Teoria Da Acao Penal
Teoria Da Acao Penal
Teoria Da Acao Penal
1. Introdução
1
Cf., a respeito, TORNAGHI, Hélio. A relação processual penal, 2ª ed., São Paulo: Saraiva, 1987, p. 103-104.
2
2
MARQUES, José Frederico. Elementos de Direito Processual Penal, 2ª ed., Rio de Janeiro-São Paulo: Forense,
1965, v. 1, n. 169, p. 316.
3
eficácia das relações jurídicas (CC, art. 121). A ação é o direito subjetivo de natureza
pública, sujeito a condições, de exigir do Estado um julgamento de mérito sobre
um pedido e, em consequência, uma determinada prestação jurisdicional.
Contudo, embora muitos autores apresentem as condições da ação civil
(legitimidade e interesse) como as condições da ação penal,3 o fato é que elas não
servem para o Processo Penal.
Como espécie de síntese do debate entre as concepções inamentistas e as
abstratistas da ação civil, aquelas advogando que a ação era parte, e estas afirmando
que a ação era totalmente desvinculada do direito material, surgiu a concepção
acerca das condições da ação.
Para ENRICO TULLIO LIEBMAN, a ação nem é totalmente concreta, nem
inteiramente abstrata. É desvinculada do direito material posto, mas está sujeita a
certas condições. Para o ilustre processualista italiano, a concepção concretista da
ação apresenta dificuldades intransponíveis, algumas delas referidas acima. Por
outro lado, a concepção abstratista da ação, à maneira das lições dos professores
de Leipzig, KARL HEINRICH VON DEGENKOLB e de Budapeste, SÁNDOR PLÓSZ,
fazia confundirem-se o direito de ação e o mero direito de petição.
As condições da ação têm, no plano do Processo Civil, uma serventia
característica, a qual não se aplica, em hipótese alguma, ao Processo Penal. Servem
elas, alhures, para determinar quem tem pertinência subjetiva com alguma situação
de fato para poder pleiteá-la em juízo e, determinadas as pessoas legitimadas,
quando há efetiva necessidade e utilidade do Processo Civil para a solução da
referida situação de fato.
LIEBMAN concebe um direito de ação abstrato do direito material, mas
vinculado a condições. Nas primeiras edições de seu manual eram três essas
condições: legitimidade, interesse e possibilidade jurídica do pedido; depois, na
última edição, resumiu-as a duas: legitimidade e interesse.
No caso do Processo Penal, a legitimidade, como condição da ação judicial,
coloca-se somente à ação penal privada. Nesse caso, somente o ofendido, ou quem
tenha qualidade para representa-lo, pode propor a ação privada (CPP, art. 30). Ou,
3
Cf. GRINOVER, Ada Pellegrini. As condições da ação penal: uma tentativa de revisão, São Paulo: Ed. José
Bushatski, 1977, 206 pp.
4
4
GRINOVER, Ada Pellegrini. As condições da ação penal: uma tentativa de revisão, São Paulo: José Bushatsky,
1977, p. 132.
5
Cf. LIEBMAN, Enrico Tullio. Manual de Direito Processual Civil, trad. de Cândido R. Dinamarco, Rio de Janeiro:
Forense, 1984, p. 3.
5
6
Cf. GRINOVER, Ada Pellegrini. As condições da ação penal: uma tentativa de revisão, São Paulo: José Bushatski,
1977, p. 62-73.
7
BREDA, Antonio Acir. “Efeitos da declaração de nulidade no processo penal”, em Ciência Penal, n. 2 (1980), p.
111-114; em Revista do Instituto dos Advogados do Paraná, n. 2 (1980), p. 96-98, em MP, n. 9 (1980), p. 177-179;
em Revista de Processo, n. 20 (out-dez/1980), p. 184-188; e em Revista de Direito Penal e Criminologia, n. 32 (jul-
dez/1981), p. 92-94.
6
por usar gravata amarela ou por praticar incesto.8 Nesses casos, embora o pedido
seja, de fato, impossível, a questão, de tão esdrúxula, sequer se coloca. Ninguém
desconfia de que não é crime usar gravata amarela e, dentre os cultores do direito,
a certeza da atipicidade não é menor no caso de incesto.
A hipótese se revela importante quando o órgão do Ministério Público faz uma
incorreta subsunção da situação de fato que reputa criminosa e a classifica como
um crime de fato existente. O juiz, analisando o caso, percebe que se trata de um
irrelevante penal e, a partir de seu exame, a hipótese se revela clara e cristalina. É
o caso do estelionato, em que o órgão do Ministério Público narra uma situação de
obtenção de vantagem ilícita, em prejuízo alheio, sem, porém verificar se a indução
ou manutenção da vítima ou de quem quer que seja em erro; narra, enfim, um
negócio jurídico mal feito, pensando que o faz com relação a um estelionato.
Sem justa causa, não se recebe uma acusação (CPP, art. 395, III). Sem justa
causa, o processo penal condenatório deixa de ser um instrumento legítimo de
persecução, e passa a ser um instrumento de perseguição injusta. Daí que a causa
por detrás do processo deve ser perfeitamente justa. Trata-se de uma condição
genérica da ação penal (CPP, art. 648, I).
Quanto ao conteúdo da justa causa, o exame atento da lei processual penal
permite descobri-lo. Assim, ao examinar-se o que o juiz deve verificar para
pronunciar o acusado, isto é, autorizar seu julgamento pelo Tribunal do Júri, vê-se
que o fará “se convencido da materialidade do fato e da existência de indícios
suficientes de autoria ou de participação” (CPP, art. 413, caput).
A estrutura interna da pronúncia é a mesma da decisão de recebimento da
denúncia, na qual, conforme já visto, há expressa menção à justa causa (CPP, art.
395, II). Daí a legitimidade da utilização dessa regra para definir o conteúdo
material da justa causa, que é, portanto, formada pelo binômio prova da
materialidade do crime e indícios suficientes de autoria ou participação.
A justa causa garante aquilo que PIMENTA BUENO atribuiu como um dos
deveres primeiros do Ministério Público. Para o mestre paulista, o Ministério
Público deve ser “vigilante e enérgico” na proteção da ordem pública e na repressão
dos delitos, sem olhar para quem sejam os delinquentes”. Todavia, não deve
8
TOURINHO FILHO, Fernando da Costa. Processo Penal, 13ª ed., São Paulo: Saraiva, 1992, v. 1, p. 442-443.
8
4. Condições de procedibilidade
9
BUENO, José Antonio Pimenta. Apontamentos sobre o Processo Criminal brasileiro, ed. anot., atual. e compl.
por José Frederico Marques, São Paulo: Ed. Revista dos Tribunais, 1959, cap. 3, seção 3ª, n. 95, p. 127.
10
Habeas corpus n. 73271-SP – STF – 1ª Turma – Rel. Min. Celso de Mello – julgado em 19.mar.1996 – ordem
indeferida – votação unânime – DJU, 4.out.1996, p. 37100 – Ementário n. 1.844, p. 60; Habeas corpus n. 72062-
SP – STF – 1ª Turma – Rel. Min. Celso de Mello – julgado em 14.nov.1995 – ordem deferida – DJU, 21.nov.1997.
11
Cf. GRECO FILHO, Vicente. Manual de Processo Penal, São Paulo: Saraiva, 1991, p. 99.
12
MARQUES, José Frederico. Elementos de Direito Processual Penal, 2ª ed., Rio de Janeiro-São Paulo: Forense,
1965, v. 2, p. 391-392.
9
13
Habeas corpus n. 70029-CE – STF – Pleno – Rel. Min. Marco Aurélio – julgado em 31.mar.1993 – ordem
concedida – votação majoritária – DJU, 13.ago.1993, p. 15.676.
14
Recurso ordinário em habeas corpus n. 74606-MS – STF – 2ª Turma – Rel. Min. Maurício Corrêa – julgado em
8.abr.1997 – provido para que a vítima seja intimada para os fins do art. 91 da Lei n. 9.099/95 – votação unânime –
DJU, 23.mai.1997; Recurso ordinário em habeas corpus n. 74547-SP – STF – 1ª Turma – Rel. Min. Octávio Gallotti
– julgado em 20.mai.1997 – provido – votação unânime – Informativo STF n. 72.
15
Habeas corpus n. 68242-DF – STF – 1ª Turma – Rel. Min. Celso de Mello – julgado em 6.nov.1990 – ordem
denegada – votação unânime – DJU, 15.mar.1990, p. 2.648.
10
pena (CP, art. 7º, § 2º, d); e) não ter sido o provável autor do crime perdoado no
estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta sua punibilidade, segundo a lei
mais favorável (CP, art. 7º, § 2º, e). Soma-se a essas condições de procedibilidade
a requisição do ministro da Justiça (CP, art. 7º, § 3º, b).
A representação do ministro da Justiça também é condição de procedibilidade
dos crimes contra a honra cometidos contra o presidente da República ou contra
chefe de governo estrangeiro (CP, arts. 145, parágrafo único, 141, I).
No crime de induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento (CP,
art. 236), é condição de procedibilidade o trânsito em julgado da sentença que, por
erro ou impedimento, tenha anulado o casamento (CP, art. 236, parágrafo único).
Nos casos dos crimes comuns praticados pelo presidente da República, pelo
vice-presidente da República ou por qualquer dos ministros de Estado, é condição
de procedibilidade a prévia autorização da Câmara dos Deputados, votada por 2/3
dos seus membros, no caso de crime comum praticado por membros do Poder
Executivo Federal (Constituição, art. 51, I).
No caso dos crimes contra a propriedade imaterial, a compreensão sobre a
tipicidade do crime não é possível, muitas vezes, sem uma análise pericial. O exame
pericial, nesses casos, é indispensável. Daí que o legislador decidiu considerá-lo
uma condição de procedibilidade, ao dispor que, nos casos dos crimes contra a
propriedade imaterial deixarem vestígios, a queixa ou a denúncia não serão
recebidas se não for instruída com o exame pericial do corpo de delito (CPP, art.
525).
Por fim, a constituição do crédito tributário também se constitui em uma
condição de procedibilidade dos crimes fiscais. Analisando a constitucionalidade
de dispositivo da Lei 9.430 (art. 83), o Supremo Tribunal Federal decidiu que
“antes de constituído definitivamente o crédito tributário não há justa causa para a
ação penal”.16 Antes de ser comunicado oficialmente do lançamento, porém, o
Ministério Público pode oferecer a denúncia se tiver conhecimento, por outros
16
Ação direta de inconstitucionalidade n. 1571-DF – STF – Pleno – Rel. Min. Gilmar Mendes – julgada em
10.dez.2003 – julgada improcedente – votação majoritária, vencidos o Min. Carlos Britto e Ellen Gracie – DJU,
30.abr.2004, p. 27. No mesmo sentido: Habeas corpus n. 81611-DF – STF – Pleno – Rel. Min. Sepúlveda Pertence
– julgado em 10.dez.2003 – ordem concedida – votação majoritária, vencidos os Min. Ellen Gracie, Joaquim Barbosa
e Carlos Britto – DJU, 13.mai.2005, p. 6.
11
17
ALMEIDA, Joaquim Canuto Mendes de. Ação penal: análises e confrontos, São Paulo: Revista dos Tribunais,
1938, p. 8-12 e ALMEIDA, Joaquim Canuto Mendes de. Processo Penal, ação e jurisdição, São Paulo: Revista dos
Tribunais, 1975, p. 103-105.
12
18
GRINOVER, Ada Pellegrini. “Queixa, representação e ‘querela’: contrastes e confrontos”, em O processo em sua
unidade, São Paulo: Saraiva, 1978, p. 202.
13
19
BUENO, José Antonio Pimenta. Apontamentos sobre o Processo Criminal brasileiro, ed. anot., atual. e compl.
por José Frederico Marques, Rio de Janeiro: Revista dos Tribunais, 1959, p. 187-188.
14
delito (CPP, art. 310, caput) e na regra que permite o direito de representação por
abuso de autoridade, sem restringi-lo ao ofendido e ao seu representante legal (Lei
4.898, arts. 1º e 2º).
Por fim, quando os Estados já se apresentavam mais maduros, bem como
quando seus interesses políticos se tornaram maiores, a ação penal pública surgiu
e se tornou a forma de ação penal mais disseminada. A ela voltaremos em seguida.
Na atualidade, grosso modo, o Processo Penal brasileiro conhece a ação penal
pública e a ação penal privada. Aquela pode ser incondicionada ou condicionada.
Esta biparte-se em ação penal privada propriamente dita e em ação penal privada
subsidiária. Todas serão estudadas adiante.
Por ação penal pública dita incondicionada deve-se entender a ação penal de
iniciativa exclusiva e não-condicionada do Ministério Público. Por exclusiva se quer
significar aquela atuação que não pode ser realizada por nenhuma outra pessoa ou
instituição além do Ministério Público. Por não-condicionada se quer designar o
exercício que é decidido com autonomia pelo Ministério Público, sem o concurso
da vontade de outra pessoa ou instituição, mas apenas em obediência ao que
determina a lei. Nem a vítima tem disposição sobre esse exercício.
O exercício da ação penal cabe ao agente político, pago pelos cofres públicos
para deter o ministério público de promovê-la.
O juiz criminal controla o exercício e o não-exercício da ação penal, por meio
de mecanismos muito diversos entre si. Quando a ação é exercitada, o juiz controla
esse exercício através dos seguintes mecanismos.
Pode rejeitar a denúncia ou a queixa quando manifestamente inepta (CPP, art.
395, I), quando faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação
penal (CPP, art. 395, II) ou quando faltar justa causa para o exercício da ação penal
(CPP, art. 395, III). Pode absolver sumariamente o denunciado ou querelado,
quando verificar a existência manifesta de causa excludente da ilicitude do fato
(CPP, art. 397, I), quando verificar a existência manifesta de causa excludente da
culpabilidade do agente, salvo inimputabilidade (CPP, art. 397, II); quando verificar
15
que o fato narrado evidentemente não constitui crime (CPP, art. 397, III); quando
verificar estar extinta a punibilidade do agente (CPP, art. 397, IV).
Quando a ação penal não é promovida, o juiz exercita o controle de diversas
maneiras. A principal é ensejada pela promoção de arquivamento do inquérito
policial, efetuada pelo membro do Ministério Público. Caso o juiz discorde do
arquivamento, envia os autos ao órgão competente do Ministério Público com as
razões do arquivamento, a fim de que o próprio Ministério Público decida a
respeito. No caso do Ministério Público Estadual, essa decisão cabe ao procurador-
geral de Justiça (Lei 8.625, art. 29, VII); no caso do Ministério Público Federal, à
câmara de coordenação e revisão competente em matéria penal (LC 75, art. 62,
IV). Outra hipótese de controle ocorre no chamado arquivamento indireto, que
ocorre quando o membro do Ministério Público exclui da denúncia um indiciado
pela prática do crime, invocando um motivo que considera relevante.20 Nesse caso,
o controle ocorre da mesma maneira que na hipótese anterior.
Outra hipótese de controle do não exercício da ação penal ocorre com a ação
penal privada, quando o querelante exclui da queixa um dos autores do crime, em
violação ao princípio da indivisibilidade. Nesse caso, o juiz deve rejeitar a queixa,
por ocorrência de renúncia tácita, que a todos os querelados aproveita (CPP, art.
49).
Esse controle jurisdicional não se confunde, obviamente, com o próprio
exercício, que é exclusivo do Ministério Público.
20
Conflito de atribuições n. 12-BA – STF – Pleno – Rel. Min. Rafael Mayer – julgado em 1º.abr.1982 – não
conhecido – votação unânime – DJU 9.dez.1983, p. 19.415 – RTJ n. 108 (abr-jun/1984), p. 455.
16
forem os motivos.21
O princípio da obrigatoriedade é, na verdade, o ponto de partida do sistema
processual penal brasileiro. E não pode deixar de sê-lo, diante do sistema ao qual
permanece submetida toda a administração no Brasil.
Na essência, o princípio da obrigatoriedade ou legalidade da ação penal pública
é o mesmo princípio da legalidade insculpido na Constituição e ao qual está adstrita
a Administração Pública. Seria muito difícil crer que justamente o Ministério
Público estivesse dele excluído.
6.4. Caracteres
21
SILVEIRA, Euclides Custódio da. “Preleção”, apud MARQUES, José Frederico. “Sobre a ação penal”, em
Estudos de Direito Processual Penal, Rio de Janeiro: Forense, 1960, p. 106.
18
real não é, no rigor da técnica, um crime complexo22 – também ela revela que o
processo penal brasileiro está baseado na ação penal pública.
Também pode-se dizer que se encontra no centro do sistema a ação penal
pública dita incondicionada, pois a lei penal dispõe que “a ação pública é
promovida pelo Ministério Público, dependendo, quando a lei o exige, de
representação do ofendido ou de requisição do ministro da Justiça” (CP, art. 100,
§ 1º). Ou seja, o condicionamento da ação à vontade de alguém fora do Ministério
Público ficará limitado aos casos expressos em lei; nos outros tratar-se-á de ação
pública incondicionada. A lei processual penal traz uma redação quase idêntica
(CPP, art. 24).
Praticamente não há estatístiscas, nem confiáveis nem suspicazes, no Brasil; por
isso não se pode afirmar com certeza, mas é muito provável que a presença da ação
penal pública incondicionada, nos foros criminais brasileiros, represente a
esmagadora maioria dos casos.
A lei processual penal dispõe que “qualquer pessoa do povo poderá provocar
a iniciativa do Ministério Público, nos casos em que caiba a ação pública,
fornecendo-lhe, por escrito, informações sobre o fato e a autoria e indicando o
tempo, o lugar e os elementos de convicção” (CPP, art. 27).
Essa informação por escrito é tradicionalmente denominada pela doutrina de
notitia criminis. Ela pode ser simples (o noticiante apenas informa sobre a
ocorrência de fatos típicos) ou qualificada (o noticiante apresenta fatos e requer a
instauração de investigação oficial).
22
Crime complexo ou, mais corretamente, tipo complexo, é, por definição, aquele em cuja estrutura entram pelo
menos dois outros tipos penais, que o compõem. Assim, pode-se afirmar que o tipo fundamental do roubo (CP, art.
157, caput) é o resultado da soma dos tipos penais de furto (CP, art. 155, caput) e de ameaça (CP, art. 147, caput)
que o tipo fundamental da extorsão mediante sequestro (CP, art. 159, caput) é o resultado da soma dos tipos de
extorsão (CP, art. 158, caput) e de sequestro e cárcere privado (CP, art. 148, caput). Há outros exemplos, mas bastam
esses.
No caso do estupro (e, por extensão, do tipo de atentado violento ao pudor) não existem dois tipos que se somam.
O que existe é um tipo de constrangimento ilegal visando, contudo, à obtenção de vantagem sexual (conjunção carnal
no estupro e ato libidinoso diverso no atentado violento ao pudor).
Nem a conjunção carnal nem o ato libidinoso dela diverso configuram tipos autônomos. Daí porque não se poder
falar, rigorosamente, em tipo complexo. Por tal razão a ação penal para os tipos fundamentais do estupro e do
atentado violento ao pudor deveria ser privada.
19
23
Cf., entre outros, BARANDIER, Antonio Carlos. “Confissão: supremo objetivo da investigação”, em Revista
Brasileira de Ciências Criminais, n. 3 (jul-set/1993), p. 79-82.
20
Por ação penal privada deve-se entender a ação penal de iniciativa exclusiva e
limitada do ofendido ou do seu representante legal.
Para alguns autores, como LUIZ VICENTE CERNICCHIARO, dever-se-ia
denominar ação penal pública, de iniciativa privada.24 A essa espécie de
obtemperação responde JOSÉ FREDERICO MARQUES, ao afirmar que a crítica à
terminologia “deriva de uma concepção imanentista do direito de agir, visto que
subordina a natureza pública ou privada da ação ao direito subjetivo material que
dela é objeto.25 ADA PELLEGRINI GRINOVER complementa a resposta, ao afirmar
que “quando se fala em ‘ação penal privada’ é certo que não se atribui à ação
natureza que não seja de direito público: o que se pretende é, única e
exclusivamente, determinar que a titularidade da ação penal, nestes casos, não é do
Ministério Público, mas do particular”.26
A ação penal privada cabe ao ofendido, ou ao seu representante legal (CPP, art.
30). A legislação penal material tem dispositivo semelhante (CP, art. 100, § 2º).
São crimes cuja persecução se inicia por queixa:
a) calúnia (CP, arts. 138, caput, e 145, caput);
b) difamação (CP, arts. 139 e 145, caput);
c) injúria (CP, arts. 140, caput e 145, caput);
24
CERNICHIARO, Luiz Vicente. “Ação penal”, em CERNICHIARO, Luiz Vicente e COSTA JÚNIOR, Paulo
José. Direito Penal na Constituição, São Paulo: Revista dos Tribunais, 1990, p. 149.
25
MARQUES, José Frederico. Elementos..., n. 192, p. 351.
26
GRINOVER, Ada Pellegrini. “Queixa, representação e ‘querela’: contrastes e confrontos”, em O processo em sua
unidade, São Paulo: Saraiva, 1978, p. 204.
21
Assim como se justifica a ação penal pública como regra, diante das vicissitudes
que se enfrentaria se a propositura tivesse somente nas mãos do ofendido (sistema
de monopólio da ação penal privada) ou nas mãos de qualquer do povo (sistema
de monopólio da ação penal popular), alguns casos há que se impõem como
necessárias exceções.
Com efeito, sendo o processo penal condenatório sempre público, hipóteses
22
Ministério Público velará por sua indivisibilidade” (CPP, art. 48). No Processo
Penal brasileiro, a indivisibilidade é restrita à ação penal privada e não se aplica à
ação penal pública, conforme jurisprudência pacífica do Supremo Tribunal
Federal.27
Trata-se de uma limitação legal ditada pela moralidade do exercício de tão
importante instrumento. É como se o legislador dissesse ao ofendido: você pode
ou não exercer a ação penal nesses casos, mas se decidir por exercê-la, deverá fazê-
lo contra todos os autores do crime. A eventual renúncia, tácita ou expressa, quanto
a qualquer um dos autores do crime que autorize ação penal privada, bem como a
manifestação do perdão, a todos se estende (CP, art. 106, I; CPP, arts. 49 e 51). Se
o querelante deixar de incluir na queixa um autor do crime, a renúncia tácita se
estenderá a todos; se perdoar a um, mesmo que o perdão não seja aceito,
considerar-se-á que a todos perdoou, e a todos deverá ser indagado se aceitam o
perdão.
Cabe ao Ministério Público velar pela indivisibilidade (CPP, art. 48, última
parte). Não o fará, entretanto, através do suprimento da renúncia ou do perdão do
querelante, mas requererá a declaração da extinção da punibilidade de todos os
querelados (CP, art. 107, V).28
7.4. Caracteres
27
Inquérito n. 195-DF – STF – Pleno – Rel. Min. Octavio Gallotti – julgado em 9.mai.1985 – denúncia recebida –
votação unânime – DJU, 24.mai.1985, p. 7.978; Recurso em habeas corpus n. 95141-RJ – STF – 1ª Turma – Rel.
Min. Ricardo Lewandowski – julgado em 6.out.2009 – desprovido – votação unânime – DJe 200, 23.out.2009 – RT
n. 891 (jan/2010), p. 525-529; Inquérito n. 3979-DF – STF – 2ª Turma – Rel. Min. Teori Zavascki – julgado em
27.set.2016 – denúncia recebida – votação unânime – DJe 267, 16.dez.2016.
28
Cf., nesse sentido, GRECO FILHO, Vicente. Manual..., p. 133.
24
O veículo da ação penal privada é a queixa (CP, art. 100, § 2º). Os seus
requisitos formais são equivalentes aos da denúncia, com ao menos um adendo. Se
o ofendido tiver capacidade postulatória – for advogado, enfim – ele mesmo
subscreve a queixa. Se não for, deverá se valer de um advogado para representá-lo
processualmente. A procuração que outorgar ao advogado deverá contar com
poderes especiais e “menção do fato criminoso, salvo quando tais esclarecimentos
dependerem de diligências que devem ser previamente requeridas no juízo
criminal” (CPP, art. 44). Essa exigência se destina a “fixar eventual responsabilidade
por denunciação caluniosa no exercício do direito de queixa”.29
O professor paulistano JOAQUIM CANUTO MENDES DE ALMEIDA ensina que
sobrevive, no sistema processual penal brasileiro, em estado larvar, o sistema da
ação penal popular, na medida em que “qualquer pessoa do povo que tiver
conhecimento da existência de infração penal em que caiba ação pública poderá,
verbalmente ou por escrito, comunicá-la à autoridade policial” (CPP, arts. 5º, § 3º
e 27).30 Pois bem. Esse resquício não está presente na ação penal privada, pois,
nesse caso, “a autoridade policial somente poderá proceder a inquérito a
requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la” (CPP, art. 5º, § 5º).
O ofendido tem capacidade de ser parte aos dezoito anos, conforme a lei civil
(CC, art. 5º, caput). Poderá propor a ação penal privada por si. Entre os dezesseis
e os dezoito anos, período em que é relativamente incapaz, poderá exercer a ação
penal por si só ou através do seu representante legal (CPP, art. 34; CC, art. 4º, I).
Impossível não admitir, nessa hipótese, uma interpretação sistemática da lei
processual penal com a lei civil. Abaixo dos dezesseis anos o ofendido é
absolutamente incapaz, e somente seu representante legal poderá exercer por ele a
ação penal (CPP, art. 33; CC, art. 3º, I). O mesmo ocorre com o “mentalmente
enfermo, ou retardado mental” (CPP, art. 33) ou com “os que, por enfermidade
ou deficiência mental, não tiverem o discernimento para a prática” dos atos da vida
civil (CC, art. 3º, II). Caso o ofendido seja absolutamente incapaz ou mentalmente
enfermo ou retardado “e não tiver representante legal ou colidirem os interesses
29
Habeas corpus n. 74943-ES – STF – 1ª Turma – Rel. Min. Ilmar Galvão – julgado em 18.mar.1997 – ordem
parcialmente deferida, por outro fundamento – votação unânime – em DJU, 9.mai.1997.
30
ALMEIDA, Joaquim Canuto Mendes de. Processo penal, ação e jurisdição, São Paulo: Revista dos Tribunais,
1975, p. 12.
25
deste com os daquele, o direito de queixa poderá ser exercido por curador especial,
nomeado, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, pelo juiz competente
para o processo penal” (CPP, art. 33).
As pessoas jurídicas, como fundações, associações e sociedades comerciais, são
representadas por quem os respectivos contratos ou estatutos designarem (CPP,
art. 38, caput).
Caso morto ou declarado ausente o ofendido, estabelece a lei penal que “o
direito de oferecer queixa ou de prosseguir na ação passa ao cônjuge, ascendente,
descendente ou irmão” (CP, art. 100, § 4º). A melhor interpretação desse
dispositivo consagra uma ordem sucessiva, no sentido do consagrado no art. 36 do
Código de Processo Penal: “se comparecer mais de uma pessoa com direito de
queixa, terá preferência o cônjuge, e, em seguida, o parente mais próximo na ordem
de enumeração constante do art. 31, podendo, entretanto, qualquer delas
prosseguir na ação”.
Se o autor privado for pobre, isto é, se “não puder prover às despesas do
processo, sem privar-se dos recursos indispensáveis ao próprio sustento ou da
família”, o juiz lhe dará advogado para promover a ação penal, sendo que a prova
dessa situação é o antiquado atestado de pobreza, fornecido pela autoridade policial
(CPP, art. 32).
No caso de ação penal privada, o querelante poderá preferir o foro de domicílio
ou de residência do réu, ainda que conhecido o lugar da infração (CPP, art. 73).
Está claro que o autor privado, caso pretenda propor a ação penal, tem direito
a fazê-lo sobre uma base probatória sólida. Daí que a lei processual penal prevê
que “o ofendido, ou o seu representante legal [...] poderão requerer qualquer
diligência, que será realizada, ou não, a juízo da autoridade” (CPP, art. 14).
Estranha essa possibilidade de indeferimento por parte da autoridade judiciária,
que estaria a controlar uma atividade relativa à ação penal, em vez de controlar seu
exercício. E sendo que, em tese, o interesse a uma tutela jurisdicional é
indisputavelmente do ofendido. Sem dúvida, trata-se daquelas situações em que
quanto menos decidir a autoridade judiciária, melhor.
A ação penal privada está sujeita à decadência, num prazo de seis meses,
“contado do dia em que [o ofendido] veio a saber quem é o autor do crime” (CP,
art. 103). Decadência, conforme se sabe, vem a ser uma sanção de direito material
26
Dispõe a lei penal que “a ação pública é promovida pelo Ministério Público,
dependendo, quando a lei o exige, de representação do ofendido ou de requisição
do ministro da Justiça” (CP, art. 100, § 1º). A lei processual penal tem dispositivo
semelhante (CPP, art. 24, caput).
Nessas duas hipóteses, a manifestação de vontade do agente do Ministério
Público com atribuições para a propositura da ação penal não é suficiente para
tanto; ele precisa, em um caso, do concurso da vontade do ofendido e, no outro,
da do ministro da Justiça, que veicula a vontade do presidente da República.
A manifestação de vontade do ofendido se dá através da representação; a do
ministro da Justiça, através da requisição. Na essência, apesar dos nomes diferentes,
ambas se resumem no mesmo: em autorizações para agir. Em nenhum dos dois
casos, manifestada a vontade no sentido da propositura da ação penal, o Ministério
Público estará compelido inexoravelmente a tanto. O mecanismo do arquivamento
do inquérito policial ou das peças de informação vale também para a ação
condicionada.
Como se disse acima, a regra do sistema é a ação penal pública; e a regra da
28
102; CPP, art. 25). Depois disso, o processo funcionará da mesma maneira que
aquele iniciado incondicionalmente.
8.4. Caracteres
É a Constituição que dispõe: “será admitida ação privada nos crimes de ação
pública, se esta não for intentada no prazo legal” (art. 5º, LIX).
A lei processual penal desce a detalhes, ao afirmar que “será admitida ação
privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal,
cabendo ao Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia
substitutiva, intervir em todos os termos do processo, fornecer elementos de prova,
interpor recurso e, a todo tempo, no caso de negligência do querelante, retomar a
ação como parte principal”.
Assim, a ação penal privada subsidiária consiste em uma hipótese anômala da
ação penal privada. Cabe sempre que o Ministério Público, diante de um inquérito
policial relatado ou de peças de informação completas, quedar-se rigorosamente
inerte, sem promover quaisquer das atitudes possíveis, como propor a ação penal,
promover o arquivamento do inquérito ou das peças de informação, requisitar a
instauração de investigação policial ou requerer a remessa para outro órgão do
Ministério Público com atribuições.
Nesse ponto cabe registrar que a ação penal privada subsidiária, novidade
33
absoluta que era no início da década de quarenta do século vinte, nasceu cercada
de uma polêmica relevantíssima.
Em julho de 1943 – pouco mais de um ano e meio, portanto, após a entrada
em vigor do Código de Processo Penal – ocorreu a famosa “1ª Conferência de
Desembargadores do Brasil”, convocada para analisar os então novos Código Penal
(1940) e Código de Processo Penal (1941). Nessa conferência agitou-se a tese de
que, conforme a redação dessas leis, caberia ação penal privada subsidiária no caso
de inércia do Ministério Público, diante de um inquérito policial concluído e
também no caso deste ter promovido seu arquivamento, ainda que o arquivamento
tivesse sido providenciado pela autoridade judiciária. Essa tese, ao que parece,
nascera na jurisprudência do Tribunal de Apelação de São Paulo e começava a
tomar corpo. Após longo debate, a conferência aprovou em uma de suas
conclusões que, “nos crimes de ação pública, arquivados os autos a requerimento
do Ministério Público, não pode a ação penal ser iniciada mediante queixa do
ofendido”.31 Malgrado a essa tese HÉLIO TORNAGHI,32 tenha emprestado seu
talento e sua erudição, a doutrina jamais se empolgou com ela e, lentamente, a
jurisprudência passou a se firmar no sentido de que só cabe a ação privada
subsidiária se o Ministério Público, diante de um inquérito policial relatado ou de
peças de informação completas, quedar-se rigorosamente inerte, sem promover a
ação penal, o arquivamento do inquérito, a instauração ou a retomada das
investigações. Não cabe se, por exemplo, promoveu o arquivamento do inquérito
policial.33
Pensando bem, um pouco de razão tinha TORNAGHI e aqueles que sustentavam
uma ampliação da ação privada subsidiária, embora tivessem errado quanto à
dosagem da solução. Suponha-se a hipótese do Ministério Público ter recebido do
ofendido uma notitia criminis ou representação completa, com todos os elementos
narrativos, com todos os documentos comprobatórios da materialidade e da autoria
e até com o corpo de delito; e malgrado isso tudo, o Ministério Público não tenha
31
Cf. ROMEIRO, Jorge Alberto. Da ação penal, Rio de Janeiro: Forense, 1979, n. 119, p. 276.
32
Cf. TORNAGHI, Hélio. Instituições de Processo Penal, Rio de Janeiro: Forense, 1959, v. 3, p. 351-355;
TORNAGHI, Hélio. “Ação penal subsidiária”, em Revista Brasileira de Criminologia e Direito Penal, n. 14 (jul-
set/1966), p. 145-156.
33
Agravo de Instrumento n. 35851 – STF – 1ª Turma – Rel. Min. Evandro Lins – julgado em 14.set.1965 –
desprovido para inadmitir o recurso extraordinário – votação unânime – RTJ, n. 34 (jul-set/1965), p. 419.
34
34
MARQUES, José Frederico. Elementos..., v. 1, p. 367-368.
35
Cf. ALMEIDA, Joaquim Canuto Mendes de. Processo penal.., p. 18-54; JESUS, Damásio E. de. “Ação penal
subsidiária”, em Justitia, n. 128 (jan-mar/1985), p. 12-15; JARDIM, Afrânio Silva. “Crítica à ação penal privada e
35
oitenta do século vinte (cf. Lei 7.492/86, art. 27), tornou-se um dos direitos e
garantias individuais gravados em pedra pela Constituição republicana de 1988.
Os principais méritos políticos da ação privada subsidiária são os de
proporcionar um controle da atuação do Ministério Público, controle esse
realizado pela pessoa que, em tese, tem mais interesse na persecução, que é o
ofendido; de velar pelo princípio da obrigatoriedade; de reduzir a possibilidade da
impunidade e de aproximar o ofendido do processo penal condenatório.
Se, com a ação privada subsidiária, fosse o Ministério Público afastado do
processo penal condenatório, poder-se-ia dizer que se trocou um titular com
garantias semelhantes às da magistratura e dever de objetividade frente à causa
penal por um titular cujo móvel nem sempre é a distribuição da justiça, mas sim a
vingança. Poder-se-ia objetar que a troca não favoreceu o due process.
Contudo, o Ministério Público não é afastado inteiramente do processo penal
instaurado por queixa subsidiária. Segundo a lei processual penal, pode “intervir
em todos os termos do processo, fornecer elementos de prova, interpor recurso e,
a todo tempo, no caso de negligência do querelante, retomar a ação como parte
principal” (CPP, art. 29, última parte).
Assim, como o processo instaurado por queixa subsidiária será acompanhado,
fiscalizado e tutelado pari passu pelo Ministério Público, configura-se numa forma
razoável e garantista de controlar a atividade do Ministério Público na área criminal.
popular subsidiárias”, em Justitia, n. 130 (jul-set/1985), p. 112-119; MAZZILLI, Hugo Nigro. “O princípio da
titularidade da ação penal”, em Justitia, n. 139 (jul-set/1987), p. 100-107.
36
9.4. Caracteres
ALMEIDA, Joaquim Canuto Mendes de. Ação penal: análises e confrontos, São
Paulo: Revista dos Tribunais, 1938
ALMEIDA, Joaquim Canuto Mendes de. Processo penal, ação e jurisdição, São
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em Revista Brasileira de Ciências Criminais, n. 3 (jul-set/1993)
BREDA, Antonio Acir. “Efeitos da declaração de nulidade no processo penal”,
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----------. em Revista do Instituto dos Advogados do Paraná, n. 2 (1980)
----------. em MP, n. 9 (1980)
----------. em Revista de Processo, n. 20 (out-dez/1980)
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Janeiro: Revista dos Tribunais, 1959
CERNICHIARO, Luiz Vicente e COSTA JÚNIOR, Paulo José. Direito Penal
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GRECO FILHO, Vicente. Manual de Processo Penal. São Paulo: Saraiva, 1991
GRINOVER, Ada Pellegrini. As condições da ação penal: uma tentativa de
revisão, São Paulo: José Bushatsky, 1977
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policial”, em RDPenCrim, n. 35 (jan-jun/1983)
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(jul-set/1985)
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MARQUES, José Frederico. Elementos de Direito Processual Penal, 2ª ed., Rio
de Janeiro-São Paulo: Forense, 1965, v. 1
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MAZZILLI, Hugo Nigro. “O princípio da titularidade da ação penal”, em Justitia,
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ROMEIRO, Jorge Alberto. Da ação penal, Rio de Janeiro: Forense, 1979
TORNAGHI, Hélio. A relação processual penal, 2ª ed., São Paulo: Saraiva, 1987
----------. “Ação penal subsidiária”, em Revista Brasileira de Criminologia e Direito
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----------. Instituições de Processo Penal, Rio de Janeiro: Forense, 1959, v. 3
TOURINHO FILHO, Fernando da Costa. Processo Penal, 13ª ed., São Paulo:
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