1 - Eixo VI - Humanas - Digital

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Caderno de Apoio à

Aprendizagem – EJA

HUMANAS
Unidade 1

HISTÓRIA

GEOGRAFIA

SOCIOLOGIA

FILOSOFIA

EIXO VI/TAII
EXPEDIENTE
Governo da Bahia Lucas Bispo de Oliveira Santos
Rui Costa | Governador Maria Célia Silva Coelho
João Leão | Vice-Governador Maria Luiza França Sampaio
Jerônimo Rodrigues | Secretário da Educação Marinalva Silva Mascarenhas
Danilo Melo Souza | Subsecretário Nathalia Lãoturco de Carvalho
Manuelita Falcão Brito | Superintendência de Soraia Jesus de Oliveira
Políticas para a Educação Básica
Tathiane da Silva Alves Oliveira
Coordenação Geral Thalisson Andrade Mirabeau
Isadora Silva Santos Sampaio Yone Maria Costa Santiago
Jorge Bugary Teles Junior
Suporte pedagógico
Jurema Oliveira Brito Catarina Cerqueira de Freitas Santos
Iara Matins Icó Sousa Cintia Pláscido Silva Meireles
Manuelita Falcão Brito Cristiano Rodrigues de Abreu
Relação dos professores Macia da Silva Mascarenhas
Ana Margarete Gomes
Apoio técnico
Andreus Bastos Cruz Luiza Ubiratan de Oliveira
Ângelo Jasher Soares Bomsucesso Ivanete Conceição Oliveira Amorim
Catarina Cerqueira de Freitas Santos Maria Célia Silva Coelho
César Mustafá Tanajura Marcella Vianna Bessa
Daniela Ferreira Sodré
Elias Antônio Almeida de Fonseca
Diagramação
Marjorie Amy Yamada
Erica Borges de Almeida Nunes
Fernanda Pereira de Brito Foto da capa
Francisco Silva de Souza Bloco de Carnaval – Carybé (1993)

Gildo Mariano de Jesus


Isadora Silva Santos Sampaio
Janaina Gelma Alves do Nascimento
Jorge Bugary Teles Junior
José Carlos dos Santos Oliveira
Leinah Silva Souza
À Comunidade Escolar,
A pandemia do coronavírus explicitou problemas e introduziu desafios para
a educação pública, mas apresentou também possibilidades de inovação.
Reconectou-nos com a potência do trabalho em rede, não apenas das redes
sociais e das tecnologias digitais, mas, sobretudo, desse tanto de gente
corajosa e criativa que existe ao lado da evolução da educação baiana.
Neste contexto, é com satisfação que a Secretaria de Educação da Bahia
disponibiliza para a comunidade educacional os Cadernos de Apoio à
Aprendizagem – EJA, um material pedagógico elaborado por dezenas
de professoras e professores da rede estadual durante o período de
suspensão das aulas. Os Cadernos são uma parte importante da estra-
tégia de retomada das atividades letivas, que facilitam a conciliação dos
tempos e espaços, articulados a outras ações pedagógicas destinadas a
apoiar docentes e estudantes.
Assegurar uma educação pública de qualidade social nunca foi uma missão
simples, mas nesta quadra da história, ela passou a ser ainda mais ousada.
Pois além de superarmos essa crise, precisamos fazê-lo sem compro-
meter essa geração, cujas vidas e rotinas foram subitamente alteradas, às
vezes, de forma dolorosa. E só conseguiremos fazer isso se trabalharmos
juntos, de forma colaborativa, em redes de pessoas que acolhem, cuidam,
participam e constroem juntas o hoje e o amanhã.
Assim, desejamos que este material seja útil na condução do trabalho
pedagógico e que sirva de inspiração para outras produções. Neste sentido,
ao tempo em que agradecemos a todos que ajudaram a construir este
volume, convidamos educadores e educadoras a desenvolverem novos
materiais, em diferentes mídias, a partir dos Cadernos de Apoio, contem-
plando os contextos territoriais de cada canto deste país chamado Bahia.
Saudações educacionais!
Jerônimo Rodrigues
SUMÁRIO
3 Carta à Comunidade

HISTÓRIA 
5 Tempo, tempo, tempo...
11 Primeiros tempos, mudanças e permanências
19 As civilizações que influenciaram a nossa civilização
GEOGRAFIA 
26 Sociedade em movimento, novo olhar sobre o trabalho!
32 Regras, para que te quero!
37 Eu em conexão com o Mundo
SOCIOLOGIA 
43 Sou sabido, sim, senhor!
50 Como ser eu em um mundo de gente
56 Ô, mundão desigual!
FILOSOFIA 
63 Um convite ao espanto
69 Representações do real: mito e filosofia
75 Conhecimento filosófico: investigação sobre os períodos
da história

INTERDISCIPLINAR 
81 Planeta Terra, Planeta Água
TRILHA 1
HISTÓRIA
Tempo, tempo, tempo...

1  PONTO DE ENCONTRO ���������������������������������������� •


Oi, pessoal! Vamos botar o pé na estrada? Vamos começar a estudar as
aventuras da História? O primeiro passo é sempre o mais importante de
qualquer jornada porque é o passo que é resultado da decisão de caminhar.
Mas a gente não precisa fazer isso sozinho, vamos juntos nessa estrada.
Com quem você decide caminhar é mais importante do que em qual estrada
você resolveu percorrer.
Estamos juntos, é o que importa!

2  BOTANDO O PÉ NA ESTRADA�������������������������������� •
Você tem filhos ou crianças em sua casa? Já reparou como eles crescem
rápido? Como o tempo não para? Outro dia eram bebezinhos e hoje já estão
grandes, andando e falando tudo.
Nossa trilha é sobre o tempo!
“O tempo cura tudo!”, “O tempo é o senhor da verdade!”, “O tempo põe no
esquecimento!”. Esses ditos populares nos ajudam a entender como as
pessoas entendem o tempo na vida de cada um!
Será que o que passou tem que ficar no passado? Temos que esquecer o
que passou?
Você se lembra do seu primeiro beijo? Do nascimento do seu filho? Do
primeiro emprego?
Você quer esquecer essas coisas?

TRILHA 1 | Tempo, tempo, tempo... 5


3  LENDO AS PAISAGENS DA TRILHA������������������������� •
Figura 1.  Pintura rupestre Figura 2.  Máquina a vapor

Fonte: UFBA Fonte: Amantes da Ferrovia

As duas imagens pertencem a períodos diferentes da História, elas nos


remetem a épocas diferentes.
1 Você sabe a qual período da história referem-se as figuras?

HISTÓRIA
2 Quais histórias podemos contar a partir da observação das ima-
gens acima?

4  EXPLORANDO A TRILHA�������������������������������������� •
Figura 3.  Página de janeiro 2020
• Você conhece essa imagem? Sabe para
que serve?
• Quais são os elementos de contagem do
tempo que estão presentes na imagem?
• Existem outras formas de representar o
tempo?
• Por que os homens tiveram a necessidade
Fonte: TV MaisNews
de contar o tempo?

A contagem do tempo histórico


O modo de medir e dividir o tempo varia de acordo com a crença, a cultura
e os costumes de cada povo. Os cristãos, por exemplo, datam a história da
TRILHA 1 | Tempo, tempo, tempo... 6
humanidade a partir do nascimento de Jesus Cristo. Esse tipo de calen-
dário é utilizado por quase todos os povos do mundo, incluindo o Brasil.
O ponto de partida de cada povo ao escrever ou contar a sua história é o
acontecimento que é considerado o mais importante.
O ano de 2008, em nosso calendário, por exemplo, representa a soma dos
anos que se passaram desde o nascimento de Jesus e não todo o tempo
que transcorreu desde que o ser humano apareceu na Terra, há cerca de
quatro milhões de anos.
Como podemos perceber, o nascimento de Jesus Cristo é o principal marco
em nossa forma de registrar o tempo. Todos os anos e séculos antes do
nascimento de Jesus são escritos com as letras a.C. Então 127 a.C., por
exemplo, é igual a 127 anos antes do nascimento de Cristo.
Os anos e séculos que vieram após o nascimento de Jesus Cristo não são
escritos com as letras d.C., bastando apenas escrever, por exemplo, ano 127.

HISTÓRIA
O uso do calendário facilita a vida das pessoas. Muitas vezes, contar um
determinado acontecimento exige o uso de medidas de tempo tais como
século, ano, mês, dia e até mesmo a hora em que o fato ocorreu. Algumas
medidas de tempo muito utilizadas são:

Milênio: período de 1.000 anos Mês: 29, 30 ou 31 dias


Século: período de 100 anos Semana: 7 dias
Década: período de 10 anos Dia: 24 horas
Ano: 365 ou 366 dias Hora: 60 minutos
Adaptado de <https://www.sohistoria.com.br/ef2/tempo/>. Acesso em 30.jul.20.

Vamos pesquisar para saber mais sobre o tempo e sua contagem? Anote
o resultado no seu caderno.

1 Por que os homens começaram a contar o tempo?


2 Se existem outras formas de contar o tempo, quais são elas?
3 Existe uma maneira correta de contar o tempo?
TRILHA 1 | Tempo, tempo, tempo... 7
5  RESOLVENDO DESAFIOS DA TRILHA����������������������� •
Figura 4.  Principais períodos da história

Fonte: Stoodi

O quadro acima é uma Linha do Tempo. É uma forma de organizar os


fatos históricos de uma forma sequencial e de fácil entendimento. A nossa
história está dividida, por convenção, em períodos limitados por grandes
acontecimentos históricos. Temos as seguintes divisões: pré-história, Idade
antiga, idade média, idade moderna e idade contemporânea. E o início e o

HISTÓRIA
fim de cada período estão associados a um grande fato histórico. Mas, a
gente sabe que a idade média não acabou no ano 476, quando o império de
Constantinopla cai. Essa organização é só para gente ter uma ideia. Cada
período tinha característica diferentes.
Pré-história: os homens eram, na maior parte, nômades e não havia
escrita. As sociedades se organizavam em clãs (famílias) e não tinham um
comércio organizado.
Idade antiga: Essa época, formaram-se as grandes sociedades dos egíp-
cios, mesopotâmicos, fenícios, hebreus. E a sua cultura influencia a socie-
dade ocidental até nos dias atuais.
Idade média: em relação a Europa, temos um período de ruralização e de
domínio da religião católica sobre a sociedade e a sua cultura.
Idade Moderna: formação das monarquias nacionalistas, da expansão
marítima, da reforma protestante, do renascimento cultural e até mesmo
da revolução industrial.
TRILHA 1 | Tempo, tempo, tempo... 8
Idade contemporânea: período marcado pelo crescimento do capitalismo,
das grandes guerras e da evolução da ciência.
As características apresentadas acima são genéricas e não conseguem dar
para a gente a dimensão do que eles realmente eram.
O termo Pré-história, por exemplo, pretendia designar o período da vida da
espécie humana anterior à invenção da escrita. A história seria estudada,
portanto, a partir do momento em que surgiram os primeiros documentos
escritos. Essa ideia é hoje muito criticada, afinal, os humanos que não
sabiam escrever também têm história.
A gente pode aprofundar um pouco mais pesquisando sobre esses perí-
odos. Em sites de busca da internet ou em livros de história, busque fatos
que correspondam a cada período e anote em seu caderno ampliando o
entendimento desses períodos.

6  A TRILHA É SUA: COLOQUE A MÃO NA MASSA!��������� •

HISTÓRIA
Texto 1 Eu nasci a dez mil anos atrás – Raul Seixas
Eu nasci Eu vi Cristo ser crucificado
A dez mil anos atrás O amor nascer e ser assassinado
E não tem nada nesse mundo Eu vi as bruxas pegando fogo
Que eu não saiba demais Pra pagarem seu pecados
Eu vi

▶ Ouça a música completa no vídeo – https://youtu.be/Q9W74gqL5_w

1 O que você achou da música?


2 É possível uma pessoa conhecer tanta história? Como?
3 A música faz referência a fatos importantes para todo mundo ou
só para uma parte dele? Explique.
4 Se você pudesse, qual momento histórico você gostaria de ter
participado? Faça um pequeno texto contando as razões.
TRILHA 1 | Tempo, tempo, tempo... 9
7  A TRILHA NA MINHA VIDA����������������������������������� •
Se a gente pensar em nossa própria vida, veremos que também podemos
dividir em períodos e que alguns fatos marcam esses novos períodos, um
exemplo: minha vida mudou no dia do meu casamento pois, além de mudar
de casa, formei minha própria família.
Você também pode montar no seu caderno uma linha do tempo com acon-
tecimentos e fases da sua vida. Vamos tentar? Abaixo um modelo que você
pode usar colocando no círculo menor a data e no maior o fato.
Figura 5.  Exemplo de linha do tempo

HISTÓRIA
Fonte: Shutterstock

8 AUTOAVALIAÇÃO����������������������������������������������� •
Fim da trilha ou início de novos caminhos?
Chegou a hora de avaliar o nosso percurso.

1 Você fez todas as atividades propostas?


2 Sentiu dificuldades com alguma etapa?
3 Tirou dúvidas com o professor?
4 Quais as temáticas você deve aprofundar mais?

Até a próxima viagem!

TRILHA 1 | Tempo, tempo, tempo... 10


TRILHA 2
HISTÓRIA
Primeiros tempos, mudanças e permanências

1  PONTO DE ENCONTRO ���������������������������������������� •


Olá, estudante.
Como você está? A gente sabe que às vezes temos que enfrentar muitos
desafios, mas vamos olhar para trás e perceber o quanto já conquistamos!
Sinta orgulho das suas conquistas. Se também olharmos para a história
das nossas mães, pais e avós, veremos muitos lutadores, não é mesmo?
Nessa trilha vamos voltar as histórias dos primeiros homens desbrava-
dores do planeta terra.
Partiu para uma nova aventura?

2  BOTANDO O PÉ NA ESTRADA�������������������������������� •
Você gosta de arte? Qual é a expressão artística com que você se mais se
identifica? Por quê?
A seguir temos duas imagens de expressões artísticas em diferentes
tempos históricos.
Figura 1.  Grafite do muro do Colégio Estadual Figura 2.  Pintura rupestre do Complexo Arqueoló-
Marques de Maricá, em Salvador–BA gico Serra das Paridas, em Lençóis–BA

Fonte: Educação Bahia (2017). Fonte: Guia Chapada Diamantina.

TRILHA 2 | Primeiros tempos, mudanças e permanências 11


Sobre as pinturas rupestres, o museólogo Naum Bandeira afirma que: “O
certo é que nessas manifestações existe o impulso de produzir elementos
estéticos e o desejo de expressão de um pensamento ou sentimento.
Por isso podemos dizer que se trata de arte”. Isso significa que, desde os
primórdios da humanidade, nós produzimos arte!
Será que somos muito diferentes dos nossos primeiros ancestrais?

3  LENDO AS PAISAGENS DA TRILHA������������������������� •


Você já ouviu falar dos The Flinstones?
Era um desenho animado que passou na Figura 3.  Desenho animado The Flinstones
televisão brasileira entre os anos de 1980
e 1990. Nele os dinossauros e humanos
viviam em harmonia. Acontece que qual-
quer animação ou desenho que envolva
homens e dinossauros é pura ficção. Pois

HISTÓRIA
enquanto os dinossauros foram extintos
faz 65 milhões de anos, o Homo sapiens Fonte: Hanna Barbera.

começou a evoluir há 200 mil anos.


Para saber mais, vamos assistir a esse pequeno vídeo?
▶ Como os Homo sapiens se espalharam pelo mundo – https://
youtu.be/oBLYb636tFA
Então, nós evoluímos dos macacos?

Figura 4.  Árvore filogenética


Fonte: Estuda.com

TRILHA 2 | Primeiros tempos, mudanças e permanências 12


Texto 1 Não descendemos de macacos
Os homens modernos, da espécie Homo sapiens sapiens, não evo-
luíram dos macacos, mas compartilham um ancestral comum com eles.
Um erro muito comum é pensar que ‘viemos dos macacos’.
“Esse erro faz com que muita gente negue a teoria da evolução”,
afirmou à BBC News Mundo o paleoantropólogo espanhol José María
Bermúdez de Castro. “Para começar, é melhor afirmar que somos mais
uma espécie da ordem dos primatas”, diz o coordenador do Programa de
Paleobiologia do Centro Nacional de Pesquisa sobre a Evolução Humana,
em Burgos, na Espanha, e codiretor do projeto de pesquisa e escavação
nos sítios arqueológicos da Serra de Atapuerca, também na Espanha.
Essa linhagem de primatas “começa sua história evolutiva há cerca
de 7 milhões de anos. Naquela época, um ancestral comum com os chim-
panzés divergiu em duas linhagens diferentes, provavelmente por razões
climáticas”. “A linhagem que deu origem aos chimpanzés, Pan paniscus e
Pan troglodytes, permaneceu no oeste da África. A linhagem que acabou
dando origem à humanidade atual evoluiu no sul e no leste da África.”
Bermúdez de Castro acrescenta que compartilhamos cerca de 99%

HISTÓRIA
de nossos genes com os chimpanzés, mas a diferença (de aproximada-
mente 1,2%) é importante, uma vez que temos entre 20 mil e 25 mil genes
operacionais. “Deveríamos refletir sobre nossa relação próxima com
esses primatas, nossos primos em primeiro grau”, completa o cientista
espanhol.
Disponível em: <https://www.bbc.com/portuguese/geral-50514485>. Acesso em 31/07/2020

4  EXPLORANDO A TRILHA�������������������������������������� •
A imagem ao lado representa a reconstituição de Luzia. O crânio dela foi
encontrado no início dos anos de 1970 em Minas Figura 5.  Rec0nstituição de Luzia
Gerais. Estima-se que o fóssil possuía de 12 500
a 13 000 anos e, por isso, foi considerado como
a mulher mais antiga das Américas e também a
primeira brasileira. Esse achado foi importante
para estudar como ocorreram os fluxos migra- Fonte: Paula Giolito.

tórios de ocupação da América.

TRILHA 2 | Primeiros tempos, mudanças e permanências 13


Vamos saber mais sobre Luzia e os primeiros habitantes do Brasil? Assista
ao vídeo abaixo:
▶ O fóssil de Luzia, Lagoa Santa e curiosidades da pré-história brasi-
leira – https://youtu.be/EsT6_Bhtd2Y
Figura 6.  Pintura rupestre Você sabia que o estado da Bahia reúne um dos
da Chapada Diamantina
maiores acervos de arte rupestre do país e que, na
Chapada Diamantina, em especial, elas são encon-
tradas por toda parte?
No município de Lençóis existe a Serra das Paridas,
complexo arqueológico formado por 18 sítios, onde
é possível ver centenas de desenhos com idade esti-
mada de 8 mil a 35 mil anos, segundo especialistas.
Fonte: Guia Chapada Diamantina. Esses registros nos ajudam a entender muito sobre a
história dos primeiros moradores da Bahia.

HISTÓRIA
Que tal você pesquisar mais informações sobre os Paleoíndios, nome dado
aos primeiros povoadores do Brasil? Se encontrar um vídeo no youtube
interessante, compartilhe com seus colegas!

5  RESOLVENDO DESAFIOS DA TRILHA����������������������� •


Texto 2 O papel da carne na evolução humana
Entre as razões para defender o fim da ingestão de carnes, os vege-
tarianos apresentam uma apoiada na história de nossa espécie: o consumo
desse item não é mais vital ao ser humano, como foi para nossos ances-
trais. Não estão errados ao apresentar esse argumento. Cabe lembrar, con-
tudo, que a carne de fato teve papel fundamental na evolução.
O consumo dos produtos de origem animal pode ter contribuído
para o crescimento acelerado da massa cerebral humana, devido à grande
quantidade de nutrientes e proteínas encontrada ali, explica Rui Murrieta,
professor de antropologia do Departamento de Genética e Biologia Evo-
lutiva do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (USP). A
TRILHA 2 | Primeiros tempos, mudanças e permanências 14
dieta dos antigos não era exclusivamente carnívora: a alimentação era
mais parecida com a dos grandes macacos, que comiam frutas, tubér-
culos e sementes. “A carne era um complemento à alimentação diária,
obtida por meio da rapinagem (apropriação da caça de outros predadores)
ou da caça de pequenos animais”, diz.
“Nossos ancestrais distantes não sabiam plantar, não tinham
conhecimento e nem recursos para obter proteína e nutrientes necessá-
rios: até 10.000 ou 12.000 anos atrás, antes da revolução agrícola, éramos
caçadores e coletores”, conta o professor.
Não é possível precisar o momento exato em que o homem pas-
sou a ingerir carne, diz a antropologia. Porém, é provável que nossos
ancestrais tenham começado a consumir o produto há pelo menos dois
milhões de anos. As ferramentas usadas na época, descobertas por esca-
vações arqueológicas, deixam claro que era possível esmagar ossos e
aproveitar o tutano – substância de alta concentração de gordura encon-
trada dentro dos ossos e rica em nutrientes. “Mesmo sem esse tipo de
ferramenta, é possível que nossos ancestrais já tivessem carne em suas

HISTÓRIA
dietas há 4 ou 5 milhões de anos”, afirma Murrieta.
Outra informação importante que vem do passado e sugere que a
carne fazia parte do prato na Pré-história: nossos ancestrais possuíam
muito mais força no aparato dentário, o que facilitava a mordida e não
exigia necessariamente o corte.
Disponível em: <https://veja.abril.com.br/saude/o-papel-da-carne-na-evolucao-humana/>. Acesso em:
1/8/2020.

Responda no seu caderno:

1 Segundo o texto, por que o consumo da carne foi importante para


a evolução humana?
2 Qual o seu tipo de alimentação hoje?

O texto aponta que até 10.000 ou 12.000 anos atrás os homens eram apenas
caçadores e coletores. A partir do momento que começaram a plantar,
na chamada revolução agrícola, houve uma transformação nos hábitos
alimentares e na organização da sociedade. Eles deixaram de ser nômades
TRILHA 2 | Primeiros tempos, mudanças e permanências 15
e se tornaram sedentários e essa é uma das diferenças entre o período
Paleolítico e Neolítico.
Agora é sua vez: pesquise em livros de história ou na internet as caracte-
rísticas e as principais diferenças entre o período Paleolítico e o Neolítico e
construa um quadro comparativo no seu caderno.

6  A TRILHA É SUA: COLOQUE A MÃO NA MASSA!��������� •


Há muitos anos, um aluno perguntou à antropóloga Margaret Mead
(1901-1978) o que ela considerava ser o primeiro sinal de civilização numa
cultura. O aluno esperava que Mead falasse a respeito de anzóis, panelas
de barro ou pedras de amolar. Mas não. Mead disse que o primeiro sinal
de civilização numa cultura antiga era um fêmur (osso da coxa) quebrado
e cicatrizado. Mead explicou que no reino animal, se você quebrar a perna,
morre. Você não pode correr do perigo, ir até o rio para beber água ou
caçar comida. Você é carne fresca para os predadores. Nenhum animal

HISTÓRIA
sobrevive a uma perna quebrada por tempo suficiente para o osso sarar.
Um fêmur quebrado que cicatrizou é evidência de que alguém teve tempo
para ficar com aquele que caiu, tratou da ferida, levou a pessoa à segu-
rança e cuidou dela até que se recuperasse. “Ajudar alguém durante a
dificuldade é onde a civilização começa” disse Mead.
Disponível em: <https://institutoayrtonsenna.org.br/content/dam/institutoayrtonsenna/hub-socioemo-
cional/Empatia%20(1).pdf>.

O texto acima mostra que a empatia, ou seja, o cuidado com o outro, é


uma das características que permite que a gente viva em sociedade.
Compartilhe com seus colegas outras histórias que ilustrem situações de
compaixão, apoio e solidariedade ao próximo nesses momentos tão difíceis
que estamos passando. Se preferir, use a imaginação e faça esse registro
por meio de desenho ou poema.

TRILHA 2 | Primeiros tempos, mudanças e permanências 16


7  A TRILHA NA MINHA VIDA����������������������������������� •
Texto 1 Se o campo não planta, a cidade não janta
A agricultura familiar camponesa é uma forma de organização
social, em que o campesinato organiza a sua produção tendo como carac-
terísticas: a diversidade na produção, força de trabalho familiar, harmonia
com a Mãe Terra, respeitando os bens naturais, produção voltada para o
consumo familiar e venda do excedente. (...)
Portanto, é uma forma de organização política contrária ao modelo
hegemônico do agronegócio, que é o da morte dos rios, fauna e flora;
do vermelho do sangue de camponeses e camponesas, povos indígenas,
tradicionais, das águas e das florestas; modelo baseado no uso intensivo
de agrotóxicos, exploração da mão de obra e exportação.
A construção de um país democrático, soberano e popular passa
pela soberania alimentar. Ainda temos muito a avançar na democrati-
zação da terra, na educação do campo, em lazer e cultura no campo, no

HISTÓRIA
combate à violência, etc., para um campo digno e orientado pelo modelo
da agroecologia. (...)
Disponível em: <https://www.brasildefato.com.br/2020/07/27/artigo-se-o-campo-nao-planta-a-cida-
de-nao-janta> (adaptado).

O desenvolvimento da agricultura no Neolítico causou uma grande revo-


lução na humanidade, pois permitiu a formação de sociedades mais
complexas. Hoje, o modelo agroecológico, ou seja uma agricultura que
respeite a natureza, representa uma alternativa sustentável frente ao agro-
negócio que pode ser prejudicial tanto a nossa saúde quanto a saúde da
natureza.
E você, se preocupa com a origem do seu alimento? Debata com seus
colegas o texto Se o campo não planta, a cidade não janta e escreva um
pequeno texto no seu caderno com suas reflexões.

TRILHA 2 | Primeiros tempos, mudanças e permanências 17


8 AUTOAVALIAÇÃO����������������������������������������������� •
Fim da Trilha ou início de novos caminhos?
Chegou a hora de avaliar o nosso percurso.

1 Você fez todas as atividades propostas?


2 Sentiu dificuldades com alguma etapa?
3 Tirou dúvidas com o professor?
4 Quais as temáticas você deve aprofundar mais?

Até a próxima viagem!

HISTÓRIA

TRILHA 2 | Primeiros tempos, mudanças e permanências 18


TRILHA 3
HISTÓRIA
As civilizações que influenciaram
a nossa civilização
1  PONTO DE ENCONTRO ���������������������������������������� •
Como você está? O que tem feito para melhorar a sua vida e a vida dos que
te cercam? Somos responsáveis por todos, já pensou nisso? Esse tipo de
entendimento nos enche de responsabilidade, mas também nos anima e
faz prestar atenção no caminho das nossas trilhas. Vamos ficar atento as
pessoas, as culturas, ao meio ambiente e a nós mesmos.
Pé na estrada que o nosso caminho é longo.

2  BOTANDO O PÉ NA ESTRADA�������������������������������� •
Quando eu era criança, achava que a minha casa era a maior do mundo.
Na verdade, ela era uma das maiores da minha rua, mas como eu desco-
nhecia as outras ruas guardava esse pensamento comigo. Somente quando
comecei a andar em outros lugares percebi que a minha casa não era tão
grande assim.
Na história, muitas vezes, usamos o termo “Grandes Civilizações” para
denominar alguns povos que queremos dar destaques. Nos acostumamos
com essa expressão e sem querer associamos esse termo a povos do
Egito, Mesopotâmia, Roma, Grécia, etc. Não que não sejam grandes, mas
não são os únicos e muitas vezes não são nem os maiores.
A falta de estudo e de conhecimento e, muitas vezes, até mesmo por
razões políticas, não nos fazem considerar que, no período que denomi-
namos Idade Antiga, existiram grandes civilizações pelo mundo todo, além
das citadas e mais conhecidas, como por exemplo: A China (Ásia); a dos
incas, astecas e maias (América); os impérios de Gana, Axum, Maili, Congo,
Zimbabue (África).
TRILHA 3 | As civilizações que influenciaram a nossa civilização 19
Vamos conhecer grandes civilizações antigas?
▶ China – http://youtu.be/tVYvLXEhiNg
▶ Grandes reinos africanos – http://youtu.be/dlWDqETvUjo
▶ Impérios da Mesopotâmia – http://youtu.be/U-Cfc_YMwgM
▶ Gregos e romanos – http://youtu.be/koyDpnazMVQ

3  LENDO AS PAISAGENS DA TRILHA������������������������� •


Figura 1.  Grande Mesquita de Djenné, na África Figura 2.  A Grande Muralha, na China

HISTÓRIA
Fonte: Dan Heller. Fonte: Lost Horizon Images.

Figura 3.  Cidade da Babilônia, na Mesopotâmica Figura 4.  Coliseu, em Roma

Fonte: blog Evolución del Arte. Fonte: Marco Rubino.

Ficou com vontade de conhecer? Se nós não podemos viajar, podemos


pesquisar na internet sobre esses lugares.
Acima, você viu imagens de grandiosas construções em vários reinos
antigos. Olhando as imagens, responda:

1 O que você consegue concluir sobre os reinos que construíram


essas obras?

TRILHA 3 | As civilizações que influenciaram a nossa civilização 20


2 Para construir esses prédios eles precisavam de que tipo de
conhecimento?
3 Como seria a mão de obra que trabalhou nessas construções?
4 Por qual motivo construíram essas obras? E por que eram tão
grandiosas?

Quando obtemos essas respostas podemos compreender um pouco sobre


essas civilizações: sobre o que sabiam; o que faziam; os poderes que exer-
ciam sobre os que dominavam; sobre como organizavam a sociedade e a
política; sobre a condição econômica; sua cultura; a relação de poder com
outros povos.

4  EXPLORANDO A TRILHA�������������������������������������� •
Na Idade Antiga, período da história iniciado quando o ser humano desen-

HISTÓRIA
volveu a primeira forma de escrita na Suméria, por volta de 3500 a.C.
desenvolveram-se o que vamos chamar de grandes civilizações. Que nós
costumamos a denominar de civilizações orientais e civilizações clássicas.
Entre as civilizações orientais de destaque, estão os egípcios, os povos
mesopotâmicos, os hebreus, os fenícios, os persas etc. No caso das civi-
lizações clássicas, estamos falando dos gregos e dos romanos. Mas, nós
sabemos que outras grandes civilizações ao redor do mundo, em todos os
continentes, também estavam em pleno desenvolvimento.
A Antiguidade, portanto, é o período das grandes civilizações, e os histo-
riadores dedicam-se arduamente ao estudo delas, porque sabemos que
reconstituir o modo de vida de povos que viveram milhares de anos atrás é
algo extremamente complexo.
Fora das civilizações do Oriente Médio e da Europa, os pesquisadores
também consideram o estudo de algumas civilizações asiáticas, como a
China. No caso da América, muitos ainda consideram que as civilizações
pré-colombianas também se encaixavam dentro do modo de vida dos
povos da Antiguidade.
TRILHA 3 | As civilizações que influenciaram a nossa civilização 21
Quando falamos de Antiguidade, dedicamo-nos a entender os modos de
vida de diferentes civilizações, o que inclui as origens de cada grande civili-
zação, os seus modos de vida, os avanços realizados por elas. Além disso,
dedicamo-nos ao estudo das religiões desses povos, seus mitos de origens,
suas leis, sua economia etc.
Esse foi o período em que as grandes cidades surgiram, mas também
foi um momento de conflitos e guerras de expansão. Vamos, a seguir,
conhecer um pouco de algumas das civilizações que existiram nessa parte
da história.

Egito Antigo
O Egito Antigo foi uma civilização que se desenvolveu no nordeste da África,
na região do Egito moderno. O desenvolvimento dessa civilização estava
diretamente ligado com a existência do rio Nilo, que garantia terras férteis
e possibilitava o aprimoramento humano naquela região. Considera-se

HISTÓRIA
que a história do Egito Antigo iniciou-se quando aconteceu a unificação dos
nomos, pequenas comunidades que existiam ao redor do Nilo.
A economia egípcia era baseada principalmente na agricultura que era
realizada nas margens do fértil Nilo. Os egípcios também praticavam o
comércio de mercadorias e artesanato. Como a sociedade estava divi-
dida em castas, os trabalhadores rurais eram responsáveis por prestarem
diversos tipos de serviços em obras públicas para o faraó (canais de irri-
gação, pirâmides, diques, templos e etc).

Mesopotâmia
A Mesopotâmia é nomeada por muitos como o berço da civilização, uma vez
que parte das primeiras cidades formadas pelo homem surgiu lá. As civi-
lizações mesopotâmicas desenvolveram-se entre os rios Tigre e Eufrates,
e, por isso, ficaram conhecidas como “terra entre rios”. A Mesopotâmia foi
habitada por uma série de povos, como os sumérios, os assírios, os babi-
lônicos, os caldeus, entre outros.

TRILHA 3 | As civilizações que influenciaram a nossa civilização 22


A primeira forma de escrita desenvolvida pela humanidade foi criada na
Mesopotâmia. A escrita cuneiforme, como ficou conhecida, era realizada
em blocos de argila e foi pensada pelos sumérios. Os babilônicos também
se destacaram por fazerem um código penal que ficou muito conhecido: o
Código de Hamurábi.

Grécia Antiga
Os gregos, juntamente aos romanos, fizeram parte das grandes civiliza-
ções clássicas. Eles ficaram famosos por realizar grandes contribuições
para a humanidade em diferentes áreas do conhecimento, como filosofia,
matemática e história. O povo grego foi resultado da junção de diferentes
povos: eólios, jônios e dórios.
Os gregos ficaram muito conhecidos por possuírem um modelo de cidade
conhecido como pólis, sendo que as duas principais cidades foram Atenas
e Esparta, ambas detentoras de muitas terras, sendo Atenas, na Ática,

HISTÓRIA
e Esparta, na Lacônia e Messênia. Seus modelos eram opostos, sendo
Atenas uma cidade com o modelo democrático, e Esparta, com o modelo
aristocrático.

Roma Antiga
Roma formou a civilização com o maior império, territorialmente falando,
de toda a Antiguidade. A civilização romana surgiu como uma pequena
cidade no Lácio, região central da Itália moderna. Ao longo do tempo, os
romanos foram expandindo seus territórios e formaram uma civilização
extremamente complexa e sofisticada. Roma possuía uma sociedade bem
dividida, sendo que plebeus e patrícios eram os principais atores sociais. A
luta dos plebeus por direitos e melhores condições de vida atravessou toda
a história romana.
Adaptado de <https://guiadoestudante.abril.com.br/estudo/resumo-de-historia-egito-an-
tigo/> e de <https://mundoeducacao.uol.com.br/historiageral/idade-antiga.htm>. Acesso
em 4.ago.20.

TRILHA 3 | As civilizações que influenciaram a nossa civilização 23


6  A TRILHA É SUA: COLOQUE A MÃO NA MASSA!��������� •
Estudar sobre as sociedades antigas nos faz pensar sobre o que somos
hoje. Recebemos muitas influências maravilhosas e outras nem tanto. Mas
o fato de ter herdado um costume não quer dizer que tenhamos que ficar
presos neles para sempre. Compreender o que somos e por que somos é
importante para manter a nossa consciência e estabelecer novos rumos a
nossa caminhada.
Veja a música abaixo:

Texto 1 Mulheres de Atenas (Chico Buarque)


Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas / Vivem pros seus
maridos, orgulho e raça de Atenas / Quando amadas, se perfumam / Se
banham com leite, se arrumam / Suas melenas Quando fustigadas não
choram / Se ajoelham, pedem, imploram / Mais duras penas /Cadenas.

HISTÓRIA
Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas / Sofrem pros seus
maridos, poder e força de Atenas / Quando eles embarcam, soldados /
Elas tecem longos bordados / Mil quarentenas / E quando eles voltam
sedentos / Querem arrancar violentos / Carícias plenas /Obscenas.
(...)
Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas / Geram pros seus
maridos os novos filhos de Atenas /
Elas não têm gosto ou vontade / Nem defeito nem qualidade / Têm medo
apenas / Não têm sonhos, só têm presságios / O seu homem, mares,
naufrágios / Lindas sirenas / Morenas

▶ Música completa – https://youtu.be/MabbVn0Rlv4

1 Qual é a principal ideia que a música nos remete?


2 Ainda existem mulheres que vivem como as mulheres de Atenas?
E o que é preciso para mudar?
3 Você acha que esse comportamento machista é uma herança cul-
tural ou é um comportamento natural, instintivo?
TRILHA 3 | As civilizações que influenciaram a nossa civilização 24
7  A TRILHA NA MINHA VIDA����������������������������������� •
Pesquise na internet de que povos herdamos saberes e comportamentos
completando o quadro no seu caderno:
Conhecimento
Democracia
das estrelas
Conhecimento Língua portu-
de matemática guesa
Prática de
Religião
esportes
Comida baiana Ritos fúnebres

8 AUTOAVALIAÇÃO����������������������������������������������� •
Fim da trilha ou início de novos caminhos?

HISTÓRIA
Chegou a hora de avaliar o nosso percurso.

1 Você fez todas as atividades propostas?


2 Sentiu dificuldades com alguma etapa?
3 Tirou dúvidas com o professor?
4 Quais as temáticas você deve aprofundar mais?

Até a próxima viagem!

TRILHA 3 | As civilizações que influenciaram a nossa civilização 25


TRILHA 1
GEOGRAFIA
Sociedade em movimento,
novo olhar sobre o trabalho!
1  PONTO DE ENCONTRO ���������������������������������������� •
Olá! Que bom encontrar você por aqui no primeiro dia da nossa viagem. Fico
muito feliz quando te vejo em nosso Tempo Casa, pois este é um momento
de extrema importância para que continue avançando nas suas aprendiza-
gens e conquistas. E não se preocupe: você não está sozinho nessa trilha!
Já arrumou sua mochila? #tamojunto #vamosjuntos

2  BOTANDO O PÉ NA ESTRADA�������������������������������� •
• Como ficou sua situação profissional no período da quarentena?
• Conhece alguém que ficou desempregado na quarentena?
• E o contrário, conheceu alguém que conseguiu emprego na quarentena?
• Já pensou numa forma criativa e afetuosa para se manter trabalhando
na quarentena?
Para caminhar na trilha, responda às perguntas em seu caderno.

3  LENDO AS PAISAGENS DA TRILHA������������������������� •


Observe estas imagens:
Figura 5.  Fila de banco em Petrolina Figura 6.  Largo de Santana

Fonte: Folha de Campo Grande Fonte: Daniele Rodrigues

TRILHA 1 | Sociedade em movimento, novo olhar sobre o trabalho! 26


Figura 7.  Praia do Porto da Barra Figura 8.  Feira em Salvador

Fonte: Bruno Wendel Fonte: Tiago Caldas

1 O que elas expressam?


2 Há uma mensagem vinculada às imagens?
3 Se há, que mensagem é essa?
4 Alguma das imagens chamou sua atenção? Por quê?

Bora caminhar? Responda às perguntas no caderno e continue na trilha.

GEOGRAFIA
4  EXPLORANDO A TRILHA�������������������������������������� •
Parabéns pelo seu desempenho até aqui e obrigado pela sua participação!
Vamos continuar a trilha com a leitura de dois textos. Você topa? Ouvi
“topo”! Então vamos!

Texto 1 Um mundo com medo do coronavírus


Paris, Barcelona, Veneza e outras cidades turísticas estão irreconhecíveis

Como uma das armas para diminuir a velocidade de contaminação


do novo coronavírus é o isolamento social, muitos países têm implemen-
tado as quarentenas e incentivando as pessoas a ficarem em casa. Essa
medida tem alterado paisagens ao redor do globo.
Na França, a Basílica de Sacré Coeur fechou as portas pela pri-
meira vez desde a inauguração, em 1914 e a famosa avenida Champs-
-Elysée, também em Paris, está passando por um período quase sem
trânsito. Na Espanha, a cidade de Barcelona tem praias e pontos turísti-
cos quase desertos.
TRILHA 1 | Sociedade em movimento, novo olhar sobre o trabalho! 27
Os famosos canais da cidade italiana de Veneza estão sem turistas
e sem gondôlas, por isso, depois de muitos anos, a água está cristalina.
A Itália é um dos países mais afetados pelo novo coronavírus, com mais
de 47 mil pessoas infectadas, e por isso o governo adotou medidas de alta
restrição à circulação.
No sudoeste da Ásia, outro destino de lazer para moradores e turis-
tas, a Represa de Hatta, nos Emirados Árabes, está fechada como parte
de uma medida preventiva adotada pelo governo de Abu Dhabi. Na capital,
as praias públicas também já foram fechadas.
Na Grande Mesquita de Meca, na Arábia Saudita, o local mais
sagrado para o islamismo, a participação nas orações de sexta-feira foi
restringida por medidas de proteção contra o novo coronavírus. Durante
o ano normal, o local é considerado o maior centro de peregrinação do
mundo, com uma capacidade de abrigar duas milhões de pessoas ao
mesmo tempo.
Na Malásia, país de maioria islâmica, as mesquitas também fecha-
ram para as orações de sexta-feira. O governo de Kuala Lampur restrin-

GEOGRAFIA
giu a circulação como medida para evitar a aglomeração e a propagação
do Covid-19.
Disponível em : <https://www.em.com.br/app/noticia/internacional/2020/03/25/interna_internacio-
nal,1130973/um-mundo-com-medo-do-coronavirus-video-mostra-novas-paisagens.shtml>. Acesso
em 20 de julho de 2020.

Texto 2 Atendimento em domicílio vira oportunidade de trabalho


na Pandemia
Muitos brasileiros estão buscando empreender como alternativa
para sair da crise, diante da nova dinâmica por conta da pandemia do
coronavírus. Para o especialista em carreiras Ricardo Haag, que abordou
o assunto no É de Casa, esta realmente pode ser uma alternativa.
“O isolamento social tornou o consumo em domicilio obrigatório e
mandatório. Pra nossa surpresa, funcionou super bem. Tenho a expecta-
tiva de que essa é uma tendência que deve continuar além da pandemia”,
diz o especialista. Além dos serviços de consertos em domicílio, Ricardo
destaque que manicures, cabeleireiros, barbeiros, costureiros e cozinhei-
ros podem se organizar para atender desta forma.
TRILHA 1 | Sociedade em movimento, novo olhar sobre o trabalho! 28
Quem quer empreender deve ter: disciplina, capacidade de aprendi-
zado, humildade pra aprender e flexibilidade. Gostar muito do cliente (de
pessoas), e ter uma vontade genuína de aprender, de atender, também
são pontos importantes.
Ricardo ainda orienta que vale começar o negócio como Microem-
preendedor Individual (MEI). Segundo ele, os encargos e os custos são
menores do que os benefícios que são gerados (previdenciários em sua
grande maioria).
Disponível em: <https://gshow.globo.com/programas/e-de-casa/fique-em-casa/noticia/atendimento-
-em-domicilio-vira-oportunidade-de-trabalho-na-pandemia.ghtml>. Acesso em 20 de julho de 2020.

5  RESOLVENDO DESAFIOS DA TRILHA����������������������� •


Para continuar avançando, eu te desafio a responder às questões abaixo:

1 Como o coronavírus alterou a organização das sociedades e da

GEOGRAFIA
vida humana atual? Justifique.

2 Como as paisagens das grandes cidades mundiais ficaram com o


isolamento social?

3 Como se encontram as paisagens da cidade, do vilarejo ou do


povoado em que você mora?

4 Como as relações de trabalho ficaram em meio à crise mundial


da Covid-19?

5 Você acredita que os atendimentos domiciliares sejam uma ten-


dência que continuará para além da pandemia? Justifique.

6 Que outros tipos de trabalho realizados por você ou por pes-


soas que você conhece estão sendo feitos para enfrentar a crise
financeira na pandemia?

TRILHA 1 | Sociedade em movimento, novo olhar sobre o trabalho! 29


6  A TRILHA É SUA: COLOQUE A MÃO NA MASSA!��������� •
Chegamos ao momento da trilha de muita liberdade para você expressar
o que aprendeu até agora. Eu te convido a olhar para o artista que existe
dentro de você. Demonstre as descobertas desta viagem por meio de pala-
vras, frases, desenhos (concretos ou abstratos), músicas, quadrinhos,
pintura, paródias, charges, poemas, ou qualquer outra linguagem. Seja
autor do seu próprio conhecimento. Pegue seu caderno e coloque a mão
na massa! Agora é com você!
Já estamos chegando ao final da trilha. E, sempre que uma viagem acaba,
temos muitas boas histórias pra contar. Então que tal compartilhar o que
você colheu pelo nosso caminho? Partilhar o que se aprende é um ato de
generosidade e pode ajudar outras pessoas a conhecerem algo útil e impor-
tante a ser aplicado na vida. Topa dividir uma aprendizagem desta trilha
com outra(s) pessoa(s)? Vou deixar um desafio para você. Compartilhe em

GEOGRAFIA
uma rede social uma aprendizagem dessa trilha (você pode usar Facebook,
Instagram, WhatsApp e outras redes). Socialize alguma produção realizada
nesta aula, como por exemplo, a atividade “Coloque a mão na massa”.
Quando fizer esta atividade usa as hastags: #tempocasa #secba #fiqueem-
casa #cadernosdeapoiosecba #escola #educacao pois assim sua produção
ganha mais alcance e pode ser publicada nas redes sociais da Secretaria de
Educação da Bahia. Ah! Não se esqueça de marcar sua @escola e @colegas
de turma.

7  A TRILHA NA MINHA VIDA����������������������������������� •


Chegamos ao momento da trilha em que te convido a registrar as suas
descobertas no seu caderno. Você pode registrar as aprendizagens, inte-
resses e ideias que surgiram das experiências que vivenciou na trilha: o
que descobriu? O que passou a pensar? Como pensa em utilizar as desco-
bertas no dia a dia? Lembre-se, você não está sozinho! Estou aqui... No
Tempo Escola, irá compartilhar suas descobertas! Enquanto isso, compar-
tilhe com a família! O que acha?
TRILHA 1 | Sociedade em movimento, novo olhar sobre o trabalho! 30
8 AUTOAVALIAÇÃO����������������������������������������������� •
Ufa! Caminhamos bastante! Foi muito bom estar contigo nesta trilha. Para-
béns por ter chegado até aqui. Saiba que você é um ótimo companheiro
de estrada. Antes de nos despedirmos, quero te convidar a refletir sobre
seu processo de aprendizagem durante nossa viagem. Para isso peço que
responda apenas a algumas perguntas no seu caderno:

1 Como foi seu planejamento para esta trilha? Você reservou


um tempo para realizar esta atividade?
2 Se reservou, conseguiu realizar esta atividade no tempo pro-
gramado? Comente.
3 Considera que a trilha te ajudou a fazer uma leitura mais crí-
tica sobre o mundo em que está inserido no período de pande-
mia? Explique.

GEOGRAFIA
4 Você acha que consegue aplicar na sua vida as aprendizagens
dessa trilha? Por quê?

Obrigado(a) por suas respostas! Socialize essas reflexões comigo e com


seus colegas quando estivermos juntos na escola.
Um abraço!
Te encontro na próxima trilha.

TRILHA 1 | Sociedade em movimento, novo olhar sobre o trabalho! 31


TRILHA 2
GEOGRAFIA
Regras, para que te quero!
1  PONTO DE ENCONTRO ���������������������������������������� •
Olá! Que bom te reencontrar para a nossa nova viagem. Fico muito feliz
quando te vejo por aqui, pois este é um momento de extrema importância
para que continue avançando nas suas aprendizagens e conquistas. E não
se preocupe: você não está sozinho nessa trilha! Essa nova viagem é ainda
mais interessante, vamos começar? #tamojunto #vamosjuntos

2  BOTANDO O PÉ NA ESTRADA�������������������������������� •
• Você convive com regras? Em quais momentos?
• Quais são as regras necessárias para o convívio social?
• Como seria o convívio social sem as regras?
• Como está o convívio social no período da pandemia?
• Como a nossa sociedade está estruturada nesse momento atual?
Para caminhar na trilha responda as perguntas em seu caderno.

3  LENDO AS PAISAGENS DA TRILHA������������������������� •


Observe essas imagens:
Figura 1.  Passageiros desembarcando em Bali Figura 2.  Ação solidária de arrecadação de doações

Fonte: Johannes P. Christo Fonte: Jornal Cruzeiro

TRILHA 2 | Regras, para que te quero! 32


Figura 3.  Mãos unidas Figura 4.  Mundo conectado

Fonte: Massimo Merlini Fonte: blog Café com Sociologia

1 O que elas expressam?


2 Há alguma mensagem vinculada às imagens?
3 Se há, que mensagem é essa?
4 Alguma das imagens chamou sua atenção? Por quê?

GEOGRAFIA
Bora caminhar? Responda as perguntas no caderno e continue na trilha...

4  EXPLORANDO A TRILHA�������������������������������������� •
Parabéns pelo seu desempenho até aqui e obrigado pela sua participação!
Vamos continuar a trilha com a leitura de um texto. Você topa? Ouvi “topo”!
Então, vamos!

Texto 1 Solidariedade em tempos de pandemia


por Narciso Batista
Estamos diante de um quadro de alerta que afeta o mundo inteiro.
O coronavírus é, talvez, o maior fator de aflição em dimensões globais
dos últimos 30 anos. E, entre todos os impactos sociais que trouxe para a
nossa rotina, a prevenção à vida, sobretudo aos que estão nos grupos de
risco, é o principal deles. E as pessoas com deficiência intelectual e múlti-
plas fazem parte desse grupo, mas têm sido pouco lembradas.
Nós, da Rede APAE, estamos atentos aos desdobramentos desta
crise, ao tempo em que nos mantemos extremamente preocupados com

TRILHA 2 | Regras, para que te quero! 33


o dia a dia de nossos assistidos. Mesmo os que estão fora da idade mais
arriscada sentem com ímpeto os efeitos desta pandemia. Precisamos
tratar de forma diferenciada os que são diferentes. Esse é o princípio da
equidade, para proporcionar uma condição mais justa. Não de forma dis-
criminatória ou preconceituosa, mas pautando as soluções com hierar-
quia de prioridades.
Para os que possuem a Síndrome de Down, por exemplo, que tem
como uma de suas características a malformação cardíaca, os sintomas
da covid-19 são severos. Mas para os que apresentam Transtornos do
Espectro Autista, a distância é o maior dos impactos. Sempre buscamos
a inclusão dessas pessoas na sociedade, a integração aos demais grupos,
derrubar barreiras e distanciamentos. Hoje, temos a difícil missão de lutar
para favorecer o isolamento dessas mesmas pessoas. E não sabemos
até quando.
Respeitando as orientações de isolamento, nossas atividades pre-
senciais estão suspensas, a exceção de alguns atendimentos de saúde
para pacientes crônicos. Sabemos do quanto a interrupção do tratamento

GEOGRAFIA
é prejudicial no desenvolvimento da pessoa com deficiência, mas neste
momento a prioridade é apoiar as iniciativas para deter a propagação
do vírus, protegendo nossos próprios assistidos e seus familiares, como
também nossos colaboradores e a sociedade em geral.
Diante do cenário, muitos dos nossos profissionais aderiram ao
atendimento remoto, através de chamadas virtuais, a fim de apoiar a
gerenciar possíveis quadros de alterações de comportamento e ameni-
zar a interrupção do tratamento. Nós do corpo administrativo também
mantemos a agenda de trabalho através de ferramentas de comunicação
à distância, com foco no atendimento às demandas urgentes e no plane-
jamento para as conjunturas possíveis.
Convocamos a sociedade para pôr fim a esta crise. Pensando em
todos os efeitos negativos da pandemia, precisamos de união. Fiquem em
casa, lavem bem as mãos e protejam os mais necessitados. O coronaví-
rus nos traz uma lição que deve ser lembrada todos os dias, a de solida-
riedade. É essencial cuidarmos um dos outros.
Disponível em: <https://www.correio24horas.com.br/noticia/nid/solidariedade-em-tempos-de-pande-
mia/>. Acesso em 21 de julho de 2020

TRILHA 2 | Regras, para que te quero! 34


5  RESOLVENDO DESAFIOS DA TRILHA����������������������� •
O texto exemplifica a ação de uma Organização da Sociedade Civil sem
fins lucrativos que ajudam pessoas com Síndrome de Down. Para conti-
nuar avançando, te desafio a pensar e responder questões que auxiliem na
transformação da sociedade.

1 Você já ouviu falar em equidade? O que é? Se não sabe, vamos


pesquisar? Dê a sua definição.
2 Você já ajudou ou precisou da ajuda de algum desses grupos?
3 Como você pode ajudar no período de pandemia? Justifique.
4 Qual é a importância de sermos solidários?

Que bacana! Quantas coisas você pode descobrir e refletir através da leitura
de desse texto. Podemos continuar a seguir juntos até o final da trilha?

6  A TRILHA É SUA: COLOQUE A MÃO NA MASSA!��������� •

GEOGRAFIA
Chegamos ao momento da trilha de muita liberdade para você expressar
o que aprendeu até agora. Como você já sabe, te convido a olhar para o
artista que existe dentro de você. Demonstre as descobertas desta viagem
por meio de palavras, frases, desenhos (concretos ou abstratos), músicas,
quadrinhos, pintura, paródias, charges, poemas, ou qualquer outra
linguagem. Seja autor do seu próprio conhecimento. Pegue seu caderno e
coloque a mão na massa! Agora é com você!
Já estamos chegando ao final da trilha. Sempre que uma viagem acaba,
temos muitas boas histórias pra contar. Que tal compartilhar o que você
colheu pelo nosso caminho? Partilhar o que se aprende é um ato de gene-
rosidade e pode ajudar outras pessoas a conhecerem algo útil e importante
a ser aplicado na vida. Topa dividir uma aprendizagem desta trilha com
outra(s) pessoa(s)? Compartilhe em uma rede social uma aprendizagem
dessa trilha, como por exemplo, a atividade “Coloque a mão na massa”.
Quando fizer esta atividade usa as hashtags: #tempocasa #secba #fiqueem-
casa #cadernosdeapoiosecba #escola #educacao pois assim sua produção
ganha mais alcance e pode ser publicada nas redes sociais da Secretaria de
TRILHA 2 | Regras, para que te quero! 35
Educação da Bahia. Ah! Não se esqueça de marcar sua @escola e @colegas
de turma.

7  A TRILHA NA MINHA VIDA����������������������������������� •


Chegamos no momento da trilha em que te convido a registrar as suas
descobertas no seu caderno. Você pode registrar as aprendizagens, inte-
resses e ideias que surgiram das experiências que vivenciou na trilha: O
que descobriu? O que passou a pensar? Como pensa em utilizar as desco-
bertas no dia a dia? Lembre-se, você não está sozinho! Estou aqui... No
Tempo Escola irá compartilhar suas descobertas! Enquanto isso, compar-
tilha na família! O que acha?

8 AUTOAVALIAÇÃO����������������������������������������������� •
Ufa! Caminhamos bastante! Foi muito bom estar contigo nesta trilha. Para-
béns por ter chegado até aqui. Saiba que você é um ótimo companheiro de

GEOGRAFIA
estrada. Mas antes de nos despedirmos quero te convidar pra refletir sobre
seu processo de aprendizagem durante nossa viagem. Para isso peço que
responda apenas algumas perguntas:

1 Você reservou um tempo para realizar esta atividade?


2 Se reservou, conseguiu realizar esta atividade no tempo pro-
gramado?
3 Considera que a trilha te ajudou a fazer uma leitura sobre a
importância do papel dos sujeitos na construção e transfor-
mação da sociedade? Justifique sua resposta no caderno.
4 Você acha que consegue aplicar na sua vida as aprendizagens
dessa aula? Justifique sua resposta no caderno.

Obrigado(a) por suas respostas! Socialize essas reflexões comigo e com


seus colegas quando estivermos juntos na escola.
Um abraço! Te encontro na próxima trilha.

TRILHA 2 | Regras, para que te quero! 36


36
TRILHA 3
GEOGRAFIA
Eu em conexão com o Mundo
1  PONTO DE ENCONTRO ���������������������������������������� •
Olá! Que bom encontrar te reencontrar para a nossa terceira viagem. Fico
muito feliz quando te vejo em nosso Tempo Casa, pois este é um momento
de extrema importância para que continue avançando nas suas aprendiza-
gens e conquistas. E não se preocupe: você não está sozinho! Pronto para o
desafio de compreender melhor como estamos conectados com o mundo?
Vamos começar? #tamojunto #vamosjuntos #trilha3

2  BOTANDO O PÉ NA ESTRADA�������������������������������� •
• Você se sente conectado com o mundo? Se sim, de que forma?
• Como você se relaciona com as pessoas ao seu redor?
• O lugar em que você mora se conecta com o mundo de que forma?
Para caminhar na trilha responda às perguntas em seu caderno.

3  LENDO AS PAISAGENS DA TRILHA������������������������� •


Figura 1.  Charge
Observe a charge da trilha e reflita:

1 O que a charge considera como “ser


cidadão”?
2 É possível livrar-se desse contexto?
Se sim, de que forma?
3 Existe alguma relação entre a desi-
gualdade social e a globalização? Se
sim, qual?

Bora caminhar? Responda às perguntas no


caderno e continue na trilha.

Fonte: Jeferson Schimingoski

TRILHA 3 | Eu em conexão com o Mundo 37


4  EXPLORANDO A TRILHA�������������������������������������� •
Parabéns pelo seu desempenho até aqui e obrigado pela sua participação!
Vamos continuar a trilha com a leitura de dois textos. Você topa? Ouvi
“topo”! Então, vamos!
Texto 1 Covid-19: o vírus da globalização
Por Henrique Oliveira
A covid-19 poderia ser chamado o Vírus da Globalização. As regiões
predominantemente afetadas são aquelas mais globalizadas, marcadas
por intenso contato com o âmbito externo, como o eixo Ásia-EUA-Europa.
Dentre estes, alguns países conseguiram controlar o avanço do contágio
mais do que outros.
Por atingir o centro da economia global, a covid-19 recebeu signi-
ficativa atenção. O G-20, clube das economias avançadas, se reuniu para
decidir a injeção de cerca de 5 trilhões de dólares devido aos efeitos eco-
nômicos do lockdown da economia global. Entretanto, é importante fri-

GEOGRAFIA
sar que a política internacional já vinha experimentando maior tensiona-
mento do que há duas décadas. Fazem dois anos e meio que uma guerra
comercial entre EUA e China se desenvolve. Em 2020, houve também a
concretização do Brexit, saída do Reino Unido da União Europeia, processo
iniciado em 2016.
Os conflitos vêm sendo intensificados no Oriente Médio desde a
Primavera Árabe, em 2010. Instabilidade política e institucional, seguida
de manifestações sociais, também é registrada na América Latina, desde
2013. Momentos antes da quarentena nos atingir, presenciamos queda
global das bolsas com a desvalorização do petróleo.
A covid-19 seria, então, a consolidação do fim do mundo globalizado,
tal como conhecemos desde o fim da Guerra Fria no início dos anos 1990?
Ainda é cedo para afirmar. Como em 1929, é um momento de crise pro-
funda e estrutural. Nas crises, as fragilidades são expostas e as potencia-
lidades testadas. É assim com um indivíduo, uma família, uma empresa e
com um país. Há disputa pelas melhores soluções para superá-las. Surge
espaço para reacomodação de novas lideranças. A crise pandêmica que
vivemos não se resume à própria contaminação, mas à forma de como
se equilibra a balança de poder global.
TRILHA 3 | Eu em conexão com o Mundo 38
A pandemia acentuou um problema de saturação econômica que
tinha duas correntes em disputa para superá-la. A primeira, liderada por
Trump, é uma perspectiva mais conservadora e isolacionista. Os EUA se
retiram da posição de avalista de organizações internacionais como a
OMC e a própria ONU, em coerência ao slogan do presidente, “América
Primeiro”. A outra linha, mais próxima aos Democratas estadunidenses e
à União Europeia, seria mais liberal em prol da integração e interdepen-
dência econômica, ou seja, da globalização.
Estas são linhas que polarizam hoje o Ocidente, onde o consenso
da era de ouro da globalização já não existe mais. A China, com a maior
população do mundo e de cultura milenar regida por um governo de único
partido, surfou na onda liberal dos anos 1990. Aproveitou da melhor forma
a integração econômica e vem reduzindo, relativamente, o poder tanto
dos EUA quanto da Europa. A linha que os EUA adotarão para os próxi-
mos quatro anos será definida nas eleições em novembro. Daqui até lá, o
mundo está de quarentena.

GEOGRAFIA
Disponível em: <https://www.correio24horas.com.br/noticia/nid/covid-19-o-virus-da-globalizacao/>.
Acesso em 24 de julho de 2020.

5  RESOLVENDO DESAFIOS DA TRILHA����������������������� •


Para continuar avançando, eu te desafio a responder às questões abaixo:

1 O que é globalização?
2 Qual é a relação entre o coronavírus e a economia mundial?
3 Como o coronavírus alterou suas relações de trabalho e/ou com
a sociedade?
4 Você já ouviu falar em OMC, ONU e G-20? Pesquise os significados.

Que bacana! Quantas coisas você descobriu através da leitura do texto.


Acho que está na hora de continuarmos aprendendo de uma forma dife-
rente. Que tal assistirmos a um documentário? Ele é super interessante e
tem tudo a ver com o conhecimento que está construindo.
TRILHA 3 | Eu em conexão com o Mundo 39
▶ Milton Santos – Por uma outra globalização – https://youtu.be/
KZIJQvy-aFw

1 O que você achou do documentário?


2 Quais as condições que a globalização atribui aos sujeitos de
baixa renda?
3 Por que Milton Santos usa o termo “ Por uma outra globalização”?

6  A TRILHA É SUA: COLOQUE A MÃO NA MASSA!��������� •


Chegamos mais uma vez ao momento da trilha de muita liberdade para
você expressar o que aprendeu até agora. Como você já sabe, te convido
a olhar para o artista que existe dentro de você. Demonstre as desco-
bertas desta viagem por meio de palavras, frases, desenhos (concretos ou

GEOGRAFIA
abstratos), músicas, quadrinhos, pintura, paródias, charges, poemas, ou
qualquer outra linguagem. Seja autor do seu próprio conhecimento. Pegue
seu caderno e coloque a mão na massa! Agora é com você!
Como você sabe, já estamos chegando ao final da trilha. E, sempre que
uma viagem, acaba temos muitas boas histórias pra contar. Então que tal
compartilhar o que você colheu pelo nosso caminho? Partilhar o que se
aprende é um ato de generosidade e pode ajudar outras pessoas a conhe-
cerem algo útil e importante a ser aplicado na vida. Topa dividir uma apren-
dizagem desta trilha com outra(s) pessoa(s)? Vou deixar um desafio para
você. Compartilhe em uma rede social uma aprendizagem dessa trilha (você
pode usar facebook, intagram, whatsApp e outras Redes). Socialize alguma
produção realizada nesta aula, como por exemplo, a atividade “Coloque a
mão na massa”. Quando fizer esta atividade usa as hashtags: #tempocasa
#secba #fiqueemcasa #cadernosdeapoiosecba #escola #educacao pois sua
assim sua produção ganha mais alcance e pode ser publicada nas redes
sociais da Secretaria de Educação da Bahia. Ah! Não se esqueça de marcar
sua @escola e @colegas de turma.
TRILHA 3 | Eu em conexão com o Mundo 40
7  A TRILHA NA MINHA VIDA����������������������������������� •
O conhecimento nunca se esgota em apenas uma aula. Estudar um tema
nos leva a fazer muitas associações com outros temas, assuntos e lingua-
gens. Enquanto preparava essa trilha pra você lembrei de uma música do
cantor Gabriel O Pensador. Vou deixar a letra aqui embaixo.
Texto 2 O resto do mundo
Gabriel O Pensador
Eu queria morar numa favela
Eu queria morar numa favela
Eu queria morar numa favela
O meu sonho é morar numa favela
Eu me chamo de excluído como alguém me chamou
Mas pode me chamar do que quiser seu doutor
Eu não tenho nome
Eu não tenho identidade
Eu não tenho nem certeza se eu sou gente de verdade

GEOGRAFIA
Eu não tenho nada
Mas gostaria de ter
Aproveita seu doutor e dá um trocado pra eu comer...
Eu gostaria de ter um pingo de orgulho
Mas isso é impossível pra quem come o entulho
Misturado com os ratos e com as baratas
E com o papel higiênico usado
Nas latas de lixo
Eu vivo como um bicho ou pior que isso
Eu sou o resto
O resto do mundo
Eu sou mendigo, um indigente, um indigesto, um vagabundo
Eu sou... Eu não sou ninguém
Eu to com fome
Tenho que me alimentar
Convido você a associar o tema desta música com sua vida. Há algo viven-
ciado até aqui que te faça lembrar de fatos do passado, do presente ou do
que você pensa sobre o seu futuro?
TRILHA 3 | Eu em conexão com o Mundo 41
8 AUTOAVALIAÇÃO����������������������������������������������� •
Ufa! Caminhamos bastante! Foi muito bom estar contigo nesta trilha. Para-
béns por ter chegado até aqui. Saiba que você é um ótimo companheiro
de estrada. Antes de nos despedirmos, quero te convidar a refletir sobre
seu processo de aprendizagem durante nossa viagem. Para isso peço que
responda apenas algumas perguntas:

1 Como foi o seu planejamento para esta trilha? Você reservou


um tempo para realizar esta atividade?
2 Se reservou, conseguiu realizar esta atividade no tempo pro-
gramado?
3 Considera que a trilha te ajudou a fazer uma leitura sobre
os contextos e conexões no mundo ao qual você faz parte?
Comente.

GEOGRAFIA
4 Você acha que consegue aplicar na sua vida as aprendizagens
dessa trilha? Justifique sua resposta no caderno.

Obrigado (a) por suas respostas! Socialize essas reflexões comigo e com
seus colegas quando estivermos juntos na escola.
Um abraço!
Te encontro na próxima trilha!

TRILHA 3 | Eu em conexão com o Mundo 42


TRILHA 1
SOCIOLOGIA
Sou sabido, sim, senhor!
Dos saberes da minha terra aos conhecimentos dos doutores.

“Você não sabe o quanto caminhei para chegar até aqui...”


Toni Garrido, Bino, Lazão e Da Ghama

1  PONTO DE ENCONTRO ���������������������������������������� •


Oi, gente! Quanta coisa nas nossas vidas mudou nos últimos tempos!
Nossas rotinas se transformaram e passamos a dar valor a tanta coisa,
não é mesmo? Não tem sido fácil.
O jeito de aprender e de ensinar também se transformou e juntos vamos
ter que construir novos caminhos que sejam percorridos no tempo em que
estamos na escola e no tempo em que ficamos em casa.
Por conta disso, a nossa primeira trilha será sobre o Conhecimento Cien-
tifico × Conhecimento Popular e o Estudo da Sociologia. Para que
ninguém fique perdido no meio do caminho, vamos fazer alguns combi-
nados: algumas rotas vamos percorrer na sala de aula, já outras vocês
descobrirão sozinhos!
Partiu?

2  BOTANDO O PÉ NA ESTRADA�������������������������������� •
Nossos passos vêm de longe: os saberes dos povos tradicionais!
Nossa trilha começa na cozinha da sua casa:
Você sabe cozinhar? Quem foi que te ensinou? Quais são os temperos que
não podem faltar na sua comida? Quais as ervas e folhas você costuma
consumir para fortalecer a sua saúde?

TRILHA 1 | Sou sabido, sim, senhor! 43


3  LENDO AS PAISAGENS DA TRILHA������������������������� •
Reconhece as plantas abaixo? Quais são seus benefícios?
Figura 2.  Ervas diversas

SOCIOLOGIA
Fonte: Jornal Valença Agora

A comida que colocamos no nosso prato tem ligação com a alimentação


dos nossos antepassados, fruto de um saber ancestral de diferentes povos
tradicionais. Além de temperos e sabores diversos, nossos antepassados
nos deixaram também muitas lições de vida.
Escreva em seu caderno quatro ditos populares que você ouve desde
criança. Essas expressões são formas de compreender o mundo, uma
forma de conhecimento popular. Agora compartilhe e debata com seus
colegas: será que eles sabem o que significam?

Texto 1 Conhecer o mundo: Mitologia, religião, ciência, filosofia,


senso comum
Há muitos modos de se conhecer o mundo, que dependem da
situação do sujeito diante do objeto do conhecimento. Ao olhar as estre-
las no céu noturno, um índio caiapó as enxerga a partir de um ponto de
vista bastante diferente do de um astrônomo. O caiapó vê nas estrelas as
fogueiras que alguns de seus deuses acendem no céu para tornar a noite

TRILHA 1 | Sou sabido, sim, senhor! 44


mais clara. O cientista vê astros que têm luz própria e que formam uma
galáxia. O índio compreende e conhece as estrelas a partir de um ponto
de vista mitológico ou religioso. O astrônomo as compreende e conhece a
partir de um ponto de vista científico. A mitologia, a religião e a ciência são
formas de conhecer o mundo. São modos do conhecimento. São modos
do conhecimento, assim como o senso comum, a filosofia e a arte. Todos
eles são formas de conhecimento, pois cada um, a seu modo, desvenda
os segredos do mundo, explicando-o ou atribuindo-lhe um sentido (...).
Disponível em: <https://educacao.uol.com.br/disciplinas/filosofia/conhecer-o-mundo-mitologia-reli-
giao-ciencia-filosofia-senso-comum.htm>. Acesso em 20/7/2020.

Discuta com seu professor e colegas as diferentes formas de conhecimento


apresentado no texto. No seu caderno, com o apoio do seu professor e/
ou a partir da pesquisa em diferentes fontes (internet, livros, apostilas)
elabore um quadro comparativo com as características dos seguintes
conhecimentos:
• Conhecimento Religioso

SOCIOLOGIA
• Conhecimento Filosófico
• Conhecimento do Senso Comum/Popular
• Conhecimento Cientifico

4  EXPLORANDO A TRILHA�������������������������������������� •
A ciência ocorre por meio de estudos sistemáticos de diferentes fenômenos
naturais e sociais. Para se chegar a uma conclusão ou descoberta é neces-
sário um método de investigação bastante rigoroso. Vamos ler agora uma
matéria sobre uma pesquisa cientifica a respeito dos efeitos do distancia-
mento social.

Texto 2 Estudo indica que distanciamento também diminui a


gravidade da covid-19
Um estudo publicado pela Universidade de Oxford indica que o dis-
tanciamento social e o uso de máscaras podem não apenas desacelerar
a transmissão do novo coronavírus como também diminuir a gravidade
dos sintomas de covid-19 em infectados.
TRILHA 1 | Sou sabido, sim, senhor! 45
Os pesquisadores estudaram um surto da doença entre 508 sol-
dados na Suíça – a maioria homens de 21 anos. Eles foram divididos em
dois grupos: um que foi infectado antes de fazer distanciamento e outro
que contraiu o coronavírus durante o isolamento. Do primeiro grupo, de
341 soldados, 30% ficaram doentes. No segundo, com 154 integrantes,
nenhum desenvolveu covid-19, apesar de possuírem anticorpos especí-
ficos para o Sars-CoV-2.
Na conclusão da pesquisa, os autores afirmam que o distancia-
mento social retarda a propagação do vírus em um grupo de adultos
jovens e saudáveis, impede um surto de covid-19, mas também induz
uma resposta imune. “O inóculo viral durante a infecção ou o modo de
transmissão pode ser um fator-chave na determinação do curso clínico
da covid-19”, escrevem.
O biólogo Atila Iamarino, em uma postagem no Twitter, afirmou que
o resultado da pesquisa é “fantástico”, e que se for replicado, “pode mudar
o curso da covid-19”. O divulgador científico explica que a conclusão do

SOCIOLOGIA
estudo sustenta a ideia de que a gravidade da doença depende da quanti-
dade de vírus com que a pessoa entra em contato.
“Quem tem contato com uma dose maior do coronavírus deve desen-
volver uma inflamação mais rápida e mais séria. Aí, com a máscara e com
distanciamento social, a dose é menor e a doença mais leve”, escreveu.
Segundo o biólogo, essa característica ajuda a explicar por que o
aumento recente de casos não vem acompanhado de alta correspondente
nas mortes. “Além de mais testes e tratamentos melhores, se quem
contraiu o vírus estava se protegendo, poderia ser uma covid mais leve”,
argumenta.
Iamarino afirma que, se isso for confirmado, é possível diminuir a
letalidade da doença. “No mínimo, diminuir internações já seria fantástico.
Mas, se diminuirmos a letalidade também, o número de vidas em risco
seria muito menor”. Por fim, o cientista recomenda: “Fica em casa e usa
a máscara”.
Disponível em: <https://www.diariodepernambuco.com.br/noticia/cienciaesaude/2020/07/estudo-in-
dica-que-distanciamento-tambem-diminui-a-gravidade-da-covid-1.html>. Acesso em 20/07/2020.

TRILHA 1 | Sou sabido, sim, senhor! 46


1 Qual era a proposta da pesquisa apresentada?
2 Qual foi a metodologia adotada pelos pesquisadores?
3 Ao final da pesquisa, quais foram as conclusões a que os pesqui-
sadores chegaram?
4 Quais são as consequências para a sociedade dos resultados
dessa pesquisa?
5 A partir dos resultados, qual a recomendação dada pelo cientista
para a população?
6 No que se refere ao combate à covid-19, você considera que a
população segue as recomendações científicas? Justifique.
7 Em sua opinião, há uma valorização da Ciência no Brasil? Argu-
mente sobre seu posicionamento.

SOCIOLOGIA
5  RESOLVENDO DESAFIOS DA TRILHA����������������������� •
Ainda falando sobre conhecimento… Figura 2.  Instruções para identificar fake news

você sabe o que são Fake News? São


publicações com informações falsas
que circulam principalmente nas redes
sociais.
Será que no grupo de WhatsApp da
sua turma já foi compartilhada alguma
fake news? Vamos conferir?
Escolha uma notícia que foi postada
no último mês e siga as instruções
da imagem. Você deve compartilhar o
resultado da sua investigação no grupo
da turma!
Fonte: Biblioteca Benedicto Monteiro

TRILHA 1 | Sou sabido, sim, senhor! 47


6  A TRILHA É SUA: COLOQUE A MÃO NA MASSA!��������� •
Aonde a trilha me levou: a ciência da sociedade!
O mundo anda tão complicado. Saberes, ciência, fake news! Como a gente
pode entendê-lo?
Figura 3.  Tirinha da Mafalda

Fonte: QUINO, Joaquín Salvador.

No último quadrinho, Mafalda está refletindo o quanto sua cabeça comporta


as regras e normas sociais que ela deverá internalizar ao longo de sua vida.

SOCIOLOGIA
Para resolver essas questões, no início do século XIX, a sociologia foi
criada. A sociologia é a ciência social que estuda os fenômenos coletivos
produzidos pela atividade social humana, a partir de um determinado
contexto histórico.
No seu caderno, faça uma poesia ou um desenho sobre os principais
problemas que a sociedade enfrenta hoje.
Onde eu encontro mais informações sobre esse conteúdo?
Os professores Mauricio Castro e Oyama Lopes prepararam essa aula
show sobre o objeto de Estudo da Sociologia.
É só clicar no link:
▶ Sociologia: Conceito e Objeto de Estudo – http://pat.educacao.
ba.gov.br/emitec/disciplinas/exibir/id/4509

TRILHA 1 | Sou sabido, sim, senhor! 48


7  A TRILHA NA MINHA VIDA����������������������������������� •
Na imagem ao lado, temos os Figura 4.  Retratos de sociólogos

principais sociólogos clássicos:


August Comte, Émile Durkheim,
Karl Marx e Max Weber, respec-
tivamente. Faça uma pesquisa
sobre as principais ideias desses
pensadores e depois escreva
um texto de até 10 linhas no
seu caderno, respondendo à
seguinte questão: Fonte: blog Clássicos da Sociologia

Quais são as temáticas estudadas por esses autores que podem


ter impacto na forma como eu vejo o mundo?

SOCIOLOGIA
8 AUTOAVALIAÇÃO����������������������������������������������� •
Fim da trilha ou início de novos caminhos?
Chegou a hora de avaliar o nosso percurso.

1 Você fez todas as atividades propostas?


2 Sentiu dificuldades com alguma etapa?
3 Tirou dúvidas com o professor?
4 Quais são as temáticas que você deve aprofundar mais?

Até a próxima viagem!

TRILHA 1 | Sou sabido, sim, senhor! 49


TRILHA 2
SOCIOLOGIA
Como ser eu em um mundo de gente
1  PONTO DE ENCONTRO ���������������������������������������� •
Oba! É bom saber que você não vai desistir e vai seguir esse caminho com
a gente. Vamos juntos trilhar o conhecimento e despertar a vontade de
aprender mais! Você não está só, conte com a nossa força!

2  BOTANDO O PÉ NA ESTRADA�������������������������������� •
Você já percebeu que na sua rua tem todo tipo de gente?
Não estamos falando só de cor da pele ou de características físicas, mas de
comportamento, de conhecimentos, de religiosidades...
Somos diferentes em muitos aspectos e isso é bem legal de se perceber.
Formamos uma sociedade e dentro dela existem muitos grupos.
Como isso acontece? Vamos pensar?

3  LENDO AS PAISAGENS DA TRILHA������������������������� •


O nosso planeta tem aproximadamente 8 bilhões Figura 1.  Superpopulação

de habitantes e estamos divididos em 6 conti-


nentes, distribuídos em 193 países. É muita gente!
E como é possível que a gente viva com tanta gente
diferente de maneira minimamente organizada?
Quem estabelece as regras para que possamos
viver em paz? Quem dá os limites das guerras?
Você já pensou nisso?
Fonte: livro Redução populacional já!!! (de
Cristo, Escriba)
A Sociologia, como ciência, tenta explicar todas
essas questões e para isso buscou suposições e pensou em respostas
para elas a partir de teorias criadas.
TRILHA 2 | Como ser eu em um mundo de gente 50
Estamos inseridos em uma estrutura social complexa, formada de muitos
atores: família, igreja, amigos, escola, trabalho... em todas essas, influen-
ciamos e somos influenciados.
Escreva no seu caderno:

1 Com quais grupos você se relaciona?


2 De que forma você influencia esse grupo?
3 De que forma você é influenciado?
4 Somos frutos da sociedade?

Tem uma videoaula bem bacana esperando por você. Nessa aula do
EMITEC, o professor Maurício Castro e a professora Adilma Rodrigues
explicam para gente os fundamentos da sociologia como: grupos sociais,
instituições sociais, interação social, fatos sociais... Você não vai perder,
correto? Acesse o endereço abaixo e aprenda mais.

SOCIOLOGIA
▶ Sociologia: estudando e entendendo a sociedade – http://pat.
educacao.ba.gov.br/emitec/disciplinas/exibir/id/5913

4  EXPLORANDO A TRILHA�������������������������������������� •
Observe a charge com atenção:
Figura 2.  Charge política

• O que a charge chama


de “herança maldita”?
• É possível livrar-se
dessa “herança”?

Fonte: Junião (2018).


TRILHA 2 | Como ser eu em um mundo de gente 51
5  RESOLVENDO DESAFIOS DA TRILHA����������������������� •
Vamos ampliar nossos saberes?
Quando ouvimos o termo “instituição” logo pensamos em prédios e organi-
zações como hospitais e escolas. Ao falar de instituição social, no sentido
sociológico, não nos referimos necessariamente a uma entidade física,
mas a uma forma de controle social. Assim, a família, a economia, a
linguagem – e mesmo hospitais e escolas – podem ser instituições sociais.

Texto 1 O que são instituições sociais


As instituições sociais são estruturas estáveis com padrões, papéis
e funções bem definidas em uma sociedade. Para Émile Durkheim, as
instituições possuem um papel pedagógico, ou seja, de ensinar um indi-
víduo como ser parte da sociedade em que nasceu. Nesse sentido, as
instituições sociais cumprem o papel de socialização.
Portanto, as instituições sociais servem como uma forma de dar

SOCIOLOGIA
ordem às relações sociais. Esse controle, entretanto, não é sempre sen-
tido pelas pessoas. Ter uma família, uma escola, uma igreja, são todas
coisas que são consideradas naturais pelos sujeitos em uma sociedade.
Conforme Peter Berger, a linguagem é a instituição social mais primária.

Características das instituições sociais


Superação do indivíduo: as instituições sociais são feitas de indivíduos.
Se todas as pessoas que compõem uma escola pararem de frequentá-la,
consequentemente ela irá desaparecer. Entretanto, se um único indivíduo
ou poucos interromperem a ida à escola não fará com que ela suma. Uma
instituição social é, portanto, maior que uma pessoa.
Coerção: esse termo se refere ao caráter punitivo da sociedade,
quando o indivíduo foge dos padrões do controle social. Enquanto uma
pessoa continuar seguindo as regras sociais, ela não sente a força desse
controle; por sua vez, ela vai sentir esse poder quando fizer algo de “errado”
para a sociedade e ser punida em função disso.
Autoridade moral: além da coerção, as instituições sociais oferecem
um sentimento de dever moral cumprido quando se segue suas regras.
TRILHA 2 | Como ser eu em um mundo de gente 52
Assim, os indivíduos não se sentem apenas reprimidos quando se des-
viam, mas também podem experimentar culpa, vergonha ou desonra.
Historicidade: as instituições existiam antes de o indivíduo nascer
e continuarão existindo mesmo após a sua morte; portanto, possuem
uma história. Consequentemente, elas sofrem mudanças e se alteram
ao longo do tempo, mas conseguem ser reinventadas e se adequar às
transformações.
Disponível em: <https://www.todoestudo.com.br/sociologia/instituicoes-sociais> (adaptado). Acesso
em 22/jul/20.

Essas são apenas algumas das características das instituições sociais,


mas mostram o seu caráter pedagógico de ensinar ao indivíduo aquilo que
é adequado socialmente. É a partir dessas instituições que aprendemos a
ser quem somos, desde a capacidade de falar, comer, se relacionar, fazer
amizades, trabalhar e outras atividades essenciais à vida.
A partir do exposto, debata com os seus colegas qual a importância da
escola no contexto atual e quais as grandes transformações por que essa

SOCIOLOGIA
instituição tem passado. Não se esqueça de registrar em seu caderno os
principais elementos dessa rica discussão!

6  A TRILHA É SUA: COLOQUE A MÃO NA MASSA!��������� •


Tem uma música bem legal a cujo clipe gostaríamos muito que você assis-
tisse. Ela tem tudo a ver com as coisas que estamos conversando e com as
ideias que estamos construindo.
▶ Pequeno cidadão (Arnaldo Antunes) – https://youtu.be/fEOV2jIuT1w

1 O que você achou da música e do clipe?


2 Quais as condições ele atribui para ser cidadão?
3 Por que o autor usa a criança como personagem principal para
contar sua história?

Não conseguiu assistir? Não tem problema! Crie você mesmo uma poesia
ou um desenho no seu caderno que expresse como o momento da infância
é relevante para a socialização.
TRILHA 2 | Como ser eu em um mundo de gente 53
7  A TRILHA NA MINHA VIDA����������������������������������� •
Existem muitas formas de interação.
Nesse momento de pandemia e distanciamento social, deixamos de
frequentar a escola, o “baba”, a igreja e até mesmo as festas da nossa
família e amigos e, em alguns casos, até o trabalho. Vivemos um afasta-
mento momentâneo de quase todas as instituições sociais a que perten-
cemos para garantir a nossa saúde e a dos que amamos.
Mas o distanciamento social imposto não nos isolou por completo: pela
televisão, sabemos das últimas notícias, assistimos a programas e filmes;
pelo celular, mantenho contato com os familiares e amigos pelas redes
sociais; pelo computador, assisto a videoaula e faço pesquisas no Google.
Nos dias atuais, criamos outras formas de interação. Outras formas de
influenciarmos e sermos influenciados. O mundo virtual ou o mundo digital

SOCIOLOGIA
é o nosso mundo também. Ele é real e conserva todas as relações do
mundo que não é digital.

1 De que forma você usa as ferramentas digitais na sua vida?


2 Você seria capaz de abrir mão de toda tecnologia digital e viver
como a 40 anos atrás? Explique.
3 Que tipo de modificações as tecnologias digitais trouxeram para
nossa vida?

Vamos fazer o seguinte exercício: fique 24 horas sem utilizar nenhuma rede
social e depois escreva em seu caderno quais as sensações dessa experi-
ência! Não se esqueça de compartilhar com seus colegas de turma.

TRILHA 2 | Como ser eu em um mundo de gente 54


8 AUTOAVALIAÇÃO����������������������������������������������� •
Fim da trilha ou início de novos caminhos?
Chegou a hora de avaliar o nosso percurso.

1 Você fez todas as atividades propostas?


2 Sentiu dificuldades com alguma etapa?
3 Tirou dúvidas com o professor?
4 Quais são as temáticas que você deve aprofundar mais?

A gente se encontra pelo caminho das nossas próximas trilhas!

SOCIOLOGIA

TRILHA 2 | Como ser eu em um mundo de gente 55


TRILHA 3
SOCIOLOGIA
Ô, mundão desigual!
As desigualdades sociais no Brasil.

1  PONTO DE ENCONTRO ���������������������������������������� •


Oi, gente! Quanta coisa importante a gente tem aprendido nessa cami-
nhada! Nem sempre é fácil se dedicar aos estudos como desejamos. O
dia às vezes fica puxado e a gente nem sempre está concentrado para os
estudos. Mas tenha tranquilidade, porque devagarzinho a gente chega lá!
Lembre-se que esse material é uma grande ajuda e também será usado no
tempo em que você não estiver na escola.
Nessa trilha, vamos discutir um assunto muito importante e que, infeliz-
mente, conhecemos de perto: desigualdade social.
Vamos lá?

2  BOTANDO O PÉ NA ESTRADA�������������������������������� •
Hoje a nossa trilha começa com a sua história e a história da sua família.

• Você sabe com quantos anos seus pais começaram a trabalhar? Em


que eles trabalhavam? E você? Seguiu os mesmos passos ou está
traçando novos caminhos?
• Quais as maiores dificuldades que você enfrenta hoje para conquistar
seus objetivos?
• Na sua opinião, qual o maior impacto das desigualdades sociais na
trajetória dos jovens de hoje?

TRILHA 3 | Ô, mundão desigual! 56


3  LENDO AS PAISAGENS DA TRILHA������������������������� •
A obra de arte abaixo intitulada Retirantes foi pintada pelo artista Candido
Portinari em 1944. Debata com seus colegas e professor:

1 O que essa cena retrata?


2 O que te chamou mais atenção?
3 Por que você acha que o artista utilizou cores tão escuras?
4 Em qual desigualdade social o quadro te faz pensar?

SOCIOLOGIA
Figura 1.  Quadro Retirantes
Fonte: Portinari, Candido. (1944)

Dados da obra: CANDIDO PORTINARI, Retirantes (Retirantes),


1944 Óleo s/ tela 190 × 180 cm.
Col. Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand. São
Paulo, Brasil.

4  EXPLORANDO A TRILHA�������������������������������������� •
Texto 1 Desigualdade social
Desigualdade social é o fenômeno em que ocorre a diferenciação
entre pessoas no contexto de uma mesma sociedade, colocando alguns
indivíduos em condições estruturalmente mais vantajosas do que outros.
Ela manifesta-se em todos os aspectos: cultura, cotidiano, política, espaço
geográfico e muitos outros, mas é no plano econômico a sua face mais
conhecida, em que boa parte da população não dispõe de renda suficiente
para ter de mínimas condições de vida.
TRILHA 3 | Ô, mundão desigual! 57
Inúmeros dados e estudos apontam que a desigualdade social e
econômica cresce em todo o mundo. Dados do PNUD (Programa das
Nações Unidas para o Desenvolvimento) revelam que 1% dos mais ricos
detêm 40% dos bens globais. Um relatório da ONG Oxfam demonstra tam-
bém que as 85 pessoas mais ricas do mundo possuem uma renda equi-
valente às 3,5 bilhões de pessoas mais pobres. (...)
Disponivel em: <https://alunosonline.uol.com.br/sociologia/desigualdade-social.html> (adaptado).
Acesso em 27/7/2020.

Agora que você já sabe o que é desigualdade social e quais são as suas
causas? Dois sociólogos muito importantes, Karl Marx e Max Weber, cons-
truíram teorias sobre essa questão. Pesquise e registre em seu caderno
os dois principais conceitos criados por esses pensadores: classe social
(Karl Marx) e estratificação social (Max Weber)

5  RESOLVENDO DESAFIOS DA TRILHA����������������������� •

SOCIOLOGIA
Texto 2 Mulheres e negros são os mais afetados pela covid-19
no Brasil, aponta IBGE
A cada dez pessoas que relatam mais de um sintoma da doença,
sete são pretas ou pardas – parcela da população fortemente dependente
da informalidade. Em relação a homens, mulheres têm saúde e trabalho
mais prejudicados.
No Brasil, os prejuízos financeiros e de saúde causados pela covid-
19 pesam muito mais sobre mulheres, negros e pobres. É o que apontam
dados sobre mercado de trabalho e sintomas gripais aferidos pelo Insti-
tuto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no mês de junho.
O órgão do governo federal mostrou, em sua Pesquisa Nacional
por Amostra de Domicílios Covid-19, que o número de desempregados
foi acrescido de 1,68 milhão de pessoas em junho, o que representou alta
de 16,6% na comparação com maio. Com isso, chegou a 11,8 milhões de
brasileiros o total de desocupados no país, que só leva em consideração
quem procurou trabalho – missão dificultada pelo isolamento social. E
a conjuntura é particularmente cruel para determinados grupos sociais.

TRILHA 3 | Ô, mundão desigual! 58


Mesmo que indique um recuo do contágio viral, o inquérito epide-
miológico do IBGE revelou um abismo racial no alcance da doença. Entre
aqueles que disseram ter tido mais de um sintoma de síndrome respira-
tória, 68,3% são pretos ou pardos, ante apenas 30,3% de brancos. Entre os
sintomas conjugados levados em consideração estão febre, dificuldade de
respirara, tosse e perda de olfato ou paladar.
Na avaliação do professor da Universidade de São Paulo (USP) Ruy
Braga, especializado em sociologia do trabalho, o contraste tem raízes
históricas, que impactam a inserção dos negros no mercado, e está ligado
à qualidade de moradia dessa população.
“É resultado de uma interseção entre pobreza, maior frequência na
informalidade e precariedade nas condições de vida que atinge mais dire-
tamente os negros e pobres no Brasil. Isso converge para as condições de
saúde dessas pessoas”, afirma Braga.
O sociólogo lembra que o adoecimento é muito mais frequente entre
os negros, e a relação entre pandemia e comorbidades agrava o quadro. A
situação é ainda mais delicada pela maior presença dessa população na

SOCIOLOGIA
chamada gig economy (economia dos bicos) e suas funções típicas, como
as as de entregadores e motoristas de aplicativo, que ainda se difundiram
no contexto da crise sanitária.
“São setores expostos à circulação, pessoas mais vulneráveis e que
não podem ficar em casa, não têm acesso à proteção do home office,
necessitam ir às ruas para ganhar seu pão. Há uma associação muito
clara entre desigualdade racial, o aumento da vulnerabilidade desses gru-
pos à pandemia e a esmagadora maioria de negros e pardos no trabalho
informal”, analisa o especialista.
De acordo com a pesquisa do IBGE, 39% dos trabalhadores pretos e
pardos estão em regime de informalidade, ante 29,9% dos brancos. Autôno-
mos e informais foram justamente os que mais perderam renda na crise.
Os dados referentes à manifestação de sintomas associados à
covid-19 também revelam efeitos discrepantes na comparação entre
gêneros. Em junho, 57,8% dos que disseram ter contraído mais de um
deles eram mulheres, contra 42,2% de homens.
Desde o início do ciclo da doença no Brasil, a antropóloga e pro-
fessora da USP Denise Pimenta vem alertando para esse cenário. “Há
TRILHA 3 | Ô, mundão desigual! 59
uma sobrecarga no cuidado exercido pelas mulheres. Além da atenção
à família, ainda tem a gestão da casa e o envolvimento com iniciativas
comunitárias. A mulher está de cara a cara com o vírus, é quem limpa o
mundo, tanto em casa como em hospitais. Elas são maioria na área da
saúde”, comenta a antropóloga.
Na análise do mercado de trabalho, mais desigualdade. Em junho,
a parcela de mulheres afastadas de sua atividade – e possivelmente sem
salário –, foi bem superior à de homens: 18,3% delas estavam paradas,
ante 11,1% da população ocupada masculina. Segundo o IBGE, quase a
metade (48,4%) dos 11,8 milhões de trabalhadores nessa situação exclusi-
vamente devido à pandemia ficaram sem receber salário nenhum.
Para o Diretor-Adjunto de Pesquisas do IBGE, Cimar Azeredo, a pre-
valência maior de afastamentos entre mulheres se explica, entre outros
fatores, por sua elevada participação em setores como o de empregadas
domésticas, dos que mais sofreram com os afastamentos: 22,9% do setor
estava parado no mês passado.

SOCIOLOGIA
Disponível em: <https://p.dw.com/p/3fqvM> (adaptado). Acesso em 26/7/2020.

A partir da leitura do texto, responda no caderno as questões abaixo:

1 Circule e pesquise no dicionário ou na internet o significado das


palavras desconhecidas que aparecem no texto.
2 Você conhece alguém que foi contaminado pelo coronavírus?
3 Quais os grupos sociais que mais foram atingidos pela covid-19?
4 Q
uais as raízes históricas que podem ter determinado um con-
tágio maior de negros e pardos (68,3%) em relação aos brancos
(30,3%)?
5 A maior parte das pessoas que em junho relataram sintomas rela-
cionados à covid-19 foram mulheres. Quais são as razões levanta-
das pelo texto que explicam esse cenário?

TRILHA 3 | Ô, mundão desigual! 60


6 D
urante a epidemia de covid-19 qual era a sua situação no mer-
cado de trabalho: você continuou trabalhando, ficou desempre-
gado ou já estava sem emprego antes do período de isolamento
social? Descreva como foi esse período para a sua família.

6  A TRILHA É SUA: COLOQUE A MÃO NA MASSA!��������� •


Na história da música brasileira, várias canções expõem as mazelas e desi-
gualdades sociais do Brasil. Abaixo, temos um trecho da canção A Carne,
interpretada por Elza Soares:
(..) A carne mais barata do mercado é a carne negra
Só-só cego não vê
Que vai de graça pro presídio
E para debaixo do plástico
E vai de graça pro subemprego
E pros hospitais psiquíatricos

SOCIOLOGIA
A carne mais barata do mercado é a carne negra
Dizem por aí
A carne mais barata do mercado é a carne negra
A carne mais barata do mercado é a carne negra
A carne mais barata do mercado é a carne negra
Que fez e faz história
Segurando esse país no braço, meu irmão
(...)
Disponivel em: <https://www.letras.mus.br/elza-soares/281242>. Acesso em 27/7/2020.

▶ A carne (Elza Soares) – https://youtu.be/yktrUMoc1Xw


O que achou dessa canção? Qual a mensagem que ela aborda e como
podemos relacionar com a temática da desigualdade social? Faça o registro
no seu caderno!
Compartilhe com os seus colegas outras canções brasileiras que também
denunciam situações de desigualdade social. Tá liberado usar o grupo de
WhatsApp da turma!
TRILHA 3 | Ô, mundão desigual! 61
7  A TRILHA NA MINHA VIDA����������������������������������� •
Debatemos muito sobre a Desigualdade Social no nosso Brasil, não foi
mesmo? Agora é sua vez: crie um texto – pode ser em forma de poema,
se preferir – sobre alguma experiência de desigualdade que você tenha
passado ou presenciado. Explore os conhecimentos aprendidos ao longo
da trilha e use a sua imaginação!

8 AUTOAVALIAÇÃO����������������������������������������������� •
Fim da trilha ou início de novos caminhos?
Chegou a hora de avaliar o nosso percurso.

1 Você fez todas as atividades propostas?


2 Sentiu dificuldades com alguma etapa?

SOCIOLOGIA
3 Tirou dúvidas com o professor?
4 Quais são as temáticas que você deve aprofundar mais?

Até a próxima viagem!

TRILHA 3 | Ô, mundão desigual! 62


TRILHA 1
FILOSOFIA
Um convite ao espanto
1  PONTO DE ENCONTRO ���������������������������������������� •
Salve, salve, estudantes! É com imensa alegria e grande otimismo por dias
melhores que damos as boas vindas a vocês, verdadeiros heróis e hero-
ínas. Afinal, equilibrar todos os desafios da vida adulta e continuar estu-
dando não é pra qualquer um, não é?
Em respeito às dificuldades do caminho e, mais ainda, à força de supe-
ração, este material foi confeccionado para ser o seu companheiro nessa
trilha em busca de mais conhecimento e de novos horizontes.
O que veremos nessa primeira trilha de estudos que está em suas mãos?
Veremos o quanto a filosofia tem tudo a ver com o desassossego humano
de querer ir além, compreender mais e melhor tudo o que está ao seu redor
e também o que está em seu interior. Não basta sobreviver, nós queremos
dar sentido à vida. Assim como não basta por um pé na frente do outro
para caminhar, nós sempre buscamos construir trilhas e estradas, visando
a pontos de chegada. E, então, já demos um primeiro passo, nos encon-
tramos e saímos da estação. Vamos iniciar nossa jornada?

2  BOTANDO O PÉ NA ESTRADA�������������������������������� •
A Filosofia é um despertar para ver e mudar nosso mundo.
Maurice Merleau-Ponty

Você já ouviu a palavra filosofia? É bastante comum ouvirmos esse termo,


em nosso cotidiano. Quer ver? Alguém já te disse que possui “uma filosofia
de vida”? Há um samba de Monsueto e Arnaldo Passos, de 1953, em que
aparece o verso: “Mora na filosofia... / pra que rimar amor e dor?”. “Mora”
era uma gíria da época, equivalente ao atual “se liga” ou “pega a visão”. E a
palavra filosofia adota o sentido de “reflexão”, “ideia” ou mesmo “conclusão”.

TRILHA 1 | Um convite ao espanto 63


Ao percorrermos o nosso caminho de compreensão sobre a filosofia, você
perceberá semelhanças e diferenças com os usos que mencionamos acima
para o termo. Por ora, basta que fique registrada a relação entre a palavra
filosofia e a capacidade humana de refletir. Via de regra, quando exerci-
tamos a reflexão, somos tomados por dúvidas, questões, perguntas, não
é mesmo? E logo percebemos que, sem fazer perguntas, nada podemos
saber. Então, deixaremos aqui algumas questões que nos ajudarão a
percorrer nossas investigações:

1 O que é a filosofia, afinal?


2 Como a filosofia surgiu?
3 Por que estudar filosofia?

3  LENDO AS PAISAGENS DA TRILHA������������������������� •


Filosofia: em busca de uma definição

FILOSOFIA
Figura 2.  Mente brilhante Figura 3.  Fotografia distorcida digitalmente

Fonte: iStock Fonte: PUTRA, Jati. (2015)

A primeira pista para constituirmos uma compreensão do que é filosofia


vem da etimologia (o estudo da origem e da evolução das palavras). A
palavra filosofia vem de uma associação dos termos gregos philia (amor,
amizade) e sophia (sabedoria) e, literalmente, significa: “amor pelo saber”.
TRILHA 1 | Um convite ao espanto 64
Logo aqui percebemos que, diferente de outras áreas de conhecimento, a
filosofia não é, em seu termo originário, um saber com um objeto restrito.
Mais coerente com esse princípio, é pensar a filosofia como uma perma-
nente abertura e busca pelo saber. E isso é devido ao quê? É devido a uma
condição básica do próprio conhecimento humano: o que o suscita são as
perguntas que somos capazes de fazer. Mas que estranha mania é essa
dos seres humanos: questionar? Você já conviveu com uma criança? Já
percebeu que há uma fase da infância em que tudo a criança quer saber
o por quê? De certa forma, para a filosofia, somos todos essas crianças
de cinco anos, que ainda não estão acomodadas à realidade das coisas e
tudo querem saber. As crianças resguardam essa habilidade que vamos
perdendo ao decorrer da vida, a admiração frente ao mundo.
Analise bem a obra de arte da Figura 2 e anote em seu caderno: o que
essa imagem causa em você?

4  EXPLORANDO A TRILHA�������������������������������������� •

FILOSOFIA
A Filosofia nasce do espanto
Aristóteles (384 a.C. - 322 a.C.), filósofo da Grécia Antiga nascido em Esta-
gira, foi quem afirmou que a filosofia nasce do assombro, isto é, da capa-
cidade humana de se espantar, de se impressionar com as ocorrências do
mundo. Vejamos um trecho do que o autor diz:
[…] De fato, os homens começaram a filosofar, agora como na ori-
gem, por causa da admiração, na medida em que, inicialmente, ficavam
perplexos diante das dificuldades mais simples; em seguida, progredindo
pouco a pouco, chegaram a enfrentar problemas sempre maiores, por
exemplo, os problemas relativos aos fenômenos da lua e os do Sol e dos
astros, ou os problemas relativos à geração de todo o universo. […] De
modo que, se os homens filosofaram para libertar-se da ignorância é evi-
dente que buscavam o conhecimento unicamente em vista do saber e
não meramente por alguma utilidade prática.
(ARISTÓTELES. Metáfisica. São Paulo, Loyola, 2002, p. 12-13)

TRILHA 1 | Um convite ao espanto 65


Junto com o pensador Aristóteles, podemos entender que a filosofia advém
de um movimento mental chamado de atitude reflexiva e ela seria, em
último caso, a atitude filosófica por excelência. Contudo, também nos diz
o autor que a atitude reflexiva inaugurada pela filosofia não se esgota em
qualquer utilidade prática. Ao contrário, podemos dizer que essa forma
de reflexão é radical, isto é, busca ir às raízes dos problemas. E também
é sistemática, isto é, ela é contínua e busca organizar o pensamento, já
que toda dúvida pode gerar um novo conhecimento e desse conhecimento
aparecerão novas dúvidas.

Filosofia e Senso-Comum
Figura 4.  Tira de Bicudo, o Pombo

FILOSOFIA
Fonte:Veras, Nelson. (1987)

Você já parou para pensar o quanto nós nos deixamos levar por ideias,
valores e visões de mundo recebidos de nossa convivência social? Esse
conhecimento passado de geração em geração, enraizados na experiência,
que herdamos em nossa vida social ficou conhecido como senso-comum.
E Antônio Gramsci (1891-1937), filósofo italiano, pensou muito acerca da
relação entre o senso comum e a filosofia. Sua primeira constatação é que
o senso-comum é a prova viva de que os seres humanos são capazes de
produz conhecimento, independente da linguagem filosófica e da linguagem
cientifica. O senso comum é a primeira fonte de orientação que recebemos
na vida.

TRILHA 1 | Um convite ao espanto 66


Contudo, o senso comum também tem problemas, pois ele acaba produ-
zindo preconceitos, ao generalizar experiências particulares, por exemplo.
Para Antônio Gramsci, um dos maiores problemas do senso comum é
produzir formas de dogmatismo, isto é, visões fechadas de mundo, funda-
mentalistas, apegadas a verdades pré-estabelecidas, jamais questionadas.
Já consegue vislumbrar como a filosofia e o senso-comum vão se distan-
ciar? Uma busca investigar a verdade última das coisas, usando a reflexão
radical e sistemática; a outra, busca orientar os indivíduos a partir de conhe-
cimentos passados com a própria convivência.

5  RESOLVENDO DESAFIOS DA TRILHA����������������������� •


Vamos testar algumas compreensões percorridas com essa trilha de
estudos? Responda em seu caderno:

FILOSOFIA
1 De que forma a postura reflexiva se relaciona com a filosofia?
2 Por que o senso-comum e filosofia se distanciam, afinal?

6  A TRILHA É SUA: COLOQUE A MÃO NA MASSA���������� •


Colocando a mão na massa:

I. Organize em seu caderno duas ideias que foram apresentadas a você


a partir do senso-comum, dentro de dois balões como esse ao lado.

II. Desenhe-se ao centro da imagem. Observação: não precisa ser um


autorretrato perfeito, ok?

III. Analise se as ideias do senso-comum que você descreveu foram


úteis para você em algum momento da vida. Analise também se você
acabou questionando essas ideias em algum momento posterior.

TRILHA 1 | Um convite ao espanto 67


7  A TRILHA NA MINHA VIDA����������������������������������� •
Proponha em grupo de amigos e/ou familiares uma “roda de leitura”. Todos
deverão seguir a leitura de um texto que poderá ser comentado por todos.
Assim você poderá instigá-los a ler, conhecer obras literárias que tenham
diálogo com a filosofia e registrar impressões de leitura. Vamos lá?
A dica de leitura para essa intervenção é o “Livro do Desassossego”, de
Fernando Pessoa, ele está disponível gratuitamente aqui:
y Livro do Desassossego – http://www.dominiopublico.gov.br/
download/texto/vo000008.pdf

1 Analise a charge “O pensador Figura 2.  Charge O pensador moderno

moderno”.

2 Expresse sua impressão sobre ela

FILOSOFIA
em um texto livre (poema, prosa,
crônica, pensamentos soltos) em até
10 linhas.

Fonte: Andrew B. Singer (2008).

8 AUTOAVALIAÇÃO����������������������������������������������� •
1 Como foi a sua compreensão sobre os temas tratados nessa
trilha?
■ Boa  ■ Razoável  ■ Ainda não foi suficiente, precisa avançar.
Justifique.

TRILHA 1 | Um convite ao espanto 68


68
TRILHA 2
FILOSOFIA
Representações do real:
mito e filosofia
1  PONTO DE ENCONTRO ���������������������������������������� •
Salve, salve estudantes! Esperamos que, após cumprir toda a primeira
trilha, agora estejam com a mente aquecida para novas aventuras.
Quais novos conhecimentos os caminhos dessa trilha trarão a vocês?
Começamos com uma pista: faremos uma viagem no tempo, buscando
conhecimentos fundados há mais de 2.500 anos! Lembrem-se sempre que,
em nossa caminhada, os conhecimentos de vida acumulados por cada
um de vocês funcionam como uma bagagem fundamental. Assim como
um trilheiro sabe que precisa carregar suprimentos (água e comida, por
exemplo) para nutrir-se de forças para caminhar, nós, aqui, precisamos
que cada um mobilize suas experiências e sua visão de mundo. Por que
elas são importantes? Por que buscaremos sempre relacionar novos e
antigos saberes. Vamos lá?

2  BOTANDO O PÉ NA ESTRADA�������������������������������� •
• Você conhece algum mito ou lenda?
• Como você definiria o que é um mito?
• Os mitos estão relacionados à cultura de um povo?
• Como mito e filosofia se relacionam?

3  LENDO AS PAISAGENS DA TRILHA������������������������� •

Figura 1.  Desfile da Vila Isabel em 2020


Fonte: Allan Duffes e Magaiver Fernandes

TRILHA 2 | Representações do real: mito e filosofia 69


No ano de 2020, a escola de samba carioca “Unidos da Vila Isabel” levou ao
desfile na Marques de Sapucaí o samba-enredo: “Gigante pela própria Natu-
reza: Jaçanã e um índio chamado Brasil”. Em uma das estrofes, vemos os
versos escritos por Cláudio Russo, Chico Alves e Júlio Alves: “Sou eu / Índio
filho da mata / Dono do ouro e da prata / Que a terra-mãe produziu / Sou
eu / Mais um Silva pau de arara / Sou barro marajoara / Me chamo Brasil
/ Aquele que desperta a cunhatã / Para ouvir jaçanã sussurrar ao destino”.
Nos versos cantados pela agremiação, o Brasil torna-se um curumim, um
menino indígena. O desfile buscava retratar a riqueza cultural de todo terri-
tório brasileiro, resgatando lendas do folclore brasileiro.
No Brasil, Luís da Câmara Cascudo (1898-1986) foi um importante estu-
dioso do folclore, das tradições e da cultura popular nacional. Segundo o
historiador e antropólogo brasileiro, co-existente a todo saber acadêmico
e científico, sempre haverá uma forma de conhecimento sobre a realidade
baseada na memória coletiva de um povo: “o oficial, regular, ensinado pelo
colégio dos sacerdotes ou direção do rei, e o não-oficial, tradicional, oral,

FILOSOFIA
anônimo, independente de ensino sistemático, porque é trazido nas vozes
das mães, nos contos de caça e pesca, na fabricação de pequenas armas,
brinquedos, assombros.” (Cascudo, Luís da Câmara. Folclore: literatura oral
e popular. In: A literatura do Brasil. RJ: Editora Sul-americana, 1971)
Analisando os dois parágrafos acima, vamos pensar juntos: os mitos e
lendas que compõem o folclore são parte integrante da cultura popular até
os dias atuais? Podemos afirmar que os mitos compõem uma forma de
conhecimento popular, passada pela tradição oral, que existe em todas as
culturas humanas?

4  EXPLORANDO A TRILHA�������������������������������������� •
Ordem e desordem
A coisa mais bela que o homem pode experimentar é o sentido do mistério.
É a fonte de toda verdadeira arte e de toda verdadeira ciência. Quem nunca
experimentou essa sensação, encontra-se como que morto: seus olhos
estão fechados (…) Saber que aquilo, que para nós é impenetrável, existe
realmente e se manifesta com a mais alta sabedoria e a mais radiante
TRILHA 2 | Representações do real: mito e filosofia 70
beleza que os nossos pobres sentidos conseguem perceber somente em
suas formas primitivas, essa consciência, esse sentimento, é a essência da
verdadeira religiosidade. (Albert Einstein)
Assim como a filosofia, os mitos surgem do impulso humano de buscar
explicações para os acontecimentos da vida. Dito de outra forma, tanto os
mitos, quanto toda forma de racionalidade são fruto da atividade humana
de pensar e buscar dar explicações para representar o mundo. O poeta
Louis Aragon (1897-1982) nos traz uma importante reflexão, quando diz: “o
espírito dos homens não suporta a desordem porque não pode pensá-la”
(Aragon, L. O camponês de Paris. RJ: Editora Imago, 1996).
Encarar de frente os mistérios e ordenar o mundo a partir do pensamento
é, então, nosso ponto de partida. A partir daqui veremos que essa tenta-
tiva humana buscará diferentes formas de representação, tendo nos mitos,
uma via alegórica de estruturação; e no pensamento filosófico, surgido por
volta do século VI a.C., uma via racional que buscará compreender os fenô-
menos, tentando identificar as suas causas.

FILOSOFIA
Cosmogonias
A palavra mito vem do grego, mythoi, e significa relato, narração. Profun-
damente ancorado na tradição, os mitos são contados por figuras de auto-
ridade para uma cultura: os poetas (aedos) na antiga Grécia, os anciãos, na
cultura indígena e os griôs, responsáveis por perpetuar a sabedoria afro-
descendente. No caso da Grécia Antiga, o que hoje chamamos de mito,
era na verdade, o fundamento da crença religiosa daquele povo. Os antigos
gregos buscavam compreender toda a estrutura do mundo a partir das
narrativas sobrenaturais. Por isso, criaram uma importante cosmogonia
(do grego, cosmo significa organização, harmonia, o que está em oposição
ao caos, à desordem) apresentando explicações próprias para o surgi-
mento do Universo.

Para saber mais


Acesse: https://super.abril.com.br/historia/a-origem-do-mundo-se-
gundo-a-mitologia-grega/

TRILHA 2 | Representações do real: mito e filosofia 71


5  RESOLVENDO DESAFIOS DA TRILHA����������������������� •
Hesíodo, junto a Homero, é o mais antigo poeta grego. Sua obra Teogonia
apresenta uma reunião de relatos fantásticos sobre a origem dos deuses
e do mundo, a partir da cultura grega de sua época. Veja abaixo um trecho
importante da obra:
Alegrai, filhas de Zeus, dai ardente canto, Figura 2.  Capa de Teogonia

gloriai o sagrado ser dos imortais sempre vivos,


os que nasceram da Terra e do Céu constelado,
os da Noite trevosa, os que o salgado Mar criou.
Dizei como no começo Deuses e Terra nasce-
ram, os Rios, o Mar infinito impetuoso de ondas,
os Astros brilhantes e o Céu amplo em cima. Os
deles nascidos Deuses doadores de bens como
dividiram a opulência e repartiram as honras
e como no começo tiveram o rugoso Olimpo.

FILOSOFIA
Dizei-me isto, Musas que tendes o palácio olím-
pio, dês o começo e quem dentre eles primeiro Fonte: Biblioteca Virtual DAHISFJ.

nasceu.
Fonte: Hesíodo, Teogonia. Ed. Iluminuras, versão em PDF.

Pesquise e responda em seu caderno:

1 O que é politeísmo? A partir do trecho acima, podemos identificar


que as narrativas míticas de Hesíodo traziam uma cosmogonia
politeísta?
2 As figuras divinas da antiga Grécia eram antropomórficas (do
grego ahthropos: homem e morphé: forma), isto é, possuíam
características humanas (ciúme, paixões, ira, etc..). Apresente
uma pesquisa em até dez linhas sobre uma divindade grega, pri-
vilegiando retratar tais características.

TRILHA 2 | Representações do real: mito e filosofia 72


6  A TRILHA É SUA: COLOQUE A MÃO NA MASSA!��������� •
Você já ouviu falar no termo cosmovisão? Cosmovisão é uma perspec-
tiva geral de conhecimentos, valores, sentimentos, opiniões e crenças que
formam uma visão de mundo.
Pondo a mão na massa:
Represente dentro de uma forma geométrica a cosmovisão que você traz
consigo a partir de suas experiências, crenças, conhecimentos e opiniões.
Você pode fazer isso com ilustrações ou com palavras-chave, buscando dar
um ordenamento a sua visão de mundo própria.

7  A TRILHA NA MINHA VIDA����������������������������������� •


Você conhece alguém de sua família, de seu bairro ou de seu círculo de
amigos que seja um contador de histórias? Entreviste essa pessoa, pergun-

FILOSOFIA
tando a ela:
I. Nome completo e data de nascimento;
II. Com quem aprendeu a contar histórias?
III. Acredita na importância das histórias orais como forma de preser-
vação da memória para seu grupo social?
IV. Conte-nos uma história que seja marcante pra você.
Você pode registrar essa entrevista por escrito ou gravando as perguntas e
respostas em seu celular. O resultado dessa entrevista será compartilhado
com a turma.
Após socializar com seus colegas de turma as entrevistas e histórias
contadas por pessoas da sua comunidade, reúnam parte desse material e
divulguem em suas redes sociais, ajudando a manter as raízes culturais e
memórias importantes.
Para saber mais sobre a atividade de contar histórias, acesse: http://www.
leigrionacional.org.br/o-que-e-grio/.

TRILHA 2 | Representações do real: mito e filosofia 73


8 AUTOAVALIAÇÃO����������������������������������������������� •
Nossa proposta, com essa trilha, era colaborar para que todos pudessem
reconhecer e respeitar as várias visões de mundo, construídas em dife-
rentes épocas e espaços.

1 O seu trajeto de estudos o auxiliou nesse processo?


2 O que pôde descobrir?
3 Foi possível perceber a diversidade de mitos, crenças e símbo-
los criados pelos diversos grupos sociais?
4 Conseguiu fazer todas as leituras necessárias?
5 Você se sentiu instigado a conhecer mais sobre o tema apre-
sentado?

FILOSOFIA
A mitologia (o estudo dos mitos, suas origens e significados) é uma área de
conhecimento muito enriquecedora. Esperamos que o pontapé inicial para
a descoberta desse manancial de referências culturais tenha sido dado.
Segue aqui o link para baixar “O livro de ouro da mitologia”, de Thomas
Bulfinch:
y O livro de ouro da mitologia – https://filosofianreapucarana.
pbworks.com/f/O+LIVRO+DE+OURO+DA+MITOLOGIA.pdf
Nos veremos novamente em breve, até lá!

TRILHA 2 | Representações do real: mito e filosofia 74


74
TRILHA 3
FILOSOFIA
Conhecimento filosófico:
investigação sobre os períodos da história

1  PONTO DE ENCONTRO ���������������������������������������� •


Salve, salve, estudantes! Como o tempo voa... cá estamos nós iniciando
nossa terceira trilha de estudos, não é mesmo? Vamos lembrar uma antiga
música de Lupicínio Rodrigues, em que ele canta:

A minha casa fica lá detrás do mundo


Onde eu vou em um segundo quando começo a cantar
O pensamento parece uma coisa à toa
Mas como a gente voa quando começa a pensar...

Pois é, essa letra pode nos dar uma boa pista sobre o assunto dessa trilha
de estudos. Isso porque, assim como a música diz, a atividade de pensar
nos faz viajar sem sair do lugar, nos leva a muitos lugares e nos possibilita
novos conhecimentos. A busca pelo conhecimento é, afinal, o que liga cada
existência pessoal à própria história da nossa civilização, esperamos que
até o fim dessa terceira trilha, essa ideia possa ficar mais clara.
Vamos caminhar?

2  BOTANDO O PÉ NA ESTRADA�������������������������������� •
• Como, afinal, surgiu a filosofia?
• De quais questões a filosofia se ocupa?
• O que caracteriza essa forma de pensar?

TRILHA 3 | Conhecimento filosófico: investigação sobre os períodos da história 75


3  LENDO AS PAISAGENS DA TRILHA������������������������� •
Figura 1.  O centro do mundo grego antigo

FILOSOFIA
Fonte: Atlas histórico. São Paulo: Encyclopaedia Britannica, 1977. P.16.

A Aurora da Filosofia Grega


O desenvolvimento cultural que propiciou o surgimento da filosofia no
século VI a.C. na antiga Grécia está totalmente vinculado a um fato político:
o surgimento das cidades-Estado – definidas como pólis ou urbes por volta
dos sécs. VIII e VII antes de Cristo. As antigas cidades-Estado eram confi-
gurações sociais complexas e independentes, possuíam uma forte organi-
zação militar, jurídica e política. A base econômica dessas cidades-Estado
era formada por atividades agrícolas, artesanato e o comércio marítimo.
A formação da pólis gerou um desenvolvimento cultural de grande valor,
encontrando expressão em formas artísticas, como o teatro grego e a
arquitetura; e também no próprio desenvolvimento de uma racionalidade
que aos poucos ia se afastando dos mitos que, no período arcaico, estrutu-
raram os valores e a dinâmica social daqueles povos.

TRILHA 3 | Conhecimento filosófico: investigação sobre os períodos da história 76


A filosofia é filha da pólis
A filosofia surge com Tales de Mileto (cerca de 624 — 546 a.C), no seio dessa
cultura que buscava promover uma racionalidade capaz de tomar outros
rumos, além das explicações míticas. Certamente há grande influência da
dinâmica social da pólis no desenvolvimento da filosofia, sabe-se que o
debate em praça pública (chamada de ágora pelos gregos) foi um hábito
muito importante para sua promoção, uma vez que todos os assuntos
públicos eram ali tratados pelos cidadãos, com base na prática do diálogo.
A verdade, fruto da revelação divina, começava a perder espaço para uma
nova reivindicação de verdade, baseada na razão humana (chamada de
logos pelos gregos). Defendendo a prática da investigação sistemática dos
fenômenos, a filosofia da antiguidade grega lança as bases para o desenvol-
vimento científico. Um interessante exemplo disso está no caso do médico
grego Hipócrates (460-377a.C.), que foi o primeiro a olhar para um homem
sofrendo um ataque epilético (uma crise convulsiva, com temporária perda

FILOSOFIA
de consciência) e dizer: “Não há nenhum deus aí dentro; é um fenômeno
do corpo desse indivíduo.” Foi comum, por muito tempo, acreditar que a
epilepsia era a manifestação física de um mal sobrenatural. Somente com
Hipócrates, considerado o pai da medicina ocidental, as doenças passaram
a ser tratadas a partir do estudo de suas causas naturais, isto é, suas
causas físicas, orgânicas.

Figura 1.  Xilogravura Flammarion


(autor desconhecido, 1888)
Fonte: Arcano Dezenove.

TRILHA 3 | Conhecimento filosófico: investigação sobre os períodos da história 77


4  EXPLORANDO A TRILHA�������������������������������������� •
Vamos revisar o que vimos até aqui? Abaixo temos algumas estrofes da
Filosofia em Cordel, escrita por Lindoaldo Campos:

Texto 1 Espanto: o começo de tudo – Os filósofos pré-socráticos


Às senhoras, aos senhores Em busca de uma verdade
A todos, por cortesia Procurou-se explicação
Peço licença um instante Que não fosse pelos mitos
Pra narrar, em poesia (julgados fabulação)
Do “direito” e do avesso Nada de Mitologia
A história do começo Pois tudo se explicaria
De nossa Filosofia Só pelo logos (Razão)

Ela vem da alegria Foi uma revolução


Que sentimos ao saber Que ocorreu no Ocidente
Mas também da agonia Seiscentos antes de Cristo

FILOSOFIA
De pouca coisa entender Na Grécia de antigamente
É anseio, estranheza Quando uns “cabras” pensadores
Porque nós, por natureza “Arrocharam os motores”

O que devemos fazer? Da força de sua mente


Há destino ou liberdade? Não foi coisa de repente
A vida tem um sentido? Mas extensa caminhada
O que é mal e bondade? Nem foi um “milagre grego”
Filosofia vem, portanto, Porque “nada vem do nada”
Do thaumazéin, o espanto Comércio, pólis (cidade)
Perante a realidade Navegações, liberdade
Motivaram a jornada

Podemos dizer que os filósofos, de modo geral, preocupam-se com o


rigor e a fundamentação de suas ideias; Desenvolvem conceitos, a partir
dos quais pretendem explicar determinados fenômenos; Buscam a argu-
mentação como forma de apresentação dos conceitos criados; Partem de
observações críticas, elaboradas a partir da leitura de outros filósofos.

TRILHA 3 | Conhecimento filosófico: investigação sobre os períodos da história 78


O filósofo alemão Immanuel Kant (1724–1804) disse que a filosofia deveria
se ocupar de três questões fundamentais, a partir das quais inúmeras
investigações se desdobrariam, são elas: o que podemos conhecer? O que
devemos fazer? O que nos é permitido esperar?
A Epistemologia, a lógica, a ética, a política, a estética, a ontologia e a
metafísica são algumas das áreas que formam o campo de investigação
da filosofia.
A filosofia possui quase 27 séculos de história. Desde seu surgimento até
os dias atuais, são inúmeros os filósofos e os problemas sobre os quais
eles se debruçaram. Para ajudar na compreensão dessa cronologia, veja a
seguir uma divisão dos períodos da história da filosofia:

Filosofia Antiga
(VI a.C. – VI d.C.)

FILOSOFIA
Filosofia Cristã
(I d.C. – XIV d.C.)
Filosofia Moderna
(XIV d.C. – XIX d.C.)

Filosofia Contemporânea
(final do século XIX d.C.
até os dias atuais)

5  RESOLVENDO DESAFIOS DA TRILHA����������������������� •


Vamos testar algumas compreensões percorridas com essa trilha de
estudos? Responda em seu caderno:

1 Existe uma relação entre o desenvolvimento da pólis grega e o


surgimento da Filosofia? Justifique.
2 Na antiguidade, havia uma relação entre o saber científico e o
saber filosófico? Como você descreveria essa relação?

TRILHA 3 | Conhecimento filosófico: investigação sobre os períodos da história 79


6  A TRILHA É SUA: COLOQUE A MÃO NA MASSA!��������� •
Immanuel Kant (1724–1804) tem uma frase famosa que diz: “Não se ensina
filosofia; ensina-se a filosofar.”
Com essa frase, o conhecido pensador moderno nos fornece uma impor-
tante compreensão de que a filosofia não é um saber fechado em doutrinas
prontas, mas é, antes de tudo, uma abertura à compreensão racional dos
fenômenos.
Você, estudante, é um agente de importantes conhecimentos. Considere
suas experiências próprias e represente por meio de um texto, uma ilus-
tração, um vídeo ou outra forma de expressão a seguinte questão:

Quem é o ser humano?

7  A TRILHA NA MINHA VIDA����������������������������������� •

FILOSOFIA
Antes mesmo do surgimento da filosofia, a tradição mítica da Grécia Antiga
já havia nos legado a inscrição do oráculo de Delfos: “Conhece-te a ti
mesmo”. Você acredita que o autoconhecimento é uma chave importante
para uma vida feliz? Expresse sua conclusão sobre esse assunto escre-
vendo um texto em seu caderno, com pelo menos 10 linhas.
A partir das conclusões extraídas do questionamento acima, promova com
sua turma um debate sobre os resultados encontrados. Notar diferenças de
perspectivas é um importante passo do processo.

8 AUTOAVALIAÇÃO����������������������������������������������� •
Responder no caderno:

1 Como foi sua compreensão sobre os temas tratados nesta trilha?


2 Foi possível fazer todas as leituras?
3 Como você avalia sua dedicação nos estudos até o momento?
TRILHA 3 | Conhecimento filosófico: investigação sobre os períodos da história 80
TRILHA ÚNICA
INTERDISCIPLINAR
Planeta Terra, Planeta Água
Como ser Eu em um mundo de gente!

1  PONTO DE ENCONTRO ���������������������������������������� •


Olá, estudante! Tudo bem? Que bom que você chegou até aqui! Dessa vez o
nosso passeio será coletivo porque vamos precisar dos saberes de História,
de Geografia, de Filosofia e de Sociologia. Não se preocupe, afinal ,nossa
bagagem está bem maior agora, pois aprendemos muitas coisas ao longo
do caminho.
Nessa trilha, você será convidado a relatar suas vivências, suas opiniões
acerca de aspectos ambientais da sua cidade e de seu bairro. Mas, como
todos estamos conectados, vamos olhar também para outros contextos
e observar toda a nossa sociedade em movimento!
Essa mesma trilha poderá ser explorada por diferentes professores e não
se esqueça: no tempo em que estiver em casa você deve continuar cami-
nhando. Combinado?

2  BOTANDO O PÉ NA ESTRADA�������������������������������� •
Você mora há muito tempo no mesmo lugar? Nos últimos anos, você tem
observado mudanças na paisagem? De que tipo?
Em relação à natureza, quais foram os tipos de transformação que você
observou? Você percebe algum padrão nessas mudanças?
A seguir, temos duas imagens: a primeira é de uma importante Avenida
de Salvador e a segunda da região de Florestal em Jequié. Quais são as
semelhanças e as diferenças que você percebe?

TRILHA 1 | Planeta Terra, Planeta Água 81


Figura 1.  Avenida de Salvador Figura 2.  Região de Florestal em Jequié

Fonte: Não ao BRT Salvador Fonte: Itirucu Online

3  LENDO AS PAISAGENS DA TRILHA������������������������� •

INTERDISCIPLINAR
Lembra que em trilhas passadas aprendemos um pouco sobre a evolução
humana nas aulas de História? Agora observe a imagem abaixo e debata
com os seus colegas qual a reflexão que ela nos apresenta. Depois, não se
esqueça de fazer um registro sobre a sua intepretação dessa charge em
seu caderno.
Figura 3.  Charge sobre evolução

Fonte: Dan Piraro (2007).

TRILHA 1 | Planeta Terra, Planeta Água 82


Mas, quando falamos de meio ambiente, não falamos só de natureza. Não
é mesmo?

(...) Meio ambiente corresponde não só ao meio físico e biológico,


mas também ao meio sociocultural e sua relação com os modelos de
desenvolvimento adotados pelo homem”.
Somos tripulantes de uma mesma nave e temos que encontrar
alternativas para coexistirmos em equilíbrio, sendo que este equilíbrio diz
respeito a forma de utilização dos recursos naturais disponíveis.
Tratar o meio ambiente de forma mais racional é reconhecer que
todos os habitantes do planeta dependem de energia para sua sobrevi-
vência, de forma que sem esta fonte ou com esta fonte em desequilíbrio,
significa uma nave sem condições de navegar e seus tripulantes sem
condições de manter o equilíbrio necessário à sua sobrevivência.
Portanto, a necessidade de um uso racional dos recursos naturais
existentes é, atualmente, o maior desafio do século que se inicia. (...)

INTERDISCIPLINAR
Adaptado de <https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/geografia/a-sociedade-meio-ambiente.htm>.
Acesso en 27/jul/20.

Durante as nossas trilhas, apresentamos muitas formas de agressão ao


meio ambiente. Nas aulas de sociologia, a gente aprendeu que os homens
organizados em sociedades fazem parte desse sistema e muitos elementos
se relacionam com a agressão ao meio ambiente, tais como:
• desigualdade social;
• falta de escolarização e educação;
• concentração de riquezas.
Você se lembra de mais algum? Qual?
Vamos pensar juntos? Por que esses fenômenos citados acima afetam o
meio ambiente?

TRILHA 1 | Planeta Terra, Planeta Água 83


4  EXPLORANDO A TRILHA�������������������������������������� •
A physis e a origem de tudo
Pensar o meio ambiente, tarefa urgente para todos nós, foi o movimento
crucial e originário da própria filosofia ocidental. Como vimos em trilhas
passadas, a filosofia ocidental surge na região jônica da Grécia Antiga, por
volta do século VI a.C., com Tales de Mileto. E o que nos une ao movi-
mento que deu origem à razão ocidental? A preocupação que aqueles
filósofos já demonstravam com a vida e a compreensão de que nós e a
natureza somos parte de uma unidade, um único ser. Os primeiros filó-
sofos tentavam descobrir a arché, palavra grega que designa a origem de
tudo o que é. O que está no fundamento de toda matéria física existente na
natureza? Essa questão, alvo de investigação racional, os levou a inúmeras
tentativas de resposta.

INTERDISCIPLINAR
OS PRÉ-SOCRÁTICOS
(Sec. VI – IV a.C.)
Physis • Arché • Logos
Escola Jônica
Tales de Mileto
• Água
• Primeiro Filósofo
Escola Miletiana
Anaximandro de Mileto
• Infinito (ápeiron) ou de Mileto
Anaxímenes de Mileto
• Ar (Pneuma)
Xenófanes de Cólofon
• Terra
• Antromorfismo
• Primeiro grande crítico da região
Heráclito de Éfeso
• Mobilismo
• Devir
• Fogo (Pyr)
• Tudo flui
Disponível em: <https://slideplayer.com.br/slide/14986237/>. Acesso em 2/8/2020.

TRILHA 1 | Planeta Terra, Planeta Água 84


É fato que os nossos antigos filósofos da natureza chegaram a distintas
respostas sobre o que é a origem da physis. Tales acreditava ser a água,
Anaximandro acreditava ser algo indefinido, Anaxímenes acreditava ser o ar
e Heráclito acreditava ser o fogo. Todas essas ideias encontram elaboração
ainda com Empédocles de Agrigento (495 a.C. – 430 a.C.), que formula a
noção de que os quatro elementos (terra, fogo, água e ar) são, em inúmeras
combinações, a expressão da multiplicidade da physis. Mais tarde, ainda,
Demócrito de Abdera (460 a.C. – 370) formula a noção de átomo, tão impor-
tante para o desenvolvimento científico.
Ressaltaremos aqui um fragmento das concepções de Tales de Mileto, para
quem a origem de tudo é a água:

[…] Todo o cosmo é um. [...] As aparências Figura 4.  Tales de Mileto

sensíveis os conduziram a esta conclusão; porque

INTERDISCIPLINAR
aquilo que é quente necessita de umidade para
viver, e o que é morto seca, e todos os germes
são úmidos, e todo alimento é cheio de suco; ora,
é natural que cada coisa se nutra daquilo que pro-
vém; a água é o princípio da natureza úmida, que
mantém todas as coisas; e assim se conclui que
a água é o princípio de tudo e que a terra repousa
sobre a água.
Trecho retirado de: BORBHEIN, G. Os Filósofos Pré-Socráticos. Fonte: Ernst Wallis (1875)

Mesmo que a ciência tenha caminhado por mais de 2.500 anos após a
produção desses filósofos, ainda hoje precisamos nos lembrar de alguns de
seus princípios. Esses antigos pensadores compreenderam muito bem que
o cosmos é um só e nós somos apenas uma pequena parte dele, fazemos
aqui a nossa morada (em grego morada pode ser escrita como ethos,
origem da palavra ética). Cuidar, zelar e preservar é o fundamento de uma
ética (ethos) ambiental que devemos desenvolver para tentar responder a
muitos desafios impostos até os dias presentes.
TRILHA 1 | Planeta Terra, Planeta Água 85
Onde encontramos a relação entre a filosofia e o meio ambiente,
afinal? Encontramos essa relação na exigência de que nós, seres
humanos, possamos buscar um meio de desenvolvimento capaz de
obedecer a princípios éticos fundamentais de respeito à vida, em
toda sua multiplicidade.

Para saber mais


https://netnature.wordpress.com/2018/04/08/2-500-anos-de-avan-
cos-cientificos-e-nao-saimos-dos-pre-socraticos/

Você já ouviu falar sobre a carta do Cacique Seattle, escrita em 1854


e enviada ao então presidente dos EUA? Nessa carta, o cacique
afirma: “Os brancos também passarão, talvez mais cedo que todas

INTERDISCIPLINAR
as outras tribos. Contaminem suas camas e, uma noite, serão sufo-
cados pelos próprios dejetos. Onde está o arvoredo? Desapareceu.
Onde está a águia? Desapareceu. E este é o final da vida e o início da
sobrevivência.”
y Para ler a carta inteira – http://www.unisinos.br/ensino-pro-
pulsor/carta-do-cacique-seattle/

Agora que você já pôde observar um pouco a relação entre a origem do


pensamento ocidental e o meio ambiente, observe as imagens abaixo:

Figura 5.  Rio São Francisco Figura 6.  Rio Paraguaçu

Fonte: Ângelo Bomsucesso (2019). Fonte: Ângelo Bomsucesso (2019).

TRILHA 1 | Planeta Terra, Planeta Água 86


Figura 7.  Rio Joanes Figura 8.  Rio Jaguaribe

Fonte: Raul Spinassé (2017). Fonte: Assuero Lima (2016).

Esses são alguns rios que cortam o território baiano. Responda no caderno
as seguintes questões:

1 Quais são as características percebidas nas fotos?


2 O lugar onde você mora é cortado por rios? Como estão esses
rios, limpos ou poluídos?

INTERDISCIPLINAR
3 Como seria a sua vida sem os rios?

Na história da humanidade os rios tiveram uma importância fundamental


para o desenvolvimento de grandes civilizações na Antiguidade.
Assista o vídeo abaixo sobre como o Rio Nilo, o maior Rio da África, fez
nascer a civilização do Egito.
▶ Como o Nilo fez nascer a civilização egípcia – https://youtu.be/_
pD-XoccEFY
Figura 9.  Rio Nilo

O Rio Nilo também está doente,


sofrendo com as mudanças climá-
ticas e com diferentes interven-
ções humanas. Procure na internet
informações sobre o estado atual
do Rio Nilo e compartilhe com os
seus colegas.
Fonte: Cultura Mix

TRILHA 1 | Planeta Terra, Planeta Água 87


5  RESOLVENDO DESAFIOS DA TRILHA����������������������� •
Já que estamos falando sobre rios, você sabe o que é uma Bacia Hidrográfica?
As bacias hidrográficas são áreas do território ou de uma região
compostas por um rio principal e seus afluentes, que escoam para o
mesmo curso d’água, abastecendo-o. Elas são separadas por estruturas
do relevo, como morros, serras, picos e chapadas. As águas são direcio-
nadas pela topografia do terreno. As formas do relevo levam cursos de
água menores, como riachos, córregos e rios pequenos, a abastecerem
os rios maiores. Geralmente, o nome da bacia hidrográfica leva o mesmo
nome do rio principal.
Disponível em: <https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/bacia-hidrografica.htm>.

Vamos olhar a imagem abaixo:


Figura 10.  Representação dos elementos de uma bacia hidrográfica

INTERDISCIPLINAR
Fonte: Mundo Educação.

Agora, de acordo com as definições abaixo, identifique os elementos que


compõe uma bacia hidrográfica e registre no seu caderno.
I. O conjunto das terras drenadas ou percorridas por um rio principal e
seus afluentes, nascentes e foz.
II. O local onde uma corrente de água, como um rio, deságua.
III. São resultantes da água da chuva que infiltrou no solo e se acumulou
no lençol freático (bacias de água embaixo do solo)
TRILHA 1 | Planeta Terra, Planeta Água 88
As terras brasileiras são permeadas por muitas bacias hidrográficas.
Observe o mapa abaixo e atenção para a numeração e as diferenças das
cores no mapa.
Figura 11.  Mapa das Bacias Hidrográficas do Brasil

INTERDISCIPLINAR
Fonte: blog Murilo Cardoso (2012).

De acordo com o mapa responda no seu caderno:

1 Quais as bacias hidrográficas que pertencem ao Estado da Bahia?


2 No mapa identifique a maior bacia hidrográfica do Brasil?

Uma das bacias mais importantes que existe no Nordeste brasileiro é a


Bacia do Rio São Francisco. Você sabia que existe uma lenda indígena
sobre a origem do Rio São Francisco? Vamos conhecê-la:

Texto 1 A lenda da origem do Rio São Francisco


As comunidades ribeirinhas são ricas quando o assunto é cultura,
tradição e lendas onde o Velho Chico é o personagem principal. E entre
tantas histórias interessantes que o povo da bacia conta, não poderia dei-
xar de existir uma em que a origem do rio fosse explicada.
TRILHA 1 | Planeta Terra, Planeta Água 89
Reza a lenda que, antes do rio São Francisco ser formado, viviam
tribos indígenas nos chapadões da bacia e entre essas tribos, existia uma
doce índia chamada Iati, noiva de um forte guerreiro. Mas, certo dia, o seu
noivo precisou ir à guerra pelas terras do norte juntamente com todos os
outros índios.
Os passos dos guerreiros à caminho da guerra afundaram a terra
criando um grande sulco. A índia Iati ficou com tanta saudade que chorou
abundantemente pela falta do seu noivo. Suas lágrimas escorreram o cha-
padão, despencando do alto da serra e deu forma a uma linda cascata. As
águas da cascata caíram sobre o sulco criado pelos passos – também – do
seu amado, escorrendo para o norte e até hoje deságua no oceano.
Infelizmente para a índia Iati e o seu noivo guerreiro essa história
não teve final feliz, mas para nós e milhões de pessoas que vivem desse
rio, inicialmente feito de lágrimas de saudade de uma índia apaixonada,
ela está rendendo bons frutos.

INTERDISCIPLINAR
Disponível em: <https://cbhsaofrancisco.org.br/noticias/cultura_blog/a-lenda-da-origem-do-rio-sao-
-francisco/>. Acesso em 28/7/2020.

Ao longo da bacia do Velho Chico vivem muitas comunidades ribeirinhas.


As Comunidades tradicionais são importantíssimas para a preservação do
meio ambiente. Temos a presença de quilombolas que chegaram no terri-
tório por volta do século xvii e 32 povos indígenas que sobrevivem do Rio
São Francisco.
Pesquise uma comunidade quilombola ou indígena desse território e
registre no seu caderno aspectos relacionados a sua cultura e história.
Sobre a importância dessas comunidades para a conservação ambiental,
leia o texto abaixo e responda as questões seguintes.

Figura 12.  Comunidades tradicionais e proteção da


tartaruga marinha
Fonte: Projeto Tamar

TRILHA 1 | Planeta Terra, Planeta Água 90


Texto 2 Comunidades tradicionais e conservação ambiental
Sandro Ari Andrade de Miranda
A Convenção da Biodiversidade, aprovada na Conferência das
Nações Unidas na Rio 92, reconhece o papel fundamental das comuni-
dades tradicionais para a preservação e conservação dos ecossistemas.
Comunidades indígenas, comunidades quilombolas, pescadores
artesanais, extrativistas, dentre outros, são grupos que atuam de forma
concreta na construção de um modelo sustentável de desenvolvimento,
apesar de muitas vezes serem excluídos socialmente ou excluídos dos
processos deliberativos.
A construção de políticas públicas transformadoras, destinadas à
conservação do patrimônio ecológico, deve estabelecer relação direta
com as comunidades que dependem e se relacionam com determinados
ecossistemas no seu dia a dia.
Os pescadores artesanais, por exemplo, não podem garantir a sua

INTERDISCIPLINAR
plena subsistência frente ao crescente processo de industrialização da
pesca. Os extrativistas dependem da manutenção das florestas para a
colheita da sua base produtiva. Já as comunidades indígenas e os quilom-
bolas dependem da preservação da natureza como elemento de proteção
dos seus próprios valores culturais.
Algumas políticas públicas de sucesso na conservação da biodi-
versidade relacionam-se diretamente pela integração de vários setores,
incluindo as comunidades tradicionais.
Um exemplo é o “Projeto Tamar”, patrocinado pela Petrobrás, refe-
rência internacional no resgate da biodiversidade marinha, e que integra
o trabalho articulado de universidades, governos, centros de pesquisas,
entidades da sociedade civil, e de pescadores.
Hoje são os próprios pescadores que fiscalizam e auxiliam na pre-
servação das tartarugas marinhas, libertando-as de redes de pesca, ou
protegendo locais de desova, o que acaba resultando na efetividade do
projeto. (...)
Disponível em: <https://www.sul21.com.br/opiniaopublica/2014/12/comunidades-tradicionais-e-con-
servacao-ambiental-a-importancia-de-processos-participativos-e-integrados-de-gestao-ambiental-
-por-sandro-ari-andrade-de-miranda/> (adaptado).

TRILHA 1 | Planeta Terra, Planeta Água 91


Escreva no seu caderno:

1 Segundo o texto, qual foi o aspecto relevante que contribuiu para


a melhoria do meio ambiente no Projeto Tamar?
2 Você já ouviu falar das Conferências e Convenções ambientais?
Pesquise e registre um exemplo.
3 Você faz parte de grupo ou associação que pensa de forma cole-
tiva o meio ambiente de onde você está inserido?
4 De que forma você pode contribuir na sua comunidade? Você
acha importante?

6  A TRILHA É SUA: COLOQUE A MÃO NA MASSA!��������� •


A música de Luiz Gonzaga Xote Ecológico é uma das grandes expres-

INTERDISCIPLINAR
sões de como o povo do sertão transforma a sua preocupação em prosa e
verso. Agora é sua vez: faça no seu caderno um desenho, uma história em
quadrinhos, uma poesia ou até mesmo uma paródia de uma música com a
temática da preservação do meio ambiente.

Texto 2 Xote Ecológico (Luiz Gonzaga)


Não posso respirar, não posso mais nadar
A terra tá morrendo, não dá mais pra plantar
Se planta não nasce, se nasce não dá
Até pinga da boa é difícil de encontrar
Cadê a flor que estava ali?
Poluição comeu.
E o peixe que é do mar?
Poluição comeu
E o verde onde que está?
Poluição comeu
Nem o Chico Mendes sobreviveu!
Disponível em: <https://www.letras.mus.br/luiz-gonzaga/295406/>.

TRILHA 1 | Planeta Terra, Planeta Água 92


7  A TRILHA NA MINHA VIDA����������������������������������� •
Debatemos muito sobre as diferentes intervenções humanas no meio
ambiente. Agora grave com o seu celular um pequeno vídeo sobre os
problemas ambientais que afetam seu bairro ou a sua cidade. Podem ser
questões relacionadas ao lixo, ao desmatamento, à poluição dos rios, ou
outro problema que te chame atenção. Reflita sobre como esse problema
poderia ser resolvido. Compartilhe esse vídeo com seus professores e
colegas e, depois, escreva no seu caderno como foi essa experiência.

8  INTERVENÇÃO SOCIAL���������������������������������������� •
Já que nessa trilha aprendemos e produzimos muitas coisas sobre as ações
do homem no meio ambiente, que tal nos conectarmos com o mundo?
Junto com os seus colegas, formem grupos e criem nas redes sociais um

INTERDISCIPLINAR
perfil para divulgar as produções realizadas nessa trilha. Esse perfil também
poderá ser útil para divulgar boas práticas de preservação do meio ambiente
na sua região, afinal, o que é bom a gente deve espalhar pelo mundo.
Não se esqueça de marcar o @educacaobahia e #educacaobahia #trilhasdaeja
para que os outros estudantes da Bahia possam conhecer as suas ações!

9 AUTOAVALIAÇÃO����������������������������������������������� •
Chegou a hora de avaliar o nosso percurso.

1 Você fez todas as atividades propostas?


2 Sentiu dificuldades com alguma etapa?
3 Tirou dúvidas com o professor?
4 Quais são as temáticas você deve aprofundar mais?

#partiu Novas Trilhas!

TRILHA 1 | Planeta Terra, Planeta Água 93

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