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Modalidade do trabalho: Relatório técnico-científico

Evento: XX Seminário de Iniciação Científica

TERAPIA NUTRICIONAL PARA PACIENTE ONCOLÓGICO EM CUIDADO


PALIATIVO: ESTUDO DE CASO CLÍNICO1

Carla Kremin da Silva2, Adriane Huth3, Karina Ribeiro Rios4.

1 Estudo de Caso Clínico desenvolvido durante o Estágio em Nutrição Clínica- UNIJUI


2 Acadêmica do 8o semestre do Curso de Nutrição – UNIJUI
3 Nutricionista. Professora Mestre do Departamento de Ciências da Vida, Curso de Nutrição – UNIJUI
4 Nutricionista. Professora Mestre do Departamento de Ciências da Vida, Curso de Nutrição – UNIJUI;

Resumo: O câncer é uma doença caracterizada pelo crescimento desordenado de células com caráter
maligno, que podem disseminar pelo organismo, tornando a doença agressiva.Vários fatores podem
contribuir na etiologia do câncer, tais como: tabaco, dieta inadequada, genética, vírus, radiação,
substância químicas. A desnutrição está relacionada à diminuição da resposta ao tratamento específico
e à qualidade de vida. O tratamento do câncer leva a alterações físicas, psicológicas e sociais.O
presente estudo constitui-se em um estudo de caso clínico a partir do atendimento de um paciente
oncológico hospitalizado. Para tanto, foi utilizado o protocolo para atendimento nutricional. .O
paciente apresentou sintomas decorrentes da metástase óssea: dor, náuseas anorexia, fadiga. A terapia
nutricional buscou amenizar os sintomas decorrentes da metástase e seguiu as diretrizes dos cuidados
paliativos, com objetivo de oferecer conforto e qualidade de vida.

Palavras chave: câncer, desnutrição, nutrição.

Introdução
O câncer é uma doença caracterizada pelo crescimento desordenado, rápido e agressivo de células que
invadem os tecidos e órgãos podendo espalhar-se (metástase) para outras regiões do corpo, é uma
síndrome que envolve múltiplos fatores causais (genéticos e ambientais).
O câncer vem se tornando problema de saúde pública mundial. A Organização Mundial de
saúde(OMS)(INCA, 2011)estimou que no ano de 2030, podem esperar-se 27 milhões de casos
incidentais de câncer, 17 milhões de mortes por câncer e 75 milhões de pessoas vivas, anualmente com
câncer.
Assim, no Brasil em 2012/2013 as estimativas apontam aproximadamente 518.510 casos novos de
câncer(INCA,2011).
Para enfrentar essa doença as políticas públicas e atuação dos profissionais de saúde devem tomar
iniciativas de educação em saúde em todos os níveis da sociedade,promoção e orientação a indivíduos e
grupos,apoio e estimulo a formulações de leis que permitem monitorar a ocorrência de casos.(INCA,
2011)
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Uma detecção precoce das alterações nutricionais no paciente oncológico permite intervenção em
momento oportuno. Esta intervenção nutricional inicia-se nomomento em que há o primeiro contato do
profissional nutricionista com o paciente, através de sua percepção crítica, da história clínica e de
instrumentos adequados, que definirão um plano terapêutico ideal.(INCA, 2011)
É muito freqüente a desnutrição calórica e protéica em indivíduos com câncer, o fator determinante da
desnutrição é a redução na ingesta de alimentos, por redução do apetite, dificuldades para mastigar e
engolir alimentos, alterações no paladar, náuseas, vômitos, diarréias e hábitos alimentares inadequados.
A terapia nutricional (TN) tem a finalidade de prevenir e diminuir as complicações do estado
nutricional do paciente.(CUPPARI, 2005).
Os cuidados paliativos em pacientes oncológicosmantêm o foco da atenção no controle dos sintomas e
na qualidade de vida. O adequado preparo da equipe é fundamental para controle da dor e sintomas em
pacientes com câncer avançado sob cuidados paliativos.
O foco em cuidados paliativos não é reabilitar o estado nutricional do paciente, e sim oferecer conforto
e prazer. É dever do nutricionista adequar as recomendações dietoterápicas de acordo com os sintomas
apresentados, conforme aceitação alimentar, e é responsável também pelos esclarecimentos aos
pacientes e familiares sobre a nutrição em cuidados paliativos(INCA,2011).
O trabalho tem como objetivo relatar e discutir a terapia nutricional ao paciente oncológico em
cuidados paliativos.

Metodologia:
O estudo de caso clínico foi realizado com base no atendimento de paciente oncológico, internado em
uma unidade hospitalar o qual se encontra em cuidados paliativos. Efetuou-se coleta de informações
junto ao prontuário:exames laboratoriais, medicamentos, diagnóstico clínico. Foi aplicadorecordatório
alimentar de 24 horas. Para cálculo de índice de massa corpórea - IMC utilizou-se peso (Kg) e estatura
(cm) relatados pelo paciente devido àimpossibilidade do mesmo em executar protocolo específico para
aferição. As fontes de consulta utilizadas foram as bases de dados cientificas em meio eletrônico, livros
da área de nutrição clínica e oncologia.

Resultados e discussão:
A avaliação do paciente possibilitou a identificação dos dados: sexo masculino, 59 anos de idade,
internou em unidade hospitalar e está sendo acompanhado desde 05/08/2012.Atualmente está em
cuidados paliativos e apresentadiagnóstico de hipertensão arterial sistêmica, diabete mellitus e
metástases óssea. Relata que perdeu 10Kg em um mês e apresenta muita dor,faz uso de paracetamol,
codeína, morfina, para amenizar a dor.De acordo com a avaliação nutricionalo paciente encontra-se em
estado de eutrofia, entretanto apresenta risco nutricional.
A avaliação nutricional do paciente oncológico tem por objetivo estimar risco de morbi-mortalidade da
desnutrição, identificar e individualizar causas e conseqüências, analisar grupo de pacientes com maior
possibilidade de beneficiar-se do suporte nutricional. Mas de fato não existe método ideal e a
classificação do estado nutricional depende do uso criterioso das formas de avaliação (INCA, 2011).
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Foi usado Harris–Benedict(FAUSTO, 2003)para estimativa das necessidades energéticas, e
recordatório para análise de ingesta. Constatou-se que o consumo alimentar via oral apresenta-se
insatisfatório em relação a real necessidade.
Neste caso, a conduta nutricional utilizada foi o uso de suplemento alimentar pelo fato do paciente não
atingir aproximadamente 60% das necessidades energéticas via oral. Este procedimento é preconizado
pelo Consenso Nacional de Nutrição Oncológica (INCA, 2011) A inapetência e perda ponderal de peso
sãorelatados por Correa (2007), presente em 65 a 85% os casos. Segundo dados do INCA (2001), a
inapetência e a perda de peso são muitas vezes esperados pelos pacientes oncológicos portadores de
doença avançada.
Outras manifestações clínicas recorrentes em pacientes oncológicos segundo Toscano (2008) são:
anemia, anorexia, dor, náuseas, vômitos e fadiga. Todos estes sintomas descritos o pacientes em estudo
apresenta.
A dor é outro sintoma muito comum em pacientes oncológicos. BENARROZ (2009) traz a dor como
gatilho para alterações de humor, sono, irritabilidade e inapetência, considerando um fenômeno
complexo multidimensional correlacionados a elementos sensoriais, afetivos, cognitivos e
comportamentais.Conforme CORREA (2007), em estágios avançados da doença a dor passa a afetar a
qualidade de vida do paciente sendo necessária a utilização de medicamentos que possam vir a
minimizar o estado de sofrimento. Neste caso, o paciente faz se uso de paracetamol, codeína e morfina.
As náuseas relatadas pelo paciente também são descritas por Benarroz (2009), bem como vômitos,
alteração no paladar, corroborando para uma menor ingesta de alimentos, agravando ocaso clinico e
prejudicando a qualidade de vida.
Sua prescrição alimentar foi baseada em suas necessidades, e na aceitaçãoda dieta. Foi prescrita dieta
de consistência branda, fracionada em seis vezes ao dia, hipocalórica(em função da baixa aceitação),
hiperproteica. As proteínas em quantidade e qualidade adequadas são importantes por seremas
principais envolvidas nos processos de construção e reparação de todos os tecidos do corpo
humano(MAHAN, 2005).

Conclusões:
É fundamental o trabalho de uma equipe multidisciplinar no acompanhamento de pacientes
oncológicos em cuidado paliativo. O nutricionista da equipe deve avaliar o paciente oncológico o mais
precocemente possível. A prescrição da terapia nutricional precoce minimiza as complicações do
tratamento e previne a deterioração do estado nutricional.Uma conduta nutricional bem estabelecida e
baseada em um diagnóstico clínico nutricional é capaz de melhorar todos os parâmetros nutricionais, o
que por sua vez será traduzido emqualidade de vida e controle dos sintomas.

Referências bibliográficas
BENARROZ, Monica de Oliveira; FAILLACE Giovanna Borges Damião; BARBOSA Leandro
Augusto. Bioética e nutrição em cuidados paliativosoncológicos em adultos. Cad. Saúde Pública, Rio
de Janeiro, 25(9):1875-1882, set, 2009.
Modalidade do trabalho: Relatório técnico-científico
Evento: XX Seminário de Iniciação Científica
BRASIL, MINISTÉRIO DA ONCOLOGIA. INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER.
CARVALHO, Antônio C.C.; SOUSA, José Marconi A. Cardiopatia Isquêmica. Revista Brasileira de
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CORRÊA, Priscilla Hiromi; SHIBUYA Edna. Administração da Terapia Nutricional em Cuidados
Paliativos. Revista Brasileira de Cancerologia; 53(3): 317-323, 2007;
FAUSTO, Maria Arlene. PlanejamentodeDietasedaAlimentação. Livraria e Editora Revinter Ltda. São
Paulo 2003.
CUPPARI, Lílian. Nutrição Clínica no Adulto, Manole Ltda, São Paulo, SP, 2005.
MEOHAS,Walter,et al., Metastase óssea: Revião de Literatura. Revista Brasileira de Cancerologia,
2005;51(1):43-47.
MAHAN, L. K., ESCOTT-STUMP S. Krause:Alimentos Nutrição e Dietoterapia. 11ª ed.São Paulo:
Roço,2005.
TOSCANO, Bruna de Abreu Flores et al. Câncer: implicações nutricionais. Com. Ciências
Saúde;19(2):171-180; 2008

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