Dos Delitos e Das Penas - Resenha
Dos Delitos e Das Penas - Resenha
Dos Delitos e Das Penas - Resenha
Resenha sobre o livro “Dos Delitos e das Penas” de Cesare Beccaria. Edição
eletrônica: Ridendo Castigat Mores. Disponível em: eBooksBrasil.com
I – Introdução
Cesare Beccaria começa seu livro definindo que a sociedade deve ser igualitária, onde
as vantagens devem ser igualmente repartidas entre os membros. Entretanto, ele diz
logo em seguida que naturalmente tende a ser desigual, onde uma minoria tem mais
(poder e felicidade) e a maioria tem menos. Cesare relaciona isso à criação de leis, que
deveriam ser feitas pelos homens livres, mas que se sucumbi às paixões das minorias.
Além disso ele introduz por meio de perguntas, os temas que serão tópicos de
discussão em seu livro, tais como: penas, punições, pena de morte, tormento, tortura
e meios para prevenir delitos.
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IV – Da interpretação das leis
Cesare fala sobre o papel do juiz, e a este compete apenas o papel de aplicar as leis,
não possuindo o direito de interpretar. O autor acredita que o único interprete
autentico é o Soberano.
Como expus no último capítulo, o autor não confere ao juiz o papel que lhe é dado
atualmente (interprete).
VI – Da prisão
É nesse capítulo que Cesare defende a prisão como medida de segurança, podendo o
estado prender deliberadamente alguém simplesmente por suspeita ou testemunho
de alguém, em prol da segurança de todos, deve-se também manter presos aqueles
que são inimigos. É papel da lei estabelecer de maneira fixa, por quais indícios de
delitos um acusado pode ser preso.
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IX – Das acusações secretas
Beccaria não enxerga as acusações secretas de bom grado, para ele, isso possibilita ao
homem ser falso, além disso, as nações que garantem as acusações secretas possuem,
por conseguinte, uma Constituição fraca.
“Desejar-se-ia salvar o delator da infâmia a que se expõe? Seria, então, confessar que
se autorizam as calúnias secretas, mas que se punem as calúnias públicas.” (pag.21)
Beccaria define que os testemunhos falsos devem ser punidos, uma de suas
justificativas para repudiar esse método é que, ao autorizar o sigilo não haveria como
punir os testemunhos falsos.
O autor não analisa o sigilo como algo positivo, mas a verdade é que o sigilo tem
pontos positivos sim, pois, possibilita por exemplo, pessoas ameaçadas ou temerosas
fazerem suas denúncias.
XI – Dos juramentos
Outro artifício que Cesare repudia completamente é o juramento de dizer a verdade.
Ele diz que o homem não falará a verdade quando esta for causar a sua destruição.
Cabe dizer ainda que muitas vezes a voz do interesse humano fala mais alto que a
religião e que o próprio coração.
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XIV – Dos crimes começados; dos cúmplices; da impunidade
Para Cesare, a punição não deve apenas ser aplicadas àqueles que já cometeram um
crime, mas também se uma ação considerada o começo de um delito, sendo aplicada
uma pena mais leve, é claro.
Em relação aos cumplices, concordo com Beccaria, pois, à medida que a punição para
que executa o ato é maior, mais difícil será para encontrar alguém que execute,
diminuindo então as execuções de crimes.
A impunidade é vista por ele como algo que tem seus lados positivos e negativos,
nesse caso, acredito que o mais adequado é o que temos atualmente, a “delação
premiada” em que um dos cumplices negocia sua pena e entrega todos os envolvidos.
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XX – Que o castigo deve ser inevitável. – Das graças
O autor começa o capítulo dizendo que o que garante a segurança não é o rigor da
norma, mas a certeza do castigo. Ele fala ainda sobre os delitos que são pouco
importantes ou são perdoados, estes continuam sendo contrários ao bem público, por
isso, precisam ser punidos. Me encontro em acordo com o pensamento do autor,
afinal não é necessárias punições drásticas, apenas a certeza de que existirá uma pena
fará com que desperte o medo de recebe-la, ademais, todos os atos ilícitos devem ser
penalizados não importando o grau.
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XXVI – Dos crimes de lesa-majestade
A respeito desses crimes, não acredito que deveriam ser punidos, afinal, só ocorrem
em Estados autoritários em que não há liberdade de expressão. Beccaria considera-os
como grandes crimes porque são nocivos à sociedade.
XXX – Do roubo
É nesse capítulo que Beccaria fala sobre o roubo e qual seria a punição mais adequada,
de fato, ele acerta ao dizer que muitas vezes esses crimes são cometidos por pessoas
infortunadas, mas, ele acredita que a escravidão é a maneira mais justa de punição
neste caso. Graças a um processo evolucional, na sociedade atual repudia a
escravidão, acredito que isso dificulta ainda mais a ascensão social e econômica
daquela pessoa, configurando em um perpétuo ciclo de pobreza e por conseguinte de
mais roubos.
XXXI – Do contrabando
Assim como todos os delitos o contrabando deve por obvio ser punido. Baseando-me
em uma visão Positivista, acredito que esse crime deve ter punições semelhantes ao
roubo, afinal, o contrabando é um roubo ao estado.
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como se pune os verdadeiros criminosos poderia despertar nele uma figura também
criminosa.
XXXV – Do suicídio
Ele trata o suicídio como um delito, o qual não possui punições aplicáveis pois apena
só poderia recair sobre um corpo insensível. Acredito que o sujeito que suicida
prejudica a sociedade na medida que sua ausência é sentida pelas pessoas que o
conhecia, é claro, não cabendo nenhuma punição a ninguém.
O autor evidencia ainda que existe outro abandono que causa muito mais prejuízo e
dano que o suicídio, tais como aqueles que abandonam sua nação para viver em outra.
XL – Do espírito do fisco
O autor neste capítulo fala sobre aqueles estados em que o soberano analisava cada
crime baseando-se no preço do crime. Isso é um problema na medida que, o soberano
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passa então a ver os crimes como um negócio lucrativo, decorrente disso, o soberano
não se preocupará com boas leis, pois, o descumprimento delas é lucrativo. Acredito
que esta visão dele é completamente plausível e bem fundamentada, é natural que em
uma sociedade que valoriza as riquezas os homens se apeguem facilmente aos meios
que lhes garantiram lucro.
XLII – Conclusão
As ideias de Cesare Beccaria são de fato, bem instruídas, levando em consideração a
época em que viveu. Algumas de suas ideias revolucionárias poderiam sim ser
aplicadas atualmente na minha opinião, entre elas, a de leis que sejam simples e claras
afim de ser objeto de estudo por toda a sociedade, coisa que não acontece. Por fim ele
conclui resumindo seus resultados dizendo que as leis precisam ser essencialmente
públicas, prontas, necessárias e proporcionais.
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