Texto Seminário - Grupo 1
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ESCRITA
ACADÊMICAS
Introdução
Neste capítulo, você vai estudar o fichamento acadêmico. Esse é um
assunto fundamental para todos aqueles que produzem textos científicos,
um tipo de produção escrita que segue uma estruturação específica e
exige certa organização metodológica. Portanto, algumas estratégias
devem ser aplicadas.
Ao longo da leitura, você vai identificar os objetivos do fichamento e
conhecer diferentes formas de fichar trechos parafraseados. Além disso,
vai conhecer ferramentas on-line de organização das pesquisas, como
o Mendeley.
Objetivo do fichamento
Na elaboração de textos acadêmicos, é importante conhecer algumas estra-
tégias. O fichamento, entre outros procedimentos, contribui para a organi-
zação prévia dos materiais lidos que vão embasar a reflexão proposta pelo
autor. Ao longo do processo de pesquisa de informações para sustentar a
sua argumentação, no sentido de afi rmar a sua hipótese de pesquisa, você
acessa inúmeros textos, autores e fontes, não é? Por conseguinte, encontra
citações importantes para a argumentação do seu trabalho. Mas como reunir
essas informações para, posteriormente, revisitá-las e inseri-las no estudo?
No contexto da produção escrita acadêmica, o fichamento compreende a
atividade de registro de leituras. Ele consiste em registrar um livro e/ou um texto
2 Fichamento acadêmico
Assunto do texto
O fichamento é um recurso importante para você registrar tudo o que lê. Se você elabora
um fichamento adequado, não precisa retornar aos originais o tempo todo. Assim, você
otimiza o seu tempo de produção escrita. Além disso, o processo de construção das
fichas de leitura amplia o seu entendimento em relação ao que está lendo.
Fichamento acadêmico 3
Tipos de fichamento
Ao elaborar fichas de leitura, você vai reunir textos produzidos por outros
autores. Ou seja, é preciso ter cuidado, pois você estará fazendo paráfrase.
Isso significa que você estará repetindo com as suas palavras as ideias
de outro autor. Inclusive, você pode, em algumas situações, copiar entre
aspas citações diretas do texto para utilizá-las em conjunto com as ideias
parafraseadas.
Portanto, no fichamento, evidencie os trechos que são paráfrase e aqueles
que são cópia direta. Para o leitor do seu trabalho, o que não estiver devidamente
citado, conforme as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas
(ABNT), se evidenciará como de sua autoria.
A paráfrase deve ser elaborada com base nas ideias presentes na obra
original. Ela confirma as ideias do autor no novo texto, fazendo alusão ao
original, sem modificar ou inserir dados. Observe o exemplo a seguir.
Texto original:
O reconhecimento de palavras é a base da leitura; todos os outros processos
dependem dele. Se os processos de reconhecimento de palavras não funcio-
narem de forma fluente e eficiente, a leitura será, na melhor das hipóteses,
altamente ineficiente (SNOWLING, 2013, p. 21).
Metodologia científica
“O senso comum tende a considerar o fato como realidade, isto é, verdadeiro, definitivo,
inquestionável e autoevidente. Da mesma forma, imagina teoria como especulação, ou
seja, ideias não comprovadas que, uma vez submetidas à verificação, se se revelarem
verdadeiras, passam a constituir fatos e, até, leis.” (p. 113)
Metodologia científica
Sugestão de paráfrase:
Compreender a pesquisa pressupõe entendimento sobre o conhecimento. Em muitas
etapas da pesquisa, é necessário recorrer ao campo de análise, no sentido de compre-
ender o contexto a ser observado. Para tanto, não é apenas o conhecimento científico
que deve ser validado. O conhecimento vulgar, ou popular, como também é conhecido,
pode ser utilizado em alguns momentos de análise, uma vez que se soma ao conheci-
mento científico e, por essa razão, não deve ser desconsiderado. A diferença, portanto,
pode ser estabelecida no método de análise de cada um, o que não invalida nenhuma
das abordagens. Apenas devem ser consideradas como instrumentos diferenciados do
processo de aprender, conforme afirmam Lakatos e Marconi (2003, p. 76).
Mendeley
O Mendeley foi lançado em 2008. Ele pode ser utilizado no formato para
desktop ou diretamente na Web. Para utilizá-lo no desktop, o usuário deve
fazer o download do programa, o qual vai ser instalado no computador. No
programa, então, o pesquisador pode gerenciar e compartilhar os dados da
sua pesquisa. É possível, no Mendeley, gerar estatísticas relacionadas com
o número de artigos pesquisados, com a identificação dos autores de acordo
com as áreas. Também é possível organizar os autores que pesquisam pelo
mesmo tema de interesse. Essa ferramenta funciona ainda como uma espécie
de rede social. Além disso, os usuários podem compartilhar informações com
os responsáveis pelo Mendeley, a fim de aprimorá-lo.
Resumidamente, o Mendeley é um software de gerenciamento de referências
e uma rede social acadêmica, na qual os usuários se cadastram e organizam
as suas pesquisas. Eles podem, inclusive, trocar informações com outros
usuários para descobrir pesquisas recentes e pertinentes ao objeto pesquisado.
Fichamento acadêmico 7
https://qrgo.page.link/ekU4N
https://qrgo.page.link/Vvr2u
Figura 1. Nota ao longo do texto, que pode ser retomada para fichamento.
8 Fichamento acadêmico
EndNote
O EndNote é um software desenvolvido para ser acessado on-line e gratui-
tamente (na sua versão EndNote Web). O seu objetivo é facilitar a gestão
de referências. O Endnote está vinculado às Bases de Dados de Informa-
ção Científico-Tecnológica (BDICTs) da Thomson, ou seja, Web of Science,
Derwent e Journal Scitation Reports, que estão disponíveis no Portal Capes.
Para utilizar a ferramenta, o usuário acessa com uma conta e insere infor-
mações que estão relacionadas com a pesquisa que está desenvolvendo. Em
seguida, clica em Show/Hide Getting Started Guide e, depois, seleciona a
Fichamento acadêmico 9
opção Getting Started with EndNote Web. Assim, em seguida, são exibidos
links para facilitar o agrupamento e a formatação das referências. Essa ferra-
menta também possibilita alguns outros recursos para ampliar o fichamento
dos materiais. São eles:
Esses software são úteis para o pesquisador, que pode aperfeiçoar a orga-
nização e o registro de informações. Busque conhecê-los e selecione a opção
mais adequada para a sua prática.
DUONG, K. Rolling out Zotero across campus as a part of a science librarian’s outreach
efforts. Science and Technology Libraries, v. 29, n. 4, 2010.
YAMAKAWA, E. K. et al. Comparativo dos softwares de gerenciamento de referên-
cias bibliográficas: Mendeley, EndNote e Zotero. Transinformação, v. 26, n. 2, ago.
2014. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-
-37862014000200167&lng=en&nrm=iso. Acesso em: 15 set. 2019.
SEVERINO, A. J. Metodologia do trabalho científico. 22. ed. São Paulo: Cortez, 2002.
SNOWLING, C. H. (org.). A ciência da leitura. Porto Alegre: Penso, 2013.
Fichamento acadêmico 11
Leituras recomendadas
ELSEVIER. Citation Plugin. [S. l.: s. n.], 2019. Disponível em: https://www.mendeley.com/
reference-management/citation-plugin. Acesso em: 15 set. 2019.
ELSEVIER. Mendeley. [S. l.: s. n.], 2019. Disponível em: https://www.mendeley.
com/?interaction_required=true. Acesso em: 15 set. 2019.
MARCONI, M. A.; LAKATOS, E. Maria. Metodologia do trabalho científico. 6. ed. São Paulo:
Atlas, 2001.