Teoria Psicanalítica I - Slides Da Aula

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Teoria Psicanalítica I

Teoria Psicanalítica I

Psicanalista é aquela pessoa que fará com


que você nunca desista de você...
Teoria Psicanalítica I
Por: Ródnei A. Souza

• Mestre em Ensino, História e Filosofia das


Ciências – UFBA
• Formação em Psicanálise, Psicanálise
Didata e Hipnoanalista - CEAPP.
• Licenciado em Química - UNEB.
• Especialista em Ensino a Distância – UNEB
• Especialista em Metodologia e Didática do
Ensino Superior – Fac. São Bento
• Docente da UNEB
• Coordenador Acadêmico, Didata e Docente
do CEAPP
Teoria Psicanalítica I

Fonte: ZASLAVSKY et al, 2003


Teoria Psicanalítica I
Breve Histórico da
Psicanálise
A psicanálise nasceu como uma clínica inovadora
para o tratamento da histeria e dos distúrbios da
sexualidade; tornou-se um fenômeno da cultura e
encontra-se hoje em mais de 40 países, sob a
forma de diferentes abordagens embasadas no
pensamento freudiano.
Teoria Psicanalítica I
Teoria Psicanalítica I

Breve Histórico da
Psicanálise

A psicanálise tem sua origem com a


publicação de “A interpretação dos
sonhos”, em 1900, quando Sigmund
Freud (1856 – 1939) introduziu as
bases teóricas de uma clínica que
rompeu com as concepções
clássicas da época.
Teoria Psicanalítica I

Em 1902, com a Primeira Tópica delineada, Freud


funda a Sociedade Psicológica das Quartas – feiras.
O grupo era constituído por vienenses, judeus
asquenazes, progressistas e eruditos.

Eram principalmente médicos, mas também filósofos,


artistas e educadores.

Até 1904, apenas Freud praticava a psicanálise.


Teoria Psicanalítica I
Breve Histórico da Psicanálise

A obra já expressa também reflexões sobre a teoria da


sexualidade humana a ser elaborada, em 1905, nos
“Três ensaios sobre a teoria da sexualidade”.
Teoria Psicanalítica I
Teoria Psicanalítica I
Breve Histórico da
Psicanálise

Em 1908 o grupo sofre uma transformação, contando


com 21 membros ativos, passa-se a se chamar
Sociedade Psicanalítica Vienense.

Passando a contar com personalidades importantes


do cenário médico e psiquiátrico internacional, como
Eugen Bleuler (1857 – 1939), também Carl Gustav
Jung (1875 – 1961) reconhecido como o principal
herdeiro de Freud. Jung funda a Sociedade Sigmund
Freud de Zurique, com Alfons Maeder e Ludwig
Binswanger.
Breve Histórico da
Psicanálise
Teoria Psicanalítica I

Breve Histórico da
Psicanálise
Outro pólo se localizou na Alemanha com dois
assistentes de Bleuler, Max Eitingon (1881 – 1943) e
Karl Abraham (1877 – 1925) fundando a Associação
Psicanalítica de Berlim em 1908. Em 1913, por
intermédio de Sánder Ferenczi (1873 – 1933) é
fundada a Sociedade Psicanalítica de Budapeste.
Teoria Psicanalítica I

Breve Histórico da Psicanálise


Freud se isola em Viena, mantendo-se afastado do
debate e alheio aos rumos do movimento psicanalítico.

Concomitantemente, ele elabora as três obras


fundamentais que compõem a Segunda Tópica: “Além
do principio do prazer” (1919 – 1920), “A psicologia de
grupo e analise do ego” (1921) e “O ego e o id” (1923).
Essa nova teorização refaz a teoria do inconsciente e
fornece a tese do dualismo pulsional.
PSICANÁLISE
É um campo clínico e de
investigação teórica
desenvolvido por Sigmind
Freud, médico neurologista
vienense nascido em 1856.
Propõe-se à compreensão e
análise do homem,
compreendido enquanto
sujeito do inconsciente.
Essencialmente é uma teoria
da personalidade e um
procedimento de psicoterapia .
prática
teoria
profissional

PSICANÁLISE

método de
investigação procedimento
de psicoterapia
UM BREVE RESUMO DA PSICANÁLISE

A Psicanálise é ao mesmo tempo um


modo particular de tratamento do
desequilíbrio mental e uma teoria
psicológica que se ocupa dos
processos mentais inconscientes;
uma teoria da estrutura e
funcionamento da mente humana e
um método de análise dos motivos
do comportamento;
uma doutrina filosófica e um método
terapêutico de doenças de natureza
psicológica supostamente sem
motivação orgânica.
UM HOMEM QUE FEZ HISTÓRIA
O pensamento de Freud em suas
obras

"Interpretação dos
Sonhos", a mais
conhecida, que
publicou, em 1900;
O pensamento de Freud em suas
obras

"Psicopatologia da
Vida Cotidiana",
publicada em 1901 e
na qual apresenta os
primeiros postulados
da teoria
psicanalítica
O pensamento de Freud em suas
obras

Em "Mal Estar na
Civilização", publicado
em 1930, Freud lança
os conceitos de culturas
neuróticas, mais os
conceitos de projeção,
sublimação, regressão e
Transferência.
O pensamento de Freud em suas
obras

Em "Totem e Tabu”
(1913/14) e
"O Futuro de uma
Ilusão"(1927) expõe
sua posição sobre a
religião.
Os postulados da
teoria são
numerosos.
Teoria Psicanalítica I
 A Psicanálise traz como grande inovação
o conceito de inconsciente, tomado
como seu objeto de estudo, e a
descoberta da sexualidade infantil,
rompendo assim com a tradição da
Psicologia, até então definida como a
ciência da consciência e da razão.
Teoria Psicanalítica I
 A sexualidade tem uma importância fundamental
na psicanálise

 Não tem um sentido restrito, ou seja, apenas genital.


Tem um sentido mais amplo: toda e qualquer forma
de gratificação ou busca do prazer → existe em nós
desde o nosso nascimento.
 A partir deste sentido amplo da sexualidade podemos
entender os princípios antagônicos que fazem parte da
teoria psicanalítica freudiana:
 A) EROS (do grego clássico, vida) X THANATOS (do
grego clássico, morte)
 B) Princípio do Prazer X Princípio da Realidade
Pulsão
“representante psíquico das excitações provenientes do
interior do corpo e que chegam ao psiquismo” (SANTOS,
2009).

Freud criou o conceito de pulsão pra tentar entender o


aparelho psíquico.

Dentre as pulsões encontram-se as energias de


natureza sexual, a libido (desejo sexual).

A sexualidade para Freud está relacionada a todos os


desejos que pedem satisfação e que podem ser
satisfeito em qualquer parte do nosso corpo

Podem ser classificadas em pulsões de vida e pulsões


de morte
Eros
Ligado às pulsões de vida,
impulsiona ao contato, ao
embate com o outro e com a
realidade.

Sendo a vida tensão


permanente, conflito
permanente coloca-nos no
interior de afetos conflitantes e
pode não ser a realização do
princípio do prazer.
Thanatos
É o princípio profundo do
desejo de não separação,
de retorno à situação
uterina ou fetal, quer o
repouso, a aniquilação das
tensões.
Está vinculado às pulsões
da morte, pois, somente
esta poderá satisfazer o
desejo de equilíbrio,
repouso e paz absolutos
Princípio do Prazer
 É o querer imediatamente algo satisfatório e
querê-lo cada vez mais. "É a tendência que,
em busca da descarga imediata da energia
psíquica, não quer saber de mais nada - nem
do real, nem do outro, nem mesmo da
sobrevivência do próprio sujeito“(p. 95, "Sobre
Ética e Psicanálise", KEHL, Maria Rita)
 Não está necessariamente ligado a Eros,
mas, de forma mais profunda a Thanatos,
pois "se o desejo do homem for o repouso, o
imutável, a fuga do conflito, somente a morte
(Thanatos) poderá satisfazer tal desejo (p. 63,
"Repressão Sexual", CHAUÍ, Marilena)
O princípio do prazer
Sonho que o tempo não desfaz
O meu coração me diz
Fundamental é ser feliz

O Princípio do Prazer
Geraldo Azevedo
Princípio da Realidade
 Princípio que nos faz "compreender e
aceitar que nem tudo o que se deseja
é possível, que se for possível nem
sempre é imediato, que nem sempre
pode ser conservado e muitas vezes
não pode ser aumentado." (pág. 63,
"Repressão Sexual“, Marilena Chauí)

 Impõe-nos limites internos e externos.


Importância do Instinto Sexual
Freud notou que na maioria
dos pacientes que teve
desde o início de sua prática
clínica, os distúrbios e
queixas de natureza
hipocondríaca ou histérica
estavam relacionados a
sentimentos reprimidos com
origem em experiências
sexuais perturbadoras.
Importância do Instinto Sexual
Assim formulou a hipótese
de que a ansiedade que se
manifestava através dos
sintomas (neurose) era
consequência da energia
(libido) ligada à
sexualidade;

A energia reprimida tinha


expressão nos vários
sintomas neuróticos que
serviam como um
mecanismo de defesa.
1ª TÓPICA DE FREUD

Consciente
Inconsciente Pré-Consciente
Teorias Fundamentais
Cada evento mental é causado pela
intenção consciente ou inconsciente
e é determinado pelos fatos que o
precederam.
Uma vez que alguns eventos
mentais "parecem" ocorrer
espontaneamente, Freud começou
a procurar e descrever os elos
ocultos que ligavam um evento
consciente a outro.
O ponto de partida dessa
investigação é o fato da
consciência.
Consciente, Pré-Consciente e
Inconsciente
Consciente, Pré-Consciente e
Inconsciente
Para Freud a maior
parte da consciência é
inconsciente.

Ali estão os principais


determinantes da
personalidade, as
fontes da energia
psíquica, as pulsões e
os instintos.
Consciente, Pré-Consciente e
Inconsciente
A premissa inicial de Freud era de que há conexões
entre todos os eventos mentais e quando um
pensamento ou sentimento parece não estar
relacionado aos pensamentos e sentimentos que o
precedem, as conexões estariam no inconsciente.
Uma vez que estes elos inconscientes são
descobertos, a aparente descontinuidade está
resolvida.
Inconsciente
Contem os elementos
instintivos não acessíveis à
consciência.

Há também material que foi


excluído da consciência,
censurado e reprimido. Este
material não é esquecido nem
perdido mas não é permitido ser
lembrado.

O pensamento ou a memória
ainda afetam a consciência,
mas apenas indiretamente.
Inconsciente
O inconsciente não é apático e
inerte, havendo uma vivacidade e
imediatismo em seu material.

Memórias muito antigas quando


liberadas à consciência, podem
mostrar que não perderam nada
de sua força emocional.
INCONSCIENTE
O inconsciente, diz Freud, não é o subconsciente.
Este é aquele grau da consciência como consciência passiva
e consciência vivida não-reflexiva, podendo tomar-se
plenamente consciente.

O inconsciente, ao contrário, jamais será consciente


diretamente, podendo ser captado apenas indiretamente e
por meio de técnicas especiais de interpretação
desenvolvidas pela psicanálise.
Pré-Consciente
É uma parte do Inconsciente que
pode tornar-se consciente com
facilidade.
As porções da memória que nos
são facilmente acessíveis fazem
parte do Pré-Consciente.
Estas podem incluir lembranças de
ontem, o segundo nome, as ruas
onde moramos, certas datas
comemorativas, nossos alimentos
prediletos, o cheiro de certos
perfumes e uma grande quantidade
de outras experiências passadas

O Pré-Consciente é como uma vasta área de posse das


lembranças de que a consciência precisa para
desempenhar suas funções.
Consciente
É somente uma pequena
parte da mente, incluindo
tudo do que estamos cientes
num dado momento.

O interesse de Freud era


muito maior com relação às
áreas da consciência menos
expostas e exploradas, que
ele denominava Pré-
Consciente e Inconsciente.
2
ª

T
Ó
P
I
C
A
Estrutura tripartite da mente
Freud buscou inspiração na
cultura Grega, pois a doutrina
platônica com certeza o
impressionou em seu curso de
Filosofia.

As partes da alma de
Platão correspondem
ao Id, ao Superego e
ao Ego da sua teoria
que atribui funções
físicas para as partes
ou órgãos da mente.
(1923 - "O Ego e o Id").
Fonte: http://flaylosofia.blogspot.com/2018/03/platao-428-348-c.html
ID
O Id, regido pelo "princípio
do prazer", tinha a função
de descarregar as tensões
biológicas.
Corresponde à alma
concupiscente, do
esquema platônico:
é a reserva inconsciente
dos desejos e impulsos de
origem genética e voltados
para a preservação e
propagação da vida..
ID
O id representa os processos
primitivos do pensamento e
constitui, segundo Freud, o
reservatório das pulsões, dessa
forma toda energia envolvida na
atividade humana seria advinda
do id.

Inicialmente, considerou que


todas essas pulsões seriam ou de
origem sexual, ou que atuariam
no sentido de auto- preservação
ID
Posteriormente, introduziu o conceito das
pulsões de morte, que atuariam no sentido
contrário ao das pulsões de agregação e
preservação da vida.
O id é responsável pelas demandas mais
primitivas e perversas.

O grande masturbador (1929) –


Salvador Dali
Fonte:
https://www.todamateria.com.br/salvador-dali/
SUPEREGO
O Superego, que é
gradualmente formado no
"Ego", e se comporta como
um vigilante moral.

Contem os valores morais


e atua como juiz moral.

É a parte irascível da alma,


a que correspondem os
"vigilantes", na teoria
platônica.
SUPEREGO
Também inconsciente, o
Superego faz a censura dos
impulsos que a sociedade e a
cultura proíbem ao Id, impedindo
o sujeito de satisfazer plenamente
seus instintos e desejos. É o
órgão da repressão,
particularmente a repressão
sexual.

Manifesta-se à consciência
indiretamente, sob a forma da
moral, como um conjunto de
interdições e de deveres, e por
meio da educação, pela produção
da imagem do "Eu ideal", isto é,
da pessoa moral, boa e virtuosa.
SUPEREGO
O Superego ou censura
desenvolve-se em um
período que Freud designa
como período de latência,
situado entre os 6 ou 7
anos e o inicio da
puberdade ou
adolescência.

Nesse período, forma-se


nossa personalidade moral
e social
(1923 "O Ego e o Id").
EGO O Ego ou o Eu é a consciência,
pequena parte da vida
psíquica, subtraída aos desejos
do Id e à repressão do
Superego.

Lida com a estimulação que


vem tanto da própria mente
como do mundo exterior.

Racionaliza em favor do Id,


mas é governado pelo
"princípio de realidade" ou seja,
a necessidade de encontrar
objetos que possam satisfazer
ao Id sem transgredir as
exigências do Superego.
EGO
É a alma racional, no esquema
platônico.
É a parte perceptiva e a inteligência
que devem, no adulto normal,
conduzir todo o comportamento e
satisfazer simultaneamente as
exigências do Id e do Superego
através de compromissos entre essas
duas partes, sem que a pessoa se
volte excessivamente para os
prazeres ou que, ao contrário,
imponha limitações exageradas à sua
espontaneidade e gozo da vida.
EGO O Ego é pressionado pelos
desejos insaciáveis do Id, a
severidade repressiva do
Superego e os perigos do mundo
exterior.
Se submete-se ao Id, torna-se
imoral e destrutivo; se submete-
se ao Superego, enlouquece de
desespero, pois viverá numa
insatisfação insuportável; e se
não se submeter á realidade do
mundo, será destruído por ele.
Por esse motivo, a forma
fundamental da existência para o
Ego é a angústia existencial.
Estamos divididos entre o principio do prazer (que não
conhece limites) e o principio de realidade (que nos impõe
limites externos e internos).
ID, EGO E SUPEREGO

No sujeito normal, essa


dupla função é cumprida
a contento.

Nos neuróticos e
psicóticos o Ego
sucumbe, seja porque o
Id ou o Superego são
excessivamente fortes,
seja porque o Ego é
excessivamente fraco.
Estrutura Tripartite
Id Ego Superego

Formado a Herdeiro do
Inato e
partir do Id Complexo de
Institivo
Édipo

Sobretudo Sobretudo
Inconsciente
consciente Inconsciente

Principio do Principio da Principio do


prazer realidade dever
 O que realmente é observável na
estrutura tripartite da mente?

 Ver FREUD, Ana. O Ego e os


Mecanismos de Defesa, p.10.
Atos falhos ou Sintomáticos
Os chamados Atos Sintomáticos
são para Freud evidência da força
e individualismo do inconsciente:
e sua manifestação é comum nas
pessoas sadias.
Mostram a luta do consciente com
o pré-consciente (conteúdo
evocável) e o inconsciente
(conteúdo não evocável).
São os lapsus linguae,
popularmente ditos "traição da
memória", ou mesmo convicções
enganosas e erros que podem ter
consequências graves.
PARAPRAXIAS
Parapraxias, mais conhecidas como Atos Falhos.
Erros do quotidiano, porem com um significado das ações
que seriam originárias do inconsciente. Erros estes que só
podem ser descobertos pelo método psicanalítico da
associação livre, que uma vez descoberto é inquestionável.
PARAPRAXIAS
Podem ser subdivididas em 3 categorias:
1ª: onde o impulso emocional é liberado sem repressão, então o ato é
feito. Por exemplo se costuma sempre andar por um lugar ou fazer
determinada coisa de uma forma rotineira e em algum momento mudar
esse comportamento, isso terá um motivo que, se conseguir perceber
que mudou, poderá chegar a resposta;

2ª: onde o impulso emocional não é completamente reprimido e o ato sai


perturbado, [eu diria difícil de se perceber, pois é como, acredito, um
"erro" na fala ou na memória (pode-se reparar quando se esquece algo
importante, mas que você não tinha vontade de fazer ou quando não
lembra de ir em determinado local, por exemplo)]. Usando como exemplo
o texto onde a mulher diz: "Ele pode comer e beber o que eu quero".
Aqui temos um "erro" na hora de se expressar, pois ele pode comer e
beber o que ELE quer e não o que ELA quer, onde ve-se assim um
desejo inconscientemente passado de dominar o marido;
PARAPRAXIAS
3ª: onde o impulso emocional é completamente reprimido e o ato é
inibido, ou seja, a pessoa não faz mais. Podemos dizer que você ao
contrário do primeiro caso, ao invés de mudar de rumo ou a forma de
realizar determinada tarefa, simplesmente não andasse mais e não
realizasse mais a tarefa que antes era desenvolvida. Seria o esquecer
algo também. Quando você vai a algum lugar e por algum motivo
esquece algo que realmente necessita, você terá que voltar para buscar,
então entende-se que seja um Ato Falho ou Parapraxia, pois
inconscientemente você estava querendo voltar ao lugar e por isso
"esqueceu" o objeto lá.
Chiste
forma irônica de um ato falho.
O humor, considerado pelo próprio
Freud um dom precioso e raro e,
também, teimoso e rebelde, distingue-
se do chiste e do cômico na sua
elaboração teórica de 1905 - Os chistes
e sua relação com o inconsciente - e
de 1927 - O humor - ensaio
apresentado por ele ao X Congresso
Internacional de Psicanálise.
Chistes e Inconsciente
São três procedimentos nas palavras:
◦ Condensar duas palavras ou dois fragmentos de palavras
◦ Empregar uma única palavra com uma dupla utilização
◦ Tomar o duplo sentido ou o múltiplo sentindo de uma
palavra (jogos de palavras)
Pensamentos:
◦ Deslocamento – usa a logica para encobrir um erro de
raciocínio
◦ Nonsense – uma coisa estúpida (sem sentido ou
compreensão) estará ligada e lembrará outra coisa
estúpida.
Sonho – realização de um desejo para evitar desprazer
Chiste – obter prazer (QUINODOZ, 2007)
Motivação
Para explicar o comportamento
Freud desenvolve a teoria da
motivação sexual
(sobrevivência da espécie) e
do instinto de conservação
(sobrevivência individual).

Mas todas as suas colocações


giram em torno do sexo.

A força que orienta o


comportamento estaria no
inconsciente e seria o instinto
sexual;
Fases do desenvolvimento
sexual
A teoria das fases do
desenvolvimento do sujeito: passa
por sucessivos tipos de caráter: oral,
anal e genital.

Pode sofrer regressão de um dos dois


últimos a um ou outro dos dois
anteriores, como pode sofrer fixação
em qualquer das fases precoces.

Essas fases se desenvolverão entre


os primeiros meses de vida e os 5 ou
6 anos de idade, e estão ligadas ao
desenvolvimento do Id
FASE ORAL
Na fase oral, ou fase da
libido oral, ou hedonismo
bucal, o desejo e o
prazer localizam-se
primordialmente na boca
e na ingestão de
alimentos e o seio
materno, a mamadeira,
a chupeta, os dedos são
objetos do prazer;
FASE ORAL
Nesse estágio, independente das necessidades
alimentares, o prazer da sucção constitui um prazer
auto-erótico. É o tipo de prazer narcisista primário,
de auto-erótico original, não tendo ainda a criança, a
noção de um mundo exterior diferenciado dela.

Em face do mundo exterior, por


meio dessa atitude, harmonizar-
se-á com o modelo dessa relação
de amorosidade. Se a criança tiver
interesse em alguma coisa, levará
à boca.
FASE ORAL
A criança identificar-se-á com a mãe segundo um primeiro
modo de relação, que substituirá a vida toda, mesmo depois
de aparecerem outros modos: ela sorri, o filho sorri, se a mãe
fala, a criança articula sons sem sentidos; e a criança
desenvolve-se armazenando passivamente as palavras, os
sons, as imagens e as sensações.

Estabelece a fase oral em sua primeira forma, passiva. As


primeiras palavras já são uma conquista, que exige um
esforço compensado pela grande alegria e as carícias do
meio familiar.
FASE ANAL

Na fase anal, ou fase da libido


ou hedonismo anal, o desejo e
o prazer localizam-se
primordialmente nas
excreções e fezes.

Brincar com massas e com


tintas, amassar barro ou argila,
comer coisas cremosas, sujar-
se são os objetos do prazer;
FASE ANAL
Nesta fase a criança atingiu um maior
desenvolvimento neuromuscular: a libido que provoca
a sucção lúdica da fase oral provocará agora a
retenção lúdica das fezes e da urina.
A zona erógena não está focalizada unicamente no
orifício anal, mas no conjunto da mucosa ano-reto-
sigmoidiana e até à porção do sistema digestivo e da
musculatura que intervém na retenção/evacuação.
Manifesta-se um pensamento caracterizado pelos
mecanismos de identificação e projeção;
Essas projeções efetuadas no quadro dualista
inseparável sadomasoquista das relações objetais são
sempre ambivalentes.
FASE ANAL
A defecação fornece à criança a PRIMEIRA ocasião de
decidir entre a atitude narcísica e a atitude de amor de objeto.
Ou ele cede docilmente o excremento e o sacrifica ao amor
ou o retém para sua satisfação auto–erótica e a afirmação de
sua própria vontade.

O objeto pulsional passa a ser duplo: de uma parte, há o


prazer erótico ligado à zona erótica por intermédio das fezes,
e de outra parte, há uma intenção de manipulação e de
controle da pessoa da mãe, que começa a diferenciar-se.
FASE FÁLICA
É uma fase de organização infantil
posterior às fases oral e anal e que se
caracteriza por uma unificação das
pulsões parciais sob a prioridade dos
órgãos genitais, por volta dos três anos
de idade, momento em que se manifesta
a curiosidade sexual infantil.
FASE FÁLICA
Durante esta fase, a criança só conhece um
órgão genital, o órgão sexual masculino, e a
oposição dos dois sexos é vivenciada por
ela como uma oposição fálica/castrada –
presença ou ausência do pênis.
A fase fálica precede, anuncia, culmina e
declina o complexo de Édipo. Ela apaga–se
sob o efeito do complexo de castração.
O menino nega a sua castração pela
negação do sexo feminino e mantém sua
crença em que a mãe é provida de um
pênis; a menina manifestará sua “inveja do
pênis” imaginando o seu crescimento
ulterior.
FASE FÁLICA (FALICA URETRAL)
O órgão genital masculino é visto como uma “pequena
parte separável do corpo” que se pode perder, de
acordo com o modelo fornecido pela perda do conteúdo
intestinal, de modo que a diferença dos sexos é, assim,
interpretada pela teoria da castração.
Nessa lógica da pré-genitalidade, a oposição
atividade/passividade da fase anal é transportada para a
oposição fálico/castrado. Só a partir da puberdade é que
se edificará a oposição masculinidade/feminilidade.
FASE LATÊNCIA
Indo da fase fálica até o
início da puberdade,
nesta fase surge,
progressivamente, a
sublimação com grande
importância, fazendo
com que a criança se
fixe ou não, exagere ou
elimine seus
componentes arcaicos
da sexualidade e seus
componentes perversos.
FASE LATÊNCIA
É a fase em que a curiosidade sexual da fase anterior é
empregada em adquirir os conhecimentos culturais
necessários à sua vida futura.

Se no início dessa fase a criança se encontra no estágio


de um complexo de Édipo bem resolvido, a libido estará
inteiramente a serviço de um superego objetivo. Por
meio dos resultados no despertar da puberdade, a
criança poderá não ter confiança em si, o que facilitará
ou dificultará o seu progresso.

Quando ocorrerem as inquietações afetivas e eróticas


anunciadoras da puberdade e a masturbação terciária,
“em vez de reagir como se fosse culpada, a criança
abrir-se-á ainda mais e saberá conquistar a sua
liberdade, sem reações autopunitivas”.
FASE LATÊNCIA
Se for saudável, a criança procurará por si mesma
superar sua inferioridade pelo desenvolvimento
compensatório de outras disposições. A culpa poderá
caber ainda a causas exteriores à criança que
perturbam sua atmosfera afetiva (mudança constante
de escola, doenças, acidentes pessoais, mães
castradoras inconscientes, lutos, etc.).
FASE GENITAL
Na fase genital ou fase
fálica, ou fase da libido ou
hedonismo genital, o desejo
e o prazer localizam-se
primordialmente nos órgãos
genitais e nas partes do
corpo que excitam tais
órgãos.

Nessa fase, para os


meninos, a mãe é o objeto
do desejo e do prazer; para
as meninas, o pai.
FASE GENITAL
(FALICO GENITAL)
A fase genital “caracteriza–se pela organização das
pulsões parciais sob o primado da zona genital; esta
fase compreende dois tempos separados pelo
período de latência:
- o período fálico, caracterizada pelo primado do
falo, com referência exclusiva do órgão genital
masculino para os dois sexos e
- a organização genital propriamente dita, a qual se
instala a partir da puberdade.

Na fase fálica um ponto é muito importante para a


fase genital: as escolhas de objeto, que se
manifestam a partir desse período da infância, são
análogas às escolhas do período pós-pubertário.
FASE GENITAL
É o período na infância, em que se dá a
maior aproximação genital infantil,
contemporânea do pleno desenvolvimento
do complexo de Édipo.

É caracterizada por uma teoria sexual


particular e durante esse período, só existe
para a criança um sexo único, o órgão
genital masculino. Daí o nome “fase fálica”
dado a esse tipo de organização.
FASE GENITAL
 Se a evolução a fase fálica tiver sido saudável ou
não, ou os sentimentos de inferioridade tiverem
impedido, no auge da puberdade, a liquidação de
um núcleo conflitante residual ou feito regredir a
libido do individuo para fases anteriores à fálica,
teremos a eclosão de uma sexualidade normal ou
perversa, ou uma neurose mais ou menos
pronunciada.
 Fantasmas dirigidos para objetos escolhidos fora da
família acompanharão a masturbação terciária .
 A puberdade, com o aparecimento no rapaz da
ejaculação e na moça do fluxo menstrual e o
desenvolvimento mamário, proporcionará os
elementos que faltavam para a compreensão do
papel do homem e da mulher.
FASE GENITAL
 Esta fase caracteriza–se pela
fixação libidinal no objeto
heterossexual, para uma vida
fecunda a dois e para a
proteção do filho ou de seu
substituto.
 Essa fixação, chamada de
oblativa, pode ir no adulto
realizado, até o abandono
sincero e total de suas pulsões
de auto-conservação, para
assegurar a proteção, a
conservação e o livre
desenvolvimento da vida física
e psíquica de um filho.
FASE GENITAL

 É uma fixação “em um objeto


exterior ao próprio indivíduo e
cuja sobrevivência e sucesso
lhe importam mais do que se
fossem dele”
Fases do Desenvolvimento - Freud

Labilidade no humor
Sublimação da investigação sexual

“pulsões
de ver”. investigação
sexual infantil
ao final,
em espera-se que a
Conflito
edipiano
“pulsões
de
mas,
domínio” parte
caia na

sublimação

“pulsão de saber” repressão


As crianças precisam renunciar as investigações
sexuais,
isto é inerente à constituição infantil.

Há, portanto um deslocamento dos interesses


sexuais para os não-sexuais.

Esse deslocamento associa-se à pulsão de domínio


– curiosidade sádica: o desejo de saber – dominar ,
ver e sublimar.

Para Freud, a mola propulsora do desenvolvimento


intelectual é sexual.
investigação
sexual infantil
repressão

sublimação
Teoria da Personalidade

Freud inicia seu


pensamento
teórico
assumindo que
não há nenhuma
descontinuidade
na vida mental.
Tipos de personalidade
Aqueles que se detêm em
seu desenvolvimento
emocional, e por algum
motivo se fixam em
qualquer uma das fases
transitórias (Freud. 1908),
constituem tipos e
subtipos de personalidade
nomeados segundo a fase
correspondente de
fixação.
ORAL RECEPTIVO
Tipo que se
detém na fase
oral, pessoa
dependente -
espera que tudo
lhe seja dado
sem qualquer
reciprocidade;
ORAL SADÍSTICO

Tipo que se decide a


empregar a força e a astúcia
para conseguir o que deseja.

Explorador e agressivo, não


espera que alguém lhe dê
voluntariamente qualquer
coisa.
ANAL RECEPTIVO
Pessoa que sempre
apresenta uma
característica de sujeira
e desorganização.
Tem grande dificuldade
de manter a ordem.

Costuma esbarrar e
derramar sempre as
coisas e dificuldade de
manter as finanças em
ordem.
ANAL SADÍSTICO

O Anal sadístico é
impulsivamente avaro, e
sua segurança reside no
isolamento.

São pessoas ordenadas


e metódicas,
parcimoniosas e
obstinadas.
Complexo de Édipo
Depois de ver nos seus
clientes o funcionamento
perfeito da estrutura tripartite
da alma conforme a teoria de
Platão, Freud volta à cultura
grega em busca de mais
elementos fundamentais para a
construção de sua própria
teoria.

No centro do "Id", determinando toda a vida psíquica,


constatou o que chamou Complexo de Édipo, isto é, o
desejo incestuoso pela mãe, e uma rivalidade com o
pai. Segundo ele, é esse o desejo fundamental que
organiza a totalidade da vida psíquica e determina o
sentido de nossas vidas.
Complexo de Édipo
O termo deriva do herói
grego Édipo que, sem saber,
matou seu pai e se casou
com sua mãe.

Freud atribui o complexo de


Édipo às crianças de idade
entre 3 e 6 anos.

Para Freud, o estágio


geralmente terminava
quando a criança se
identificava com o parente
do mesmo sexo e reprimia
seus instintos sexuais.
Complexo de Édipo
Se o relacionamento prévio com os
pais fosse relativamente amável e
não traumático, e se a atitude
parental não fosse excessivamente
proibitiva nem excessivamente
estimulante, o estagio seria
ultrapassado harmoniosamente.
Em presença do trauma, no entanto,
ocorre uma neurose infantil que é
um importante precursor de reações
similares na vida adulta.
O Superego, o fator moral que
domina a mente consciente do
adulto, também tem sua parte no
processo de gerar o complexo de
Édipo.
Complexo de Édipo
O Superego, o fator moral que domina a mente
consciente do adulto, também tem sua parte no
processo de gerar o complexo de Édipo.
Complexo de Electra
O equivalente feminino do
Complexo de Édipo é o Complexo
de Eletra, cuja lenda fundamental
é a de Electra e seu irmão
Orestes, filhos de Agamemnon e
Clytemnestra.

Electra ajudou o irmão a matar


sua mãe e o amante dela, um
tema da tragédia grega abordado,
com pequenas variações, por
Sófocles, Eurípedes e Esquilo.
Complexo de Electra

Foi proposto por Jung, mas, nunca aceito por Freud


que não fazia uma distinção de gênero para o
complexo.
Mecanismos de Defesa

Freud: “ a proteção do ego contra as


exigências pulsionais”
Mecanismos de Defesa

São processos inconscientes


que permitem à mente encontrar
uma solução para conflitos não
resolvidos ao nível da
consciência.
A psicanálise supõe a existência
de forças mentais que se opõem
umas às outras e que batalham
entre si.
Freud utilizou a expressão pela
primeira vez no seu "As
neuroses e psicoses de defesa",
de 1894.
Mecanismos de Defesa
Anna Freud em sua obra sobre O Ego e os
Mecanismos de Defesa (2006, p.38), “nos seus
embates com os representantes das pulsões e seus
afetos, são nove os mecanismos empregados pelo
ego – regressão, recalcamento, formação reativa,
isolamento, anulação, projeção, introjeção, inversão
contra o ego, e reversão .”
Mecanismos de Defesa
Regressão
É o retorno a atitudes passadas que provaram ser
seguras e gratificantes, e às quais a pessoa busca
voltar para fugir de um presente angustiante.
Devaneios e memórias que se tornam recorrentes,
repetitivas.
Ex: uma abordagem infantil e imatura do mundo que
pode ter permanecido latente por muitos anos pode
ser despertada por uma experiência ou situação
frustrante numa fase posterior. Adulto dando birra,
fazendo pirraça.
Mecanismos de Defesa
Repressão – recalque
Considerado um dos mais comuns
mecanismos de defesa do Ego,
consiste em afastar uma
determinada coisa do consciente,
mantendo-a a distância – no
inconsciente – manipular o conflito,
impulsos em competição,
tendências a atos que constitui uma
ameaça é imagem que fazemos de
nós mesmos, afastar-se ou recalcar
a consciência um afeto, uma ideia
ou apelo do instinto.
Mecanismos de Defesa
Repressão – recalque
Resumindo, é o mecanismo que consiste em manter
afastado da consciência alguma ideia penosa.

Há dois tipos de repressão a primária que é


inconsciente e equivale a negação secundária e uma
segunda que é consciente, onde o indivíduo sabe
que algo está lhe ameaçando, mas evita de qualquer
forma que tal conteúdo venha á consciência.

Ex: um acontecimento que por algum motivo


envergonha uma pessoa pode ser completamente
esquecido e se tornar não evocável.
Mecanismos de Defesa
Negação
Mecanismos de Defesa
Negação
Provavelmente é o mais simples e direto
mecanismo, consiste simplesmente na
recusa do sujeito a aceitar a existência de
uma situação penosa demais para ser
tolerada, ou seja, o sujeito dá como
inexistente um pensamento ou sentimento
que, caso ele admitisse, causaria grande
angústia.
Este mecanismo é precessor de diversos
outros mecanismos de defesa a projeção.
Ex: gerente rebaixado de cargo e tendo de
prestar serviços anteriores à promoção
Mecanismos de Defesa
Racionalização
Mecanismos de Defesa
Racionalização
Um dos mais comuns mecanismos planejados para
manter o respeito próprio e evitar o sentimento de culpa.
Constitui um mecanismo que visa a um propósito útil até
o ponto que conduz à auto proteção e ao conforto
psíquico.
O sujeito cria uma justificativa falsa para não reconhecer
a justificativa verdadeira
Mecanismos de Defesa
Formação reativa
Mecanismos de Defesa
Formação reativa
Mecanismo pelo qual a pessoa vai expressar uma
tendência oposta ao que estava expresso
anteriormente.
É um traço de caráter que representa o exato oposto
do que seria naturalmente esperado pela expressão
de tendências libertadas, um traço desenvolvido para
manter a repressão destes impulsos e para negar e
mascarar tendências da personalidade que existiram
de uma forma oculta.
Ex: Traços de caráter perfeccionista e
descompromissado constituem frequentemente
formações reativas contra tendências, desejos e
impulsos proibidos.
Mecanismos de Defesa
Isolamento
Mecanismo no qual o indivíduo separa a ideia do
afeto pelo qual ela estaria unida, assim, a ideia torna-
se inócuo, neutro. O afeto pode acabar aparecendo
sem a ideia – o sujeito experimenta crises de
angústia sem saber por que – e vice e versa.
É um mecanismo comum em pacientes terminais
onde a pessoa sabe que vai morrer, mas narra sua
doença como se não ocorresse com ela.
Mecanismos de Defesa
Anulação
Mecanismo no qual invalida uma
ação ou um desejo anteriormente
válido. Frequentemente usado
por quem tem transtornos
obsessivos.
O pensamento geralmente é
onipotente e não está relacionado
com a realidade.

Ex: pessoa que bate três vezes


na madeira para evitar algo, para
se livrar do pensamento.
Mecanismos de Defesa

Projeção
É um mecanismo oposto à introjeção. O sujeito vai
atribuir a objetos externos aspectos psíquicos que lhe
são próprios, mas não são reconhecidos como seus.
Necessariamente, antes da projeção vem um
mecanismo de negação, ou seja, é uma forma de
deslocamento que se dirige para fora e atribui outras
pessoas seus traços de caráter, atitudes, motivos e
desejos contra os quais existem objeções e que se
quer negar.
Mecanismos de Defesa
Projeção

Ex: A incapaz de tolerar a angústia despertada pelo seu


ódio de B, inconscientemente muda a sua atitude “eu
odeio B” para “B me odeia”.
Mecanismos de Defesa
Introjeção
Intimamente relacionada com a identificação, visa
resolver alguma dificuldade emocional do sujeito ao
tomar para a própria personalidade certas
características de outras pessoas. É o mecanismo
onde o objeto externo se torna efetivo internamente.
Uma ordem externa passa a fazer parte do próprio
indivíduo como um valor seu.
Mecanismos de Defesa
Introjeção
A introjeção e a projeção estão intimamente ligadas
com a identificação, formando assim dois outros
mecanismos, a identificação projetiva onde se projeta
uma característica própria no outro e se identifica
com ela – ex; locutor de futebol – e a identificação
introjetiva em que se introjeta características do outro
e se identifica – ex: um sujeito fã da F1 e que tem um
piloto como ídolo e, ao vê-lo ganhar, sai do carro
dirigindo como o piloto – É mais típico em pessoas
que se sentem inferiorizadas e precisam de ídolos.
Mecanismos de Defesa
inversão contra o ego ou Volta contra o eu:

Mecanismo que consiste num redirecionamento do


impulso onde o objeto é o próprio sujeito. Utilizado no
caso do sadismo.

Por exemplo, alguém que faz algo agressivo a outro,


sente-se culpado e passa a se auto-agredir. O
narcisismo utiliza-se desse mecanismo, mas de
forma não defensiva. .
Mecanismos de Defesa
Sublimação

É o mecanismo pelo qual o sujeito


desagressiva a energia agressiva
ou dessexualiza a libido,
transformando-as em algo
socialmente aceito.

A energia perde seu caráter, ou


seja, a energia inerente a impulsos
primitivos ou inaceitáveis é
transformada e dirigida a objetos
socialmente úteis.
Mecanismos de Defesa
Anna Freud em sua obra sobre O Ego e os
Mecanismos de Defesa (2006, p.38), “nos seus
embates com os representantes das pulsões e seus
afetos, são nove os mecanismos empregados pelo
ego – regressão, recalcamento, formação reativa,
isolamento, anulação, projeção, introjeção, inversão
contra o ego, e reversão .”
Transferência
Freud afirmou que a ligação
emocional que o paciente
desenvolvia em relação ao
analista representava a
transferência do relacionamento
que aquele havia tido com seus
pais e que inconscientemente
projetava no terapeuta.

O impasse que existiu nessa


relação infantil criava impasses
na terapia, de modo que a
solução da transferência era o
ponto chave para o sucesso do
método terapêutico.
A Transferência (MAURANO,2006)
 A análise da transferência é a condição para
o progresso do tratamento psicanalítico
 Trata-se, portanto, de fazer uma revisão do
processo de recalcamento. A mera
rememoração é pouco importante, o
fundamental não é a memória, mas a
experiência da relação com o analista, na
transferência. Só assim versões novas do
velho conflito são criadas, possibilitando
novas soluções.
 A transferência é, portanto, a mola mestra do
tratamento e ao mesmo tempo seu
obstáculo, terreno onde ele arrisca fracassar
Contratransferência
Na psicanálise freudiana, é
compreendida como o “conjunto das
reações inconscientes do analista à
pessoa do analisando e, mais
particularmente, à transferência
deste”, que, segundo Freud, seria
um obstáculo à analise que deveria
ser neutralizado e superado.

É importante observar que Freud


utilizou o termo “contratransferência”
apenas três vezes ao longo dos 23
volumes de suas obras completas, o
que demonstra a concepção
negativa que ele tinha acerca deste
fenômeno
Perversão
A loucura é a impossibilidade do Ego
para realizar sua dupla função
(conciliação entre Id e Superego, e
entre estes e a realidade), também a
sublimação pode não ser alcançada e,
em seu lugar, surgir uma perversão ou
loucura social ou coletiva.

O nazismo é um exemplo de
perversão, em vez de sublimação.

A propaganda, que induz no leitor ou


espectador desejos sexuais pela
multiplicação das imagens de prazer, é
outro exemplo de perversão ou de
incapacidade para a sublimação.
Os sonhos
conteúdo manifesto e/ou latente
A vida psíquica dá sentido e
coloração afetivo-sexual a todos
os objetos e a todas as pessoas
que nos rodeiam e entre os
quais vivemos.

As coisas e os outros são


investidos por nosso
inconsciente com cargas
afetivas de libido.

Assim, sem que saibamos por


que, desejamos e amamos
certas coisas e pessoas e
odiamos e tememos outras.
Será o paciente analisável ?
Rapport
 Freud reconhece como incontestável, o fato de o
Inconsciente de um ser humano poder reagir ao de
outro sem que informações passem pelo crivo da
mente Consciente.
 A palavra rapport tem origem no termo em
francês rapporter que significa "trazer de volta".
 O rapport ocorre quando existe uma sensação
de sincronização entre duas ou mais pessoas.

 No contexto teórico, o rapport inclui três


componentes comportamentais: atenção mútua,
positividade mútua e coordenação.
Rapport
 o rapport é algo natural – não necessita
de esforço consciente
 Empatia, interesses em comum, sedução,
confiança, compreensão.
 A instauração e manutenção da
transferência no enquadre psicanalítico,
viabiliza a possibilidade
da psicanálise propriamente dita. No
processo psicoterapêutico, para que este
seja possibilitado, há que haver o
equivalente à transferência que é
o rapport.
ALIANÇA DE TRABALHO
Constitui-se a partir das atitudes
realistas, racionais e não-
neuróticas do paciente em relação
ao analista.
É esta parcela do relacionamento
paciente-analista que permite ao
paciente se identificar com o ponto
de vista do analista e trabalhar
com o analista apesar das reações
transferenciais neuróticas.
ALIANÇA DE TRABALHO
A técnica psicanalista visa diretamente ao ego
porque só o ego tem acesso direto ao id, ao
superego e ao mundo externo.
Nosso objetivo é fazer com que o ego
renuncie às suas defesas patogênicas ou
encontre outras mais convenientes.
ASSOCIAÇÃO LIVRE
 Na psicanálise clássica, para
comunicar o material clínico, o
paciente tenta, como forma
predominante de comunicação, a
associação livre.
 Geralmente, esse processo
começa depois de concluídas as
entrevistas preliminares.
 Nas entrevistas preliminares, o
analista pôde chegar a uma
avaliação da capacidade do
paciente para trabalhar na situação
analítica. respondendo a
perguntas diretas e voltando à vida
quotidiana no final da sessão.
ASSOCIAÇÃO LIVRE
Geralmente, o paciente associa
livremente durante quase toda a
sessão mas ele pode também relatar
sonhos e outros acontecimentos de
sua vida quotidiana ou do seu
passado.
Uma das características da psicanálise
é que se pede ao paciente que inclua
suas associações quando narra seus
sonhos ou outras experiências.
A associação livre tem prioridade sobre
todos os outros meios de produção de
material na situação analítica.
Contudo, a associação livre pode ser
usada erradamente para ajudar a
resistência.
AS REAÇÕES TRANSFERENCIAIS
Para que ocorram as reações
transferenciais na situação analítica,
o paciente deve estar disposto e
capacitado para correr o risco de
alguma regressão temporária em
relação às funções do ego e das
relações objetais.
O paciente deve ter um ego capaz de
regredir temporariamente às reações
transferenciais mas tal regressão
deve ser parcial e reversível de modo
que o paciente possa ser tratado
analiticamente e ainda assim viver no
mundo real.
AS REAÇÕES TRANSFERENCIAIS
As pessoas que não se atrevem
a regredir da realidade e
aquelas que não conseguem
voltar rapidamente à realidade
são riscos indesejados para a
psicanálise.
AS RESISTÊNCIAS
A resistência implica todas as
forças dentro do paciente que
se opõem aos procedimentos
e processos do trabalho
psicanalítico.
Em maior ou menor grau, ela
está presente desde o
começo até o fim do
tratamento.
As resistências defendem o
status quo da neurose do
paciente.
AS RESISTÊNCIAS
As resistências se opõem
ao analista, ao trabalho
analítico e ao ego racional
do paciente.
A resistência é um conceito
operacional, não foi
inventada recentemente
pela análise.
A situação analítica se
transforma na arena em
que as resistências se
acabam revelando.
ANALISANDO O MATERIAL DO PACIENTE
O termo “analisar” é uma expressão compacta
que abrange aquelas técnicas que aumentam a
compreensão interna.
Em geral, inclui quatro procedimentos
diferentes: Confrontação, Esclarecimento,
Interpretação e Elaboração
Confrontação
A questão tem que se ter tornado
evidente, tem que ter ficado explícito
ao ego consciente do paciente.
Por exemplo, antes que eu possa
interpretar o motivo que possa ter um
paciente para evitar um determinado
assunto na sessão, tenho primeiro
de fazer com que ele enfrente o fato
de estar evitando alguma coisa.
Algumas vezes, o próprio paciente
vai perceber tal fato e não terei
necessidade de fazê-lo.

Todavia, antes que sejam tomadas quaisquer medidas


analíticas posteriores, deve ter-se certeza de que o
paciente discerne dentro de si mesmo o fenômeno
psíquico que estamos tentando analisar.
Esclarecimento
Abrange aquelas atividades que
visam a colocar o fenômeno
psíquico sendo analisado sob um
enfoque cerrado.
Os detalhes importantes têm que
ser desenterrados e
cuidadosamente separados dos
assuntos não ligados à questão.
A variedade ou padrão especial
do fenômeno em questão tem
que ser separado e isolado.
Interpretação
Distingue a psicanálise de todas as
outras psicoterapias porque, em
psicanálise, a interpretação é o
instrumento decisivo e fundamental.
Todos os outros procedimentos
preparam para a interpretação ou
ampliam uma interpretação ou então
cada um dos outros procedimentos
talvez tenha, também, de ser
interpretado.
Interpretar significa tornar consciente
um fenômeno inconsciente.
Mais precisamente, significa tornar
consciente o significado, fonte,
história, modo ou causa inconscientes
de um determinado fato psíquico.
Elaboração:
É um conjunto complexo de procedimentos
e processos que ocorrem depois que há
uma compreensão interna.

O trabalho analítico que possibilita que uma


compreensão interna provoque uma
mudança é o trabalho da elaboração.

Ela abrange, no geral, nas investigações


complexas, progressivas e repetitivas das
resistências que impedem que uma
compreensão interna provoque uma
mudança.

Além de ampliar e aprofundar a análise das


resistências, as reconstruções também têm
uma importância especial.
PROCESSOS E PROCEDIMENTOS
TERAPÊUTICO NÃO-ANALÍTICOS

Na psicanálise clássica, são um tanto utilizadas outras


variedades de processos e procedimentos terapêuticos
mas com o objetivo de preparar para a compreensão
interna ou para tornar tal compreensão realmente eficaz.
Todas as medidas não-analíticas se acabam também
tornando objeto de análise.
 Ab-reação ou Catarse
Engloba a descarga de
emoções e impulsos
bloqueados.

Freud considerou a ab-


reação um método de
tratamento positivo para a
cura.

Atualmente consideramos
que a ab-reação dá uma
sensação ao paciente de
convicção quanto à realidade
de seus processos
inconscientes.
Catexia ou Investimento:
Processo pelo qual a energia
libidinal disponível na psiquê é
vinculada à representação mental
de uma pessoa, ideia ou coisa
investida nesses mesmos
conceitos.
Uma vez que a libido foi catexizada,
perde sua mobilidade original e não
pode mais ser alternada para novos
objetos, como normalmente seria
possível, ficando enraizada na parte
da psique que a atraiu e reteve.

Catexia é relacionada à sentimentos


de amor, ódio, raiva entre outros,
relacionados ao objeto.
Sugestão
Abrange a indução de idéias,
emoções impulsos num
paciente independente do/ou
com a exclusão do raciocínio
realista do paciente.

Está presente em todas as


formas do psicoterapia
porque a sugestão provém do
relacionamento pais-criança
e, as pessoas em desespero,
assumem com rapidez a
posição emocional de uma
criança em relação ao
terapeuta-pai/mãe.
• Manipulação
É uma atividade evocativa
realizada pelo analista sem
o conhecimento do
paciente.

Geralmente é empregada
para acelerar vários
processos que surgem
durante uma análise
terapêutica clássica.
ANALISABILIDADE
A analisabilidade é complexa porque
depende de muitas qualidades e
características diferentes do paciente,
tanto saudáveis como patológicas.

Além disso, também é preciso estar


inteiramente familiarizado com as
muitas e pesadas exigências que o
processo e procedimento
psicanalíticos impõem ao paciente.

Freud bem cedo percebeu que os critérios individuais,


por mais importantes e definidos que sejam, não
permitem de forma alguma, uma previsão perfeita da
analisabilidade de um paciente.
As 3 vicissitudes psicanalíticas
Insight
“Na Psicanálise, segundo Sandler, Dare e Holder
(1986 [1973]), seria preciso fazer uma distinção
entre insight verdadeiro ou emocional, e insight
intelectual, sendo que, para os psicanalistas em
geral, “alguma forma de experiência emocional é
um acompanhamento essencial do que se
considera como compreensão interna (insaite)
eficaz”.

O insight verdadeiro seria aquele que é eficaz.


Uma definição que seria tautológica, como
reconhecem os autores.” (ABEL, 2003)
Acting Out
O acting out é articulado na psicanálise
como um ato no qual o sujeito, em
análise, atua, age ao invés de recordar
e colocar em palavras uma cena
infantil.
Esta atuação ou colocação em prática
das pulsões, fantasias e desejos de um
sujeito, pode ser tanto dentro como fora
do consultório de psicanálise.
TOPOGRÁFICA - ESTRUTURAL
RESULTADO DO EU
CHOCOLATE !!!!
CHOCOLATE???
ENTÃO O QUE SOMOS?
A Próxima
REFERÊNCIAS

ANZIEU,D. - A auto-análise de Freud e a descoberta da Psicanálise, PA, Ed. Artes


Médicas, 1989
COLICH, J. C. Modelos Psicanalíticos da Mente. In: Eizirik, C. L.; Aguiar, R. G. de; Schestatsky,
S. S. (orgs). Psicoterapia de Orientação Analítica: fundamentos teóricos e clínicos. Porto Alegre:
Artmed, 2005.
DUNKER, C. I. L. Aspectos Históricos da Psicanálise Freudiana. In: Jacó-Vilela, A. M.; Ferreira,
A. A. L.; Portugal, F. T. Historia da Psicologia: rumos e percursos. Rio de Janeiro: NAU Editora,
2005.
GAY, P. - Freud para historiadores, SP, Ed. Paz e Terra, 1989.
GAY, P. - Freud, uma vida para o nosso tempo, Companhia das Letras, 1989.
JONES, ERNEST - A Vida e a Obra de Sigmund Freud, RJ, Imago Ed.
MEZAN, R. - Freud, pensador da cultura, SP, Ed. Brasiliense, 1986 (4a. edição)
MEZAN, R. - Freud: a Conquista do Proibido, SP, Ed. Atelie, 2000
ROAZEN, P. - Freud e seus discípulos, SP, Ed. Cultrix, 1978
ROAZEN, P. - Como Freud trabalhava, Companhia das Letras, 1999
ROTH, M. S. - Freud: Conflito e Cultura: Ensaios sobre sua Vida, Obra e Legado, Jorge
Zahar Editores
SULLOWAY, F.J. - Freud, Biologist of the Mind, NY, Basic Books, Inc., Publishers, 1983

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