Tiago C. Ramacciotti
Tiago C. Ramacciotti
Tiago C. Ramacciotti
Monografia
Tiago C. Ramacciotti
Salvador, Bahia
Março, 2013
II
III
Monografia
Tiago C. Ramacciotti
Monografia de Conclusão do
Componente Curricular MED-
B60, e como pré-requisito
obrigatório e parcial para
conclusão do curso médico da
Faculdade de Medicina da Bahia
da Universidade Federal da Bahia,
apresentada ao Colegiado do Curso
de Graduação em Medicina.
Salvador, Bahia
Março, 2013
V
Equipe
Tiago C. Ramacciotti
Rua Augusto Viana, s/n, Complexo Hospitalar Universitário Professor Edgard Santos,
Serviço de Onco-Hematologia, Térreo, Canela, Salvador, Bahia, Brasil – CEP 40110-
060
e-mail: [email protected]
VII
Agradecimentos
Sumário
Figura 1 .......................................................................................................................... 06
Figura 2........................................................................................................................... 08
Figura 3 ........................................................................................................................... 09
Tabela 1 .......................................................................................................................... 11
Tabela 2 .......................................................................................................................... 12
Tabela 3.......................................................................................................................... 13
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II. RESUMO
III. OBJETIVOS
PRINCIPAL
SECUNDÁRIOS
IV. INTRODUÇÃO
Figura 1
Presença de intenso infiltrado inflamatório crônico associado a agrupamentos de células epiteliais com alterações
nucleares. Coloração HE aumenta de 400X.
Figura 2
Citologia específica de PTC. A. Morfologia nuclear que caracteriza carcinoma papilífero inclui núcleos alargados
sobrepostos, que são claros por causa de a marginação periférica da cromatina, e contornos irregulares que formam
sulcos e inclusões citoplasmáticas B. Sulcos intranucleares resultantes da irregularidade nuclear (Grooves). C.
Pseudoinclusões citoplasmáticos intranucleares: acumulo de citoplasma em proeminentes ranhuras nucleares. D.
13
Cromatina de compensação com marginação periférica, dando origem aos núcleos dos olhos da órfã Annie .
IV.3 A Associação
Lâminas coradas para p63. A. Agregados p63-positivos em TH, com alterações nucleares. B. CPT bem
diferenciado, com células superficiais p63-negativas e ninhos celulares subepiteliais p63-positivos24.
10
IV. METODOLOGIA
Foi realizada uma busca nas grandes bases de dados da literatura médica
(PubMed, SciELO, e LILACS).
V. RESULTADOS
Tabela 1
Tabela 2
de casos com CPT e sem CPT, bem como, sem TH e com TH. Através da média, do
desvio padrão, e do intervalo de confiança, foi encontrado um total de 3,3 vezes mais
probabilidade de haver uma associação causal entre TH e CPT. Entre os artigos
selecionados houve uma grande variação de resultados, enquanto que o maior valor foi
encontrado no artigo de Cipolla C (2005) 7,44 vezes mais chances de haver uma
associação causal entre o PC e o HT e o valor mais baixo do artigo era de Repplinger D
(2008) 1,36 vezes mais provável.
Tabela 3
VI. DISCUSSÃO
Em meta-análise de Singh (1999), foi encontrada uma taxa 2,77 vezes mais
elevada de TH em pacientes com CPT, em comparação à população controle26. Também
foi observado que, em uma população de pacientes com câncer de tireoide, uma taxa 1,9
vezes maior de TH foi observada em pacientes com CPT, comparado a outros tipos
histológicos de câncer de tireoide26. Estes dados sugerem não só um fator causal, mas
uma maior predileção de CPT em pacientes com TH, corroborando os achados de nossa
análise (na qual foi encontrada uma taxa 3,3 maior de associação entre as duas
condições). Tem sido relatado, em estudos com confirmação molecular para os
rearranjos cromossômicos da RET/PTC e a presença de P63, que a inflamação provoca
uma resposta imune, com a ativação de citocinas e fatores de crescimento que levam à
lesão de estroma celular em torno18,19,20,27. Este ciclo repetido de dano celular e
cicatrização alterara os elementos estromais, contribuindo para alterações genéticas e
proliferação inadequada de células cancerígenas28.
Novos estudos moleculares estão emergindo para ratificar tal associação, como
os estudos de Gasbarri, em que a expressão da galectina-3, uma molécula associada com
a transformação de células da tiroide, foi observada em quase todos os carcinomas
descobertos em associação com TH29. Além disso, há outros marcadores, como o
anticorpo monoclonal HBME-1 (que identifica um epítopo ainda bioquimicamente
desconhecido e que é constantemente expresso no câncer de tiroide) e a ciclina D1 (que
forma um complexo que facilita a passagem através do ponto de restrição do ciclo
celular por inativação da proteína supressora de tumor retinoblastoma protein (pRb),
causando anomalias cromossômicas e amplificação gênica em diferentes tipos de
tumores), por exemplo29. Também foi identificada a presença de fosfatidilinositol 3-
quinase (PI3K), uma quinase lipídica ativada por uma variedade de estímulos
extracelulares, desempenhando um papel crucial no equilíbrio entre a sobrevivência
15
global. Eles concluíram que os pacientes com CPT, na presença de TH, tiveram um
resultado clínico mais favorável provavelmente por diagnóstico concomitante de CPT
em fase inicial. A coexistência de TH com CPT associa-se a fatores de melhor
prognóstico, tais como menor tamanho do tumor e menor incidência de metástases
linfonodais18,25,34. Além disso, foi observado que pacientes com CPT e TH tendem a ter
um curso mais indolente do que aqueles com CPT apenas, incluindo menores taxas de
recorrência da neoplasia35. Em um estudo retrospectivo com uma grande casuística foi
observada uma mortalidade específica por câncer de 0,7% e uma taxa de sobrevida livre
de recidiva de 95% em 10 anos, nos pacientes com TH, em comparação com uma
mortalidade de 5% e uma taxa de sobrevida livre de recidiva de 85% em 10 anos em
casos de CPT sem TH36.
Os dados reunidos nessa revisão reforçam a ideia de que a associação entre CPT
e TH deve ser mais do que casual em indivíduos susceptíveis27. Entretanto, esta hipótese
ainda não pode ser confirmada porque não há dados suficientes para elucidar se não há
outros fatores causais, de cunhos genéticos, ambientais, hormonais ou inflamatórios
envolvidos32,33. Há também que se levar em consideração o baixo nível de evidência dos
tipos de artigos selecionados para a revisão (em sua quase totalidade, séries de casos.
Ver Tabela 1). Outro fator que pode influenciar negativamente os resultados é o fato de,
na maioria dos casos, os trabalhos usados empregarem amostras baseadas em
tireoidectomias, o que pode gerar um viés de seleção importante e prejudicar a
generalização dos resultados encontrados para outra população que não a de
tireoidectomizados.
17
VII. CONCLUSÕES
VIII. SUMMARY
REFERÊNCIAS
of survival in metastatic papillary thyroid cancer. Thyroid Res. Jul 19; 4 (1) :12.
2011.
12. Al-Brahim N, Asa SL. Papillary thyroid carcinoma: an overview. Arch Pathol
Lab Med. Jul; 130 (7) :1057-62. 2006.
13. Eloy C, Santos J, Soares P, Sobrinho-Simões M. The preeminence of growth
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in the occurrence of papillary thyroid carcinoma lymph node metastases.
Virchows Archiv : an international journal of pathology 28, 2011.
14. Cipolla C, Sandonato L, Graceffa G, Fricano S, Torcivia A, Vieni S, et al.
Hashimoto thyroiditis coexistent with papillary thyroid carcinoma. Am Surg;
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15. Das DK, Sheikh M, Mallik MK, Sharma PN, Mannan AA, Sheikh ZA, Haji BI,
George SS, Madda JP, Hussein S, Francis IM. Papillary thyroid carcinoma: How
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Indian Journal of Pathology and Microbiology, 53(4):686-91, 2010.
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17. Strauss M, Laurian N, Antebi E. Coexistent carcinoma of the thyroid gland and
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thyrocytes: follicular cells of Hashimotos thyroiditis share low-level
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papillary carcinomas: effects of the detection methods and genetic heterogeneity.
J Clin Endocrinol Metab, v. 91, n. 6, p. 2040-2, 2006.
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