A Realidade Grega Como Parteira Da Filosofia: Uma Exposição Didática Sobre o Nascimento e Os Primeiros Passos Da Filosofia
A Realidade Grega Como Parteira Da Filosofia: Uma Exposição Didática Sobre o Nascimento e Os Primeiros Passos Da Filosofia
A Realidade Grega Como Parteira Da Filosofia: Uma Exposição Didática Sobre o Nascimento e Os Primeiros Passos Da Filosofia
1
- Marcos Francisco Martins, professor do UNISAL, é graduado em Filosofia, mestre e doutorando em “Filosofia e
História da Educação” pela Faculdade de Educação da Unicamp e autor da obra “Ensino técnico e globalização:
cidadania ou submissão?”, publicada pela Autores Associados.
2
- Paulo Romualdo Hernandes, professor da UNIOPEC, é graduado em Filosofia, mestre e doutorando em
“Educação, conhecimento, linguagem e arte” pela Faculdade de Educação da Unicamp.
O nascimento da civilização grega: a constituição
do berço da filosofia
Por mais ignorantes que sejamos em relação aos acontecimentos passados, é bastante
difundida entre nós a idéia de que herdamos muitas coisas dos gregos antigos. Só para ficarmos
em alguns exemplos, poderíamos citar a história pela primeira vez tratada com “espírito
científico” por Heródoto, separada das lendas, nas artes a harmonia de suas esculturas, a
arquitetura, a comédia e a tragédia do teatro, acessível a amplas camadas e com valor
pedagógico, a poesia de Homero e Hesíodo e o trabalho do legislador Clístenes, que formulou
uma nova maneira de governar as cidades, contando com a participação dos cidadãos. Além
disso, poderíamos ainda destacar o surgimento da “medicina racional” (entenda-se como aquela
arte médica pautada pela observação, análise de dados etc.) de Hipócrates (considerado o pai da
medicina) e o juramento para o médico elaborado por ele no fim do século V a.C., visto como um
dos primeiros modelos de ética profissional.
Dentre todas as contribuições gregas para a contemporaneidade há uma que ganha relevo
entre as demais, a saber: a filosofia. Ao pé da letra significando amor, amizade (“philia” em
grego) pela sabedoria (“sophia”), a filosofia não surgiu simplesmente da mente brilhante de
alguns sábios antigos, como muitos imaginam, outros falam e tantos repetem. Pelo contrário, ela
é o resultado de todo um processo histórico-social que se desenvolveu no contexto econômico e
político das cidades gregas antigas, chamadas de “pólis”.
Se fôssemos nos ater à mitologia para rememorar a origem da Grécia, poderíamos afirmar
que ela está relacionada com a ira de Zeus. Aborrecido com a maldade dos homens, esse que era
considerado o deus dos deuses resolveu inundar a terra. Desse descontrole divino, que muito se
assemelha ao temperamento humano, somente sobram Deucalião, tido como o homem mais justo,
e Pirra, a mulher mais virtuosa, que escaparam em uma arca 3. Navegaram nove dias e nove noites
até chegarem ao monte Parnaso, onde consultaram um oráculo para saber o que fazer. Obtiveram
como resposta que deveriam sair caminhando e atirar para trás os ossos (pedras) de sua mãe
(terra). As pedras de Deucalião transformaram-se em homens e as de Pirra em mulheres. O filho
3
- Qualquer semelhança com o mito cristão da “Arca de Noé” não é mera coincidência, uma vez que a bíblia e toda a
cultura ocidental sofreram uma profunda influência do helenismo (cultura grega).
de Pirra e Deucalião, chamado de Heleno, foi o pai do gregos (chamados de helenos, por
habitarem a Hélade - terra de Heleno -, ou “Héllas” em grego) (Cf.: Schwab, G. As mais belas
histórias da Antigüidade Clássica: 24 a 28).
Para além da explicação mítica, com a ciência histórica é possível afirmar que os
primeiros habitantes da Hélade eram povos nômades e guerreiros, que deixaram o norte da
Europa e Ásia há aproximadamente 2000 anos a.C. e se fixaram na península balcânica. Dentre
eles estavam os Aqueus, Jônios, Eólios e Dórios, que chegaram na região em busca de terras
férteis em sucessivas ondas migratórias. Ali se integraram aos povos já residentes ou os
conquistaram. Dentre as muitas fontes históricas disponíveis que relatam a origem dos gregos 4
temos a “Ilíada” e a “Odisséia”, duas epopéias5 atribuídas ao poeta Homero6, o primeiro falando
do conflito gregos “versus” troianos e o segundo versando sobre as aventuras de Ulisses para
voltar à sua casa.
4
- Uma explicação para que todos os povos da Hélade fossem identificados por gregos se deve ao fato de que
quando os romanos dominaram essa região, o primeiro grupo a ser submetido era o dos gregos (“graeci” em latim),
passando os conquistadores a chamar de gregos todos os povos dessa região, que não formavam grupo homogênio.
(Cf. PILETTI e PILETTI. História & Vida integrada: 102)
5
- Epopéias são versos, poemas, poesias que tratam de grandes feitos heróicos. A Ilíada (“Ilion” = Tróia) trata da
guerra dos gregos contra os troianos, guerra estabelecida porque Paris, um troiano, teria raptado, com a ajuda da
deusa Afrodite, Helena, mulher do grego Menelau. A Odisséia conta a história de Odisseu (Ulisses), astucioso e
artificioso general grego (teria inventado o cavalo de madeira, presente de grego), que após vencer Tróia saqueou
terras de parentes do deus dos mares Posídon. O deus ficou enfurecido com este fato, fazendo com que Ulisses não
regressasse para Ítaca, sua casa, por dez anos, tendo vivido muitas aventuras nesse período.
Além da Ilíada e da Odisséia atribuídas a Homero, podemos citar como exemplo de epopéias a Eneida, de Virgílio,
poeta romano, que conta a fundação de Roma comandada pelo troiano Enéas, derrotado na Ilíada de Homero pelos
gregos. Os Luzíadas, do poeta português Luiz de Camões, que conta a história da conquista das Índias por Vasco da
Gama. Temos no Brasil a epopéia De Gestis Men de Sá escrita pelo jesuíta José de Anchieta, que conta os feitos
heróicos do terceiro governador do Brasil, Men de Sá.
6
- Homero é mais uma daquelas importantes personagens históricas, como Sócrates ou Jesus, de que não temos
notícias de sua existência de forma indiscutível. Homero nada escreveu, e isto se deve ao fato que uma das
características principais para um poeta grego ser respeitado pela comunidade, seja o “aedo”, que fazia os poemas,
ou o “rapsodo”, que os recitava, era a de declamar memória. Memória que era uma das Musas da mitologia grega.
somente o desenvolvimento econômico, mas também, e principalmente, o contato com
civilizações orientais, como é o caso dos egípcios, dos persas, dos babilônios, dos assírios e dos
caldeus, das quais os gregos retiram elementos para forjarem a sua própria cultura.
7
- Segundo o que Homero conta na Ilíada, os gregos, em seus navios, ficaram por dez anos lutando contra os
troianos, que resistiam bravamente atrás de suas muralhas. Na Odisséia fica-se sabendo que o que derrotou as
"muralhas" de Ilion (Troia) foi uma invenção de Odisseu (Ulisses), idéia que lhe dera em sonho a deusa de sua
devoção, Atena (deusa da sabedoria e astúcia): um cavalo de madeira oco por dentro para que lá se escondessem
alguns generais gregos. Os gregos simularam, então, terem ido embora do campo de batalha, levando durante a noite
seus navios para um esconderijo. O cavalo de madeira seria uma oferta que teriam deixado a Zeus, o pai dos deuses.
Os troianos levaram o cavalo para o templo dedicado a Zeus dentro das muralhas de sua cidadela e festejaram a
vitória contra os gregos. Os generais, que estavam escondidos no cavalo de madeira, saíram durante a noite, entre
eles Ulisses, abriram os portões de Tróia e massacraram os troianos. (Cf.: HOMERO, Odisséia: 41 passim)
coletivamente os rumos da comunidade. Muito embora saibamos que a participação nas
discussões feitas em praça pública (“Ágora”) sobre os rumos da comunidade era garantida
somente para um pequeno grupo de pessoas privilegiadas (oligarquia), é inegável que os gregos
contribuíram muitíssimo para a noção atual que temos de democracia, um tipo de governo
organizado por leis e instituições forjadas coletivamente.
O nascimento da filosofia
Na Grécia antiga, nessa civilização fundada na península balcânica, nasce a filosofia, isto
é, nasce em um determinado contexto econômico, político, social e cultural. A filosofia, pois, é
concebida e gestada no calor das relações sócio-políticas e econômicas travadas pelo gregos
antigos, o que dá a ela alguns limites e possibilidades.
Paralelamente a essa autoridade política surgiu uma outra, mas com viés social e cultural:
o mito. As narrativas míticas eram mantidas oralmente pelos poetas como tendo sido ouvida por
eles diretamente da voz das musas. Isso inebriava as pessoas, fazendo com que os governantes e
suas famílias perdurassem no poder por longa data, e que os jovens, seus filhos, crescessem e
fossem educados para manter esta tradição. E, assim, o mito legitimava a autoridade estabelecida
e consolidava as suas funções de domínio e direção sobre toda a coletividade.
Segundo Grimal,
O mito se opõe ao logos como a fantasia à razão, como a palavra que narra à palavra que
demonstra... O logos, sendo uma argumentação, pretende convencer... Mas o mito tem por
finalidade somente a si mesmo. Acredita-se ou não nele, conforme a própria vontade, mediante
um ato de fé, ... O mito, assim, atrai em torno de si toda a parcela do irracional existente no
pensamento humano; por sua própria natureza, é aparentado à arte, em todas as suas criações.
(GRIMAL, Pierre. A mitologia grega: 8 e 9)
Como se percebe, o mito tinha uma autoridade, pois respondia a todas as perguntas e dele
ninguém podia duvidar; era como um pensamento único, o qual não se costuma questionar.
Quando o poder do mito não era suficiente para legitimar o poder da aristocracia, dos bem
nascidos, como nas disputas políticas nas praças da Atenas democrática, este poder fora
legitimado pelo poder das belas, persuasivas e vazias palavras dos discursos bem preparados
pelos sofistas e declamados de forma convincente pelos jovens aristocratas. É interessante
observar, então, que mesmo nesta Atenas democrática a tradição se mantinha, afinal tanto os
escolhidos a serem seus dirigentes como aqueles que os escolhiam eram apenas os "bem"
nascidos em Atenas, filhos de pais livres e atenienses, os cidadãos, e que tivessem determinadas
condições, como saberes, conhecimentos das leis e da política. Ora, apenas os que tinham tempo
livre para se dedicar aos estudos de filosofia e podiam pagar aos seus professores - os sofistas - é
que conseguiam reunir tais condições, ou seja, apenas os filhos da aristocracia.
É por isso que se pode dizer que desde o seu nascimento a filosofia tem um compromisso
com o questionamento constante e com o inconformismo em relação ao “status quo”, passado
que incomoda a muitos filósofos atuais, amigos dos donos do poder instituído e não da sabedoria.
Portanto, muito mais do que um simples saber que orienta a vida dos indivíduos, o nascimento da
filosofia acontece mediante um embate sócio-político-cultural fruto das novas relações sociais,
que ganharam outros contornos com o desenvolvimento econômico atingido pelos gregos, isto é,
a filosofia é fruto da ação de grupos e indivíduos dentro um contexto econômico, social, político
e cultural, e não simplesmente produto da mente geniosa de alguns iluminados sábios.
8
- “Ao afirmar que a Filosofia é essencialmente crítica pode-se estar referindo-se, por exemplo, à crítica no sentido
kantiano, à crítica enquanto capacidade de se avaliar os limites e possibilidades do conhecimento humano para além
do empirismo e do racionalismo e independentemente da experiência. Neste sentido, a crítica ganharia uma
conotação eminentemente epistemológica, constituindo-se enquanto uma busca da superação do dogmatismo (que
pressupõe a validade do conhecimento sem o devido exame) e do ceticismo (que pressupõe a dúvida universal)”. (Cf.
MARTINS, Marcos Francisco. Uma nova filosofia para um novo ensino médio: 94 a 111)
Portanto, o essencial para ser um crítico é ter conhecimento sobre aquilo que se vai
criticar. Quando não temos conhecimento, no lugar de críticos nos tornamos repetidores de idéias
de outros indivíduos ou de grupos sociais.
9
- O oráculo na Grécia era uma espécie de santuário, um lugar onde os gregos consultavam os deuses através de uma
sacerdotisa.
Sócrates discordava disso e dizia que ser virtuoso era ser sábio, ser um amante do saber, um
filósofo. Desafiando desta maneira a aristocracia, Sócrates foi julgado em praça pública pelos
escolhidos das demos (tribos) de Atenas. Motivo do julgamento: ser ímpio aos deuses (falar
contra os deuses) e corromper a juventude.
Sócrates defendeu-se dizendo nada ter falado contra os deuses, muito pelo contrario,
apenas ter falado do "uso" que alguns homens fazem deles e também de não ter corrompido a
juventude, mas de tê-la ensinado a chegar à verdade. Interessante observar que o filósofo
ateniense alegou em sua defesa que os seus acusadores não sabiam exatamente qual era a razão
de ser de seu julgamento, pois estes, quando questionados, não souberam responder como alguém
que fala sobre os deuses pode não acreditar neles. Ou, então, como seus acusadores poderiam
querer condená-lo por corromper a juventude se não sabiam o que era bom ou ruim para os
jovens.
Apesar de ter se defendido de forma brilhante, foi condenado, e como de costume em
Atenas, teve que escolher sua pena: ou deixar a cidade, e com isso renegar seus ensinamentos, ou
a morte. Sócrates escolheu a morte, pois preferia morrer do que renegar àquilo em que acreditava
e ensinara aos jovens. Durante o período que ficou aguardando sua execução, os seus discípulos e
amigos, arquitetaram planos de fuga. Sócrates não aceitou fugir, pois acreditava que para uma
“polis” viver em harmonia é sempre melhor seguir uma lei a todo custo, mesmo que ela seja
injusta, como foi sua condenação. E, assim, em um dia do ano de 399 aC, o filósofo Sócrates, que
fora considerado pelo oráculo de Delfos o homem mais sábio da Grécia, tomando cicuta (veneno)
morreu em uma prisão de Atenas.
Platão era discípulo de Sócrates e ficou transtornado com a morte daquele por ele
também considerado o homem mais sábio da Grécia. Pensava que uma sociedade cujos dirigentes
condenam a morte o seu mais sábio representante, aquele que ilumina com suas idéias as
"cabeças" dos jovens desta sociedade, não pode ser uma sociedade bem governada, bem dirigida.
Por isso, Platão desconfia e põe em xeque o governo (democrático) de Atenas, dizendo que na
verdade os homens que condenaram Sócrates foram manipulados por discursos bem preparados
pelos sofistas e bem declamados na praça pelos acusadores de Sócrates. Se aqueles que julgaram
tivessem condições intelectuais, sabedoria para fazer o julgamento, teriam levado seu mestre para
junto dos heróis, e não à morte.
Morreu Sócrates, mas suas idéias permaneceram por muitos anos na cabeça de Platão.
Sócrates tornou-se interlocutor interior de Platão10 e apareceu dialogando em praticamente toda a
obra dele como um personagem. Talvez por isso mesmo Platão concebeu uma divisão da vida
humana em dois mundos: o mundo das idéias, lugar que certamente viveria a alma,
principalmente a de seu mestre, lugar que se chega ao “sumo Bem”, à verdade absoluta sobre
todas as coisas, e um mundo imperfeito, cheio de problemas, o mundo material.
O conhecimento para Platão era algo ligado às idéias e a um mundo supra-lunar, fora do
material. Quem mediava a chegada a este conhecimento eram as ciências matemáticas, por que
produzem verdades inquestionáveis. Assim, Platão desenvolveu uma idéia de “pólis”, a república
platônica, organizada de forma totalmente matemática, contendo inclusive o número exato de
habitantes, quem deveriam ser os administradores (os filósofos, evidentemente) etc.
Com essa idéia de organização matemática do mundo grego, Platão saiu de Atenas,
deixando a Academia nas mãos de um de seus discípulos, Eudoxo, pois surgiu uma possibilidade
de implantar as suas idéias políticas em Siracusa, na Sicília, sob o reino de Dionísio II. Se
Sócrates morreu por suas idéias, Platão acabou sendo vendido como escravo em Siracusa, tendo,
obviamente, suas idéias políticas recusadas por Dionísio II.
Neste período chega em Atenas aquele que seria um outro grande filósofo, reconhecido
em todos os tempos posteriores: Aristóteles. Em sua chegada, que se dá no momento em que
Platão está em Siracusa, Aristóteles depara-se com duas escolas de filosofia: a de Isócrates,
sofista, que prepara os jovens para serem bem sucedidos na política através do conhecimento
retórico, e a Academia de Platão, que busca o fundamento do conhecimento de todas as coisas
através da matemática. Prefere ficar na Academia. Filho de médico, Nicômaco, ligado à casa real
da Macedônia, traz para o conhecimento as investigações próprias das áreas da biologia, como a
seleção, a observação e a classificação. Não é a toa que Aristóteles é considerado o pai do
conceito, ou da organização, do método de investigação.
Aristóteles organiza o pensamento filosófico grego, fazendo talvez a primeira história do
pensamento. Com isso, constrói para si e para seus discípulos, inicialmente na Academia
platônica e mais tarde na sua própria escola, o Liceu, fundamentos para várias áreas do
10
- Pode parecer meio estranho imaginar um mundo de idéias e um mundo material separados, mas a verdade é que
ainda hoje discutimos e debatemos Sócrates e Platão, entre outros, principalmente nas universidades. Por falar nisso,
podemos dizer que se Sócrates é tido como o pai da filosofia, Platão é considerado por alguns estudiosos como sendo
o pai da universidade, já que fundou em Atenas a “Academia”, um lugar em que os jovens atenienses se reuniam
para apreender e desenvolver o conhecimento, a filosofia.
conhecimento, como é o caso da lógica, da retórica, da poética, da política, da ética, da biologia,
da física e da metafísica.
Na organização da ética, o filosofo de Estagira defende a idéia de que a existência do
homem, seu estar-no-mundo deve ter como sentido a busca da felicidade. Mas, pergunta o
filósofo, e o que é a felicidade? Evidentemente, para um filósofo a felicidade só pode ser o
conhecimento, a cultura. Já a política é o principio de felicidade humana, uma vez que o homem
não poderia viver, segundo Aristóteles, sozinho; então, tem que desenvolver formas de
comportamento (ética) que tornem possível seu viver "feliz" em sociedade.
Sócrates, Platão e Aristóteles são a base do pensamento crítico, da filosofia ocidental.
Grandes obras do pensamento humano foram se construindo e se fazendo sobre esta base.
Debatemos sobre a cultura ocidental, sobre o conhecimento, pensamos na divisão do fazer e do
saber e, assim, refletimos sobre o mundo das idéias de Platão. Ao discutirmos política, falamos
do comportamento humano, muitas vezes sem perceber que estamos falando da ética socrática
diante da morte em cumprimento a uma lei (mesmo que injusta) da “pólis” grega. Fazemos
textos, teses, dissertações, discursos, emitimos opiniões sem muitas vezes nos darmos conta que
estamos sendo "balizados" pelo método, organização, princípios e regras compostas por
Aristóteles. Isso se dá porque, sobretudo, somos herdeiros da civilização grega.
Bibliografia