volte ao Início” mais fácil para você
responder?
b. Qual foi a questão do aplicativo mais difícil para você responder? Por quê?
c. Você gostou de utilizar o aplicativo “Não Volte ao Início”? Por quê?
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1. Abra o aplicativo;
2. Clique em iniciar;
3. Resolva as situações problema abaixo e preencha a tabela;
a. Para colocar rodapé em um salão de um prédio residencial é necessário
conhecer a medida dos lados. Sabendo que este salão tem um formato
quadrado, tem lado “a + 4” e tem uma área igual a 100 metros
quadrados, encontre o valor de a:
b. A soma do quadrado de um número com seu triplo é igual a -2. Que
número é esse?
c. A área onde será construído o novo campo de esportes do bairro tem 90
metros de largura por 110 metros de comprimento. A prefeitura pretende
aumentar a área deste campo, acrescentando as mesmas medidas tanto
em sua largura quanto em seu comprimento. A nova área será de 10.925
metros quadrados. Qual será o acréscimo realizado na largura e no
comprimento do campo de esportes do bairro?
d. A área de uma garagem mede 50 metros quadrados e, o comprimento
desta garagem mede 5 metros a mais que a largura. Quais é a medida
da largura desta garagem?
e. Marcos comprou uma cerca para colocar em seu jardim. Sabendo que o
jardim de Marcos tem forma retangular e que a largura tem 4 metros a
menos que a medida do comprimento. Quantos metros de cerca ele
deverá comprar para ocupar a área toda do jardim que é de 60 metros
quadrados?
4. Agora responda individualmente:
a. Como foi trabalhar em grupo para interpretar os problemas que foram
propostos?
b. O aplicativo “Calculadora de ° Grau” auxiliou na resolução destes
problemas?