Raciocínio Lógico Definitivo
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Raciocínio Lógico Definitivo
RACIOCÍNIO
LÓGICO DEFINITIVO
para concursos
2020
CAPÍTULO 01
PROPOSIÇÕES LÓGICAS
1. INTRODUÇÃO
Este capítulo inaugura o nosso estudo do Raciocínio Lógico conforme é co-
brado em concursos públicos. Iniciaremos pelo conceito mais elementar da nossa
disciplina: proposição lógica.
Esse assunto é abrangido na maioria dos programas em tópicos como Es-
truturas Lógicas ou Lógica Proposicional, em que também são abordados o que
estudaremos nos próximos capítulos.
O entendimento correto do que será tratado neste capítulo será fundamental
para o seu desenvolvimento na matéria.
Para isso, traremos tudo o que é mais importante sobre o assunto, isto é, teo-
ria na medida certa, esquemas para facilitar a sua aprendizagem e revisão, análise
e esclarecimento dos pontos mais polêmicos e diversas questões para evidenciar
como tem sido a cobrança pelas principais bancas examinadoras.
Para você que enfrentará certames organizados pelo Cespe/Cebraspe,
fique tranquilo, pois boa parte das questões resolvidas são dessa banca, afinal
ela possui uma preferência explícita por esse assunto quando comparamos com
as demais.
Então, relaxe em sua cadeira e dedique atenção total às próximas páginas,
pois o que veremos aqui, embora trate-se de conceitos de simples compreensão, é
um alicerce para o restante da disciplina.
2. CONCEITO
Inicialmente, precisamos ter em mente que uma Proposição Lógica é uma
frase declarativa, de modo que transmite pensamentos de sentido completo e
exprime julgamentos a respeito de determinadas informações, que serão analisadas
quanto à sua veracidade.
28 RACIOCÍNIO LÓGICO DEFINITIVO PARA CONCURSOS • Alex Lira | Alexandre Meirelles
3. VALORES LÓGICOS
Já sabemos que toda proposição lógica deve permitir o julgamento do seu
conteúdo. Em outras palavras, quando estamos diante de uma proposição, podemos
chegar a uma conclusão a respeito do que ela afirma. A essa conclusão damos o
nome de valor lógico, que pode ser ou verdadeiro (V) ou falso (F), mas não ambos.
Portanto, ao ler uma frase e não conseguir avaliá-la como ou verdadeira ou
falsa, você pode concluir que não está diante de uma proposição lógica.
TOME NOTA!
Valor lógico é o resultado do julgamento que fazemos a respeito de uma pro-
posição lógica, que pode ser ou verdadeiro ou falso, mas não ambos.
4. CARACTERÍSTICAS BÁSICAS
De acordo com o que analisamos até o momento, é possível perceber que
todas as proposições lógicas possuem características fundamentais.
A primeira delas é que as proposições são orações. Logo, devem possuir
sujeito e predicado (obviamente com a presença de um VERBO). Dessa forma,
expressões do tipo “Os apaixonados por forró.” não são consideradas proposições,
pois não há predicado.
Além disso, como vimos anteriormente, as proposições lógicas são frases
declarativas, que possibilitam ao leitor julgar a veracidade do seu conteúdo.
Por fim, dizemos que é possível atribuir a uma proposição lógica apenas um
valor lógico. O que isso quer dizer, colega? Ora, é impossível que uma proposição
seja verdadeira e falsa ao mesmo tempo! Isto é, ou será verdadeira ou será falsa,
mas nunca os dois valores simultaneamente.
É declarativa
^ RESOLUÇÃO:
Observe atentamente a sentença apresentada pela questão. E aí, colega, será
que estamos diante de uma proposição? Na verdade, essa frase é interrogativa.
Acabamos de aprender que frases interrogativas não são proposições lógicas, pois
por meio delas não é possível realizarmos um julgamento.
Gabarito: Errado.
30 RACIOCÍNIO LÓGICO DEFINITIVO PARA CONCURSOS • Alex Lira | Alexandre Meirelles
^ RESOLUÇÃO:
Analisando as cinco frases, percebemos que quatro delas (itens A, B, D e E)
possuem uma característica comum: não são proposições.
Isso acontece porque sentenças exclamativas, interrogativas, imperativas e
sem verbo não são proposições.
Já a frase contida no item C é uma proposição ou uma sentença declarativa,
pois conseguimos fazer um julgamento face o seu conteúdo.
Gabarito: C.
^ RESOLUÇÃO:
O enunciado da questão inicia nos dando uma aulinha de português, definindo
sentença. Sendo a sentença uma oração, existe a necessidade de que possua verbo.
Opa! Já poderemos eliminar os itens que não possuem verbo. Assim, é fácil
perceber que os itens 3, 4 e 5 não têm verbo na sua estrutura, não sendo sentença
ou proposição lógica.
Assim, enquadram-se no conceito de sentença apenas os itens 1, 2 e 6.
Gabarito: A.
^ RESOLUÇÃO:
O nosso objetivo consiste em analisar se as afirmações presentes no enunciado
são corretas. Vamos lá!
A primeira está certa, pois realmente a frase é uma proposição lógica e, sendo
esse o caso, ela ou é falsa ou é verdadeira.
Similarmente, a segunda também está certa. A expressão “Bom dia!” não é
uma proposição lógica. Trata-se, apenas, de um cumprimento, sem verbo, e ainda
corresponde a uma frase exclamativa.
Por fim, o conteúdo da terceira afirmação está certo. De fato, o valor lógico
de uma proposição é único: ou verdadeiro ou falso, mas não ambos.
Assim, as três afirmativas estão corretas.
Gabarito: D.
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5. SENTENÇAS ABERTAS
As sentenças abertas são aquelas nas quais não podemos determinar o
sujeito, não sendo possível julgá-las como verdadeiras ou falsas. De fato,
seu valor lógico (ou V ou F) depende do valor atribuído à variável (x, y,...) ou
a quem a frase se refere. Portanto, as sentenças abertas não são consideradas
proposições lógicas.
É nesse sentido que uma sentença aberta é também conhecida como função
proposicional, num paralelo com as funções analisadas no âmbito da matemática.
Pois a cada vez que substituímos x por alguma coisa, obtemos uma proposição
diferente, que então poderá ser julgada como V ou F, assim como acontece com
uma função.
Por exemplo, na frase “x + 2 = 7”, a sentença será verdadeira se atribuirmos
a “x” o valor 5. Do contrário, ela será falsa. Na frase “A cidade y é a capital do
Brasil”, se nos referirmos a Brasília, a sentença é verdadeira. Caso contrário, é falsa.
E na frase aberta “Ela é a melhor esposa do mundo” o pronome ela funciona
como uma variável, que pode ser substituída pelo nome de pessoas específicas.
Desse modo, a depender da mulher inserida na frase, o valor pode ser V ou F,
concorda?
Mas, será que é possível transformar uma sentença aberta numa proposição
lógica? Sim, existem duas formas de conseguirmos isso.
A primeira delas consiste em atribuir um valor às variáveis presentes na
frase. Foi exatamente isso o que fizemos nos exemplos dos parágrafos anteriores.
Mas, para esclarecer ainda melhor esse aspecto, considere a seguinte frase: “Ele
era presidente do Brasil no ano 2000”. Ao atribuir ao pronome “ele” o nome de
Fernando Henrique Cardoso, a frase passaria a ser uma proposição lógica, com
valor lógico V.
Entendido esse ponto? Passemos adiante.
Também podemos converter uma sentença aberta numa proposição por meio
de quantificadores, como todo, algum e nenhum.
ESQUEMATIZANDO
SENTENÇAS
ABERTAS
1) atribuir um valor às variáveis presentes
na frase.
É possível transformá-las
em proposições lógicas
2) por meio de quantificadores (todo, algum
e nenhum).
^ RESOLUÇÃO:
Vamos aprofundar um pouco mais o conceito de sentenças abertas.
Bem, sentenças abertas são aquelas nas quais não podemos determinar o
sujeito, não sendo possível julgá-las como verdadeiras ou falsas. De fato, seu valor
lógico (ou V ou F) depende do valor atribuído à variável (x, z,...) ou a quem a frase
se refere. Portanto, as sentenças abertas não são consideradas proposições lógicas.
A frase I é uma sentença aberta, pois “Ele” pode, nesta questão, estar se
referindo a um homem qualquer. Não podemos classificá-la em V ou F, pois não
sabemos sobre quem estamos falando.
34 RACIOCÍNIO LÓGICO DEFINITIVO PARA CONCURSOS • Alex Lira | Alexandre Meirelles
A frase II é, sem dúvida, uma sentença aberta, pois há duas variáveis e infi-
nitos valores que podem tornar a frase verdadeira ou falsa.
Já a frase III é uma sentença fechada, pois facilmente podemos verificar o
sujeito e classificá-la em V ou F.
Gabarito: A.
^ RESOLUÇÃO:
Aprendemos que as sentenças abertas não permitem julgá-las como verda-
deiras ou falsas, pois seu valor lógico depende do valor atribuído à variável ou a
quem a frase se refere.
Veja que a frase apresentada na alternativa E contém uma variável, mas ela se
torna uma constante ao atribuir a ela o valor 8, de modo que passamos a ter uma
proposição lógica, pois temos condições de avaliar seu conteúdo como V ou F.
Por outro lado, na alternativa B, foi trazida uma sentença aberta, pois não
foi especificado qual jogo foi bom. A depender dos times envolvidos, nem sempre
assistir à partida é interessante. Ou seja, a depender de qual sujeito foi escolhido,
temos valores lógicos diferentes.
Gabarito: B.
Princípio da Idendade
• Uma proposição verdadeira é sempre verdadeira. Uma proposição falsa é sempre falsa.
^ RESOLUÇÃO:
O enunciado inicia falando a respeito da lógica bivalente. Essa é outra forma
de chamar a lógica proposicional que estamos estudando. Recebe esse nome devido
ao fato de estarmos sempre analisando as sentenças quanto aos dois valores lógicos
possíveis: V e F. Daí vem o termo bivalente (dois valores).
Ela obedece ao princípio da não contradição, que pode ser representado por:
Gabarito: Errado.
^ RESOLUÇÃO:
Colega, vimos que os princípios da lógica clássica são:
Princípio da Identidade: uma proposição é igual a si mesma.
–
Princípio da Não Contradição: uma proposição não pode ser verdadeira
–
e falsa ao mesmo tempo.
Princípio do Terceiro Excluído: uma proposição pode ser V ou F, não
–
havendo um terceiro valor lógico possível.
Gabarito: D.
^ RESOLUÇÃO:
O item está errado, pois segundo a informação da sentença, dá-se a entender
que uma proposição pode assumir uma quantidade de dois ou mais valores lógicos
(V ou F), o que não respeita o Princípio Fundamental do Terceiro Excluído.
Gabarito: Errado.
^ RESOLUÇÃO:
A frase apresentada indica que, considerando especificamente a função de
professor, uma determinada pessoa ou ocupa ou não ocupa esse posto, não existe
uma terceira possibilidade.
Ora, isso é uma clara aplicação do Princípio do Terceiro Excluído, o qual
afirma que uma proposição só pode ter um dos dois valores lógicos, isto é, ou é
verdadeira ou falsa, não podendo ter outro valor.
Gabarito: E.
Cap. 01 • PROPOSIÇÕES LÓGICAS 37
^ RESOLUÇÃO:
A sentença trazida pelo enunciado é um paradoxo, pois corresponde a uma
oração declarativa, que não pode ser classificada em V ou F.
De fato, se dissermos que essa frase é verdadeira, teremos uma contradi-
ção – pois será verdade que a frase é falsa, logo a frase é falsa. Por sua vez, caso
afirmássemos que a frase é falsa, teremos novamente uma contradição. Se assim
o fizermos, então será falso que a frase dentro daquelas aspas é falsa, portanto, a
frase é verdadeira.
Assim, a frase não pode ser nem verdadeira nem falsa. O que concluímos?
Que esta frase não é uma proposição lógica, por desrespeitar o Princípio da Não
Contradição.
Gabarito: errado.
7. REPRESENTAÇÃO DE PROPOSIÇÕES
Uma técnica que é muito interessante utilizarmos quando formos resolver
uma questão envolvendo proposições é a representação delas por meio de letras.
Por exemplo:
p: João é professor.
q: 10 > 12.
r: Eva foi ao hospital visitar Bia.
Daqui por diante, quando afirmarmos que é verdade que “Eva foi ao hospital
visitar Bia” (p), representaremos por VL (p) = V, ou seja, o valor lógico de p é
verdadeiro.
IMPORTANTE!
Não se preocupe tanto com o conteúdo da proposição. Na maioria dos casos,
quem nos dirá se a proposição é verdadeira ou falsa é o enunciado do exer-
cício. Ao resolver questões, veremos que todas as proposições fornecidas são
tomadas como sendo verdadeiras, a menos que o exercício diga o contrário.
Por exemplo, se a questão disser que a proposição “2 + 2 = 7” é verdadeira, você
deve aceitar isso, ainda que saiba que o conteúdo dela não é realmente correto.
Cap. 01 • PROPOSIÇÕES LÓGICAS 41
Ou seja, a banca considerou que essa sentença seria uma proposição compos-
ta. Porém, diante da argumentação contida nos recursos apresentados, o CESPE
anulou a questão, de modo que permanece a dúvida sobre o real posicionamento
da banca sobre este tópico.
Portanto, colega, em sendo uma prova elaborada pelo CESPE, recomendamos
que você tente perceber em cada caso o que é que o examinador deseja, já que
lamentavelmente não há uma regra fixa! Absurdo? Na nossa opinião, sim. Mas
fazer o quê?!
9. RESUMO
Proposição Lógica é uma frase declarativa, de modo que transmite pensa-
mentos de sentido completo e exprime julgamentos a respeito de determinadas
informações, que serão analisadas quanto à sua veracidade.
É declarativa
SENTENÇAS
ABERTAS
1) atribuir um valor às variáveis presentes
na frase.
É possível transformá-las
em proposições lógicas
2) por meio de quantificadores (todo, algum
e nenhum).
Princípio da Idendade
• Uma proposição verdadeira é sempre verdadeira. Uma proposição falsa é sempre falsa.
Simples Compostas
Não pode ser dividida em proposições São duas ou mais proposições conectadas
menores. entre si, resultando numa única declaração.
^ RESOLUÇÃO:
Analisando as cinco frases, percebemos que quatro delas (I, II, III e V) pos-
suem uma característica comum: não são proposições. Por que, mestres? Ora,
acabamos de ver que...
Sentenças exclamativas;
Sentenças interrogativas;
Sentenças imperativas;
Sentenças sem verbo
... não são proposições.
Já a frase IV é uma proposição ou uma sentença declarativa, pois conseguimos
fazer um julgamento face o seu conteúdo.
Gabarito: D.