Manual UFG Empreende Social

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PLANOS DE AULA

ELABORADO POR: LUCIANA PADOVEZ CUALHETA

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2018
APRESENTAÇÃO

O que é UFG Empreende Social?


O UFG Empreende Social é uma realização do Centro de Empreendedorismo e
Incubação da UFG (CEI-UFG) e foi planejado para apoiar o desenvolvimento de
competências empreendedoras na comunidade acadêmica, seja para a criação de
Organizações Sem Fins Lucrativos ou de projetos sociais, ou ainda para quem se
interessa por empreendedorismo social. Dessa forma, o curso se diferencia dos demais
cursos de empreendedorismo já oferecidos, por não ter foco em negócios tradicionais ou
negócios de impacto social.
No ano de 2017 foi realizada uma turma piloto, com o intuito de testar o formato do
curso e seus conteúdos. O projeto ocorreu entre os meses de setembro a novembro de
2017. Vinte e três pessoas se inscreveram e vinte concluíram o curso. O curso tem
duração de 32 horas, com 8 encontros semanais com 4 horas de duração cada.
Os conteúdos abordados são: o que é empreendedorismo social (aula 1),
identificação de oportunidades (aula 2), qual é minha missão/ quem são meus clientes
(aula 3), ​design thinking e ​canvas social (aula 4), marca e captação de recursos (aula 5),
aspectos legais (aula 6), como mensurar impactos/ elaboração de relatórios/ ​pitch (aula
7). Na aula 8 foi realizada uma banca final, na qual os alunos apresentaram seus projetos
e receberam sugestões de melhorias.

O que é o Centro de Empreendedorismo e Incubação da UFG (CEI-UFG)?


O Centro de empreendedorismo e Incubação da UFG, doravante
denominado simplesmente, CEI é um programa sem fins lucrativos, vinculado a
Coordenação de Transferência e Inovação Tecnológica (CTIT), da Pró-Reitoria de
Pesquisa e Inovação (PRPI).
O CEI ​atua na formação para empreendedorismo e na incubação de
empreendimentos. Promove cursos, oficinas, palestras e seminários para a comunidade

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interna ou externa à UFG e para a formação de professores de empreendedorismo. Entre
os seus programas, estão o UFG Empreende, o UFG Startatup Lab, a Olimpíada de
Empreendedorismo Universitário o Programa Empresa Junior, Prêmio TCC em
Empreendedorismo, entre outros.
O processo de incubação é composto por três fases: pré-incubação, incubação e
pós-incubação, que oferecem orientação específica para as etapas de concepção,
implementação e consolidação de empreendimentos.
O CEI atenderá estudantes, servidores, potenciais empreendedores e
empreendimentos em todas as áreas de atuação da UFG.

Como usar este manual?


O manual do UFG Empreende apresenta o número de cada aula, seu tema, tempo
de duração, objetivos gerais e específicos, conteúdo e recursos didáticos utilizados. Em
seguida é feita a descrição detalhada de cada atividade, com as instruções para sua
realização e a bibliografia utilizada. ​Os slides referentes a cada aula estão disponíveis
nos apêndices. ​Sugere-se que os planos de aula e os slides sejam consultados e usados
em conjunto para melhor compreensão e exposição de cada tema.
As aulas são apresentadas nesse manual na sequência em que foram realizadas,
porém sua sequência e duração podem ser alteradas e adequadas de acordo com a
necessidade de cada curso.
As aulas planejadas para o UFG Empreende são mais práticas do que teóricas e
pretendem tirar o aluno de sua zona de conforto, tornando-o protagonista do seu
aprendizado. Além disso, são propostas várias atividades fora da sala de aula e os alunos
precisam ser incentivados a realizá-las, pois assim, irão sedimentar os conhecimentos
adquiridos. Pensando nisso, aqueles que forem usar esse manual podem se sentir bem à
vontade para modificar ou adaptar os conteúdos aqui apresentados, pensando no melhor
aproveitamento do mesmo de acordo com sua realidade.

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Agradecimentos
Agradecemos aos empreendedores Lessandra Maione da Aspan e Valber
Barreto do Núcleo Esperança pela participação na Aula 1 e por compartilharem suas
experiências com os alunos.

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Sumário

Aula 01:​ Apresentação do curso / Empreendedorismo Social 5


Aula 02:​ Identificação e avaliação de oportunidades 8
Aula 03:​ Qual é minha missão? / Quem são meus “clientes?” (​Design Thinking​) 11
Aula 04:​ Canvas para Empreendedorismo Social 14
Aula 05:​ Marca e Captação de Recursos 16
Aula 06:​ Aspectos legais 18
Aula 07:​ Como mensurar Impactos / Elaboração de relatórios / Pitch 19
Aula 08:​ ​Pitch ​e Banca final 23
Referências utilizadas e recomendadas: 26
Sites úteis: 26
APÊNDICE A – Slides aula 1 27
APÊNDICE B – Slides aula 2 44
APÊNDICE C – Slides aula 3 50
APÊNDICE D – Slides aula 4 66
APÊNDICE E – Slides aula 5 74
APÊNDICE F – Slides aula 7 87
APÊNDICE G – Slides aula 8 94

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Aula 01: Apresentação do curso / Empreendedorismo Social
Tempo de duração: 4 horas

Objetivos da aula:
● Apresentar o curso;
● Fazer a apresentação dos alunos;
● Definir empreendedorismo, empreendedorismo social e conceitos importantes;
● Compreender competências empreendedoras.

Conteúdo/Roteiro:
● Dinâmica 1: Quem sou eu
● O que é UFG Empreende Social?
● Apresentação de dois empreendedores
● O que é empreendedorismo?
● O que é empreendedorismo social?
● Conceitos importantes: terceiro setor, ONG, Oscip, negócio social, negócio de
impacto social, projeto social, responsabilidade social.
● Competências empreendedoras

Recursos didáticos:
Computador, data show.

Descrição das atividades:


1. Apresentação dos alunos
Objetivos:
● Se apresentar de maneira criativa
● Tomar consciência de que cada um do grupo é único e tem alguma
característica ou experiência que o diferencia dos demais.

Descrição:
● Pedir que os alunos se levantem formando uma roda.
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● Cada um deles deve dizer seu nome, idade, o curso que cursa na
universidade e uma característica ou algo que faça que o diferencie dos
demais (o que eu faço que ninguém aqui faz?).
● Assim que o aluno falar (ex: sou faixa preta em caratê) o professor deve
confirmar se ele é o único da sala que faz isso. Caso seja, passa para o
próximo se apresentar. Caso não seja, ele deve pensar em outra coisa, até
encontrar algo em que seja único.

2. Apresentação do empreendedor:
Objetivos:
● Permitir que os alunos identifiquem na prática as competências
empreendedoras que serão ensinadas.
● Despertar o interesse dos alunos pelo tema do empreendedorismo social, ao
conhecer a experiência real de um empreendedor (a).
● Conectar a teoria com a prática, demonstrando que empreendedorismo
social também é cheio de desafios e exige preparo.

Descrição:
1. Convidar um empreendedor para participar da aula, por cerca de uma hora.
A escolha deve ser feita com cautela. Deve-se buscar um empreendedor
que se comunique bem e que não tenha receio de comentar sobre as
dificuldades enfrentadas ao empreender. Deve ser alguém disposto a falar
da ONG ou projeto que coordena, explicando como surgiu, como foi a
implementação, qual é a rotina, as dificuldades encontradas, etc.
2. Instruir o empreendedor para que ele não faça propaganda da instituição ou
projeto e sim conte a sua história.
3. Orientar o empreendedor para que a fala dure cerca de 40 minutos e abrir
20 minutos para perguntas e respostas.

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3. Atividade para a aula seguinte:
Objetivo:
Estimular os alunos a mergulhar no universo do empreendedorismo social,
identificando oportunidades de atuação.

Descrição:
1. Formar grupos com aproximadamente 4 alunos.
2. Os alunos devem:
● Identificar problemas sociais que demandem solução. Deve ser algo que a
criação de um projeto ou organização poderia ajudar a resolver.
● Entrevistar (pelo menos) 3 pessoas e gravar.
● Apresentar um vídeo com no máximo 2 minutos na aula seguinte.

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Aula 02: Identificação e avaliação de oportunidades
Tempo de duração: 4 horas

Objetivos da aula:
● Apresentar as fontes de oportunidades e como elas podem ser identificadas;
● Tratar dos cuidados necessários para avaliação de oportunidades;

Conteúdo/Roteiro:
● Apresentação dos vídeos feitos durante a semana que precedeu a aula (solicitado
na aula 1);
● O que são oportunidades?
● Fontes de oportunidades;
● Pesquisa e procura;
● Avaliação;
● Cuidados ao identificar e avaliar oportunidades;

Recursos didáticos:
Computador, data show, caixa de som.

Descrição das atividades:


A aula ​é ​iniciada com apresentação dos vídeos feitos pelos alunos, relatando
problemas sociais que podem ser solucionados com a criação de uma ONG ou projeto
social. Foi solicitado, ainda, que os alunos entrevistassem três pessoas para entender as
razões que geram o problema.
Tal atividade, além de ser desafiadora para os alunos, pois os tira da zona de
conforto e gera uma busca ativa, é também uma introdução para a aula de identificação e
avaliação de oportunidades. Além de discutir as oportunidades identificadas, é
interessante discutir também as dificuldades enfrentadas ao fazer as entrevistas e os
vídeos, pois essa discussão funciona como um gatilho para fechar o tema da aula anterior
sobre competências empreendedoras.

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1. Atividade prática:

Objetivo:
Os alunos irão escolher o tipo de problema social com o qual irão trabalhar ao
longo do curso.

Descrição:
Para realizar a atividade prática, deve-se entregar aos alunos uma lista com
fontes de problemas sociais. Em grupos de 4 ou 5 pessoas eles devem
escolher uma das fontes de problema social para trabalhar o projeto que será
realizado ao longo do curso. A lista utilizada é apresentada a seguir.

Fontes de problemas sociais:

● Desemprego
● Violência e criminalidade
● Poluição
● Saúde
● Educação
● Desigualdades de renda
● Habitação/ falta de moradia
● Drogas
● Saúde precária
● Preconceito
● Obesidade
● Cultura do excesso
● Vício em redes sociais
● Suicídio
● Falta de água
● Animais mal tratados ou abandonados
● Abusos sexuais
● Desigualdade de gênero
● Baixo acesso à cultura

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2. Atividade para a aula seguinte:
Em grupos de 4 ou 5 pessoas, os alunos devem definir a ideia de projeto social que
será trabalhado ao longo do curso. A definição dessa ideia é fundamental para que os
conteúdos ensinados sejam aplicados na prática, mas não necessariamente o projeto
deve ser realizado até o final do curso. As instruções apresentadas aos alunos são:

● Definir o grupo do projeto (4 ou 5 pessoas)


● Responder:
➢ Quem queremos ajudar?
➢ Qual problema queremos resolver? (Trazer evidências do problema: reportagens,
dados sociais, fazer registros em fotos, vídeos, entrevistas).
● Montar uma apresentação de 5 mim usando slides.
● Enviar para a professora com pelo menos um dia de antecedência da aula
seguinte, para que a ordem das apresentações seja organizada.

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Aula 03: Qual é minha missão? / Quem são meus “clientes?” (​Design Thinking​)
Tempo de duração: 4 horas

Objetivos da aula:
● Tratar da importância de ter a missão, visão e valores bem definidos para um
projeto social ou ONG;
● Apresentar bons e maus exemplos de missão para que possam ser criticadas;
● Apresentar ferramentas de ​Design Thinking para que seja possível compreender a
fundo o público que será “cliente” da ação social ou ONG.

Conteúdo/Roteiro:
● Exemplos de missão, visão e valores de algumas ONGs e projetos;
● Por que definir a missão;
● Principais problemas causados por não ter uma missão bem definida;
● Visão;
● Valores;
● O que é ​Design Thinking​;
● Ferramentas de ​Design Thinking com exemplos adaptados ao empreendedorismo
social;

Recursos didáticos:
Computador, data show, casos de ensino impressos em A4, mapa de empatia
impresso em A1, post-its, fita crepe.

Descrição das atividades:


Essa aula é uma das mais teóricas do curso, mas durante toda a apresentação dos
conteúdos os alunos participam e interagem. São apresentados bons e maus exemplos
de missão de ONGs e projetos sociais e os alunos devem identificar porque estão bem ou
mau definidos.

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É necessário reforçar a importância de ter uma missão bem definida, pois nenhum
projeto é capaz de lidar com todos os problemas. Ainda, a missão ajuda na captação de
recursos, de voluntários, funcionários e guia a organização ou projeto para seus objetivos.
Em seguida, são apresentadas ferramentas de ​Design Thinking para que os alunos
consigam entender de forma mais profunda o seu público-alvo. Deve-se reforçar que não
basta supor que o problema existe. É necessário investigar se a proposta realmente
atende as necessidades dos envolvidos. Para estimular a discussão, é apresentado um
caso prático da Naandi Foundation, que foi traduzido livremente, a partir de um texto de
Tim Brown e Jocelyn Wyatt. O texto é apresentado a seguir:

Naandi Foundation

Em uma área próxima a Hyderabad na Índia, entre a cidade e o interior, Shanti, uma
jovem mulher busca água todos os dias em um poço que fica a mais ou menos cem metros de
sua casa. Para isso, ela utiliza um galão que comporta 12 litros de água, o qual consegue
carregar em sua cabeça. Shanti e seu marido não têm água encanada em casa, e dependem
desta água (obtida gratuitamente) para beber tomar banho. Embora já tenham ouvido falar que
esta água não é tão segura quanto a oferecida pela Fundação Naandi, eles a continuam
usando. A água deste poço é utilizada pela família de Shanti há anos e, embora com uma certa
frequência, as pessoas ficam doentes após bebê-la, eles não têm planos de parar de usar esta
água.
Shanti tem alguns motivos para não usar a água do Centro de Tratamento de Naandi,
mas não são razões que se poderia imaginar. O Centro de Tratamento não é longe da sua casa
– fica a cerca de 500 metros. Ele também é bem conhecido e tem o preço acessível (mais ou
menos 10 rupees, 20 centavos de dólar para cada 20 litros de água). Ser capaz de pagar esta
pequena taxa se tornou até mesmo um símbolo de ​status para alguns habitantes do local. O
hábito de buscar água também não é um fator que prejudica a ida ao Centro. Na realidade,
Shanti recusa a água mais segura devido a uma série de falhas no funcionamento geral do
sistema.
Embora Shanti consiga caminhar até o Centro de Tratamento, ela não é capaz de
carregar sozinha os 20 litros de água que a Fundação requer que ela use. Quando o recipiente
oferecido está cheio de água, ele fica muito pesado, além de não ter sido criado pensando na
possibilidade de ser carregado na cabeça ou os ombros, como Shanti está acostumada a
carregar objetos pesados. O marido de Shanti também não pode ajudá-la na tarefa de carregar
a água, uma vez que ele trabalha na cidade e não volta para sua casa antes de o Centro fechar.
Além disso, a Fundação exige que cada família compre um cartão mensal que lhes dá 20 litros
de água por dia, uma quantidade muito além do que realmente precisam. “Por que nós
compraríamos mais do que precisamos e gastaríamos dinheiro?”, pergunta Shandi, adicionando
que estaria mais disposta a comprar a água de Naandi caso fosse possível adquirir em menor
quantidade.
O Centro Comunitário de Tratamento foi criado para produzir água limpa e potável, e
tem feito isso muito bem. De fato, o centro funciona de forma adequada para muitas pessoas
que moram na comunidade, em especial para aquelas famílias em que o marido ou os filhos
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mais velhos possuem bicicletas e podem visitar o Centro ao longo do horário comercial. Os
criadores do centro, porém, perderam a oportunidade de criar um sistema ainda melhor porque
falharam em considerar a cultura e as necessidades de todas as pessoas que vivem na
comunidade.
Esta oportunidade perdida, embora aparentemente fácil de ser observada, é muito
comum. Frequentemente iniciativas falham porque elas não são baseadas nas necessidades
dos clientes ou dos consumidores e nunca receberam ​feedbacks após a construção de
protótipos. Mesmo quando pessoas vão a campo, elas podem ter noções pré-concebidas de
quais as necessidades e desejos irão atender – que podem não estar de acordo com a
realidade. Esta abordagem falha tem sido o padrão tanto nos setores sociais quanto de
negócios.
Como a situação de Shanti mostra, desafios sociais requerem soluções sistêmicas que
são construídas com base nas necessidades dos clientes ou dos consumidores. Este é o ponto
no qual muitas iniciativas naufragam, mas é onde o ​design thinking – uma nova abordagem
para criar soluções – se sobressai.
Tradicionalmente, os ​designers focam suas atenções em melhorar o aspecto ou
funcionalidade dos produtos. Exemplos clássicos do trabalho de ​design são o iPod da Apple e a
cadeira Aeron da Herman Miller. Recentemente os ​designers expandiram esta abordagem, ao
criar sistemas inteiros para entregar produtos e serviços.
O ​design thinking incorpora a observação em profundidade dos clientes, gerando ideias
e prototipação de forma rápida, tudo objetivando ir além de suposições que bloqueiam soluções
efetivas. O ​Design thinking ​– inerentemente otimista, construtivo e experimental – é focado nas
necessidades das pessoas que vão consumir um produto ou serviço e na infraestrutura que
permita que isso aconteça.
As empresas estão adotando o ​design thinking porque esta abordagem as ajuda a ser
mais inovadoras, diferenciar melhor suas marcas e levar seus produtos e serviços de forma
mais rápida até o mercado. As ONGs também estão começando a usar o ​design thinking para
desenvolver melhores soluções para os problemas sociais. O ​design thinking atravessa as
fronteiras tradicionais entre os setores público, privado e sem fins lucrativos. Por trabalhar
próximo de clientes e consumidores, o ​design thinking permite soluções de alto impacto que
surgem de baixo para cima, ao invés daquelas impostas pelo topo das organizações.

Fonte: Traduzido livremente de:


Brown, T., & Wyatt, J. (2010). ​Design thinking for social innovation IDEO​. Development
Outreach, 12(1), 29-31. Chicago.

Atividade para a aula seguinte:


Para a aula seguinte, os alunos devem definir sua missão, escolher e aplicar
algumas das atividades de ​Design Thinking ensinadas. Para isso, pode-se dar cerca de
30 minutos ao final da aula para que eles façam seu planejamento. Devem ainda,
preencher o Mapa de Empatia com os resultados obtidos. Abaixo está o arquivo do mapa
de empatia utilizado:

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Aula 04: Canvas para Empreendedorismo Social
Tempo de duração: 4 horas

Objetivos gerais:
● Apresentar a ferramenta Canvas para Empreendedorismo Social para que os
alunos consigam enxergar todas as partes do projeto, ação social ou organização
de forma integrada.

Conteúdo/Roteiro:
• Apresentação do Canvas
• Qual é o problema social?
• Quais é o benefício social?
• De que forma esse problema já está sendo resolvido?
• Quem são os meus clientes?
• Quais são os meus canais?
• Quais são os recursos necessários?
• Quais são as atividades necessárias?
• Quem são meus parceiros?
• Quais métricas serão usadas?
• Qual é minha estrutura de custos?
• Como somos financiados?

Recursos didáticos:
Computador, data show, Canvas impressos em A1, post-its, fita crepe.

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Descrição das atividades:
Cada parte do Canvas para Empreendedorismo Social é apresentada brevemente.
Em seguida, o material é distribuído para os alunos para que possam desenvolver o seu
Canvas em grupos, com a ajuda do(a) professor(a). A seguir é apresentado o arquivo do
Canvas utilizado:

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Aula 05: Marca e Captação de Recursos
Tempo de duração: 4 horas

Objetivos gerais:
● Discutir a importância da criação de uma marca que seja consistente com os
objetivos da organização ou projeto;
● Discutir as principais fontes de captação de recursos, doadores, voluntários,
funcionários, etc.
● Uso de redes sociais.

Conteúdo/Roteiro
● Exemplos de marca de ONGs e projetos sociais;
● Importância da criação de marcas;
● Fontes de captação de recursos;
● A busca por doadores;
● Face to face;
● Marketing de causa;
● Eventos;
● Editais;
● Uso de redes sociais;
● Funcionários;
● Voluntários.

Recursos didáticos
Computador, data show.

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Descrição das atividades
Essa aula também é predominantemente teórica, porém os alunos participam e
interagem com todo o conteúdo, dando sugestões e opiniões. Para que isso seja possível,
é necessário apresentar diversos exemplos de cada um dos tópicos discutidos.
Abaixo são apresentados alguns links úteis para essa aula:
• https://www.filantropia.ong/
• https://gife.org.br/
• https://prosas.com.br/editais
• http://www.neuronio.com.br/index.php
• http://captadores.org.br/
• http://tecnoarte.eco.br/
• https://desafiosocial.withgoogle.com/brazil2016
• http://www1.folha.uol.com.br/empreendedorsocial/
• http://nossacausa.com
• http://escolaaberta3setor.org.br/
• http://www.abong.org.br

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Aula 06: Aspectos legais
Tempo de duração: 4 horas

Objetivos gerais:
● Discutir as diferenças entre a legislação para empresas tradicionais e ONGs;
● Compreender quais são as necessidades legais e jurídicas para se registrar uma
ONG;
● Diferenças entre as possíveis formas jurídicas a se adotar;

Conteúdo/Roteiro
● ONG, instituição, associação, fundação e entidade: semelhanças e diferenças;
● Títulos e certificados: OSCIP, utilidade pública, entidade beneficente de assistência
social;
● Constituição passo a passo de uma associação;
● Contratos, convênios e termos de parceria com o poder público.

Recursos didáticos
Computador, data show.

Descrição das atividades


Como essa aula trata de aspectos jurídicos e legais e exige um conhecimento mais
aprofundado do tema, uma advogada especialista no assunto foi convidada a participar.
Ela é dona da Maya Consultancy (www.maiaconsultancy.com). Caso não seja possível
convidar alguém para participar, não há problemas. Essa aula foi uma demanda dos
alunos, que estavam interessados em transformar seus projetos em ONGs. A exclusão
dessa aula não afeta o bom andamento geral do curso.

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Aula 07: Como mensurar Impactos / Elaboração de relatórios / Pitch
Tempo de duração: 4 horas

Objetivos gerais:
● Discutir os possíveis impactos do empreendedorismo social;
● Compreender por que mensurar e como mensurar;
● Tratar da importância da elaboração de relatórios;
● Explicar como elaborar relatórios;

Conteúdo/Roteiro:
● Impactos do empreendedorismo social;
● Dificuldades na mensuração de impactos;
● Por que mensurar;
● Como mensurar;
● Exemplos de impactos;
● Como elaborar relatórios;
● Exemplos de relatórios;

Recursos didáticos:
Computador, data show, manual de elaboração de relatórios impresso (1 para cada
grupo);

Descrição das atividades:


Inicialmente, os conteúdos de impactos do empreendedorismo social devem ser
discutidos. Então, os alunos devem se reunir em grupos para definir como irão mensurar
os seus resultados. Esse campo deve ser preenchido no Canvas. Em seguida, deve-se
discutir a importância da elaboração de relatórios, demonstrando alguns exemplos. O
roteiro que foi utilizado é apresentado a seguir.

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MODELO DE RELATÓRIO DE ATIVIDADES ANO ​XXXX
(Será analisado pelo MDS o relatório de atividade do ano anterior ao do requerimento)

NOME DA ENTIDADE:
CNPJ:
E-MAIL:
ENDEREÇO:
MUNICÍPIO/UF:
CEP:
1. OBJETIVO GERAL DA ENTIDADE:

ORIENTAÇÕES PARA ELABORAÇÃO DO RELATÓRIO DE ATIVIDADES


Exemplo: Se a entidade protocolou seus documentos no MDS no ano de 2015, deverá anexar
à documentação o relatório das atividades desenvolvidas em 2014.

FUNDAMENTAÇÃO LEGAL:
A entidade ​deve observar a Lei nº 12.101/2009, Lei nº 12.868/2013, Lei nº 8.742/1993 (LOAS),
Decreto nº 8.242/2014, Decreto nº 6.308/2007, Tipificação Nacional dos Serviços
Socioassistenciais - Resolução CNAS nº 109/2009, Resolução CNAS nº 27/2011, Resolução
CNAS nº 33/2011, Resolução CNAS nº 34/2011 e demais normativas referentes à certificação.
Para facilitar o entendimento, o MDS disponibilizou em seu site a cartilha prática “​Passos para
a Certificação ​- ​CEBAS Assistência Social”​, organizada em perguntas e respostas sobre as
etapas do processo de certificação. Essa cartilha pretende esclarecer dúvidas e orientar as
entidades de Assistência Social para o requerimento de sua certificação, bem como contribuir
para o entendimento da sua importância.

NOME DA ENTIDADE:
CNPJ:
E-MAIL:
ENDEREÇO:
MUNICÍPIO/UF:

22
CEP:

1. OBJETIVO GERAL DA ENTIDADE:

Neste tópico deve ser abordada de forma ampla qual a finalidade da entidade. Podem ser descritos
também os objetivos específicos.
2. ATIVIDADES, SERVIÇOS, PROGRAMAS E PROJETOS:

É fundamental que, em cada atividade desenvolvida pela entidade, contenha a descrição dos itens abaixo
relacionados por área de atuação - Assistência Social, Educação e Saúde, quando houver - de todas as
atividades/projetos/serviços/programas desenvolvidos no ano de análise.
✓ DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE REALIZADA: ​O que e como foi desenvolvida? Exemplo:
Convivência de crianças e adolescentes. Nessa atividade os participantes, no contra turno
escolar, participaram de oficinas para promover a convivência. Exemplos de oficinas: arte,
informática, música, dança, esporte, auxílio pedagógico nas matérias básicas. Além disso, foram
realizadas reuniões com os pais e/ou responsáveis para fortalecer os vínculos familiares e
comunitários.
✓ PÚBLICO-ALVO: Quem foram as pessoas para as quais a oferta esteve direcionada? É
necessário caracterizar o público-alvo, citando dentre outros elementos, a faixa etária, sexo e a
escolaridade. Citar a forma de seleção do público, informando se o CRAS ou CREAS encaminha
pessoas para o atendimento da entidade;
✓ QUANTIDADE DE PESSOAS ATENDIDAS​: Número total de pessoas que participaram das
atividades/projetos/serviços/programas desenvolvidos pela entidade;
✓ DIA/HORÁRIO/PERIODICIDADE: ​A frequência com a qual a oferta foi realizada. Exemplo:
Segunda a sexta-feira, das 08h às 12h; durante todo o ano;
✓ RECURSOS HUMANOS: Citar os profissionais que atuaram em cada atividade, a carga horária
de trabalho e o vínculo trabalhista com a entidade - se é por contrato de trabalho ou se é trabalho
voluntário. Exemplo: 01 psicólogo funcionário da entidade com contrato de 40 horas semanais, 01
assistente social cedido pela prefeitura com carga horária de 30 horas semanais, 02 voluntários
com carga horária de 10 horas semanais, 02 pedagogos funcionários da entidade com contrato
de 40 horas semanais e 10 educadores sociais funcionários da entidade com contrato de 40
horas semanais.
Sugerimos a inclusão do quadro de recursos humanos conforme o modelo abaixo:
Quadro de Recursos Humanos da entidade XXX
Profissão Quantidade Carga Horária Vínculo com a entidade
Semanal de cada
profissional
Psicólogo 1 40 horas Celetista (carteira assinada)

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Assistentes sociais 2 30 horas Celetista (carteira assinada)
Pedagogo 2 10 horas Voluntário
Pedagogos 2 40 horas Celetista (carteira assinada)
Educadores Sociais 10 40 horas Celetista (carteira assinada)

✓ ABRANGÊNCIA TERRITORIAL​: Qual o alcance da atividade realizada pela entidade (Nacional,


Estadual ou Municipal). Diagnóstico dos territórios nos quais a atividade foi desenvolvida;
✓ RESULTADOS OBTIDOS A PARTIR DA ATIVIDADE REALIZADA: Descrever quais foram os
resultados alcançados com o desenvolvimento da atividade, ou seja, quais foram os resultados e
a repercussão do projeto para o público-alvo, mantendo coerência com os objetivos. Os
resultados devem ser quantitativos e/ou qualitativos.
✓ ORIGEM DOS RECURSOS FINANCEIROS​: De onde vieram as receitas/verbas para a realização
das atividades. Exemplo: Convênios e/ou Parcerias firmadas com prefeituras, secretarias, órgãos
públicos, doações de pessoas físicas/jurídica, entre outros.

OBS.: DESTACAR SE AS ATIVIDADES SÃO GRATUITAS PARA OS USUÁRIOS.


As Entidades que ofertam o Acolhimento Institucional para Idosos poderão ser certificadas pelo
MDS desde que eventual cobrança de participação do idoso no custeio da entidade se dê nos termos e
limites do Estatuto do Idoso (até 70 % do BPC ou benefício previdenciário).
Para fins de comprovação deste requisito, além da documentação exigida, a entidade deve
apresentar:
● Relação nominal dos idosos, com os valores correspondentes de seu
benefício/aposentadoria/pensão na participação do custeio das atividades.
● Cópia do modelo de contrato de prestação de serviço firmado com idoso.

Observação: A demonstração de gratuidade no Relatório de Atividades não isenta a necessidade de


apresentação dos documentos contábeis.

● DESPESAS ​DAS ATIVIDADES​: Destacar quanto foi gasto de recurso financeiro com cada
atividade;

3. PARCERIAS:

Identificar os apoios externos na execução dos ​projetos/programas/serviços desenvolvidos pela


entidade, ou seja, órgãos da esfera pública (federal, estadual ou municipal), entidades privadas ou
comunitárias que apoiaram de forma técnica, financeira ou administrativa.

24
_______________________________________________
Nome e assinatura do Presidente da Entidade

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Aula 08: ​Pitch ​e Banca final
Tempo de duração: 4 horas

Objetivos gerais:
● Produção de um ​pitch
● Capacitar os alunos para apresentar e vender suas ideias de negócio.
● Desinibição

Conteúdo/Roteiro:
● Conceitos e tipos de ​pitchs
● Habilidades importantes

Recursos didáticos:
Computador, data show.

Descrição das atividades:


Nesse curso, a aula de ​pitch e a banca final foram realizadas no mesmo dia, pois o
número reduzido de grupos possibilitou essa dinâmica. Foram formados apenas 5 grupos,
então a banca foi realizada em apenas 1 hora, já que cada grupo tem no máximo 5
minutos para apresentar.
Dessa forma, os conteúdos de ​pitch foram apresentados em 1 hora e os alunos
tiveram 2 horas para desenvolver e treinar a apresentação do ​pitch​. Caso a turma seja
maior, é necessário dedicar uma aula exclusivamente para apresentação de conteúdos e
elaboração do ​pitch​ e realizar a banca na aula seguinte.

Preparação do pitch:
Nesse momento, as equipes vão se juntar para planejar o seu ​pitch​, a partir do
conteúdo aprendido. Os professores podem ajudar, mas sem interferir excessivamente, já
que o ​pitch ​será avaliado pela banca final.

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Sites utilizados e recomendados:
● http://abre.ai/palestrapitch
● https://endeavor.org.br/como-elaborar-um-pitch-quase-perfeito/
● http://www.anjosdobrasil.net/pitch.html
● https://sharktank.pt/como-fazer-o-pitch/
● https://m.youtube.com/watch?v=uH2I0ItYtrQ
● http://m.megacurioso.com.br/comportamento/74097-veja-7-dicas-de-um-especialist
a-do-fbi-para-que-as-pessoas-gostem-de-voce.htm?utm_source=home&utm_mediu
m=tecmundo
● http://ramonkayo.com/conceitos-e-metodos/como-escrever-uma-proposta-unica-de-
valor-uvp
Observação: não foram encontradas na internet apresentações de ​pitchs específicos para
empreendedorismo social. Por isso, são usados vídeos de negócios tradicionais para que
os alunos consigam entender a lógica e adaptar para os projetos sociais propostos.

Conteúdos que devem fazer parte da apresentação:


● Cative a audiência em 10 segundos.
● Apresente o problema.
● De que forma o problema está sendo resolvido?
● Qual é nossa solução?
● Quais são os benefícios sociais esperados?
● Quem é nosso público-alvo e como iremos alcançá-lo?
● Como somos financiados?
● Como iremos medir nossos resultados?
● Quem é nossa equipe e porque somos
● capacitados?

As apresentações são feitas em PowerPoint, salvas em PDF. Os grupos têm no máximo 5


minutos para realizar a apresentação​.

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Avaliação:
● Marcar uma data para apresentação dos p​itch​s.
● Formar uma banca avaliadora (pode ser composta por outros professores,
empreendedores, potenciais “clientes” daquelas ideias, etc).
● Escolher os três primeiros colocados e, se for possível, premiá-los. Na turma piloto,
apenas o primeiro colocado foi premiado com 3 livros usados como referência em
sala de aula.

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Referências utilizadas e recomendadas:
Bornstein, D. Davis, S. (2010). ​Social Entrepreneurship: What Everyone needs to Know.
New York: Oxford University Press.
Nicholls, A. (2006). ​Social Entrepreneurship: New Models of Sustainable Social Change​.
New York: Oxford University Press.
Tozzi, J. A. (2015). ​SOS da ONG​. São Paulo: Editora Gente.
Tozzi, J. A. (2017). ​ONG Sustentável​. São Paulo: Editora Gente.
Takeshy, T. (2014). ​Organizações Não Governamentais e Terceiro Setor - Criação de
ONGs e Estratégias de Atuação​. São Paulo: Atlas

Sites úteis:
• https://www.filantropia.ong/
• https://gife.org.br/
• https://prosas.com.br/editais
• http://www.neuronio.com.br/index.php
• http://captadores.org.br/
• http://tecnoarte.eco.br/
• https://desafiosocial.withgoogle.com/brazil2016
• http://www1.folha.uol.com.br/empreendedorsocial/
• http://nossacausa.com
• http://escolaaberta3setor.org.br/
• http://www.abong.org.br
• www.mayaconsultancy.com

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APÊNDICE A – Slides aula 1

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APÊNDICE B – Slides aula 2

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APÊNDICE C – Slides aula 3

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APÊNDICE D – Slides aula 4

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APÊNDICE E – Slides aula 5

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APÊNDICE F – Slides aula 7

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APÊNDICE G – Slides aula 8

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