Ensaios Não Destrutivos
Ensaios Não Destrutivos
Ensaios Não Destrutivos
1. INTRODUÇÃO
Os métodos mais usuais de END são: ensaio visual, líquido penetrante, partículas
magnéticas, ultra-som, radiografia (Raios X e Gama), correntes parasitas, análise de
vibrações, termografia, emissão acústica, estanqueidade.
Para obter resultados satisfatórios e válidos, os seguintes itens devem ser considerados
como elementos fundamentais para os resultados destes ensaios:
Além do uso industrial, tem crescido significativamente a aplicação dos END para a
conservação de obras de arte, assim como na agropecuária - controle da camada de gordura
de bovinos e suínos - e a própria utilização, largamente difundida, na medicina.
O campo magnético gerado por uma sonda ou bobina alimentada por corrente alternada
produz correntes induzidas (correntes parasitas) na peça sendo ensaiada. O fluxo destas
correntes depende das características do metal.
Praticamente as “bobinas” de teste têm a forma de canetas ou sensores que passadas por
sobre o material detectam trincas ou descontinuidades superficiais, ou ainda podem ter a
forma de circular, oval ou quadrada por onde passa o material. Neste caso detectam-se
descontinuidades ou ainda as características físico-químicas da amostra.
O ensaio por correntes parasitas se aplica em metais tanto ferromagnéticos como não
ferromagnéticos, em produtos siderúrgicos (tubos, barras e arames), em autopeças
(parafusos, eixos, comandos, barras de direção, terminais, discos e panelas de freio, entre
outros. O método se aplica também para detectar trincas de fadiga e corrosão em
componentes e estruturas aeronáuticas e em tubos instalados em trocadores de calor,
caldeias e similares.
É um método limpo e rápido de ensaios não destrutivos, mas requer tecnologia e prática
na realização e interpretação dos resultados. Tem baixo custo operacional e possibilita
automatização a altas velocidades de inspeção.
3. EMISSÃO ACÚSTICA
Os resultados do ensaio por emissão acústica não são convencionais. Na realidade este
método não deve ser utilizado para determinar o tipo ou tamanho das descontinuidades em
uma estrutura, mas sim, para se registrar a evolução das descontinuidades durante a
aplicação de tensões para as quais a estrutura estará sujeita, desde que as cargas sejam
suficientes para gerar deformações localizadas, crescimento do defeito, destacamento de
escória, fricção, ou outros fenômenos físicos.
Os métodos aplicados no ensaio de estanqueidade são: medir Pressão ou Vácuo com alta
precisão, método da Bolha, método da Variação de Pressão, detecção de vazamento por
meio de Fluido Frigorígeno ou de aplicação de gás Hélio com o respectivo aparelho
detector e, modernamente, a localização de vazamentos de gases e líquidos por ultra-som.
Uma das ameaças mais comuns ao meio ambiente alem de provocar acidentes, seja na
área industrial, doméstica ou pública são os vazamentos de produtos perigosos, que quando
armazenados em tanques ou recipientes com falhas estruturais, produzem vazamentos de
líquidos ou gases inflamáveis (industria petrolífera), ácidos ou produtos corrosivos
(industria química), no setor de transportes (rodoviário, ferroviário e por tubulações), e
tantos outros.
O ensaio por Líquidos Penetrantes é considerado um dos melhores métodos de teste para
a detecção de descontinuidades superficiais de materiais isentos de porosidade tais como:
metais ferrosos e não ferrosos, alumínio, ligas metálicas, cerâmicas, vidros, certos tipos de
plásticos ou materiais organo-sintéticos. Líquidos penetrantes também são utilizados para a
detecção de vazamentos em tubos, tanques, soldas e componentes.
O líquido penetrante é aplicado com pincel, pistola, ou com lata de aerossol ou mesmo
imersão sobre a superfície a ser ensaiada, que então age por um tempo de penetração.
Efetua-se a remoção deste penetrante da superfície por meio de lavagem com água ou
remoção com solventes. A aplicação de um revelador (talco) irá mostrar a localização das
descontinuidades superficiais com precisão e grande simplicidade embora suas dimensões
sejam ligeiramente ampliadas.
Descontinuidades em materiais fundidos tais como gota fria, trinca de tensão provocada
por processos de têmpera ou revenimento, descontinuidades de fabricação ou de processo
tais como trincas, costuras, dupla laminação, sobreposição de material ou ainda trincas
provocadas pela usinagem, ou fadiga do material ou mesmo corrosão sob tensão, podem ser
facilmente detectadas pelo método de Líquido Penetrante.
8. PARTÍCULAS MAGNÉTICAS
O método de ensaio está baseado na geração de um campo magnético que percorre toda
a superfície do material ferromagnético. As linhas magnéticas do fluxo induzido no
material desviam-se de sua trajetória ao encontrar uma descontinuidade superficial ou sub
superficial, criando assim uma região com polaridade magnética, altamente atrativa à
partículas magnéticas. No momento em que se provoca esta magnetização na peça, aplica-
se a partícula magnética por sobre a peça que será atraída à localidade da superfície que
conter uma descontinuidade formando assim uma clara indicação de defeito.
Para que as descontinuidades sejam detectadas é importante que elas estejam de tal
forma que sejam "interceptadas" ou "cruzadas" pelas linhas do fluxo magnético induzido;
conseqüentemente, a peça deverá ser magnetizada em pelo menos duas direções defasadas
de 90º. Para isto utilizamos os conhecidos yokes, máquinas portáteis com contatos manuais
ou equipamentos de magnetização estacionários para ensaios seriados ou padronizados.
Geralmente, as dimensões reais de um defeito interno podem ser estimadas com uma
razoável precisão, fornecendo meios para que a peça ou componente em questão possa ser
aceito, ou rejeitado, baseando-se em critérios de aceitação da certa norma aplicável. Utiliza-
se ultra-som também para medir espessura e determinar corrosão com extrema facilidade e
precisão.
As aplicações deste ensaio são inúmeras: soldas, laminados, forjados, fundidos, ferrosos
e não ferrosos, ligas metálicas, vidro, borracha, materiais compostos, tudo permite ser
analisado por ultra-som. Industria de base (usinas siderúrgicas) e de transformação
(mecânicas pesadas), industria automobilística, transporte marítimo, ferroviário, rodoviário,
aéreo e aeroespacial: todos utilizam ultra-som. Mesmo em hospitais: a primeira imagem de
um feto humano é obtida por ultra-som.
A inspeção termográfica (Termografia) é uma técnica não destrutiva que utiliza os raios
infravermelhos, para medir temperaturas ou observar padrões diferenciais de distribuição
de temperatura, com o objetivo de propiciar informações relativas à condição operacional
de um componente, equipamento ou processo. Em qualquer dos sistemas de manutenção
considerados, a termografia se apresenta como uma técnica de inspeção extremamente útil,
uma vez que permite: realizar medições sem contato físico com a instalação (segurança);
verificar equipamentos em pleno funcionamento (sem interferência na produção); e
inspecionar grandes superfícies em pouco tempo (alto rendimento).