Padrões de Qualidade Do Ar - Qualidade Do Ar

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Padrões de Qualidade do Ar
Os padrões de qualidade do ar estaduais foram inicialmente estabelecidos em 1976, pelo Decreto
Estadual nº 8468/76, e os padrões nacionais foram estabelecidos pelo IBAMA – Instituto Brasileiro
de Meio Ambiente e aprovados pelo CONAMA – Conselho Nacional de Meio Ambiente, por meio
da Resolução CONAMA nº 03/90.

A evolução dos conhecimentos técnicos e científicos conduziu, nesse período, a União Européia e
os Estados Unidos à revisão de suas referências, com a atualização dos valores dos padrões
adotados, assim como a inclusão de novos parâmetros.

Em 2005, a Organização Mundial de Saúde – OMS publicou documento com uma revisão dos
valores-guia para os poluentes atmosféricos visando à proteção da saúde da população, à luz dos
conhecimentos científicos adquiridos até então.

Segundo essa publicação, os padrões de qualidade do ar (PQAr) variam de acordo com a


abordagem adotada para balancear riscos à saúde, viabilidade técnica, considerações
econômicas e vários outros fatores políticos e sociais, que, por sua vez, dependem, entre outras
coisas, do nível de desenvolvimento e da capacidade do Estado de gerenciar a qualidade do ar. As
diretrizes recomendadas pela OMS levam em conta esta heterogeneidade e, em particular,
reconhecem que, ao formularem políticas de qualidade do ar, os governos devem considerar
cuidadosamente suas circunstâncias locais antes de adotarem os valores propostos como
padrões nacionais. A OMS também preconiza que o processo de estabelecimento de padrões visa
atingir as menores concentrações possíveis no contexto de limitações locais, capacidade técnica e
prioridades em termos de saúde pública.

Em 2008, o Estado de São Paulo iniciou um processo de revisão dos padrões de qualidade do ar,
baseando-se nas diretrizes estabelecidas pela OMS, com participação de representantes de
diversos setores da sociedade. Este processo culminou na publicação do Decreto Estadual nº
59113 de 23/04/2013, estabelecendo novos padrões de qualidade do ar por intermédio de um
conjunto de metas gradativas e progressivas para que a poluição atmosférica seja reduzida a
níveis desejáveis ao longo do tempo.

O Decreto Estadual nº 59113/2013 estabelece que a administração da qualidade do ar no


território do Estado de São Paulo será efetuada através de Padrões de Qualidade do Ar,
observados os seguintes critérios:

1. Metas Intermediárias – (MI) estabelecidas como valores temporários a serem cumpridos em


etapas, visando à melhoria gradativa da qualidade do ar no Estado de São Paulo, baseada na
busca pela redução das emissões de fontes fixas e móveis, em linha com os princípios do
desenvolvimento sustentável;
2. Padrões Finais (PF) – Padrões determinados pelo melhor conhecimento científico para que a
saúde da população seja preservada ao máximo em relação aos danos causados pela
poluição atmosférica.

A tabela a seguir apresenta os padrões de qualidade do ar estabelecidos no DE nº 59113/2013,


sendo que os padrões vigentes estão assinalados em vermelho.

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Padrões Estaduais de Qualidade do Ar


(Decreto Estadual nº 59113 de 23/04/2013)

Tempo de MI1 MI2 MI3 PF


Poluente
Amostragem (µg/m³) (µg/m³) (µg/m³) (µg/m³)

partículas
24 horas 120 100 75 50
inaláveis
MAA1 40 35 30 20
(MP10)

partículas
inaláveis 24 horas 60 50 37 25
finas MAA1 20 17 15 10
(MP2,5)

dióxido de enxofre 24 horas 60 40 30 20


(SO2) MAA1 40 30 20 –

dióxido de 1 hora 260 240 220 200


nitrogênio (NO2) MAA1 60 50 45 40

Ozônio
8 horas 140 130 120 100
(O3)

monóxido de
carbono 8 horas – – – 9 ppm
(CO)

24 horas 120 100 75 50


fumaça* (FMC)
MAA1 40 35 30 20

partículas – – –
24 horas 240
totais em
MGA2 80
suspensão* (PTS) – – –

Chumbo** (Pb) MAA1 – – – 0,5

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1 – Média aritmética anual.


2 – Média geométrica anual.
* Fumaça e Partículas Totais em Suspensão –  parâmetros auxiliares a serem utilizados apenas
em situações específicas, a critério da CETESB.
** Chumbo – a ser monitorado apenas em áreas específicas, a critério da CETESB.

As Metas Intermediárias devem ser obedecidas em 3 (três) etapas, assim determinadas:

1. Meta Intermediária Etapa 1 – (MI1) – Valores de concentração de poluentes atmosféricos que


devem ser respeitados a partir de 24/04/2013;
2. Meta Intermediária Etapa 2 – (MI2) – Valores de concentração de poluentes atmosféricos que
devem ser respeitados subsequentemente à MI1, que entrará em vigor após avaliações
realizadas na Etapa 1, reveladas por estudos técnicos apresentados pelo órgão ambiental
estadual, convalidados pelo CONSEMA;
3. Meta Intermediária Etapa 3 – (MI3) – Valores de concentração de poluentes atmosféricos que
devem ser respeitados nos anos subsequentes à MI2, sendo que seu prazo de duração será
definido pelo CONSEMA, a partir do início da sua vigência, com base nas avaliações realizadas
na Etapa 2.

Os padrões finais (PF) são aplicados sem etapas intermediárias quando não forem estabelecidas
metas intermediárias, como no caso do monóxido de carbono, partículas totais em suspensão e
chumbo. Para os demais poluentes, os padrões finais passam a valer a partir do final do prazo de
duração do MI3.

Em 19 de maio de 2021, de acordo com o artigo 8◦ do Decreto 59.113/2013, o CONSEMA


convalidou Estudo Técnico desenvolvido pela CETESB e aprovou a entrada em vigor da Meta
Intermediária 2 – (MI2) a partir de 01 de janeiro de 2022. (Deliberação CONSEMA 4, de 19.5.2021 e
Publicado no DOE de 26.05.2021)

A Legislação Estadual (DE nº 59113/2013) estabelece também critérios para episódios agudos de
poluição do ar. A declaração dos estados de Atenção, Alerta e Emergência, além dos níveis de
concentração ultrapassados, requer a previsão de condições meteorológicas desfavoráveis à
dispersão dos poluentes.

Critérios para episódios agudos de poluição do ar


(Decreto Estadual nº 59113 de 23/04/2013)

Parâmetros Atenção Alerta Emergência

partículas inaláveis finas


125 210 250
(µg/m3) – 24h

partículas inaláveis
250 420 500
(µg/m3) – 24h

dióxido de enxofre 800 1.600 2.100


(µg/m3) – 24h
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dióxido de nitrogênio
1.130 2.260 3.000
(µg/m3) – 1h

monóxido de carbono
15 30 40
(ppm) – 8h

ozônio
200 400 600
(µg/m3) – 8h

Os  padrões federais de qualidade do ar  foram recentemente alterados pela Resolução CONAMA


nº 491/2018, que revogou e substituiu a Resolução CONAMA nº 3/1990.

Índice de qualidade do ar e saúde

O índice de qualidade do ar é uma ferramenta matemática desenvolvida para simplificar o


processo de divulgação da qualidade do ar. Esse índice foi criado usando como base uma longa
experiência desenvolvida nos EUA.

Os parâmetros contemplados pela estrutura do índice utilizado pela CETESB são:

partículas inaláveis (MP10)


partículas inaláveis finas (MP2,5)
fumaça (FMC)
ozônio (O3)
monóxido de carbono (CO)
dióxido de nitrogênio (NO2)
dióxido de enxofre (SO2)

Para cada poluente medido é calculado um índice, que é um valor adimensional. Dependendo do
índice obtido, o ar recebe uma qualificação, que é uma nota para a qualidade do ar, além de uma
cor, conforme apresentado na tabela abaixo:

Estrutura do índice de qualidade do ar

MP10 MP2,5 O3 CO NO2 SO2


Qualidade Índice (µg/m3
) (µg/m3
) (µg/m
3)

(ppm) (µg/m
3) (µg/m
3)
24h
24h
8h
8h
1h
24h

N1 – Boa 0 – 40 0 – 50 0 – 25 0 – 100 0–9 0 – 200 0 – 20

N2 – 41 – 80 >50 – 100  >25 – 50   >100 –  >9 – 11  >200 – >20 – 40

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Moderada 130 240

81 –  >100 –   >130 –   >11 –  >240 –


N3 – Ruim  >50 – 75 >40 – 365
120 150 160 13 320

N4 – Muito 121 –  >150 –  >75 –   >160 –   >13 –  >320 – >365 –


Ruim 200 250 125 200 15 1130 800

N5 –
>200 >250 >125 >200 >15 >1130 >800
Péssima

Quando a qualidade do ar é classificada como Boa, os valores-guia para exposição de curto prazo
estabelecidos pela Organização Mundial de Saúde, que são os respectivos Padrões Finais (PF)
estabelecidos no DE nº 59113/2013, estão sendo atendidos.

Para efeito de divulgação, utiliza-se o índice mais elevado, isto é, embora a qualidade do ar de
uma estação seja avaliada para todos os poluentes monitorados, a sua classificação é
determinada pelo maior índice (pior caso). Esta qualificação do ar está associada a efeitos à
saúde, portanto independe do padrão de qualidade/meta intermediária em vigor, e será sempre
realizada conforme a tabela a seguir:

Qualidade do ar e efeitos à saúde

Qualidade Índice Significado

N1 – Boa 0 – 40

Pessoas de grupos sensíveis (crianças, idosos e pessoas


com doenças respiratórias e cardíacas) podem
N2 – Moderada 41 – 80
apresentar sintomas como tosse seca e cansaço. A
população, em geral, não é afetada.

Toda a população pode apresentar sintomas como tosse


seca, cansaço, ardor nos olhos, nariz e garganta. Pessoas
N3 – Ruim 81 – 120 de grupos sensíveis (crianças, idosos e pessoas com
doenças respiratórias e cardíacas) podem apresentar
efeitos mais sérios na saúde.

N4 – Muito Ruim 121 – 200 Toda a população pode apresentar agravamento dos
sintomas como tosse seca, cansaço, ardor nos olhos,

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nariz e garganta e ainda falta de ar e respiração ofegante.


Efeitos ainda mais graves à saúde de grupos sensíveis
(crianças, idosos e pessoas com doenças respiratórias e
cardíacas).

Toda a população pode apresentar sérios riscos de


manifestações de doenças respiratórias e
N5 – Péssima >200
cardiovasculares. Aumento de mortes prematuras em
pessoas de grupos sensíveis.

Individualmente, cada poluente apresenta diferentes efeitos sobre a saúde da população para


faixas de concentração distintas, identificados por estudos epidemiológicos desenvolvidos dentro
e fora do país. Tais efeitos sobre a saúde requerem medidas de prevenção a serem adotadas pela
população afetada.

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