0% acharam este documento útil (0 voto)
46 visualizações8 páginas

Artigojeferson1 Ética Profissional Agronomia

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1/ 8

JEFERSON DAMBROS RICHZIK

ÉTICA PROFICIONAL: COMPORTAMENTO ÉTICO DO AGRÔNOMO NO


ESTADO DO PARANÁ

SANTA HELENA
2021
ÉTICA PROFICIONAL: COMPORTAMENTO ÉTICO DO AGRÔNOMO NO
ESTADO DO PARANÁ

Jeferson Dambros Richzik

RESUMO

A ética é um conceito essencial para vida de todo indivíduo que vive em sociedade, pois é
definida por um conjunto de regras ou preceitos que estabelecem atitudes morais na vida do
indivíduo e, consequentemente, essas atitudes refletem na sociedade a qual ele está inserido.
Para se ter um ambiente de trabalho mais justo e saudável, a ética profissional contribui para que
os indivíduos ajam de forma justa e honesta. A ética está presente na vida profissional do
agrônomo desde 1966, ano que foi publicada a Lei n° 5.194, porém muitos profissionais da
agronomia no estado do Paraná saem da faculdade sem conhecimento ético. O referente artigo
descreve a importância do comportamento ético do profissional da área da agronomia. O estudo
das leis, livros e artigos foi utilizado para se coletar informações para a construção desse artigo.
A pesquisa realizada para a formulação deste artigo tem como objetivo promover o código de
ética do profissional da agronomia, do ponto de vista do CREA/CONFEA Paraná. A conclusão
deste artigo traz informações sobre a legislação, possibilitando que agrônomos formados, que
não tiveram contato com disciplinas que envolvam ética, tenham informações sobre suas
obrigações éticas como profissionais da área de agronomia.

PALAVRAS-CHAVES: Ética. Ética profissional. Agronomia.

ABSTRACT

Ethics is an essential concept for the life of every individual who lives in society because it is
defined by a set of rules or precepts that establish moral attitudes in the individual's life and,
consequently, these attitudes reflect on the society in which he is inserted. To have a fairer and
healthier work environment, professional ethics help professionals to act fairly and honestly.
Ethics has been present in the professional life of the agronomist since 1966, the year Law n°
5.194 was published, but many agronomy professionals in the state of Paraná leave college
without ethical knowledge. That article describes the importance of ethical behavior of
professionals in the field of agronomy. The study of laws, books, and articles was used to collect
information for the construction of this article. The research carried out for the formulation of
this article intends to promote the code of ethics of professional agronomy from the point of
view of CREA/CONFEA Paraná. The conclusion of this article provides information about the
legislation, enabling trained agronomists who have not had contact with disciplines involving
ethics, to have information about their ethical obligations as professionals in the field of
agronomy.

KEYWORDS: Ethic. Professional ethics. Agronomy.

INTRODUÇÃO

Em aproximadamente 500 a 300 anos a.C o conceito de ética foi estabelecido e esse
período foi marcado por grandes protagonistas como: Aristóteles, Sócrates e Platão. Esses
pensadores tiveram grande importância para a formação do conceito de ética, pois foram os
responsáveis pela “análise e reflexão do agir do homem”. Esse período é de grande importância
para a atualidade, tendo em vista que foi um período em que ocorreu o surgimento de muitas
informações que estabeleceram o conceito da ética que permanecem em vigor até os dias de
hoje. É atribuído o início da reflexão sobre ética à Sócrates, porém o pioneiro em seus
pensamentos e fundamentação sobre a ética foi Aristóteles (FIGUEREDO; GUILHEM, 2008).
Para Valls (1996, p.3) a ética é o estudo das ações, costumes e também um
comportamento correto de uma pessoa. A ética é entendida como um estudo ou reflexão, sendo
ela uma reflexão científica ou filosófica e até mesmo teológica relacionada aos costumes e ações
humanas. Quando um indivíduo possui atitudes corretas, segundo o estudo de ética, isto é, suas
atitudes contribuem positivamente para sociedade, a vida desse indivíduo é considerada a própria
ética. Logo entenda-se que a ética é o conceito fundamental para constituição de uma sociedade
mais justa.
Lopes de Sá (2009, p.32) afirma que existe uma razão para que haja a necessidade de
haver concordância e harmonia entre os seres de um determinado grupo. As associações exigem
que os indivíduos tenham disciplina e venham agir em prol do bem de todos que constitui o
grupo ao qual se encontra inserido. A conduta humana exigida no trabalho é a ética profissional,
pois quando se fala de trabalho entra em questão os que exercem a profissão por amor e outros
que visam somente o lucro. Logo, no ambiente de trabalho, cada profissional precisa seguir as
ordens de uma tutela no trabalho em prol do bem estar de todos que a compõe e a sociedade.
Visando a propagação da ética profissional houve a necessidade da criação do código de
ética. A função do código de ética é formular deveres e direitos dos indivíduos para tornar
realidade a harmonia no ambiente de trabalho, e além disso sua elaboração precisa englobar
todos os indivíduos do grupo social que ele representará. O código de ética proporciona atitudes
que preservam os valores pessoais, coletivos e institucionais ao qual os profissionais estão
inseridos e exercem funções em prol de servir outros indivíduos de forma justa e sem prejudicar
qualquer grupo (OLIVEIRA, 2012). A ética profissional não visa somente proteger e atender as
necessidades da sociedade, mas também engloba a segurança dos profissionais (AMENDOLA,
2014).
Os humanos habitam a terra há mais de 200 mil anos, porém utilizou-se da terra para o
cultivo do próprio consumo somente a 15 mil anos. Ao passar dos anos, na agricultura foi
surgindo cada vez mais novos desafios, trazendo a necessidade de se obter cada vez mais
conhecimento na área. O estopim para o surgimento dos engenheiros agrônomos foi o êxodo
rural, pois a urbanização provocou a necessidade de produção por mais alimentos. Por conta
disso, iniciou-se o surgimento das primeiras escolas agrícolas na Europa em 1842. Essas escolas
foram as responsáveis pela formação dos primeiros profissionais da agronomia (POSSER 2019).
A primeira escola agronômica no Paraná foi a UFPR que atribuiu o curso de agronomia
no ano de 1915. As atividades agrícolas no Paraná sempre foram muito importantes para o estado
e desde que a Universidade Federal do Paraná surgiu e ofertou o curso de agronomia, o estado
passou a ter desenvolvimento econômico significativo, que permanece até os dias de hoje
(UFPR, 2021). Apesar dos benefícios que a agricultura traz para o Paraná a mesma também é
responsável por trazer malefícios ao estado. O paraná está presente na lista dos estados que mais
consomem agrotóxico em dosagens exageradas as quais tem causado intoxicação aguda em
muitos municípios do estado (ALBURQUERQUE; TAVEIRA, 2018).
Por conta disso, os engenheiros agrônomos precisam ter a ética profissional na hora de
tomar qualquer decisão e sempre visar a proteção da sociedade. Isso ocorre por que os
universitários não se preocupam em fazer disciplinas que estejam ligadas a ética e além disso há
um descaso das instituições universitárias que não fornecem tais disciplinas (SILVEIRA et al.,
2019). O resultado da ausência de contato com o conhecimento ético na graduação faz com que
os recém graduados se submetam a aceitarem a primeira oportunidade que lhe é oferecida e
fazendo isso, acabam agindo de forma contrária a ética (SIMONETTI, 2015).
Ao terminar a graduação em agronomia não se pode exercer a profissão. Para iniciar as
atividades como profissional da agronomia, os recém formados precisam ter o registro no CREA
para entrar no mercado de trabalho (SIMONETTI, 2015). O CREA-PR (Conselho Regional de
Engenharia e Agronomia do Paraná) tem como objetivo alertar e proteger buscando
conscientizar a sociedade e os profissionais das áreas de Engenharia. Essa entidade
administrativa é responsável pela fiscalização dos profissionais (CREA-PR, 2021). Os
engenheiros precisam seguir uma cartilha de normas que foram elaboradas pela a CONFEA
(Conselho Federal de Engenharia e Agronomia). Essa cartilha possui um conjunto de direitos e
regras a serem compridas visando o bem estar dos civis, profissionais e do meio ambiente
(CONFEA, 2021).
Mas nem sempre essas entidades existiram para regulamentar os profissionais das
engenharias. A crise de 1929 ocasionou um grande número de desemprego em diversos países
desenvolvidos, em virtude da situação atual vivida naquele momento, muitos desses estrangeiros
migraram para o Brasil. Além disso O Brasil estava em uma época de desenvolvimento industrial
e todos esses fatores contribuíram para a formação do CONFEA/CREA. Só foi em 12 de outubro
de 1933 que fundou a CONFEA/CREA em que teve a agronomia como a primeira profissão
abrangida, estabelecida pelo decreto n°23.196. Porém o CREA-PR só foi criado em 11 de junho
de 1934 e no ano de 1966 foi criada a Lei Federal nº 5194/1966 e modificada em 2002 que
regulamenta os Agrônomos. (CONFEA, 2021; CREA-PR, 2021).
A Lei Federal nº 5194/1966 é formada por um conjunto de regras e direitos direcionadas
aos Engenheiros agrônomos e outras engenharias, as quais algumas dessas regras e direitos são:
O Art. 1º está dentro da seção I (Caracterização e Exercício das Profissões) e diz respeito
as profissões de engenheiro, arquiteto e engenheiro-agrônomo. Esses precisam realizar
empreendimentos: a) aproveitamento e utilização de recursos naturais; b) meios de locomoção
e comunicações; c) edificações, serviços e equipamentos urbanos, rurais e regionais, nos seus
aspectos técnicos e artísticos; d) instalações e meios de acesso a costas, cursos e massas de água
e extensões terrestres; e) desenvolvimento industrial e agropecuário.
O Art. 6° está dentro da seção III (Do exercício ilegal da profissão), e diz que os
engenheiros, arquiteto ou engenheiro-agrônomo exercem a profissão ilegalmente quando: a)não
possua registro nos Conselhos Regionais; b) o profissional que se incumbir de atividades
estranhas às atribuições discriminadas em seu registro; c) o profissional que emprestar seu nome
a pessoas, firmas, organizações ou empresas executoras de obras e serviços sem sua real
participação nos trabalhos delas; d) o profissional que, suspenso de seu exercício, continue em
atividade; e) a firma, organização ou sociedade que, na qualidade de pessoa jurídica, exercer
atribuições reservadas aos profissionais da engenharia, da arquitetura e da agronomia, com
infringência do disposto no parágrafo único do art. 8º desta lei.
O Art. 7° está dentro da seção IV (Atribuições profissionais e coordenação de suas
atividades), que diz as atividades e atribuições profissionais do engenheiro, do arquiteto e do
engenheiro-agrônomo consistem em: a) desempenho de cargos, funções e comissões em
entidades estatais, paraestatais, autárquicas, de economia mista e privada; b) utilização de
recursos naturais e desenvolvimento da produção industrial e agropecuária e etc. Ou seja, os 6
engenheiros, arquitetos e engenheiros-agrônomos poderão exercer qualquer outra atividade que,
por sua natureza, se inclua no âmbito de suas profissões.
Já o capítulo II da lei diz respeito “Da responsabilidade e autoria” diz no Art. 17 que os
engenheiros, arquitetos e agrônomos ao realizarem um plano ou projeto, os direitos autorais
serão dados ao profissional que o elaborar. Ou seja, cabem ao profissional que os tenha elaborado
os prêmios ou distinções honoríficas concedidas a projetos, planos, obras ou serviços técnicos.
Os agrônomos antes de tomar qualquer decisão precisa ter em mente a constituição, então
para não descumpri a lei ele precisa seguir um conjunto de regras decretadas pela Lei Federal nº
5194/1966 -que foi modificada no ano de 2002. Se as ordens estabelecidas na lei, pelo
PRESIDENTE DA REPUBLICA (1966, art.71) forem descumpridas, isso gerará penalidades as
quais são: “advertência reservada; b) censura pública; c) multa; d) suspensão temporária do
exercício profissional; e) cancelamento definitivo do registro. Parágrafo único - As penalidades
para cada grupo profissional serão impostas pelas respectivas Câmaras Especializadas ou, na
falta destas, pelos Conselhos Regionais.”
Quando um agrônomo se especializa em conhecimento ético, ele se torna um profissional
ético, assim não sendo uma ameaça a si e a sociedade. Um profissional ético ao tomar uma
atitude visa o bem estar de todos e contribui para a harmonia social. Pelo fato de haver muitos
engenheiros agrônomos no estado do Paraná que saem da universidade sem ter tido contato com
o conhecimento ético e por haver universidades que não oferecem matérias relacionadas a ética,
acreditasse que a elaboração de pesquisas e artigos contribuirá para a junção de informações
sobre a importância da ética no ambiente de trabalho. Os recém formados que não possuíram
aulas sobre ética, poderão obter acesso ao assunto antes de exercer a profissão. Portanto, ao
terem acesso a esses conteúdos, os mesmos poderão exercer na sua área de especialização mais
qualificados a agirem de forma ética e sem trazer qualquer risco a sociedade.

CONCLUSÃO

A conclusão deste artigo traz informações sobre a legislação, possibilitando que


agrônomos formados no estado do paraná, que não tiveram contato com as disciplinas que
envolvem ética, tenham informações sobre suas obrigações éticas como profissionais da área de
agronomia. É muito importante que os profissionais tenham ética profissional para que todas as
suas atitudes visem o bem estar de um todo e não somente para benefício próprio, pois pensando
somente em si, um indivíduo pode causar danos severos a toda uma sociedade. Por exemplo, um
agrônomo precisa ter ética ao realizar um receituário de aplicação de agrotóxico, pois sua
aplicação em dosagens exageradas traz prejuízos a um município e podendo também afetar até
mesmo todo o país.
REFERÊNCIAS

ALBUQUERQUE, Guilherme Souza Cavalcanti de; TAVEIRA, Bruna Letícia Souza. Análise
das notificações de intoxicações agudas por agrotóxicos, em 38 municípios do Estado do Paraná.
SAÚDE DEBATE. p.211-222. v.42. Rio de Janeiro. Dezembro 2018. Disponível em:
https://www.scielosp.org/pdf/sdeb/2018.v42nspe4/211-222/pt . Acessado em: 01 de dezembro
de 2021.
AMENDOLA, Marcia Ferreira. História da construção do Código de Ética Profissional do
Psicólogo. PePSIC. vol.14. no.2. Rio de Janeiro. Agosto. 2014. Disponível em:
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1808-42812014000200016 .
Acessado: 29 de novembro de 2021.
CONFEA. Conselho Regional de Engenharia e Agronomia. Institucional: Quem Somos.
História. Disponível em: https://www.confea.org.br/sistema-profissional/historia . Acessado 01
de dezembro de 2021.
CREA-PR. Conselho Regional de Engenharia e Agronomia. Institucional: sobre o Crea.
Disponível em: https://www.crea-pr.org.br/ws/sobre-o-crea-pr . Acessado 01 de dezembro de
2021.
GUILHEM, Dirce; FIGUEIREDO, Antônio Macena. Ética e moral. INTERthesis. v. 5, p. 29-
46, Florianópolis. jan/jul. 2008. Disponível em:
http://www.periodicos.ufsc.br/index.php/interthesis/article/view/5792/10868 . Acessado em:
29 de novembro de 2021.
LOPES DE SÁ, Antônio. Ética Profissional. Atlas S.A. p.47. 1. ed. 1996; 2. ed. 1998; 3. cd.
2000; 4. ed. 2001; 2 5. ed. 2004; 6. ed. 2005; 7. ed. 2007; 8. ed. 2007; 9. ed. 2009. São PauloSP.
Disponível em: https://shortest.link/20rL . Acessado em: 29 de novembro de 2021.
O Presidente da República. Do Exercício Profissional da Engenharia, da Arquitetura e da
Agronomia. Art. 71. 24 DEZ 1966. Disponível em:
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l5194.htm . Acessado 02 de dezembro de 2021.
OLIVEIRA, Antônio Roberto. Ética Profissional. INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO,
CIÊNCIA E TECNOLOGIA PARÁ Campus Belém. p.80. Belém - PA 2012.
Disponível em :
http://proedu.rnp.br/bitstream/handle/123456789/374/etica_profissional.pdf?sequence=1 .
Acessado: 29 de novembro de 2021.
POSSER, Augusto José. A Agronomia no contexto do Ensino Superior. Revista Agronomia
Brasileira. p.5. v.3. São Paulo. 24 janeiro 2019. Disponível em:
https://www.researchgate.net/profile/AugustoPosser/publication/330614447_A_Agronomia_n
o_contexto_do_Ensino_Superior/links/5cb892b14585156cd7a248d5/A-Agronomia-
nocontexto-do-Ensino-Superior.pdf . Acessado em: 01 de dezembro de 2021.
SILVEIRA, Edson Roberto; RITTER, Gilmar P; FERRONATO, Marlene de Lurdes;
JAMHOUR, Jorge; GIASSON, Larissa Aparecida. O CONHECIMENTO DOS
ENGENHEIROS AGRÔNOMOS NA REGIÃO SUCOESTE DO PARANÁ SOBRE O
SISTEMA PROFICIONAL CONFEA-CREA. Revista Técnico-Científica do CREA-PR. p.8.
julho 2019. Disponível em:
http://creaprw16.creapr.org.br/revista/sistema/index.php/revista/article/view/522/362 .
Acessado em: 01 de dezembro de 2021.
Universidade Federal do Paraná. Coordenação do Curso de Agronomia. O curso. História.
Disponível em: http://www.agrarias.ufpr.br/portal/agronomia/historia/ . Acessado em: 01 de
dezembro de 2021.
VALLS, Álvaro L. M. O QUE É ÉTICA. BRASILIENSE. PRIMEIROS PASSOS - v. 177. p.
80. Tatuapé-SP. 1996. Disponível em: https://books.google.com.br/books?hl=pt-
BR&lr=&id=ZGAvDwAAQBAJ&oi=fnd&pg=PT2&dq=%C3%A9tica+&ots=ahPytQGE6&si
g=2k1CA4K1-TUGvQyDAkkzSyO8i00#v=onepage&q=%C3%A9tica&f=false .
Acessado em: 29 de novembro de 2021.

Você também pode gostar